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ATELIÊ DE ARTES VISUAIS_Relações Intertextuais

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ATELIÊ DE ARTES 
VISUAIS: Relações 
Intertextuais 
 
 
 
 
 
Andréa Maria Giannico de Araújo Viana Consolino 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATELIÊ DE ARTES VISUAIS: 
relações intertextuais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Taubaté 
Universidade de Taubaté 
2014 
 
 
 
Copyright©2014.Universidade de Taubaté. 
Todos os direitos dessa edição reservados à Universidade de Taubaté. Nenhuma parte desta publicação pode ser 
reproduzida por qualquer meio, sem a prévia autorização desta Universidade. 
Administração Superior 
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Vice-reitor Prof.Dr. Marcos Roberto Furlan 
Pró-reitor de Administração Prof.Dr.Francisco José Grandinetti 
Pró-reitor de Economia e Finanças Prof.Dr.Luciano Ricardo Marcondes da Silva 
Pró-reitora Estudantil Profa.Dra.Nara Lúcia Perondi Fortes 
Pró-reitor de Extensão e Relações Comunitárias Prof.Dr. José Felício GoussainMurade 
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Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação Prof.Dr.Edson Aparecida de Araújo Querido Oliveira 
Coordenação Geral EaD Profa.Dra.Patrícia Ortiz Monteiro 
Coordenação Acadêmica Profa.Ma.Rosana Giovanni Pires 
Coordenação Pedagógica Profa.Dra.Ana Maria dos Reis Taino 
Coordenação Tecnológica Profa. Ma. Susana Aparecida da Veiga 
Coordenação de Mídias Impressas e Digitais Profa.Ma.Isabel Rosângela dos Santos Ferreira 
Coord. de Área: Ciências da Nat. e Matemática Profa. Ma. Maria Cristina Prado Vasques 
Coord. de Área: Ciências Humanas Profa. Ma. Fabrina Moreira Silva 
Coord. de Área: Linguagens e Códigos Profa. Dra. Juliana Marcondes Bussolotti 
Coord. de Curso de Pedagogia 
Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Gestão e Negócios 
Coord. de Cursos de Tecnol. Área de Recursos Naturais 
Revisão ortográfica-textual 
Projeto Gráfico e Diagramação 
Autor 
 Profa. Dra. Ana Maria dos Reis Taino 
Profa. Ma. Márcia Regina de Oliveira 
Profa. Dra. Lídia Maria Ruv Carelli Barreto 
Profa. Ma. Isabel Rosângela dos Santos Ferreira 
Me.Benedito Fulvio Manfredini 
Andréa M. Giannico de Araújo Viana Consolino 
Unitau-Reitoria Rua Quatro de Março,432-Centro 
Taubaté – São Paulo CEP:12.020-270 
Central de Atendimento:0800557255 
Polo Taubaté 
 
 
 
Polo Ubatuba 
 
 
 
Polo São José dos Campos 
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Taubaté–São Paulo CEP:12.080-000 
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e-mail: nead@unitau.br 
Horário de atendimento: 13h às 17h / 18h às 22h 
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Parque Residencial Jardim Aquarius 
Tel.: 0800 883 0697 
e-mail: nead@unitau.br 
Horário de atendimento: 8h às 22h 
 
Ficha catalográfica elaborada pelo SIBi 
Sistema Integrado de Bibliotecas / UNITAU 
 
C755a Consolino, Andréa Maria Giannico de Araújo Viana 
 Ateliê de artes visuais: relações intertextuais / Andréa Maria de Araújo Viana 
Consolino. Taubaté: UNITAU, 2012. 
 72p. : il. 
 
ISBN 978-85-65687-15-7 
 Bibliografia 
 
 1. Arte contemporânea. 2. Linguagens da arte. 3. Intertextualidade. 4. 
Linguagens híbridas. 5. Propostas pedagógicas. I. Universidade de Taubaté. 
II. Título. 
 
v 
 
PALAVRA DO REITOR 
Palavra do Reitor 
 
 
Toda forma de estudo, para que possa dar 
certo, carece de relações saudáveis, tanto de 
ordem afetiva quanto produtiva. Também, de 
estímulos e valorização. Por essa razão, 
devemos tirar o máximo proveito das práticas 
educativas, visto se apresentarem como 
máxima referência frente às mais 
diversificadas atividades humanas. Afinal, a 
obtenção de conhecimentos é o nosso 
diferencial de conquista frente a universo tão 
competitivo. 
 
Pensando nisso, idealizamos o presente livro-
texto, que aborda conteúdo significativo e 
coerente à sua formação acadêmica e ao seu 
desenvolvimento social. Cuidadosamente 
redigido e ilustrado, sob a supervisão de 
doutores e mestres, o resultado aqui 
apresentado visa, essencialmente, a 
orientações de ordem prático-formativa. 
 
Cientes de que pretendemos construir 
conhecimentos que se intercalem na tríade 
Graduação, Pesquisa e Extensão, sempre de 
forma responsável, porque planejados com 
seriedade e pautados no respeito, temos a 
certeza de que o presente estudo lhe será de 
grande valia. 
 
Portanto, desejamos a você, aluno, proveitosa 
leitura. 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
Prof. Dr. José Rui Camargo 
Reitor 
 
 
 
vi 
 
 
 
 
vii 
 
 
Apresentação 
 
 
A arte existe desde que o mundo existe, pois o homem primitivo já se expressava por 
meio de manifestações artísticas. As pinturas rupestres são exemplos dessa arte. 
Sabe-se que as manifestações artísticas possuem linguagem própria. Arte é 
conhecimento, é linguagem e, portanto, dialoga com as outras artes e manifestações. Ela 
aproxima indivíduos com culturas diferentes, trabalha com as semelhanças e diferenças, 
indo muito além de um texto escrito. Portanto, para compreender este diálogo, 
apresentaremos neste livro-texto os principais conceitos das linguagens da arte. 
Ao longo dos tempos, a forma de produzir arte se transformou; na arte contemporânea 
não foi diferente. Uma das mudanças mais significativas foi, sem dúvida, a utilização de 
materiais e suportes não convencionais na produção artística; os objetos passam a ter 
novos significados e novas funções. 
O uso de materiais do cotidiano ou da natureza, ou até mesmo o próprio corpo, contribui 
para a sustentabilidade e para os modos de produção de arte na contemporaneidade. 
Neste livro-texto, você terá não só a oportunidade de ampliar seus conhecimentos como 
também de apreciar melhor as obras da atualidade, bem como compreender o processo 
de produção e a inter-relação entre as artes visuais, as musicais, a dança, o teatro e as 
híbridas. 
 
 A autora 
 
 
 
viii 
 
 
ix 
 
 
Sobre a autora 
 
 
ANDRÉA MARIA GIANNICO DE ARAUJO VIANA CONSOLINO: é graduada 
em Educação Artística com Habilitação em Artes Plásticas e Música pela Faculdade 
Santa Cecília de Pindamonhangaba, especialista em Didática do Ensino Superior pela 
Faculdade Santa Cecília de Pindamonhangaba e mestranda em Desenvolvimento 
humano pela Universidade de Taubaté. Foi curadora da Galeria Tangará vinculada à 
Faculdade Santa Cecília em Pindamonhangaba. Tem experiência na área de educação 
como professora do ensino superior na graduação do curso de Educação Artística com 
habilitação em Artes Visuais e Música da Faculdade Santa Cecília de 
Pindamonhangaba, como professora no curso de bacharelado em Música da Faculdade 
Santa Cecília de Pindamonhangaba e como professora no curso de licenciatura em Artes 
Visuais, na modalidade Educação a Distância, da Universidade de Taubaté. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
x 
 
 
 
xi 
 
Caros(as) alunos(as), 
Caros (as) aluos(as 
O Programa de Educação a Distância (EAD) da Universidade de Taubaté apresenta-se 
como espaço acadêmico de encontros virtuais e presenciais direcionados aos mais 
diversos saberes. Além de avançada tecnologia de informação e comunicação, conta 
com profissionais capacitados e se apoia em base sólida, que advém da grande 
experiência adquirida no campo acadêmico, tanto na graduação como na pós-graduação, 
ao longo de mais de 35 anos de História
e Tradição. 
Nossa proposta se pauta na fusão do ensino a distância e do contato humano-presencial. 
Para tanto, apresenta-se em três momentos de formação: presenciais, livros-texto e Web 
interativa. Conduzem esta proposta professores/orientadores qualificados em educação a 
distância, apoiados por livros-texto produzidos por uma equipe de profissionais 
preparada especificamente para este fim, e por conteúdo presente em salas virtuais. 
A estrutura interna dos livros-texto é formada por unidades que desenvolvem os temas e 
subtemas definidos nas ementas disciplinares aprovadas para os diversos cursos. Como 
subsídio ao aluno, durante todo o processo ensino-aprendizagem, além de textos e 
atividades aplicadas, cada livro-texto apresenta sínteses das unidades, dicas de leituras e 
indicação de filmes, programas televisivos e sites, todos complementares ao conteúdo 
estudado. 
Os momentos virtuais ocorrem sob a orientação de professores específicos da Web. Para 
a resolução dos exercícios, como para as comunicações diversas, os alunos dispõem de 
blog, fórum, diários e outras ferramentas tecnológicas. Em curso, poderão ser criados 
ainda outros recursos que facilitem a comunicação e a aprendizagem. 
Esperamos caros alunos, que o presente material e outros recursos colocados à sua 
disposição possam conduzi-los a novos conhecimentos, porque vocês são os principais 
atores desta formação. 
Para todos, os nossos desejos de sucesso! 
Equipe EAD-UNITAU 
xii 
 
