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2.1. LEGISLAÇÃO 2.1.1. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 E SUAS RESPECTIVAS EMENDAS (ARTS. 1º AO 9º; 37 A 41; 205 A 214). PREÂMBULO Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. O preâmbulo seria a síntese do pensamento e intenções dos constituintes ao se dar início a um novo ordenamento jurídico. Segundo o STF, o preâmbulo, embora pertença à Constituição, não é considerado uma norma "central" dela (sequer podemos defini-lo como "norma" propriamente dita), não sendo assim de reprodução obrigatória nas Constituições Estaduais nem possuindo força jurídica para tornar outras normas inconstitucionais. Decidiu-se, então, pela ausência de força normativa do preâmbulo. O fato de usar no preâmbulo a expressão "sob a proteção de Deus" por si não faz do Estado brasileiro um Estado religioso. O Brasil é um país "laico" ou "leigo", não possui elos de relação com religiões, embora inclua entre suas proteções o sentimento de liberdade religiosa e de crença. Deve-se lembrar que, embora despido de eficácia jurídica, o preâmbulo deve ser usado para fins de interpretação, já que manifesta o sentimento dos constituintes ao se dar início ao novo ordenamento e, assim, acaba por direcionar a aplicação das normas constitucionais que estão por vir. Todas as normas constitucionais (exceto o preâmbulo- segundo a jurisprudência do STF) possuem eficácia jurídica, pois mesmo que não consigam alcançar seu destinatário, conseguem, ao menos, impor a sua observância à (demais de hierarquia inferior, sendo capaz de as tornarem inconstitucionais) caso a contrariem, dizendo-se assim que possuem caráter vinculante imediato. TÍTULO I DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. Os princípios fundamentais da República Federativa do Brasil estão dispostos nos arts. 1° ao 4° da Constituição. Tais princípios são chamados fundamentais por formarem a base da organização do Estado. São eles que irão definir a estrutura política do Estado. O professor Canotilho diz que esses princípios se constituem em normas-síntese ou normas-matriz,16 isso porque são as normas básicas, a origem, as normas que sintetizam aquilo que veremos ao longo da Constituição. Então, os princípios fundamentais são chamados de "princípios político-constitucionais" Dica: Lembre-se de "organização" sempre que ler o termo «política". Os demais princípios, ao longo da Constituição, que são desdobramentos dos fundamentais, serão chamados de "jurídico- constitucionais" Dica: Aquilo que leva o termo "jurídico" estará dando a ideia de que foi "criado, instituído", e assim é decorrente, derivado de um outro). Não se pode também confundir os princípios fundamentais com os princípios gerais do Direito Constitucional. Enquanto aqueles estão positivados na Constituição, estes formam um estudo teórico, são aplicáveis a vários ordenamentos. O candidato deve se preocupar em absorver bem a literalidade dos arts. 1° ao 4° da Constituição. Eles são muito cobrados em concurso e a maioria das questões de prova sobre o tema se limitam à literalidade desses artigos. Algumas, porém, principalmente as das instituições Cespe e ESAF, costumam cobrar as definições doutrinárias que veremos nos comentários. O caput do art. 1° da Constituição é repleto de informações importantes. Ele mostra qual foi a decisão política dos constituintes ao definir a forma de Governo (república), a forma de Estado (Federação) e o Regime Político (democracia) do Estado. O sistema de governo (presidencialismo) não foi abordado no caput do art. 1°, mas verificamos a adoção desse sistema nas disposições sobre o Poder Executivo, notadamente o art. 84. Em concursos, principalmente da ESAF e Cespe, cobram as definições trazidas pela doutrina do prof. José Afonso da Silva sobre tais institutos. Coligindo essa doutrina com ensinamentos de outros autores, temos: a) Forma de governo: É a maneira como se dá a instituição do poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados. Quem deve exercer o poder e como este se exerce. Basicamente, são as repúblicas (todos exercem o poder) e as monarquias (só um exerce o poder). O Brasil não adotou como forma de governo a monarquia, escolheu para si a república, ou seja, o modo de distribuição do poder na sociedade ocorre com este nas mãos de todo o povo, daí a palavra «república" - res publica (coisa pública). A adoção da forma republicana traz consigo diversas características, como a temporariedade do mandato dos governantes, a necessidade de transparência e prestação de contas e a necessidade de eleição periódica para a definição dos representantes do povo. A monarquia é caracterizada pela vitaliciedade e pela hereditariedade dos governantes. b) Forma de Estado: É o modo de exercício do poder político em função do território. O Brasil adota como forma de Estado a federação, ou seja, o modo de distribuição geográfica do poder político se dá com a formação de entidades autônomas (vide art. 18). Essa autonomia se manifesta por meio de três ou quatro facetas (dependendo do doutrinador): l. Autogoverno: capacidade de os entes escolherem seus governantes sem interferência de outros entes; II. Auto-organização: capacidade de instituírem suas próprias constituições (no caso dos Estados) ou leis orgânicas (no caso dos Municípios e do DF); III. Autolegislação:capacidade de elaborarem suas próprias leis por meio de um processo legislativo próprio, embora devam seguir as diretrizes do processo em âmbito federal; IV. Autoadministração: capacidade de se administrarem de forma independente, tomando suas próprias decisões executivas e legislativas. Para alguns doutrinadores, não haveria a separação entre auto-organização e autolegislação. Veja que estamos falando de autonomia, não de soberania. A soberania, que a Constituição adota em seu art. 1°, I, como um fundamento da República Federativa do Brasil (definida como o poder supremo que o Estado brasileiro possui nos limites do seu território, não se sujeitando a nenhum outro poder de igual ou superior magnitude e tornando-se um país independente de qualquer outro no âmbito internacional), irá se manifestar apenas na pessoa da República Federativa do Brasil, entendida como a união de todos os entes internos, representando todo o povo brasileiro, povo este que é o verdadeiro titular da soberania. O ente federativo "União" não possui soberania, apenas autonomia, tal como os Estados, Distrito Federal e Municípios. A República Federativa do Brasil é única, soberana e que se manifesta internacionalmente como pessoa jurídica de direito internacional. É importante, para que possamos arraigar nossos conhecimentos sobre o tema, que definamos alguns conceitos, a saber: • FEDERAÇÃO X CONFEDERAÇÃO: Ambas são tidas como "estados complexos" em oposição ao "estado simples'', o qual se manifesta como unitário. Em uma federação, temos um Estado fracionado em unidades autônomas. Nas confederações, as unidades não são simplesmente autônomas, elas são soberanas. A federação é uma união indissolúvel, ou seja, os entes não têm o direito de secessão. Eles não podem se separar da federação, pois estão despidos de soberania. Nas confederações, os Estados se agregam para aumentar a sua força política internacional, mas não abdicam de sua soberania, podendo se separar do bloco no momento em que julgarem necessário. • ESTADOS SIMPLES OU UNITÁRIOS: O Estado unitário pode ser um Estado unitário centralizado (ou puro) ou um Estado unitário descentralizado (ou regional). Essa ideia se refere ao campo administrativo. No Estado centralizado, há uma concentração das competências administrativas em uma única unidade política. No Estado descentralizado, ocorre uma atribuição das competências administrativas a unidades regionais. O Estado unitário descentralizado não se confunde com o Estado federal, já que a descentralização naquele ocorre tão somente nas funções administrativas, sendo as funções legislativas mantidas junto à unidade central. • CARACTERÍSTICAS DA NOSSA FEDERAÇÃO: São características da Federação instituída através da União, Estados, Distrito Federal e Municípios: 1. Indissolubilidade: Isso ocorre pelo fato de os entes não possuírem o direito de secessão; 2. Cláusula pétrea expressa: A Constituição protegeu expressamente a forma federativa de Estado corno uma cláusula pétrea (art. 60, §4°), impedindo assim que uma emenda constitucional possa vir a dissolver a Federação ou ofender o pacto federativo (autonomia dos entes federados); 3. Federação por segregação ou movimento centrífugo: diferentemente dos EUA, onde havia vários Estados que se "agregaram" (movimento centrípeto) para formar um país, no Brasil tinha-se apenas um Estado que se desmembrou em outros. 