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424595216-2-1-Conhecimentos-Gerais-Direito-Constitucional

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2.1. LEGISLAÇÃO 
2.1.1. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 
1988 E SUAS RESPECTIVAS EMENDAS (ARTS. 1º AO 9º; 37 A 41; 
205 A 214). 
 
PREÂMBULO 
 Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia 
Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a 
assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a 
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como 
valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem 
preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem 
interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, 
promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA 
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. 
 O preâmbulo seria a síntese do pensamento e intenções dos 
constituintes ao se dar início a um novo ordenamento jurídico. 
 Segundo o STF, o preâmbulo, embora pertença à 
Constituição, não é considerado uma norma "central" dela (sequer 
podemos defini-lo como "norma" propriamente dita), não sendo assim de 
reprodução obrigatória nas Constituições Estaduais nem possuindo força 
jurídica para tornar outras normas inconstitucionais. Decidiu-se, então, 
pela ausência de força normativa do preâmbulo. 
 O fato de usar no preâmbulo a expressão "sob a proteção de 
Deus" por si não faz do Estado brasileiro um Estado religioso. O Brasil é 
um país "laico" ou "leigo", não possui elos de relação com religiões, 
embora inclua entre suas proteções o sentimento de liberdade religiosa e 
de crença. 
 Deve-se lembrar que, embora despido de eficácia jurídica, o 
preâmbulo deve ser usado para fins de interpretação, já que manifesta o 
sentimento dos constituintes ao se dar início ao novo ordenamento e, 
assim, acaba por direcionar a aplicação das normas constitucionais que 
estão por vir. 
 Todas as normas constitucionais (exceto o preâmbulo- 
segundo a jurisprudência do STF) possuem eficácia jurídica, pois mesmo 
que não consigam alcançar seu destinatário, conseguem, ao menos, 
impor a sua observância à (demais de hierarquia inferior, sendo capaz de 
as tornarem inconstitucionais) caso a contrariem, dizendo-se assim que 
possuem caráter vinculante imediato. 
 
