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Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 1 de 276 AULA 03: PPA, LDO, LOA e Créditos Adicionais. SUMÁRIO PÁGINA 1. Apresentação 1 2.PPA 2 2.1. PPA na CF/1988 2 2.2. PPA no âmbito federal 12 2.3. Mensagem Presidencial do PPA federal 25 2.4. Comparação do PPA federal atual com os anteriores 33 3. LDO 40 3.1. Atribuições Principais da LDO na CF/1988 e na LRF 41 3.2. Outras atribuições da LDO na CF/1988, na LRF e na própria LDO 48 3.3. Anexos da LDO 54 4. LOA 66 4.1. Estrutura 69 4.2. Orçamento de Investimento 73 4.3. Orçamento da Seguridade Social 77 4.4. Integração para combater a desigualdade inter- regional 84 5. Prazos dos instrumentos de planejamento 86 6. Créditos Adicionais 92 6.1. Finalidades e formas de abertura 93 6.2. Fontes de Créditos Adicionais 95 7. Lista das questões apresentadas 103 8. Lista das questões comentadas 177 1. APRESENTAÇÃO Hoje nós entraremos nos detalhes dos 3 (três) instrumentos de planejamento: PPA, LDO e LOA. Além disso, trataremos dos conceitos e finalidades dos créditos adicionais, bem como das suas respectivas fontes. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 2 de 276 2. PLANO PLURIANUAL A título de esquenta segue questão discursiva cobrada sobre PPA. MPOG/2010/APO/ESAF 2.1. PPA na CF/1988 A CF/1988 estabelece que: Art. 165. § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 3 de 276 A partir do conceito anterior surgem os seguintes questionamentos: 1 – O que é essa regionalização? Ela é obrigatória? 2 – Qual o cuidado que deve ter com os termos “diretrizes, objetivos e metas”? 3 – O PPA é apenas para União, ou para todos os entes? 4 – As despesas de capital estão no PPA? Todas de capital? E das despesas correntes? Todas as despesas correntes também constam no PPA? 1 – O que é essa regionalização? Ela é obrigatória? A regionalização é a localização espacial de gasto e é obrigatória. A regionalização pode ser dar: pelas cinco regiões administrativas, por estados, por municípios, por biomas (Caatinga, Amazônia Ocidental, Amazônia Oriental) e outros critérios espaciais. 2 – Qual o cuidado que deve ter com os termos “diretrizes, objetivos e metas”? Normalmente as bancas trocam DOM (“diretrizes, objetivos e metas”) por MP (metas e prioridades), termos típicos da LDO. Caso isso ocorra considere um erro. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 4 de 276 3 – O PPA é apenas para União, ou para todos os entes? Apesar de o conceito mencionar administração pública federal, todos os entes da federação devem ter PPA, LDO e LOA. Assim, se consideramos 5500 municípios temos: 1 PPA da União, 27 PPA´s dos Estados e DF e 5500 PPA´s dos Municípios. 4 – As despesas de capital estão no PPA? Todas de capital? E das despesas correntes? Todas as despesas correntes também constam no PPA? Essa pergunta é complexa e necessita de um conhecimento adjacente: classificação da despesa orçamentária. Inicialmente devo lhe informar que existem 9 classificações da despesa orçamentária. Essas 9 (nove) classificações vem apenas na LOA. Pelo menos duas dessas classificações também podem vir no PPA: classificação quanto à natureza e classificação programática. Vejamos a Figura 1 a seguir. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 5 de 276 Figura 1: Despesas que constam na LOA Classificação quanto à natureza: R$ 1000 Classificação programática: R$ 1000 Corrente: R$ 600 Capital: R$ 400 Despesas Orçamentárias na LOA: Exemplo R$ 1000 Gestão, Manutenção e Serviços: R$ 300 Temático: R$ 400 Operações Especiais: R$ 300 Pessoal, Juros, Aluguel Obras, Amortização da Dívida Área Fim: mobilidade urbana, Bolsa-Família Área Meio: Pessoal, Aluguel, Reforma de Sede Juros, Amortização da Dívida, Transferências Constitucionais Independente da classificação na LOA, se o valor da LOA é de R$ 1.000, ele é R$ 1.000 em qualquer classificação da despesa orçamentária. Porém, já adianto que diferentemente da LOA, não constam no PPA as despesas dos programas de operações especiais. Assim, pelo conceito da CF/1988, as despesas com capital devem constar no PPA, porém não todas (amortização da dívida fica fora). As despesas correntes “decorrentes”/ “derivadas”/”consequentes” das despesas de capital também devem constar no PPA, porém não todas (juros e transferências constitucionais ficam fora do PPA). Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 6 de 276 É importate você saber que nem todas as despesas orçamentárias constam no PPA. Os exemplos dados das despesas correntes e de capital, e dos programas são os mais usuais em prova. Instrumentos de Planejamento na CF/88: Lacunas Jurídicas A CF/1988 determina que deveria haver lei complementar que dispusesse sobre exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do PPA. Art. 165. § 9º, I: “Cabe à lei complementar dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual”. Ocorre que não existe a referida lei até hoje. Isso gera algumas consequências: 1 – Recepção da lei 4320/1964 como lei complementar por resolver no que tange à LOA parte dos assuntos tratados no Art. 165. § 9º, I; 2 – Adoção dos prazos dos instrumentos previstos do A.D.C.T. da CF/1988 até hoje; 3 – Possibilidade dos Estados exercerem a completência plena nestes assuntos haja vista a omissão da União; 4 – Temas que deveriam estar de forma perene nessa lei complementar acabam sendo direcionados para a LDO, desvituando suas atribuições. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 7 de 276 Em termos de planejamento estratégico, tático e operacional; o PPA é um plano estratégico e tático. Porém, é importante saber sua classificação quanto ao prazo. Desse modo, o Governo ordena suas ações com a finalidade de atingir objetivos e metas por meio do PPA, um plano de médio prazo elaborado no primeiro ano de mandato do presidente eleito, para execuçãonos quatro anos seguintes. Relação com outros Planos A CF/1988 prevê a existência de outros planos de iniciativa do presidente da República, quais sejam: nacionais, regionais e setoriais. Art. 165. [...] § 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional. Assim, fica claro que todos os planos nacionais, regionais e setoriais devem estar de acordo com o PPA e não o contrário. Isso pode gerar casos grotescos como o fato de um Plano Decenal de determinado tema (plano de longo prazo) ser compatível com o PPA que é um plano de médio prazo. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 8 de 276 (Cespe/IPEA/2008) Quanto às normas orçamentárias da CF, julgue os itens seguintes. 1. Entre os instrumentos de planejamento da atividade financeira do Estado previstos pela CF, o nível mais abstrato para a formulação do plano de trabalho do governo é constituído pelo Plano Plurianual (PPA). 2. (Cespe/TCU/2008) A lei que institui o plano plurianual (PPA) deve estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública federal para as despesas de capital e para outras delas decorrentes. Contudo, não existe um modelo legalmente instituído para organização, metodologia e conteúdo dos PPAs. 3. (ABIN/2010/Administração) Se, em consonância com as normas do PPA, o governo federal instituir um plano de combate a calamidades públicas ocorridas em certa região do país, não haverá necessidade de submeter esse plano ao Congresso Nacional. 