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LESÕES CELULARES E DO INTERSTÍCIO. CICATRIZAÇÃO. REGENERAÇÃO Luciana Gasparini – Medufes 88 2) Hipóxia 3) Substâncias químicas 4) Agressão imunitária 5) Radiações ionizantes Aspectos morfológicos: 1) Macroscópicos: 2) Microscópicos: - A célula se encolhe - Citoplasma denso - Cromatina densa - Núcleos em meia-lua - Núcleo se fragmenta e a membrana plasmática emite projeções: corpos apoptóticos - Na coloração por HE, os corpos apoptóticos são intensamente basófilos OUTRAS FORMAS DE MORTE CELULAR Mortes celulares programadas, diferentes de necrose e apoptose, e independente de caspases. Tipos: 1) Morte por autofagia: não há condensação e nem fragmentação da cromatina. 2) Paraptose: vacuolização mitocondrial e do RE. 3) Catástrofe mitótica: grande alteração na organização de cromossomos. 4) Morte excitotóxica: excesso de estimulação trófica. 5) Degeneração walleriana: ocorre em apenas um segmento da célula, sendo interrompida no primeiro estrangulamento de Ranvier. 6) Corneificação de ceratinócitos: formação de camada córnea. 7) Entose: morte celular que se segue à endocitose de uma célula por outra. OBS: Morte celular por redução drástica de ATP é sempre seguida de autólise. Ou seja: resulta em necrose. ALTERAÇÕES DO INTERSTÍCIO Macromoléculas da MEC: 1) Proteínas fibrosas: colágeno e elastina 2) Proteínas não-fibrosas de aderência: laminina e fibronectina 3) Glicosaminoglicanos e proteoglicanos COLÁGENO: FIBRAS COLÁGENAS E RETICULARES. 25% das proteínas do organismo. Síntese de colágeno: Ativação dos genes de cadeia alfa Síntese das cadeias alfa Hidroxilação de prolina e lisina no RER Associação das três cadeias Transporte para o complexo de Golgi Excreção de moléculas de pró-colágeno Clivagem de peptídeos terminais Associação de moléculas de colágeno para formação de fibrilas Formam ligações transversais Formação de fibras colágenas ELASTINA: FIBRAS ELÁSTICAS. LESÕES CELULARES E DO INTERSTÍCIO. CICATRIZAÇÃO. REGENERAÇÃO Luciana Gasparini – Medufes 88 Distensão. GLICOSAMINOGLICANOS E PROTEOGLICANOS. SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL. A abundância de cargas negativas atrai verdadeiro número de cátions osmoticamente ativos que retêm grande quantidade de água na molécula. Estado de turgência capaz de suportar grande força de compressão. Confere fluidez à MEC. PROTEÍNAS NÃO-FIBROSAS DA MEC. 1) Fibronectina: dimérica (solúvel no plasma), oligomérica (na superfície das células), polimérica insolúvel (da MEC). Oranização da MEC e deslocamento de células. 2) Laminina: componente das lâminas basais. 3) Trombospondina 1 e 2 4) SPARC: inibe proliferação e migração celular, angiogênese e síntese de componentes da MEC. 5) Tenascina: Organização espacial da MEC. 6) Entactina: Organização espacial da MEC. RELAÇÃO DA MEC COM AS CÉLULAS. 1) A MEC como armazenadora de fatores biologicamente ativos 2) Componentes da MEC ou dele derivados, como reguladores da atividade biológica dos tecidos - O que gera a proteólise dessas substâncias? a) Laminina: apoptose b) Colágeno IV: inibição da migração das células tumorais e efeito antiangiogênico c) Fibronectina: efeito antiangiogênico d) Colágeno VI: induz proliferação e inibe apoptose e) Colágeno XIV: inibição da síntese de DNA f) Colágeno XVIII: induz proliferação e inibe apoptose DEGRADAÇÃO E RENOVAÇÃO MMP: Metaloproteases: enzimas secretadas em forma inativa, contêm zinco no sítio ativo, atuam em pH neutro e requerem cálcio para sua atividade. ALTERAÇÕES DAS FIBRAS COLÁGENAS E RETICULARES Podem ocorrer devido: 1) Defeitos genéticos 2) Alterações adquiridas Doenças genéticas do colágeno: 1) Síndrome de Marfan: mutação nos genes das cadeias alfa. 2) Osteogênese imperfeita: mutação nos genes das cadeias alfa (I, II, IV). 3) Síndrome de Ehlers-Danlos: mutação nos genes das cadeias alfa (VII), deficiência de lisina-hidroxilase (VI) ou deficiência de lisil oxidase (V, III ou VIII). LESÕES CELULARES E DO INTERSTÍCIO. CICATRIZAÇÃO. REGENERAÇÃO Luciana Gasparini – Medufes 88 Doenças de colágeno podem decorrer de fatores adquiridos: 1) Carência de vitamina C: hidroxilação deficiente (ex.: escorbuto) 2) Semente da ervilha-de-cheiro: contém inibidores da lisil oxidase (latirismo) 3) Drogas que inibem a prolina-hidroxilase ou formação de ligações cruzadas 4) Carência de cobre: reduz a atividade da lisil oxidase 5) Doenças metabólicas podem acumular metabólitos inibidores da síntese de colágeno 6) Degradação excessiva de colágeno por ação de colagenases 7) Deposição anormal de colágeno nas fibroses Alterações nas fibras elásticas: podem ser congênitas ou adquiridas, ambas relacionadas com a lisil oxidase. Alterações nas membranas basais: 1) Depósitos de