 
 
xiii 
 
Sumário 
Palavra do Reitor ............................................................................................................ v 
Apresentação ................................................................................................................. vii 
Sobre a autora ................................................................................................................ ix 
Caros (as) aluos(as ......................................................................................................... xi 
Ementa ............................................................................................................................. 2 
Objetivos .......................................................................................................................... 3 
Introdução ....................................................................................................................... 4 
Unidade 1. Trabalhando Conceitos ............................................................................... 6 
1.1 Intertextualidade ......................................................................................................... 6 
1.1.1 - Paródia ................................................................................................................. 11 
1.1.2 - Paráfrase .............................................................................................................. 12 
1.1.3 Estilização .............................................................................................................. 13 
1.1.4 Apropriação ........................................................................................................... 13 
1.1.5 Citação ................................................................................................................... 14 
1.1.6 Releitura................................................................................................................. 15 
1.2 Linguagens............................................................................................................... 16 
1.2.1 Artes Visuais.......................................................................................................... 19 
1.2.2 Música .................................................................................................................. 20 
1.2.3 Dança ..................................................................................................................... 21 
1.2.4 Teatro ..................................................................................................................... 22 
1.2.5 Linguagens Híbridas ............................................................................................. 22 
1.3 Síntese da Unidade ................................................................................................... 24 
1.4 Atividades ................................................................................................................. 24 
1.5 Para saber mais ......................................................................................................... 24 
Unidade 2. As Linguagens da Arte.............................................................................. 26 
2.1 Artes Visuais............................................................................................................. 26 
2.1.1 Breve histórico das Artes Visuais .......................................................................... 27 
2.1.2 Artes Visuais na Escola ........................................................................................ 27 
2.2 Música ...................................................................................................................... 28 
2.2.1 Breve relato histórico da Educação Musical no Brasil .......................................... 29 
xiv 
 
2.2.2 Musicalização ........................................................................................................ 30 
2.3 Dança ........................................................................................................................ 31 
2.3.1 Breve histórico da Dança ....................................................................................... 32 
2.3.2 Dança na Escola..................................................................................................... 34 
2.4 Teatro ........................................................................................................................ 35 
2.4.1 Breve Histórico do Teatro ..................................................................................... 35 
2.4.2 O Teatro na Escola ................................................................................................ 36 
2.5 Outras Linguagens .................................................................................................... 37 
2.5.1 Fotografia............................................................................................................... 37 
2.5.2 Cinema ................................................................................................................... 39 
2.5.3 Televisão ................................................................................................................ 39 
2.5.4 Instalação ............................................................................................................... 40 
2.5.5 Arte Digital ............................................................................................................ 40 
2.5.6 Arte Urbana ........................................................................................................... 41 
2.5.7 Arte Performática .................................................................................................. 42 
2.5.8 Land Art ................................................................................................................. 43 
2.6 Síntese da Unidade ................................................................................................... 44 
2.7 Atividades ................................................................................................................. 45 
2.8 Para saber mais .........................................................................................................
45 
Unidade 3. Pesquisa de Materiais e Suportes: criatividade e sustentabilidade na 
produção artística ......................................................................................................... 48 
3.1 Materiais Expressivos ............................................................................................... 48 
3.1.1 Materiais Líquidos ................................................................................................. 49 
3.1.2 Materiais do cotidiano e da natureza ..................................................................... 50 
3.1.3 Materiais Tecnológicos.......................................................................................... 50 
3.2 Suportes ................................................................................................................... 51 
3.2.1 Corpo ..................................................................................................................... 51 
3.2.2 Objetos do cotidiano .............................................................................................. 53 
3.2.3 Suportes da natureza .............................................................................................. 54 
3.3 Síntese da Unidade ................................................................................................... 55 
3.4 Atividades ................................................................................................................ 56 
3.5 Para saber mais ......................................................................................................... 56 
 
xv 
 
Unidade 4. Propostas Pedagógicas .............................................................................. 58 
4.1 Territórios da Arte .................................................................................................... 58 
4.1.1Territórios: linguagens artísticas ............................................................................ 61 
4.1.2 Outros territórios da arte ........................................................................................ 62 
4.1.3 Trabalhando os territórios da arte .......................................................................... 63 
4.2 Intertextualidade entre as artes ................................................................................. 65 
4.2.1 Música ................................................................................................................... 66 
4.2.2 Dança ..................................................................................................................... 67 
4.2.3 Teatro ..................................................................................................................... 67 
4.2.4 Artes Visuais.......................................................................................................... 68 
4.3 Síntese da Unidade ................................................................................................... 68 
4.4 Atividades ................................................................................................................. 68 
4.5 Para saber mais ......................................................................................................... 69 
Referências complementares .......................................................................................... 76 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
ORGANIZE-SE!!! 
Você deverá usar de 3 
a 4 horas para realizar 
cada Unidade. 
 
ATELIÊ DE ARTES VISUAIS: 
relações intertextuais 
 
 
Ementa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EMENTA 
 
 
Estudo, pesquisa e produção das diferentes linguagens da arte 
contemporânea: música, dança, teatro, performance, 
instalação, intervenção de espaço, happining, entre outras. 
Pesquisa sonora no diálogo com o visual. Elaboração e 
aplicação de um projeto visual. Aspectos metodológicos das 
interfaces contemporâneas da linguagem visual na educação 
básica. 
 
 
 
 
33 
 
 
Objetivo Geral 
Elaborar e desenvolver um projeto visual considerando as diferentes 
linguagens da arte contemporânea. 
 
Objetivos 
Objetivos Específicos 
 Realizar pesquisas de materiais visando à criatividade e à sustentabilidade 
na produção artística. 
 Pesquisar as especificidades de cada suporte da arte contemporânea. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
Introdução 
 
 
Vivemos numa sociedade que preza a comunicação e a informação, que 
ocorre de forma tão acelerada, sendo necessária a recriação de informações 
já ditas e re-elaboração de textos já escritos, dando a este uma nova 
perspectiva ou imitando-o para algum fim. Dessa forma, observa-se que a 
fusão de textos é comum e necessária. (BORGES, 2009) 
 
 
Caro(a) aluno(a), este livro-texto está dividido em quatro Unidades, nas quais serão 
tratadas as diferentes linguagens da arte, assim como a intertextualidade entre elas e a 
utilização de diferentes materiais e suportes. 
 
Na Unidade 1, serão discutidos os conceitos de intertextualidade e linguagens, tanto 
conceituais como artísticas. 
 
Na Unidade 2, serão discutidas as linguagens da arte, que compreendem várias 
categorias de expressão como Artes Visuais, Música, Dança, Teatro, além de outras 
manifestações artísticas, também conhecidas como Linguagens Híbridas, tais como 
fotografia, cinema, televisão, performance, arte digital, etc. 
 
Na Unidade 3, serão apresentados em um primeiro momento os materiais não 
convencionais, como líquidos e da natureza entre outros, além dos convencionais, como 
a tinta, o papel e o barro. Em um segundo momento, os suportes utilizados a partir da 
arte contemporânea considerados inusitados por fazerem uso da experimentação, como 
o corpo, os objetos do cotidiano e alguns materiais da natureza. 
 
Na Unidade 4, os estudantes, dentro das propostas pedagógicas, serão levados a 
compreender que é possível trabalhar com a intertextualidade entre as linguagens por 
meio dos territórios da arte. Conheceremos estes territórios, bem como sugestões de 
como trabalhar com eles. 
 
Bons estudos 
 
 
 
55 
 
 
 
 
66 
 
 
 
Unidade 1 
Unidade 1. Trabalhando Conceitos 
 
 
O ser humano que não conhece arte tem uma experiência de aprendizagem 
limitada, escapa-lhe a dimensão do sonho, da força comunicativa dos objetos 
à sua volta, da sonoridade instigante da poesia, das criações musicais, das 
cores e formas, dos gestos e luzes que buscam o sentido da vida. (PCN, 
1997) 
 
 
Quando se fala em Relações Intertextuais na Arte, torna-se primeiramente necessário 
compreender os conceitos que estão por trás deste assunto. As Artes se relacionam uma 
com as outras, dialogam; é neste sentido que iremos entender esta relação intertextual, 
isto é, o diálogo entre as artes. 
Nesta Unidade, apresentaremos as definições referentes às diferentes linguagens da arte 
e sua relação intertextual, o que discutiremos ao longo deste livro-texto. 
 
 
1.1 Intertextualidade 
 
A intertextualidade teve sua origem na Teoria Literária, na Década de 60, pela crítica 
literária Julia Kristeva. A autora afirmava que cada texto se constitui em um intertexto, 
isto é, numa sucessão de textos já escritos ou que ainda serão escritos (TURCO, 2009). 
Kristeva (1974, p. 64 apud
CEIA, 2011) conceitua intertextualidade explicando que 
“[...] todo texto se constrói como mosaico de citações, todo texto é absorção e 
transformação de um outro texto”. 
 