4. (Cespe/CNJ/2013) A elaboração do orçamento compreende o estabelecimento de plano de médio prazo (quatro anos) ou PPA; lei orientadora ou lei de diretrizes orçamentárias (LDO); e orçamento propriamente dito ou LOA. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 9 de 276 5. (Cespe/ANTT/2013) Apesar de ser um guia para a elaboração da LDO e para a LOA, o PPA não condiciona outros planos constitucionais que tenham duração superior ao período de quatro anos, tais como o plano decenal da educação. 6. (Cespe/MPU/2013) O PPA estabelece as diretrizes e os objetivos da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as despesas relativas aos programas de educação continuada. 7.(Cespe/2015/PGE-PI/Procurador) Não existe, atualmente, dispositivo de lei complementar nacional que disponha acerca de vigência, prazos, elaboração e organização dos PPAs. COMENTÁRIOS ÀS QUESTÕES Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 10 de 276 (Cespe/IPEA/2008) Quanto às normas orçamentárias da CF, julgue os itens seguintes. 1. Entre os instrumentos de planejamento da atividade financeira do Estado previstos pela CF, o nível mais abstrato para a formulação do plano de trabalho do governo é constituído pelo Plano Plurianual (PPA). CERTO, o nível mais abstrato é o PPA e o mais concreto a LOA. 2. (Cespe/TCU/2008) A lei que institui o plano plurianual (PPA) deve estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública federal para as despesas de capital e para outras delas decorrentes. Contudo, não existe um modelo legalmente instituído para organização, metodologia e conteúdo dos PPAs. CERTO, até a presente data não existe a lei complementar de que trata o art. 165 Art. 165. § 9º, I. 3. (ABIN/2010/Administração) Se, em consonância com as normas do PPA, o governo federal instituir um plano de combate a calamidades públicas ocorridas em certa região do país, não haverá necessidade de submeter esse plano ao Congresso Nacional. ERRADO, trata-se de plano regional, logo deve ser compatível com o PPA e deve passar pela análise do Congresso Nacional. 4. (Cespe/CNJ/2013) A elaboração do orçamento compreende o estabelecimento de plano de médio prazo (quatro anos) ou PPA; lei orientadora ou lei de diretrizes orçamentárias (LDO); e orçamento propriamente dito ou LOA. CERTO, o PPA é de médio prazo e os demais itens estão corretos. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 11 de 276 5. (Cespe/ANTT/2013) Apesar de ser um guia para a elaboração da LDO e para a LOA, o PPA não condiciona outros planos constitucionais que tenham duração superior ao período de quatro anos, tais como o plano decenal da educação. ERRADO, os planos nacionais, regionais e setoriais inclusive de longo prazo devem ser compatíveis com o PPA. 6. (Cespe/MPU/2013) O PPA estabelece as diretrizes e os objetivos da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as despesas relativas aos programas de educação continuada. ERRADO, para as despesas relativas aos programas de duração continuada. 7.(Cespe/2015/PGE-PI/Procurador) Não existe, atualmente, dispositivo de lei complementar nacional que disponha acerca de vigência, prazos, elaboração e organização dos PPAs. CERTO, até a presente data não existe a lei complementar de que trata o art. 165 Art. 165. § 9º, I. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 12 de 276 2.2. PPA no âmbito federal Atualmente a Lei nº 13.249, de 13 de janeiro de 2016, corresponde ao PPA da União 2016-2019. Art. 1o Esta Lei institui o Plano Plurianual da União para o período de 2016 a 2019 - PPA 2016-2019, em cumprimento ao disposto no § 1o do art. 165 da Constituição Federal. Art. 2o O PPA 2016-2019 é instrumento de planejamento governamental que define diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada, com o propósito de viabilizar a implementação e a gestão das políticas públicas. Prioridades no PPA da União? Mas isso não era na LDO? A lei do PPA 2016-2019 traz as prioridades da administração pública federal: Art. 3o São prioridades da administração pública federal para o período 2016- 2019: I - as metas inscritas no Plano Nacional de Educação (Lei no 13.005, de 25 de junho de 2014); II - o Programa de Aceleração do Crescimento - PAC, identificado nas leis orçamentárias anuais por meio de atributo específico; e III - o Plano Brasil sem Miséria - PBSM, identificado nas leis orçamentárias anuais por meio de atributo específico. Parágrafo único. No prazo de noventa dias a contar da publicação desta Lei, o Poder Executivo informará ao Congresso Nacional o montante de recursos a ser destinado, no quadriênio 2016-2019, ao Programa de Aceleração do Crescimento- PAC e ao Programa de Investimentos em Logística - PIL. Assim, muito cuidado, pois só deve deve dizer que as prioridades constam no PPA se a questão de forma explícita mencionar o PPA federal. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 13 de 276 O PPA 2016-2019 possui as seguintes diretrizes: Art. 4º Para o período 2016-2019, o PPA terá como diretrizes: I - O desenvolvimento sustentável orientado pela inclusão social; II - A melhoria contínua da qualidade dos serviços públicos; III - A garantia dos direitos humanos com redução das desigualdades sociais, regionais, étnico-raciais, geracionais e de gênero; IV - O estímulo e a valorização da educação, ciência, tecnologia e inovação e competitividade; V - A participação social como direito do cidadão; VI- A valorização e o respeito à diversidade cultural; VII - O aperfeiçoamento da gestão pública com foco no cidadão, na eficiência do gasto público, na transparência, e no enfrentamento à corrupção; e VIII - A garantia do equilíbrio das contas públicas. Quais programas temos no PPA 2016-2019? E quais não temos? Existem 3 tipos de programas: temáticos; gestão, manutenção e serviço; e operações especiais. Constam no PPA apenas os programas temáticos e de gestão, manutenção e serviço. Art. 5º O PPA 2016-2019 reflete as políticas públicas e organiza a atuação governamental por meio de Programas Temáticos e de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado, assim definidos: I - Programa Temático: que expressa e orienta a ação governamental para a entrega de bens e serviços à sociedade; e II - Programa de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado: que expressa e orienta as ações destinadas ao apoio, à gestão e à manutenção da atuação governamental. Parágrafo único. Não integram o PPA 2016-2019 os programas destinados exclusivamente a operações especiais. A seguir consta figura que mostra a estrutura do PPA federal e integração do com a LOA. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 14 de 276 Figura 2: Mosaico da estrutura do PPA federal e sua integração do com a LOA Ações dos Programas Temáticos Plano Plurianual LOA Nível estratégico Nível tático Ações dos Programas de Gestão Programas de Operações Especiais e suas ações Nível Operacional Visão de Futuro 4 Eixos Estratégicos 28 Diretrizes Estratégicas 54 Programas Temáticos Programa de Gestão, Manutenção e Serviço Objetivos Indicadores Valor Global Valor de Referência Iniciativas Metas Vinculação Vinculação Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 15 de 276 Relações Funcionais no PPA 2016-2019 1. No PPA só existem programas temáticos e de gestão. Não constam no PPA os programas de operações especiais. 