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Manual de Ecologia

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Prévia do material em texto

i 
 
 
 
 
 
 
 
 Curso de Gestão Ambiental 
 
 
Disciplina de Ecologia 
 1º Ano /1o SEMSTRE 
Código: ISCED12-CSOLCFE001 
 TOTAL DE HORAS: 150horas 
CRÉDITOS (SNATCA): 6 
 
 
 INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - ISCE 
 
 INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIA E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA-ISCED 
 
 
 
 
ii 
 
 
Direitos de autor (copyright) 
Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), 
e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou 
total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónico, mecânico, 
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto 
Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED)). 
A não observância do acima estipulado, o infractor é passível a aplicação de processos 
judiciais em vigor no País. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) 
Coordenação do Programa de Licenciaturas 
Rua Dr. Lacerda de Almeida. No 211, Ponta - Gea 
Beira - Moçambique 
Telefone: 23323501 
Cel: +258 
Fax: 23323501 
E-mail: direcção@isced.ac.mz 
Website: www.isced.ac.mz 
 
 
 
 
iii 
 
Agradecimentos 
Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED)  Coordenação do Programa 
das Licenciaturas agradecem os autores deste manual agradecem a colaboração dos 
seguintes individuos: 
 
Pela coordenação Direcção Académica 
Pelo design Direcção de Qualidade e Avaliação do ISCED 
Financiamento e Logística Instituto Africano de Promoção e Educação a 
Distância (IAPED), 
Revisão Final Dr. Celso Cruz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Elaborado Por: 
Dr. Inácio Manuel Muthetho – Licenciado Engenharia Agronómica pela UEM. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iv 
 
 
Benvindo ao Módulo de Ecologia .................................... Error! Bookmark not defined. 
Objectivos do Módulo....................................................................................................... 1 
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................. 1 
Como está estruturado este módulo ................................................................................ 2 
Ícones de actividade ......................................................................................................... 3 
Habilidades de estudo ...................................................................................................... 3 
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 5 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 6 
Avaliação ........................................................................................................................... 6 
TEMA – I: CONCEITOS E ORIGEM DA ECOLOGIA 9 
UNIDADE Temática 1.1. Conceitos aplicados em Ecologia. .......................................... 9 
UNIDADE Temática 1.2. Origens e o desenvolvimento da ecologia. ........................... 16 
UNIDADE Temática 1.3. Princípios metodológicos e abordagens de estudo em 
Ecologia. ......................................................................................................................... 25 
UNIDADE Temática 1.4. Aplicação da ecologia ........................................................... 32 
TEMA – II: ECOSSISTEMA 35 
UNIDADE Temática 2.1. Conceitos e classificação dos ecossistemas naturais (Mundiais 
e de Moçambique) .......................................................................................................... 36 
UNIDADE Temática 2.2. Ecossistemas Artificiais ........................................................ 61 
UNIDADE Temática 2.3. Ecossistemas Degradados ..................................................... 64 
TEMA – III: PRODUÇÃO E FLUXO DE ENERGIA 70 
UNIDADE Temática 3.1. Introdução (Conceitos e generalidades) ................................ 70 
UNIDADE Temática 3.2. Estrutura trófica .................................................................... 74 
UNIDADE Temática 3.3. Ruptura de cadeia alimentar, Bioacumulação nas cadeias 
alimentares e Espécie Chave ........................................................................................... 77 
TEMA – IV: CICLOS BIOGEOQUÍMICOS. 81 
UNIDADE Temática 4.1. Introdução (Generalidades) .................................................. 81 
UNIDADE Temática 4.2. Principais Cíclos Biogeoquímicos ........................................ 83 
UNIDADE Temática 4.3. Cíclo de Nutrientes e Aplicação Ambiental ......................... 93 
TEMA – V: SUCESSÃO ECOLÓGICA 104 
UNIDADE Temática 5.1. Conceitos e Generalidades. ................................................. 104 
UNIDADE Temática 5.2. Tipos de Sucessão ............................................................... 105 
UNIDADE Temática 5.3. Mecanismos da Sucessão e Aplicação Ambiental .............. 106 
TEMA – VI: RECURSOS RENOVÁVEIS E NÃO RENOVAVEIS (Conceitos e 
Generalidades) 109 
 
 
 
1 
 
Visão geral 
Bem-vindo ao Módulo de Ecologia 
 
Objectivos do Módulo 
Ao terminar o estudo deste módulo de Ecologia, o estudante 
deverás ser capaz de: 
 
 
 
 
 
Objectivos 
 Propiciar o entendimento sobre a organização da biosfera 
ao nível de ecossistemas. 
 Capacitar os alunos para compreender aspectos 
relacionados à estrutura e dinâmica dos ecossistemas. 
 Oferecer bases para a compreensão e interpretação das 
consequências da ação humana sobre os ecossistemas. 
 Proporcionar embasamento teórico com relação à 
aspectos aplicados como manejo e conservação de 
ecossistemas. 
Quem deveria estudar este módulo 
Este Módulo foi concebido para estudantes do 1º ano de todos os 
curso de licenciatura em Gestão Ambiental do ISCED. Poderá 
ocorrer, contudo, que haja leitores que queiram se actualizar e 
consolidar seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem-
vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá 
adquirir o manual. 
 
 
2 
 
Como está estruturado este módulo 
Este módulo de Ecologia, para estudantes do 1º ano dos cursos de 
licenciatura Gestão Ambiental do ISCED, está estruturado como se 
segue: 
Páginas introdutórias 
 Um índice completo. 
 Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, 
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para 
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta 
secção com atenção antes de começar o seu estudo, como 
componente de habilidades de estudos. 
Conteúdo desta Disciplina / módulo 
Este módulo está estruturado em quatro Temas. Cada tema, por 
sua vez comporta certo número de unidades temáticas 
visualizadas por um sumário. Cada unidade temática se caracteriza 
por conter uma introdução, objectivos, conteúdos. No final de 
cada unidade temática ou do próprio tema, são incorporados 
antes exercícios de auto-avaliação, só depois é que aparecem os 
de avaliação. Os exercícios de avaliação têm as seguintes 
características: Puros exercícios teóricos, Problemas não 
resolvidos e actividades práticas algumas, incluido estudo de 
casos. 
 
Outros recursos 
A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED pensando em si, 
num cantinho, mesmo recôndito deste nosso vasto Moçambique e 
cheio de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, 
apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu 
módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na 
biblioteca do seu centro de recursosmais material de estudos 
relacionado com o seu curso como: livros e/ou módulos, CD, CD-
ROOM, DVD. Para além deste material físico ou electrónico 
disponível nas bibliotecas física e virtual, pode ter acesso a 
Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as 
possibilidades dos seus estudos. 
 
 
 
3 
 
Auto - avaliação e Tarefas de avaliação 
Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final 
de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos 
exercícios de auto-avaliação apresentam duas caracteristicas: 
primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, 
exercícios que mostram apenas respostas. 
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação 
mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de 
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. 
Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de 
campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de 
correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame 
do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os 
exercícios de avaliação é uma grande vantagem. 
Comentários e sugestões 
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados 
aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didáctico-
pedagógica, etc. Sobre como deveriam ser ou estar apresentadas. 
 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas 
margens das folhas. Estes icones servem para identificar 
diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar 
uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, 
uma mudança de actividade, etc. 
Habilidades de estudo 
O principal objectivo deste capítulo é o de ensinar aprender a 
aprender. Aprender aprende-se. 
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para 
facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará 
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons 
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e 
eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando 
estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos 
que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos 
estudos, procedendo como se segue: 
1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de 
leitura. 
 