TÍTULO I 
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
 Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se 
em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
 I - a soberania; 
 II - a cidadania; 
 III - a dignidade da pessoa humana; 
 IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
 V - o pluralismo político. 
 Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce 
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta 
Constituição. 
 Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos 
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
 Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil: 
 I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
 II - garantir o desenvolvimento nacional; 
 III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as 
desigualdades sociais e regionais; 
 IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de 
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de 
discriminação. 
 Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas 
relações internacionais pelos seguintes princípios: 
 I - independência nacional; 
 II - prevalência dos direitos humanos; 
 III - autodeterminação dos povos; 
 IV - não-intervenção; 
 V - igualdade entre os Estados; 
 VI - defesa da paz; 
 VII - solução pacífica dos conflitos; 
 VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
 IX - cooperação entre os povos para o progresso da 
humanidade; 
 X - concessão de asilo político. 
 Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a 
integração econômica, política, social e cultural dos povos da América 
Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de 
nações. 
 Os princípios fundamentais da República Federativa do Brasil 
estão dispostos nos arts. 1° ao 4° da Constituição. Tais princípios são 
chamados fundamentais por formarem a base da organização do Estado. 
São eles que irão definir a estrutura política do Estado. 
 O professor Canotilho diz que esses princípios se constituem 
em normas-síntese ou normas-matriz,16 isso porque são as normas 
básicas, a origem, as normas que sintetizam aquilo que veremos ao longo 
da Constituição. Então, os princípios fundamentais são chamados de 
"princípios político-constitucionais" 
 Dica: Lembre-se de "organização" sempre que ler o termo 
«política". Os demais princípios, ao longo da Constituição, que são 
desdobramentos dos fundamentais, serão chamados de "jurídico-
constitucionais" Dica: Aquilo que leva o termo "jurídico" estará dando a 
ideia de que foi "criado, instituído", e assim é decorrente, derivado de um 
outro). 
 Não se pode também confundir os princípios fundamentais 
com os princípios gerais do Direito Constitucional. Enquanto aqueles 
estão positivados na Constituição, estes formam um estudo teórico, são 
aplicáveis a vários ordenamentos. 
 O candidato deve se preocupar em absorver bem a literalidade 
dos arts. 1° ao 4° da Constituição. Eles são muito cobrados em concurso 
e a maioria das questões de prova sobre o tema se limitam à literalidade 
desses artigos. Algumas, porém, principalmente as das instituições 
Cespe e ESAF, costumam cobrar as definições doutrinárias que veremos 
nos comentários. 
 O caput do art. 1° da Constituição é repleto de informações 
importantes. Ele mostra qual foi a decisão política dos constituintes ao 
definir a forma de Governo (república), a forma de Estado (Federação) 
e o Regime Político (democracia) do Estado. O sistema de governo 
(presidencialismo) não foi abordado no caput do art. 1°, mas verificamos 
a adoção desse sistema nas disposições sobre o Poder Executivo, 
notadamente o art. 84. 
 Em concursos, principalmente da ESAF e Cespe, cobram as 
definições trazidas pela doutrina do prof. José Afonso da Silva sobre tais 
institutos. Coligindo essa doutrina com ensinamentos de outros autores, 
temos: 
 a) Forma de governo: É a maneira como se dá a instituição 
do poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e 
governados. Quem deve exercer o poder e como este se exerce. 
 Basicamente, são as repúblicas (todos exercem o poder) e 
as monarquias (só um exerce o poder). O Brasil não adotou como 
forma de governo a monarquia, escolheu para si a república, ou seja, o 
modo de distribuição do poder na sociedade ocorre com este nas 
mãos de todo o povo, daí a palavra «república" - res publica (coisa 
pública). 
 A adoção da forma republicana traz consigo diversas 
características, como a temporariedade do mandato dos 
governantes, a necessidade de transparência e prestação de contas 
e a necessidade de eleição periódica para a definição dos 
representantes do povo. A monarquia é caracterizada pela vitaliciedade e 
pela hereditariedade dos governantes. 
 b) Forma de Estado: É o modo de exercício do poder 
político em função do território. 
 O Brasil adota como forma de Estado a federação, ou seja, o 
modo de distribuição geográfica do poder político se dá com a 
formação de entidades autônomas (vide art. 18). Essa autonomia se 
manifesta por meio de três ou quatro facetas (dependendo do 
doutrinador): 
 l. Autogoverno: capacidade de os entes escolherem seus 
governantes sem interferência de outros entes; 
 II. Auto-organização: capacidade de instituírem suas 
próprias constituições (no caso dos Estados) ou leis orgânicas (no caso 
dos Municípios e do DF); 
 III. Autolegislação:capacidade de elaborarem suas próprias 
leis por meio de um processo legislativo próprio, embora devam seguir 
as diretrizes do processo em âmbito federal; 
 IV. Autoadministração: capacidade de se administrarem de 
forma independente, tomando suas próprias decisões executivas e 
legislativas. 
 Para alguns doutrinadores, não haveria a separação entre 
auto-organização e autolegislação. 
 Veja que estamos falando de autonomia, não de soberania. 
A soberania, que a Constituição adota em seu art. 1°, I, como um 
fundamento da República Federativa do Brasil (definida como o poder 
supremo que o Estado brasileiro possui nos limites do seu território, 
não se sujeitando a nenhum outro poder de igual ou superior 
magnitude e tornando-se um país independente de qualquer outro 
no âmbito internacional), irá se manifestar apenas na pessoa da 
República Federativa do Brasil, entendida como a união de todos os entes 
internos, representando todo o povo brasileiro, povo este que é o 
verdadeiro titular da soberania. 
 O ente federativo "União" não possui soberania, apenas 
autonomia, tal como os Estados, Distrito Federal e Municípios. A 
República Federativa do Brasil é única, soberana e que se manifesta 
internacionalmente como pessoa jurídica de direito internacional. 
 É importante, para que possamos arraigar nossos 
conhecimentos sobre o tema, que definamos alguns conceitos, a saber: 
 • FEDERAÇÃO X CONFEDERAÇÃO: Ambas são tidas como 
"estados complexos" em oposição ao "estado simples'', o qual se 
manifesta como unitário. 
 Em uma federação, temos um Estado fracionado em unidades 
autônomas. Nas confederações, as unidades não são simplesmente 
autônomas, elas são soberanas. 
 A federação é uma união indissolúvel, ou seja, os entes não 
têm o direito de secessão. Eles não podem se separar da federação, 
pois estão despidos de soberania. Nas confederações, os Estados se 
agregam para aumentar a sua força política internacional, mas não 
abdicam de sua soberania, podendo se separar do bloco no 
momento em que julgarem necessário. 
 • ESTADOS SIMPLES OU UNITÁRIOS: O Estado unitário 
pode ser um Estado unitário centralizado (ou puro) ou um Estado unitário 
descentralizado (ou regional). Essa ideia se refere ao campo 
administrativo. 
 No Estado centralizado, há uma concentração das 
competências administrativas em uma única unidade política. 
 No Estado descentralizado, ocorre uma atribuição das 
competências administrativas a unidades regionais. 
 O Estado unitário descentralizado não se confunde com o 
Estado federal, já que a descentralização naquele ocorre tão somente nas 
funções administrativas, sendo as funções legislativas mantidas junto à 
unidade central. 
 • CARACTERÍSTICAS DA NOSSA FEDERAÇÃO: São 
características da Federação instituída através da União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios: 
 1. Indissolubilidade: Isso ocorre pelo fato de os entes não 
possuírem o direito de secessão; 
 2. Cláusula pétrea expressa: A Constituição protegeu 
expressamente a forma federativa de Estado corno uma cláusula pétrea 
(art. 60, §4°), impedindo assim que uma emenda constitucional possa vir 
a dissolver a Federação ou ofender o pacto federativo (autonomia dos 
entes federados); 
 3. Federação por segregação ou movimento centrífugo: 
diferentemente dos EUA, onde havia vários Estados que se "agregaram" 
(movimento centrípeto) para formar um país, no Brasil tinha-se apenas 
um Estado que se desmembrou em outros. 
 4. Federalismo de 3° grau: Até a promulgação da 
Constituição Brasileira de 1988, os Municípios não possuíam 
autonomia. Tínhamos, então, um federalismo de 2° grau, formado 
apenas pelas esferas federal e estadual. Após a promulgação da 
Constituição vigente, o país passou a ter um federalismo de 3° grau, 
reconhecendo os Municípios como autônomos e, assim, adotando 
uma espécie bem peculiar de federação. 
 Observação: Importante salientar que a Constituição de 1988 
inovou ao prever os Municípios como integrantes da federação. Em 
provas de concursos, deve-se ter cuidado com isto, pois, para o Direito 
Constitucional Geral, a federação ocorre apenas entre Estados. Não 
existe a figura dos Municípios como entes autônomos integrantes 
do conceito de federação - uma particularidade do Brasil. 
 5. Federalismo cooperativo: existe uma repartição de 
competências de forma que cada ente federativo contribuirá para a 
finalidade do Estado, havendo a previsão de competências que são 
comuns a todos, além de colaborações técnicas e financeiras para a 
prestação de alguns serviços públicos e repartição das receitas 
tributárias. Destacam-se nesse conceito as figuras dos consórcios 
públicos, convênios entre os entes federativos e a instituição pelos 
Estados das regiões metropolitanas para que possam articular um 
desenvolvimento igualitário de seus Municípios. 
 c) Regime Político: Sem conceito pacífico na doutrina. 
Dizemos que é a forma pela qual se dá a "regência" das decisões 
políticas do Estado. A democracia foi eleita como o regime político 
brasileiro (vide preâmbulo e art. 1°). 
 Nesse sentido, quem é responsável por reger a política 
brasileira é o povo, o detentor do poder, que direciona as ações do 
governo diretamente, por meio do uso do plebiscito, referendo e da 
iniciativa popular, ou indiretamente, por meio dos representantes 
eleitos pelo próprio povo. Dessa forma, o Brasil possui como regime a 
democracia mista ou semidireta. 
 d) Sistema de governo: É o modo por meio do qual se 
relacionam os órgãos dos Poderes do Estado (especialmente 
Executivo e Legislativo). 
 Dica: Lembre-se de que todo sistema, como o sistema 
respiratório, entre outros, trata da relação entre órgãos. Portanto, com o 
sistema de governo não é diferente. Ele trata das relações entre os órgãos 
de cada Poder, o grau de independência entre eles, o papel de cada 
um deles no estado e seus âmbitos de competências e formas de ações. 
 Existem basicamente dois sistemas de governo: o 
presidencialismo e o parlamentarismo. 
 Para se verificar se um sistema é presidencialista ou 
parlamentarista, existe uma palavra-chave: independência. No 
presidencialismo, o Poder Executivo tem uma grande independência 
em relação ao Legislativo. No parlamentarismo, ocorre uma maior 
dependência entre esses poderes, já que eles atuam em 
colaboração. 
 Antes de compararmos os dois sistemas, precisamos fazer 
distinção entre as chefias do Poder Executivo: a chefia de estado e a 
chefia de governo. 
 Chefe de estado: é o membro do Poder Executivo que exerce 
o papel de representante do Estado, principalmente no âmbito externo, 
mas também como representante moral perante o povo, no âmbito 
interno. 
 Chefe de governo: é o membro do Poder Executivo 
responsável por chefiar o governo, ou seja, a direção das políticas 
públicas em âmbito interno. 
 No presidencialismo, temos a unicidade da chefia. O 
presidente tem em suas mãos tanto a chefia de estado quanto a chefia de 
governo. 
 No parlamentarismo, temos uma dualidade de chefia: existe 
uma pessoa como chefe de Estado e outra como chefe de governo. 
O chefe de Estado será o presidente, no caso de uma república 
parlamentarista, ou o monarca (Rei), no caso de uma monarquia 
parlamentarista. A chefia de governo será exercida pelo primeiro-
ministro. Este é escolhido pelo presidente para governar, mas somente 
será investido com a aprovação de seu nome (bem como o do seu 
conselho de ministros) pelo parlamento. 
 Voltando à questão da independência. No presidencialismo, o 
presidente (que é chefe de Estado e chefe de governo) tem ampla 
autonomia para governar e instituir suas políticas públicas. Da 
mesma forma que o Legislativo não interfere na atividade do Executivo, o 
Executivo também não se impõesobre o Legislativo, que é composto por 
membros com mandatos fixos e predeterminados. 
 Já no parlamentarismo, o primeiro-ministro (chefe de 
governo) precisa do apoio do parlamento para se manter no governo. 
Se o parlamento não concordar com seu plano de governo poderá, por 
meio do voto de desconfiança, "derrubá-lo". Por outro lado, se o 
presidente ou monarca não concordar com a desconfiança manifestada 
do Parlamento, poderá dissolvê-lo para que ocorram novas eleições, já 
que neste sistema os membros do Legislativo não têm um mandato 
determinado. 
 Largando as comparações entre presidencialismo e 
parlamentarismo, é importante ainda citarmos o chamado sistema de 
governo diretorial. No sistema diretorial, ou "governo de Assembleia", 
existe um diretório (órgão colegiado) formado por membros do 
parlamento, e é este diretório que exercerá o poder. Dessa forma, 
praticamente inexiste o Poder Executivo, já que ele está completamente 
subordinado ao Parlamento que, inclusive, é responsável por eleger os 
membros daquele Poder. 
 A CF, art. 2', ADCT estabeleceu que no dia 7 de setembro de 
1993, o eleitorado definirá, por meio de plebiscito, a forma (república ou 
monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou 
presidencialismo) que devem vigorar no país. 
 O plebiscito aconteceu e definiu por intermédio do voto 
popular que o Brasil seria uma república presidencialista. Assim, o 
Brasil ainda adota como sistema de governo o presidencialismo. 
 Esquematizando, no Brasil temos: 
Forma de Estado: Federação 
Forma de governo: República 
Regime de governo ou político: Democracia (mista ou 
semidireta) 
Sistema de governo: Presidencialismo 
 Informações importantes também estão contidas no parágrafo 
único do artigo. Ao dizer que "todo o poder emana do povo", a 
Constituição claramente adota a teoria da "soberania popular", em que 
o titular da soberania é o povo, contrapondo a teoria da "soberania 
estatal", na qual o titular do poder seria o Estado. Já vimos que a única 
pessoa soberana é a República Federativa do Brasil, mas esta age em 
nome do seu povo. 
 Outra importante informação é extraída quando o dispositivo 
afirma que o povo "exerce (o poder) por meio de representantes eleitos 
ou diretamente". Isso embasa o que vimos anteriormente: o Brasil adota 
a democracia mista ou semidireta, já que o exercício do poder se dá tanto 
por meio de representantes eleitos (típico da democracia indireta ou 
representativa) quanto diretamente (típico da democracia direta), por 
meio do uso do plebiscito, referendo e da iniciativa popular (art. 14 
da Constituição Federal). 
 O caput do art. 1º define a República Federativa do Brasil 
como um "Estado Democrático de Direito". O Estado Democrático de 
Direito é a fase atual da evolução dos Estados. 
 Em linhas gerais, podemos dizer que, primeiramente, com a 
Revolução Francesa, instala-se o que chamamos de "Estado de Direito" 
ou "Estado Liberal de Direito". 
 O Estado é de Direito, pois se submete aos comandos da 
lei. Esse Estado Liberal de Direito era um Estado "individualista", estava 
preocupado somente com as liberdades individuais. O conceito de 
liberdade e igualdade, nesse tipo de Estado, porém, era deturpado, pois 
o indivíduo era visto como um ser abstrato, "ideal". As disparidades 
reais e diferenças econômicas, sociais e culturais entre eles, por exemplo, 
eram ignoradas. Dessa forma, o Estado Liberal de Direito cometeu 
diversas injustiças, pois sua preocupação era com a formalidade das 
liberdades, as declarações eram generalistas e abstratas. 
 Surge, então, um Estado Social de Direito, ou Estado Material 
de Direito. Agora, preocupa-se não somente com a formalidade das 
liberdades, mas também em dotar os indivíduos de reais condições para 
exercê-las e realizar uma justiça social. Esse Estado tentava 
compatibilizar o sistema capitalista com o Estado do bem-estar social 
(Welfare State). 
 A doutrina destaca que tanto o Estado Liberal de Direito 
quanto o Estado Social de Direito nem sempre eram caracterizados como 
um "Estado Democrático", ou seja, aquele Estado fundado na soberania 
popular e que teria o povo como regente dos rumos do país. Inclusive, o 
Estado Social de Direito recebia críticas de que estaria usando a política 
do bem-estar social para encobrir uma exploração capitalista ainda mais 
cruel. Assim, temos o surgimento do Estado Democrático de Direito. 
 O Estado de Direito se funda no princípio basilar da 
"legalidade". O Estado Democrático de Direito continua a ter a 
"legalidade" como base, mas essa legalidade não serve apenas para 
limitar o poder do Estado. Todavia, ela serve de instrumento de 
transformação da sociedade devendo estar apoiada na soberania 
popular, no pluralismo de ideias, no respeito aos direitos fundamentais e 
na realização da justiça social (democracia social, econômica, cultural e 
política). 
 José Afonso da Silva, então, nos ensina que o termo "Estado 
Democrático de Direito" é mais que a mera junção formal do "Estado 
de Direito" com "Estado Democrático". Podemos inferir que estamos 
diante de um Estado pautado na justiça social, e cujas leis refletem a 
finalidade de alcançar o bem comum. 
 De acordo com o referido autor, teríamos os seguintes 
"Princípios" do Estado Democrático de Direito e a sua tarefa 
fundamental: 
 a) Princípio da constitucionalidade: A Constituição rígida é 
a norma superior e legitimada pela vontade popular, devendo ser 
respeitada. 
 b) Princípio democrático: A democracia deve ser 
representativa e participativa (democracia mista), além de pluralista com 
respeito às minorias. 
 c) Sistema de direitos fundamentais. 
 d) Princípio da justiça social. 
 e) Princípio da igualdade: Que deve ser a busca pela 
igualdade material (tratar de forma desigual os desiguais na medida de 
suas desigualdades), e não apenas uma igualdade formal. 
 f) Princípio da divisão dos poderes. 
 g) Princípio da legalidade. 
 h) Princípio da segurança jurídica. 
 A tarefa fundamental: Superar as desigualdades sociais e 
regionais e instaurar um regime democrático que realize a justiça social. 
 Alexandre de Moraes ainda adverte que não se consegue 
conceituar um verdadeiro Estado Democrático de Direito sem a 
existência de um Poder Judiciário autônomo e independente, para 
que exerça sua função de guardião das leis e garantidor da ordem na 
estrutura governamental republicana. 
2.1.2. QUESTÕES RELACIONADAS (PREÂMBULO, ART. 1º AO 4º 
DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL). 
01. (Advogado/Ibram/DF/Cespe/2009) O preâmbulo, por estar na parte 
introdutória do texto constitucional e, portanto, possuir relevância jurídica, 
pode ser paradigma comparativo para a declaração de 
inconstitucionalidade de determinada norma infraconstitucional. A 
afirmação está incorreta. 
02. (Analista Administrativo e Financeiro/Seger/Cespe/2007) O 
preâmbulo da Constituição Federal constitui uma norma central e, 
portanto, tem força normativa. A afirmação está incorreta 
03. (Procurador Federal/AGU/Cespe/2007) A invocação a Deus, presente 
no preâmbulo da CF, reflete um sentimento religioso, o que não 
enfraquece o fato de o Estado brasileiro ser laico, ou seja, um Estado em 
que há liberdade de consciência e de crença, em que ninguém é privado 
de direitos por motivo de crença religiosa ou convicção filosófica. A 
afirmação está correta. 
04. (MP/PE/FCC/2002/Adaptada). O constituinte brasileiro iniciou a 
redação da Constituição Federal com um Preâmbulo, cuja força 
obrigatória é ausente, destinando-se a indicar a intenção do constituinte, 
mas deve ser levado em conta quando da interpretação nas normas. A 
afirmação está correta. 
O5. (Analista de Infraestrutura/MP/Cespe/2012) Os princípios 
fundamentais da ConstituiçãoFederal de. 1988 (CF) designam as 
características mais essenciais do Estado brasileiro. A afirmação está 
correta. 
06. (Analista/Susep/ESAF/2010/Adaptada) Os princípios jurídico-
constitucionais não são princípios constitucionais gerais, todavia não se 
constituem em meros desdobramentos dos princípios fundamentais. A 
afirmação está incorreta, pois os jurídico-constitucionais são 
desdobramentos dos político-constitucionais. 
07. (Advogado/IRB/ESAF/2006/Adaptada). Segundo a doutrina, os 
princípios político-constitucionais são materializados sob a forma de 
normas-princípio; as quais, frequentemente, são desdobramentos dos 
denominados princípios fundamentais. A afirmação está incorreta, pois 
Os princípios político-constitucionais são os próprios princípios 
fundamentais. 
 
