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Aula 4 - Princípios do cooperativismo

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Valores e Princípios do Cooperativismo
Prof. Paulo Vinícius de Miranda Pereira
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ACRE
CAMPUS TARAUACÁ
CURSO TÉCNICO SUBSEQUENTE AO ENSINO MÉDIO EM ADMINISTRAÇÃO 
paulo.pereira@ifac.edu.br
O cooperativismo tem princípios que orientam o seu funcionamento. Esses princípios servem para indicar como deve ser o tratamento da cooperativa com os cooperados e da cooperativa com o mercado. São princípios do cooperativismo: adesão livre, gestão democrática, participação econômica, autonomia, formação, conjugação de esforços e interesse da sociedade. Nessa aula temos por objetivo discutir o que representa cada um dos princípios do Cooperativismo.
Todas as organizações e as sociedades em geral são criadas com base em valores considerados fundamentais para seu melhor funcionamento. E você sabe o que são valores?
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Os valores do cooperativismo
Valores são aspectos que orientam as pessoas nas suas práticas diárias e nos seus relacionamentos com outras pessoas e instituições. Em suma, os valores são qualidades pelas quais as instituições são reconhecidas, são méritos que fazem parte dos ideais e da moral de uma entidade.
Todas as organizações e as sociedades em geral são criadas com base em valores considerados fundamentais para seu melhor funcionamento. E você sabe o que são valores?
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Os valores do cooperativismo
1 - Por exemplo, quando algum produtor rural, membro da cooperativa, está passando por alguma dificuldade (uma praga em sua plantação, problemas financeiros etc.), os demais cooperados devem ajudá-lo a superar esse momento.
4 - É totalmente contra seus valores o surgimento de grupos privilegiados, ou seja, algumas pessoas serem melhor tratadas em função de sua condição social ou parentesco, por exemplo.
5 - Podemos citar como exemplos de responsabilidade social: a participação dos membros da cooperativa como voluntários em projetos sociais da comunidade; a própria cooperativa, patrocinando projetos de preservação do meio ambiente; a educação de jovens e crianças em comunidades carentes, oferecidos pela cooperativa; entre outros.
6 - Os relatórios financeiros e contábeis da cooperativa devem ser acessíveis a todos os cooperados, ou seja, eles têm o direito de olhar e conferir esses documentos quando acharem necessário.
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Princípios do cooperativismo
No caso do cooperativismo, seus princípios são as DIRETRIZES que orientam as cooperativas para colocarem seus valores em prática
Isso quer dizer que a existência de uma Doutrina Cooperativista (conjunto de valores e princípios) rege a estrutura e o funcionamento das cooperativas e serve como base de crescimento e desenvolvimento.
Esses princípios são originários da primeira cooperativa de Rochdale e ao longo dos anos passaram por processos de adaptação, adequando-se às novas formas de organização da sociedade. Sua última atualização foi em 1995, no congresso comemorativo ao centenário do cooperativismo, realizado pela ACI (Aliança Cooperativa Internacional), quando foram aperfeiçoados e adequados, embora tenham acontecido, anteriormente, outras duas reformulações nos Congressos da ACI de 1937 e 1966.
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Adesão livre e voluntária
A cooperativa é uma organização aberta. A livre adesão diz respeito a não existir discriminação quanto à religião, à raça, ao sexo, à doutrina política, entre outras.
1 - Não pode haver nenhum tipo de discriminação social na cooperativa. Não se pode negar a qualidade de associado a alguém devido à sua crença, por exemplo.
É claro que existem pré-requisitos para se ingressar numa cooperativa. Não posso querer entrar numa cooperativa de produção agropecuária se eu não tenho uma propriedade produtora
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Controle democrático pelos membros
Cooperativas são organizações democráticas nas quais os sócios (cooperados) participam ativamente do processo de decisão através do voto. 
Independentemente do número de cotas possuídas, cada cooperado tem direito a apenas um voto, valendo pelo que é, e não pelo que tem.
A cooperativa não pode ser controlada por um grupo específico de cooperados. Por isso, junto com o princípio da gestão democrática, vêm outros subprincípios, como, por exemplo, o princípio da rotatividade do poder e o princípio da temporalidade.
