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Botânica Aquática

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Botânica Aquática: Conceitos básicos
Botânica – do grego botanē, “planta” = Biologia Vegetal
• Estudo das algas e plantas. Ficologia = estudo das algas
Algas x plantas x cianobactérias 
→ Algas - características comuns: • possuem clorofila a
NÃO apresentam camada protetora ao redor das células reprodutivas
Mais antigas que as plantas • Predominantemente aquáticas • Eventualmente: ambientes terrestres úmidos
Plantas (Embryophyta ou Plantae) 
• Linhagem evolutiva que se adaptou ao ambiente terrestre • ~1% das spp. retornaram ao ambiente aquático
Adaptações para conquista do ambiente terrestre: 
• Estruturas lignificadas: sustentação e condução de fluidos/nutrientes
• Estômatos (orifícios na epiderme para trocas gasosas sem grandes perdas de água)
• Cutícula (cera protetora sintetizada pelas células da epiderme , produz rigidez e resistência à dissecação);
• Órgãos reprodutivos e gametas adaptados para dispersão sem água
Cyanobacteria - cianobactérias 
• Procariotos fotossintetizantes, • “Algas azuis” • Porém, termo o “algas” pode ser restrito aos eucariotos
Diferem das algas eucariotas por:
• Ausência de organelas com membrana •Presença de um único cromossomo circular
•Presença de peptidoglicanos na parede celular •Fotossíntese realizada em membranas citoplasmáticas dobradas (tilacoides) • Nas outras algas: cloroplasto • Deram origem ao cloroplasto das algas eucariotas (Teoria da endossimbiose)
Porém, cianobactérias:• São fotoautótrofas predominantemente aquáticas • Ocupam nichos ecológicos similares às algas eucariotas: • Fitoplâncton e perifíton • Associações simbióticas.
Classificação dos vegetais quanto à fonte de energia
Autótrofos • Sintetizam a própria matéria (biomassa) e energia
a) A partir da energia da luz: fotoautótrofos b) A partir de elementos inorgânicos: quimioautótrofos
Fotoautótrofos (fotossintéticos): • Cianobactérias, algas e plantas • Três comunidades principais: fitoplâncton, perifíton e macrófitas aquáticas
1) Fitoplâncton: microalgas livres na coluna d’água. • “plâncton”: à deriva na coluna d’água, sem poder de natação • fitoplâncton (microalgas) + zooplâncton (não fotossintéticos).
Principais grupos em água doce:
 Cyanobacteria Chlorophyta Charophyta Euglenophyta Bacillariophyta Chrysophyta Cryptophyta Dinophyta
Águas marinhas: ocorrem todos os grupos • Cyanobacteria, Bacillariophyta e Dynophyta: mais representativos (quantidade)
2) Perifíton: Em ambientes rasos (córregos, riachos, lagoas costeiras): 70-85% da produtividadeprimáriatotal
Biofilme principalmente de microalgas • Unicelulares, coloniais e filamentosas, de todas as classes • Superfície de rochas, plantas aquáticas ou qualquer substrato submerso
3) Macrófitas • São organismos fotossintéticos visíveis ao olho nu • Submersas, flutuantes ou emergentes na coluna d’água.
diversos grupos taxonômicos: • Macroalgas ( ex.: Rhodophyta, Phaeophyceae, Ulvophyceae,Charophyta)
 Plantas: briófitas (“musgos”)
Plantas: pteridófitas – vasculares
Plantas: angiospermas – flores e frutos
classificação quanto à forma de ocupação do habitat
EMERSAS/EMERGENTES Fixas no sedimento e folhas para fora ex.: Thypha, Pontederia, Eleocharis, Spartina
COM FOLHAS FLUTUANTES Folhas na superfície e raízes no substrato. Pecíolos longos e flexíveis; Nymphaea sp., Victoria sp., Nymphoides sp.
FLUTUANTES LIVRES flutuam sem se fixar a nenhum substrato 
SUBMERSAS FIXAS submersas e presas ao sedimento ex.: Egeria, Cabomba, Chara;
Classificação por substrato
Epilítica- rochas Epipélica – lama
Epipsâmica – areia Epifitica – alga/ planta
• -ambiente marinho: maioria algas • ~ 10.000 spp.: Rhodophyta (algas vermelhas), Phaeophyta (algas marrons ) e Chlorophyta (algas verdes).
• Angiospermas marinhas: ~60 espécies, 12 gêneros. • Pradarias de angiospermas marinhas , marismas e manguezais
• Ecossistemas marinhos: quase 50% da produtividade primária global. • Principal produtor:FITOPLÂNCTON
Funções dos vegetais • Alimento • Produção de oxigênio
Plantas terrestres: produzem O2, mas consomem praticamente tudo (respiração)
• Fitoplâncton: maior parte da produção de oxigênio atmosférico • Algas produzem mais O2 do que necessitam • Ocupam maior parte da superfície da terra
• Cianobactérias: algas mais simples • Primeiros seres a liberar O2 na atmosfera terrestre ~ 3,5 bilhões anos
Funções dos vegetais Matéria-prima para: • Medicamentos • Fibras para tecidos ou papel • Madeira para construção e utensílios • Abrigo • Combustível • Cosméticos e produtos industriais;
• Apelo sensorial: jardins, parques, áreas verdes
Biotecnologia: • Manipulação para resistir a doenças e pragas • Produzir vacinas, • Fabricação de plásticos biodegradáveis • Fonte de biocombustível • Resistência ao congelamento • Fornecer maiores quantidades de vitaminas e minerais em produtos alimentícios. 
Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (FIOCRUZ, RJ) 1ª vacina vegetal –febre amarela Gene viral introduzido em plantas de tabaco: produção de antígeno Maior quantidade, menor custo, mais segurança
Grande importância ecológica, social e econômica:
Importância dos Vegetais Aquáticos
1) Base da cadeia trófica • Sintetizam energia química (na forma de biomassa) • Condiciona o desenvolvimento dos demais organismos do ecossistema • Essencial à produtividade pesqueira
2) Formam associações simbióticas com diversos organismos
• Interação em que ambos se beneficiam, • Obrigatória para a sobrevivência de pelo menos um • Muitas microalgas : simbiose com outros organismos • Fungos, cnidários, esponjas, macrófitas, outras algas, etc. sendo essenciais para o desenvolvimento dos mesmos;
• Corais: associação obrigatória com dinoflagelados (Symbiodinium spp. • Constituem ecossistemas (recifes) de alta produtividade e diversidade de espécies
3) Fixação de nitrogênio • Nutriente fundamental para o desenvolvimento dos vegetais • Muitas vezes escasso ambiente na forma assimilável pelos seres vivos: amônia (NH4), nitrito (NO2), nitrato (NO3) • 78% do ar atmosférico: N2 (inerte à maioria dos seres vivos) • Algumas cianobactérias podem fixá-lo, aumentando a produtividade do ecossistema
• Anabaena azollae: cianobactéria fixadora N • Associação simbiótica com a macrófita aquática Azzola • Muito aproveitada para fertilização de agroecossistemas aquáticos (ex.: rizicultura)
4) Efeitos químicos na água e sedimento
a) Fotossíntese: absorção de CO2 e produção de O2 • Efeitos diretos sobre o pH e O2 dissolvido • CO2 na água: ácido carbônico • ↑ fotossíntese = ↑ pH e O2
b) Absorção de substâncias • Nutrientes (ex.: NH4, NO3, PO4) e outros compostos (ex.: metais pesados) • Podem ser absorvidos pelos produtores primários aquáticos (microalgas, macroalgas e plantas aquáticas • Aplicação em projetos de recuperação de ambientes degradados e em sistemas de tratamento de águas poluídas
c) Produção de substâncias tóxicas: • Algumas spp. de microalgas podem produzir compostos altamente tóxicos • Florações: grandes riscos ao equilíbrio ecológico da vida aquática, prejuízos à pesca e a aquicultura, e riscos à saúde humana .
• 1996, Caruaru-PE • Intoxicação de pacientes em hospital - hemodiálise contaminada por toxinas produzidas por cianobactérias. • Mais de 70 óbitos • Microcistina – hepatotóxica
5) Efeitos físicos no ambiente aquático
a) Na transparência da água: • O desenvolvimento das microalgas tende a reduzir a transparência da água, • Afetar a atividade de outros organismos (ex.: atividade de predação)
b) Atenuação do efeito de ondas e do fluxo de água:
• Estrutura física das macrófitas reduzir o efeito de ondas ou do fluxo de água no habitat, • Favorece sedimentação de partículas da coluna d’água ao sedimento
c ) Estabilizaçãodo sedimento por macrófitas enraizadas: • Auxilia a conter processos de erosão.
d) Filtragem mecânica: • Estrutura física da vegetação aquática (ex., raízes de macrófitas flutuantes) retém partículas suspensas na água
6) Aumento da complexidade estrutural dos habitats • A estrutura física fornecida pelas macrófitas aumenta a complexidade estrutural dos ecossistemas • Serve de habitat e refúgio para diversos tipos de organismos (como invertebrados, peixes e aves).
7) Indicadores da qualidade ambiental – bioindicadores
• Resposta rápida a alterações ambientais • Ex: Grande desenvolvimento de microalgas/ macrófitas flutuantes - geralmente indicativo de eutrofização
8) Alimentação humana e animal
• Uso de microalgas pelo homem - ~2.000 anos, China • Cianobactérias Nostoc sp. – consumida em épocas de escassez • Espécies de Arthrospira eram usadas como alimento de populações nativas no México e África • Massas de filamentos flutuantes: coletada em lagos e secas
• Cultivo de macroalgas remonta há quase quatro séculos • Cultivos da rodófita Porphyra (“nori”) no Japão em 1640, para fins de alimentação humana. • Várias espécies de macroalgas: dieta básica de países orientais
Atualmente, várias microalgas e macroalgas são produzidas de forma industrial como complemento alimentar de dietas humanas e animais: • Chlorella: • Alto conteúdo proteico (~70% do peso seco) e lipídios • Rica em minerais, vitaminas e carotenoides
Arthrospira (popularmente Spirulina; Cyanobacteria): • A. platensis e A. Maxima: produzidas comercialmente para dieta humana e animal. • 2003 produção da China foi estimada em 16.500 t (rendendo US$ 6,6 milhões) • Cresceu para 97.100 t em 2010 (rendendo US$ 48,7 milhões – 7,4x);
Principais gêneros de macroalgas cultivadas no mundo:
Laminaria Eucheuma Porphyra Undaria Kappaphycus Gracilaria
• Plantas aquáticas na alimentação humana: rizomas, frutos e sementes das plantas, devido ao alto teor de óleos, amido e proteínas dessas estruturas. 
a) Herodotus (484-425 a.C) egípcios colhiam sementes de plantas aquáticas com folhas flutuantes • Após secagem e moagem, misturavam-na com leite para fazer um alimento semelhante ao pão;
b) Oriente (especialmente China): frutos e rizomas de lótus Nelumbo nucifera, cozidos ou crus, em saladas;
c) na Ásia tropical e parte da África várias espécies de Ceratopteris são cultivadas para consumo como salada;
d) na Índia, para o mesmo fim são utilizadas folhas, pecíolos e raízes de Ipomoea aquatica;
e) Oryza sativa, • Planta aquática mais importante na alimentação humana • Cultivada nos trópicos e nas partes quentes das regiões temperadas, • Importante na dieta de mais de 50% da população humana
e) Victoria amazonica Rizomas consumidos no Pantanal Matogrossense
g) Brasil: Agrião (Nasturtium spp.)
g) Família Araceae (inhame ou taiás): consumidas como saladas (as folhas) ou como batata (os rizomas) em todas as regiões do Brasil.
9) Aquicultura
• Macroalgas representam 43% da biomassa produzida • Microalgas – essenciais ao cultivo da maioria (>90%) das espécies
10) Fontes de compostos para fabricação de cosméticos, fármacos, complementos nutricionais, etc.
a) Alguns polissacarídeos (como ágar, carragena) derivados de macroalgas são importantes produtos empregados industrialmente em pastas de dente, sabão, xampu, cosméticos, leite, sorvetes, carnes, alimentos processados, e vários outros itens.
b) Dunaliella salina (Chlorophyceae): maior fonte natural de βcaroteno • Cultivada comercialmente desde a década de 80 na Austrália, Israel e EUA • Abastece indústrias da aquicultura, farmacêutica, nutracêutica e de nutrição animal.
c) Astaxantina • Carotenoide rosa com alta capacidade antioxidante • Sintetizado por algumas algas, plantas , bactérias e fungos. • Suplemento nutricional humano • Na aquicultura: proporciona cor alaranjada à carne (ex.: salmão).