08. (Advogado/Coren/Fepese/2007). A República Federativa do Brasil, 
formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito 
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: 
 
a) A independência nacional. 
b) A soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores 
sociais do trabalho e da livre iniciativa, o pluralismo político. 
c) A construção de uma sociedade livre, justa e solidária e a garantia do 
desenvolvimento nacional. 
d) A erradicação da pobreza e a marginalização e reduzir as 
desigualdades sociais e regionais. 
e) A prevalência dos direitos humanos e a autodeterminação dos povos. 
 
 A resposta correta é a letra B. Sugerimos o uso do famoso 
mnemônico: So-Ci-Di-Val-Plu. 
 
09. (Defensor/DP/SP/FCC/2009/Adaptada). O princípio republicano se 
traduz na maneira como se dá a instituição do poder na sociedade e a 
relação entre governantes e governados. A afirmação está correta. 
 
10. (AFÇ/STN/ESAF/2005/Adaptada). Forma de governo diz respeito ao 
modo como se relacionam os poderes, especialmente os Poderes 
Legislativo e Executivo, sendo os Estados, segundo a classificação 
dualista de Maquiavel, divididos em repúblicas ou monarquias. A 
afirmação está errada, pois essa é a definição de sistema de 
governo. 
 
11. (TCE/CE/FCC/2006/Adaptada). Parlamentarismo é a forma de 
governo em que há profunda independência entre os Poderes Legislativo 
e Executivo, que são exercidos por pessoas diferentes, podendo o 
primeiro-ministro indicado pelo chefe do Executivo, ser destituído por 
decisão da maioria do Legislativo, através da aprovação de moção de 
desconfiança. A afirmação está errada, pois há uma maior 
"dependência". 
 
12. (TCE/CE/FCC/2006/Adaptada). Sistema diretorial de governo, é 
aquele no qual existe total subordinação do Poder Legislativo ao 
Executivo, que concentra, em sua totalidade, o poder político estatal, 
sendo que o colegiado de governantes é indicado pelo chefe do 
Executivo, para exercício do mandato com prazo indeterminado. A 
afirmação está errada, pois o Executivo é que fica subordinado ao 
Legislativo. 
 
13. (AFTE/RN/ESAF/2005/Adaptada). O presidencialismo é a forma de 
governo que tem por característica reunir, em uma única autoridade, o 
presidente da República, a Chefia do Estado e a Chefia do Governo. A 
afirmação está errada, pois o Presidencialismo é sistema de 
governo. 
 
14. (SEJUS/ES/Cespe/2009). A Constituição adota o presidencialismo 
como forma de Estado, já que reconhece a junção das funções de chefe 
de Estado e chefe de governo na figura do presidente da República. A 
afirmação está errada, pois o Presidencialismo é sistema de 
governo. 
 
15. (MMA/Cespe/2009). O modelo de federalismo brasileiro é do tipo 
segregador. A afirmação está correta. 
 
16. (Promotor/MPE/RN/Cespe/2009). Existia no Brasil um federalismo de 
segundo grau até a promulgação da CF, após a qual o país passou a ter 
um federalismo de terceiro grau. A afirmação está correta. 
 
17. (TRE/ES/Fesag/2005/Adaptada). Segundo a orientação do Direito 
Constitucional Geral, os Municípios integram o conceito de Federação. A 
afirmação está errada, pois para o Direito Constitucional Geral, a 
federação é somente de Estados. 
 
18. (Procurador/PM/Nova Iguaçu/FJG/2006) São instrumentos típicos do 
chamado federalismo cooperativo: 
 
a) concessões, convênios e regiões metropolitanas; 
b) concessões, contratos e regiões metropolitanas; 
c) consórcios, convênios e regiões metropolitanas; 
d) consórcios, concessões e contratos; 
e) contratos, consórcios e convênios. 
 
 A afirmação C está correta. 
 
 
19. (Secont/ES/Cespe/2009). O termo Estado republicano refere-se não 
apenas a organizações institucionais, mas a um compromisso social com 
a coisa pública, no exercício da tolerância, no respeito à identidade do 
homem, dentro do prisma individual (pluralismo) e cultural. A afirmação 
está correta. 
 
20. (AFC/CGU/ESAF/2006/Adaptada). O princípio republicano tem como 
características essenciais: a eletividade, a temporariedade e a 
necessidade de prestação de contas pela administração pública. A 
afirmação está correta. 
 
21. (TCE/CE/FCC/2006/Adaptada) Democracia semidireta é aquela que 
caracteriza pela eleição de representantes do povo, por meio do voto, 
dotada de mecanismos de participação popular direta, como o plebiscito, 
o referendo e a iniciativa popular. A afirmação está correta. 
 