4. Federalismo de 3° grau: Até a promulgação da Constituição Brasileira de 1988, os Municípios não possuíam autonomia. Tínhamos, então, um federalismo de 2° grau, formado apenas pelas esferas federal e estadual. Após a promulgação da Constituição vigente, o país passou a ter um federalismo de 3° grau, reconhecendo os Municípios como autônomos e, assim, adotando uma espécie bem peculiar de federação. Observação: Importante salientar que a Constituição de 1988 inovou ao prever os Municípios como integrantes da federação. Em provas de concursos, deve-se ter cuidado com isto, pois, para o Direito Constitucional Geral, a federação ocorre apenas entre Estados. Não existe a figura dos Municípios como entes autônomos integrantes do conceito de federação - uma particularidade do Brasil. 5. Federalismo cooperativo: existe uma repartição de competências de forma que cada ente federativo contribuirá para a finalidade do Estado, havendo a previsão de competências que são comuns a todos, além de colaborações técnicas e financeiras para a prestação de alguns serviços públicos e repartição das receitas tributárias. Destacam-se nesse conceito as figuras dos consórcios públicos, convênios entre os entes federativos e a instituição pelos Estados das regiões metropolitanas para que possam articular um desenvolvimento igualitário de seus Municípios. c) Regime Político: Sem conceito pacífico na doutrina. Dizemos que é a forma pela qual se dá a "regência" das decisões políticas do Estado. A democracia foi eleita como o regime político brasileiro (vide preâmbulo e art. 1°). Nesse sentido, quem é responsável por reger a política brasileira é o povo, o detentor do poder, que direciona as ações do governo diretamente, por meio do uso do plebiscito, referendo e da iniciativa popular, ou indiretamente, por meio dos representantes eleitos pelo próprio povo. Dessa forma, o Brasil possui como regime a democracia mista ou semidireta. d) Sistema de governo: É o modo por meio do qual se relacionam os órgãos dos Poderes do Estado (especialmente Executivo e Legislativo). Dica: Lembre-se de que todo sistema, como o sistema respiratório, entre outros, trata da relação entre órgãos. Portanto, com o sistema de governo não é diferente. Ele trata das relações entre os órgãos de cada Poder, o grau de independência entre eles, o papel de cada um deles no estado e seus âmbitos de competências e formas de ações. Existem basicamente dois sistemas de governo: o presidencialismo e o parlamentarismo. Para se verificar se um sistema é presidencialista ou parlamentarista, existe uma palavra-chave: independência. No presidencialismo, o Poder Executivo tem uma grande independência em relação ao Legislativo. No parlamentarismo, ocorre uma maior dependência entre esses poderes, já que eles atuam em colaboração. Antes de compararmos os dois sistemas, precisamos fazer distinção entre as chefias do Poder Executivo: a chefia de estado e a chefia de governo. Chefe de estado: é o membro do Poder Executivo que exerce o papel de representante do Estado, principalmente no âmbito externo, mas também como representante moral perante o povo, no âmbito interno. Chefe de governo: é o membro do Poder Executivo responsável por chefiar o governo, ou seja, a direção das políticas públicas em âmbito interno. No presidencialismo, temos a unicidade da chefia. O presidente tem em suas mãos tanto a chefia de estado quanto a chefia de governo. No parlamentarismo, temos uma dualidade de chefia: existe uma pessoa como chefe de Estado e outra como chefe de governo. O chefe de Estado será o presidente, no caso de uma república parlamentarista, ou o monarca (Rei), no caso de uma monarquia parlamentarista. A chefia de governo será exercida pelo primeiro- ministro. Este é escolhido pelo presidente para governar, mas somente será investido com a aprovação de seu nome (bem como o do seu conselho de ministros) pelo parlamento. Voltando à questão da independência. No presidencialismo, o presidente (que é chefe de Estado e chefe de governo) tem ampla autonomia para governar e instituir suas políticas públicas. Da mesma forma que o Legislativo não interfere na atividade do Executivo, o Executivo também não se impõesobre o Legislativo, que é composto por membros com mandatos fixos e predeterminados. Já no parlamentarismo, o primeiro-ministro (chefe de governo) precisa do apoio do parlamento para se manter no governo. Se o parlamento não concordar com seu plano de governo poderá, por meio do voto de desconfiança, "derrubá-lo". Por outro lado, se o presidente ou monarca não concordar com a desconfiança manifestada do Parlamento, poderá dissolvê-lo para que ocorram novas eleições, já que neste sistema os membros do Legislativo não têm um mandato determinado. Largando as comparações entre presidencialismo e parlamentarismo, é importante ainda citarmos o chamado sistema de governo diretorial. No sistema diretorial, ou "governo de Assembleia", existe um diretório (órgão colegiado) formado por membros do parlamento, e é este diretório que exercerá o poder. Dessa forma, praticamente inexiste o Poder Executivo, já que ele está completamente subordinado ao Parlamento que, inclusive, é responsável por eleger os membros daquele Poder. A CF, art. 2', ADCT estabeleceu que no dia 7 de setembro de 1993, o eleitorado definirá, por meio de plebiscito, a forma (república ou monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem vigorar no país. O plebiscito aconteceu e definiu por intermédio do voto popular que o Brasil seria uma república presidencialista. Assim, o Brasil ainda adota como sistema de governo o presidencialismo. Esquematizando, no Brasil temos: Forma de Estado: Federação Forma de governo: República Regime de governo ou político: Democracia (mista ou semidireta) Sistema de governo: Presidencialismo Informações importantes também estão contidas no parágrafo único do artigo. Ao dizer que "todo o poder emana do povo", a Constituição claramente adota a teoria da "soberania popular", em que o titular da soberania é o povo, contrapondo a teoria da "soberania estatal", na qual o titular do poder seria o Estado. Já vimos que a única pessoa soberana é a República Federativa do Brasil, mas esta age em nome do seu povo. Outra importante informação é extraída quando o dispositivo afirma que o povo "exerce (o poder) por meio de representantes eleitos ou diretamente". Isso embasa o que vimos anteriormente: o Brasil adota a democracia mista ou semidireta, já que o exercício do poder se dá tanto por meio de representantes eleitos (típico da democracia indireta ou representativa) quanto diretamente (típico da democracia direta), por meio do uso do plebiscito, referendo e da iniciativa popular (art. 14 da Constituição Federal). O caput do art. 1º define a República Federativa do Brasil como um "Estado Democrático de Direito". O Estado Democrático de Direito é a fase atual da evolução dos Estados. Em linhas gerais, podemos dizer que, primeiramente, com a Revolução Francesa, instala-se o que chamamos de "Estado de Direito" ou "Estado Liberal de Direito". O Estado é de Direito, pois se submete aos comandos da lei. Esse Estado Liberal de Direito era um Estado "individualista", estava preocupado somente com as liberdades individuais. O conceito de liberdade e igualdade, nesse tipo de Estado, porém, era deturpado, pois o indivíduo era visto como um ser abstrato, "ideal". As disparidades reais e diferenças econômicas, sociais e culturais entre eles, por exemplo, eram ignoradas. Dessa forma, o Estado Liberal de Direito cometeu diversas injustiças, pois sua preocupação era com a formalidade das liberdades, as declarações eram generalistas e abstratas. Surge, então, um Estado Social de Direito, ou Estado Material de Direito. Agora, preocupa-se não somente com a formalidade das liberdades, mas também em dotar os indivíduos de reais condições para exercê-las e realizar uma justiça social. Esse Estado tentava compatibilizar o sistema capitalista com o Estado do bem-estar social (Welfare State). A doutrina destaca que tanto o Estado Liberal de Direito quanto o Estado Social de Direito nem sempre eram caracterizados como um "Estado Democrático", ou seja, aquele Estado fundado na soberania popular e que teria o povo como regente dos rumos do país. Inclusive, o Estado Social de