• Astaxantina de microalgas: pigmentação mais forte do que a sintética. • Haematococcus pluvialis (Chlorophyta): rápido crescimento, até 4% do peso seco • Estímulo: estresse (ex.: alta radiação, salinidade, privação de nutrientes).
d) Gêneros Phragmatis, Scirpus e Typha, • Matéria-prima para produção de celulose (principalmente Phragmatis communis) e para construção de cercas, currais, esteiras, bolsas, artefatos diversos de uso pessoal e decoração.
e) Medicina popular Pistia stratiotes - inflamações na pele, infecções urinárias
• Acorus calamus (Açoro) - rizoma • Doenças dos olhos , tosse, dor de dentes e garganta;
Echinodorus macrophyllus - infecções renais e respiratórias
Xaropes de agrião – inflamações do aparelho respiratório
11) Aplicações na recuperação de ambientes degradados e em sistemas de tratamento de águas • Efeitos sobre características físico-químicas dos ambientes aquáticos • Ferramentas para planos de recuperação de ambientes degradados • Sistemas de tratamento de águas poluídas.
12) Produção de biocombustível:
a) Chlorella • Grandes quantidades (até 50 % de seu peso seco) de lipídio neutro de reserva • Em condições de estresse (radiação ou deficiência de N) • Pode ser integrada à biorremediação de águas poluídas
b) Dunaliella: potencial fonte de biocombustível;
c) Macroalgas verdes- Enteromorpha e Ulva • Potenciais fontes de biocombustível, • Altas taxas de produção de biomassa.
13) Espécies invasoras
• Várias espécies de macrófitas aquáticas podem causar prejuízos quando se desenvolvem de forma acentuada; • Espécies exóticas invasoras excluem espécies nativas;
• Prejuízos à navegação, a irrigação, à balneabilidade e/ou à pesca
• Prejuízos à geração de energia •Entupimento das grades das turbinas em usinas hidrelétricas
14) Fertilizantes
• A biomassa produzida pelos vegetais aquáticos pode ser aproveitada para a fertilização de solos.
15) Fins estéticos e paisagísticos • Muitas plantas aquáticas são usadas para fins ornamentais • Aquários, lagos, jardins aquáticos
Nomenclatura Botânica: ciência que dá nome correto aos vegetais, de acordo com o sistema nomenclatural.
Sistemática (“colocar junto”): Estuda a diversidade de organismos. Descoberta, descrição e interpretação da diversidade biológica, síntese de informação na forma de sistemas de classificação preditiva.
Taxonomia: Atribui nomes científicos aos grupos de organismos (classificação, ordem, arranjo)
-Filogenia: Estudo dos laços de parentesco entre organismos, resultando no estabelecimento de sua genealogia. História da evolução de um grupo de seres vivos.
Caracteres taxonômicos: Caracteres utilizados na classificação dos seres vivos.
Identificação: É o processo para se conseguir a denominação de um organismo, sendo ele identificável como um organismo já descrito anteriormente.
Classificação: É a ordenação dos organismos de maneira hierárquica
Táxon: Agrupamento taxonômico de qualquer categoria (espécie, classe, ordem, filo, etc.)
Objetivos da sistemática:
✓Identificar, dar nomes, descrever os organismos; ✓Inventariar os organismos segundo grupos; ✓Permitir a recuperação de informações; ✓Organizar sistemas de classificação que mostrem os parentescos entre os organismos; ✓Entender os processos evolutivos.
LINNAEUS (1735) – 2 reinos
• Animais (movimento próprio) • Vegetais (fototropismo)
HAECKEL (1866) - 3 reinos
• Após a invenção do microscópio • Descoberta dos microrganismos • Alguns incluídos em Plantae, outros em Animalia • Criação do reino Protista
CHATTON (1925) -2 impérios
• Prokaryota x Eukaryota
COPELAND (1938) - 4 reinos
• Monera: bactérias e cianobactérias
WHITTAKER (1969) - 5 reinos • Fungos separados das plantas – surge o Reino Fungi
WOESE et al. 1977- 6 reinos • Reino Monera dividido: • Eubacteria: “bactérias verdadeiras” • Archaebacteria: extremófilas, geneticamente distantes
WOESE et al. 1990 – 3 domínios • Filogenética (sequenciamento de RNA) • Archae: tão distantes das eubactérias quanto dos eucariontes
CAVALIER-SMITH, 1993 – 8 reinos Reino Protista dividido em 3: • Archezoa – Protozoários sem mitocôndrias • Protozoa - Protozoários com mitocôndrias • Chromista - Fotossintéticos com endossimbiose secundária (diatomáceas, algas marrons e douradas)
CAVALIER-SMITH, 1998 – 6 reinos Reino Protista dividido em 3: • Bacteria: grupo baseado novamente na estrutura e não no DNA • Archezoa incorporado novamente a Protozoa
Sistema baseado no hábito
• Theophrastus, 380-278 a.C., • Árvores, arbustos, ervas, cultivadas e selvagens. • Dioscórides,Albertus Magnus eAndrea Caesalpino (1519-1603) • Este último foi considerado o primeiro taxonomista vegetal.
Sistema artificiais baseados em características numéricas
✓ Sistema sexual – Linnaeus 1753 ✓ Baseado em características florais: ✓ Presença/ ausência de flores ✓ Número e posição dos estames ✓ Reino Vegetal dividido em 24 Classes
Sistemas Naturais
➢Classificação por semelhanças ➢Sistema de Antonie de Jussieu (16861758): 5 classes e 100 ordens. ➢ Sugeriu classificação: acotiledôneas monocotiledôneas e dicotiledôneas ➢Acotiledôneas: algas, briófitas e pteridófitas (criptógamas – sem sementes)
➢Sistema deAntonie de Jussieu (1686-1758): 5 classes e 100 ordens. ➢Dicotiledôneas: Presença ou ausência de pétalas e a soldadura destas = três grupos ➢Apetalae, Monopetalae e Plypetalae.
➢Augustin P. de Candolle (1778-1841) ➢ Plantas vascularizadas x talófitas ➢Inclusão de Pteridófitas como Monocotiledôneas.
Sistemas baseados em filogenia
➢ Baseados na teoria da evolução das espécies de Darwin (1859) ➢ Classificação em relação à ancestralidade e descendência
✓ Nomenclatura botânica: independente da zoológica.