22. (Analista/TJ/RJ/Cespe/2008/Adaptada) A expressão "Estado 
Democrático de Direito", contida no art. 1º da CF, representa a 
necessidade de se providenciar mecanismos de apuração e de efetivação 
da vontade do povo nas decisões políticas fundamentais do Estado, 
conciliando uma democracia representativa, pluralista e livre, com uma 
democracia participativa efetiva. (Atenção à definição). A afirmação está 
correta. 
 
23. (AFTE/RN/ESAF/2005/Adaptada) O Estado unitário distingue-se do 
Estado federal em razão da inexistência de repartição regional de poderes 
autônomos. A afirmação está correta. 
 
24. (TCE/CE/FCC/2006/ Adaptada). Confederação é a união permanente 
de dois ou mais Estados-membros, os quais, conservando sua autonomia 
político-administrativa, abrem mão de sua soberania, em favor do Estado 
Federal. A afirmação está errada, pois na confederação, os Estados 
mantêm a sua soberania. 
 
25. (AFC/STN/ESAF/2005/Adaptada). A divisão fundamental de formas 
de Estados dá-se entre Estado simples ou unitário e Estado composto ou 
complexo, sendo que o primeiro tanto pode ser Estado Unitário 
centralizado quanto Estado Unitário descentralizado ou regional. A 
afirmação está correta. 
 
26. (ESAF/AFT/2006). A concretização do Estado Democrático de Direito 
como um Estado de Justiça material contempla a efetiva implementação 
de um processo de incorporação de todo o povo brasileiro nos 
mecanismos de controle das decisões. A afirmação está correta. 
 
27. (Técnico da Receita Federal/ESAF/2006) Segundo a doutrina, não se 
constitui em um princípio do Estado Democrático de Direito o princípio da 
constitucionalidade, o qual estaria ligado apenas à noção de rigidez 
constitucional. A afirmação está errada, pois o princípio da 
Constitucionalidade é um princípio do Estado Democrático de 
Direito. 
 
28. (Auditor da Receita Federal/ESAF/2006) Segundo a doutrina, o 
princípio do Estado Democrático de Direito resulta da reunião formal dos 
elementos que integram o princípio do Estado Democrático e o princípio 
do Estado de Direito. A afirmação está errada, pois é mais que a mera 
junção formal do "Estado de Direito" com "Estado Democrático", o 
que nos leva a um Estado pautado na justiça social, e cujas leis 
refletem a finalidade de alcançar o bem comum. 
 
29. (Analista/TRE/ES/FESAG/2005). Um dos pilares do Estado 
Democrático de Direito é a divisão das funções estatais, consagrada pela 
doutrina constitucional sob a denominação "Princípio da Separação dos 
Poderes". Nesse sentido, a · Independência dos Poderes importa que, 
entre outras características, a investidura e a permanência das pessoasem um dos órgãos do governo não dependam da confiança e nem da 
vontade dos outros. A afirmação está correta. 
 
30. (Técnico/MPU/ESAF/2004). Como decorrência da adoção do princípio 
do Estado Democrático de Direito, temos o princípio da independência do 
juiz, cujo conteúdo relaciona-se, entre outros aspectos, com a previsão 
constitucional de garantias relativas ao exercício da magistratura. A 
afirmação está correta. 
 
31. (INSTITUTO AOCP/ 2018. ITEP – RN. Agente de Necrópsia). A 
Constituição Federal estabelece, no artigo primeiro, os fundamentos da 
República Federativa do Brasil. Dentre as alternativas a seguir, assinale 
a alternativa que apresenta um desses fundamentos. 
a) Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, 
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
b) Defesa da paz. 
c) Dignidade da pessoa humana. 
d) Construir uma sociedade livre, justa e solidária. 
e) Prevalência dos direitos humanos. 
 
 A afirmação C está correta. Conforme a CF, art. 1º - 
Fundamentos da República Federativa do Brasil são: 
Mnemônico: SoCiDiVaPlu. 
 
32. (IESES/2017. IGP-SC. Perito Criminal Ambiental). Conforme prevê a 
Constituição Federal, é correto afirmar: 
a) Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil 
construir uma sociedade livre, justa e solidária; a defesa da dignidade da 
pessoa humana; dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; a 
defesa da paz. 
b) A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações 
internacionais pelos princípios da soberania; da prevalência dos direitos 
humanos; da dignidade da pessoa humana; dos valores sociais do 
trabalho e da livre iniciativa; da defesa da paz. 
c) A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos a soberania; a 
cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do trabalho 
e da livre iniciativa; o pluralismo político. 
d) Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil 
construir uma sociedade livre, justa e solidária; a prevalência dos direitos 
humanos; a dignidade da pessoa humana; a solução pacífica dos 
conflitos; o pluralismo político. 
 A afirmativa C está correta. Analisando as assertivas temos 
no item (a) está errado pois cita concomitantemente objetivos, 
fundamentos e princípios nas relações internacionais, vejamos: construir 
uma sociedade livre, justa e solidária [OBJETIVOS]; a defesa da 
dignidade da pessoa humana [FUNDAMENTOS]; dos valores sociais do 
trabalho e da livre iniciativa [FUNDAMENTOS]; a defesa da paz 
[PRINCÍPIOS NAS RI]. Já no item (b) está errado pois cita 
concomitantemente objetivos, fundamentos e princípios nas relações 
internacionais, vejamos: princípios da soberania [FUNDAMENTOS]; da 
prevalência dos direitos humanos [PRINCÍPIOS NAS RI]; da dignidade da 
pessoa humana [FUNDAMENTOS]; dos valores sociais do trabalho e da 
livre iniciativa [FUNDAMENTOS]; da defesa da paz [PRINCÍPIOS NAS 
RI]. O item (c) é o correto, pois, a República Federativa do Brasil, formada 
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos 
a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores 
sociais do trabalho e da livre iniciativa; o pluralismo político. [ART. 1 - 
Fundamentos SO CI DI VA PLU]. O item (d) está errado pois cita 
concomitantemente objetivos, fundamentos e princípios nas relações 
internacionais, vejamos: construir uma sociedade livre, justa e solidária 
[OBJETIVO]; a prevalência dos direitos humanos [PRINCÍPIOS NAS RI]; 
a dignidade da pessoa humana [FUNDAMENTOS]; a solução pacífica dos 
conflitos [PRINCÍPIOS NAS RI]; o pluralismo político [FUNDAMENTOS]. 
33. (FUNDEP/2017. MPE-MG. Promotor de Justiça Substituto). Analise 
as seguintes assertivas relativas ao preâmbulo da Constituição da 
República Federativa do Brasil de 1988 (CR/88): 
 
I. O preâmbulo da CR/88 não pode, por si só, servir de parâmetro de 
controle da constitucionalidade de uma norma. 
II. A invocação de Deus no preâmbulo da CR/88 torna o Brasil um Estado 
confessional. 
III. O preâmbulo traz em seu bojo os valores, os fundamentos filosóficos, 
ideológicos, sociais e econômicos e, dessa forma, norteia a interpretação 
do texto constitucional. 
IV. A invocação de Deus no preâmbulo da CR/88 é norma de reprodução 
obrigatória nas Constituições Estaduais. 
 
Está CORRETO somente o que se afirma em: 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) II e III. 
d) III e IV. 
A resposta está correta. Devemos relembrar: 
 Qual a natureza jurídica do preâmbulo? Irrelevância 
jurídica. Não se situa no âmbito do direito, mas somente no âmbito da 
política, transparecendo a ideologia do constituinte (entendimento STF); 
Natureza meramente informativa/consultiva. Não é norma de reprodução 
obrigatória pelas constituições estaduais, nem em sua integralidade. Não 
serve de parâmetro de controle de constitucionalidade. Não é limitação 
material ao poder de reforma, ou seja, de mudar a Constituição 
Federal (apenas emendas constitucionais). 
 Qual a função do preâmbulo? É diretriz interpretativa dos 
preceitos constitucionais; Parâmetro ou paradigma hermenêutico 
Elemento formal de aplicabilidade, ou seja, oferece um norte sobre o texto 
da Constituição Federal. Serve de parâmetro interpretativo dos preceitos 
constitucionais, além de proclamar os princípios da Constituição Federal. 
 Quais valores são citados no preâmbulo? Igualdade, 
justiça, liberdade, desenvolvimento, bem-estar, segurança, direitos 
sociais e individuais, Sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos. 
 Lembrando que: A invocação de Deus não enfraquece a 
laicidade (leigo, laico, não confessional), visto que não temos religião 
oficial no Brasil. O art. 5, VIII, CF informa que ninguém será privado de 
direitos por motivo de crença religiosa. Estado laico não se confunde com 
Estado ateu. 
34. (CESPE/2016 - PGE-AM - Procurador do Estado). Julgue o item 
seguinte, relativos à aplicabilidade de normas constitucionais e à 
interação destas com outras fontes do direito. 
 Embora o preâmbulo da CF não tenha força normativa, podem 
os estados, ao elaborar as suas próprias leis fundamentais, reproduzi-lo, 
adaptando os seus termos naquilo que for cabível. 
 A afirmativa está correta. As Constituições, de forma geral, 
dividem-se em três partes: preâmbulo, parte dogmática e disposições 
transitórias. 
 O preâmbulo é a parte que antecede o texto constitucional 
propriamente dito. O preâmbulo serve para definir as intenções do 
legislador constituinte, proclamando os princípios da nova constituição 
e rompendo com a ordem jurídica anterior. Sua função é servir de 
elemento de integração dos artigos que lhe seguem, bem como orientar 
a sua interpretação. Serve para sintetizar a ideologia do poder 
constituinte originário, expondo os valores por ele adotados e os objetivos 
por ele perseguidos. 
 Segundo o Supremo Tribunal Federal, ele não é norma 
constitucional. Portanto, não serve de parâmetro para a declaração de 
inconstitucionalidade e não estabelece limites para o Poder Constituinte 
Derivado, seja ele Reformador ou Decorrente. Por isso, o STF entende 
que suas disposições não são de reprodução obrigatória pelas 
Constituições Estaduais. 
 Segundo o STF, o Preâmbulo não dispõe de força 
normativa, não tendo caráter vinculante. Apesar disso, a doutrina não 
o considera juridicamente irrelevante, uma vez que deve ser uma das 
linhas mestras interpretativas do texto constitucional. Podem os estados 
reproduzir ou não, e pode mesmo não incluir preambulo. (Fonte: Direito 
Administrativo para o TJ/CE– Estratégia Concursos). 
 