Em outras palavras, um cooperado pode ser mais rico e poderoso do que os outros, mas seu voto terá o mesmo valor que o dos demais. Os cooperados elegem alguns sócios para representá-los na administração e na fiscalização das cooperativas, ficando esses submetidos às decisões da assembleia de cooperados.
O melhor exemplo desse controle democrático é que a maior autoridade da cooperativa não é seu presidente, e sim a assembleia de cooperados. Todos os cooperados fazem parte da assembleia e podem a qualquer momento vetar (proibir, não autorizar) uma decisão do presidente ou da diretoria.
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Participação econômica dos membros
Cada membro contribui igualmente com recursos financeiros (dinheiro) para a formação do capital da cooperativa.
Da mesma forma como aconteceu com os Pioneiros de Rochdale (28 libras), parte desse capital é de propriedade comum da cooperativa, sendo utilizado para seu crescimento. Os membros sempre recebem, quando houver, uma remuneração limitada ao capital que cada um integralizou no momento de sua entrada na cooperativa. Por exemplo, ao entrar na cooperativa, cada membro integralizou um capital de R$ 500,00, o retorno financeiro de cada um será limitado a esse valor.
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Participação econômica dos membros
E se a atividade da cooperativa render um retorno maior o que cada cooperado investiu?
Nesse caso, existem sobras financeiras.
E havendo as sobras financeiras, os associados podem destiná-las para os seguintes propósitos:
Investimentos na própria cooperativa;
Distribuição entre os cooperados;
Apoio a quaisquer outras atividades aprovadas pelos membros;
Entre outros, desde que aprovado em assembleia.
• Investimentos na própria cooperativa: construção de instalações, aquisição de novos equipamentos, treinamento dos funcionários, desenvolvimento de novos
produtos, entre outros.
• Distribuição entre os cooperados, respeitando a proporção das suas transações com a cooperativa. Voltando ao caso da cooperativa de leite, aquele membro que entregou uma maior quantidade de leite durante o ano teria direito a receber o dinheiro proporcionalmente à sua atividade, ou seja, mais do que aquele que entregou menos.
• Apoio a quaisquer outras atividades aprovadas pelos membros, tais como: viagem de membros da diretoria para conhecer outras cooperativas, projetos sociais (de acordo com os valores de responsabilidade social), manutenção de uma reserva financeira para fazer frente a imprevistos.
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Autonomia e Independência
O funcionamento da cooperativa é controlado pelos seus associados, que são os donos do negócio. 
Em outras palavras, a cooperativa tem total autonomia e independência em suas ações, não dependendo de outras instituições públicas ou organismos externos.
Não existe um órgão do governo ou particular que determine como a cooperativa deve tomar determinada decisão ou que a cooperativa deve produzir e comercializar determinado produto.
Todas as decisões da cooperativa são autônomas e tomadas pelos cooperados.
O funcionamento da cooperativa é controlado pelos seus associados, que são os donos do negócio. Em outras palavras, a cooperativa tem total AUTONOMIA e independência em suas ações, não dependendo de outras instituições públicas ou organismos externos.
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Educação, treinamento, informações
As cooperativas devem ter sempre como objetivo a educação e a formação dos seus membros, dos representantes eleitos e dos trabalhadores, capacitando-os para a prática cooperativista, para o uso de equipamentos e de técnicas no processo produtivo, e comercial. 
Isso acontece quando ela promove palestras, tem convênios com escolas ou sistemas de ensino para treinar seus membros em novas técnicas, entre outros.
As cooperativas também buscam informar à comunidade emgeral, particularmente aos jovens, sobre a cultura da cooperação e suas vantagens. Elas realizam palestras em escolas e distribuem panfletos e material explicativo sobre a doutrina cooperativista. Nesse sentido, as cooperativas podem contar com a ajuda do SESCOOP (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo).
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Intercooperação
As cooperativas devem trabalhar juntas para que haja um intercâmbio de informações, produtos e serviços. 
Dessa forma, prestam melhores serviços a seus associados e fortalecem o movimento cooperativista.