Direito recebia críticas de que estaria usando a política do bem-estar social para encobrir uma exploração capitalista ainda mais cruel. Assim, temos o surgimento do Estado Democrático de Direito. O Estado de Direito se funda no princípio basilar da "legalidade". O Estado Democrático de Direito continua a ter a "legalidade" como base, mas essa legalidade não serve apenas para limitar o poder do Estado. Todavia, ela serve de instrumento de transformação da sociedade devendo estar apoiada na soberania popular, no pluralismo de ideias, no respeito aos direitos fundamentais e na realização da justiça social (democracia social, econômica, cultural e política). José Afonso da Silva, então, nos ensina que o termo "Estado Democrático de Direito" é mais que a mera junção formal do "Estado de Direito" com "Estado Democrático". Podemos inferir que estamos diante de um Estado pautado na justiça social, e cujas leis refletem a finalidade de alcançar o bem comum. De acordo com o referido autor, teríamos os seguintes "Princípios" do Estado Democrático de Direito e a sua tarefa fundamental: a) Princípio da constitucionalidade: A Constituição rígida é a norma superior e legitimada pela vontade popular, devendo ser respeitada. b) Princípio democrático: A democracia deve ser representativa e participativa (democracia mista), além de pluralista com respeito às minorias. c) Sistema de direitos fundamentais. d) Princípio da justiça social. e) Princípio da igualdade: Que deve ser a busca pela igualdade material (tratar de forma desigual os desiguais na medida de suas desigualdades), e não apenas uma igualdade formal. f) Princípio da divisão dos poderes. g) Princípio da legalidade. h) Princípio da segurança jurídica. A tarefa fundamental: Superar as desigualdades sociais e regionais e instaurar um regime democrático que realize a justiça social. Alexandre de Moraes ainda adverte que não se consegue conceituar um verdadeiro Estado Democrático de Direito sem a existência de um Poder Judiciário autônomo e independente, para que exerça sua função de guardião das leis e garantidor da ordem na estrutura governamental republicana. 2.1.2. QUESTÕES RELACIONADAS (PREÂMBULO, ART. 1º AO 4º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL). 01. (Advogado/Ibram/DF/Cespe/2009) O preâmbulo, por estar na parte introdutória do texto constitucional e, portanto, possuir relevância jurídica, pode ser paradigma comparativo para a declaração de inconstitucionalidade de determinada norma infraconstitucional. A afirmação está incorreta. 02. (Analista Administrativo e Financeiro/Seger/Cespe/2007) O preâmbulo da Constituição Federal constitui uma norma central e, portanto, tem força normativa. A afirmação está incorreta 03. (Procurador Federal/AGU/Cespe/2007) A invocação a Deus, presente no preâmbulo da CF, reflete um sentimento religioso, o que não enfraquece o fato de o Estado brasileiro ser laico, ou seja, um Estado em que há liberdade de consciência e de crença, em que ninguém é privado de direitos por motivo de crença religiosa ou convicção filosófica. A afirmação está correta. 04. (MP/PE/FCC/2002/Adaptada). O constituinte brasileiro iniciou a redação da Constituição Federal com um Preâmbulo, cuja força obrigatória é ausente, destinando-se a indicar a intenção do constituinte, mas deve ser levado em conta quando da interpretação nas normas. A afirmação está correta. O5. (Analista de Infraestrutura/MP/Cespe/2012) Os princípios fundamentais da ConstituiçãoFederal de. 1988 (CF) designam as características mais essenciais do Estado brasileiro. A afirmação está correta. 06. (Analista/Susep/ESAF/2010/Adaptada) Os princípios jurídico- constitucionais não são princípios constitucionais gerais, todavia não se constituem em meros desdobramentos dos princípios fundamentais. A afirmação está incorreta, pois os jurídico-constitucionais são desdobramentos dos político-constitucionais. 07. (Advogado/IRB/ESAF/2006/Adaptada). Segundo a doutrina, os princípios político-constitucionais são materializados sob a forma de normas-princípio; as quais, frequentemente, são desdobramentos dos denominados princípios fundamentais. A afirmação está incorreta, pois Os princípios político-constitucionais são os próprios princípios fundamentais. 08. (Advogado/Coren/Fepese/2007). A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: a) A independência nacional. b) A soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, o pluralismo político. c) A construção de uma sociedade livre, justa e solidária e a garantia do desenvolvimento nacional. d) A erradicação da pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. e) A prevalência dos direitos humanos e a autodeterminação dos povos. A resposta correta é a letra B. Sugerimos o uso do famoso mnemônico: So-Ci-Di-Val-Plu. 09. (Defensor/DP/SP/FCC/2009/Adaptada). O princípio republicano se traduz na maneira como se dá a instituição do poder na sociedade e a relação entre governantes e governados. A afirmação está correta. 10. (AFÇ/STN/ESAF/2005/Adaptada). Forma de governo diz respeito ao modo como se relacionam os poderes, especialmente os Poderes Legislativo e Executivo, sendo os Estados, segundo a classificação dualista de Maquiavel, divididos em repúblicas ou monarquias. A afirmação está errada, pois essa é a definição de sistema de governo. 11. (TCE/CE/FCC/2006/Adaptada). Parlamentarismo é a forma de governo em que há profunda independência entre os Poderes Legislativo e Executivo, que são exercidos por pessoas diferentes, podendo o primeiro-ministro indicado pelo chefe do Executivo, ser destituído por decisão da maioria do Legislativo, através da aprovação de moção de desconfiança. A afirmação está errada, pois há uma maior "dependência". 12. (TCE/CE/FCC/2006/Adaptada). Sistema diretorial de governo, é aquele no qual existe total subordinação do Poder Legislativo ao Executivo, que concentra, em sua totalidade, o poder político estatal, sendo que o colegiado de governantes é indicado pelo chefe do Executivo, para exercício do mandato com prazo indeterminado. A afirmação está errada, pois o Executivo é que fica subordinado ao Legislativo. 13. (AFTE/RN/ESAF/2005/Adaptada). O presidencialismo é a forma de governo que tem por característica reunir, em uma única autoridade, o presidente da República, a Chefia do Estado e a Chefia do Governo. A afirmação está errada, pois o Presidencialismo é sistema de governo. 14. (SEJUS/ES/Cespe/2009). A Constituição adota o presidencialismo como forma de Estado, já que reconhece a junção das funções de chefe de Estado e chefe de governo na figura do presidente da República. A afirmação está errada, pois o Presidencialismo é sistema de governo. 15. (MMA/Cespe/2009). O modelo de federalismo brasileiro é do tipo segregador. A afirmação está correta. 16. (Promotor/MPE/RN/Cespe/2009). Existia no Brasil um federalismo de segundo grau até a promulgação da CF, após a qual o país passou a ter um federalismo de terceiro grau. A afirmação está correta. 17. (TRE/ES/Fesag/2005/Adaptada). Segundo a orientação do Direito Constitucional Geral, os Municípios integram o conceito de Federação. A afirmação está errada, pois para o Direito Constitucional Geral, a federação é somente de Estados. 18. (Procurador/PM/Nova Iguaçu/FJG/2006) São instrumentos típicos do chamado federalismo cooperativo: a) concessões, convênios e regiões metropolitanas; b) concessões, contratos e regiões metropolitanas; c) consórcios, convênios e regiões metropolitanas; d) consórcios, concessões e contratos; e) contratos, consórcios e convênios. A afirmação C está correta. 19. (Secont/ES/Cespe/2009). O termo Estado republicano refere-se não apenas a organizações institucionais, mas a um compromisso social com a coisa pública, no exercício da tolerância, no respeito à identidade do homem, dentro do prisma individual (pluralismo) e cultural. A afirmação está correta. 20. (AFC/CGU/ESAF/2006/Adaptada). O princípio republicano tem como características essenciais: a eletividade, a temporariedade e a necessidade de prestação de contas pela administração pública. A afirmação está correta. 21. (TCE/CE/FCC/2006/Adaptada) Democracia semidireta é aquela que caracteriza pela eleição de representantes do povo, por meio do voto, dotada de mecanismos de participação popular direta, como o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular. A afirmação está correta. 