 
 
77 
 
Segundo Robert Stam (2000, apud, ZANI, 2003), Kristeva se baseou no Dialogismo de 
Mikahail Bakhtin na Década de 20, que entendia que é permitido se observar em 
qualquer texto ou discurso artístico um diálogo com outros textos e também com o 
público que o prestigia, valorizando a palavra como mediadora entre o social e o 
individual. 
Zani (2003) ainda afirma que existe uma relação entre a intertextualidade e a arte 
moderna brasileira. Para os modernistas brasileiros, como Mário de Andrade, tal relação 
era denominada antropofagia. 
A noção de “antropofagia” simplesmente reconhece a inevitabilidade da 
intertextualidade, para usar o termo de Kristeva, ou do “dialogismo”, para 
usar o de Bakhtin. O artista de uma cultura dominada não pode ignorar a 
presença estrangeira; é preciso que dialogue com ela, que a engula e a recicle 
de acordo com objetivos nacionais (STAM, 2000, p. 55 apud ZANI, 2003, p. 
123). 
As teorias de Bakhtin contribuíram não só nos campos da Teoria Literária e da 
Linguística, como também no campo das Artes (artistas da contemporaneidade) e 
Ciências Humanas. Para o cientista, uma imagem remete a outra imagem, um livro 
remete a outro livro, uma obra de arte remete a outra obra, e assim por diante, 
resultando em uma outra obra ou imagem ou um outro livro (KEHRWALD, 2009). 
Murilo Mendes, ao escrever sua Canção do Exílio no Século XX, usou como referência 
o texto de Gonçalves Dias do Século XIX (Quadro 1.1), isto é, há uma relação de 
intertextualidade entre as duas obras. 
 
 
 
 
88 
 
 
Quadro 1.1 - Intertextualidade entre Canção do Exílio de Gonçalves Dias e a de Murilo 
Mendes – Fonte: http://www.brasilescola.com/redacao/intertextualidade.htm - Acesso em 26 
dez. 2011 
 
Krisvera (2005, p.104 apud KEHRWALD, 2009, p. 102) aponta que no campo das 
artes, onde realizou diversas experiências em Artes Visuais, a linguagem poética é um 
diálogo de dois discursos, em que um texto estranho entra na rede da escrita, é 
absorvido, fazendo com que em um mesmo texto funcionem todos os textos lidos pelo 
leitor. 
Já Genette (2001, p.256 apud KEHRWALD, 2009, p. 105) comenta em seu livro A 
obra de arte: imanência e transcendência que identificar uma obra é diferente de 
 
 
 
99 
 
identificar um texto, pois depende do repertório do observador quanto ao universo da 
arte e sua apreciação crítica. 
A intertextualidade tem como destaque dois tipos: 
 Intertextualidade Explícita: e o tipo mais conhecido e ocorre quando no 
próprio texto é feita uma menção à fonte do intertexto, ou seja, quando o 
fragmento citado é atribuído diretamente a seu enunciador ou quando por meio 
da memória discursiva seu texto é reportado como já dito e por outros 
mencionados (TURCO, 2009, p. 1956). 
Ex: citações, referências, resumos, traduções, resenhas entre outros. 
 Intertextualidade Implícita: o produtor do texto espera que o leitor seja capaz 
de por meio de sua memória reconhecer nele a presença do intertexto, ou seja, 
remeter-se ao texto-fonte. Elas são retiradas de trechos de músicas populares 
conhecidas, bordões de programas de rádio ou TV, provérbios e frases feitas que 
geralmente estejam inseridas na memória coletiva da comunidade (TURCO, 
2009, p.1956). 
Ex: paráfrases e paródias entre outros. 
Segundo Borges (2009), ainda existem outros tipos de intertextualidade como a 
temática (textos com um tema comum), a estilística (quando o autor imita estilos ou 
variedades linguísticas), a intergenérica (relacionada ao gênero que exerce a função de 
outro produzindo diversos efeitos de sentido e dando ao texto certa flexibilidade) e a 
tipológica (ligada a elementos dêiticos que coordenam determinados tipos textuais em 
uma classe). 
Tomemos como exemplo a Paródia de Maurício de Sousa (Figura 1.2), que retrata os 
costumes do caipira do interior paulistano remetendo ao diálogo com a obra de Almeida 
Júnior (figura 1.1). Se as duas obras não estivessem lado a lado, por meio da memória 
reconheceríamos a presença do intertexto implícito. 
 
 
 
1100 
 
 
Figura 1.1 – Almeida Júnior - Caipira picando 
fumo (estudo), 1893 óleo sobre tela, c.i.d. 
70 x 50 cm 
Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo/Brasil 
Foto Eduardo Castanho/Itaú Cultural 
Fonte: 
http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclop
edia_IC/index.cfm?fuseaction=obra&cd_verbete=93
&cd_obra=936 – Acesso em 26 dez. 2011 
 
 
 
 
Figura 1.2 – Paródia - Chico tirando palha do milho 
- Quadro Caipira Picando Fumo, de Almeida Júnior. 
Fonte: http://pitaquinhos.blogspot.com/2008/02/dica-
de-livro-para-iniciar-semana.html 
Acesso em 26 dez. 2011 
 
Nas Artes Visuais, os diálogos entre textos ocorrem sob várias formas e denominações 
e, segundo Zani (2003), o escritor para construir um texto faz uso de três processos: 
citação, alusão e estilização. 
 Citação: confirma ou altera o sentido do discurso mencionado. É um elemento 
dentro do outro, como no teatro que cita as Artes Plásticas, no cinema que 
recorre ao teatro e nas Artes Plásticas que cita a própria História da Arte. 
 Alusão: é uma construção que reproduz a ideia central de algo já discursado, 
isto é, um discurso já conhecido do público em geral. 
 Estilização: reproduz os elementos de um discurso já existente, como uma 
reprodução estilística do conteúdo formal ou textual, com o intuito de re-estilizá-
lo. 
 
 
 
1111 
 
 
 
 
Figura 1.3 – Charge de O Grito de Edvard Munch – Amâncio 
Disponível em: http://www.casadehistoria.com.br/galerias-de-imagens/charges/ficha-limpa 
Acesso em: 25 dez. 2011 
Segundo Kehrwald (2009), a intertextualidade se dá, tanto na produção como na 
recepção da grande rede cultural, de que todos participam. A intertextualidade pode ser 
nomeada de diversas formas como a paródia, paráfrases, entre outros que serão vistos a 
seguir. 
 
1.1.1 - Paródia 
É uma linguagem que transgride o convencional, aproxima-se do deboche e, segundo 
Ferreira (2008), é uma imitação cômica e burlesca de uma composição literária. 
A paródia já existia na antiga Grécia, porém, seu uso foi intensificado a partir dos 
movimentos de vanguarda da segunda metade do Século XIX e início do século XX, 
com o Futurismo e o Dadaísmo (HUTCHEON, 1995 apud KEHRWALD, 2009, p. 108). 
Para a autora, a interpretação exige mais do que somente o texto e o receptor. O texto 
tem um contexto, promove uma mudança entre aquele que aprecia e aquele que produz, 
modificando o conceito de obra única e fechada, tornando-se um texto plural e aberto. 
 
 
 
 
1122 
 
 
 
 
Figura 1.4 – Pietá – Michelangelo 
Disponível em: 
http://rquadrinhos.blogspot.com/2011/04/i
magens-crista-no-universo-dos.html 
Acesso em 25 dez. 2011 
 
 
 
 
Figura 1.5 – Pietá - Sam Taylor- Wood, 2008 
Disponível em: 
http://wwwdosublime.blogspot.com/2009_11_0
1_archive.html 
Acesso em: 25 dez. 2011 
Segundo Kehrwald (2009), existe uma confrontação estilística, uma recodificação 
moderna estabelecendo a diferença no coração da semelhança, em que o diálogo entre a 
charge (figura 1.3) e a obra O Grito gera um novo texto, convocando um olhar, 
alterando os sentidos, substituindo elementos dentro do texto. 
A autora explica ainda que na paródia o texto resultante fica numa relação inversa ou 
incongruente com o texto que lhe serve de inspiração. 
Para Sant’Anna (1985, p. 28) falar de paródia é falar de intertextualidade das diferenças.
1.1.2 - Paráfrase 
Está próxima da cópia, da imitação; segundo Sant’Anna (1985, p.28), a paráfrase é 
como uma intertextualidade das semelhanças (figuras 1.4 e 1.5). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1133 
 
 
1.1.3 Estilização 
É um artifício para chegar a um resultado, com a finalidade de simplificar, sintetizar 
(SANT’ANNA, 1985). 
 
 
 
 
 
 
 
 
A figura 1.6 constitui um exemplo de figura estilizada/simplificada e com contornos 
indefinidos. 
 
 
1.1.4 Apropriação 
 Surgiu com as experiências Dadaístas – caracterizadas pela apropriação de objetos do 
cotidiano, seguida de sua reapresentação em outro espaço – a partir de 1916 e nos anos 
60; este conceito retorna com a pop art, que se apropria de objetos da sociedade 
industrial (KEHRWALD, 2009). 
 
Segundo a autora, a apropriação é uma espécie de plágio, visto que o sujeito não cria 
sua obra, mas sim se apodera de uma já existente. 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.6 - Elvis Presley estilizado para anúncio da Bose 
Disponível em: http://www.gizmodo.com.br/conteudo/elvis-
estilizado-em-anuncio-da-bose/ 
Acesso em: 26 dez. 2011 
 
 
 
1144 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.1.5 Citação 
Segundo Barbosa (1975), é a produção que se alimenta de imagens de outros artistas. 
Os objetos do cotidiano podem se inter-relacionar com a arte, com um olhar crítico e 
intertextual. 
 
