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CENTRO UNIVERSITÁRIO JORGE AMADO TECNOLOGIA EM SEGURANÇA PÚBLICA Aluno: Anderson Jesus Santos Matrícula: 213003904 Salvador 2023 Existem alguns elementos que são motivadores para que uma conduta seja considerada criminosa. Tais componentes referem-se às características do comportamento criminoso, a tipicidade e a ilicitude do fato. O caso em tela traz o personagem do ex-chefe do tráfico da favela da Rocinha, na cidade do Rio de Janeiro, chamado Antônio Bonfim Lopes, que ficou conhecido como Nem da Rocinha. Condenado a mais de 96 anos por tráfico de drogas, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, Nem da Rocinha tornou-se um dos principais traficantes, comandantes de facções criminosas na cidade do Rio. Sua grande notoriedade dentro da comunidade se deu por ter conseguido manter uma organização, mantendo a relação entre comunidade, traficantes e polícia de forma pacífica. Em diversas partes de sua narrativa, o condenado afirma que após a morte de seu antecessor, não pretendia seguir com a vida de crimes, mas que foi ameaçado por policiais corruptos que se beneficiavam de sua posição. Para ele, toda essa operação que ensejou no seu aprisionamento, como todas as demais operações do mesmo seguimento realizadas por policiais nas comunidades periféricas, tem sempre um objetivo de mostrar serviço em período eleitoral, mas que de fato não são funcionais, pois afirma que se o Estado tivesse um real interesse em acabar com o tráfico, a solução mais acertada seria a legalização das drogas. Afirma ainda que para que tenha efeito positivo, esta legalização deverá ser associada com uma educação de qualidade, ensinando e instruindo a população sobre os riscos do consumo de entorpecentes, assim como, destaca os benefícios advindos da possibilidade da coleta de impostos de tais vendas, a partir do momento que essa passa a ser legal. Dentre os diversos questionamentos feitos por Nem da Rocinha, ele traz a tona a questão de ter sido tratado de forma desigual em comparação a demais traficantes de brancos e de classe alta. Alegando que este tratamento se deu pelo fato de ser um traficante de uma favela, pobre e negro. Mesmo sem citar nomes, ressalta ainda o envolvimento e participação de políticos no tráfico e que por serem figuras difíceis de serem alcançadas pela justiça, já lhe foi ofertado o benefício da delação premiada. Entretanto, sobre esta, Nem assegura que nunca o fará, alegando existir mais dignidade entre traficantes do que entre políticos. Por fim, o ex-chefe do tráfico da comunidade da Rocinha diz não ter arrependimentos de sua participação da vida do crime, pois alega que não teve outra oportunidade. Afirma que iniciou as atividades criminosas por pura necessidade financeira, quando se viu cercado de dividas medicas, de sua filha de apenas 9 meses de idade diagnosticada com um tumor. Para tratar da saúde da menor, fez um empréstimo com seu antecessor, Luciano Barbosa, e sua dívida seria paga com os seus serviços de gerencia no tráfico e quando este foi morto, não pode sair por ter recebido ameaças de agentes do poder público envolvidos com as atividades ilícitas. Referência ALESSI, Gil. Nem da Rocinha: “Não me arrependo de ter sido traficante. O que você faria no meu lugar?”. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/13/politica/1520947959_760179.html. Acesso em: 18 de jun. de 2023. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/13/politica/1520947959_760179.html
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