✓ Grupos taxonômicos de qualquer categoria = taxa (singular: Taxon);
✓ Caracteres taxonômicos são usados na classificação de todos os seres vivos.
✓ Os taxa são arranjados hierarquicamente, sendo a Espécie a unidade básica;
✓ Principais categorias dos taxa em sequência descendente: Reino, Divisão (= Filo naAnimal), Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie;
✓ Categorias secundárias em sequência descendente são: Tribo (entre família e genêro), seção e série (entre gênero e espécie – não existe na animal) e variedade e forma (abaixo de espécie não existe na animal);
✓ Quando necessário, acrescentar-se o prefixo sub aos termos (ex.: subclasse, subfamília, subgênero e subespécie)
✓As seguintes terminações dos nomes designam as categorias taxonômicas: a) Divisão: ophyta (ex.: Magnoliophyta) b) Classe: opsida (ex.: Magnoliopsida) c) Subclasse: idae (ex.: Rosidae) ✓Na sistemática animal a terminação IDAE indica família
d) Ordem: ales (ex.: Myrtales) e) Família: aceae (ex.: Euphorbiaceae) f) Subtribo: inae (ex.: Disinae) ✓Na sistemática animal a terminação INAE indica subfamília.
✓Gênero e espécie não têm terminações fixas;
✓ Nomenclatura Binomial. Todo nome deve ser acompanhado pelo nome do autor da espécie, e deve aparecer destacado no texto. Ex.: Erythroxylum coca Lam. ou Erythroxylum coca Lam;
✓ Sistemática vegetal: destacar todos os níveis taxonômicos (não apenas gênero e espécie como na sistemática animal)
✓ Quando uma espécie muda de gênero, o autor do basiônimo (primeiro nome dado a uma espécie) deve ser citado entre parênteses, seguido pelo nome do autor que fez a nova combinação.
Tecoma alba Cham. → Tabebuia alba (Cham.) Sadw. Pode-se colocar a data entre parênteses no final.
✓ Anomenclatura de um grupo taxonômico baseia-se na prioridade de publicação. ✓ O código é revisto a cada 4 anos
Observações:
- Quando em um texto já foi citado o nome da espécie, pode-se abreviar o gênero - Ex.: Morus alba M. alba
- Quando não se tem certeza do epíteto específico de uma espécie, usa-se: sp., que não pode ser grifado e deve aparecer em minúsculo. - Ex.: Morus sp.
- Quando nos referimos a várias espécies de um gênero, usa-se: spp. - Ex.: Morus spp.
- Híbridos: cruzamento entre duas spp. - “x” entre os nomes
- Ex.: Mentha x piperita
(Cruzamento Mentha aquatica x Mentha spicata)
- Variedades: padrões de variação que ocorrem naturalmente - Ex.: Cupressus sempervirens var. horizontalis – “cipreste dos cemitérios”
- Cultivares: planta selecionada para ter determinadas características – entre aspas, sem grifo - Ex.: Nerium oleander – flores rosa na natureza - Nerium oleander “Mont Blanc” – flores brancas
- Subespécies: padrões de variação que ocorrem por força de barreiras geográficas - Ambiente seleciona características mais adequadas a ele - Ex.:Azinheira
- Nome Genérico: grifado e começando com maiúsculo;
- Nome Específico (Epíteto Específico): grifado e sem maiúsculo;
- Após: o nome da(s) autoridade(s) que descreveu(ram) a espécie, que pode ser abreviado conforme referência aprovada.
Preparação e Identificação dos Espécimes
Herbário - Coleção de espécimes secos (herborização) - Plantas herborizadas permitem comparações, estudos fenológicos, anatomia, ultraestrutura, distribuição geográfica, DNA etc.
DOMÍNIO PROKARYA, REINO BACTERIA
DIVISÃO CYANOPHYTA – CIANOBACTÉRIAS
✓ Grupo planctônico mais estudado. Antigamente classificado como algas azuis (ficocianina), são bactérias verdadeiras. Possuem clorofila a e a reserva glicídica é glicogênio.
✓ Grupo possui cerca de 150 gêneros e 2 mil spp (FOTT, 1971).
➢ Muitas cianofíceas, quando em condições favoráveis, crescem em altas densidades, fenômeno denominado floração, que ocorre em dias calmos e quentes, principalmente em lagos eutróficos ou eutrofizados artificialmente.
REINO CHROMISTA • Uni ou pluricelulares • Clorofila a e c • Cloroplasto com 4 membranas – endossimbiose
REINO CHROMISTA CLASSES DE ALGAS: • Bacillariophyceae – diatomáceas • Chrysophyceae – algas douradas • Phaeophyceae – algas pardas • Xanthophyceae – algas verde-amareladas
Reino PLANTAE
• Divisão Chlorophyta – algas verdes • Divisão Charophyta – algas verdes filogeneticamente separadas das Chlorophyt
➢ As plantas surgiram a partir de algas verdes de água doce, que, numa condição de diminuição de radiação UV fora da água, evoluíram em briófitas (musgos, hepáticas e antóceros)
O que são algas?
• Organismos que liberam oxigênio durante a fotossíntese mas não são briófitas nem plantas vasculares; • Não formam um grupo taxonômico natural • Muito diverso: inclui procariontes e representantes em várias linhagens protistas. • Depois das bactérias, são os organismos que mais alteraram o planeta para chegar às condições atuais, dividindo também com as bactérias a tarefa de manter o equilíbrio ecológico e climático
Primeiros 2,7 bilhões de anos de vida: SOMENTE bactérias
Entre elas, as cianobactérias, que com a fotossíntese, produziram o primeiro oxigênio biogênico do planeta (inicialmente tóxico)
O oxigênio gerou o ozônio que protegeu contra a radiação UV e permitiu a saída dos seres vivos da água.
Com o dimetilsulfeto (DMS) da fotossíntese microalgal, formaram-se as nuvens e a chuva, que umedeceram os continentes para o povoamento pelos seres vivos.
Com o oxigênio da fotossíntese as membranas biológicas puderam incorporar esteróis, que as tornaram elásticas. A síntese de esteróis requer O2, portanto, antes de seu acúmulo pela fotossíntese, fagocitose não era possível!
ENDOSSIMBIOSE: processo de incorporação e integração de endossimbiontes bacterianos dentro de células hospedeiras para formar entidades eucariontes, contendo organelas.