35. (CAIP-IMES/2016 - Câmara Municipal de Atibaia/SP – Advogado). 
Leia o preâmbulo da Constituição Federal de 1988 abaixo transcrito e 
responda o que se pede: 
“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia 
Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a 
assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a 
segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como 
valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem 
preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem 
interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, 
promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA 
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL". 
 I-Três teses são apresentadas pela doutrina e foram 
sistematizadas de Jorge Miranda sobre o tema relevância ou não do 
preâmbulo constitucional: 
 a) a tese da irrelevância jurídica; 
 b) a tese da eficácia plena e, 
 c) a tese da relevância indireta. 
 
 II- Prevalece a tese, entre os doutrinadores e juristas nacionais 
de que o preâmbulo constitucional não constitui norma central do texto 
maior, não sendo obrigatória a sua reprodução nas constituições 
estaduais. 
 
 III- Prevalece a tese entre os doutrinadores e juristas 
nacionais, de que o preâmbulo constitucional cria direitos e deveres para 
os cidadãos e para o Estado e sua violação gera grave 
inconstitucionalidade. 
 
 IV- Na estrutura nacional há decisão, em ADI, em que 
prevalece a tese de que o preâmbulo da constituição expressa a posição 
ideológica do poder constituinte e, portanto, insere-se na seara política 
não possuindo relevância jurídica. 
 
 A doutrina e a jurisprudência, em relação ao preâmbulo da 
Constituição Federal de 1988, concluem ser correto o que se afirmar 
apenas em: 
 
a) III. 
b) II. 
c) I, II e IV. 
d) I. 
 Quais são correntes que abordam o valor do preâmbulo 
da Constituição? 
 Três são as posições apontadas pela doutrina e 
sistematizadas por Jorge Miranda: 
 1ª. Tese da irrelevância jurídica: o preâmbulo situa-se no 
domínio da política, sem relevância jurídica; 
 2ª. Tese da plena eficácia: tem a mesma eficácia jurídica das 
normas constitucionais, sendo, porém, apresentado de forma não 
articulada; 
 3ª. Tese da relevância jurídica indireta: ponto intermediário 
entre as duas, já que, muito embora participe “das características jurídicas 
da Constituição”, não deve ser confundido com o articulado. 
 Jorge Miranda ensina que o preâmbulo, “... proclamação 
mais ou menos solene, mais ou menos significante, anteposta ao 
articulado constitucional, não é componente necessário de qualquer 
Constituição, mas tão somente um elemento natural de 
Constituições feitas em momentos de ruptura histórica ou de grande 
transformação político social”. Assim, conclui Miranda, o preâmbulo 
“não cria direitos ou deveres” e “não há inconstitucionalidade por 
violação do preâmbulo”. 
 Nesse sentido, o Ministro Carlos Velloso, Relator da ADI 
2.076, após interessante estudo, conclui que “o preâmbulo ... não se situa 
no âmbito do Direito, mas no domínio da política, refletindo posição 
ideológica do constituinte (...). Não contém o preâmbulo, portanto, 
relevância jurídica. O preâmbulo não constitui norma central da 
Constituição, de reprodução obrigatória na Constituição do Estado-
membro. O que acontece é que o preâmbulo contém, de regra, 
proclamação ou exortação no sentido dos princípios inscritos na 
Carta. 
 O STF adotou a tese da irrelevância jurídica, ao 
afirmar que o preâmbulo da Constituição Federal se situa no âmbito 
político e não no âmbito do direito. O Preâmbulo não tem força de lei, é 
apenas uma posição ideológica do legislador, uma carta de intenções. 
 Importante destacar que o Cespe considera o preâmbulo 
como parâmetro de ato infralegal. Conforme a seguinte questão: 
(EJEF/2007. TJMG. Juiz). Em razão das tendências atuais do Direito 
Administrativo brasileiro, muito se tem discutido quanto à influência do 
teor do Preâmbulo da Constituição no controle dos atos da 
Administração. Considerando o teor do Preâmbulo da Constituição, é 
CORRETO afirmar que o Preâmbulo da Constituição de l988 influi no 
controle de legalidade do ato da Administração. 
 Na doutrina, predomina o entendimento de que as disposições 
preambulares não ostentam a natureza de normas jurídicas. Assim, o 
preâmbulo não é capaz de produzir direitos e deveres ou invalidar 
atos que lhe sejam contrários. Contudo, o preâmbulo não é 
juridicamente irrelevante. Para Vital Moreira e Canotilho, o valor dos 
preâmbulos é subordinado, funcionado como elementos de 
interpretação e, eventualmente, de integração das normas 
constitucionais. 
36. (CESPE/2015 - AGU - Advogado da União). Julgue o item a seguir, 
relativo a normas constitucionais, hermenêutica constitucional e poder 
constituinte. 
 
 O preâmbulo da CF não pode servir de parâmetro para o 
controle de constitucionalidade, ao passo que as normas que compõem o 
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, ainda que tenham sua 
eficácia exaurida, podem ser usadas como paradigma de controle em 
razão de sua natureza de norma constitucional. 
 A afirmativa está incorreta. Segundo a jurisprudência do STF, 
o preâmbulo situa-se no domínio da política, logo, é desprovido de 
força normativa. O mesmo não se pode dizer do ADCT, cujas normas, 
novamente segundo o STF, têm tanta normatividade quanto quaisquer 
outras distribuídas ao longo do corpo do texto principal, sem contar a 
mesma hierarquia. 
 Contudo é preciso observar um detalhe importante: assim 
como ocorre em relação às normas constitucionais já revogadas, as 
normas do ADCT que tiveram sua eficácia exaurida não podem servir 
de parâmetro para a aferição da parametricidade constitucional. Em 
tais hipóteses, a incidência da norma implica o seu exaurimento eficacial. 
Ato contínuo, é correto dizer que, uma vez cumprida sua função no 
ordenamento, não se prestam mais como normas de paradigma de 
controle. 
 
Referências: 
STF, ADI 2076/AC, Tribunal Pleno, Rel. Min. Carlos Velloso, j. 
15/08/2002, p. DJ 08/08/2003. 
STF, RE 215.107/PR, Segunda Turma, Rel. Min. Celso de Mello, j. 
21/11/2006, p. DJ 02/02/2007. 
 Segundo o Supremo Tribunal Federal, o preâmbulo não é 
norma constitucional. Portanto, não serve de parâmetro para a 
declaração de inconstitucionalidade e não estabelece limites para o Poder 
Constituinte Derivado, seja ele Reformador ou Decorrente. Por isso, o 
STF entende que suas disposições não são de reprodução 
obrigatória pelas Constituições Estaduais. Segundo o STF, o 
Preâmbulo não dispõe de Força normativa, não tendo caráter vinculante. 
Apesar disso, a doutrina não o considera juridicamente irrelevante, uma 
vez que deve ser uma das linhas mestras interpretativas do texto 
constitucional. 
 A parte transitória da Constituição visa integrar a 
ordem jurídica antiga à nova, quando do advento de uma nova 
Constituição, garantindo a segurança jurídica e evitando o colapso entre 
um ordenamento jurídico e outro. Suas normas são 
formalmente constitucionais, embora, no texto da CF/88, apresente 
numeração própria (vejam ADCT - Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias). Assim, como a parte dogmática, a parte transitória pode 
ser modificada por reforma constitucional. Além disso, também 
pode servir como paradigma para o controle de constitucionalidade 
das leis, exceto se tiverem sua eficácia exaurida. 
 Apesar de o ADCT ser, como regra, parâmetro para o controle 
de constitucionalidade, as normas de eficácia exaurida eventualmente em 
seu corpo não podem servir de parâmetro justamente em razão de sua 
eficácia ter se perdido em razão de um lapso temporal ouacontecimento. 
Por exemplo, o artigo que convoca plebiscito a ser realizado pelo povo, 
para fins de escolha entre República e Monarquia ou Presidencialismo e 
Parlamentarismo não surte mais efeitos em razão de a escolha já ter sido 
consolidada. Logo, não é possível sustentar tal dispositivo como controle 
de constitucionalidade. 
 Para o Supremo Tribunal Federal, ADI 2076/AC, o preâmbulo 
da Constituição Federal não se situa no âmbito do Direito, mas no 
domínio da política, refletindo posição ideológica do constituinte. 
 Em síntese: 
 a) o preâmbulo da Constituição Federal de 1988 se situa no 
domínio da política (não do Direito Constitucional); 
 b) não constitui norma central da Constituição (parte 
dogmática); 
 c) apresenta-se desvestido de valor normativo, apresentando-
se desvestido de força cogente e relevância jurídica; 
 d) não é norma de observância obrigatória pelos estados-
membros, Distrito Federal e municípios; 
 e) não serve como parâmetro para a declaração de 
inconstitucionalidade; e 
 f) não impõe limites ao poder constituinte derivado. 
 
