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RESENHA CARVALHO Olavo de Aristóteles em nova perspectiva Introdução à Teoria dos Quatro Discursos

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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEÃO SAMPAIO
CURSO DE DIREITO
FILOSOGIA GERAL E DO DIREITO
RESENHA
UMA EXEGESE DE ARISTÓTELES EM NOVA PERSPECTIVA
CARVALHO, Olavo de. Aristóteles em nova perspectiva: Introdução à Teoria dos Quatro Discursos / Olavo de Carvalho, Campinas, SP: VIDE Editorial, 2013. 2º Edição (revisada) -150 pag.
Kleiton Alves Fernandes
	1 - CREDENCIAIS DOS AUTORES
Olavo Luiz Pimentel de Carvalho (Campinas, 29 de abril de 1947) é um ensaísta e pensador brasileiro, sendo considerado também um influenciador digital e ideólogo e tendo atuado no passado como jornalista e astrólogo. Autoproclamado filósofo. Outras obras:
Símbolos e mitos no filme “O silêncio dos inocentes”. Rio de Janeiro: Instituto de Artes Liberais. 1992.
Os gêneros literários: seus fundamentos metafísicos. 1993.
O caráter como forma pura da personalidade. 1993.
A nova era e a revolução cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramsci. Rio de Janeiro: Instituto de Artes Liberais & Stella Caymmi. 1994. [nota 1]
Uma filosofia aristotélica da cultura. Rio de janeiro: Instituto de Artes Liberais. 1994.
O jardim das aflições: de Epicuro à ressurreição de César – Ensaio sobre o materialismo e a religião civil. Rio de Janeiro: Diadorim. 1995.
Aristóteles em nova perspectiva: Introdução à teoria dos quatro discursos. Rio de janeiro: Topbooks. 1996.
O imbecil coletivo: atualidades inculturais brasileiras. Rio de Janeiro: Faculdade da Cidade. 1996.
O futuro do pensamento brasileiro. Estudos sobre o nosso lugar no mundo. 1998.
O imbecil coletivo II: A longa marcha da vaca para o brejo e, logo atrás dela, os filhos da PUC, as quais obras juntas formam, para ensinança dos pequenos e escarmento dos grandes. Rio de Janeiro: Topbooks. 1998.
Entre outras...
2 RESUMO DA OBRA
O livro é constituído em três partes, a primeira o prologo, uma nota prévia a primeira edição de Uma Filosofia aristotélica da cultura, a segunda contém “Os quartos discursos”, e a terceira intitulada de “Aristóteles no dentista”. Está é uma obra, coletânea, transcrições de aulas, ensaios e uma passagem pela a desavença do autor com a revista SPBC.
No prologo há uma identificativa de como o autor se porta, com linguagem um tanto incomum e para algumas pessoas vulgar e cheia de palavrões, conhecendo o Olavo já em inicio apresenta suas divergências jornalísticas, estes por sua vez intitulados por “dois bocós” acusados de terem opinados por algo que se quer chegaram a ler. Segundo o autor, a proposta descrita no prólogo, além do registro de uma triste realidade da qual vivemos no meio acadêmico, buscar também se nesse meio existe uma unanimidade quanto aos quatro discursos.
Os quatro discursos, Olavo de Carvalho expõe sua teoria acerca dos quatro discursos nas obras de Aristóteles. Com base em escritos como a Poética, a Retórica, os Tópicos e Analíticas I e II do filósofo grego, o autor tece sua tese onde "o discurso humano é uma potência única, que se atualiza de quatro maneiras diversas: a poética, a retórica, a dialética e a analítica (lógica)". Os discursos poético e retórico têm sido, segundo o autor, desprezados nos estudos aristotélicos há séculos. Porém, os quatro discursos são dispostos em uma sequência lógica e gradual em relação à sua credibilidade. 
O discurso poético, que é a "expressão de sentimentos individuais", os gostos e hábitos mentais de um determinado público, está ligado ao possível, à probabilidade e à imaginação. Nesse ínterim, a imaginação comporta-se como a ponte entre o conhecimento sensorial e o pensamento lógico; entre o mundo (percepções) e o discurso (pensamento). 
O discurso retórico, que tende a "persuadir alguém a fazer ou a deixar de fazer alguma coisa", são as convicções atuais de determinado público, está ligado ao verossímil, à crença firme e à persuasão. A poesia está para a retórica assim como a impressão está para a decisão. 
O discurso dialético, que pretende "convencer por meios racionais, independentemente da vontade do ouvinte ou até mesmo contra ela", e que possui premissas que podem ser incertas mas aceitas sob certas circunstâncias, está ligada ao submeter crenças à prova - trespassando-as por objeções - e à probabilidade. 
Por último, o discurso lógico (ou analítico), a demonstração correta com bases nas premissas aceitas e provadas. Esse seria o processo final que "contém portanto, implicitamente, todo um modelo descritivo da história cultural, que pode ser aplicado, com bons resultados, também a outras civilizações". 
Após analises o autor chega a conclusão também que aristotales foi o inventor de um conceito chamado de “desnvolvimento organico”, este conceito baseasse no fato de quê só se pode conhecer um fenomeno quando se estuda sua gênese e o desenvolvimento das suas estruturas, ou seja, só podemos compreender uma disputa, ou só conseguiremos revolvê-lá quando invertigarmos o terreno comum do qual emergiram os protagonistas. Segundo aristoteles, o conhecimento humano tem origem através das sensações, que faz realação coma memoria, nos diferenciando assim dos animais, com uma memoria mais rica e diferenciada, através da combinações desses fatores (raciocinio logico).