 
 
Figura 1.7 - A Fonte - Marcel Duchamp 
Disponível em: 
http://tamiresmazin.wordpress.com/2010/09/25/
38/ 
Acesso em: 25 dez. 2011 
 
 
 
 
 
Figura 1.8 - Roda de Bicicleta - Marcel 
Duchamp 
Disponível em: 
http://tamiresmazin.wordpress.com/2010/09/25/
38/ 
Acesso em: 25 dez. 2011 
 
 
 
Figura 1.9 - Sopas Campbells - Andy Warhol 
Disponível em: 
http://pinturasfamosass.blogspot.com/2010/07/an
dy-warhol.html 
Acesso em: 25 dez. 2011 
 
 
 
1155 
 
A citação se distingue da imitação, na medida em que se constitui em um ato crítico, 
deliberado e conscientemente assumido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.1.6 Releitura 
É o processo de produção de um trabalho em qualquer das modalidades da arte, tendo 
como ponto de partida o estudo de uma obra de arte (KEHRWALD, 2009, p.125). 
Segundo a autora, nas escolas a releitura é observar, interpretar o texto e produzir um 
trabalho artístico que tenha relação com a imagem, como a escultura abaixo de Batman 
e Super Homem que é uma releitura de “A Criação do Mundo”, de Michelangelo. 
 
 
Figura 1.10- A Criação do Homem – Michelangelo 
Disponível em: http://historiacolegiao.wordpress.com/2010/03/23/origens-da-humanidade/ 
Acesso em 25 dez. 2011 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.11 - Capa Revista Época de 11 out 2010 
Disponível em: 
 http://esteticaarte2009.blogspot.com/ Acesso em: 
25 dez 2011 
 
 
 
 
1166 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A intertextualidade faz parte do nosso cotidiano, do que lemos, falamos, pensamos e 
cantamos. Para entender a relação intertextual com a arte e suas linguagens, veremos a 
seguir o conceito de linguagem e sua importância para o homem e para o mundo. 
 
1.2 Linguagens 
A intertextualidade contribui para a difusão da cultura, quando permite o diálogo entre 
as linguagens verbais e não-verbais. Quando falo em linguagem verbal, refiro-me a um 
texto, uma carta, uma reportagem de jornal entre outros. Já a linguagem não-verbal 
está ligada a uma imagem, um vídeo, uma música, uma dança e placas de sinalização 
entre outros. A linguagem também pode ser verbal e não-verbal ao mesmo tempo, como 
nos cartazes de publicidade, nas histórias em quadrinhos e as charges. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.12 - Modern Heroes – Escultura de Mauro Perucchetti 
Disponível em: http://mais1bg.blogspot.com/2010/11/artista-cria-escultura-com-batman-e.html 
Acesso em 25 dez. 2011 
 
Figura 13- Capa Revista Veja – Linguagem Verbal e não-verbal 
Disponível em: http://www.lago.com.br/vitoria_regia/portugues/pr_pag.htm 
Acesso em: 14 jan 20111 
 
 
 
1177 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A linguagem permeia o conhecimento e as formas de conhecer, o pensamento 
e as formas de pensar, a comunicação e os modos de comunicar, a ação e os 
modos de agir. Ela é a roda inventada que movimenta o homem e é 
movimentada pelo homem. Produto e produção cultural nascida por força das 
práticas sociais, a linguagem é humana e, tal como o homem, destaca-se pelo 
seu caráter criativo, contraditório, pluridimensional, múltiplo e singular, a um 
só tempo (PCNEM, 2002, p. 125). 
 
Desde que o mundo existe, sabemos que a arte está presente como forma de registrar o 
que está na mente e na alma do ser humano, assim como a linguagem. Segundo 
Gombrich (1999) “ignoramos como a arte começou, tanto quanto desconhecemos como 
teve início a linguagem”. 
A arte é inerente ao homem, faz parte do ser e do sentir-se humano, é patrimônio 
cultural da humanidade. Assim, se arte é linguagem, permite/obriga a leitura e a 
produção de textos: sonoros, visuais, gestuais, corporais, audiovisuais entre outros 
(GUERRA, 2010, p.12). 
 
Figura 1.14 – Semáforo - Linguagem 
não-verbal 
Disponível em: 
http://www.infoescola.com/comunicacao
/linguagem-verbal-e-nao-verbal/ - 
Acesso: 26 dez 2011 
 
Figura 1.15 - Abapuru – Tarsilia 
doAmaral – Linguagem não-verbal na 
pintura 
Disponível em: 
http://www.infoescola.com/comunicacao
/linguagem-verbal-e-nao- / Acesso: 26 
dez 2011 
 
 
 
1188 
 
O termo Linguagem possui diversos sentidos e para Ferreira (2008) é a formação de 
palavras pelo uso da voz e outros sons que se articulam, é a comunicação entre pessoas. 
A forma de expressão pela linguagem, ou pela sua representação escrita, e que é própria 
de um indivíduo, grupo, classe etc. 
A linguagem também é: 
Um instrumento com o qual os seres humanos podem se desligar 
parcialmente da experiência corrente e recordar, evocar, imaginar, jogar, 
simular. Assim eles decolam para outros lugares, outros momentos e outros 
mundos. Não devemos esses poderes às línguas, mas igualmente às 
linguagens plásticas, visuais, musicais, matemática, etc. (LÉVY, 1996 apud 
MARTINS, PICOSQUE e GUERRA, 1998, p. 41). 
Portanto, cada pessoa possui sua linguagem, que é constituída por códigos e signos que 
transmitem significados e, sendo a arte uma linguagem, ela é também uma palavra que 
fala e transmite mensagens. 
Pintura, escultura, gravura e desenho eram considerados linguagens da arte, porém, com 
a Revolução Industrial, assistimos a uma multiplicação de códigos e a fundação de 
novas linguagens como o cinema, cartaz, fotografia, televisão e propaganda entre outros 
(CARAMELLA, 1998). 
A autora ainda fala que a ciência de toda a linguagem é a semiótica, que se ocupa do 
signo enquanto representação do objeto e do intérprete como elemento essencial do 
conhecimento. 
Para a semiótica ou lógica da linguagem, conhecer os limites/inter-relações 
de uma linguagem implica conhecer as possibilidades lógicas e analógicas de 
associações sígnicas. Acontece, porém, que uma linguagem não se esgota 
nela mesma. [...] o significado de uma linguagem é sempre outra linguagem, 
dado que uma linguagem não se satura nela mesma (CARAMELLA, 1998, 
p.76). 
 
Azevedo Junior (2007) explica que a comunicação
humana, enquanto perpetuação do 
conhecimento, é entendida como uma troca de informações (estímulos, imagens, 
símbolos, mensagens) possibilitada por um conjunto de regras explícitas ou implícitas, 
chamado de código. 
 
 
 
1199 
 
Para o autor existem vários tipos de símbolos ordenados pela linguagem sendo que estas 
podem ser conceituas ou visuais. 
 Linguagem Conceitual 
É a linguagem oral e escrita, isto é, formada por textos denotativos (não codificados) e 
objetivos. Ex: Língua Portuguesa. 
 Linguagem Visual 
A linguagem visual é simbólica, isto é, conotativa. Ex: Artes Visuais, música, dança 
teatro e outras manifestações artísticas como o cinema, televisão, propaganda entre 
outros. 
Ela pode ser reduzida aos elementos básicos como ponto, linha, forma, textura, 
dimensão, linha entre outros, porém não serão discutidos neste livro-texto. 
Veremos a seguir o conceito de algumas linguagens visuais que serão mais detalhadas 
no decorrer deste livro-texto: 
 
1.2.1 Artes Visuais 
As artes visuais, além das formas tradicionais como a pintura, a escultura, o desenho e a 
gravura, incluem outras manifestações artísticas que resultam dos avanços tecnológicos 
e transformações estéticas do século XX, como fotografia, moda, artes gráficas, cinema, 
televisão, vídeo, computação, performance, holografia entre outros ( BRASIL, 1997). 
No início era conhecida como Artes Plásticas; ganha nova dimensão, sendo denominada 
como Artes Visuais: 
Integram o círculo das Artes Visuais aquelas formas de expressão artística 
que, tendo como centro a visualidade, gerem – por quaisquer instrumentos e 
ou técnicas – imagens, objetos e ações (materiais ou virtuais) apreensíveis, 
necessariamente, através do sentido da visão, podendo ser ampliado a outros 
sentidos. Partindo desse centro, o círculo se expande, agregando suas 
diversas manifestações, até que a circunferência das Artes Visuais alcance (e 
interpenetre) outros círculos das artes, centrados por outros valores, gerando 
zonas de intersecção que abrigam manifestações mistas, que não deixam de 
ser “visuais”, mas obedecem, com igual ou maior ênfase, a outras lógicas. 
 
 
 
2200 
 
Este círculo e suas intersecções compõem o campo das Artes Visuais 
(FUNARTE, 2006, p.14). 
 