 
4 
 
2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 
3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e 
assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 
4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua 
aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 
5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou 
as de estudo de caso se existir. 
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, 
respectivamente como, onde e quando estudar, como foi referido 
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de 
estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: 
Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo 
melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da 
semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num 
sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em 
cada hora, etc. 
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido 
estudado durante um determinado período de tempo; Deve 
estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao 
seguinte quando achar que já domina bem o anterior. 
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler 
e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é 
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos os 
conteúdos de cada tema, no módulo. 
DICA IMPORTANTE: não recomendamos estudar seguidamente por 
tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora 
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso 
(chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja, que 
durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos 
das actividades obrigatórias. 
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual 
obrigatório pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento 
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado 
volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, 
criando interferência entre os conhecimentos, perde sequência 
lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai 
em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente 
incapaz! 
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma 
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda 
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões 
 
 
5 
 
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobretudo, 
estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área 
em que está a se formar. 
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que 
matérias deve estudar durante a semana. Face ao tempo livre que 
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo 
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. 
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será 
uma necessidade para o estudo das diversas matérias que 
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar 
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as 
partes que está a estudar e pode escrever conclusões, exemplos, 
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a 
margem para colocar comentários seus relacionados com o que 
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir 
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; 
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado 
não conhece ou não lhe é familiar; 
Precisa de apoio? 
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o 
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas 
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis 
erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, páginas 
trocadas ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte os seriços de 
atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), 
via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta 
participando a preocupação. 
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes 
(Pedagógico e Administrativo) é a de monitorar e garantir a sua 
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da 
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se 
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, 
estudante – CR, etc. 
As sessões presenciais/virtuais são um momento em que você, 
caro estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com 
staff do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do 
ISCED indigitada para acompanhar as suas sessões 
presenciais/virtuais. Neste período pode apresentar dúvidas, tratar 
assuntos de natureza pedagógica e/ou administrativa. 
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% 
do tempo de estudos a distância, é de muita importância, na 
medida em que permite-lhe situar, em termos do grau de 
 
 
6 
 
aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira 
ficará a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. 
Desenvolver hábito de debater assuntos relacionados com os 
conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e 
unidade temática, no módulo. 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e 
autoavaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é 
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues 
duas semanas antes das sessões presenciais/virtuais seguintes. 
Para cada tarefaserão estabelecidos prazos de entrega, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do 
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de 
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da 
disciplina/módulo. 
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os 
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, 
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, 
respeitando os direitos do autor. 
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma 
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do texto de um 
autor, sem o citar é considerada plágio. A honestidade, humildade 
científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a 
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). 
Avaliação 
Muitos perguntam: Como é possível avaliar estudantes à distância, 
estando eles fisicamente separados e muito distantes do 
docente/turor!? Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja 
uma avaliação mais fiável e consistente. 
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com 
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os 
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial 
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A 
avaliação do estudante consta detalhada do regulamento da de 
avaliação. 
 
 
 
 
7 
 
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e 
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de 
frequência para ir aos exames. 
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e 
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no 
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, 
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da 
cadeira. 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) 
trabalhos e 1 (um) (exame). 
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados 
como ferramentas de avaliação formativa. 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em 
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de 
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as 
recomendações, a identificação das referências bibliográficas 
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. 
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de 
Avaliação. 
ISCED Disciplina: Ecologia 
9 
 
TEMA – I: CONCEITOS E ORIGEM DA ECOLOGIA 
UNIDADE Temática 1.1. Conceitos aplicados em Ecologia. 
UNIDADE Temática 1.2. Origens e Desenvolvimento da Ecologia. 
UNIDADE Temática 1.3. Princípios metodológicos e abordagens de 
estudo da Ecologia. 
UNIDADE Temática 1.4. Aplicação da Ecologia. 
UNIDADE Temática 1.1. Conceitos aplicados 
em Ecologia. 
Definição 
O termo ―ECOLOGIA‖ provém das palavras gregas oikos que significa 
―casa‖ e logos que siginica estudo, ciência. Olhando para a origem da 
palavra, é comum dizer-se que a ecologia é o estudo ―da casa onde 
vivem os organismos‖. 
O termo ecologia foi utilizado pela primeira vez em 1869 por Ernest 
Heackel . Haeckel, considerou a ecologia como sendo o estudo 
científico das interacções entre os organismos e o seu ambiente (Begon 
et al, 1996). 
É comum definir-se a ecologia como sendo a ―ciência que estuda as 
relações entre os organismos vivos e o meio ambiente‖ (Odum,1997)ou 
o ―estudo das interacções entre os organismos e o seu ambiente‖ 
(Krohne, 2001). 
Tjallingii (1986) define a ecologia como sendo ―o estudo das relações 
entre os organismos e entre eles e o meu ambiente‖. 
As definções acima apresentadas implicam a compreensão de 
organismo e de ambiente. A definição de organismo é dada na 
sesecção 3.1.1 e o ambiente de um organismo compreende todos os 
factores e fenómenos externos ao organismo e que exercem influências 
sobre o mesmo. Os factores e fenómenos do ambiente que podem 
influenciar o organismo podem ser físicos ou químicos (factores 
ISCED Disciplina: Ecologia 
10 
 
abióticos) bem como o conjunto de interacções que esse organismo 
estabelece com outros organismos (factores bióticos) (Begon et al, 
1996). 
A resposta à pergunta que a seguir é colocada, ajuda a compreender 
definições acima apresentadas. Que factores do anbiente podem exercer 
influência sobre um peixe (organismo) no seu habitat? 
Os factores abióticos (não vivos) que interagem com o peixe podem ser 
as correntes do mar, a salinidade, a temperatura da água e substâncias 
químicas diversas que são lançadas ao mar através das diversas 
actividades humanas. 
O mar está em constante circulação, as diferenças de temperatura entre 
os polos e o equador, originam ventos constantes que provocam 
correntes superficiais; para além destas, desenvolvem-se correntes mais 
profundas geradas pelas diferenças de temperatura e de salinidade da 
água. No ambiente marinho, a circulação da água proporciona a 
distribuição de alimentos para o peixe. Por exemplo, a circulação 
ascendente produzida pela Corrente de Peru gera uma das zonas mais 
produtivas do mundo em termos de pescado (Odum, 1997). 
Um dos problemas ecológicos das zonas costeiras de Moçambique é a 
poluíção marinha que pode ser causada por desastres de navios, 
descargas dos esgotos domésticos e industriais. A poluíção marinha 
afecta a fauna e aflora marinhas (Honguane, 2007). Foi muito 
divulgado o desastre do navio-tanque grego, Katina P, que, ao afundar 
na baía de Maputo descarregou milhares de toneladas de 
hidrocarbonetos (Rádio Moçambique, 2010). 
No mar, o peixe não vive isoladamente, ele compete pelo mesmo 
alimento com os outros organismos, e pode ser parasitado por outros 
organismos (bactérias ou vermes), ou pode servir de alimento para 
outros peixes. 
Como pode imaginar, o conjunto de todas as possíveis interacções entre 
ISCED Disciplina: Ecologia 
11 
 
um organismo e o meio ambiente podem ser inúmeras. 
Uma outra definição igualmente bem divulgada é dada por Krebs 
(1972) que considera a ecologia como sendo ― o estudo científico das 
interacções que determinam a distribuição e abundância de 
organismos‖. Esta definição tem o mérito de oferecer o objectivo final 
da ecologia, que é compreender onde os organismos ocorrem, quantos 
são e o que fazem, porém, a definição não inclui a palavra ambiente. 
Analisando as duas primeiras definições, percebe-se que elas colocam o 
ambiente numa posição central. Por este motivo, Begon et al (1996) 
consideram vaga a definição de Krebs. 
 
Domínio da ecologia 
O domínio da ecologia ou campo da ecologia compreende os níveis de 
organização biológica mais complezas, que partem do organismo até 
ao ecossistema e a biosfera (Odum, 1997 & Krohne, 2001). Pertencem 
ao domínio da ecologia o indivíduo, a população, a comunidade, o 
ecossistema e a biosfera (Tjallingii, 1986; Odum, 1997 & Krohne, 
2001). 
Os níveis de organização biológica que constituem o domínio da 
ecologia são definidos na secção seguinte (2.1). 
 