Condições para engolfamento e utilização de partículas, ausentes em bactérias mas presentes em protistas: 1. Membrana celular flexível pela incorporação de esteróis; 2. Citoesqueleto especializado, envolvendo microtúbulos para capturar presas; 3. Processo de invaginação do plasmalema para engolfamento.
Endossimbiose: principal processo motriz da diversificação biológica
1) Procariontes 2) Eucariontes com cloroplastosrodeados por duas membranas do envelope cloroplástico. 3) Eucariontes com o cloroplasto rodeado por uma membrana de retículo endoplasmático cloroplástico. 4) Eucariontes com o cloroplasto rodeado por duas membranas de retículo endoplasmático cloroplástico.
1) Algas Procariontes: Cyanophyta (cianobactérias) e Prochlorophyceae. • Clorofila-a e ficobiliproteína (proclorófitas não) • Sem cloroplasto
2)Algas eucariontes com cloroplastos rodeados por duas membranas de envelope cloroplástico (ou envelope plastidial) ENDOSSIMBIOSEPRIMÁRIA– 1 membrana da célula maior + 1 membrana da cianobactéria
• Glaucophyta: posição intermediária na evolução dos cloroplastos; a fotossíntese é realizada por cianobactérias endossimbiontes modificadas. • Rhodophyta: clorofila-a e ficobiliproteínas; ausência de células flageladas; amido como produto de reserva. • Chlorophyta: clorofilas a e b; amido como produto de reserva, o qual é encontrado dentro do cloroplasto.
Cloroplasto das Glaucophyta: Cianela ou cianoplasto
• Unicelulares • Água doce • Raras (~ 13 spp.)
3) Algas eucariontes com o cloroplasto rodeado por uma membrana de retículo endoplasmático cloroplástico.
2 membranas do cloroplasto+ 1 do RE = 3
Euglenophyta: clorofilas a e b; um flagelo com linha espiralada de pelos fibrilares; película protéica em faixas sob a membrana plasmática; paramilo como produto de reserva. Dinophyta (Pyrrophyta): núcleo mesocariótico; clorofilas a e c; célula comumente dividida em epicone e hipocone por uma cintura; flagelo transversal helicóide, placas tecais em vesículas sob a membrana plasmática. Apicomplexa: flagelados heterotróficos com plastos incolores.
Euglenophyta – endossimbiose secundária
4) Algas eucariontes com o cloroplasto rodeado por duas membranas de retículo endoplasmático cloroplástico 2 membranas do cloroplasto+ 2 do RE = 4
Cryptophyta: nucleóide e entre membrana interna e externa do RE plastidial; amido em grânulos entre a membrana interna e do RE o envelope cloroplástico; clorofilas a e c; ficobiliproteínas; periplasto dentro da membrana plasmática. Heterokonthophyta: flagelo anterior rudimentar e posterior em “chicote”; clorofilas a e c, fucoxantina; usualmente crisolaminarina como produto de reserva dentro de vesículas.
Classes: Chrysophyceae; Synurophyceae; Eustigmatophyceae; Pinguiophyceae; Dictyochophyceae; Pelagophyceae; Bolidophyceae; Bacillariophyceae; Raphidophyceae; Xanthophyceae; Phaeophyceae Prymnesiophyta (Haptophyta): dois flagelos em chicote; presença de haptonema; clorofila a e c, fucoxantina; comumente com escamas no exterior da célula; fucoxantina; usualmente crisolaminarina como produto de reserva dentro de vesículas.
Cryptophyta – endossimbiose secundária
Divisão Chlorophyta
Introdução
•Chloro (grego) = Verde •Phyton (grego) = Planta •Domínio Eukariota •Reino Plantae (Haeckel) • 10 classes (fonte: AlgaeBase)
Ocorrência das Chlorophyta
• 90% em água doce – cosmopolita • Predominante no plâncton • Formas marinhas – maioria bentos de águas tropicais e subtropicais
Formas terrestres – sobre troncos ou barrancos úmidos (ex: Trentepohlia) • Camadas de gelos nos pólos (ex: Chlamydomonas) • Formas saprófitas (sem pigmentos)
Associações com: fungos (liquens), protozoários, celenterados (ex: hidras) e mamíferos (pelos de bicho-preguiça).
Morfologia
• Desde formas microscópicas até metros de comprimento (ex: Codium). • Formas unicelulares, coloniais, filamentosas e parenquimatosas.
Algumas formas coloniais formam cenóbio – número definido de células para a espécie
• Formas filamentosas • Celulares • Cenocíticas: não apresentam paredes transversais; são multinucleadas • Formas cenocíticas não filamentosas
Organização Celular
•Eucarióticas
• Cloroplastos
• De um a muitos cloroplastos por célula
• Forma variada – critério de classificação
• Pigmentos • Semelhantes aos das plantas vasculares e briófitas • Clorofila a e b • Carotenóides: luteína e -caroteno • Pirenóides: locais de síntese de amido, um ou mais por cloroplasto
• Reserva • Amido • Semelhante as plantas vasculares e briófitas • Dentro do cloroplasto, associado aos pirenóides, quando presentes
• Flagelos • Na fase vegetativa, reprodutiva ou ambas • 2 ou 4 (tamanho e organização iguais) • Simples ou plumosos
• Estigma (mancha ocelar)
• Maioria das células flageladas; • Cloroplasto, próximo ao flagelo; • Uma ou mais camadas de lipídios localizados no estroma • Geralmente avermelhado ou alaranjado – carotenóides; • Percepção luminosa.
Reprodução e Ciclo de Vida • Reprodução • Vegetativa: divisão celular simples ou fragmentação • Espórica: zoósporos e aplanósporos • Gamética • Isogamia, anisogamia ou oogamia • Aplanogametas ou planogametas (zoogametas)
REPRODUÇÃO ASSEXUADA VEGETATIVA
DIVISÃO CELULAR SIMPLES - unicelulares FRAGMENTAÇÃO – filamentosas (quebra do talo e mitose)
ESPOROS Formas germinativas obtidas por mitose Geram indivíduos geneticamente idênticos
GAMETAS Formas germinativas obtidas por meiose Fecundação cruzada = variedade genética
Importância Econômica
• Fonte de carotenóides • Dunaliella salina e Haematococcus pluvialis • Corantes naturais de alimentos (suco de laranja) • Aditivos de rações animais • Aditivos de alguns cosméticos • Precursores da vitaminaA: atividade antiinflamatória pela reatividade com o oxigênio
• Cultivo de Dunaliella salina • Responsável pela produção de -caroteno (alimentos, fármacos e rações) • Grande tolerância a altas salinidades • Duas etapas – Aumento de biomassa em meio de cultura e alta salinidade (200 240 ups) • Coloração verde - Aumento da salinidade (350 ups) e deficiência de nitrogênio • Carotenogênese
• Cultivo de Haematococcus pluvialis • Astaxantina – rações e indústria de salmão • Cultivo em duas fases – concentração de pigmentos – Fotobiorreatores tubulares: produção de elevada densidade de células em meio de cultura normal • Células verdes, com dois flagelos e parede celular fina • Final do período de cultivo: avermelhadas
– Meio de cultura com menor quantidade de nutrientes e alta intensidade luminosa • Acúmulo de astaxantina • Células encistadas, com parede celular grossa e sem flagelos
Importância Econômica Biocombustíveis
• Potencial– produtividade supera a de qualquer vegetal produzido no mundo.
