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Resumo-o-sentido-da-colonização

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O Sentido da Colonização
Caio Prado Jr parte do final do período colonial para construir a formação história do país, pois considera esse curto espaço de tempo como uma síntese dos outros longos anos de colonização, usando o argumento de que não há nenhuma descontinuidade, no sentido de mudanças bruscas na estrutura da sociedade, no decorrer dessa era. E para entender o processo de construção do nosso país é necessário compreender a lógica vigente do período, o mercantilismo, onde a função da colônia era única e exclusivamente contribuir para a expansão do capitalismo europeu.
Partindo desta ideia, conclui que os “descobrimentos” foi um simples capítulo da história do comércio europeu e que a princípio não estavam interessados na colonização. E o povoamento desse novo território recém descoberto se dá por duas vias principais, a necessidade de suprir produtos para o comércio realizado na Europa e pela fuga de lutas político-religiosas no antigo continente, por isso uma maior procura para zonas temperadas, sendo os Estados Unidos como o principal destino dessas fugas. Os espanhóis foram mais felizes, encontrando logo de cara metais preciosos como a prata e o ouro nas regiões do México e Peru. A revolução industrial também explica a emigração para a América do Norte, pois os campos se tornam pastos para o cultivo de lã que abasteciam a nascente indústria têxtil. E o único tipo de colonização em que Portugal não será pioneiro, e que terá um caráter diferente dos objetivos comerciais dominados por empresas portuguesas, é o povoamento desses territórios ao norte com o objetivo de construir um novo mundo, uma sociedade que tivesse garantias que na Europa já não encontrava. Procuravam abrigo das intensas transformações do antigo continente.
Diferentemente da história da colonização em áreas sub/tropicais da América, com o clima diferente do que estavam acostumados, o colono que vinha para povoar não se adaptaria tão fácil. Porém a diversidade da fauna e flora, principalmente a que fazia falta na Europa, como o açúcar, a pimenta, o tabaco, o arroz e entre outros, se tornaria um atrativo competitivo. E esse colono não virá para colocar o seu esforço físico e sim como dirigente da produção, como um empresário explorando grandes unidades produtivas e muitos trabalhadores, principalmente escravos. Para cada fazendeiro ou senhor, havia centenas de trabalhadores subordinados sem propriedade ou qualquer outro direito. Os trabalhadores que vieram para a américa “doando” o seu esforço físico eram em sua maioria da Inglaterra. Nem Portugal ou Espanha tinham populações suficientes para a nova empreitada, faltavam homens para o trabalho e empregava-se em escala crescente mão de obra escrava nesses países. Além disso, Portugal e Espanha encontraram nas suas colônias, índios que foram aproveitados como trabalhadores no início e só depois usaram os negros africanos como escravos. 
Nas colônias temperadas, uma sociedade nascida pelo escoamento de excessos demográficos da Europa com uma organização de sociedade semelhante à do seu modelo e mais ao sul surgirá uma sociedade inteiramente original, e com uma miscigenação nunca vista na história. Essas últimas sendo a empresa do colono, com a função puramente mercantil, que reunirá uma vasta área de exploração de recursos com grande valor comercial e um trabalho recrutado entre raças dominadas (indígenas e negros importados). Sempre destinado a exploração desenfreada em proveito do comércio europeu, nossa economia e sociedade se constituirá, nesse início, para fornecer açúcar, tabaco e mais tarde ouro e pedras preciosas, depois algodão e café para o comércio europeu. NADA MAIS QUE ISSO. Sempre com o olhar voltado para o exterior. Organizados numa sociedade puramente exploradora e produtora de matéria prima. Caráter que se manterá dominante durante os três séculos de colonização.
Leonardo Ramos
RA: 13201910076

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