22. (Analista/TJ/RJ/Cespe/2008/Adaptada) A expressão "Estado Democrático de Direito", contida no art. 1º da CF, representa a necessidade de se providenciar mecanismos de apuração e de efetivação da vontade do povo nas decisões políticas fundamentais do Estado, conciliando uma democracia representativa, pluralista e livre, com uma democracia participativa efetiva. (Atenção à definição). A afirmação está correta. 23. (AFTE/RN/ESAF/2005/Adaptada) O Estado unitário distingue-se do Estado federal em razão da inexistência de repartição regional de poderes autônomos. A afirmação está correta. 24. (TCE/CE/FCC/2006/ Adaptada). Confederação é a união permanente de dois ou mais Estados-membros, os quais, conservando sua autonomia político-administrativa, abrem mão de sua soberania, em favor do Estado Federal. A afirmação está errada, pois na confederação, os Estados mantêm a sua soberania. 25. (AFC/STN/ESAF/2005/Adaptada). A divisão fundamental de formas de Estados dá-se entre Estado simples ou unitário e Estado composto ou complexo, sendo que o primeiro tanto pode ser Estado Unitário centralizado quanto Estado Unitário descentralizado ou regional. A afirmação está correta. 26. (ESAF/AFT/2006). A concretização do Estado Democrático de Direito como um Estado de Justiça material contempla a efetiva implementação de um processo de incorporação de todo o povo brasileiro nos mecanismos de controle das decisões. A afirmação está correta. 27. (Técnico da Receita Federal/ESAF/2006) Segundo a doutrina, não se constitui em um princípio do Estado Democrático de Direito o princípio da constitucionalidade, o qual estaria ligado apenas à noção de rigidez constitucional. A afirmação está errada, pois o princípio da Constitucionalidade é um princípio do Estado Democrático de Direito. 28. (Auditor da Receita Federal/ESAF/2006) Segundo a doutrina, o princípio do Estado Democrático de Direito resulta da reunião formal dos elementos que integram o princípio do Estado Democrático e o princípio do Estado de Direito. A afirmação está errada, pois é mais que a mera junção formal do "Estado de Direito" com "Estado Democrático", o que nos leva a um Estado pautado na justiça social, e cujas leis refletem a finalidade de alcançar o bem comum. 29. (Analista/TRE/ES/FESAG/2005). Um dos pilares do Estado Democrático de Direito é a divisão das funções estatais, consagrada pela doutrina constitucional sob a denominação "Princípio da Separação dos Poderes". Nesse sentido, a · Independência dos Poderes importa que, entre outras características, a investidura e a permanência das pessoasem um dos órgãos do governo não dependam da confiança e nem da vontade dos outros. A afirmação está correta. 30. (Técnico/MPU/ESAF/2004). Como decorrência da adoção do princípio do Estado Democrático de Direito, temos o princípio da independência do juiz, cujo conteúdo relaciona-se, entre outros aspectos, com a previsão constitucional de garantias relativas ao exercício da magistratura. A afirmação está correta. 31. (INSTITUTO AOCP/ 2018. ITEP – RN. Agente de Necrópsia). A Constituição Federal estabelece, no artigo primeiro, os fundamentos da República Federativa do Brasil. Dentre as alternativas a seguir, assinale a alternativa que apresenta um desses fundamentos. a) Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. b) Defesa da paz. c) Dignidade da pessoa humana. d) Construir uma sociedade livre, justa e solidária. e) Prevalência dos direitos humanos. A afirmação C está correta. Conforme a CF, art. 1º - Fundamentos da República Federativa do Brasil são: Mnemônico: SoCiDiVaPlu. 32. (IESES/2017. IGP-SC. Perito Criminal Ambiental). Conforme prevê a Constituição Federal, é correto afirmar: a) Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil construir uma sociedade livre, justa e solidária; a defesa da dignidade da pessoa humana; dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; a defesa da paz. b) A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos princípios da soberania; da prevalência dos direitos humanos; da dignidade da pessoa humana; dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; da defesa da paz. c) A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; o pluralismo político. d) Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil construir uma sociedade livre, justa e solidária; a prevalência dos direitos humanos; a dignidade da pessoa humana; a solução pacífica dos conflitos; o pluralismo político. A afirmativa C está correta. Analisando as assertivas temos no item (a) está errado pois cita concomitantemente objetivos, fundamentos e princípios nas relações internacionais, vejamos: construir uma sociedade livre, justa e solidária [OBJETIVOS]; a defesa da dignidade da pessoa humana [FUNDAMENTOS]; dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa [FUNDAMENTOS]; a defesa da paz [PRINCÍPIOS NAS RI]. Já no item (b) está errado pois cita concomitantemente objetivos, fundamentos e princípios nas relações internacionais, vejamos: princípios da soberania [FUNDAMENTOS]; da prevalência dos direitos humanos [PRINCÍPIOS NAS RI]; da dignidade da pessoa humana [FUNDAMENTOS]; dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa [FUNDAMENTOS]; da defesa da paz [PRINCÍPIOS NAS RI]. O item (c) é o correto, pois, a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; o pluralismo político. [ART. 1 - Fundamentos SO CI DI VA PLU]. O item (d) está errado pois cita concomitantemente objetivos, fundamentos e princípios nas relações internacionais, vejamos: construir uma sociedade livre, justa e solidária [OBJETIVO]; a prevalência dos direitos humanos [PRINCÍPIOS NAS RI]; a dignidade da pessoa humana [FUNDAMENTOS]; a solução pacífica dos conflitos [PRINCÍPIOS NAS RI]; o pluralismo político [FUNDAMENTOS]. 33. (FUNDEP/2017. MPE-MG. Promotor de Justiça Substituto). Analise as seguintes assertivas relativas ao preâmbulo da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CR/88): I. O preâmbulo da CR/88 não pode, por si só, servir de parâmetro de controle da constitucionalidade de uma norma. II. A invocação de Deus no preâmbulo da CR/88 torna o Brasil um Estado confessional. III. O preâmbulo traz em seu bojo os valores, os fundamentos filosóficos, ideológicos, sociais e econômicos e, dessa forma, norteia a interpretação do texto constitucional. IV. A invocação de Deus no preâmbulo da CR/88 é norma de reprodução obrigatória nas Constituições Estaduais. Está CORRETO somente o que se afirma em: a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) III e IV. A resposta está correta. Devemos relembrar: Qual a natureza jurídica do preâmbulo? Irrelevância jurídica. Não se situa no âmbito do direito, mas somente no âmbito da política, transparecendo a ideologia do constituinte (entendimento STF); Natureza meramente informativa/consultiva. Não é norma de reprodução obrigatória pelas constituições estaduais, nem em sua integralidade. Não serve de parâmetro de controle de constitucionalidade. Não é limitação material ao poder de reforma, ou seja, de mudar a Constituição Federal (apenas emendas constitucionais). Qual a função do preâmbulo? É diretriz interpretativa dos preceitos constitucionais; Parâmetro ou paradigma hermenêutico Elemento formal de aplicabilidade, ou seja, oferece um norte sobre o texto da Constituição Federal. Serve de parâmetro interpretativo dos preceitos constitucionais, além de proclamar os princípios da Constituição Federal. Quais valores são citados no preâmbulo? Igualdade, justiça, liberdade, desenvolvimento, bem-estar, segurança, direitos sociais e individuais, Sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos. Lembrando que: A invocação de Deus não enfraquece a laicidade (leigo, laico, não confessional), visto que não temos religião oficial no Brasil. O art. 5, VIII, CF informa que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa. Estado laico não se confunde com Estado ateu. 34. (CESPE/2016 - PGE-AM - Procurador do Estado). Julgue o item seguinte, relativos à aplicabilidade de normas constitucionais e à interação destas com outras fontes do direito. Embora o preâmbulo da CF não tenha força normativa, podem os estados, ao elaborar as suas próprias leis fundamentais, reproduzi-lo, adaptando os seus termos naquilo que for cabível. A afirmativa está correta. As Constituições, de forma geral, dividem-se em três partes: preâmbulo, parte dogmática e disposições transitórias. O preâmbulo é a parte que antecede o texto constitucional propriamente dito. O preâmbulo serve para definir as intenções do legislador constituinte, proclamando os princípios da nova constituição e rompendo com a ordem jurídica anterior. Sua função é servir de elemento de integração dos artigos que lhe seguem, bem como orientar a sua interpretação. Serve para sintetizar a ideologia do poder constituinte originário, expondo os valores por ele adotados e os objetivos por ele perseguidos. Segundo o Supremo Tribunal Federal, ele não é norma constitucional. Portanto, não serve de parâmetro para a declaração de inconstitucionalidade e não estabelece limites para o Poder Constituinte Derivado, seja ele Reformador ou Decorrente. Por isso, o STF entende que suas disposições não são de reprodução obrigatória pelas Constituições Estaduais. Segundo o STF, o Preâmbulo não dispõe de força normativa, não tendo caráter vinculante. Apesar disso, a doutrina não o considera juridicamente irrelevante, uma vez que deve ser uma das linhas mestras interpretativas do texto constitucional. Podem os estados reproduzir ou não, e pode mesmo não incluir preambulo. (Fonte: Direito Administrativo para o TJ/CE– Estratégia Concursos). 