Ecologia e os níveis de organização biológica 
Os biólogos tendem a organizar, ou ―arrumar‖ os seres vivos em 
hierarquias em que um nível de organização superior vai incluindo 
progressivamente os nívei inferiores. Para visualizar isso, abaixo são 
apresentados e definidos os níveis de organização biológica que partem 
da célula (nível mais baixo)até a biosfera (nível mais alto). Os níveis 
inferiores ao indivíduo ( a célula, os tecidos, os órgãos, os sistemas ou 
aparelhos não pertencem à ecologia, mas sim ao campo da Biologia). 
ISCED Disciplina: Ecologia 
12 
 
A célula é unidade básica da vida, é constituída por organelos. Os 
organelos são estruturas presentes no interior das células, que 
desempenham funções específicas. São formados a partir da união de 
vároas moléculas que por sua vez são constituídas por átomos. Existem 
vários tipos de células, cada uma com uma função específica como, por 
exemplo, as células musculares e as células da pele. 
Os tecidos são constituídos por células. Os tecidos são formados pelo 
conjunto de celulas e estão presentes apenas em alguns oragnismos 
pluricelulares como as palantas e os animais. Dando seguimento ao 
exemplo das células acima indicado, as células muscularaes formam 
tecido muscular que tem a função de produzir os movimentos 
musculares dos braços, das pernas e de outros órgãos. 
Diferentes tecidos formam órgãos que funcionam em harmonia para 
desempenhar uma determinada função. Por exemplo: a raiz das plantas 
é um órgão que é constiyuído por vários tecidos cuja função geral é de 
absorver e transportar água e sais minerais para a planta; o coração é 
formado por tecido muscular, sangíneo e o tecido nervoso e tem como 
função didtribuir o sangue pelo corpo. 
Os sistemas são formados por órgãos que trabalham em conjunto para 
exercer uma determinada função corporal. Por exemplo: alguns órgãos 
que fazem parte do sistema digestivo compreendem a boca, o 
estômago, os intestinos, o fígado e o pâncreas. 
O organismo (o organismo individual, o indivíduo, a espécie 
individual) é constituído por vários sistemas. 
 
Existem organismos unicelulares e organismos pluricelulares. Por 
exemplo: a bactéria que provoca a cólera é um organismo unicelular. Já 
uma planta, um peixe, uma rã, um mosquito, são organismos 
pluricelulares. 
A população ―é o conjunto de indivíduos que pertencem à mesma 
ISCED Disciplina: Ecologia 
13 
 
espécie habitando numa certa área e que interactuam e se cruzam 
livremente‖ (Tjallingii, 1986). 
 
Uma espécie biológica é o conjunto de indivíduos ou populações que 
estão ou têm o potencial de se intercruzarem. As populações da mesma 
espécie estõ isoladas em termos reprodutivos de outros grupos, com os 
quais, quando se cruzam, não originam indivíduos férteis (Krohne, 
2001). Por exemplo, na reserva de Gorongoza são encontradas 
populações de leões, de búfalos, de zebras, de girafas, de entre outras. 
Estes animais pertencem a espécias diferentes. Na natureza, estas 
espécies não se cruzam livremente entre elas, por isso, se diz que estão 
isoladas uma das outras, em termos reprodutivos. Se no entanto o 
conseguissem, os seus descendentes não seriam férteis, ou seja, os 
descendentes resultantes desse cruzamento não produziriam 
descendentes iguais. 
Vários exemplos de populações e espécieas que constituem recursos 
cinegéticos ( com interesse para caça) e são citados em trabalhos 
desenvolvidos por GENTINSA/AECI (1995), na província de Cabo 
Delgado. As populações dessas espécies encontram-se geralmente 
reduzidas e incluem de entre outras, as seguintes: 
I. Populações de Hipopótamos (Hippotamus amphibius) que 
habitam pontos de água permanente; as populações de 
hipopótamos ocorrem em grupos de baixas densidades nos rios 
Lúrio (desde Papai até a sua foz), rio Montepuez, rio Messalo e, 
rio Rovuma-Lugenda; igualmente, ocorrem alguns efectivos nas 
lagoas Lidedes, Nangade, N’guri, Bilibiza e Nhandjemuano; 
II. Populações de zebras, cuja área de distribuição compreende 
unicamente a zona situada entre a Sede dos Postos 
administrativos de Ngapa e Chapa, no norte de Naitoro e 
Lugenda. Dentro desses territórios, as populações ocorrem em 
ISCED Disciplina: Ecologia 
14 
 
grupos pequenos, sendo os indivíduis de pequeno porte; 
III. Populações de búfalos (Syncerus caffer), totalizando 
possivelmente menos de um milhar de indivíduos, como 
consquência da caça furtiva, da alteração do seu habitat e da 
mortalidade pela acção de doenças; os búfalos encontram-se 
distribuídos em vários pontos, especialmente Lugenda-Rovuma, 
a norte de Quissanga e Muidumbe (área de Messalo e lagoa de 
N’guri); 
IV. As populações de impalas (Aepyceros melampus), espécie 
característica das savavas arborizadas; as populações são muito 
reduzidas; localizam-se principalmente na região setentrional e 
ocidental e nas zonas de confluência dos rios Megaruna e Lúrio; 
a população residente de Intutupe (Ancuabe) considera, no 
entanto, a impala abundante, sendo utilizada como alimento. 
Morin (1999) define a Comunidade como sendo ―a menos fracção da 
enorme colecção global de espécies que pode ser encontrada num 
determinado local‖ e estipula um mínimo de duas espécies coexistentes 
num determinado local, para que seja constituída a comunidade. 
A comunidade pode também ser definida como sendo o conjunto de 
populações de totas as espécies que vivem numa detrminada área, num 
dado período de tempo (Krohne, 2001). 
Na natureaza, as plantas e os animais não vivem isoladamente como 
entidades. Eles partilham os mesmos ambientes e interagem de várias 
maneiras. Dando continuidade aos exemplos de Cabo Delgado, a região 
que compreende as zonas lacustres, fluviais e as savanas que se 
encontram à beira dos rios, constitui uma das entidades faunísticas 
características da província. É uma zona heterogénea abarcando locais 
com cursos de água corrente, bancos de areia fluviais, charcos 
estacionados, lagos, bosques, savanas, canaviais ou caniçal. Devido a 
disponibilidade de água, a região torna-se muito produtiva atarindo 
comunidades de fauna bastante diversificada como é o caso dos 
ISCED Disciplina: Ecologia 
15 
 
hipopótamos, os inhacosos, os crocodilos e galápagos que frequentam a 
zona (GENTINSA/AECI, 1995). Analisando as definições de 
comunidade acima apresentadas, nesta unidade heterogénea podemos 
então distinguir as comunidades vegetais, constituídas pelas populações 
de árvores, arbustos, gramíneas (capim) o caniço, bem como, as 
comunidades animais constituídas pelas populações de todas as 
espécies de aniamis que coexistem naquela zona. 
A biosfera ou ecosfera inclui todos organismos vivos da Terra que 
interagem com o seu ambiente físico, como um todo ( Odum, 1997). A 
biosfera compreende três regiões físicas distintas; 
 Litosfera – é a camada superficial sólida da Terra, constituída 
por rochas e solos ( NASA Education, 2011). 
 Hidrosfera – Toda a água da Terra é contida num sistema que é 
designado por hidrosfera. Os subssitemas da hidrosfera incluem 
os oceanos, os glaciares e outras formas de água congelada, 
águas subterrâneas e o vapor de água contido na atmosfera. 
Cada subsistema é designado por ―reservatório‖. O maior 
reservatório é o oceano e compreende mais ou menos 97% da 
água da Terra ( NASA Education, 2011). 
 Atmosfera – é a camada gasosa que circunda a superfície da 
Terra, envolvendo portanto, a litosfera e a hidrosfera, atinge 
uma espessura de 600 km ( NASA Education, 2011). 
Prestando atenção para a definição, pode-se dizer que a biosfera abarca 
uma grande diversidade biológica (biodiversidade). 
O desenvolvimento tecnológico que acompaha o Homem sobre a 
natureza tem vindo a provocar fortes alterações sobre as três 
componentesda biosfera. Por exemplo, a combustão de 
hidrocarbonetos para a obtenção de energia tem sido responsável, em 
grande medida, pela alteração da composição química da atmosfera, 
poluíndo rios, lagos, e oceanos (hidrosfera) e o transporte marítimo 
desse combustíveis, por grandes 
ISCED Disciplina: Ecologia 
16 
 