Segundo a Funarte (2006), as Artes Visuais estão presentes em todas as dimensões de 
nossa existência, desde os objetos que nos circundam, nas paredes, nas ruas, enfim em 
todos os espaços. Ela consegue fazer uma espécie de inter-relação entre o sujeito e o seu 
ambiente, não ficando apenas resumida a objetos palpáveis. Enfim, ela envolve um 
universo ilimitado desde os primórdios do mundo até os dias de hoje. 
As imagens visuais estão presentes no nosso cotidiano, até mesmo quando estamos de 
olhos fechados. Somos produtores, decodificadores e intérpretes de imagens e o mundo 
contemporâneo nos oferece estas imagens com uma velocidade alucinante. O homem, 
para se comunicar, utiliza-se de signos, sendo as Artes Visuais um destes símbolos. 
Veremos em outra Unidade deste livro-texto um pouco mais sobre as Artes Visuais e a 
relação intertextual com as outras linguagens na arte. 
 
1.2.2 Música 
Segundo Ferreira (2008), música é a Arte e ciência de combinar os sons de modo 
agradável ao ouvido. 
Para Cage (1985), a música não é só uma técnica de compor sons (e silêncios): 
[...] mas um meio de refletir e de abrir a cabeça do ouvinte para a música [...] 
com sua recusa a qualquer pré-determinação em música, propõe o 
imprevisível como lema, um exercício de liberdade que ela gostaria de ver 
estendido à própria vida, pois “tudo o que fazemos” (todos os sons, ruídos e 
não sons incluídos) é música (CAGE, 1985, p.5). 
 
Porém, Jeandot (1993) completa que: 
A música é estreitamente vinculada às emoções, através das quais os homens 
se comunicam entre si e com os cosmos. Expressa aspectos psicológicos, 
abstratos, diferentemente do pensamento conceitual. É uma linguagem 
universal, com muitos dialetos que variam de cultura para cultura 
(JEANDOT, 1993, p.12). 
 
 
 
 
2211 
 
O ser humano, mesmo antes do seu nascimento, encontra-se imerso em um mundo de sons e 
silêncios que são a matéria prima da linguagem musical, presente em todas as culturas 
existentes no planeta e de maneira absoluta na contemporaneidade (CAZNOK, 2010). A 
música faz parte da vida do ser humano. Existe um diálogo (intertextualidade) entre ela 
e a sociedade humana, portanto, música é linguagem. 
 
 
1.2.3 Dança 
A dança é fruto da necessidade de expressão do homem e é uma das formas de 
linguagem corporal elaborada pelas sociedades ao longo da história. É através da dança 
que o corpo comunica emoções e sentimentos. 
Desde os homens das cavernas o homem dança, porém por razões diferentes, que vão 
desde práticas religiosas até a necessidade de se comunicar ou de lutar por seus ideais. 
Ela fala com o corpo, não depende de palavras e constrói significados na vida das 
pessoas (COLL e TEBEROSKY, 2002). Para Rangel (2010): 
 
Dança é área de conhecimento, um modo cognitivo de se relacionar com o 
mundo, de entendê-lo e senti-lo. O corpo que dança deve ser entendido como 
uma relação física, emocional e intelectual, que capta e transmite 
informações em um processo de comunicação constante com o ambiente, 
com o próprio corpo, com outros corpos. Mente e corpo não se dissociam: a 
experiência do corpo que dança não é separada de pensamentos, idéias. A 
experiência corporal é a base primeira do que podemos dizer, pensar, 
comunicar (RANGEL, 2010, p.61). 
 
Ela não está restrita apenas ao aprendizado de passos e entretenimento. Ela é pensada 
como Arte. Esta forma de expressão possibilita o reconhecimento de diferentes culturas, 
fazendo com que esta linguagem corporal dialogue consigo mesmo, com os outros e 
com a sociedade. 
 
 
 
 
 
2222 
 
1.2.4 Teatro 
É a arte de o homem representar, com diferentes histórias escritas por autores, nas quais 
atores interpretam diferentes papéis diante de um público em um local construído 
especialmente para isso (COLL e TEBEROSKY, 2002). É uma arte que usa como 
instrumento sua voz, seus movimentos, suas emoções e como combustível o aplauso da 
plateia. 
Segundo Guerra (2010), o Teatro permite a reflexão sobre os conflitos, medos e 
angústias da vida contemporânea. Como todas as outras linguagens da Arte, esta 
também é uma área de conhecimento que socializa, compartilha, dialoga, tolera, 
argumenta, respeita, enfim, faz com que o homem se reconheça ao mesmo tempo único 
e universal, e que respeite as diferenças, penetrando em novos mundos de cultura e de 
possibilidades. Hoje o teatro é visto como um sistema de significação com vários 
códigos, como gestualidade, cenário, figurino, iluminação entre outros. 
 
1.2.5 Linguagens Híbridas 
Além das formas tradicionais de linguagens como as citadas anteriormente, existem 
também outras linguagens que surgiram com a contemporaneidade. Nelas, a presença 
constante da materialidade, efemeridade, desmaterialização, virtualidade, visibilidade, 
encontradas em vários tipos de suportes, sugerem uma reflexão sobre os territórios da 
arte, desde a arte urbana que trabalha diretamente com os espaços públicos, os lugares 
afetivos e sensoriais e os não-lugares entre outros (WANNER et al, 2010). 
Carvalho (2009) afirma que a Arte Contemporânea, além de ser caracterizada como 
uma arte Híbrida, é marcada pela miscigenação de práticas e conceitos que apontam 
para a reestruturação das relações entre observadores e imagens. 
Todas as linguagens que necessariamente não têm como base o desenho e a pintura, 
podemos dizer que
são linguagens híbridas, pois misturam duas ou mais linguagens. 
 
 
 
 
 
2233 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Segundo Santaella (2005), as linguagens híbridas podem ser divididas em: 
 Verbal-visual: gesto, mímica, dança, performance, happening; 
 Verbal-sonoro: canto, literatura oral, poesia sonora, rádio; 
 Visual-sonoro: arquitetura, dança, computação gráfica; 
 Visual-verbal: escritura, poesia, publicidade impressa, charge, poesia visual; jornal; 
enciclopédia; 
 Sonoro-verbal: canção; 
 Sonoro-visual: música instalação, teatro experimental, vídeo, vídeo dança; 
 Sonoro-verbal-visual: circo, teatro, ópera, cinema, TV, hipermídia. 
 
Na próxima Unidade, discutiremos sobre as linguagens tradicionais da arte e algumas 
linguagens híbridas, que segundo alguns autores também podem ser consideradas 
manifestações artísticas. 
 
 
 
 
Figura 1.16 - Vídeo sobre imagem adesiva de Eriel Araújo, Victor Venas e 
Melquiades José de Araújo Neto – Arte Híbrida 
Disponível em: http://grupoartehibrida.blogspot.com/2010/06/video-sobre-
imagem-adesivada-eriel.html 
Acesso em: 09 jan 2012 
 
 
 
 
 
2244 
 
1.3 Síntese da Unidade 
Nesta Unidade, discutimos sobre alguns conceitos de intertextualidade, das linguagens e 
sua relação com a arte. 
 
1.4 Atividades 
 
 
1- Observe em sua cidade as imagens de sinais de trânsito e placas, liste aquelas cujo 
significado você consegue identificar e responda as perguntas abaixo: 
 Você prefere se comunicar por meio oral ou escrito? 
 Você acha que os meios de comunicação que só usam imagens são mais fáceis de 
serem compreendidos do que os que utilizam somente a escrita? Justifique sua 
resposta. 
 Você identifica rapidamente e consegue compreender o significado de todas as 
imagens que observa em cartazes, outdoors ou muros? 
 O que é comunicação? O que é linguagem? 
 
2- A intertextualidade pode ser percebida de diversas formas. Escolha uma obra de arte 
e procure fazer uma pequena intervenção resultando em uma Paródia, Paráfrase, 
Apropriação, Estilização, Citação e Releitura. Pode usar qualquer suporte ou material 
para a execução do exercício. Lembre-se de que deverá elaborar várias cópias da mesma 
imagem. 
 
1.5 Para saber mais 
 
Filmes 
 
 Deu a louca na Chapeuzinho Vermelho. Duração: 80 min. Ano: 2005. 
Gênero: Animação-Comédia. Sinopse: Animação que faz uma sátira 
 
 
 
2255 
 
(intertextualidade) da clássica história da garotinha conhecida como 
Chapeuzinho Vermelho. O filme começa pelo final. Aqui, policiais do reino 
animal investigam a casa da vovozinha, uma garota, um lobo e um machado 
suspeito. As acusações são várias: invasão de domicílio, distúrbio da paz, 
intenção de comer e carregar um machado sem permissão. 
Livros 
 
 
 BRAIT, B. (Org.) Bakhtin, dialogismo e construção de sentido. 2 ed. 
Campinas-SP: Editora da Unicamp, 2005. 
 
 CALABRESE, O. A linguagem da arte. Rio de Janeiro: Globo, 2002 
 
 SCHAFER, R.M. O ouvido pensante. São Paulo:UNESP, 2000. 
 