2. As ações são discriminadas exclusivamente na LOA. 3. Cada programa temático possui dois ou mais objetivos. 4. Os programas de gestão não possuem objetivos, nem indicadores. 5. Para cada objetivo existe um único órgão responsável;. 6. Cada programa objetivo possui duas ou mais metas; e duas ou mais iniciativas 7. Para cada meta existe um único órgão responsável 8. Não existe órgão responsável por programa. 9. O elemento de ligação dos programas temáticos do PPA com as ações da LOA são os objetivos. No caso dos porgramas de gestão, a ligação é direta. Assim, cada ação orçamentária da LOA estará vinculada a um único Objetivo, exceto as ações padronizadas que podem se vincular a mais de um objetivo. O quadro 1 a seguir traz os conceitos dos elementos centrais do PPA. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 16 de 276 Quadro 1: Atributos dos Programas Temáticos Atributos Descrição Objetivos Expressa as escolhas de políticas públicas para o alcance dos resultados almejados pela intervenção governamental. O que deve ser feito? Órgão Responsável: órgão cujas atribuições mais contribuem para a implementação do Objetivo ou da Meta. Meta: medida do alcance do Objetivo, podendo ser de natureza quantitativa ou qualitativa. Iniciativa: declaração dos meios e mecanismos de gestão que viabilizam os Objetivos e suas Metas, explicitando a lógica da intervenção. Indicadores É uma referência que permite identificar e aferir, periodicamente, aspectos relacionados a um Programa, auxiliando a avaliação dos seus resultados. Valor Global É a estimativa dos recursos orçamentários e extraorçamentários previstos para a consecução dos Objetivos, sendo os orçamentários segregados nas esferas Fiscal e da Seguridade Social e na esfera de Investimento das Empresas Estatais, com as respectivas categorias econômicas. Valor de Referência É o parâmetro financeiro utilizado para fins de individualização de empreendimento como iniciativa no Anexo III (se o valor do empreendimento for maior ou igual de referência), estabelecido por Programa Temático e especificado para as esferas Fiscal e da Seguridade Social e para a esfera de Investimento das Empresas Estatais. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 17 de 276 O que seriam ações padronizadas? Inicialmente devemos saber que a classificação programática atualmente vigente está suoportada pelas portarias MOG 42/1999, STN e SOF 163/2001, e Manual Técnico do Orçamento conforme abaixo. Programa Assim, observa-se que a ação é o 2º nível da classificação programática. Estas ações podem ser padronizadas. Tipo Característica Exemplo Setorial São implementadas por mais de uma UO do mesmo órgão. Funcionamento dos Hospitais de Ensino; Promoção da Assistência Técnica e Extensão Rural - ATER; Administração das Hidrovias Multis- setorial São executadas por mais de um órgão ou por UOs de órgãos diferentes, considerando a temática desenvolvida pelo setor à qual está vinculada. Elevação da Escolaridade e Qualificação Profissional - ProJovem Urbano e Campo (realizada no MEC, MTE e Presidência). Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 18 de 276 União Operações que perpassam diversos órgãos e/ ou UOs sem contemplar as especificidades do setor ao qual estão vinculadas. Caracterizam-se por apresentar base legal, finalidade, descrição e produto padrão, aplicável a qualquer órgão e, ainda, pela gestão orçamentária realizada de forma centralizada pela SOF. Pagamento de Aposentadorias e Pensões; Contribuição da União, de suas Autarquias e Fundações para o Custeio do Regime de Previdência dos Servidores PúblicosFederais; e Auxílio- Alimentação aos Servidores e Empregados. Por fim, apresento elementos que compõem o programa de mobilidade urbana do PPA 2016-2019. Figura 3: Indicadores Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 19 de 276 Figura 4: Valor Global e Valor de Referência Figura 5: Objetivo e Metas Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 20 de 276 Figura 6: Iniciativas Figura 7: Integração com a LOA – Parte 1 Observação: o conceito de iniciativa acima que consta no MTO não está alinhado ao conceito constante no PPA 2016-2019. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 21 de 276 Figura 8: Integração com a LOA – Parte 2 O PPA possui fases? Sim, pode-se admitir que o PPA possui 4 fases: implementação, monitoramento, avaliação e revisão. Art. 12. A gestão do PPA 2016-2019 observará os princípios da publicidade, eficiência, impessoalidade, economicidade e efetividade e compreenderá a implementação, o monitoramento, a avaliação e a revisão do Plano. § 1o Caberá ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão definir os prazos, as diretrizes e as orientações técnicas complementares para a gestão do PPA 2016-2019. § 2o O Poder Executivo manterá sistema informatizado de apoio à gestão do Plano, cujas informações deverão ser atualizadas com periodicidade definida nos termos do §1o. § 3o O Poder Executivo adotará, em conjunto com representantes da sociedade civil, mecanismos de participação social nas etapas do ciclo de gestão do PPA 2016-2019. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 22 de 276 Quanto às fases do PPA: Art. 13. O Poder Executivo: I - publicará em portal eletrônico dados estruturados e informações sobre a implementação e o acompanhamento do PPA 2016-2019; e II - encaminhará ao Congresso Nacional o Relatório Anual de Avaliação do Plano, que conterá: a) análise do comportamento das variáveis macroeconômicas que embasaram a elaboração do Plano, explicitando, se for o caso, as razões das discrepâncias verificadas entre os valores previstos e realizados; b) análise da situação, por Programa, dos Indicadores, Objetivos e Metas, informando as medidas corretivas a serem adotadas quando houver indicativo de que metas estabelecidas não serão atingidas até o término do Plano; e c) execução financeira das ações vinculadas aos objetivos dos Programas Temáticos. O Decreto 8.759, de 10 de maio de 2016, estabelece que o monitoramento e a avaliação do PPA 2016-2019 são atividades estruturadas a partir da implementação de cada Programa, orientada para o alcance das metas da administração pública federal. O monitoramento incidirá sobre os Programas Temáticos e seus respectivos Indicadores, Objetivos, Metas e Iniciativas. Pelo decreto 8.759, de 10 de maio de 2016, o relatório de avaliação deve ser enviado até 31 de maio do ano subsequente ao avaliado, e adotará as providências necessárias para a sua ampla divulgação. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 23 de 276 É possível alterar o PPA por Decreto? Existem alterações que necessariamente são por Lei? Sim, a lei do PPA 2016-2019 define situações em que o PPA pode ser alterado por ato próprio do Executivo (decreto por exemplo). Porém, certas alterações do PPA necessitam projeto de Lei: inclusão ou exclusão de programas temáticos, objetivos ou metas. Art. 15. Fica o Poder Executivo autorizado a promover, por ato próprio, alterações no PPA 2016-2019 para: I - compatibilizar as alterações promovidas pelas leis orçamentárias anuais e pelas leis de crédito adicional, podendo, para tanto: a) alterar o Valor Global do Programa; b) adequar as vinculações entre ações orçamentárias e objetivos; e c) revisar ou atualizar Metas. II - alterar Metas qualitativas; e III - incluir, excluir ou alterar os seguintes atributos: a) Indicador; b) Órgão Responsável por Objetivo e Meta; c) Iniciativa; e d) Valor Global do Programa, em razão de alteração de fontes de financiamento com recursos extraorçamentários. Parágrafo único. Quaisquer modificações realizadas com fulcro na autorização prevista no caput deverão ser informadas à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional e publicadas em portal eletrônico do governo federal. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 24 de 276 Pelo decreto 8.759, de 10 de maio de 2016, A revisão do Plano consiste na atualização de Programas com vistas a proporcionar aderência à realidade de implementação das políticas públicas e, nos termos do art. 15 da Lei nº 13.249, de 2016, poderá ser realizada pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, por ato próprio e a qualquer tempo. Ou seja, houve uma delegação do Presidente ao Ministro do Planejamento, respeitado os casos que necessitam de lei: Decreto 8.759/2016 Art. 10. Para a revisão do Plano que resulte em inclusão ou exclusão de Programa Temático, Objetivo ou Meta deverá ser encaminhado Projeto de Lei ao Congresso Nacional, contendo os respectivos atributos e observando a não superposição com a programação já existente no PPA 2016-2019. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 25 de 276 2.3. Mensagem Presidencial do PPA federal O Projeto de Lei do PPA 2016-2019 foi resultado de um processo de construção coletiva entre órgãos do governo e representações da sociedade, que envolveu mais de 4 mil pessoas, sendo realizadas 120 oficinas governamentais para a formulação dos programas temáticos, dois Fórum Interconselhos, seis fóruns regionais, quatro setoriais e amplo debate no Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Planejamento (Conseplan). O novo PPA reforça a opção por um modelo de desenvolvimento com inclusão social e redução das desigualdades, com foco na qualidade dos serviços públicos e no equilíbrio da economia, e está organizado em duas partes: dimensão estratégica, composta pela visão de futuro, por quatro eixos estratégicos e pelas 28 diretrizes estratégicas, e a dimensão tática, que apresenta os 54 programas temáticos e os programas de gestão, manutenção e serviços ao Estado. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 26 de 276 Na dimensão tática, cada programa temático é integrado por objetivos, metas e iniciativas, entre outros atributos que detalham o planejamento para cada área de atuação governamental. Os objetivos orientam a atuação do governo para o que deve ser feito e apresentam o que será entregue à sociedade. As metas detalham essas entregas, resultando na medida do alcance do objetivo, podendo ser de natureza quantitativa ou qualitativa. As iniciativas apresentam os meios e mecanismos de gestão que serão efetivados pelo Estado para viabilizar os objetivos e suas metas. Ao todo, são 303 objetivos e 1.118 metas, além de 2.860 iniciativas que compõem o arranjo das políticas públicas para os próximos quatro anos. O PPA 2016-2019 em relação ao PPA 2011-2015 não trouxe alterações significativas quanto a sua estrutura e conceitos. As mudanças concentraram-se em dois pontos. O primeiro foi reforçar o caráter estratégico do Plano, estruturando-o em uma Dimensão Estratégica, contendo uma Visão de Futuro e um conjunto de Eixos e Diretrizes Estratégicas. O debate para a elaboração do PPA foi iniciado a partir das Diretrizes Estratégicas, previamente à elaboração dos Programas, tanto no âmbito interno do governo como com a sociedade civil. Buscou-se evidenciar o projeto estratégico de governo, que orienta a construção dos Programas Temáticos, expressando os cursos de ação propostos para o alcance dos resultados esperados para o Plano. Estabelece-se, assim, uma conexão lógica que permite visualizar como a estratégia geral do governo, anunciada na Dimensão Estratégica, orienta as escolhas das políticas públicas materializadas em Objetivos e Metas expostos na Dimensão Programática. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 27 de 276 O segundo ponto teve como foco qualificar o conteúdo dos Programas Temáticos, que passam a expressar com maior clareza as escolhas estratégicas para cada área por meio de seus Objetivo e respectivas Metas, que por sua vez destacam de forma concisa as entregas mais relevantes e estruturantes para a implementação das políticas públicas. 2.3.1 Elementos Estratégicos O PPA 2016-2019 assume como Visão de Futuro um Brasil que se reconheça e seja reconhecido como: • uma sociedade inclusiva, democrática e mais igualitária, com educação de qualidade, respeito e valorização da diversidade e que tenha superado a extrema pobreza; • uma economia sólida, dinâmica e sustentável, capaz de expandir e renovar competitivamente sua estrutura produtiva com geração de empregos de qualidade e com respeito ao meio ambiente. Visão de Futuro Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 28 de 276 Os Eixos Estratégicos mantêm o foco da ação governamental na melhoria das condições de vida da população que, após anos de crescimento econômico com redução das desigualdades, viu sua renda, assim como suas possibilidades de acesso a bens e serviços, aumentar fortemente. Para a superação dos desafios compreendidos em cada Eixo Estratégico, é proposto um conjunto de Diretrizes que norteiam as principais agendas para os próximos quatro anos, nos quais o PPA 2016- 2019 propõe sustentar o processo de desenvolvimento inclusivo no Brasil por meio da retomada do crescimento econômico e da distribuição dos ganhos de produtividade na sociedade. O vínculo entre as Diretrizes e os Eixos Estratégicos não é rígido, podendo uma mesma Diretriz Estratégica colaborar para mais de um Eixo Estratégico. A seguir as diretrizes: Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 29 de 276 1. Combate à pobreza e redução das desigualdades, promovendo o acesso equitativo aos serviços públicos e ampliando as oportunidades econômicas no campo e na cidade. 2. Promoção da qualidade e ampliação do acesso à educação com equidade, articulando os diferentes níveis, modalidades e sistemas, garantindo condições de permanência e aprendizado e valorizando a diversidade. 3. Promoção do emprego e do trabalho decente, com garantia de direitos trabalhistas, qualificação profissional e o fortalecimento do sistema público de emprego. 4. Garantia de acesso universal aos serviços de atenção básica e especializada em saúde, com foco na integralidade e qualidade do atendimento e no fortalecimento do Sistema Único de Saúde - SUS. 5. Garantia de acesso da população ao sistema previdenciário, com qualidade e equidade no atendimento e melhoria da gestão, contribuindo para a sustentabilidade do sistema. 6. Garantia de acesso com qualidade aos serviços de assistência social, por meio da consolidação do Sistema Único de Assistência Social - SUAS. 7. Garantia do direito humano à alimentação adequada e saudável, com promoção da soberania e da segurança alimentar e nutricional. 