imunoglobulinas 2) Amiloidose 3) Depósito de metais pesados TRANSFORMAÇÕES DO INTERSTÍCIO Corresponde a alterações dos componentes da MEC. São elas: 1) Transformação hialina 2) Transformação mucoide 3) Transformação fibrinóide TRANSFORMAÇÃO HIALINA (HIALINOSE) Caracteriza-se por depósitos acidófilos no interstício formados por proteínas do plasma que exsudam e se depositam na MEC. É o que ocorre na íntima de pequenas artérias e arteríolas de indivíduos com hipertensão arterial. Nesse caso, o material protéico está associado a lipídios (lipo-hialinose). A hialinização do interstício é uma transformação hialina na qual as fibras colágenas e a SFA se tornam intensamente acidófilas. As fibras colágenas ficam tumefeitas e mais espessas, porém homogêneas, perdendo o aspecto fibrilar normal. TRANSFORMAÇÃO MUCÓIDE Consiste no aumento da SFA, com dissociação das fibras colágenas, conferindo o aspecto de tecido mucoso. Está presente na doença reumática, no hipotireoidismo e em alguns tumores, como o fibroadenoma da mama. LESÕES CELULARES E DO INTERSTÍCIO. CICATRIZAÇÃO. REGENERAÇÃO Luciana Gasparini – Medufes 88 TRANSFORMAÇÃO FIBRINÓIDE Alteração na MEC caracterizada pela presença de material acidófilo semelhante a depósitos de fibrina. Fragmentos de fibras colágenas misturados à fibrina parcialmente degradada assumem o aspecto fibrinoide. Na hipertensão arterial maligna, ocorre transformação fibrinoide da paredevascular, com exsudação de plasma que embebe a parede; as células musculares morrem devido à anóxia e a fibrina é parcialmente digerida pela plasmina, misturando-se às células necróticas para formar o material fibrinoide. AMILOIDOSE Amiloidose: deposição no interstício de material protéico fibrilar, a substância amiloide, que possui características físico-químicas e tintoriais particulares. Depósitos amiloides são representados por material amorfo e acidófilo que se deposita no interstício, comprimindo e hipotrofiando as células. No fígado, os depósitos começam nos espaços de Disse e, à medida que progridem, vão comprimindo e destruindo os hepatócitos. Aspecto morfológico: 1) Macroscópico: - Aumento de peso e volume - Consistência aumentada - Ao corte, apresenta aspecto homogêneo e superfície untuosa, semelhante ao toucinho. As amiloidoses podem ser classificadas em: 1) Sistêmica ou localizada 2) Primária (idiopática, quando não tem causa conhecida) ou secundária (provocada por uma doença) 3) Pode ser hereditária quando condicionada por um fator genético O material amiloide é constituído pela proteína amiloide (a qual a natureza depende do precursor que sofreu modificações), que representa 90%, e pela glicoproteína do componente P (10%). A patogênese da amiloidose envolve estímulo para produção de um precursor que, após modificações,se acumula em um órgão (amiloidose localizada) ou vai para a circulação e, através dela, deposita-se em diversos locais (amiloidose sistêmica). REPARO DE LESÕES Lesões teciduais sofrem um processo de cura que se dá por cicatrização ou por regeneração. A regeneração de tecidos adultos ocorre em órgãos que se renovam continuamente, como epitélios de revestimento e MO; em órgãos com células estáveis, ela ocorre a partir de células estacionadas em G0, de células tronco ou de células progenitoras residentes. LESÕES CELULARES E DO INTERSTÍCIO. CICATRIZAÇÃO. REGENERAÇÃO Luciana Gasparini – Medufes 88 Cicatrização: processo pelo qual um tecido lesado é substituído por um tecido conjuntivo vascularizado. Posteriormente, o tecido cicatricial sofre remodelação, que resulta em redução do volume da cicatriz, podendo chegar até seu desaparecimento. Cicatrização hipertrófica e queloide são duas condições em que há formação excessiva de tecido conjuntivo denso em cicatriz cutânea, a qual pode adquirir volume considerável. A cicatriz hipertrófica tende a ser reversível, diminuindo de volume com o tempo. O queloide sofre tumorações nas áreas de cicatrização, podendo não regredir ou ter regressão muito lenta. Aspecto morfológico: 1) Microscópico: - As fibras colágenas são irregulares, grossas e formam feixes distribuídos ao acaso - Capilares e fibroblastos em maior número que uma cicatriz normal FIBROSES Fibroses: condições em que há aumento do estroma conjuntivo de um órgão decorrente de cicatrização ou de um processo reacional em que a produção de MEC não está relacionada com o processo reparativo. Esclerose: processo de fibrose exagerada capaz de alterar a arquitetura do órgão e ser responsável por alterações funcionais. No fígado, esse tipo de fibrose em que há neoformação conjuntiva, regeneração nodular dos hepatócitos e subversão da arquitetura do órgão é denominado cirrose hepática.
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