petroleiros, tem provocado acidentes que causam a morte de milhões de 
seres vivos, reduzindo a biodiversidade. 
O reconhecimento e a distinção da biosfera, reveste-se hoje de uma 
grande importância prática pelo crescente surgimento de reservas da 
biosfera no mundo que têm vindo a ser designadas pela UNESCO ( 
Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) e 
que visam a realizar a gestão e conservação da biodiversidade de uma 
região. A selecção dessas reservas é feita a partir de propostas dos 
estados membros da UNESCO, seguida de uma avaliação por 
especialistas que assessoram o programa Homem e a Biosfera ( MAB). 
Anualmente, durante a reunião do Conselho Internacional de 
Coordenação do Programa, composto por representantes dos estados, 
são designadas novas reservas. Participam neste processo as 
comunidades locais, as organizações não governamentais, as 
autoridades e peritos em questões ambientais. África do Sul, camarões 
e Madagáscar, de entre outros, são alguns exemplos de países africanos 
obnde foram declaradas várias reservas da biosfera (UNESCO/MAB, 
2010). 
 
UNIDADE Temática 1.2. Origens e o 
desenvolvimento da ecologia. 
Origem 
A ecologia teve um percurso histórico longo e sempre suscitou vários 
debates de diversos pensadores que ao longo do tempo foram 
aparecendo. 
A ciência da ecologia teve, ao longo da história, um desenvolvimento 
paulatino, como todas as outras ciências. As obras dos antigos 
pensadores e filósofos da cultura grega já continham assuntos de 
natureza ecológica, apesar de que ainda não utilizavam a desegnação de 
ISCED Disciplina: Ecologia 
17 
 
―ecologia‖ para o tipo de material que era produzido. 
No século IV a.c., existia o conceito de ―equilibrio perfeito‖ que era um 
príncipio básico para compreender a natureza. Este conceito, inseria a 
visão de que a natureza está deseignada para beneficiar e preservar cada 
espécie e que as espécies permanecem sempre imutáveis. Por isso, a 
eclosão das pragas era considerada passageira e muitas vezes atribuída 
às pinições de natureza divina (Krebs, 1972). 
Antes de Haeckel descobrir, em 1869, a palavra certa para designar os 
estudos da ecologia, muitos pensadores da época do renascimento 
biológico dos séculos XVIII e XIX, tinham já dado a sua contribiição 
para o estudo da ecologia. Um deles foi Leeuwenhoek (1632-1723) que 
realizou estudos sobre cadeias alimentares e sobre a regulação da 
população (temas centrais da ecologia moderna) (Odum, 1997). 
Vários autores convergem no facto de que a ecologia tem as suas 
origens na história natural (por exemplo: Krebs, 1972; e Smith, 1991). 
A história natural é definida, por Krohne (2001), como sendo ―o estudo 
descritivo dos hábitos, do comportamento dos organismos nos 
ambientes naturais‖. 
Analisando esta definição pode-se dizer que a história da ecologia 
acompanha a hostória do desenvolvimento da humanidade, já que desde 
a era primitiva, o Homem que dependia da caça, da pesca e outras 
formas de busca de alimentos, tinha que ter um conhecimento profundo 
sobre a natureza, para poder encontrar os alimentos necessários para a 
sua subsistência. 
Até meados do século XIX os estudos da natureza eram profundamente 
descritivos, de história natural, que por sua vez propiciaram o 
levantamento de hipóteses sobre as interacções ecológicas, permitindo 
o desenvolvimento da ciência da ecologia. Para além da história 
natural, aw actividades exploratórias da natureza, realizadas por vários 
geógrafos de plantas botânicos, [rincipalmente nas Américas de Sul e 
Latina, também contribuíram para a ecologia. Eles encontraram a 
ISCED Disciplina: Ecologia 
18 
 
explicação das diferenças e das semelhanças dos diferentes tipos de 
vegetação nas semelhanças e diferenças climáticas. O resultado dos 
estudos exploratórios realizados foi a publicação de trabalhos 
descrevendo os diferentes tipos de vegetação e a sua correlação com as 
característucas ambientais. Um dos geógrafos destacados foi Warming 
(1841-1924), considerado o fundador da ecologia vegetal, tendo 
estudado a vegetação de algumas regiões do Brasil. Por sua vez, 
Clements introduziu a dinâmica das comunidades vegetais, sucessão 
ecológiaca, que examina por exemplo, a dinâmica da colonização da 
vegetação nas zonas dunares (dunas de areia) ( Smith, 1992). 
Os primeiros ecologistas estavam mais interessados na vegetação 
terrestre, mais tarde surgiram estudos sobre as relações entre 
organismos e o ambiente aquático, desenvolvidos por F.A. forel e A. 
Thienemann. Forel introduziu o termo limnologia para designar o 
estudo da vida em ambientes de água doce e Thienemann utilizou os 
termos proutores e consumidores e introduziu os conceitos de níveis 
tróficos e ciclos de nutrientes e fluxo de energia nos sistemas 
aquáticos. Linderman foi outro ecologista interessado em água doce, 
tendo estudado os ciclos de nutrientes e o fluxo de energia nos sistemas 
aquáticos; foi quem lançou os estudos da ecologia dos ecossistemas. 
Os trabalhos de Linderman ajudaram s desenvolver a investigação 
sobre fluxos de energia e o balanço de nutrientes em vários países da 
América e Europa (Smiyth, 1992; Shorrocks, 2007). 
A partir do século XVII, alguns estudantes de história natural e 
ecologia humana desenvolvem novas abordagens científicas. Um deles 
Gaunt, considerado pioneiro da demografia. Gaunt trabalhou sobre 
censos da população humana na cidade de Londres e pela primeira vez 
determinou quantitativamente alguns parâmetros populacionais. Outro 
naturalista foi Buffon (1756) apontou a existência de ―forças‖ (algumas 
doenças e a ecassez de alimentos) capazes de contrabalançar o 
crescimento populacional, ou seja, o princípio básico da regulação 
ecológica das populações. Tal como Gaunt e Buffon, os estudos de 
Thomas Malthus (1766-1834), 
ISCED Disciplina: Ecologia 
19 
 