Para sustentar a tese que realmente são quatro os discursos, não três, nem quatro, muito menos cem, o autor utiliza o termo: “Reductio ad absurdum” (latim), é um tipo de argumento lógico no qual alguém assume uma ou mais hipóteses e, a partir destas, deriva uma consequência absurda ou ridícula, e então conclui que a suposição original deve estar errada. O argumento se vale do princípio da não-contradição (uma proposição não pode ser, ao mesmo tempo, verdadeira e falsa) e do princípio do terceiro excluído (uma proposição é verdadeira ou é falsa, não existindo uma terceira possibilidade). O que assim tira do campo da tipologia dos discursos.
Essa teoria pode ser amplamente aplicada aos discursos nas mais diversas áreas do conhecimento. Porém, sua maior contribuição, a meu ver, é a (re)descoberta da importância do discurso poético, o qual poderíamos relacionar atualmente com a literatura de modo geral. A literatura nos oferece o mundo do possível, onde a psicologia de determinados povos são expressas por meio dos romances, contos, et cetera. Essas histórias nos fornecem um mapa das possibilidades humanas que servirão para formarmos padrões de conduta moral a fim de tomarmos decisões na realidade. 
Somente a literatura pode formar nossa inteligência moral sem a necessidade empírica real das situações. O famoso "o inteligente aprende com seus erros e experiências, porém, o sábio aprende com os erros e experiências dos outros". Esses "outros" são os personagens e situações fictícios nas grandes obras da literatura ocidental que apenas exprimem as mazelas, sentimentos e ações humanas no mundo real. O conhecimento abstrato e lógico do pode ser construído sobre uma base imaginária bem alicerçada. Apenas a literatura, o discurso poético, fornecerá o "primeiro andar" do conhecimento, já que ele "é como uma árvore, que lança suas raízes no solo das sensações e se eleva gradativamente através da imaginação, da vontade e do pensamento até a certeza apodíctica".
Aristóteles no Dentista – Polêmica entre o Autor e a SBPC, na época do encaminhamento de seu trabalho “Uma filosofia aristotélica da cultura” para avaliação e eventual publicação na revista Ciência Hoje. Essa situação insólita se iniciou em 1983, com o envio do trabalho, e se estendeu por 1984 e 1985, com artigos publicados em jornais e a correspondência pessoal e institucional trocada entre os envolvidos. Segundo o autor, foi nesse instante que nasceu a inspiração para o livro “O Imbecil Coletivo”, como uma espécie de tratamento de choque para despertar a nossa moribunda intelectualidade;
No início dos anos 90, Olavo de Carvalho passou por uma surpreendente metamorfose. Deixando para trás a persona do jornalista esotérico e astrólogo intelectualizado, resolveu estudar filosofia no Conjunto de Pesquisa Filosófica (Conpefil) da PUC-Rio, sob a direção do padre Stanislavs Ladusãns.Após três anos de estudos, cansado da disciplina acadêmica, abandonou o curso. Mesmo sem diploma universitário, começou a dar aulas de filosofia, valendo-se de seus contatos no meio cultural. A quem o acusava de não ter qualificação para isso, ele retrucava:
“Filósofo, por definição, é quem filosofa, é quem elabora, bem ou mal, uma resposta pessoal a questões filosóficas, ou pelo menos uma interpretação original de filosofias antigas”.
Com base nas aulas que vinha proferindo na Casa de Cultura Laura Alvim, no Rio de Janeiro, elaborou um breve estudo sobre a teoria aristotélica do discurso, cujo manuscrito foi recusado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O incidente deu início a um titânico embate entre o “filósofo” autodidata e o establishment acadêmico brasileiro.
“Há décadas nossa intelligentsia vive de ficções que alimentam seus ódios e rancores e a impedem de enxergar a realidade.”
Assim nascem os grandes conflitos. O parecer da SBPC sobre essa primeira incursão de Olavo de Carvalho no terreno da filosofia dizia:
“O autor parece ignorar a imensa produção sobre Aristóteles publicada nos últimos anos, seja em revistas especializadas, nos anais de congressos, em teses e livros (...) não tem acompanhado os debates que se desenvolvem em inúmeros centros de pesquisa”
.
Furioso com o parecer, Olavo publicou a obra por conta própria, com o título de uma filosofia aristotélica da cultura (1994). E partiu para o contra-ataque, divulgando textos em que ridicularizava a SBPC e acusava seus pareceristas de desconhecerem a filosofia clássica.
Concluo quê, o livro, ao seu todo é uma obra bastante interessante, o autor apresenta uma teoria sobre o que seriam " os quatro discursos de Aristóteles" e ao mesmo tempo apresenta seus adversários de maneira cômica, o livro pode parecer denso para alguns que não estão acostumados com uma linguagem filosófica, mas qualquer leitor (ao exemplo da minha pessoa) pode tirar proveito desta leitura antes mesmo de ter lido o próprio Aristóteles. Uma leitura muito cativante!
Estudante de Direito, Sala 324.1, Turno Noite, kleitonalvess@gmail.com

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