8. Fortalecimento da cidadania e dos direitos fundamentais, promovendo a participação social, o acesso à justiça, os direitos da pessoa idosa, dos jovens, da pessoa com deficiência, o respeito à população LGBT e o enfrentamento a todas as formas de violência. 9. Promoção da igualdade de gênero e étnico-racial e superação do racismo, respeitando a diversidade das relações humanas. 10. Promoção do desenvolvimento rural sustentável, visando a ampliação da produção e da produtividade agropecuária, com geração de emprego, renda, divisas e o acesso da população rural aos bens e serviços públicos. 11. Fortalecimento da governança fundiária e promoção da reforma agrária e da proteção dos direitos dos povos indígenas, povos e comunidades tradicionais e quilombolas. 12. Promoção do direito à comunicação e à inclusão digital, ampliando o acesso à Internet banda larga e expandindo a oferta de serviços e conteúdos de telecomunicações. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 30 de 276 13. Fortalecimento da segurança pública e redução de homicídios, com integração de políticas públicas entre os entes federados, controle de fronteiras e promoção de uma cultura de paz. 14. Promoção do desenvolvimento urbano integrado e sustentável, ampliando e melhorando as condições de moradia, saneamento, acessibilidade, mobilidade urbana e trânsito, com qualidade ambiental. 15. Promoção da segurança hídrica, com investimentos em infraestrutura e aprimoramento da gestão compartilhada e da conservação da água. 16. Promoção da conservação, da recuperação e do uso sustentável dos recursos naturais. 17. Ampliação das capacidades de prevenção, gestão de riscos e resposta a desastres e de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. 18. Redução das desigualdades regionais e intrarregionais e promoção do desenvolvimento territorial sustentável, respeitando as identidades e a diversidade cultural. 19. Promoção do desenvolvimento cultural e artístico e acesso à cultura, com valorizaçãoda diversidade e fortalecimento da economia da cultura. 20. Promoção da democratização do acesso ao esporte, da formação esportiva e da preparação de atletas, com foco na elevação da qualidade de vida da população. 21. Promoção da ciência, da tecnologia e da inovação e estímulo ao desenvolvimento produtivo, com ampliação da produtividade, da competitividade e da sustentabilidade da economia. 22. Promoção do desenvolvimento econômico, melhoria do ambiente de negócios e da concorrência, com justiça fiscal e equilíbrio das contas públicas. 23. Fortalecimento das micro e pequenas empresas e dos microempreendedores individuais, e promoção do trabalho associado, da cooperação, da autogestão e dos empreendimentos solidários. 24. Ampliação da atuação do Brasil no comércio internacional de bens e serviços, agregando valor, conteúdo tecnológico, e diversificando a pauta e o destino das exportações brasileiras. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 31 de 276 25. Investimentos na melhoria do transporte de passageiros e de carga, buscando a integração modal, a eficiência da rede de transporte, a competitividade do país, o desenvolvimento sustentável e a integração regional, nacional e sul-americana. 26. Promoção de investimentos para ampliação da oferta de energia e da produção de combustíveis, com ênfase em fontes renováveis. 27. Garantia da defesa nacional e da integridade territorial, e promoção da paz, dos direitos humanos e da cooperação entre as nações. 28. Fortalecimento da capacidade de gestão do Estado, com foco no aumento da qualidade dos serviços prestados ao cidadão, na qualidade do gasto, na transparência, na comunicação e participação social, bem como da prevenção e do combate à corrupção. 2.3.2 Elementos Táticos Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 32 de 276 Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 33 de 276 2.4. Comparação do PPA federal atual com os anteriores PPA PPA 2008-2011 PPA 2012-2015 2016-2019 Níveis de Planejamento dentro do PPA Estratégico, Tático e Operacional. Estratégico (visão, valores e macrodesafios) e Tático (programas, objetivos e iniciativas). Estratégico (visão, eixos e diretrizes) e Tático (programas, objetivos e iniciativas). Elementos constitutivos Programas e Ações Programas, Objetivos, Metas e Iniciativas. Programas, Objetivos, Metas e Iniciativas. Responsabilidade pelos programas Existem órgãos responsáveis por programas. Cada Programa possui um gerente e cada Ação um Coordenador. Não há órgão responsável por programa. Há apenas órgão responsável por objetivo. Não há órgão responsável por programa. Há apenas órgão responsável por objetivo e por meta. Vinculação dos programas com as ações da LOA Não havia necessidade, pois as ações já estavam no PPA. As iniciativas fazem as vinculações das ações constantes na LOA. As metas fazem as vinculações das ações constantes na LOA. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Dr. Giovanni Pacelli www.3dcconcursos.com.br 34 de 276 Programas de Operações Especiais Não constam no PPA Não constam no PPA Não constam no PPA Discriminação das Ações No PPA e na LOA Apenas na LOA Apenas na LOA Sistema Utilizado SIGPLAN SIOP SIOP Análise Crítica Geral Esta sobreposição confundia o PPA com o Orçamento à medida que mantinha níveis idênticos de agregação entre os instrumentos. Delimitação dos Programas Temáticos conferindo novo significado à dimensão tática no Plano e qualificou a comunicação dentro do governo e deste com a sociedade. Aproximação dos os Programas Temáticos dos temas de políticas públicas possibilitando a definição de indicadores dotados de maior capacidade de revelar aspectos das políticas e contribuir com a gestão Reforço do caráter estratégico do Plano e qualificação maior dos programas temáticos. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 35 de 276 8.(IPAJM/2010/Técnico Superior/Adaptada) O Poder Executivo pode proceder a alteração do órgão responsável pela execução de determinado objetivo incluído no PPA, sem necessidade de se utilizar projeto de lei. 9. (Cespe/2013/ANTT) O plano plurianual deve ser elaborado com vistas ao fortalecimento da unidade federativa, sendo, portanto, vedada qualquer forma de regionalização de objetivos ou de diretrizes governamentais. (Cespe/2013/BACEN) Com relação aos instrumentos de planejamento, orçamento e execução do programa de trabalho do governo, julgue o seguinte item. 10. O programa temático, orientando a ação governamental, desdobra-se em objetivos e iniciativas e deve retratar, no âmbito do plano plurianual, a agenda de governo organizada pelos temas das políticas públicas. 11. (Cespe/TCE-RO/2013) No contexto de elaboração do Plano Plurianual (PPA), o conceito de iniciativa é definido como a declaração dos meios e mecanismos de gestão que viabilizam os Objetivos e suas Metas, explicitando a lógica da intervenção. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 36 de 276 12.(Cespe/2013/ TRT 10ª Região/Analista) Os empreendimentos plurianuais cujo valor global estimado seja igual ou superior ao valor de referência são caracterizados de grande porte e deverão ser expressos no PPA 2012-2015, como iniciativas. Logo, são obrigatoriamente individualizados no PPA, os empreendimentos de grande porte financiados com recursos provenientes de transferências da União a estados, ao Distrito Federal e aos municípios. 