economista britânico, estimularam também o desenvolvimento da 
ecologias das populações e, em 1798, Malthus publica um livro sobre a 
demografia humana, intitulado Essay on populations que gerou uma 
polémica na altura. No livro, Malthus defendeu a teoria segundo a qual 
as populações crescem a uma progressão geométrica (2
n-1
), enquanto os 
seus recursos alimentares crescem numa progressão aritmética (2n-1) 
(Krebs, 1972). 
Em termos simples, segundo a teoria de Malthus,a população aumenta 
mais depressa do que o abastecimento de alimentos necessários para o 
seu sustento (Odum, 1997) e o controlo do crescimento da população é 
exercido pela ocorrência de doenças, fome e outros males (Smith, 
1992). 
Maltus estimulou os estudos da dinâmica das populações que 
analisam como as populações crescem ( por exemplo: as taxas de 
natalidade e mortalidade), como se dispersam e como interagem. As 
ideias de Malthus não eram novas, outros pensadores e pesquisadores 
anteciparam Malthus. Contudo, pela polémica que gerou a sua teoria, 
foi Malthus quem mais chamou a atenção da sociedade sobre a questão 
do crescimento populacional. Nos finais do século XVIII e inícios do 
século XIX, Malthus e Cahrles Darwin (1809-1882),inglês naturalista, 
foram os que mais contribuíram para a extinção da visão do ―equilíbrio 
perfeito‖ da natureza. Dos estudos realizados por esses pensadores, 
emergiram três conceitos básicos novos que levaram ao descrdito a 
visão de ―equilíbrio perfeito‖: 
I. Muitas espécies extinguiram-se ao longo do tempo; 
II. A pressão populacional causa competição 
III. A selecção natural e luta pela existência são mecanismos que 
podem ser evidenciadas na natureza (Krebs, 1972). 
De facto, Darwin utilizou a teoria de Malthus para desenvolver uma 
nova teoria da selecção natural e luta pela sobrevivência. A teoria da 
selecção natural serviu para melhor 
ISCED Disciplina: Ecologia 
20 
 
explicar a teoria da origem e evolução das espécies, sustentando a idéia 
da ―sobrevivência do melhor daptado‖ ao meio ambiente. Darwion 
piblicou o livro On the Origin os Species em 1859 que pode ser 
traduzido para ― A Origem das espécies‖ (Dajoz, 1983; Smith, 1992). 
Gregor Mendel (1822-1884), monge austríaco, desenvolveu a genética 
ao estudar a teoria da transmissão de carcteres hereditários. Tanto a 
genética mendeliana como a teoria de Darwin formam combinadas para 
compreender a questão da evolução ao ambiente, doisn temas centrais 
em ecologia ( Smith, 1992). 
Ramos da ecologia 
Alguns autores como Odum (1997) dividem a ecologia em duas 
subdisciplinas principais: o ramo que estuda o indivíduo 
(autoecologia)e o ramo que estuda os grupos (sinecologia). 
Dajoz (1983) apresenta três subdivisões: a auatoecologia, a sinecologia 
e dinâmica das populações. 
A autocologia estuda a relação entre um organismo individual, ou s 
espécie individual, com o seu ambiente. A autoecologia analisa 
essencialmente as questões como os limites de tolerância e as 
preferências das espécies face aos diversos factores ecológicos (bióticos 
e abióticos) e examina como o meio ambiente pode influenciar a 
morfologia, a fisiologia e o comportamento de um organismo ( Dajoz, 
1983; Odum, 1997 & Krohne, 2001). 
Por exemplo, os conhecimentos das preferências térmicas de uma 
espécie permitirão explicar a sua localização nos diversos meios, a sua 
distribuição geográfica, abundância e actividade. É o caso dos estudos 
que nos permitem conhecer a distribuição do mosquitos e da malária 
hoje. 
A malária ocorre principalmente nos países tropicais e subtropicais, 
concretamente na África subsahariana, no sudoeste Asiático e na 
América so Sul. A ecologia da doença está associada à distribuição da 
ISCED Disciplina: Ecologia 
21 
 
água, uma vez que o estágio larval do mosquito desenvolve-se em 
corpos de água. Diferentes espécies de mosquito também requerem 
requisitos diferentes de temperatura, de luz, de água ( se é corrente o 
estagnada), de vegetação e outros factores. O actual aquecimento global 
da terra tem vindo a alterar os limites de distribuição do mosquito. 
Porque a temperatura subiu, o mosquito consegue hoje sobreviver 
também nas zonas de grandes altitudes onde anteriormente não 
conseguia sobreviver por serem muito frias (WHO, 2011). 
A ecologia das populações lida com a dinâmica das espécies que 
constituem as populações e como essas popula,cões interagem com o 
meio ambiente (Krohne, 2011). Este ramo enquadra-se na subdivisão 
que Dajoz (1983) designa por dinâmica de populações. 
É na ecologia das populações onde são realizados estudos, por 
exemplo, sobre os factores que são reponsáveis pelo crescimento de 
uma população (a natalidade) e os factores que contribuem para o seu 
declíneo (a mortalidade). 
Outros estudos da ecologia de populações têm ajudado a compreender 
porque é que a fragmentação dos habitats pode afectar a viabilidade das 
populações e contrinuir para a sua extinção (Newman, 1993). 
Por exemplo, em várias regiões de Moçambique, como em Cabo 
Delgado, as queimadas contribuem para criar um padrão de paisagem 
em que as zonas cultivadas ficam intercaladas com zonas de savana ou 
floresta primária ou vegetaçãi secundária (a que se desenvolve depos da 
queima) (GENTINSA? AECI, 1995). Formam-se assim fragmentos de 
habitats naturais de vários grupos de animais. 
Pelo facto de algumas espécies de animais de grande porte como as 
impalas, zebras e gazelas de Thomson necessitarem de extensas áreas 
de forragem, os fragmentos de habitats tornam-se pequenos para a 
busca de alimentos (e de outros recursos) e cirulação para o 
acasalamento. A longo prazo, estas limitações podem conduzir à 
ISCED Disciplina: Ecologia 
22 
 
extinção de algumas espécies (Newman, 1993). 
Um caso concreto observa-se em Cabo Delgado. As queimadas 
praticadas pelo Homem para vários fins, incluindo a caça, têm vindo a 
contribuir para a fragmentação e eliminação de habitats preferidos por 
alguns animais tornando-os mais expostos aos seus predadores 
(especialmente o Homem), para além de diminuir as suas fontes 
alimentares. Através da fragmentação e eliminação de habitats, 
aumenta a vulnerabilidade das espécies animais para a sua caça 
descontrolada, o que ameaça a sua sobrevivência. As espécies como o 
macaco-cão e o leopardo, por exemplo, estõe reconhecidas 
internacionalmente como espécies ameaçadas. A caça descontrolada 
destes animais pode conduzir à sua extinção e, por isso, está em 
conflito com as regras internacionais e nacionais de conservação de 
espécies. 
Sendo a comunidade o conjunto de populações de todas as espécies que 
coexistem numa detrminada área num determinado período de tempo, a 
ecologia das comunidades é o estudo das interacções que ocorrem 
entre os grupos de espécies que coexistem nessa área, por exemplo, a 
predação e a competição de entre outras interacções. Para além de 
estudar como as espécies interagem, a ecologia das comunidades 
preocupa-se em compreender como as comunidades podem mudar com 
o tempo ( Krohne, 2001). Este ramo (ecologia das comunidades) 
corresponde à subdivisão sinecologia definida por Dajoz (1983) e por 
Odum (1997). 
São enquadrados nea ecologias das comunidades, por exemplo, os 
estudos do processo de retorno natural da vegetação, depois da queima 
de uma floresta, num detrminado local. 
Durante o processo de sucessão podemos observar todas as espécies de 
plantas (e espécies de outros organismos) que se sucedem ao longo do 
tempo, até que a floresta eventualmente se restabeleça. Podem ser 
obseravados alguns aspectos de sucessão vegetal um ano depois do 
abandono da exploração de uma 
ISCED Disciplina: Ecologia 
23 
 