O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) tem 
natureza jurídica de norma constitucional. 
O ADCT reúne dois tipos de preceitos constitucionais: a) os que contêm 
regras necessárias para assegurar uma harmoniosa transição do regime 
constitucional anterior (CF de 1969) para o regime constitucional novo (CF 
de 1988); e b) os que estabelecem regras que, embora não sejam 
relacionadas à transição de regime constitucional, têm sua eficácia 
jurídica exaurida tão logo ocorra a situação nelas previstas. 
Em ambos os caos, a característica própria de uma norma integrante do 
ADCT é a existência de eficácia jurídica somente até o momento em que 
ocorre a situação nela prevista; ocorrida a situação, a norma transitória 
perde a sua eficácia jurídica, por exaurimento de seu objeto. 
37. (Promotor de Justiça Substituto ∙ Superior / MPE - PR / 2019). Sobre 
o princípio federativo, é correto afirmar: 
a) O princípio federativo tem por elemento informador a pluralidade 
consorciada e coordenada de mais de uma ordem jurídica incidente sobre 
um mesmo território estatal, posta cada qual no âmbito de competências 
previamente definidas. 
b) No Estado Federal, as ordens jurídicas central e periféricas gozam de 
soberania. 
c) É constitucional lei estadual que estabelece que os veículos utilizados 
para atender contratos estabelecidos com a Administração Direta e 
Indireta, devem, obrigatoriamente, ter seus respectivos Certificados de 
Registro de Veículos expedidos pelo Estado contratante. 
d) Os Estados podem subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem 
a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante 
aprovação da população da área a ser desmembrada, através de 
plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. 
e) É inconstitucional a vedação à aquisição pelos demais Estados-
membros de ações de propriedade do Estado no capital de 
concessionárias de serviço público. 
 A questão exige conhecimento relacionado ao conceito de 
princípio federativo. Analisemos as assertivas: 
 Alternativa “a”: está correta. Conforme ROCHA (1997), o 
elemento informador do princípio federativo é a pluralidade consorciada e 
coordenada de mais de uma ordem jurídica incidente sobre um mesmo 
território estatal, posta cada qual no âmbito de competências previamente 
definidas, a submeter um povo. 
 Alternativa “b”: está incorreta. Nenhum ente, em uma 
federação, é soberano, mas autônomo. Autonomia implica em deter um 
poder político limitado não soberano, limitado pela Constituição Federal. 
 Alternativa “c”: está incorreta. Nesse sentido, conforme o STF 
Lei do Município de São Paulo 13.959/2005, a qual exige que "os veículos 
utilizados para atender contratos estabelecidos com a Administração 
Municipal, Direta e Indireta, devem, obrigatoriamente, ter seus 
respectivos Certificados de Registro de Veículos expedidos no Município 
de São Paulo". Exigência que não se coaduna com os arts. 19, III, e 37, 
XXI, da CF. (...) A exigência constante da Lei 13.959/2005 do Município 
de São Paulo, além de malferir a legítima expectativa individual de quem 
queira participar de certame público, ofendendo direito individual, vulnera 
o interesse público, direito da coletividade, pois, com a redução do 
universo de interessados em contratar, não se garante à administração a 
oferta mais vantajosa. É certo que as desigualações entre sujeitos ou 
situações jurídicas no campo das licitações e contratos somente se 
justificam quando voltadas ao melhor e mais eficiente cumprimento do 
objeto licitado/contratado e, ainda assim, desde que não sejam 
desarrazoadas e estejam em conformidade com o sistema jurídico-
constitucional, sob pena de restar vulnerado o princípio da isonomia.[RE 
668.810 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 30-6-2017, 2ª T, DJE de 10-8-2017.] 
 Alternativa “d”: está incorreta. Conforme art. 18, § 3º, CF/88 - 
Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-
se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios 
Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, 
através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. 
 Alternativa “e”: está incorreta. É constitucional. Conforme o 
STF “Vedação à aquisição pelos demais Estados-membros de ações de 
propriedade do Estado de São Paulo no capital das concessionárias de 
eletricidade paulistas. Razões econômicas e políticas legitimam a 
restrição contida no preceito impugnado. A limitação mencionada afasta 
possível tensão nas relações entre as unidades federativas envolvidas. 
[ADI 2.452, rel. min. Eros Grau, j. 17-6-2010, P, DJE de 17-9-2010.] 
38.(UFRR /2019 - UFRR - Técnico em Assuntos Educacionais). São 
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, exceto: 
 
a) Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, 
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
b) Construir uma sociedade livre, justa e solidária. 
c) Erradicar a pobreza e a marginalização. 
d) Fomentar as desigualdades sociais e regionais. 
e) Garantir o desenvolvimento nacional. 
 
39. (UFRR/2019 - UFRR - Técnico de Tecnologia da Informação). 
Assinale a alternativa que não corresponde aos fundamentos da 
República Federativa do Brasil. 
a) A intervenção em Estados-Membros e Estados estrangeiros. 
b) A soberania. 
c) Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. 
d) A dignidade da pessoa humana. 
e) O pluralismo político. 
 
40. (MPE-SC/ 2019. Promotor de Justiça - Matutina). Dentre os objetivos 
fundamentais da República Federativa do Brasil estão promover os 
valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, construir uma sociedade 
livre, justa e solidária, e garantir o desenvolvimento nacional. A afirmativa 
está errada. 
 Os fundamentos estão previstos no Art. 1º, o qual 
estabelece que “A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se 
em Estado democrático de direito e tem como fundamentos”: 
 I - a soberania; 
 II - a cidadania; 
 III - a dignidade da pessoa humana; 
 IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
 V - o pluralismo político. 
 Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio 
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
 Já os objetivos estão previstos no Art. 3º. Constituem 
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
 I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
 II - garantir o desenvolvimento nacional; 
 III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades 
sociais e regionais; 
 IV- promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, 
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
 A incisão do verbo promover faz confusão do previsto no art. 
1º(FUNDAMENTOS) com o art. 3º (OBJETIVOS) da Constituição Federal. 
 
41. (IBADE/2019. Câmara de Jaru/RO. Contador). Tendo em vista os 
princípios fundamentais dispostos na Constituição Federal de 1988, a 
construção de uma sociedade livre, justa e solidária é um dos: 
a) momentos históricos mais relevantes destacados na Convenção de 
Viena sobre Tratados. 
b) objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. 
c) fundamentos da República Federativa do Brasil. 
d) princípios pelos quais se rege a República Federativa do Brasil nas 
suas relações internacionais. 
e) três Poderes da República Federativa do Brasil. 
 
 A afirmação é complementada pela resposta B. Quanto aos 
Princípios Fundamentais, temos: BIZU=> Aquilo que o Brasil não 
tem/ainda não concluiu. 
 
 Art. 3º. Objetivos Fundamentais: (Verbos no futuro). BIZU=> 
CON GARRA ERRA POUCO 
 
Construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
Garantir o desenvolvimento nacional; 
Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais 
e regionais; 
Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, 
idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
 
42. (COPESE – UFT/2018. Câmara de Palmas /TO. Procurador). Sobre 
os fundamentos da República Federativa do Brasil previstos na 
Constituição Federal de 1988, assinale a alternativa CORRETA. 
a) A soberania, a cidadania e a garantia do desenvolvimento nacional são 
fundamentos da República Federativa do Brasil. 
b) A soberania, a cidadania e a redução das desigualdades sociais e 
regionais são fundamentos da República Federativa do Brasil. 
c) A soberania, a cidadania e os valores sociais do trabalho e da livre 
iniciativa são fundamentos da República Federativa do Brasil. 
d) A soberania, a cidadania e a construção de uma sociedade livre, justa 
e solidária são fundamentos da República Federativa do Brasil. 
 A assertiva correta é a letra C, pois através SO CI DI VA PLU. 
Nos termos do Art. 1º, CF/88 - A República Federativa do Brasil, formada 
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos 
soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais 
do trabalho e da livre iniciativa e pluralismo político. 
43. (IESES - 2019 - TJ-SC - Titular de Serviços de Notas e de Registros 
– Provimento). Marque a alternativa INCORRETA sobre os Princípios 
Fundamentais da Constituição Federal de 1988: 
a) Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes 
eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição Federativa da 
República do Brasil de 1988. 
b) A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
democrático de direito. 
c) São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo, o Judiciário e o Ministério Público. 
d) A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, 
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação 
de uma comunidade latino-americana de nações. 
 