• Diversas spp.: altas concentrações de lipídeos = energia
• Botryococcus braunii – altos teores de hidrocarbonetos, (até 75% do peso seco)
CLASSE PHAEOPHYCEAE “Feofíceas”, “Algas pardas”
Classificação
 Império Eukaryota Chatton  Reino Chromista T. Cavalier-Smith Divisão Ochrophyta T. Cavalier-Smith Classe Phaeophyceae Kjellman  2.035 espécies (Fonte: AlgaeBase)
Divisão Ochrophyta Grupo natural extremamente diversificado, 
 Compartilham as mesmas feições ultraestruturais, (ex.: tipos de flagelo e cloroplastos, pigmentos, produtos de reserva, etc.)
Características da Divisão Ochrophyta
• Células flageladas heterocontes, (um flagelo longo, dirigido para frente e um flagelo curto e liso, dirigido para trás durante a natação)
• Cloroplasto com 4 membranas
• Membrana dupla do cloroplasto + envelope de RE com 2 membranas
Pigmentos: • Clorofila a e Clorofila c • Fucoxantina, uma xantofila • Outras xantofilas • Carotenos
16 Classes – mais importantes:
• Bacillariophyceae (diatomáceas) • Chrysophyceae (algas douradas) • Xanthophyceae (algas verde-amareladas) • Phaeophyceae (algas pardas)
Classe Phaeophyceae 
Maioria marinhas (água doce: apenas 5 dos 265 gêneros)
Recente: divergiu das diatomáceas há ~200 milhões de anos
Todas as espécies são multicelulares
 Desde formas filamentosas microscópicas até plantas foliosas de dezenas de metros.
 As células flageladas são sempre reprodutivas.
Importância: produção de ficocolóides (alginatos), alimentação, produtos farmacêuticos, indústrias diversas...
Importância ecológica: abrigo, alimento, nutrientes
Mesmos habitats que as algas vermelhas  Desde zonas intermareais até profundidades >100 m 
Profundidade limite para Laminaria: 0,6 % da luz incidente na superfície (paraformas crostosas a luz pode ser inferior)
OrganizaçãoCelular
 Pigmentos  Clorofila a, c1 e c2  -caroteno e fucoxantina (coloração parda)
 Reserva  Laminarina e manitol (citoplasma)  Vesículas de fucosana – polifenóis
 Flagelos  Gametas ou esporos  Dois flagelos diferentes inseridos lateralmente ou subapicalmente  Um longo e plumoso, outro curto e simples  Ponto de inserção do flagelo: mancha ocelar (estruturas lipídicas fotossensíveis)
Reprodução
-Vegetativa - Espórica - Gamética
Ectocarpales Feldmannia indica 
(isogamia, anisogamia e oogamia)
Ciclos de vida Haplobionte diplonte Ex. Fucales
Diplobionte
• Isomórfico ex. Ectocarpales, Sphacelariales, Dictyotales
• Heteromórfico Ex. Laminariales
AspectosEconômicos
 Principais espécies cultivadas para consumo direto  Laminaria japonica “kombu”  Undaria pinatifida “wakame”
 China: maior produtor de algas comestíveis - 5 milhões de toneladas úmidas  “kombu”: centenas de hectares de Laminaria japonica crescida em cordas suspensas no mar
• Coréia: produção de 800 000 toneladas úmidas  50% “wakame”: Undaria pinatifida  Crescida da mesma forma que “kombu” na China
Alginato – aplicações comerciais (espessante, gelificante) Produtos: U$ 178 milhões
Aditivo em ração animal • Noruega • Algas pardas coletadas, secas e moídas • Ascophyllum e Laminaria • Ricas em elementos traço, minerais e vitaminas • Secagem realizada em caldeiras de combustão a óleo • Custos afetados pelo preço do óleo
Resumo das Phaeophyceae
 Eucarióticas  Clorofilas a, c1 e c2  Xantofilas (fucoxantina) e carotenos (-caroteno)  Reserva: laminarina e manitol  Parede celular: celulose, ácido algínico e fucoidina  Presença de flagelos nos gametas e/ou nos esporos
Classe Bacillariophyceae (Lee, 2008) – 2 ordens:
Biddulphiales (Centrales) Bacillariales (Penales)
Características Gerais: 
• Pigmentos: clorofila a e c; -carotenos e outros carotenoides; fucoxantinas • Parede celular silicosa = frústula (2 valvas) • Sílica (SiO2) + pectina (revestimento: aminoácidos e açúcares) • Silicatos são macronutrientes como N e P • Silicificação mais leve nas planctônicas
• Unicelulares – podem ser coloniais • Somente gametas são flagelados. • Oceanos, águas continentais ou sobre substratos úmidos (solo, gelo, etc.) • Planctônicas ou perifíticas
Classificação das Diatomáceas
1) Ordem Biddulphiales (Centrales): cêntricas •Ornamentação radial ou gonóide •Muitos cloroplastos •Rafe ausente •Formam esporos de resistência •Espermatozóides uniflagelados •Reprodução sexual oogâmica.