 
Sites 
Os links abaixo sugeridos são de vídeos que apresentam como tema básico a 
intertextualidade: 
 Intertextualidade na pintura: 
http://www.youtube.com/watch?v=BQIYmU7rclA&feature=related 
 Tipos de intertextualidades: 
 http://www.youtube.com/watch?v=i2-MOahuiIM&feature=related 
 Intertextualidade: 
 http://www.youtube.com/watch?v=4JycSG17KQw&feature=related 
 Maurício de Sousa faz paródias de obras de arte famosas em “História em 
Quadrões”- http://www.monica.com.br/mural/alcance.htm 
 
 
 
 
 
2266 
 
 
 
Unidade 2 
As Linguagens da Arte 
 
Quando falamos em arte como linguagem, pensamos em dança, teatro, música e artes 
visuais que se ramificam em escultura, gravura, pintura e desenho. Porém, cada 
linguagem da arte tem seu código e se pensarmos então em arte contemporânea fica 
ainda mais difícil distinguir nela as divisões citadas, pois muitas obras podem ser ao 
mesmo tempo, por exemplo, uma pintura, uma instalação, uma dança e até mesmo uma 
música. 
É por isso que hoje falamos de linguagens híbridas, sem desmerecer as outras 
linguagens. Existe um diálogo entre elas que podemos denominar de intertextualidade, 
pois o que importa neste momento é o significado que a obra quer transmitir, seja qual 
for a linguagem escolhida. 
Portanto, abordaremos nesta Unidade, além das linguagens tradicionais, também as 
linguagens híbridas. 
 
2.1 Artes Visuais 
 
Vivemos em um mundo visual e com muitos estímulos visuais. As imagens são partes 
do cotidiano e é preciso que saibamos ler a obra de arte para poder atribuir-lhe sentidos 
(PEREIRA, 2007). 
As artes visuais, sendo uma linguagem, promovem este estímulo e fazem com que ela 
dialogue com as outras artes. 
 
 
 
 
2277 
 
2.1.1 Breve histórico das Artes Visuais 
 
A história das Artes Visuais segue a mesma cronologia da História da Arte, porém, 
abordaremos apenas a arte contemporânea que faz parte da ementa deste livro-texto. 
Fonseca (2007) afirma que para compreendermos o conceito de Arte Contemporânea é 
preciso saber identificar os movimentos artísticos na arte ocidental e as transformações 
provocadas por eles na produção artística de cada época histórica, do renascimento ao 
moderno e consequentemente ao pós-moderno. 
Segundo a autora, a Arte Contemporânea é aquela que propõe um novo sobre o novo 
proposto pela Arte Moderna, ou seja, experimenta novas técnicas, suportes e 
manifestações na atualidade. Ela está em desenvolvimento, em construção e em 
formação. 
 
2.1.2 Artes Visuais na Escola 
 
O ensino das Artes Visuais nas escolas sofre há décadas de uma falta de compreensão 
do real significado desses saberes na educação. As aulas têm sido usadas como 
momentos para elaboração de objetos de decoração de salas e corredores, execução de 
cartazes, preparação de festas comemorativas, sem falar dos inúmeros desenhos 
mimeografados, presentinhos para o dia das mães entre outros – tudo em nome da 
“Arte”. 
Segundo Guerra (2010), o que se pretende hoje é um ensino de Arte visto como área de 
conhecimento e linguagem, com objetivos próprios, isto é, artísticos e estéticos, e com o 
dever de formar produtores e leitores competentes nos códigos visuais. 
A autora ainda afirma que o aluno deve aprender a operar com os códigos da linguagem 
visual, conhecer o universo dos elementos das artes visuais (ponto, linha, cores, forma, 
luzes, volumes etc.), desenhar, pintar e esculpir; ou seja, além da produção/criação 
também é fundamental a reflexão sobre as Artes Visuais como produto de uma época, 
de uma cultura, de um povo. 
A escola deve também permitir ao aluno relacionar a obra de arte com a história, com a 
política, religião, cultura, filosofia, assim como estimular, por meio das imagens do 
passado e da produção contemporânea, um olhar sensível e a construção de significados. 
 
 
 
2288 
 
Pereira (2007) esclarece que na sala de aula as propostas para trabalhos com artes 
visuais devem fazer uso de diferentes linguagens, não privilegiando apenas o desenho e 
a pintura. As formas contemporâneas que saem do papel, tais como objetos, instalações 
e assemblagens, também fazem parte da grande área das visualidades e possibilitam 
uma maior liberdade de criação. 
Portanto, os conteúdos de artes visuais devem estar centrados na produção e a 
observação artística visual, em espaços diversos, por meio das manifestações artísticas. 
 
2.2 Música 
 
Para que serve a Música? Por que temos que estudar música? Ela mexe com as pessoas. 
Provoca emoções. Faz parte
de nossas vidas, dos acontecimentos mais marcantes. 
A Lei Federal 11.769/2008 altera a Lei 9.394/1996, tornando obrigatório o ensino de 
música na educação básica. Hentschke et al (2006) mencionam que a música, na Grécia 
antiga, já tinha função educativa e era considerada uma importante ferramenta para a 
formação de crianças e jovens, contribuindo para a socialização; o desenvolvimento 
intelectual, estético e afetivo; assim como para a construção de valores pessoais e 
sociais. 
A música é uma linguagem que possibilita ao ser humano criar, expressar-se, conhecer e 
até transformar a realidade; todavia, para se apropriar dessa linguagem é necessário que 
seus sentidos sejam educados, formados e sensibilizados, a fim de que sua percepção 
sobre o mundo musical seja ampla e ele possa apreciar inúmeras manifestações musicais 
e criar suas próprias músicas (TAVARES e CIT, 2009). 
Para Granja (2006, p.56), linguagem é qualquer tipo de sistema de signos que produza 
algum sentido para o ser humano. Portanto, a semiótica (ciência que estuda os diferentes 
tipos de linguagem) não se restringe às linguagens verbais ou simbólicas, englobando 
uma ampla gama de linguagens. É um tipo de linguagem com signos próprios, cujo 
entendimento não passa necessariamente pelo crivo do verbal. 
A linguagem é forma mais apta para promover a aproximação entre o percebido e a 
percepção, ou, dito de outra forma, entre a sensação e a interpretação conceitual. Ela 
fala diretamente aos sentidos e, por essa razão, está intimamente ligada à percepção. 
Trata-se de uma percepção elaborada e complexa, envolvendo uma enorme gama de 
 
 
 
2299 
 
recursos cognitivos. Importante notar que os animais ouvem tão bem quanto os homens, 
mas somente estes podem atribuir significado aos sons, em particular àqueles que 
chamamos música. 
Quando se fala de música como função educativa, não se está pensando em um 
aprendizado musical para a formação de músico, mas sim no desenvolvimento do gosto 
pela música e da criatividade, da coordenação motora, da lateralidade, da lógica, da 
estética e da socialização entre outros. 
A música tem uma relação intertextual muito grande com o corpo, pois é impossível 
escutar qualquer tipo de música sem fazer qualquer movimento. Segundo Granja 
(2006), existe uma forte relação entre a pulsação rítmica da música e os ritmos corporais 
como respiração, batimento cardíaco, piscar de olhos etc. A dança é, de certa forma, a 
expressão corporal da música; podemos citar como exemplo a capoeira e o maracatu. 
 
2.2.1 Breve relato histórico da Educação Musical no Brasil 
 
A educação, bem compreendida, não é apenas uma preparação para a vida; 
ela própria é uma manifestação permanente e harmoniosa da vida. Assim 
deveria ser com todos os estudos artísticos e, particularmente, com a 
educação musical, que recorre à maioria das principais faculdades do ser 
humano (WILLEMS, 1970 apud LOUREIRO, 2001, p.108). 
 
A história da Música e da Educação Musical existe desde a criação do homem, porém 
foi se modificando ao longo do tempo. É na primeira metade do Século XX que surgem 
métodos para auxiliar no ensino da música, modificando o jeito de ensiná-la. 
A maioria dos métodos de música empregados na primeira metade do Século XX – a 
Dalcroze, Orff, Kodály, Willems, Suzuki – preocupou-se em estimular e desenvolver a 
capacidade criadora da criança. No entanto, hoje o educando tem total liberdade para 
explorar e descobrir suas próprias formas de expressão, suas próprias regras de jogo, 
novos materiais e até técnicas e estilos. 
Na segunda metade do Século XX surgem novas propostas para educadores musicais 
como George Self, John Payter, Murray Schafer, Hans-Joachin Koellreutter, que 
buscaram libertar-se dos métodos em seu sentido tradicional. Entretanto, tanto a 
primeira quanto a segunda metade do século XX, cada uma com suas características, 
 
 
 
3300 
 
enfatizaram a permanente construção do aprendizado, a busca de novos materiais 
sonoros e a utilização da música de vanguarda (VALIENGO, 2005). 
O Brasil após seu descobrimento ficou marcado pela educação musical introduzida 
pelos Jesuítas, com a finalidade de catequizar os Índios. Outro momento marcante foi a 
Semana de Arte Moderna de 1922, quando Mario de Andrade reflete sobre as relações 
da música com as Artes Visuais e Literárias e com a História do Brasil. Nesse contexto 
surge Heitor Villa-Lobos, introduzindo o Canto Orfeônico nas escolas, tendo como 
tema o folclore brasileiro (LOUREIRO, 2001). 
Com a queda de Vargas e o fim do Estado Novo, surge uma nova forma de ensinar, 
fundindo as diversas linguagens artísticas num todo e não apenas Canto Orfeônico. 
Nos anos 60 e 70, as artes rompem com a tradição modificando o processo de “fazer 
arte”, surgindo a Educação Artística, em que a música passa a ser considerada como 
uma entre as diversas formas de expressão artística. Todavia, gradativamente a música 
foi sendo excluída do conteúdo escolar, resumindo-se apenas a festas comemorativas 
entre outras ocasiões afins. 
A Lei 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) organiza o sistema escolar no 
Brasil com os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais). Entretanto, a educação 
musical foi inserida nas Artes de maneira equivocada; disso resultaram muitos anos de 
prática educacional no interior de nossas escolas com aspecto e função de atividade 
descartável (LOUREIRO, 2001). 
Com a promulgação da Lei 11.769/2008, essa situação se alterou. Todavia, de nada 
adiantará se o educador que for musicalizar a turma não tiver um bom entendimento dos 
objetivos desta proposta e da importância da música na formação da criança. 
 
