Buscar

DPCMT---Criminologia---Murillo---03

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

CURSO – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL DO MATO GROSSO 
 
DATA – 12-05-17 
 
DISCIPLINA – CRIMINOLOGIA 
 
PROFESSOR – MURILLO RIBEIRO 
 
MONITOR – RICARDO MARTINS OLIVEIRA SILVA 
 
AULA – Fase pré-científica e científica, Escola Clássica e Escola Positivista 
 
• Período Pré-científico: 
 
Desde a idade média, antiguidade – alguns estudos, documentos esparsos(sem método próprio, 
sem sistematização), foram levados a discussão do fenômeno do crime. Porque acontece, suas 
razões. 
 
• Período Científico – duas linhas de pensamento: 
 
a) Escola Clássica: Cesare Beccaria – Dos Delitos e Das Penas; 
b) Escola Positivista: Lombroso – O Homem Delinquente. 
 
• Escola Clássica: 
 
Tem como sua primeira obra: Dos Delitos e Das Penas - Cesare Beccaria; 
 
- Primeiros ideais: 
 
- Racionalidade: o homem é um ser racional, livre, igual. Portanto, opta ou não por cometer um 
crime, por romper o contrato social(Rousseau). O crime é uma quebra do pacto do contrato social. 
- Leis simples, conhecidas pelo povo e obedecidas por todos os cidadãos. 
- A pena serve para reparar o dano causado pela violação do pacto, portanto, devendo ser a pena 
exata e por tempo determinado. 
 
- Principal autor da Escola Clássica: Carrara. 
 
Para Carrara - o crime é um ente jurídico. A sua essência está na violação de um direito. Possui 
uma exigência racional(dependente de uma vontade – livre arbítrio), e não como norma de direito 
positivo. 
 
Para Hegel - a pena é uma negação da negação do direito. Isto é, o crime é uma negação do 
direito, a pena é uma negação dessa negação, com objetivo de fortalecer o ordenamento 
jurídico(pacto). 
 
 
• Escola Positivista: 
 
Tem como sua primeira obra: O Homem Delinquente – Lombroso. 
 
Para Lombroso: o fator biológico(determinismo) é essencial para o estudo da criminologia e o 
crime. Por esta razão, o método para sua análise deve ser o experimental. 
- Lombroso começou seus estudos analisando o crânio dos criminosos, traçando uma série de 
características biológicas, tais como: medidas do crânio, disposição da barba, nariz, orelha, olhos, 
preguiça exagerada, insensibilidade a dor. 
- O criminoso é um ser atávico que representa a regressão ao homem primitivo. Um ser selvagem, 
que já nasce criminoso. Os fatores exógenos só servem para desencadear uma predisposição 
inata. 
- O criminoso teria uma cara larga e chata, grande desenvolvimento das maçãs do rosto, lábios 
finos, na maioria das vezes eram canhotos, tinham cabelos abundantes, barba rala. Os ladrões 
tinham olhar errante, móvel e oblíquo. Os assassinos com olhar duro e “injetado de sangue”. 
- Características anímicas – insensibilidade à dor, tendência à tatuagem, cinismo, vaidade, 
preguiça excessiva, caráter impulsivo. 
Para obter esse resultado, Lombroso utilizou-se do método experimental, realizando 400 
autópsias em criminosos, 6000 análises em criminosos vivos, e análises comportamental de mais 
de 25 mil presos. 
Para Lombroso – o criminoso é nato! 
 
- Principal seguidor de Lombroso no Brasil: Raimundo Nina Rodrigues(1862-1906), conhecido 
como “Lombroso dos trópicos”. 
 
Lombroso teve como sucessor seu genro Enrico Ferri – este dava ênfase às ciências sociais, 
evitando o reducionismo antropológico. Seus ideais se baseiam na Escola Positivista, mas ele traz 
uma nova remodelação da teoria encampada por Lambroso. 
 
Para Ferri – o fenômeno da criminalidade decorre de uma série de fatores antropológicos, físicos 
e sociais. 
 
Para Ferri - tínhamos 5 espécies de criminosos: 
 
- Criminoso Nato - traz o mesmo conceito de Lombroso. O ser já nasce criminoso; 
- Criminoso Louco - o criminoso teria enfermidade mental, e também uma atrofia do senso moral; 
- Criminoso Habitual - aquele criminoso que vive na miséria, pobreza. Começa com crimes mais 
leves, até chegar a crimes mais gravosos. Estes possuem grave periculosidade e baixíssima 
readaptabilidade; 
- Criminoso Ocasional - influenciado por circunstâncias ambientais; exemplo: aquele que após 
injusta provocação comete um crime. Estes possuem baixíssima periculosidade e alta 
readaptabilidade; 
- Criminoso Passional - aquele que é motivado por paixões internas, podendo ser até mesmo 
sociais e políticas. 
 
Para Garofalo(1851 – 1934) - O crime está sempre no indivíduo. Este fato revela uma natureza 
degenerativa deste indivíduo. Sendo que as causas desta degeneração podem ser antigas ou 
recentes. 
- Temibilidade: o criminoso tem uma perversidade ativa e constante, e essa temibilidade é medida 
pela quantidade do mal previsto de ser causado por este criminoso. Esta temibilidade também é o 
fundamento para a medida de segurança – que tem o caráter curativo. 
- Para a escola positivista: o criminoso será sempre psicologicamente anormal, e por isso a escola 
não defende pena certa e determinada, mas sim uma medida de segurança(meio de contenção), 
de caráter curativo. Defendem pena indeterminada até a cura. 
- Delito Natural: violação daquela parte do sentido moral, consistente nos sentimentos altruístas 
de piedade e probidade, segundo o padrão médio em que se encontram as raças superiores, cuja 
medida é necessária para a adaptação do indivíduo à sociedade. 
 
 
Para Escola Positivista – o crime é um fenômeno natural e social que sofre as influências do 
meio e de inúmeros fatores, pela análise de um método experimental. A pena é uma medida de 
segurança com caráter curativo, devendo perdurar até a recuperação do indivíduo. 
 
Exemplo: instalação de manicômios judiciários, tratando a cura do criminoso. Estabelecimentos 
muito próximos de hospitais. 
Na exposição de motivos do nosso Código Penal, o legislador tenta buscar um pouco de cada 
uma dessas escolas, por isso no CP de 1940 tínhamos o duplo binário – pena e medida de 
segurança. Com a reforma de 1984, passou a vigorar o sistema vigariante, ou seja, ou é pena, ou 
é medida de segurança, impossibilitando as duas juntas. 
 
Observações em frases: 
 
“A ocasião faz o ladrão” – temos presente o racionalismo, opção, vontade. Temos então a Escola 
Clássica. 
 
“A ocasião faz o furto; o ladrão nasce feito” – por óbvio, Escola Positivista. O criminoso é 
influenciado por ditames não racionais, quer por questões biológicas, quer por questões sociais.

Outros materiais