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Emílio ou Da Educação

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ - UNESPAR
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EMÍLIO OU DA EDUCAÇÃO
Beatriz Caroline dos Santos[1: Acadêmicas do 1o ano do curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR – Campus Paranavaí-PR, na disciplina Filosofia da Educação I, sob orientação da professora Neide de Almeida Lança Galvão Favaro.]
Carla Aparecida Mattos da Mata1
Karina dos Santos Silva1
Sthefani Dias dos Santos1
1. Introdução
	
	Jean-Jacques Rousseau nasceu em 28 de junho de 1712, em Genebra, na Suíça. Ficou órfão da mãe ao nascer e aos 10 anos ficou órfão do pai, passando a ser educado por um pastor protestante. 
Suas principais obras foram "O Contrato Social" e "Emílio ou Da Educação", ambas escritas em 1762. "Emílio ou Da Educação" é considerada uma utopia pedagógica, da qual Rousseau imagina ser preceptor de um menino órfão e rico: Emílio, do nascimento até o casamento. 
Por acreditar que "o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe", tenta pôr em prática, então, uma educação mais natural possível, afastando a criança das influências externas: a sociedade, que poderia corrompê-la. O intuito dele é transformar o indivíduo em cidadão justo e virtuoso. 
Na época em que o livro foi lançado sofreu grande polêmica, pois denunciava os maus costumes da época. Jean-Jacques Rousseau faleceu em Ermenonville, na França, em 2 de junho de 1778, aos 66 anos.
Este trabalho é composto por quatro seções, sendo esta a primeira, na qual é apresentada um aspecto geral do sistema que será exposto. A segunda seção fala sobre a educação proposta pelo preceptor a Emílio. A terceira seção apresenta a conclusão e a quarta, as referências.
2. Caracterização da educação de Emílio proposta pelo preceptor 
Para Rousseau, o governante deve ter, de fato, confiança e companheirismo para com o aluno. Para que isso aconteça, o ideal seria que o professor fosse alguém jovem, pois teria coisas em comum com seu aluno. Além de jovem, ele deve ser sensato.
O governante deveria ter apenas uma educação, pois se tivesse mais que uma, perderia o domínio da primeira, como diz no seguinte trecho: 
“Desejar-se-ia que o governante já tivesse praticado uma educação. É demais; um mesmo homem só pode fazer uma. Se fossem necessárias duas para ter êxito, com que direito se empreenderia a primeira?” (p. 25).
No texto ressalta-se que é necessário ter cuidado ao escolher o governante, assim como, o governante, também pode escolher seu aluno. É diferente acompanhar um jovem durante quatro anos do que orientá-lo durante vinte e cinco anos. Rousseau o acompanharia antes mesmo de nascer e Emílio teria apenas um preceptor, formado e experiente.
Por fim, Rousseau deixa claro que a educação do pobre é uma condição obrigatória. Emílio é rico, como mostra no seguinte trecho: “[...] portanto um rico; teremos certeza, ao menos de ter feito um homem a mais, ao passo que um pobre pode tornar-se homem sozinho.” (p. 25).
Emílio é órfão, não que ele não tenha mãe nem pai, mas para que o preceptor possa assumir todos os deveres educacionais. Outro pedido que o preceptor faz é de que não os separem jamais. Como irão passar a vida sempre juntos, o aluno não se envergonhará do governante e eles criarão uma relação de amizade.
Rousseau diz que um pai não pode escolher seus filhos. Tem que aceitar do jeito que eles vieram, mas Emílio deveria ter vindo de um parto feliz e ser uma criança saudável e vigorosa, já que se ele fosse uma criança doente, a função de educador de Rousseau passaria a ser de cuidador, deixando de lado a formação de Emílio e prezando apenas a lutar para que a o aluno viva. O estado de saúde não pode interferir na educação, pois pode prejudicar “a educação da alma”. (p. 27).
Emílio era robusto, pois Rousseau acreditava que um corpo sadio obedecia à alma: “É preciso que o corpo tenha vigor para obedecer à alma: um bom servidor deve ser robusto.” (p. 27).
Critica fortemente a Medicina, pois acredita que ela dá “todos os dias o único prazer que podem ter, o de não estarem morto”. (p. 27). Ele diz que, para as pessoas, o médico comete erros sem parar, mas que a medicina não falha, assim como acontece na arte. Observam sempre o erro do artista.