machamba. Um outro exemplo de sucessão ecológica pode ser 
observado olhando para os padrões de vegetação que ocorrem na ilha 
da Inhaca (Maputo). Estes compreendem florestas primárias e 
secundárias (desenvolvidas depois da queima das florestas primárias). 
A ecologia do ecossistema estuda a transferência de energia e o 
movimento de materiais entre as componentes do ecossistema, ou seja, 
entre a atmosfera, os oceanos, plantas e animais (ciclos 
biogeoquímicos), como é o caso do ciclo de carbono (Krohne, 2001). 
A ecologia das paisagens é um ramo novo da ecologia que estuda o 
problema da heterogeneidade espacial numa detrminada escala 
geográfica. Ela examina, por exemplo, os padrões do uso da terra eos 
factores que determinam esses padr~oes. De entre outras ciências, a 
ecologia das paisagens integra conhecimentos da geologia, ciências do 
solo, hidrologia, e da climatologia para compreender os determinantes 
dos padrões observados (Metzger,2001). 
Para definir os ramos da ecologia são também comuns critérios 
taxonómicos de divisão em que se estuda esoecificamente um 
determinado grupo de organismos. Exemplo, a ecologia de plantas, a 
ecologia dos insectos, a ecologia microbiana (Odum, 1997). 
Embora centrem os seus estudos num organismo específico, estes 
estudos dificilmente ignoram outros organismos, pois acabam incluindo 
também as interacções do organismo central, que é objecto de estudo, 
com outros organismos. 
Por exemplo, na obra editada por Crawlwy (1997) sobre ecologia 
vegetal, Howe&Westley (1997) desenvolvem tópicos ligados à 
coexistência entre as espécies de plantas e os agentes de dispersão das 
plantas de entre outros temas abordados. O conjunto das interacções 
analisadas por Howe&Westley (19987) denota a coexistência entre 
planats e animais (insectos, aves, mamíferos e outros). Alguns animais 
como os pássaros e os insectos facilitam a polinização das plantas e a 
disseminação de sementes. 
ISCED Disciplina: Ecologia 
24 
 
Os vários tipos de ambientes podem também constituir critério para 
subdivisões (Odum, 1997). Por exemplo, ecologia marinha, ecologia de 
ágia doce, ecologia do solo, ecologia terrestre, de entre outras. A 
ecologia marinha estuda a relaçao entre organismos e o meio ambiente 
marinho. 
Na ecologia das águas doces é estudada ―a relação entre os organismos 
eo meio aquático de água doce, no contexto do ecossistema principal‖. 
Os habitats aquáticos podem ser de água parada (lgos, lagoas, charcos e 
pântanos) ou corrente (nascentes e rios). A ecologia terrestre estuda a 
relação entre os organismos terrestres e o meio ambiente. O clima e os 
solos constituem os dois factores principais que são responsáveis pela 
estrutura das comunidades ecossistemas terrestres, para além dos 
factores que resultam das interacções entre as populações que 
constituem essas comunidades (Odum, 1997). 
A ecologia do solo, por sua vez, examina as interacções entre os 
organismos do solo e ambiente do solo. Ela procura ―compreender a 
dinâmica do solo, enquanto ecossistema, estudando os seus 
componentes e as interacções entre outros comonentes‖ (Oliveira, 
1976). 
Os organismos do solo, especialmente as minhoca, têm impactos 
importantes na decomposição da matéria orgânica e na reciclagem de 
nutrientes (Decaens et al, 2006). A ecologia do solo responde às 
questões: como o solo funciona? Que nutrientes podem ser reciclados 
no solo? Que organismos vivem no solo? Que processos ocorrem no 
solo e que relações é que esses processos têm com a produtividade da 
vegetação que o solo pode sustentra? ( Coleman&Crossley, 1996; 
Kilkham, 1994). A ecologia do solo oferece o conhecimento científico 
necessário para evotar a sobre-exploração dos solos da qual resulta a 
sua degradação. 
 
ISCED Disciplina: Ecologia 
25 
 
UNIDADE Temática 1.3. Princípios 
metodológicos e abordagens de estudo em 
Ecologia. 
Homolismo e reducionismo 
O reduccionismo e homolismo são duas formas de abordagem 
complementares na investigação ecológica. Os holistas consideram os 
ecossistemas demasiadamente complexos e para eles, para melhor 
investigar os ecossistemas, eles devem ser considerados unidades 
funcionais. Contrariramnte, o reducionistas, consideram que se formos 
capazes de descobrir como funciona parte de um sistema, então 
seremos capazes de compreender o funcionamento de todo o sistema( 
Smith, 1992; Krohne, 2001) 
Krohne (2001) considera que a ciência se desenvolve na base do 
reducionismo, uma vez que na base da experimentação, os 
investigadores reduzem e controlam diferentes variáveis possíveis e 
estudam com detalhe apenas algumas variáveis de cada vez. 
Considerando a nossa definição, o interesse da ecologia é de estudar 
todo o conjunto de interacções em que um organismo participa. 
Imagine todo o conjunto de possíveis interacções entre uma impla e o 
meio ambiente num ecossistema do tipo savana em Moçambique. As 
possíveis interacções entre a impala e savana são inúmeras e, 
compreender como funciona essa rede de interacções no seu conjunto, 
seria um dos exemplo dos desafios dos holistas. Portanto, Krohne 
(2001) considera a ecologia como sendo uma ciência basicamente 
holista, sendo esta uma abordagem que enfatiza a totalidade das 
interacções. 
Contudo, as duas formas de abordagem(reducionista e holista) são 
consideradas complementares e os reconhecimentos que se tem hoje 
sobre a natureza foram e continuam sendo conseguidos na base dos 
ISCED Disciplina: Ecologia 
26 
 
dois métodos de abordagem (Smith, 1992; Krohne, 1991). 
 
Método científico 
Lembremo-nos que o método científico estrutura-se basicamente em 
cinco etapas: 
I. Observação; 
II. Definição clara do problema; 
III. Formulação de hipóteses ( uma hipótese é uma resposta 
provisória ao problema que, sendo testada, pode ser confirmada 
ou refutada); 
IV. Teste de hipóteses; e 
V. Formulação das conclusões finais. 
As conclusões finais não significam necessariamente o encerramento 
definitivo de um detrminado estudo, embora procurem sistematizar os 
resultados obtidos. De facto, as conclusões finais pode suscitar mais 
perguntas para posteriores investigações. Além do mais, as conclusões 
podem servir de base para elaboraç~ao de políticas, de planos de acção 
ou recomendações de diversa natureza que possam orientar os 
processos de tomada de descisões. 
Para testar hipótes em ecologia pode-se utilizar experiências 
laboratóriais em que o investigador pode reduzir e controlar as 
variáveis, estudando alguns aspectos com maior detalhe. Porém, a 
maior parte dos estudos experimentais em ecologia são realizados em 
campo. Estes podem envolver a manipulação de algumas variáveis, 
como por exemplo, a remoção ou adição de nutrientes ou de algumas 
espécies de animais ou de plantas numa dada área, a construção de 
cercados de modo a vedar o acesso a u recurso, a marcação de algumas 
espécies de animais de modo a monitorar os seus movimentos e 
comportamento, de outos tipos de 
ISCED Disciplina: Ecologia 
27 
 
manipulação. Como pode imaginar, nos estudos de campo muitos 
factores ambientais inevitavelmente interferem com o trabalho 
experimental que se está a realizar, tornando mais complexa a análise 
de dados e a formulação das conclusões (Krohne, 2001). 
Para ilustrar estas complicações, Krohne (2001) apresenta o exemplo da 
predação de alces (Alces alces) pelos lobos em Isle Royale, Michigan, 
Estados Unidos. Os alces, também designados por cervos, são animais 
ruminantes, típicos das zonas frias do Hemisfério Norte, América do 
Norte e Europa, e que se alimentam de rebentos de folhas de arbustos. 
O exemplo pode ser adaptado para nossa situação local. Imagine que se 
observa uma reduao da população de impalas numa savana e somos 
chamados a investigar a causa dessa redução. 
Então poderíamos, por exemplo, colocar a seguinte hipótese: porque o 
leão se alimenta de impalas, o declíneo da população de impalas é o 
resultado da predaçao dos leões. Numa abordagem reducionista 
poderíamos simplificar esta relação de predação leão→impala, 
estabelecendo uma única ligação e consideraríamos as restantes 
possíveis interelações constantes e exeperimentalmente iríamos 
manipular a predação para observarmos os efeitos da mesma predação 
sobre a população de impalas. Poderíamos propor uma campanha de 
abate de leões e observar osefeitos dessa campanha no aumento sa 
população de impalas na savana. 
Poré, posteriormente a essa campanha, poderíamos não observar o 
efeito desejado. Assim, rejeitaríamos essa hipótese e formularíamos 
outra até chegarmos a compreender o sistema todo. 
De facto, as interacções entre a impala e oleão podem ser bem mais 
complexas. Por isso, ao reduzirmos a população de leões pode dar-se o 
caso de estarmos a afectar outrs interações que também podem afectar a 
população de impalas. A redução da população de leões pode por 
exemplo, exercer efeitos sobre outras presas do leão como as zebras e 
gazelas. A população destes animais poderia também aumentar, uma 
ISCED Disciplina: Ecologia 
28 
 