2 )Ordem Bacillariales (Penales): penadas •Ordenação penada ou trelisóide • 1 ou 2 cloroplastos •Rafe presente em algumas •Espermatozóides sem flagelo •Reprodução sexual por conjugação
Importância
• Grande importância trófica – PESCA E AQUICULTURA • Grande parte do fitoplâncton marinho e estuarino (especialmente em águas temperadas e/ou ricas em nutrientes) • Muito importantes no microfitobentos (límnico, marinho e estuarino) • Diatomáceas marinhas planctônicas: 20-25% da produção primária da Terra (1,4 x 1014 kg de matéria orgânica seca/ano)
Morfologia
FRÚSTULA: Recobre a célula e é composta por duas VALVAS Faixa que une as valvas: CÍNGUL
Organização Celular
• Parede celular – Frústula: duas partes que se encaixam – epiteca (maior) e hipoteca (menor) que são ligadas pelo cíngulo
– Algumas Penales: • Rafe (fenda longitudinal na valva, dividida por um nódulo central)
• Parede celular – Secreção composta por silica = frústula – Sílica associada pectinas (carboidratos) – Grande resistência – Ornamentação das valvas: critério taxonômico
Reprodução e ciclo de vida
• Assexuada: mais comum, divisão mitótica simples • Lei de McDonald-Pfizer: “Na divisão de uma célula, tanto a epiteca como a hipoteca da célula mãe serão epitecas das células filhas. Disso, a cada divisão, forma-se uma célula de tamanho normal e outra menor. O processo continua formando células cada vez menores até um tamanho mínimo (2-5 anos!), quando ocorre a formação de auxósporos (reprodução sexuada)”
• Reprodução sexuada - Zigoto dá órigem a um auxósporo: células especial, sempre maior que as células que os originaram. - Forma indivíduos com máximas dimensões da espécie. - Pode ser uma forma de resistência
Aspectos Ecológicos
Toleram bem: escuro e baixas temperaturas  Toleram pouco: altas temperaturas e baixa [nutrientes]
Outros processosecológicos:
• Fixaçãode N2 - cianobactérias associadas a Rhizosolenia
Formação de diatomito: rocha sedimentar - depósitos fósseis de frústulas (até 100m de espessura)
• Bioindicadores • Populações sensíveis à contaminação ambiental
Diatomáceas fósseis – Depósito de frústulas no fundo do mar ou de lagos – Sílica = resistência – Depósito marinho de Lampoc (Califórnia): milhas de extensão – Brasil: depósitos no Nordeste
Importância Econômica
• “Terra de diatomáceas”- diatomito (Resíduosdas frústulas de diatomáceas mortas e precipitadas) – Material filtrante – refinariasde açúcar – Isolante térmico – caldeiras – Abrasivo – Indica camadascontendo petróleoou gás (dizem a idadegeológicado sedimento) – Análiseda flora fóssil – Estimativa da temperaturae alcalinidadeda água no passado
Resumo das Diatomáceas
• Pigmentos: clorofila a e c; -caroteno; fucoxantina • Substância de reserva: óleos e crisolaminarina • Parede celular: frústulas compostas de hemicelulose, sílica e frequentemente uma matriz de polissacarídeos sulfatados • Reprodução: assexuada e sexuada (isogamia e oogamia) • Organização vegetativa: unicelulares e coloniais • Flagelo: flagelo anterior presente apenas em gametas masculinos de algumas spp. da ordem Centrales
EUGLENÓFITAS
 Geralmente límnicos  Especialmente águas contaminadas por dejetos animais.  Águas limpas: populações discretas
Abundantes em locais com muita matéria orgânica Tolerantes a baixo pH
 Marinhas: Eutreptiella, Eutreptia  Algumas Euglena são eurialinas.  Principalmente em areias intertidais (migração entre interior e superfície do sedimento - luz e maré)
Caracteristicas gerais
 Cloroplasto com três membranas, NUNCA ligado ao RE  Clorofila a e b  Núcleo mesocariótico (cromossomos sempre condensados)  1 ou 2 flagelos emergentes de invaginação  Flagelos com pelos fibrilares em linha (mastigonemas)
• Sem reprodução sexuada • Produto de reserva: paramilo • Estigma ou ocelo: órgão sensorial que controla a fototaxia (base dos flagelos) • SEM parede celular – Periplasto (película proteica)
• Forma cistos em condições desfavoráveis • Cloroplastos discóides ou achatados, tilacóides em bandas de 3 • Vacúolo contrátil osmorregulador; expele excesso de água; pulsa a cada 15 a 60 segundos
 Flagelo locomotor: sai de uma cavidade (composta por canal e reservatório)  Canal: rígido  Reservatório: muda de forma conforme a contração do vacúolo.  Similar ao citóstoma de outros protozoários
• Sensíveis à luz, buscam faixas ótimas de irradiância. • Corpo paraflagelar – fotorreceptor, base do flagelo • Estigma (direcionamento, proteção do corpo paraflagelar )
Estrutura pouco resistente: Poucos fósseis
REPRODUÇÃO ASSEXUADA – DIVISÃO BINÁRIA
Condições desfavoráveis: encistamento
Resumo - Euglenophyta
• Eucarióticas • Clorofila a e b • Reserva: paramilo e óleo • Sem parede celular: membrana que apresenta-se em bandas articuladas • Núcleo mesocariótico • 1 ou 2 flagelos • Sem reprodução sexuada • Mixotróficas
Caracteristicas gerais
Anfiesma: 2 tecas (valvas) rígidas  Placas de celulose organizadas conforme o táxon.  Dividida pelo cíngulo em hipocone e epicone  Sulco longitudinal, cíngulo transversal.