Emílio não precisa de médico, ao menos em último caso. Homens de verdadeira coragem moram em lugares sem médicos, onde não se pensa na morte. O homem sofre naturalmente e morre em paz.
O governante deve cuidar de Emílio sozinho. Ele não quer que os outros estraguem a obra-prima dele. Comenta sobre Locke, que estudou Medicina e reforçou para não darem remédio às crianças nem por precauções e nem por ligeiros incômodos. Nunca chamou médico para ele e não chamará para o seu aluno, a não ser em último caso. Rousseau quer que seu aluno tire proveito da natureza, tendo menores números de males. 
Um homem que vive dez anos sem médicos vive mais do que aquele que vive trinta anos sendo a vítima deles. Para manter um aluno sadio e robusto é preciso que ele faça trabalho manual e exercícios para o corpo, fortalecendo o temperamento e a saúde.
O recém-nascido precisa de uma ama para orientá-lo e o preceptor é quem vai escolher o parteiro. Necessário escolher, com cuidado, a ama de leite de Emílio, pois o leite purifica o intestino com mecônio (evacuações do recém-nascido): “O leite novo é muito seroso, deve quase ser aperitivo para purgar o resto do mecônio acumulado nos intestinos da criança que acaba de nascer.” (p. 30).
Aos poucos, o leite fica mais consistente e a criança fica mais forte para digeri-lo. A natureza muda gradualmente a densidade do leite de todas as espécies de fêmeas dada a idade da cria. Por esse motivo, a imposição da ama ser recém parturiente, (acabado de parir) para o recém-nascido é essencial, apesar de ser uma tarefa difícil de ser realizada por sair da ordem natural.
A ama deve ser tão sadia de coração quanto de corpo, visto que, caso contrário, o bebê irá sofrer, não por adquirir sua maldade ou seus vícios, mas por ela ser a doadora do seu leite que exige zelo, cuidado, doçura e limpeza. Nada que venha do mau, poderá tornar-se bom.
Ela não deve ser trocada, em razão de que a criança a vê como uma confidente. Além disso, para que tenha uma boa educação a criança não pode passar por sucessivas mãos. A cada mudança que fosse feita a criança diminuiria a estima que tem em seus responsáveis e sua autoridade. Já é demais mãe e pai ou ama e governante, mais que isso pode fazer com que a desperdice. Ressalta-se que os dois devem dirigi-la como um só.
A ama deve continuar com a sua mesma vida, visto que uma transformação poderia ser perigosa à sua saúde. Nota-se que as camponesas e seus filhos com a sua dieta de legumes, são mais saudáveis do que os burgueses e seus filhos que comem carne, tomam sopas e caldos para favoreceram sua digestão e melhorar o seu leite. Os filhos delas são mais sujeitos a doença, cólicas e vermes.
Temer o leite coalhado é bobagem, já que no estômago é coalhado, tornando-se um alimento bastante sólido para as crianças e pequenos animais. Mesmo que alimentos vegetais deem um leite mais facilmente azedável, povos inteiros sobrevivem com esse alimento e passam bem. 
Não mudar a alimentação dela. Servir com mais abundância e mais bem escolhida. Sem manteiga ou frituras queimadas e que seus legumes sejam temperados ao chegarem à mesa quentes.
Não é aconselhável que a ama parta para cidade para ficar trancada em um quarto. O bebê acompanhado de seu governante deve ir para o campo, ficando longe do ar impuro da cidade, em razão de sua pele ser delicada e mole e que pode sofrer impressões que jamais se apagam.
3. CONCLUSÃO
A obra “Emílio ou Da Educação”, de Jean-Jacques Rousseau tem como principal objetivo criar homens que façam uma sociedade harmônica e que deixem seus interesses e vontades pessoais de lado. 
Para ele, a educação seria o meio de mudar o indivíduo,que se torna um cidadão, membro de uma comunidade. Por essa razão, sua obra apresenta um modelo de formação física, moral, intelectual e social, que leva em conta a natureza humana em sua abordagem.
REFERÊNCIAS
PERIÓDICOS UNICAMP. Emílio ou Da Educação. https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rfe/article/download/8635422/3215/. Acesso em: 20 set. 2019.
BRASIL ESCOLA. A educação no “Emílio” de Rousseau. Disponível em: https://brasilescola. uol.com.br/filosofia/a-educacao-no-emilio-rousseau.htm. Acesso em: 25 set. 2019.
EBIOGRAFIA. Biografia de Jean-Jacques Rousseau. Disponível em: https://www.ebiografia.com/jean_jacques_ rousseau/. Acesso em: 25 set. 2019.

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