 A afirmação incorreta está na letra C, as demais estão 
corretas. Neste sentido, São Poderes da União, independentes e 
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo, o Judiciário e o Ministério 
Público. 
 Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos 
entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
44. (COPS-UEL/2019 - Prefeitura de Londrina - PR - Procurador do 
Município). Constitui-se como objetivo fundamental da República 
Federativa do Brasil. 
 
a) a manutenção da ordem e do progresso. 
b) a construção de uma sociedade livre, justa e solidária. 
c) o respeito aos valores democráticos. 
d) o respeito à dignidade da pessoa humana. 
e) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. 
Objetivos fundamentais: CON GARRA ERRA POUCO 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do 
Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades 
sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, 
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
45. (UERR/2017. CODESAIMA. Agente Administrativo). Assinale a 
alternativa incorreta. Constituem objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil. 
 
a) Garantir o desenvolvimento nacional. 
b) Construir uma sociedade livre, justa e solidária. 
c) Incentivar o intercâmbio socioeconômico, cultural, político e 
ambiental, no âmbito dos Estados da Amazônia Legal. 
d) Erradicar a pobreza e a marginalização. 
Objetivos fundamentais: CON GARRA ERRA POUCO 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do 
Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades 
sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, 
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
46. (CESPE/2019. TJ-DFT - Titular de Serviços de Notas e de Registros 
– Remoção). É fundamento da República Federativa do Brasil: 
a) a dignidade da pessoa humana (fundamentos). 
b) o desenvolvimento nacional. 
c) a independência nacional. 
d) a erradicação da pobreza (objetivos: CON GARRA ERRA POUCO). 
e) a solidariedade. 
 
 São fundamentos: SoCiDiVaPlu 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel 
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
 I - a soberania; 
 II - a cidadania; 
 III - a dignidade da pessoa humana; 
 IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
 V - o pluralismo político. 
47. (CESPE - 2019 - TJ-DFT - Titular de Serviços de Notas e de Registros 
- Provimento). O Estado brasileiro deve obediência irrestrita à própria 
Constituição, mas, ainda assim, assumiu, nos termos desse estatuto 
político, o compromisso de reger-se, nas suas relações internacionais, 
pelo princípio da: 
 
a) prevalência dos direitos humanos. 
b) erradicação de todas as formas de discriminação. 
c) dignidade da pessoa humana. 
d) redução das desigualdades regionais. 
e) inviolabilidade do direito à segurança. 
 
 Princípios nas Relações Internacionais: DE.CO.R.A P.I.S.C.I.NÃO 
 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações 
internacionais pelos seguintes princípios: 
 
 I - independência nacional; 
II - prevalência dos direitos humanos; 
III - autodeterminação dos povos; 
IV - não-intervenção; 
V - igualdade entre os Estados; 
VI - defesa da paz; 
VII - solução pacífica dos conflitos; 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
X - concessão de asilo político. 
 
48. (SELECON - 2019 - Prefeitura de Niterói - RJ - Guarda Civil Municipal). 
Construir uma sociedade livre, justa e solidária, garantir o 
desenvolvimento nacional, erradicar a pobreza e a marginalização e 
reduzir as desigualdades sociais e regionais e promover o bem de todos, 
sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação constituem-se, com base no atual texto da 
Constituição Federal/88, em: 
a) objetivos próprios da organização político-administrativa do Estado; 
b) objetivos fundamentaisda República Federativa do Brasil; 
c) princípios que regem as relações internacionais da República 
Federativa do Brasil; 
d) princípios da República Federativa do Brasil que visam à integração 
econômica, política, social e cultural dos povos da América do Norte; 
e) princípios da República Federativa do Brasil que visam à integração 
econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, com 
vistas à formação de uma comunidade latino-americana de nações. 
Objetivos fundamentais: CON GARRA ERRA POUCO 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do 
Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades 
sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, 
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
49. (ADM&TEC/2018. Prefeitura de Pão de Açúcar/AL. Procurador). Leia 
as afirmativas a seguir: 
I. Promover os preconceitos de origem e cor é um dos objetivos 
fundamentais da República Federativa do Brasil. 
II. A República Federativa do Brasil é contrária à integração cultural dos 
povos da América Latina. 
III. A execução das obras e dos serviços deve programar-se, sempre, 
em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e considerados 
os prazos de sua execução. 
IV. A República Federativa do Brasil é contrária à integração econômica 
dos povos da América Latina. 
Marque a alternativa CORRETA: 
a) Nenhuma afirmativa está correta. 
b) Apenas uma afirmativa está correta. 
c) Apenas duas afirmativas estão corretas. 
d) Apenas três afirmativas estão corretas. 
e) Todas as afirmativas estão corretas. 
 Apenas o item III está correto. A resposta correta é a letra B 
- Se bem que ficou um tanto confusa a questão, juntaram artigos da 
Constituição com a Lei de Licitação: 
 Art. 8º. A execução das obras e dos serviços deve programar-
se, sempre, em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e 
considerados os prazos de sua execução. 
50. (TJ-SC/2012. Titular de Serviços de Notas e de Registros. 
Provimento). Tratando-se dos Princípios Fundamentais presentes no 
Título I da Constituição da República Federativa do Brasil, pode-se 
afirmar: 
 
I. O Brasil constitui-se de um Estado Democrático de Direito e tem entre 
seus fundamentos a dignidade da pessoa humana. 
II. A autodeterminação dos povos, segundo a Constituição Federal 
brasileira, é um dos princípios de regência no trato das relações 
internacionais. 
III. O pluralismo político constitui um dos objetivos fundamentais da 
República Federativa do Brasil. 
IV. A República Federativa do Brasil não tem por objetivo a construção de 
uma sociedade livre, justa e solidária. 
a) Somente a proposição I está correta. 
b) Somente a proposição II está correta. 
c) Somente as proposições III e IV estão corretas. 
d) Somente as proposições II e III estão corretas. 
e) Todas as proposições estão corretas. 
51. (INSTITUTO AOCP/2019. UFPB. Assistente em Administração). Nos 
termos da Constituição Federal de 1988, constitui objetivo 
fundamental da República Federativa do Brasil: 
a) construir uma sociedade livre, justa e soberana. 
b) garantir o desenvolvimento nacional e internacional. 
c) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, 
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
d) garantir o singularismo político. 
e) radicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades 
sociais e regionais. 
Objetivos fundamentais: CON GARRA ERRA POUCO 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do 
Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades 
sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, 
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
 
 
TÍTULO II 
DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
CAPÍTULO I 
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
 
 O que preciso saber antes de ler os artigos? 
 
 Diz-se que direito é uma faculdade de agir, exercer, fazer 
ou deixar de fazer algo, uma liberdade positiva. 
 
 As garantias não se referem às ações, mas sim às 
proteções que as pessoas possuem frente ao Estado ou mesmo 
frente às demais pessoas. Diz-se que as garantias são proteções para 
que se possa exercer um direito. 
 
 José Afonso da Silva faz o delineamento da diferença com 
uma frase exaustivamente usada pelas instituições organizadoras de 
concurso: "Em suma (...) os direitos são bens e vantagens conferidos pela 
norma, enquanto as garantias são os meios destinados a fazer valer 
esses direitos, são instrumentos pelos quais se asseguram o exercício e 
o gozo daquele bens e vantagens". 
 
 A Constituição Federal de 1988 estabeleceu cinco espécies 
de direitos e garantias fundamentais: 
 
 1º. Direitos e deveres individuais e coletivos; 
 2º. Direitos sociais; 
 3º. Direitos de nacionalidade; 
 4º. Direitos políticos; 
5º. Direitos relativos à existência e funcionamento dos 
partidos políticos. 
 
 O prof. Ingo Sarlet ensina que, embora “direitos humanos" 
e "direitos fundamentais" sejam termos comumente utilizados como 
sinônimos, a distinção ocorre pelo fato de que o termo "direitos humanos" 
é de aspecto universal, supranacional, enquanto "direitos fundamentais" 
são aqueles direitos do ser humano que foram efetivamente reconhecidos 
e positivados na Constituição de um deter- minado Estado. 
 
 A doutrina costuma elencar que as características dos direitos 
fundamentais seriam: 
 
 Historicidade e mutabilidade: São históricos porque foram 
conquistados ao longo dos tempos. Esse caráter histórico também remete 
a uma ideia cíclica de nascimento, modificação e desaparecimento, o que 
nos impede de considerar tais direitos: como imutáveis. 
 Inalienabilidade: Pois são intransferíveis e inegociáveis. 
 
 Imprescritibilidade: Podem ser invocados 
independentemente de lapso temporal, eles não prescrevem com o 
tempo. 
 
 Irrenunciabilidade: Podem até não estar sendo exercidos, 
mas não poderão ser renunciados. 
 
 Universalidade: São aplicáveis a todos, sem distinção. 
 
 Relatividade ou limitabilidade: Os direitos fundamentais não 
são absolutos, mas sim relativos, pois existem limites ao seu exercício. 
Esse limite pode ser de ordem constitucional (decretação de Estado de 
Sítio ou de Defesa) ou encontrar-se no dever de respeitar o direito da 
outra pessoa. 
 
 Indivisibilidade, concorrência e complementaridade: Os 
direitos fundamentais formam um conjunto que deve ser garantido como 
um todo, e não de forma parcial. Um direito não excluiu o outro, eles são 
complementares, somam-se, concorrendo para dotar o indivíduo da 
ampla proteção. 
 