vez que o predador tornar-se-ia pouco frequente. 
Contudo, se as gazelas e as zebras competem com as impalas pelo 
mesmo alimento (mesmo tipo de capim), a população de impalas, em 
relação a qual centramos as nossas atenções e pretendemos aumentar, 
pode vir a diminuir por escassez de alimentos. 
Então, voltando à nosa manipulação experimental, se ao manipularmos 
a população de leões verificarmos uma rdeução no número de impalas 
ficaríamos na dúvida se de facto essa redução resulta da manipulação 
feita ou se a redução se deve a outras causas, via outras interacções 
indirectas. Daqui, pode se concluir que é importante observarmos 
outras possíveis interacções entre apopulação de impalas e o meio na 
savana em questão, para compreendermos as causas das fluatuações da 
população de impalas, ou seja, é necessária também uma abordagem 
holística do sistema. 
Por isso, Krohne (2001) concluiu que devido a xomplexidade das 
interacções entre organismo e o meio, em ecologia é difícil assegurar 
que um trabalho experimental não seja prejudicado por outrs 
interacções. Portanto, para que a abordagem experimental seja bem 
sucedida, é necessário: 
a) Que se tenha um conhecimento muito detalhado do sistema 
sobre o qual se está a trabalhar ou se pretende investigar; 
b) Permitir que as interacções mais prováveis sejam previamente 
conhecidas de modo a garantir a realização de desenhos 
experimentais válidas e uma boa interpretação de dados. 
Vários príncipios fundamentais gerais em ecologia são conseguidos na 
base da comparação de estudos similares, realizados em regiões 
diferentes. Estes estudos respondem às questões como: será que as 
conclusões sobre um detrminado estudo podem ser aplicads noutrs 
regiões, em situações similares? Portanto, a investigação ecológica 
pode prosseguir na base da interferência ecológica. Na base desses 
estudos comparativos, se conseguirmos 
ISCED Disciplina: Ecologia 
29 
 
chegar a uma conclusão comum, podemos inferir que descobrimos um 
princípio mais fundamental. A descoberta de temas comuns em sitemas 
muito diferentes permite generalizar os príncipios (Krohne, 2001). 
 
Explicação, descrição, previsão e controlo 
A descrição e a explicação são fundamentais em ecologia. Para 
compreendermos algo é necessário descrevermos e explicarmos 
devidamente o objecto que pretendemos compreender, o conhecimento 
constrói-se através da descrição e explicação (Begon et al, 1996). 
Independemente das formas de abordagem acima descritas (holismo e 
reducionismo), os ecologistas preocupam-se em responder a três 
questões básicas: o quê, como e porquê? (Smith, 1992) 
A resposta à questão o quê implica descrição. As primeiras 
publicaç~oes em ecologia eram de natureza descritiva, tendo 
possibilitado a descrição da estrutura das florestas, dos diferentes tipos 
de graminais, das zonas húmidas, dos processos de sucessão vegetal, da 
estrutura social das plantas e dos animais, da dispersão das populações, 
de entre outros ambientes e processos ecológicos. Portanto, a ecologia 
descritiva caracteriza o que existe e como o que existe se apresenta: a 
estrutura da população, das comunidades e dos ecossistemas. Ela busca 
o conhecimento sem testar hipóteses (estudos descritivos) e como deve 
ser do seu conhecimento, alguns tipos de pesquisa não requerem a 
formulação e nem teste de hipóteses. Os estudos descritivos têm 
contribuido para o desenvolvimento da ecologia, abrindo a 
oportunidade para formulação de questões ou problemas de pesquisa 
que impulsionam o desenvolvimentp da ciência e da ecologia (Smith, 
1992). 
A ecologia funcional responde às questões: como é que funcionam as 
populações, as comunidades e os ecossistemas? Aqui é estudado, por 
exemplo, como funciona uma floresta tropical (o fluxo de enercia e 
ciclo de nutrientes; como as 
ISCED Disciplina: Ecologia 
30 
 
populações que constituem as comunidades desses ecossistemas 
respondem às mudanças climáticas ou à acção de pertubações diversas 
como as queimadas, cheias, ciclones, invasão de pragas, de entre outros 
numerosos factores. O estudo da função (ecologia funcional)nenvolve a 
experimentação, que pode ser feita no ccampo como no laboratório 
(Smith, 1992). 
Falámos, na secção anterior, que as experiências no laboratório ou no 
campo envolvem algumas formas de manipiulação (desenhos 
experimentais) para testar hipóteses e analisámos alguns aspectos 
básicos que devem ser observados para a realização de uma 
experimentação. 
Os cientistas distinguem duas classes de explicações: a explicação 
imediata e a explicação final. Com base na explicação imediata passa-
se a conhecer a causa imediata do fenómeno observado. É com base na 
explicação imediata que respondemos às questões do tipo ―como?‖; por 
exemplo, ―como funciona um detrrminado fenómeno?‖ Estudos 
enquadrados na ecologia funcional. A explicação final, por sua vez, 
responde às questões do tipo ―porquê?‖ e para o efeito é utilizado o 
conceito da evoluç~ao ( Begon et al, 1996; Smith, 1992; Krohne, 
2001). 
Krohne (2001) apresenta uma abordagem mais abragente ao afirmar 
que ―as nossas explicações ecológicas actuais sobre a natureza estão 
previstas no conceito de evolução‖ 
Begon et al (1996) dão exemplo do que hoje se observa sobre a 
distribuição e abundância das espécies de aves e que a seguir 
apresentamos. 
A explicação imediata para esta observação pode ser dada na base de 
factores ambientais diversos como a distribuição dos alimentos, os 
parasitas e predadores que atacam as aves. Muitas espécies de aves 
tornam-se abundantes num dado local numa dada época porque 
ISCED Disciplina: Ecologia 
31 
 
abundam os insectos ou sementes que servem de alimento para eles. 
A abundância de uma espécie de ave acompanha a da disponibilidade 
de fonte alimentar. Esta seria uma possível explicação imediata. 
Contudo, poderíamos também perguntar como é que a mesma espécie 
de ave parece estar ―sujeita‖ a peramnecer sempre nos mesmos lugares 
onde ela se encontra? Porque é que um leão ou um leopardo adopta o 
mesmo padrão comportamental quando pretende caçar a presa? Estas 
questões são explicads com base na evolução. Neste caso concreto, 
encontramos a explicação final da presente distribuição e abundância 
de uma espécie de ave nas experiências ecológicas dos seus ancestrais 
(Begon et al, 1996). 
Autores referem ainda que em ecologia existem muitos problemas que 
requerem um explicação final e consideram os problemas que exigem 
uma explicação final tão importante quanto são as questões 
relacionadas com o controlo de pragas ou com a preservação de 
espécies raras. 
Muitas vezes, os ecologistas tentam fazer previsões do que vai 
acontecer a um organismo,uma população ou uma comunidade, um 
ecossistema, sob determinadas circunstâncias e com base nessas 
previsões tentamos explorar e fazer o controlo dessas populações, 
comunidades e ecossistemas. Por exemplo, procura-se minimizar o 
efeito da eclosão de uma praga de gafanhotos, fazendo a previsão de 
quando é que é mais provável que essa praga ocorra; tentamso proteger 
as culturas, fazendo a previsão sobre quando é que as condições sã 
favoráveis para o desenvolvimento duma cultura e desfavoráveis para 
os inimigos dessa cultura; tentamos proteger uma espécie rara fazendo 
uma previsão da política de conservação que nos vai permitir realizar 
essa protecção (Begon et al, 1996). 
Para facilitar a explicação de fenómenos naturais ou previsões, muitas 
vezes os ecologistas desenvolvem modelos. Modelos são abstracções 
ou simulações de fenómenos naturais que possibilitam a visualização 
mais claar de fenómenos que ocorrem 
ISCED Disciplina: Ecologia 
32 
 