35. (CAIP-IMES/2016 - Câmara Municipal de Atibaia/SP – Advogado). Leia o preâmbulo da Constituição Federal de 1988 abaixo transcrito e responda o que se pede: “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL". I-Três teses são apresentadas pela doutrina e foram sistematizadas de Jorge Miranda sobre o tema relevância ou não do preâmbulo constitucional: a) a tese da irrelevância jurídica; b) a tese da eficácia plena e, c) a tese da relevância indireta. II- Prevalece a tese, entre os doutrinadores e juristas nacionais de que o preâmbulo constitucional não constitui norma central do texto maior, não sendo obrigatória a sua reprodução nas constituições estaduais. III- Prevalece a tese entre os doutrinadores e juristas nacionais, de que o preâmbulo constitucional cria direitos e deveres para os cidadãos e para o Estado e sua violação gera grave inconstitucionalidade. IV- Na estrutura nacional há decisão, em ADI, em que prevalece a tese de que o preâmbulo da constituição expressa a posição ideológica do poder constituinte e, portanto, insere-se na seara política não possuindo relevância jurídica. A doutrina e a jurisprudência, em relação ao preâmbulo da Constituição Federal de 1988, concluem ser correto o que se afirmar apenas em: a) III. b) II. c) I, II e IV. d) I. Quais são correntes que abordam o valor do preâmbulo da Constituição? Três são as posições apontadas pela doutrina e sistematizadas por Jorge Miranda: 1ª. Tese da irrelevância jurídica: o preâmbulo situa-se no domínio da política, sem relevância jurídica; 2ª. Tese da plena eficácia: tem a mesma eficácia jurídica das normas constitucionais, sendo, porém, apresentado de forma não articulada; 3ª. Tese da relevância jurídica indireta: ponto intermediário entre as duas, já que, muito embora participe “das características jurídicas da Constituição”, não deve ser confundido com o articulado. Jorge Miranda ensina que o preâmbulo, “... proclamação mais ou menos solene, mais ou menos significante, anteposta ao articulado constitucional, não é componente necessário de qualquer Constituição, mas tão somente um elemento natural de Constituições feitas em momentos de ruptura histórica ou de grande transformação político social”. Assim, conclui Miranda, o preâmbulo “não cria direitos ou deveres” e “não há inconstitucionalidade por violação do preâmbulo”. Nesse sentido, o Ministro Carlos Velloso, Relator da ADI 2.076, após interessante estudo, conclui que “o preâmbulo ... não se situa no âmbito do Direito, mas no domínio da política, refletindo posição ideológica do constituinte (...). Não contém o preâmbulo, portanto, relevância jurídica. O preâmbulo não constitui norma central da Constituição, de reprodução obrigatória na Constituição do Estado- membro. O que acontece é que o preâmbulo contém, de regra, proclamação ou exortação no sentido dos princípios inscritos na Carta. O STF adotou a tese da irrelevância jurídica, ao afirmar que o preâmbulo da Constituição Federal se situa no âmbito político e não no âmbito do direito. O Preâmbulo não tem força de lei, é apenas uma posição ideológica do legislador, uma carta de intenções. Importante destacar que o Cespe considera o preâmbulo como parâmetro de ato infralegal. Conforme a seguinte questão: (EJEF/2007. TJMG. Juiz). Em razão das tendências atuais do Direito Administrativo brasileiro, muito se tem discutido quanto à influência do teor do Preâmbulo da Constituição no controle dos atos da Administração. Considerando o teor do Preâmbulo da Constituição, é CORRETO afirmar que o Preâmbulo da Constituição de l988 influi no controle de legalidade do ato da Administração. Na doutrina, predomina o entendimento de que as disposições preambulares não ostentam a natureza de normas jurídicas. Assim, o preâmbulo não é capaz de produzir direitos e deveres ou invalidar atos que lhe sejam contrários. Contudo, o preâmbulo não é juridicamente irrelevante. Para Vital Moreira e Canotilho, o valor dos preâmbulos é subordinado, funcionado como elementos de interpretação e, eventualmente, de integração das normas constitucionais. 36. (CESPE/2015 - AGU - Advogado da União). Julgue o item a seguir, relativo a normas constitucionais, hermenêutica constitucional e poder constituinte. O preâmbulo da CF não pode servir de parâmetro para o controle de constitucionalidade, ao passo que as normas que compõem o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, ainda que tenham sua eficácia exaurida, podem ser usadas como paradigma de controle em razão de sua natureza de norma constitucional. A afirmativa está incorreta. Segundo a jurisprudência do STF, o preâmbulo situa-se no domínio da política, logo, é desprovido de força normativa. O mesmo não se pode dizer do ADCT, cujas normas, novamente segundo o STF, têm tanta normatividade quanto quaisquer outras distribuídas ao longo do corpo do texto principal, sem contar a mesma hierarquia. Contudo é preciso observar um detalhe importante: assim como ocorre em relação às normas constitucionais já revogadas, as normas do ADCT que tiveram sua eficácia exaurida não podem servir de parâmetro para a aferição da parametricidade constitucional. Em tais hipóteses, a incidência da norma implica o seu exaurimento eficacial. Ato contínuo, é correto dizer que, uma vez cumprida sua função no ordenamento, não se prestam mais como normas de paradigma de controle. Referências: STF, ADI 2076/AC, Tribunal Pleno, Rel. Min. Carlos Velloso, j. 15/08/2002, p. DJ 08/08/2003. STF, RE 215.107/PR, Segunda Turma, Rel. Min. Celso de Mello, j. 21/11/2006, p. DJ 02/02/2007. Segundo o Supremo Tribunal Federal, o preâmbulo não é norma constitucional. Portanto, não serve de parâmetro para a declaração de inconstitucionalidade e não estabelece limites para o Poder Constituinte Derivado, seja ele Reformador ou Decorrente. Por isso, o STF entende que suas disposições não são de reprodução obrigatória pelas Constituições Estaduais. Segundo o STF, o Preâmbulo não dispõe de Força normativa, não tendo caráter vinculante. Apesar disso, a doutrina não o considera juridicamente irrelevante, uma vez que deve ser uma das linhas mestras interpretativas do texto constitucional. A parte transitória da Constituição visa integrar a ordem jurídica antiga à nova, quando do advento de uma nova Constituição, garantindo a segurança jurídica e evitando o colapso entre um ordenamento jurídico e outro. Suas normas são formalmente constitucionais, embora, no texto da CF/88, apresente numeração própria (vejam ADCT - Ato das Disposições Constitucionais Transitórias). Assim, como a parte dogmática, a parte transitória pode ser modificada por reforma constitucional. Além disso, também pode servir como paradigma para o controle de constitucionalidade das leis, exceto se tiverem sua eficácia exaurida. Apesar de o ADCT ser, como regra, parâmetro para o controle de constitucionalidade, as normas de eficácia exaurida eventualmente em seu corpo não podem servir de parâmetro justamente em razão de sua eficácia ter se perdido em razão de um lapso temporal ouacontecimento. Por exemplo, o artigo que convoca plebiscito a ser realizado pelo povo, para fins de escolha entre República e Monarquia ou Presidencialismo e Parlamentarismo não surte mais efeitos em razão de a escolha já ter sido consolidada. Logo, não é possível sustentar tal dispositivo como controle de constitucionalidade. Para o Supremo Tribunal Federal, ADI 2076/AC, o preâmbulo da Constituição Federal não se situa no âmbito do Direito, mas no domínio da política, refletindo posição ideológica do constituinte. Em síntese: a) o preâmbulo da Constituição Federal de 1988 se situa no domínio da política (não do Direito Constitucional); b) não constitui norma central da Constituição (parte dogmática); c) apresenta-se desvestido de valor normativo, apresentando- se desvestido de força cogente e relevância jurídica; d) não é norma de observância obrigatória pelos estados- membros, Distrito Federal e municípios; e) não serve como parâmetro para a declaração de inconstitucionalidade; e f) não impõe limites ao poder constituinte derivado. O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) tem natureza jurídica de norma constitucional. O ADCT reúne dois tipos de preceitos constitucionais: a) os que contêm regras necessárias para assegurar uma harmoniosa transição do regime constitucional anterior (CF de 1969) para o regime constitucional novo (CF de 1988); e b) os que estabelecem regras que, embora não sejam relacionadas à transição de regime constitucional, têm sua eficácia jurídica exaurida tão logo ocorra a situação nelas previstas. Em ambos os caos, a característica própria de uma norma integrante do ADCT é a existência de eficácia jurídica somente até o momento em que ocorre a situação nela prevista; ocorrida a situação, a norma transitória perde a sua eficácia jurídica, por exaurimento de seu objeto. 37. (Promotor de Justiça Substituto ∙ Superior / MPE - PR / 2019). Sobre o princípio federativo, é correto afirmar: a) O princípio federativo tem por elemento informador a pluralidade consorciada e coordenada de mais de uma ordem jurídica incidente sobre um mesmo território estatal, posta cada qual no âmbito de competências previamente definidas. b) No Estado Federal, as ordens jurídicas central e periféricas gozam de soberania. c) É constitucional lei estadual que estabelece que os veículos utilizados para atender contratos estabelecidos com a Administração Direta e Indireta, devem, obrigatoriamente, ter seus respectivos Certificados de Registro de Veículos expedidos pelo Estado contratante. d) Os Estados podem subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população da área a ser desmembrada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. e) É inconstitucional a vedação à aquisição pelos demais Estados- membros de ações de propriedade do Estado no capital de concessionárias de serviço público. A questão exige conhecimento relacionado ao conceito de princípio federativo. Analisemos as assertivas: Alternativa “a”: está correta. Conforme ROCHA (1997), o elemento informador do princípio federativo é a pluralidade consorciada e coordenada de mais de uma ordem jurídica incidente sobre um mesmo território estatal, posta cada qual no âmbito de competências previamente definidas, a submeter um povo. Alternativa “b”: está incorreta. Nenhum ente, em uma federação, é soberano, mas autônomo. Autonomia implica em deter um poder político limitado não soberano, limitado pela Constituição Federal. Alternativa “c”: está incorreta. Nesse sentido, conforme o STF Lei do Município de São Paulo 13.959/2005, a qual exige que "os veículos utilizados para atender contratos estabelecidos com a Administração Municipal, Direta e Indireta, devem, obrigatoriamente, ter seus respectivos Certificados de Registro de Veículos expedidos no Município de São Paulo". Exigência que não se coaduna com os arts. 19, III, e 37, XXI, da CF. (...) A exigência constante da Lei 13.959/2005 do Município de São Paulo, além de malferir a legítima expectativa individual de quem queira participar de certame público, ofendendo direito individual, vulnera o interesse público, direito da coletividade, pois, com a redução do universo de interessados em contratar, não se garante à administração a oferta mais vantajosa. É certo que as desigualações entre sujeitos ou situações jurídicas no campo das licitações e contratos somente se justificam quando voltadas ao melhor e mais eficiente cumprimento do objeto licitado/contratado e, ainda assim, desde que não sejam desarrazoadas e estejam em conformidade com o sistema jurídico- constitucional, sob pena de restar vulnerado o princípio da isonomia.[RE 668.810 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 30-6-2017, 2ª T, DJE de 10-8-2017.] Alternativa “d”: está incorreta. Conforme art. 18, § 3º, CF/88 - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar- se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. Alternativa “e”: está incorreta. É constitucional. Conforme o STF “Vedação à aquisição pelos demais Estados-membros de ações de propriedade do Estado de São Paulo no capital das concessionárias de eletricidade paulistas. Razões econômicas e políticas legitimam a restrição contida no preceito impugnado. A limitação mencionada afasta possível tensão nas relações entre as unidades federativas envolvidas. [ADI 2.452, rel. min. Eros Grau, j. 17-6-2010, P, DJE de 17-9-2010.] 38.(UFRR /2019 - UFRR - Técnico em Assuntos Educacionais). São objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, exceto: a) Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. b) Construir uma sociedade livre, justa e solidária. c) Erradicar a pobreza e a marginalização. d) Fomentar as desigualdades sociais e regionais. e) Garantir o desenvolvimento nacional. 39. (UFRR/2019 - UFRR - Técnico de Tecnologia da Informação). Assinale a alternativa que não corresponde aos fundamentos da República Federativa do Brasil. a) A intervenção em Estados-Membros e Estados estrangeiros. b) A soberania. c) Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. d) A dignidade da pessoa humana. e) O pluralismo político. 40. (MPE-SC/ 2019. Promotor de Justiça - Matutina). Dentre os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil estão promover os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, construir uma sociedade livre, justa e solidária, e garantir o desenvolvimento nacional. A afirmativa está errada. Os fundamentos estão previstos no Art. 1º, o qual estabelece que “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos”: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. Já os objetivos estão previstos no Art. 3º. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV- promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. A incisão do verbo promover faz confusão do previsto no art. 1º(FUNDAMENTOS) com o art. 3º (OBJETIVOS) da Constituição Federal. 41. (IBADE/2019. Câmara de Jaru/RO. Contador). Tendo em vista os princípios fundamentais dispostos na Constituição Federal de 1988, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária é um dos: a) momentos históricos mais relevantes destacados na Convenção de Viena sobre Tratados. b) objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. c) fundamentos da República Federativa do Brasil. d) princípios pelos quais se rege a República Federativa do Brasil nas suas relações internacionais. e) três Poderes da República Federativa do Brasil. A afirmação é complementada pela resposta B. Quanto aos Princípios Fundamentais, temos: BIZU=> Aquilo que o Brasil não tem/ainda não concluiu. Art. 3º. Objetivos Fundamentais: (Verbos no futuro). BIZU=> CON GARRA ERRA POUCO Construir uma sociedade livre, justa e solidária; Garantir o desenvolvimento nacional; Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 42. (COPESE – UFT/2018. Câmara de Palmas /TO. Procurador). Sobre os fundamentos da República Federativa do Brasil previstos na Constituição Federal de 1988, assinale a alternativa CORRETA. a) A soberania, a cidadania e a garantia do desenvolvimento nacional são fundamentos da República Federativa do Brasil. b) A soberania, a cidadania e a redução das desigualdades sociais e regionais são fundamentos da República Federativa do Brasil. c) A soberania, a cidadania e os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa são fundamentos da República Federativa do Brasil. d) A soberania, a cidadania e a construção de uma sociedade livre, justa e solidária são fundamentos da República Federativa do Brasil. A assertiva correta é a letra C, pois através SO CI DI VA PLU. Nos termos do Art. 1º, CF/88 - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e pluralismo político. 43. (IESES - 2019 - TJ-SC - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Provimento). Marque a alternativa INCORRETA sobre os Princípios Fundamentais da Constituição Federal de 1988: a) Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição Federativa da República do Brasil de 1988. b) A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito. c) São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo, o Judiciário e o Ministério Público. d) A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. A afirmação incorreta está na letra C, as demais estão corretas. Neste sentido, São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo, o Judiciário e o Ministério Público. Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 44. (COPS-UEL/2019 - Prefeitura de Londrina - PR - Procurador do Município). Constitui-se como objetivo fundamental da República Federativa do Brasil. a) a manutenção da ordem e do progresso. b) a construção de uma sociedade livre, justa e solidária. c) o respeito aos valores democráticos. d) o respeito à dignidade da pessoa humana. e) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. Objetivos fundamentais: CON GARRA ERRA POUCO Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 45. (UERR/2017. CODESAIMA. Agente Administrativo). Assinale a alternativa incorreta. Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. a) Garantir o desenvolvimento nacional. b) Construir uma sociedade livre, justa e solidária. c) Incentivar o intercâmbio socioeconômico, cultural, político e ambiental, no âmbito dos Estados da Amazônia Legal. d) Erradicar a pobreza e a marginalização. Objetivos fundamentais: CON GARRA ERRA POUCO Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 46. (CESPE/2019. TJ-DFT - Titular de Serviços de Notas e de Registros – Remoção). É fundamento da República Federativa do Brasil: a) a dignidade da pessoa humana (fundamentos). b) o desenvolvimento nacional. c) a independência nacional. d) a erradicação da pobreza (objetivos: CON GARRA ERRA POUCO). e) a solidariedade. São fundamentos: SoCiDiVaPlu Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. 47. (CESPE - 2019 - TJ-DFT - Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento). O Estado brasileiro deve obediência irrestrita à própria Constituição, mas, ainda assim, assumiu, nos termos desse estatuto político, o compromisso de reger-se, nas suas relações internacionais, pelo princípio da: a) prevalência dos direitos humanos. b) erradicação de todas as formas de discriminação. c) dignidade da pessoa humana. d) redução das desigualdades regionais. e) inviolabilidade do direito à segurança. Princípios nas Relações Internacionais: DE.CO.R.A P.I.S.C.I.NÃO Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. 48. (SELECON - 2019 - Prefeitura de Niterói - RJ - Guarda Civil Municipal). Construir uma sociedade livre, justa e solidária, garantir o desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais e promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação constituem-se, com base no atual texto da Constituição Federal/88, em: a) objetivos próprios da organização político-administrativa do Estado; b) objetivos fundamentaisda República Federativa do Brasil; c) princípios que regem as relações internacionais da República Federativa do Brasil; d) princípios da República Federativa do Brasil que visam à integração econômica, política, social e cultural dos povos da América do Norte; e) princípios da República Federativa do Brasil que visam à integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, com vistas à formação de uma comunidade latino-americana de nações. Objetivos fundamentais: CON GARRA ERRA POUCO Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 49. (ADM&TEC/2018. Prefeitura de Pão de Açúcar/AL. Procurador). Leia as afirmativas a seguir: I. Promover os preconceitos de origem e cor é um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. II. A República Federativa do Brasil é contrária à integração cultural dos povos da América Latina. III. A execução das obras e dos serviços deve programar-se, sempre, em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e considerados os prazos de sua execução. IV. A República Federativa do Brasil é contrária à integração econômica dos povos da América Latina. Marque a alternativa CORRETA: a) Nenhuma afirmativa está correta. b) Apenas uma afirmativa está correta. c) Apenas duas afirmativas estão corretas. d) Apenas três afirmativas estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. Apenas o item III está correto. A resposta correta é a letra B - Se bem que ficou um tanto confusa a questão, juntaram artigos da Constituição com a Lei de Licitação: Art. 8º. A execução das obras e dos serviços deve programar- se, sempre, em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e considerados os prazos de sua execução. 50. (TJ-SC/2012. Titular de Serviços de Notas e de Registros. Provimento). Tratando-se dos Princípios Fundamentais presentes no Título I da Constituição da República Federativa do Brasil, pode-se afirmar: I. O Brasil constitui-se de um Estado Democrático de Direito e tem entre seus fundamentos a dignidade da pessoa humana. II. A autodeterminação dos povos, segundo a Constituição Federal brasileira, é um dos princípios de regência no trato das relações internacionais. III. O pluralismo político constitui um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. IV. A República Federativa do Brasil não tem por objetivo a construção de uma sociedade livre, justa e solidária. a) Somente a proposição I está correta. b) Somente a proposição II está correta. c) Somente as proposições III e IV estão corretas. d) Somente as proposições II e III estão corretas. e) Todas as proposições estão corretas. 51. (INSTITUTO AOCP/2019. UFPB. Assistente em Administração). Nos termos da Constituição Federal de 1988, constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil: a) construir uma sociedade livre, justa e soberana. b) garantir o desenvolvimento nacional e internacional. c) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. d) garantir o singularismo político. e) radicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. Objetivos fundamentais: CON GARRA ERRA POUCO Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. TÍTULO II DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS O que preciso saber antes de ler os artigos? Diz-se que direito é uma faculdade de agir, exercer, fazer ou deixar de fazer algo, uma liberdade positiva. As garantias não se referem às ações, mas sim às proteções que as pessoas possuem frente ao Estado ou mesmo frente às demais pessoas. Diz-se que as garantias são proteções para que se possa exercer um direito. José Afonso da Silva faz o delineamento da diferença com uma frase exaustivamente usada pelas instituições organizadoras de concurso: "Em suma (...) os direitos são bens e vantagens conferidos pela norma, enquanto as garantias são os meios destinados a fazer valer esses direitos, são instrumentos pelos quais se asseguram o exercício e o gozo daquele bens e vantagens". A Constituição Federal de 1988 estabeleceu cinco espécies de direitos e garantias fundamentais: 1º. Direitos e deveres individuais e coletivos; 2º. Direitos sociais; 3º. Direitos de nacionalidade; 4º. Direitos políticos; 5º. Direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos políticos. O prof. Ingo Sarlet ensina que, embora “direitos humanos" e "direitos fundamentais" sejam termos comumente utilizados como sinônimos, a distinção ocorre pelo fato de que o termo "direitos humanos" é de aspecto universal, supranacional, enquanto "direitos fundamentais" são aqueles direitos do ser humano que foram efetivamente reconhecidos e positivados na Constituição de um deter- minado Estado. A doutrina costuma elencar que as características dos direitos fundamentais seriam: Historicidade e mutabilidade: São históricos porque foram conquistados ao longo dos tempos. Esse caráter histórico também remete a uma ideia cíclica de nascimento, modificação e desaparecimento, o que nos impede de considerar tais direitos: como imutáveis. Inalienabilidade: Pois são intransferíveis e inegociáveis. Imprescritibilidade: Podem ser invocados independentemente de lapso temporal, eles não prescrevem com o tempo. Irrenunciabilidade: Podem até não estar sendo exercidos, mas não poderão ser renunciados. Universalidade: São aplicáveis a todos, sem distinção. Relatividade ou limitabilidade: Os direitos fundamentais não são absolutos, mas sim relativos, pois existem limites ao seu exercício. Esse limite pode ser de ordem constitucional (decretação de Estado de Sítio ou de Defesa) ou encontrar-se no dever de respeitar o direito da outra pessoa. Indivisibilidade, concorrência e complementaridade: Os direitos fundamentais formam um conjunto que deve ser garantido como um todo, e não de forma parcial. Um direito não