 Um dos flagelos é transversal e fica no cíngulo (movimento ondulatório = rotação e propulsão).  O outro é longitudinal e segue o sulco (direção e funções “alimentares”).  Saída do flagelo: ventral, onde o cíngulo e o sulco se encontram
DINOFLAGELADOS
• 130 gêneros, 2000 espécies. • Unicelulares. • Biflagelados - flagelos de tamanho e orientação diferentes
Ocorrências
• Importantes membros do plânctonmarinho e de água doce • Maior variedade no ambiente marinho • Simbióticas com animais • Fotossintéticas • Heterotróficas (saprófitas, parasitas, holozóicas – se alimentam exclusivamente de MO de origem animal)) • Mixotróficas 
Organização Celular
Parede celular: placas de celulose = anfiesma  As placas originam-se de vesículas achatadas  Esta estrutura compõem a teca
• Conjunto de placas tecais = lórica • Regiões entre as placas = suturas • Crescimento celular: adição de material nas margens das placas
Reserva: Amido e óleo  Núcleo  Mesocariótico - dinocárion  Presença de cromossomos permanentemente condensados  Mesmo núcleo presente na Divisão Euglenophyta
Reprodução
Vegetativa: Divisão celular simples 
 Espórica • Esporos de resistência ou cistos • 30-70 m Ø, corpo liso ou espinhoso • Paredes celulares altamente resistentes(dinosporina)
Gamética  Haplobiontes haplontes  Formação de gametas (isogamia ou anisogamia)
Sensível a turbulência
Dinoflagelados: algas mais vulneráveis à 
turbulência • Eventos de tempestade: declínio 
populacional • Cultivos: águas calmas, pouco vento
Floração
• Água doce e marinha (mar: maré vermelha) • Maior taxa de crescimento (107 - 108 cels/L) em águas calmas • Normalmente espécies fotossintéticas • Heterótrofo Protoperidinium depressum: florações em estuários e águas costeiras
• Podem estocar grande quantidade de fósforo e usar quando estiver escasso no ambiente • Causa de algumas florações em ambiente relativamente pobre em fósforo • Tamanho grande, placas de celulose e mobilidade: evitam predação
Maré vermelha
Floração - aumento exagerado nº de indivíduos no mar, formando manchas de coloração visível • Produção de toxinas potentes • Principalmente em águas costeiras ricas em nutrientes • Prorocentrum, Ceratium, Cochlodinium, Gymnodinium, Alexandrium
• Morte de peixes: consumo exagerado de O2 e produção de compostos neurotóxicos • Moluscos não sensíveis, mas acumulam! • atingem o homem e outros mamíferos quando consumidos
Todos contém cloroplastos • Teoria: habilidade de produzir toxinas pode vindo da cianobactéria endossimbiótica
Florações de dinoflagelados – provável origem de alguns depósitos de óleo do mundo, incluindo o depósito de óleo do Mar do Norte • Oleo de xisto: depósitos na Inglaterra podem ultrapassar 500m
Xisto: rocha sedimentar argilosa, com betume e querogênio (complexo orgânico que se decompõe termicamente e produz óleo e gás) • Considerado mundialmente a maior fonte em potencial de hidrocarbonetos • O querogênio contém uma matéria orgânica amorfa e grande quantidade de dinoflagelados e seus cistos fossilizados 
Divisão Cyanophyta
➢ Conhecidas como algas azuis – podem ser esverdeadas, avermelhadas e enegrecidas ➢ Domínio Eubacteria • Procariontes ➢ Reino Bacteria (Cohn) Cavalier-Smith • Filo Cyanobacteria Stanier ex Cavalier-Smith • Classe Cyanophyceae Schaffner • 2774 espécies 
• Cyanobactéria – Ênfase em dois principais aspectos • Natureza procariótica • Relação próxima entre as algas azuis e as eubactérias
• Cyanophyta – Reflete as características de algas azuis • Habilidade de realizar fotossíntese produzindo oxigênio • Similaridade entre sua estrutura e os cloroplastos de eucariontes.
Ocorrência • Ambientes extremamente diversos – Maioria água doce – até 74°C em fontes termais
– Lagos antárticos, calotas de gelo – Altas salinidades – Dessecação 
– espécies do supra-litoral – Terrestres – solos úmidos e rochas
Ocorrência
• Associações com: – Fungos (liquens): Cora e Leptogium – Briófitas (Anthoceros) – Pteridófitas (Azolla) – Gimnosperma (Cycas) – protozoários
Organização celular
• Procariontes – Sem núcleo ou organelas membranosas – DNA disperso no citoplasma (nucleoplasma) – Podem conter plasmídios – moléculas de DNA semicirculares
Reprodução
• Reprodução gamética desconhecida
• Divisão celular simples – Unicelulares, filamentosas e coloniais
Fixação de Nitrogênio
• Heterocisto – Célula de conteúdo homogêneo, parede espessa, geralmente maior que a célula vegetativa, verde-amarelada – Em algumas formas filamentosas – Conversão de nitrogênio em amônia – Pode germinar formando um outro indivíduo – Podem estar relacionados a diferenciação dos acinetos
Mobilidade
• Formas filamentosas e unicelulares – Deslizamento quando em contato com o substrato ou com outras algas – Algumas espécies: movimento oscilatório nas extremidades – Pode ocorrer em resposta à luz – Movimentação de microfibrilas
Aspectos Ecológicos
• Ambientes Marinhos – Zonas litorâneas • Filme negro no supralitoral • Maioria fixadora de N • Contribuição: produtividade de costões rochosos e recifes de corais
• Cianobactérias Tóxicas - Mortes de aves, peixes e mamíferos causados pela ingestão da água contaminada. 
Importancia econômica
• Elevado % proteínas e valor = suplemento alimentar – Ácido γ-linolênico (GLA): Leite artificial para bebês • Possíveis efeitos: – alívio de hiperlipidemia – supressão de hipertensão – proteção contra falha renal – crescimento intestinal de Lactobacillus – Controle da glicose sanguínea
• Adição em rações - mais utilizada • Ação de vitaminas, minerais e ácidos graxos essenciais – Aumento da resposta imune – Aumento da fertilidade – Melhor controle do peso – Pele saudável e pelagem brilhante • Alimentação prolongada em altas concentrações – Eventuais problemas de digestibilidade – Toxidez de ácidos nucléicos • Utilização apenas como aditivos
• Corantes naturais • Minerais, vitaminas e outras moléculas orgânicas • Arthrospira: ficocianina – cosméticos naturais de coloração azulada • Cosméticos diversos
• Cianobactérias bênticas – Produção de floculantes capazes de sedimentar ou flocular partículas de argila em suspensão – entrada de luz em águas turvas – Phormidium e Anabaenopsis circularis – Tratamento de águas (clarificação e sedimentação de colóides de indústrias química ou de alimentos)
• Águas Residuais: meio apropriado para o crescimento de microalgas – Converte energia solar em matéria orgânica e produz calor
– Atividade fotossintética • Oxigênio para oxidação microbiológica dos resíduos • Incorporação fotossintética do CO2 aumenta o pH da água até um nível letal para bactérias e vírus
Resumo
➢ Divisão Cyanobacteria • Procarióticas • Clorofila a • Ficobiliproteínas (pigmentos acessórios e reserva de N – c-ficocianina e aloficocianina (azul) – c-ficoeritrina e ficoeritrocianina (vermelho) • Xantofilas e carotenos (grandes proporções de -caroteno) • Glicogênio (grânulos de amido) • Mucopolissacarídeos – bainha de mucilagem • Ausência de flagelos em qualquer estádio do seu ciclo de vida

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