 Interdependência: Pode ser empregada em dois sentidos: 
 
 1°. Em um primeiro momento, levaria à noção de 
indivisibilidade, já que a garantia de um direito fundamental dependeria 
da garantia conjunta de outro direito fundamental (exemplo: não se pode 
querer garantir os direitos sociais, sem garantir os direitos econômicos); 
 
 2º. Em uma segunda acepção, também é lembrada como a 
relação que deve existir entre as normas (sejam elas constitucionais ou 
infraconstitucionais) e os direitos fundamentais, de modo que as primeiras 
(normas constitucionais e infraconstitucionais) devem traçar os caminhos 
para que efetivamente se concretizem tais direitos. 
 
 Esses direitos não se restringem a direitos particulares, 
podendo, alguns, ser garantidos também a pessoas jurídicas, até mesmo 
pessoasjurídicas de Direito Público, como o direito de propriedade. 
Obviamente, não são todos que podem ser estendidos, alguns só podem 
ser aplicáveis a pessoas físicas, como o direito de "ir e vir". 
 
 Historicamente, esses direitos se constituem em uma 
conquista de uma proteção do cidadão em face do poder autoritário do 
Estado (daí serem classificados como elementos limitativos da 
Constituição). Porém, atualmente, já se vislumbra o uso de tais direitos 
nas relações entre os próprios particulares, o que chamamos de eficácia 
horizontal dos direitos fundamentais. 
 
 Dessa forma, temos: 
 
 
 
 É comum que a doutrina classifique os direitos fundamentais 
em dimensões, principalmente em 1ª, 2ª e 3ª dimensões (antes, o termo 
usado era gerações, mas atualmente o uso desse termo é repudiado pelo 
fato de induzir ao pensamento de que uma geração acabaria por substituir 
a outra - o que é incorreto - e, ainda, que os direitos foram conquistados 
exatamente na ordem exposta, o que não é exatamente verdade em 
muitos países). Grosso modo, podemos fazer uma cor- relação de que 
forma esses direitos foram surgindo e a fase pela qual o mundo passava. 
Vejamos: 
 
 
 
 Dicas para memorizar: 
 
 1ª. As dimensões estão na ordem do lema da Revolução 
Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade (LIF). 
 2ª. Os direitos políticos são os de Primeira dimensão. 
 3ª. Os direitos Sociais, Econômicos e Culturais (SEC - 
Lembre-se de "second") são os de segunda dimensão. 
 
 Direitos de 4ª dimensão: O professor Paulo Bonavides 
também propôs que já existiria a 4ª dimensão dos direitos, ou seja, os 
direitos que se vinculam à ideia de democracia, especialmente a 
democracia direta, incluindo o direito à informação e o direito ao 
pluralismo. Essa dimensão foi alcançada por meio da universalização dos 
direitos promovida pela globalização. 
 
 Norberto Bobbio também já fazia alusão a uma possível quarta 
dimensão dos direitos fundamentais, mas de maneira diversa de 
Bonavides. Para Bobbio, a quarta dimensão estaria materializada nos 
direitos relativos à biotecnologia, e ao patrimônio genético dos indivíduos. 
 
 Direitos de 5ª dimensão: O professor Bonavides ainda 
vislumbra a quinta dimensão dos direitos fundamentais, segundo ele, pela 
necessidade de se colocar em maior destaque o direito à paz, 
principalmente devido aos recentes atentados terroristas a partir do 11 de 
setembro nos Estados Unidos. 
 
 Outros diversos autores tratam dos direitos de quinta 
geração como os direitos “virtuais" ou "cibernéticos", ou seja, 
aqueles relativos ao comércio e contratos eletrônicos, publicidade 
virtual, e os interligados à defesa da honra e da dignidade da pessoa 
humana no meio da internet, entre outros correlatos. 
 
01. (ATRFB/ESAF/2012) Enquanto os direitos de primeira geração 
realçam o princípio da igualdade, os direitos de segunda geração 
acentuam o princípio da liberdade. 
 
 A afirmativa está errada. A questão inverteu os conceitos. 
O correto seria Liberdade e Igualdade. Conforme Revolução 
Francesa a ordem das dimensões são a LIF (liberdade, igualdade e 
Fraternidade). 
 
 No que tange L (liberdade): Temos os direitos civis e 
políticos. Situa-se na fase do Estado Liberal. O marco mundial: situa-se 
na Revolução Francesa e Independência dos Estados Unidos. No Brasil 
o marco é Incipiente na Constituição Federal de 1824 e o fortalecido na 
Constituição Federal de 1891. 
 
 Quanto a I (Igualdade): Temos os direitos sociais, 
econômicos e sociais. Situa-se na fase do Estado Social. O marco 
mundial: situa-se na Pós-Primeira Guerra Mundial: Constituição Mexicana 
(1917) e Weimar (1919). No Brasil o marco é a Constituição Federal de 
1934. 
 
 Quanto a F (Fraternidade - Solidariedade): Temos os 
direitos coletivos e difusos. Está relacionado ao Estado Democrático. O 
marco mundial se situa no Pós-Segunda Guerra Mundial. No Brasil o 
marco é a CF/1988. 
 
 Revolução Francesa (1789-1799) foi um período de intensa 
agitação política e social na França, que teve um impacto duradouro na 
história do país e, mais amplamente, em todo o continente europeu. 
 
 Fases da Revolução Francesa: Para fins de estudo 
dividimos a Revolução Francesa em três fases: 
 Primeira fase (1789-1792): Monarquia Constitucional; 
 Segunda fase (1792-1794): Convenção - 1792/1793 e Terror; 
 Terceira fase (1794-1799): Diretório. 
 Causas da Revolução: A burguesia francesa, preocupada em 
desenvolver a indústria no país, tinha como objetivo destruir as barreiras 
que restringiam a liberdade de comércio internacional. Desta forma, 
era preciso que se adotasse na França, segundo a burguesia, o 
liberalismo econômico. 
 A burguesia exigia também a garantia de seus direitos 
políticos, pois era ela quem sustentava o Estado, posto que o clero e a 
nobreza estavam livres de pagar impostos. Apesar de ser a classe social 
economicamente dominante, sua posição política e jurídica era 
limitada em relação ao Primeiro e ao Segundo Estados. 
 
 02. (Analista Administrativo/DNIT/ESAF/2013). Os direitos fundamentais 
de primeira geração são titularizados pelos indivíduos em oposição ao 
Estado, sendo eles, entre outros, o direito à vida, à liberdade e à 
propriedade. A afirmativa está correta. 
 
03. (DPE/ES/Cespe/2009) Os direitos de primeira geração ou dimensão 
(direitos civis e políticos) - que compreendem as liberdades clássicas, 
negativas ou formais - realçam o princípio da igualdade; os direitos de 
segunda geração (direitos econômicos, sociais e culturais) - que se 
identificam com as liberdades positivas, reais ou concretas - acentuam o 
princípio da liberdade; os direitos de terceira geração - que materializam 
poderes de titularidade coletiva atribuídos genericamente a todas as 
formações sociais - consagram o princípio da solidariedade. 
 
 A afirmativa está errada. A primeira dimensão materializa 
a liberdade. A igualdade é referente à segunda dimensão. Conforme 
Revolução Francesa a ordem das dimensões são a LIF (liberdade, 
igualdade e Fraternidade). 
 
04. (Advogado/CEHAP/Cespe/2009) A evolução cronológica do 
reconhecimento dos direitos fundamentais pelas sociedades modernas é 
comumente apresentada em gerações. Nessa evolução, o direito à 
moradia está inserido nos direitos fundamentais de terceira geração, que 
são os direitos econômicos, sociais e culturais, surgidos no início do 
século XX. A afirmativa está errada. Os direitos sociais, econômicos 
e culturais são de segunda dimensão. 
 
05. (Procurador do Trabalho/MPT/2007/Adaptada) No estudo dos direitos 
humanos fundamentais, existe cizânia doutrinária em torno da utilização 
da expressão "geração", para indicar o processo de consolidação desses 
direitos, sendo que alguns preferem utilizar "dimensão". 
 
Examine as assertivas a seguir e selecione o argumento que, 
efetivamente, dá suporte à doutrina que, defende a necessidade de 
substituição de uma expressão por outra. 
 
a) os direitos humanos fundamentais são direitos naturais e, como tais, 
imutáveis, de maneira que o vocábulo "geração" faz alusão a uma 
historicidade inexistente nessa modalidade de direitos, enquanto 
"dimensão" refere-se a aspectos relevantes de um todo, que 
simplesmente se destacam de acordo com o grau de desenvolvimento da 
sociedade; 
 
b) o termo "geração" conduz à ideia equivocada de que os direitos 
humanos fundamentais se substituem ao longo do tempo, enquanto 
"dimensão" melhor reflete o processo gradativo de 
complementaridade, pelo qual não há alternância, mas sim 
expansão, cumulação e fortalecimento; 
 
c) a ideia de "geração" leva ao entendimento de que o processo de 
afirmação dos direitos humanos fundamentais é linear e não comporta 
retrocessos, enquanto a de "dimensão" melhor expressa o caminho 
tortuoso desse pro- cesso, de acordo com as

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