excluiu o outro, eles são complementares, somam-se, concorrendo para dotar o indivíduo da ampla proteção. Interdependência: Pode ser empregada em dois sentidos: 1°. Em um primeiro momento, levaria à noção de indivisibilidade, já que a garantia de um direito fundamental dependeria da garantia conjunta de outro direito fundamental (exemplo: não se pode querer garantir os direitos sociais, sem garantir os direitos econômicos); 2º. Em uma segunda acepção, também é lembrada como a relação que deve existir entre as normas (sejam elas constitucionais ou infraconstitucionais) e os direitos fundamentais, de modo que as primeiras (normas constitucionais e infraconstitucionais) devem traçar os caminhos para que efetivamente se concretizem tais direitos. Esses direitos não se restringem a direitos particulares, podendo, alguns, ser garantidos também a pessoas jurídicas, até mesmo pessoasjurídicas de Direito Público, como o direito de propriedade. Obviamente, não são todos que podem ser estendidos, alguns só podem ser aplicáveis a pessoas físicas, como o direito de "ir e vir". Historicamente, esses direitos se constituem em uma conquista de uma proteção do cidadão em face do poder autoritário do Estado (daí serem classificados como elementos limitativos da Constituição). Porém, atualmente, já se vislumbra o uso de tais direitos nas relações entre os próprios particulares, o que chamamos de eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Dessa forma, temos: É comum que a doutrina classifique os direitos fundamentais em dimensões, principalmente em 1ª, 2ª e 3ª dimensões (antes, o termo usado era gerações, mas atualmente o uso desse termo é repudiado pelo fato de induzir ao pensamento de que uma geração acabaria por substituir a outra - o que é incorreto - e, ainda, que os direitos foram conquistados exatamente na ordem exposta, o que não é exatamente verdade em muitos países). Grosso modo, podemos fazer uma cor- relação de que forma esses direitos foram surgindo e a fase pela qual o mundo passava. Vejamos: Dicas para memorizar: 1ª. As dimensões estão na ordem do lema da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade (LIF). 2ª. Os direitos políticos são os de Primeira dimensão. 3ª. Os direitos Sociais, Econômicos e Culturais (SEC - Lembre-se de "second") são os de segunda dimensão. Direitos de 4ª dimensão: O professor Paulo Bonavides também propôs que já existiria a 4ª dimensão dos direitos, ou seja, os direitos que se vinculam à ideia de democracia, especialmente a democracia direta, incluindo o direito à informação e o direito ao pluralismo. Essa dimensão foi alcançada por meio da universalização dos direitos promovida pela globalização. Norberto Bobbio também já fazia alusão a uma possível quarta dimensão dos direitos fundamentais, mas de maneira diversa de Bonavides. Para Bobbio, a quarta dimensão estaria materializada nos direitos relativos à biotecnologia, e ao patrimônio genético dos indivíduos. Direitos de 5ª dimensão: O professor Bonavides ainda vislumbra a quinta dimensão dos direitos fundamentais, segundo ele, pela necessidade de se colocar em maior destaque o direito à paz, principalmente devido aos recentes atentados terroristas a partir do 11 de setembro nos Estados Unidos. Outros diversos autores tratam dos direitos de quinta geração como os direitos “virtuais" ou "cibernéticos", ou seja, aqueles relativos ao comércio e contratos eletrônicos, publicidade virtual, e os interligados à defesa da honra e da dignidade da pessoa humana no meio da internet, entre outros correlatos. 01. (ATRFB/ESAF/2012) Enquanto os direitos de primeira geração realçam o princípio da igualdade, os direitos de segunda geração acentuam o princípio da liberdade. A afirmativa está errada. A questão inverteu os conceitos. O correto seria Liberdade e Igualdade. Conforme Revolução Francesa a ordem das dimensões são a LIF (liberdade, igualdade e Fraternidade). No que tange L (liberdade): Temos os direitos civis e políticos. Situa-se na fase do Estado Liberal. O marco mundial: situa-se na Revolução Francesa e Independência dos Estados Unidos. No Brasil o marco é Incipiente na Constituição Federal de 1824 e o fortalecido na Constituição Federal de 1891. Quanto a I (Igualdade): Temos os direitos sociais, econômicos e sociais. Situa-se na fase do Estado Social. O marco mundial: situa-se na Pós-Primeira Guerra Mundial: Constituição Mexicana (1917) e Weimar (1919). No Brasil o marco é a Constituição Federal de 1934. Quanto a F (Fraternidade - Solidariedade): Temos os direitos coletivos e difusos. Está relacionado ao Estado Democrático. O marco mundial se situa no Pós-Segunda Guerra Mundial. No Brasil o marco é a CF/1988. Revolução Francesa (1789-1799) foi um período de intensa agitação política e social na França, que teve um impacto duradouro na história do país e, mais amplamente, em todo o continente europeu. Fases da Revolução Francesa: Para fins de estudo dividimos a Revolução Francesa em três fases: Primeira fase (1789-1792): Monarquia Constitucional; Segunda fase (1792-1794): Convenção - 1792/1793 e Terror; Terceira fase (1794-1799): Diretório. Causas da Revolução: A burguesia francesa, preocupada em desenvolver a indústria no país, tinha como objetivo destruir as barreiras que restringiam a liberdade de comércio internacional. Desta forma, era preciso que se adotasse na França, segundo a burguesia, o liberalismo econômico. A burguesia exigia também a garantia de seus direitos políticos, pois era ela quem sustentava o Estado, posto que o clero e a nobreza estavam livres de pagar impostos. Apesar de ser a classe social economicamente dominante, sua posição política e jurídica era limitada em relação ao Primeiro e ao Segundo Estados. 02. (Analista Administrativo/DNIT/ESAF/2013). Os direitos fundamentais de primeira geração são titularizados pelos indivíduos em oposição ao Estado, sendo eles, entre outros, o direito à vida, à liberdade e à propriedade. A afirmativa está correta. 03. (DPE/ES/Cespe/2009) Os direitos de primeira geração ou dimensão (direitos civis e políticos) - que compreendem as liberdades clássicas, negativas ou formais - realçam o princípio da igualdade; os direitos de segunda geração (direitos econômicos, sociais e culturais) - que se identificam com as liberdades positivas, reais ou concretas - acentuam o princípio da liberdade; os direitos de terceira geração - que materializam poderes de titularidade coletiva atribuídos genericamente a todas as formações sociais - consagram o princípio da solidariedade. A afirmativa está errada. A primeira dimensão materializa a liberdade. A igualdade é referente à segunda dimensão. Conforme Revolução Francesa a ordem das dimensões são a LIF (liberdade, igualdade e Fraternidade). 04. (Advogado/CEHAP/Cespe/2009) A evolução cronológica do reconhecimento dos direitos fundamentais pelas sociedades modernas é comumente apresentada em gerações. Nessa evolução, o direito à moradia está inserido nos direitos fundamentais de terceira geração, que são os direitos econômicos, sociais e culturais, surgidos no início do século XX. A afirmativa está errada. Os direitos sociais, econômicos e culturais são de segunda dimensão. 05. (Procurador do Trabalho/MPT/2007/Adaptada) No estudo dos direitos humanos fundamentais, existe cizânia doutrinária em torno da utilização da expressão "geração", para indicar o processo de consolidação desses direitos, sendo que alguns preferem utilizar "dimensão". Examine as assertivas a seguir e selecione o argumento que, efetivamente, dá suporte à doutrina que, defende a necessidade de substituição de uma expressão por outra. a) os direitos humanos fundamentais são direitos naturais e, como tais, imutáveis, de maneira que o vocábulo "geração" faz alusão a uma historicidade inexistente nessa modalidade de direitos, enquanto "dimensão" refere-se a aspectos relevantes de um todo, que simplesmente se destacam de acordo com o grau de desenvolvimento da sociedade; b) o termo "geração" conduz à ideia equivocada de que os direitos humanos fundamentais se substituem ao longo do tempo, enquanto "dimensão" melhor reflete o processo gradativo de complementaridade, pelo qual não há alternância, mas sim expansão, cumulação e fortalecimento; c) a ideia de "geração" leva ao entendimento de que o processo de afirmação dos direitos humanos fundamentais é linear e não comporta retrocessos, enquanto a de "dimensão" melhor expressa o caminho tortuoso desse pro- cesso, de acordo com as
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