2.2.2 Musicalização 
 
O objetivo específico da educação musical é “musicalizar”, ou seja, tornar o indivíduo 
sensível e receptivo ao fenômeno sonoro, promovendo nele, ao mesmo tempo, respostas 
de índole musical (GAINZA, 1988). 
Para compreender a importância da musicalização, primeiramente temos que entender a 
teoria das Inteligências Múltiplas de Howard Gardner – em número de sete; uma delas é 
a Inteligência Musical. 
 
 
 
3311 
 
Segundo Gardner (1995, p.21 apud FERRARI, 2012), as Inteligências Múltiplas são um 
conjunto de habilidades, chamadas de inteligências, que cada pessoa possui em grau e 
em combinações diferentes. A inteligência musical se caracteriza pela habilidade para 
reconhecer sons e ritmos, pelo gosto de cantar ou de tocar um instrumento musical; 
pode estar relacionada também ao interesse por vários tipos de artes, como dança e 
teatro entre outras. 
Ferrari (2012) afirma que a importância da música para o desenvolvimento do cérebro 
está cientificamente comprovada, sendo que ela estimula áreas do cérebro, facilitando o 
aprendizado. 
Para musicalizar, o educador pode fazer uso dos jogos musicais “não competitivos”, que 
serão discutidos na quarta Unidade deste livro-texto, dentro dos projetos educacionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.3 Dança 
 
Desde o início das civilizações, homens e mulheres se expressam através de 
movimentos corporais, interagindo com o mundo. Sendo considerada uma linguagem, 
CURIOSIDADE 
 
Desvendando a mente humana 
 
Os anos 1990 ficaram conhecidos como a década do cérebro graças aos 
novos procedimentos de visualização do interior do corpo humano e, 
principalmente, ao grande número de estudos desafiadores sobre o 
assunto. "A teoria das inteligências múltiplas não poderia ter ganho as 
mesmas diversidade e dimensão sem as admiráveis conquistas das 
ciências da cognição nesse período", diz Celso Antunes. Alguns dos 
cientistas que mais contribuições
trouxeram à área foram António Damasio, 
Oliver Sacks, Joseph LeDoux e Steven Pinker. Entre as descobertas 
recentes que contrariam crenças antigas estão a de que o cérebro mantém 
o potencial de evolução durante toda a vida e que funções de regiões 
lesionadas podem ser assumidas por outras, se estimuladas. Apesar dos 
avanços, a mente humana continua a ser um vasto território a explorar. A 
intensificação das pesquisas faz prever muitas novidades para os próximos 
anos. 
FONTE: Revista nova escola. Disponível em: 
http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/cientista-inteligencias-
multiplas-423312.shtml?page=2 - Acesso em 01 jan 2012. 
 
 
 
 
3322 
 
difere de outras como a música, uma vez que esta se expressa por sons e silêncio e 
aquela pelo movimento. A dança é também intertextual, pois dialoga com as outras 
artes. 
A dança está interligada ao corpo, mostra-nos as cores e as formas e leva-nos a tocar em 
algo para poder conhecê-lo, mostra-nos as sensações. Portanto, não é possível separar 
conceitos abstratos, ideias e/ou pensamentos, da experiência corporal; ela é a base 
primeira do que podemos dizer pensar e comunicar (RENGEL, 2006). 
Segundo Rengel (2006), a dança dialoga com as diversidades culturais e ensina a 
respeitar as diferenças. É a linguagem do movimento ou Arte do Movimento (termo 
criado por Rudolf Laban, mencionado adiante), sendo uma de suas funções acabar com 
o distanciamento entre o aprendizado intelectual e o aprendizado motor. 
 
2.3.1 Breve histórico da Dança 
 
Uma das atividades físicas mais significativas para o homem antigo foi a 
dança. Utilizada como forma de exibir suas qualidades físicas e de expressar 
os seus sentimentos, era praticada por todos os povos, desde o paleolítico 
superior (60.000 a.C.) (OLIVEIRA, 2001, p.14). 
 
É difícil determinar o surgimento da dança, mas a arqueologia indica sua origem ligada 
a cerimônias religiosas. Não vamos neste livro-texto discutir a linha do tempo da dança 
e sim a classificação de acordo com Faro (2001), pela qual a dança está dividida em três 
formas distintas: étnica, folclórica e teatral: 
 Dança e etnia: danças provindas de determinados grupos étnicos; para a igreja 
católica, a dança era considerada pecado, profana. 
 Dança folclórica: são as danças tradicionais que não foram teatralizadas, como os 
reels da Escócia ou as danças regionais da Espanha (Andaluzia, Navarra, Viscaya). 
 Dança teatral: nasceu como privilégio de uma nobreza fútil, que encontrava em 
faustosos espetáculos uma forma de preencher o vazio de sua existência. Cem anos 
depois, durante o reinado de Luís XVI, a dança ganhou incremento. 
 
 
 
 
3333 
 
Faro (2001) ainda menciona que a dança folclórica apesar de ser muito rica é pouco 
executada. O maracatu, a congada, o Moçambique, entre outras, podem ter sido danças 
étnicas e se transformaram em folclóricas ao chegar ao Brasil. Mário de Andrade as 
denominou como dança dramática. 
 
Cronologia da História da Dança: 
 Danças Primitivas: eram executadas pelos homens das cavernas e seus 
movimentos ficaram registrados nas paredes das cavernas (arte rupestre). 
 Danças Milenares: eram as danças encontradas no Egito e Índia, ou que eram 
comuns na Idade Média, no Renascimento, no período do Romantismo, por 
exemplo. 
 Dança Moderna: este período ficou marcado pela contribuição de três 
pesquisadores da arte do corpo: François Delsarte, para quem as emoções são 
transmitidas pelo tronco; Émile Jaques-Dalcroze, músico que constatou que o 
aprendizado da música fica mais fácil com a integração dos movimentos 
rítmicos e Rudolf Laban, que baseou sua proposta no princípio da linguagem 
corporal com movimentos simples do nosso cotidiano. A dança moderna 
também ficou marcada pelo surgimento da dançaria Americana Isadora 
Duncan que foi revolucionária e ousada para sua época, pois dançava descalça e 
sem as vestes tradicionais de bailarina. 
 Dança Neoclássica: período que foi da década de 1940 a 1960. 
 Dança Contemporânea: este período, da década de 1960 até os dias atuais, não 
impõe modelos ou etnias; isto é, os dançarinos podem ser gordos, magros, 
baixos, altos, etc; o que importa é a utilização do movimento para expressar toda 
e qualquer fonte de inspiração. 
 
Segundo Faro (2001), ser contemporâneo não significa necessariamente ser novo. Um 
espetáculo de “balé-pintura”, em que os bailarinos nus mergulham em vasos de tinta e 
rolam sobre imenso pano branco, revela uma das características principais da dança 
contemporânea, ou seja, ela pode ser dançada em qualquer lugar usando meios 
disponíveis. 
 
 
 
3344 
 
 
2.3.2 Dança na Escola 
 
Para Rengel (2010), o objetivo da dança na escola é de formar construtores e leitores de 
códigos da dança para a compreensão e a apreciação das inúmeras e variadas 
manifestações de movimento do corpo e do ambiente no qual eles se inserem. 
 
A autora ainda completa que este ensino possibilita o trabalho criativo com o corpo, a 
discussão sobre valores éticos e estéticos, além do desenvolvimento do pensamento 
crítico, da ampliação da visão de mundo e da formação da cidadania. 
 
Dança Educativa é um termo criado por Rudolf Laban (1879 – 1958), estudioso da 
movimentação humana que deixou um legado precioso para a ciência do movimento e 
criou um método de análise do movimento e de dança educacional. Laban foi 
coreógrafo e um dos fundadores da Dança Moderna. Seu método é eficaz para 
profissionais de diferentes áreas ligadas à expressão do corpo (RENGEL, 2006). 
 
Segundo Rengel (2006), a dança educativa vai além de um aprendizado de passos. Ela 
educa, artística e criativamente, para a compreensão, a prática e a apreciação das 
inúmeras e variadas manifestações de movimento, sejam eles gestos, posturas, passos, 
ou movimentos sucessivos, simultâneos, rituais, simétricos, assimétricos, entre outros 
tipos de movimentos. 
 
Teoria de Laban: em seus estudos sobre o movimento humano, Laban observou que o 
corpo humano executa três funções básicas: dobrar, esticar e torcer. Destacou também 
quatro fatores que compõem o movimento: fluência (contenção e continuação do 
movimento); espaço ( formas, volumes, linhas, caminhos e direções); peso (energia e 
força) e tempo ( duração, pulsação, ritmo) (RENGEL, 2010). 
 