A cooperação entre as cooperativas acontece principalmente quando elas trocam informações sobre suas técnicas de produção, quando uma cooperativa maior se torna cliente de uma cooperativa menor, quando uma cooperativa de determinado ramo de atividade presta serviços para outra de outro ramo – uma cooperativa de transporte prestando serviços para cooperativas agropecuárias, por exemplo.
Cooperação entre cooperativas
As cooperativas são organizadas em entidades representativas que facilitam a intercooperação. As várias cooperativas de todos os ramos de atividades de Minas
Gerais, por exemplo, são representadas pela Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais. Isso acontece em todos os Estados brasileiros.
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Preocupação com a comunidade
As cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades através de políticas aprovadas pelos membros.
A maior cooperativa de saúde do Brasil, a Unimed, criou, em 2003, o Selo de Responsabilidade Social. Esse selo vem reforçar em suas cooperativas a noção de responsabilidade com a sociedade. Para receber o selo, as cooperativas da Unimed apresentam relatórios, mostrando suas ações de responsabilidade social em suas áreas de cobertura. A avaliação é baseada em critérios inspirados em outras instituições, como Fundação Bradesco, Instituto C&A e nos Indicadores Ethos de Responsabilidade Social. 
Fonte: http://www.unimed.com.br
As cooperativas trabalham para o bem-estar de suas comunidades por meio da execução de programas socioculturais, aprovados pelos seus membros, colocando em prática o valor de responsabilidade social, como vimos no exemplo da Unimed. Esse último princípio foi incorporado em 1995.
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Símbolos do cooperativismo
Observando o emblema, a parte que se destaca é a dos dois pinheiros unidos. Segundo a tradição cristã, o pinheiro é o símbolo da imortalidade e da fecundidade; isso se dá por ser uma árvore bastante resistente que brota em qualquer terreno. Os pinheiros estão juntos para enfatizar o aspecto da cooperação e de que a união faz a força. O círculo em volta dos pinheiros quer destacar a questão da continuidade, representando a vida eterna da cooperativa. A cor verde das árvores reforça o princípio vital na natureza e o amarelo está representando o Sol como fonte de energia.
Os idealizadores desse emblema quiseram retratar a doutrina cooperativista na figura. Sua simbologia indica a união do movimento cooperativista mundial, a imortalidade de seus princípios, que permanecem desde 1844, e a fecundidade de seus ideais, pois o número de novas cooperativas aumenta dia-a-dia.
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A bandeira do cooperativismo
Cada cor representa uma qualidade do cooperativismo
A bandeira do movimento cooperativista tem sete cores, representadas na imagem de um arco-íris. Cada cor representa uma qualidade do cooperativismo
Além das cores do arco-íris, temos a sigla da ACI, escrita embaixo, na cor violeta, com um fundo branco e algumas pombas da paz, saindo do arco-íris. Essa bandeira tradicional foi modificada em 2001. A ACI (Associação Internacional das Cooperativas) resolveu por sua mudança, pois a primeira bandeira estava sendo utilizada indevidamente por alguns grupos não-cooperativos. Contudo, no Brasil, o emblema é muito mais conhecido do que a bandeira.
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A bandeira do cooperativismo
Cada cor representa uma qualidade do cooperativismo
Devemos lembrar que os símbolos do cooperativismo são principalmente utilizados para identificar os produtos e serviços realizados por cooperativas, que, ao exibirem o símbolo do cooperativismo, em qualquer país, de qualquer língua, quaisquer que sejam os princípios religiosos ou políticos, estarão divulgando a doutrina cooperativista e indicando que tais produtos e serviços terão sido produzidos com base nos valores de cooperação.
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Doutrina cooperativista
Formação
Essa capacitação que a cooperativa oferece aos seus membros é, muitas vezes, voltada para o próprio desenvolvimento econômico do cooperado e, por consequência, da própria cooperativa. 
Cursos que treinam os cooperados em novas técnicas de produção, mais baratas e mais produtivas é uma realidade. 
O cooperado é instruído e, com isso, aumenta a sua capacidade técnica. 
Para a cooperativa, essa formação também é muito benéfica, pois o produtor mais capacitado produz mais e, por consequência, gera mais lucro para a cooperativa.