13.(Cespe/2013/ TRT 10ª Região/Analista) Anualmente, o Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional relatório anual de avaliação do PPA, que conterá, entre outras informações, a avaliação do comportamento das variáveis macroeconômicas que embasaram a elaboração do PPA, explicitando, se for o caso, as razões das discrepâncias verificadas entre os valores previstos e os realizados. 14.(Cespe/2013/ TRT 10ª Região/Analista) Além de programas destinados exclusivamente a operações especiais, o PPA integra as políticas públicas e organiza a atuação governamental, por meio de programas temáticos e de gestão, manutenção e serviços ao Estado. 15. (Cespe/TJ-CE/2014/Analista) No âmbito do plano plurianual, um programa temático é composto por uma série de atributos, entre os quais está indicador que consiste no instrumento que permite identificar e aferir aspectos relacionados ao programa, auxiliando o monitoramento da evolução de uma determinada realidade e gerando subsídiospara a sua avaliação. 16.(Cespe/DPF/2014/Administrador) A contextualização do programa temático no âmbito do plano plurianual deve incluir a interpretação completa e objetiva da temática tratada, as oportunidades e os desafios associados, os contornos regionais que a política pública deverá assumir e as transformações que se deseja realizar. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 37 de 276 COMENTÁRIOS ÀS QUESTÕES 8.(IPAJM/2010/Técnico Superior/Adaptada) O Poder Executivo pode proceder a alteração do órgão responsável pela execução de determinado objetivo incluído no PPA, sem necessidade de se utilizar projeto de lei. CERTO, de acordo como novo PPA faz-se necessário projeto de lei apenas nos casos de inclusão ou exclusão de programas, objetivos e metas. 9. (Cespe/2013/ANTT) O plano plurianual deve ser elaborado com vistas ao fortalecimento da unidade federativa, sendo, portanto, vedada qualquer forma de regionalização de objetivos ou de diretrizes governamentais. ERRADO, a regionalização da diretrizes, objetivos e metas é obrigatória. (Cespe/2013/BACEN) Com relação aos instrumentos de planejamento, orçamento e execução do programa de trabalho do governo, julgue o seguinte item. 10. O programa temático, orientando a ação governamental, desdobra-se em objetivos e iniciativas e deve retratar, no âmbito do plano plurianual, a agenda de governo organizada pelos temas das políticas públicas. CERTO, apenas o programa temático possui objetivos e iniciativas. 11. (Cespe/TCE-RO/2013) No contexto de elaboração do Plano Plurianual (PPA), o conceito de iniciativa é definido como a declaração dos meios e mecanismos de gestão que viabilizam os Objetivos e suas Metas, explicitando a lógica da intervenção. CERTO, é exatamente o conceito do novo PPA 2016-2019. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 38 de 276 12.(Cespe/2013/ TRT 10ª Região/Analista) Os empreendimentos plurianuais cujo valor global estimado seja igual ou superior ao valor de referência são caracterizados de grande porte e deverão ser expressos no PPA 2016-2019, como iniciativas. Logo, são obrigatoriamente individualizados no PPA, os empreendimentos de grande porte financiados com recursos provenientes de transferências da União a estados, ao Distrito Federal e aos municípios. ERRADO. As transferências do FPE e do FPM são operações especiais e constam apenas nos programas de operações especiais. Logo não constam no PPA. 13.(Cespe/2013/ TRT 10ª Região/Analista) Anualmente, o Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional relatório anual de avaliação do PPA, que conterá, entre outras informações, a avaliação do comportamento das variáveis macroeconômicas que embasaram a elaboração do PPA, explicitando, se for o caso, as razões das discrepâncias verificadas entre os valores previstos e os realizados. CERTO, até 31 de maio de cada exercício, o Executivo encaminhará ao Congresso Nacional o Relatório Anual de Avaliação do Plano, que conterá: a) análise do comportamento das variáveis macroeconômicas que embasaram a elaboração do Plano, explicitando, se for o caso, as razões das discrepâncias verificadas entre os valores previstos e realizados; b) análise da situação, por Programa, dos Indicadores, Objetivos e Metas, informando as medidas corretivas a serem adotadas quando houver indicativo de que metas estabelecidas não serão atingidas até o término do Plano; e c) execução financeira das ações vinculadas aos objetivos dos Programas Temáticos. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 39 de 276 14.(Cespe/2013/ TRT 10ª Região/Analista) Além de programas destinados exclusivamente a operações especiais, o PPA integra as políticas públicas e organiza a atuação governamental, por meio de programas temáticos e de gestão, manutenção e serviços ao Estado. ERRADO, os programas de operações especiais não constam no PPA. 15. (Cespe/TJ-CE/2014/Analista) No âmbito do plano plurianual, um programa temático é composto por uma série de atributos, entre os quais está indicador que consiste no instrumento que permite identificar e aferir aspectos relacionados ao programa, auxiliando o monitoramento da evolução de uma determinada realidade e gerando subsídios para a sua avaliação. CERTO, é exatamente o conceito da lei 13.249/2016. 16.(Cespe/DPF/2014/Administrador) A contextualização do programa temático no âmbito do plano plurianual deve incluir a interpretação completa e objetiva da temática tratada, as oportunidades e os desafios associados, os contornos regionais que a política pública deverá assumir e as transformações que se deseja realizar. CERTO, é uma questão genérica. Não tem nenhum aspecto mais técnico que a desabone. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 40 de 276 3. LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS Antes de começar, vamos ao nosso tradicional esquenta de questões discursivas. MPU/2011/Técnico em CI/Cespe As mudanças no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2011 sugeridas pelo relator do projeto melhoram alguns pontos da proposta enviada pelo governo ao Congresso Nacional em abril. Segundo uma das novas regras que o relator impõe para a execução orçamentária no próximo ano, os investimentos públicos devem crescer mais que as despesas com a manutenção da máquina administrativa. Se isso de fato ocorrer em 2011, poderá ser o início de importante mudança na tendência da política fiscal, marcada pelo crescimento contínuo dos gastos com custeio e pela contínua redução proporcional dos investimentos, embora estes sejam essenciais para a expansão e a melhoria dos serviços públicos e da infraestrutura econômica. O Estado de S. Paulo, 27/6/2010 (com adaptações). Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema. A IMPORTÂNCIA DA LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS PARA O PLANEJAMENTO DA GESTÃO PÚBLICA Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 41 de 276 3.1.Atribuições Principais na CF/1988 e na LRF A CF/1988 estabelece que: Art. 165. § 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. A partir do conceito anterior surgem os seguintes questionamentos: 1 – Qual o cuidado que se deve ter com os termos “metas e prioridades”? 