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Primazia da Realidademichaeldrmachado@gmail.com
 (1)A reforma trabalhista prevista na lei nº 13.467de 13 de julho de 2017, promoveu uma flexibilização na forma de contratos empregatícios, visando proteger os direitos dos trabalhadores, o que gerou modificação em algumas cláusulas e normas previstas na legislação trabalhista brasileira. Porém o principio da primazia da realidade permanece inalterado, pois ele, juntamente com os demais princípios compõem a essência do direito trabalhista, principalmente este, por se tratar da expressão da verdade. 
O princípio da primazia da realidade ou do contrato realidade, visa priorizar a verdade real, frente a verdade formal.
Isto mostra que as formas existentes na documentação das relações de trabalho que deveriam refletir, o que acontece no vínculo de emprego, não passam de uma fraude trabalhista.
(2) De um lado a forma estabelecida para aquela relação, da outra, a realidade. Se percebe que a forma, não condiz com a realidade.
A situação fática a qual o trabalhador está submetido, não condiz com aquela pactuada no contrato de emprego.
(3) Ao olhar para o cartão de ponto, se vê uma jornada de trabalho, ao olhar para o dia a dia do trabalhador, a jornada realmente desempenhada por ele é uma situação totalmente diferente. É uma situação fictícia.
(4) Portanto, sempre que houver este embate entre documentação e realidade, nós vamos nos valer do princípio da primazia da realidade, pra dizer que aquele documento, não possui efeitos para privilegiar outras provas que consigam demonstrar a realidade vivenciada.
(1) O princípio se baseia na hipossuficiência do trabalhador para garantir a este, uma proteção contra eventuais abusos por parte do empregador, que é a mais forte na relação do emprego.
(2) O referido princípio do direito do trabalho, tem previsão no art. 9º da CLT o qual preceitua:
(3) Compreende-se que a verdade real se opera em pleno direito a partir da constatação de falsidade; mas formas em que não importa a denominação dada aos cargos, mas a função exercida de fato.
(4) Podem ser citadas como formas de divergências, entre a realidade e os documentos na relação de emprego.
A remuneração diferente ao contrato
Não cumprindo com a boa fé objetiva contratual. Desviando o empregado de suas funções ou abusando da relação estabelecida no pacto contratual.
(1) Os efeitos da primazia da realidade, seria de permitir que aquilo que foi acordado no contrato de trabalho, possa vir a ser contestado perante a justiça do trabalho, por meio de provas. Corroborando, a realidade da relação trabalhista, em face da contratual alegada pelo trabalhador.
(2) O princípio da primazia da realidade é sem dúvida, um dos princípios mais utilizados na justiça do trabalho.
Mas afinal, como incide a eficácia da valoração das provas apresentados na justiça do trabalho?
(2) A própria prova, se submete a outros princípios, o que nos da uma amplitude da sua aplicabilidade processual.
(3) O objetivo da prova é convencer o juiz a respeito dos fatos da causa; a prova é utilizada como convencimento do juiz, na instrução do processo, a fim de comprovar os fatos alegados pelas partes.
(4) Na justiça do trabalho há as provas documentais, periciais e testemunhais.
(1) Prova documental, consiste em qualquer documento autêntico, que represente um fato ocorrido, que venha trazer ao juiz das alegações e exposições das partes, A prova documental, deve ser analisada em conjunto com as demais provas,
(2) A prova pericial será realizada de acordo com o art. 156 do CPC; por perito técnico ou científico, consiste em exame, vistoria ou avaliação. Determinado de ofício pelo juiz ou a requerimento das partes.
(3) Na esfera trabalhista processual, a prova testemunhal, tem sido o principal meio utilizado para comprovar a realidade dos fatos que são alegados pela parte, afim de garantir e assegurar os seus direitos.
(4) Sendo na maioria das vezes a única prova utilizada pelo empregado, em virtude da ausência de prova técnica.
(1) Isto porque me muitos casos, o mesmo, não tem acesso a documentos essências que estão em poder da empresa reclamada. 
(2) A correta interpretação da prova testemunhal, solidifica a eficácia da justiça; garantindo a pureza e a imparcialidade da instrução probatória, que tem por escopo uma decisão final justa. 
(3) O depoimento testemunhal é extremamente recorrente e importante no direito processual do trabalho; com a finalidade de apresentar a realidade vivida em detrimento da forma estabelecida em documento.
(4) As provas são instrumento processual produzido e juntado nos autos, com o objetivo de formar a convicção do juiz a cerca dos fatos. Todos os meios probatórios são analisados em conjunto, cabendo ao juiz valorar as provas de forma justa, motivando sua decisão.