Como foi dito nas aulas anteriores, a cooperativa não tem o interesse apenas no desenvolvimento econômico, existe também o lado social. É muito comum que as cooperativas ofereçam cursos de formação para os seus cooperados, empregados, membros da administração e mesmo para a sociedade.
Percebemos, agora, que o princípio da formação está ligado à atividade econômica da cooperativa. Mas não podemos ignorar o lado social.
De fato, muitas cooperativas promovem verdadeiras revoluções sociais entre seus cooperados. Não é raro que, em cooperativas menores e mais no interior do país, os produtores rurais tenham muito pouca ou quase nenhuma instrução. O analfabetismo ainda é uma realidade no Brasil, e muitas cooperativas fazem um verdadeiro trabalho de alfabetização de seus cooperados e de seus dependentes.
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Conjugação de esforços
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Interesse da sociedade
O princípio do interesse da sociedade está diretamente ligado à ideia de melhoria social presente no conceito de cooperativismo, e não tem outros interesses econômicos ligados a ele.
A ideia de melhorar a sociedade através do sistema cooperativista está ligada basicamente à aplicação do princípio da conjugação de esforços; o qual podemos chamar, aqui, de princípio da solidariedade.
As pessoas podem se unir, conjugar esforços para atingir um determinado fim. Este pode ser de caráter social.
Precisamos lembrar que o conceito de cooperativismo tem dois grandes objetivos: o objetivo econômico, já tratado anteriormente, e o objetivo social. Já citamos exemplos desse objetivo antes, como, por exemplo, o papel de formação das cooperativas. Mas entendemos que é preciso ressaltar ainda mais esse caráter social, o do cooperativismo como um sistema que tem por objetivo melhorar a sociedade.
Numa cooperativa, os membros cooperam entre si com o proposito de alcançar determinado fim, quase sempre econômico. O interesse social do sistema cooperativista segue o mesmo raciocínio. As pessoas podem se unir, conjugar esforços para atingir um determinado fim. Este pode ser de caráter social; por exemplo: um grupo de pessoas oferece aulas de reforço para alunos de escolas públicas com dificuldades. Isto é um tipo de ação social na qual pessoas cooperam entre si para promover uma ação benéfica à sociedade. Assim como numa cooperativa os cooperados devem ajudar uns ao outros, podem também ajudar a sociedade como um todo. Promover o desenvolvimento social também é uns dos objetivos do cooperativismo.
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Direitos e deveres do cooperado
Utilizar todo e qualquer serviço que a cooperativa ofereça para seus membros. Esse é o direito mais básico que o cooperado possui. Como um membro da cooperativa, ele deve utilizar todo e qualquer serviço oferecido que seja benéfico para ele. É muito comum que as cooperativas ofereçam cursos de formação profissional, assistencial em contabilidade, serviços relativos à saúde, entre outros.
Participar ativamente das decisões da cooperativa. É assegurado ao cooperador o direito de participar das decisões tomadas na cooperativa. Isso é feito através da participação na AssembleiaGeral, na qual ele pode sugerir metas, cobrar resultados, exigir transparência nas operações financeiras da cooperativa, participar das votações, encaminhar, ao Conselho de Administração, medidas a serem implementadas. Ainda há várias formas de participação na cooperativa; citamos acima apenas alguns exemplos de ações e medidas que possibilitam ao cooperado participar ativamente das decisões.
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Direitos e deveres do cooperado
Direito de votar e ser votado. Todo e qualquer membro da cooperativa pode se candidatar aos cargos do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal. Assim como todos os membros têm o direito de votar na eleição. Lembramos que, assim como nas eleições para cargos políticos, cada pessoa tem direito a um voto, e cada voto tem o mesmo valor, independentemente do quanto aquele membro contribui com a cooperativa. O voto do maior produtor da cooperativa tem o mesmo valor do voto do
menor produtor. Esse sistema de voto de igual valor é uma das facetas do princípio da gestão democrática, o qual já foi estudado anteriormente.