2 – A LDO é apenas para União, ou para todos os entes?3 – Qual o cuidado que deve ter com o termo “orientará a elaboração da LOA”? Qual a relação dessa atribuição com o ciclo orçamentário da LOA? 4 – Quais tipos de alterações na legislação tributária são tratadas na LDO? 5 – Quais as agências financeiras oficiais de fomento? Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 42 de 276 1 – Qual o cuidado que deve ter com os termos “metas e prioridades”? Normalmente as bancas trocam MP (“metas e prioridades”), termos típicos da LDO, por DOM (diretrizes, objetivos e metas), termos típicos do PPA. Caso isso ocorra considere um erro. 2 – A LDO é apenas para União, ou para todos os entes? Apesar do conceito mencionar administração pública federal, todos os entes da federação devem ter PPA, LDO e LOA. Assim, se consideramos 5500 municípios temos: 1 LDO da União, 27 LDO´s dos Estados e DF e 5500 LDO´s dos Municípios. 3 – Qual o cuidado que deve ter com o termo “orientará a elaboração da LOA”? Qual a relação dessa atribuição com o ciclo orçamentário da LOA? Se todo ano temos uma LOA, então todo ano devemos ter uma LDO que oriente a LOA na fase de ELABORAÇÃO da LOA. Essa atribuição da LDO deixa claro que no momento de elaboração da LOA, já deve existir uma LDO publicada e válida para que haja a orientação. 4 – Quais tipos de alterações na legislação tributária são tratadas na LDO? A CF/1988 reserva para lei complementar criação de novos impostos no âmbito da União1 e outros temas de legislação tributária2. 1 Art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; 2 Art. 146. Cabe à lei complementar: I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 43 de 276 Assim, sabendo que a LDO é lei ordinária e não pode tratar de temas relacionados à lei complementar, o que vem sendo tratado no âmbito na União? Resposta: Renúncia de Receita. 5 – Quais as agências financeiras oficiais de fomento? Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia S/A, Banco do Nordeste do Brasil, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social. A LRF estabelece que: Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e: I - disporá também sobre: a)equilíbrio entre receitas e despesas; b)critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31; e)normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos; f)demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 44 de 276 A partir do conceito anterior surgem os seguintes questionamentos: 1 – Qual o cuidado que se deve ter com os termos “equilíbrio entre receitas e despesas”? 2 – Qual situação gera limitação empenho pela LRF? Qual a relação dessa atribuição com o ciclo orçamentário da LOA? 3 – Qual a relação da atribuição “normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos” com o ciclo orçamentário da LOA? 4 – Qual a relação da atribuição “demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas” com o ciclo orçamentário da LOA? 1 – Qual o cuidado que se deve ter com os termos “equilíbrio entre receitas e despesas”? Algumas questões questionam se o equilíbrio orçamentário está restrito à regra de ouro na CF/1988 (operações de crédito não podem superar as despesas de capital). Essa atribuição deixa claro que o tema equilíbrio é tratado na LRF e deve ser tratado da LDO. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 45 de 276 2 – Qual situação gera limitação empenho pela LRF? Qual a relação dessa atribuição com o ciclo orçamentário da LOA? Pela LRF ocorre limitação de empenho quando não se alcança a meta bimestral de arrecadação da receita (receita arrecadada é menor que a receita prevista). Nesse caso, a LDO estabelece despesas que mesmo nesse caso de frustração da receita não podem sofrer limitação. Essa atribuição mostra que a LDO participa ativamente a 3ª etapa da LOA – Execução Orçamentária e Financeira. 3 – Qual a relação da atribuição “normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos” com o ciclo orçamentário da LOA? Essa atribuição mostra que a LDO participa ativamente a 4ª etapa da LOA – Controle e Avaliação, na medida em que trata da avaliação de programas. 4 – Qual a relação da atribuição “demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas” com o ciclo orçamentário da LOA? Essa atribuição mostra que a LDO participa ativamente a 3ª etapa da LOA – Execução Orçamentária e Financeira, na medida em que trata outros critérios para transferências voluntárias. Dica: a LRF trata de critérios de transferências voluntárias: Da União para Estados, Da União para Municípios, e Dos Estados para Municípios. Assim, critérios para convênios com ONG, ou outros tipos de pessoas jurídicas constam na LDO e na legislação infralegal. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 46 de 276 17. (ESAF/CGU/2012) Assinale a opção que indica matéria que, segundo dispõe a Constituição Federal, não é objeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO. a)Diretrizes para a elaboração dos orçamentos.b)Estabelecimento da política de aplicação das agências financeiras de fomento. c) Regras para alteração da legislação tributária. d) Orientação relacionada aos gastos com transferências a terceiros. e) Prioridades da Administração Pública Federal. 18. (Cespe/2013/ANTT) Ao realizar-se a integração entre o sistema de planejamento e o orçamento federal, o instrumento legal que explicita as metas e prioridades para cada ano, além das alterações na legislação tributária, é a lei orçamentária anual. 19. (Cespe/2014/DPF/Administrador) A LDO orienta a elaboração da LOA e auxilia na coerência entre o PPA e a LOA. COMENTÁRIOS ÀS QUESTÕES Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 47 de 276 17. (ESAF/CGU/2012) Assinale a opção que indica matéria que, segundo dispõe a Constituição Federal, não é objeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO. a)Diretrizes para a elaboração dos orçamentos. ERRADO, pois apesar de ser uma atribuição consta na CF/1988. b)Estabelecimento da política de aplicação das agências financeiras de fomento. ERRADO, pois apesar de ser uma atribuição consta na CF/1988. c) Regras para alteração da legislação tributária. ERRADO, pois apesar de ser uma atribuição consta na CF/1988. d) Orientação relacionada aos gastos com transferências a terceiros. CERTO, é uma atribuição e consta na LRF. e) Prioridades da Administração Pública Federal. ERRADO, pois apesar de ser uma atribuição consta na CF/1988. 18. (Cespe/2013/ANTT) Ao realizar-se a integração entre o sistema de planejamento e o orçamento federal, o instrumento legal que explicita as metas e prioridades para cada ano, além das alterações na legislação tributária, é a lei orçamentária anual. ERRADO, é a LDO. 19. (Cespe/2014/DPF/Administrador) A LDO orienta a elaboração da LOA e auxilia na coerência entre o PPA e a LOA. CERTO, a LDO integra o PPA com a LDO. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 48 de 276 3.2. Outras atribuições da LDO na CF, na LRF e na própria LDO 3.2.1. Papel da LDO na relação entre os Poderes quando da elaboração da LOA Sabemos que o PLOA 2017 deve ser enviado pelo Executivo ao Congresso Nacional até 31/08/2016. Porém, antes dessa data, os demais Poderes, MPU e DPU devem enviar suas propostas até 15/08/2016 para consolidação do Executivo3. A seguir apresento uma série de artigos da CF/1988 que determinam que a proposta orçamentária dos poderes, do MPU deve ser compatível com a LDO. Poder Legislativo: Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados: [...] IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: [...] XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias 3 Lei 13.473/2017 Art. 24. Os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público da União e da Defensoria Pública da União encaminharão à Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, por meio do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento - SIOP, até 15 de agosto de 2017, suas respectivas propostas orçamentárias, para fins de consolidação do Projeto de Lei Orçamentária de 2018, observadas as disposições desta Lei. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 49 de 276 Poder Judiciário: Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira. § 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias. [...] § 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. Ministério Público: Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. [...] § 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias. § 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 50 de 276 Defensoria Pública: Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014) [...] § 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 74, de 2013) O que ocorre se a proposta de um dos demais Poderes estiver em desacordo com a LDO? O Executivo devolve, OU ajusta e incorpora no PLOA? A CF/1988 determina que o Poder Executivo deva proceder aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli– Aula 03 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 51 de 276 3.2.2. Papel da LDO no aumento das despesas com Pessoal Para se aumentar a despesas com pessoal para 2018, por exemplo, a CF/1988 estabelece dois requisitos gerais: (i) dotação na LOA 2018; (ii) prévia autorização na LDO que tramitou no Congresso em 2017 e que orientou o PLOA 2018 quando da sua elaboração. Vejamos o texto constitucional: Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. § 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista. As Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista que constam no Orçamento de Investimento precisam dessa autorização? Não. As únicas despesas que constam no orçamento de investimento são as despesas de capital de investimentos. As despesas com pessoal dessas empresas estão fora da LOA. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 52 de 276 3.2.3. Outros papeis A seguir trago atribuições que são pouco cobradas em prova, mas foram cobradas. LRF Art. 5º. [...] § 3o A atualização monetária do principal da dívida mobiliária refinanciada não poderá superar a variação do índice de preços previsto na lei de diretrizes orçamentárias, ou em legislação específica. Art.7º [...] § 2o O impacto e o custo fiscal das operações realizadas pelo Banco Central do Brasil serão demonstrados trimestralmente, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias da União. Lei 13.473/2017 Art. 1o São estabelecidas, em cumprimento ao disposto no § 2o do art. 165 da Constituição Federal, e na Lei Complementar no 101, de 4 de maio de 2000, Lei de Responsabilidade Fiscal, as diretrizes orçamentárias da União para 2018, compreendendo: I - as metas e prioridades da administração pública federal; II - a estrutura e organização dos orçamentos; III - as diretrizes para a elaboração e execução dos orçamentos da União; IV - as disposições para as transferências; V - as disposições relativas à dívida pública federal; VI - as disposições relativas às despesas com pessoal e encargos sociais e benefícios aos servidores, empregados e seus dependentes; VII - a política de aplicação dos recursos das agências financeiras oficiais de fomento; VIII - as disposições sobre alterações na legislação e sua adequação orçamentária; IX - as disposições sobre a fiscalização pelo Poder Legislativo e sobre as obras e os serviços com indícios de irregularidades graves; X - as disposições sobre transparência; e XI - as disposições finais. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 53 de 276 20. (Cespe/IPEA/2008) Se o Banco do Brasil S.A. pretende conceder, em 2009, aumento salarial para seus empregados, então tal elevação somente poderá ser efetivada se prevista na LDO que tramitou no Congresso Nacional em 2008. 21. (Cespe/2014/Câmara dos Deputados/Consultor) Na LDO, constam os limites para a elaboração das propostas orçamentárias do Ministério Público. COMENTÁRIOS ÀS QUESTÕES Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 54 de 276 20. (Cespe/IPEA/2008) Se o Banco do Brasil S.A. pretende conceder, em 2009, aumento salarial para seus empregados, então tal elevação somente poderá ser efetivada se prevista na LDO que tramitou no Congresso Nacional em 2008. ERRADO, o Banco do Brasil é uma Sociedade de Economia Mista, logo não se aplica a disposição para que o aumento das despesas com pessoal de seus empregados conste na LDO. 21. (Cespe/2014/Câmara dos Deputados/Consultor) Na LDO, constam os limites para a elaboração das propostas orçamentárias do Ministério Público. CERTO, e caso esses limites sejam desrespeitados pelo MPU quando do envio da proposta ao Executivo, este efetua os ajustes e consolida e envia o PLOA no prazo. 3.3. Anexos da LDO A CF/1988 não previa e não prevê anexos à LDO. Estes passaram a existir a partir da LRF. Quadro 2: Observância dos Anexos da LDO pelos entes Anexo Observância Anexo de Metas Fiscais Por todos os entes da Federação Anexo de Riscos Fiscais Por todos os entes da Federação Anexo Específico da União Apenas pela União 3.3.1 Anexo de Metas Fiscais - AMF Inicialmente vamos ao nosso esquenta para você refletir o que já caiu em provas discursivas sobre este tema. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 55 de 276 TCM-RJ/2008/Auditor/FGV Na elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias, ela deve conter o Anexo de Metas Fiscais. Esclareça, de forma sucinta, sua finalidade e conteúdo. Em primeiro lugar devemos ter a clareza de quais são as 5 metas fiscais dispostas na LRF e em segundo saber que o AMF não trata apenas de projeções para o futuro, mas trata de avaliações do passado. A LRF estabelece as seguintes metas fiscais: Art.4º [...] § 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. Deixando de forma clara: 1-Receitas, 2-Despesas, 3-Resultado Primário, 4-Resultado Nominal, 5-Dívida Consolidada. Inicialmente a Figura 9 mostra a relação entre as três últimas metas. Figura 9: Relação entre Resultado Primário, Resultado Nominal e Dívida Consolidada Receitas Primárias – Despesas PrimáriasResultado Primário Resultado Nominal Resultado Primário – Juros Pagos + Juros Recebidos Caso positivo, mostra que o país consegue pagar os juros. Caso positivo, mostra que o país consegue reduzir a Dívida Consolidada. Observamos que as fórmulas acima são simples, porém necessitam que você diferencie receitas e despesas primárias e financeiras. A Figura 10 auxilia nessa tarefa. Administração Financeira e Orçamentária Curso Regular 2018 Prof. Dr. Giovanni Pacelli – Aula 03 Prof. Giovanni Pacelli www.3dconcursos.com.br 56 de 276 Figura 10: Receitas e despesas primárias e financeiras Despesas Financeiras Despesas Primárias
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