 
 
3355 
 
 
 
 
2.4 Teatro 
 
 
Por que fazemos teatro? É uma pergunta frequente; no decorrer deste livro-texto vamos 
perceber que o teatro dialoga com as outras artes e manifestações artísticas, assim como 
com as linguagens verbais e não-verbais. 
 
Fazemos teatro por gosto, por diversão, por prazer e até mesmo para socializar e 
ensinar, de forma divertida, a história de um povo. 
 
Teatro é linguagem, com códigos próprios, assim como toda forma de expressão 
artística. Ele permite a reflexão sobre os conflitos, medos e angústias da vida 
contemporânea (GUERRA, 2010). 
 
2.4.1 Breve Histórico do Teatro 
 
O teatro é tão velho quanto a humanidade e, segundo os estudiosos, surgiu da 
necessidade dos seres humanos de representar para expressar suas alegrias e tristezas e 
também para se comunicar com os outros e com os deuses em rituais e celebrações. 
(COLL e TEBEROSKY, 2002). 
 
Os autores afirmam que a origem do teatro está na Grécia antiga, no séc. IV A.C., 
quando da organização de festivais em consagração a Dionísio, o deus do vinho e da 
alegria. Os participantes vestiam peles de animais, dançavam e entoavam cânticos 
repetidos pelos demais (RODRIGUES, 2012). 
 
No Brasil, o teatro foi implantado pelos jesuítas durante o processo de catequização dos 
índios; somente no século
XIX ele nacionaliza-se com o início do Romantismo, tendo 
sido Martins Pena o responsável por isso (ENCENA, 2012). 
 
 
 
3366 
 
 
Em seu livro O que é Teatro, Fernando Peixoto (apud ENCENA, 2012) define bem a 
história do teatro no Brasil e no mundo e menciona que as tendências do teatro 
contemporâneo são infindáveis e incorporam uma as outras. 
 
2.4.2 O Teatro na Escola 
 
 
O teatro na escola tem o objetivo de alfabetizar artisticamente e esteticamente na 
linguagem cênica com foco na produção e leitura dos signos gestuais, e não o de formar 
atores, pois já vimos anteriormente que é conhecimento e linguagem. 
 
A prática do teatro na escola possibilita que os participantes exprimam de 
diferentes maneiras, os seus pontos de vista, fomentando a capacidade dos 
alunos de manifestarem as suas sensações e posicionamentos, tanto no que se 
refere ao microcosmo das suas relações pessoais, quanto no que diz respeito 
às questões da sua comunidade e do seu país (DESGRANGUES, 2006, 
p.135). 
 
Desgrangues (2006) informa que nas instituições educacionais tem-se trabalhado 
preferencialmente com jogos de improvisação, por compreender que o prazer de jogar 
se aproxima do prazer de aprender a fazer e a ver teatro, estimulando os alunos a 
organizarem um discurso coerente e criativo, explorando a utilização de diferentes 
signos que constituem a linguagem teatral. 
 
Segundo o autor, o exercício teatral desenvolvido durante as aulas estimula os alunos a 
conhecerem e se apropriarem das possibilidades comunicacionais da arte teatral. Ele 
afirma ainda que a experiência com os jogos improvisados faz com que o aluno 
aprenda, de maneira livre e prazerosa, os diferentes aspectos que envolvem o exercício 
da linguagem teatral como a imaginação, a ação e a reflexão. 
 
O professor deve proporcionar a intertextualidade, isto é, o diálogo entre o teatro e as 
demais linguagens. Na última Unidade deste livro-texto veremos algumas 
possibilidades. 
 
 
 
 
3377 
 
2.5 Outras Linguagens 
 
A linguagem visual envolve uma série de categorias (desenho, pintura, vídeo, 
fotografia, escultura, modelagem, cerâmica, gravura, performance, instalação, cinema, 
artes aplicadas como a publicidade e o design) e manifestações que sustentam em seu 
bojo um pensamento próprio, com seus materiais específicos, com seus fazeres 
singulares (DERDYK, 2006). 
 
A partir do século XX, outras maneiras de visualizar a arte apareceram; os avanços 
tecnológicos ampliaram as nossas possibilidades e dinamizaram o processo, abrindo 
nossas mentes. Tecnologias, como TV, vídeo e computador, transformaram a 
representação da imagem, que ficou cada dia mais interessante e extremamente nova. 
Isto não significa que deixaremos de lado a pintura e o desenho entre outros, mas a arte 
contemporânea vem renovando as formas de expressão artísticas já existentes (BUENO, 
2008). 
 
Como vimos na Unidade anterior, estas novas linguagens também são conhecidas como 
linguagens híbridas. Alguns autores como São Paulo (2010) mencionam também as 
linguagens convergentes que nem sempre são consideradas como arte, mas trabalham 
com seus códigos como Cenografia, Design, Figurino, Iluminação, Jingle, Moda, 
Música para jogos eletrônicos, Ourivesaria, Publicidade, Sons para celular, Trilha 
sonora e Videoclipe. Veremos algumas destas novas linguagens, porém não me 
aprofundarei, pois isto é assunto para outro livro-texto. 
 
2.5.1 Fotografia 
 
A fotografia surgiu em 1822, na mesma época em que houve a ascensão da pintura 
impressionista e por este motivo, muitos artistas perderam muitos de seus trabalhos para 
os fotógrafos. Ela tirou a obrigação do artista de fazer o registro social, dando a ele uma 
liberdade maior de criação (BUENO, 2008). 
A fotografia “direta”, sem retoques, contou com defensores até a Segunda Guerra 
Mundial e depois cedeu lugar a uma utilização mais subjetiva, em que deixa de 
 
 
 
3388 
 
apresentar apenas a forma documental, para expressar sentimentos e manipular a 
realidade, para criar símbolos e fantasias (STICKLAND, 1999). 
Segundo a autora, nos anos sessenta com o advento da arte pop surge um novo estilo de 
fotografia, chamado “instantâneo estético” (fotografia de rua), em que os profissionais 
focalizam intencionalmente imagens casuais, sem pose, parecendo trabalho de amador, 
para eliminar traços de artifícios. Outro tipo de fotografia é o Fotorrealismo, mais 
conhecido como hiper-realismo, neste a fotografia é reproduzida fielmente em pintura. 
 
Schultze, Bentes e Brandão (2008) afirmam que pesquisas demonstram que a imagem é 
utilizada na escola, incluindo a fotografia, porém na maioria das vezes articulada a um 
texto ou como ilustração de conteúdos. Ela deveria ser trabalhada com conteúdos 
próprios ou como produto de uma linguagem expressiva. As autoras concluem que é 
preciso que a escola, como espaço de socialização e produção de saberes, possa 
contribuir com a apropriação da linguagem fotográfica na perspectiva de assegurar aos 
alunos experiências imagéticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hoje, com o surgimento de vários tipos de câmeras fotográficas, sendo a digital a mais 
atual, é preciso fazer com que o aluno veja a fotografia não apenas como uma forma de 
registrar um documento da realidade, mas sim como uma expressão artística. 
 
 
Figura 2.1- Manaus- AM 
Foto da autora 
 
 
 
3399 
 
2.5.2 Cinema 
 
Ficou conhecido como a Arte do século XX, com uma linguagem própria, isto é, a 
linguagem da imagem em movimento, que provoca no espectador sensações e emoções, 
refletindo o homem moderno e mostrando claramente sua maneira de compreender o 
mundo (BUENO, 2008). 
 
A relação entre cinema e educação, inclusive a educação escolar, faz parte da 
própria história do cinema. Desde os primórdios da produção cinematográfica 
a indústria do cinema sempre foi considerada, inclusive pelos próprios 
produtores e diretores, um poderoso instrumento de educação e instrução. A 
relação entre cinema e conhecimento, no entanto, extrapola o campo da 
educação formal (MIRANDA, COPPOLLA e RIGOTTI, 2012). 
 
Na educação, o cinema pode auxiliar na linguagem gestual, gráfica, visual entre outras. 
Ele estimula os sonhos e produz espectadores formadores de opinião. Não tem como 
trabalhar a linguagem do cinema sem a intertextualidade com a linguagem textual, isto 
é, a história do filme. 
 
2.5.3 Televisão 
 
Depois da invenção do cinema e da fotografia, surge a televisão, pela necessidade de 
transmitir imagens a distância. Este aparelho invadiu os lares com tamanha força e 
poder que até hoje influencia opiniões e modifica o comportamento das pessoas 
(BUENO, 2008). 
 
Na sala de aula, a escola não pode ignorar esse importante meio de comunicação, 
porém, sua exploração em sala de aula ainda é pequena e muitas vezes de forma pouco 
didática. O professor precisa ensinar o aluno a reconhecer o que é real ou não, a 
conhecer os profissionais que atuam nos bastidores e a ser capaz de fazer leitura de 
imagem televisiva. 
Ainda para Bueno (2008), a linguagem da televisão e a leitura das imagens permitem 
uma diversidade de observações que possibilitam desenvolver as habilidades de 
interpretar, ver, classificar como boa ou ruim a qualidade dos meios de comunicação e 
até, possivelmente, selecionar melhor os programas antes de assistir a eles. 
 
 
 
4400 
 
 
2.5.4 Instalação 
 
A palavra “Instalação” entrou em uso no fim da década de 1960, mas sua origem pode 
ser atribuída aos ready-made

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