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Direitos e deveres do cooperado
Liberdade de informação. Todos os cooperados têm o direito de obter qualquer informação sobre a cooperativa, principalmente as de caráter financeiro. É assegurado ao cooperado o direito de saber como a cooperativa está financeiramente, e isso é feito através da análise de documentos que comprovam as vendas que a cooperativa realizou, como se procedeu o pagamento, se as verbas da cooperativa foram gastas como decidido pela Assembleia Geral. Toda e qualquer informação que o cooperado deseje deve ser dada a ele, pois ele também é um dos donos da cooperativa. Esse direito à informação se parece com as ações que podem ser tomadas pelo Conselho Fiscal, e esse é o objetivo, pois precisamos lembrar que cada cooperado é dono da cooperativa; se ele quiser, tem o direito de saber como o seu negócio está sendo
administrado. Cada cooperado tem esse direito e, caso sejam negados a ele os documentos exigidos, isso pode causar grandes consequências.
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Direitos e deveres do cooperado
Realizar operações dentro da cooperativa. Esse é um dever básico do cooperado, pois, já que ele se filiou à cooperativa, ele deve realizar suas operações através dela. Não é admissível que o cooperado realize operações individuais se essas atividades poderiam ter sido feitas através da cooperativa. Falamos genericamente em operações, mas são atos de natureza comercial, negocial ou de qualquer outro tipo. Vamos a um exemplo prático: numa cooperativa de produtores de leite, determinados cooperados encontram um comprador que paga mais pelo leite e começam a negociar com esse comprador sem o intermédio da cooperativa. Além disso, não levam aos demais cooperados a existência desse novo comprador que paga mais pelo leite. Talvez por medo de que, se a cooperativa entrar no negócio, o preço caia e ele tenha menos lucro. O cooperado não pode fazer isso. Sua visão de mercado está limitada pelo lucro a mais que ele está conseguindo. Se esse cooperado levasse para a cooperativa a informação desse novo comprador, toda a cooperativa poderia se organizar, negociar com o novo fornecedor e todos poderiam ter um rendimento a mais. É uma ilusão o produtor pensar que, negociando por fora da cooperativa, ele se torna mais forte comercialmente.
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Direitos e deveres do cooperado
Conhecer e seguir o estatuto da cooperativa. Cada cooperativa tem um estatuto. O estatuto são as regras da cooperativa. Lá está descrito quais são os direitos e também os deveres dos cooperados, como a cooperativa se organiza, quais os órgãos e suas funções. O estatuto é o documento que diz como a cooperativa deve funcionar de maneira ideal; ele traz os princípios para administrar a cooperativa. Traremos, agora, sobre o trecho inicial do Estatuto da Cooperativa de Consumo Popular de Cerquilo, para que possamos ter uma ideia de como é um estatuto.
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Direitos e deveres do cooperado
Os cooperados têm o dever de cumprir as decisões tomadas na Assembleia Geral, mesmo que não concorde com elas. Como já falamos antes, a cooperativa é gerida com base no princípio da gestão democrática; na democracia, o que vale é a vontade da maioria. A mesma coisa se aplica à cooperativa. Por vezes, serão colocados em votação, na Assembleia Geral, temas que dividirão as opiniões dos cooperados. Naturalmente, apenas uma ideia vencerá a votação na Assembleia, mas todos devem seguir aquela determinação escolhida pela maioria, na Assembleia.
A divergência de opiniões e pontos de vista diferentes para determinados assuntos são benéficos para a cooperativa, pois estimulam a discussão e fazem com que a decisão tomada seja a melhor. Mas precisamos lembrar que a união dos cooperados é o que faz a cooperativa forte. A divergência de opiniões deve ser respeitada por cada cooperado, mas todos eles devem seguir a decisão final tomada na Assembleia Geral.
Basicamente, esses são os deveres do cooperado. Existem outros, mas todos os deveres do cooperado têm por base os que citamos aqui. Conhecer o estatuto é saber como a cooperativa funciona; operar dentro da cooperativa é o meio para alcançar os objetivos dos cooperados; respeitar as decisões da Assembleia Geral é manter a cooperativa unida e forte. Os deveres do cooperado também são um meio de alcançar o fim ao qual a cooperativa se dedica.
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