ou a previsão de novos fenómenos. Modelos podem ser fórmulas 
matemáticas, por exemplo, as fórmulas matemáticas existentes sobre 
crescimento populacional e que podem ser traduzidos em gráficos 
(Smith, 1991). 
É através de modelos matemáticos que os ecologistas foram capazes de 
esclarecer o crescimento populacional e sobre previs~oes do 
aquecimento global do planeta Terra e elucidar sobre as consequências 
desse fenómeno que hoje se traduz nos desastres naturais que se 
observam. 
 
UNIDADE Temática 1.4. Aplicação da ecologia 
Aplicação da ecologia 
A ecologia pode ser aplicada na ciência ambiental, a qual envolve os 
estudos da acção humana sobre a natureza. O homem exerce 
modificações sobre a natureza, sendo uma delas a poluíção. Os estudos 
sobre os efeitos do aquecimento global, da poluíção dos rios, dos 
derrames de petróleo nos mares e oceanos, são alguns dos exemplos de 
estudo de investigação ambiental que aplicam a ecologia. Para além da 
ecologia, na ciência ambiental intervêm várias outras ciências como a 
Química, a Geologia, a Sociologia e a Economia (Krohne, 2001; Smith, 
1992). 
As ciências de gestão de recursos aplicam conceitos de ecologia para 
gerir de forma sustentável os recursos como populações animais e 
populações vegetais, de entre outros recursos. A título de exemplo, 
através da ciência da gestão da vida da fauna bravia é realizado o 
meneio dos animais selvagens nas reservas naturais e outros 
habitats,controlando os mecanismos que possam favorecer o 
desenvolvimento e a manutenção dessas populações animais de modo a 
providenciarem benefícios recreacionais, culturais ou económicos. A 
gestão de animais selvagens implica 
ISCED Disciplina: Ecologia 
33 
 
também a necessidade de conhecimentos de gestão de áreas de pasto, 
de reprodução e refúgio desses animais, de modo a garantir que essas 
áreas sejam capazes de sustentar a vida das populações animais 
(Yarrow, 2009). 
As florestas têm muitas funções. Fornecem a madeira que pode ser 
utilizada para o fabrico de vários objectos ou como combustível, 
fornecem os frutos, taninos, látex e outros produtos; fornecem animais 
que lá civem que podem ser caçados pelo Homem; protegem o solo, 
prevenindo a erosão; fornecem o espaço para a recreação e lazer; 
alternam a apar^encia da paisagem (Newman, 1993). A gestão de 
florestas constitui o conjunto de métodos que permitem explorar e 
utilizar de forma sustentável os benefícios directos e indirectos 
proporcionados pelas florestas. Similarmente, os conceitos da ecologia 
são aplicados na ciência da gestão dos recursos pesqueiros, a qual 
regula a actividade pesqueira de um país. 
A biologia da conservação é uma área que também aplica a ecologia, 
realizando a conservação e a promoção da biodiversidade. Uma grande 
pressão é exercida pela população humana para a conversão de áreas 
naturais, para acomodar as actividades como a agricultura, pastagens e 
exploração florestal. Estas actividades ameaçam e continuarão a 
ameaçar durante muito tempo a vida das espécies selvagens. Por isso, 
aumentam cada vez mais os desafios dos ecologistas para o 
aconselhamento na tomada de decisões sobre que áreas a preservar, que 
áreas naturais devem ser sacrificadas e como minimizar os prejuízos da 
perda da biodiversidade. A conservação deve ser feita sempre em prol 
da conservação da biodiversidade (Newman, 1993). 
Na área da agricultura, os conceitos de ecologia são aplicados, por 
exemplo, no controlo biológico ou biocontyrolo também conhecido por 
luta biológica. O controlo biológico é o conjunto de métodos que visam 
reduzir as populações de pragas utilizando inimigos naturais dessas 
pragas, implicando a intervenção do Homem. É necessário notar que as 
pragas podem ser eliminadas pela acção de organismos que ocorrem 
ISCED Disciplina: Ecologia 
34 
 
naturalmente e pelos factores ambientais, sem que seja necessária a 
intervenção do Homem; este tipo de controlo é designado por controlo 
natural (Shelton, 2010). No controlo biológico aplica-se, muitas vezes, 
o conceito da predação que é uma interação biológica em que um 
organismo (predador) consome outro organismo (presa). 
O emprego de predadores constitui o primeiro sucesso na luta 
biológica. Existem muitos exemplos deste sucesso sendo um deles, o da 
utilização de besouro (coleóptero) cujo nome científico Rodalia 
cardinalis e que é vulgarmente conhecido por ―joaninha‖. Este besoro é 
originário da Austrália e é actualmente cultivado em várias partes do 
mundo para ser utilizado no controlo e desenvolvimento da cochonolha 
da laranjeira (Icerya puchasi). A cochonilha foi introduzida 
acidentalmente em vários países e contibuiu para a eliminação de 
plantações de laranjeiras e de limoeiros, de entre outras plantações 
(dajoz, 1983) Note que a cochonilha é um insecto que ataca também a 
planta da mandioca. 
Para que os inimigos naturais sejam eficazes no controlo biológico é 
necessário que as populações do inimigo cresçam rapidamente quando 
o hospedeiro está dispnível. O inimigo natural deve reunir alguns 
requisitos para que seja efectivo no controlo biológico: 
 Ocorrer ao mesmo tempo que ocorre o hospedeiro; 
 Ser fectivo na procura do seu hospedeiro; e 
 Ser específico 
Nenhum inimigo natural consegue reunir todos os atributos no seu 
conjunto. Contudo, é necessário que reúna a maior parte deles, para que 
seja capaz de controlar a população da praga. As aranhas são 
geralmente predadoras, no entanto, elas procuram várias espécies como 
alimento, por isso não reúnem o critério desejado (Shelton, 2010). 
Podemos indicar também a ciência de restauração ecológica como 
sendo uma área científica que parte de princípios e conceitos de 
ISCED Disciplina: Ecologia 
35 
 
ecologia já estabelecidos. A restauração ecológica é uma actividade 
intencional que inicia ou acelera a recuperação de um ecossistema, no 
que respeita a sua saúde, integridade e sustentabilidade (Young et al, 
2005). A prática da restauração ecológica lida, por exemplo, com 
aspectos relacionados com a recuperação de solos, controlo da erosão, o 
reflorestamento de áreas degradadas, melhoramento de habitats, 
recuperação de zonas contaminadas ou degradads, durante a exploração 
mineira e a recuperação de áreas de pastagem (James, 2010). 
 
EXERCÍCIOS DO TEMA I 
1. Busque na literatura outra definição de ecologia diferente das 
apresentadas neste manual e faça uma análise crítica damesma, 
comparando-a com uma das definições apresentadas neste capítulo? 
2. Pesquise na literatura e descreva 4 áreas de aplicação da ecologia que 
sejam diferentes das que estão apresentadas neste manual? 
3. Indique duas áreas científicas que contribuiram para o para o 
desenvolvimento da ecologia? 
4. Explique a importancia de ecologia? 
5. Quais são os niveis de organização biológica que conheces? 
6. Indique os principais ramos de estudo da ecologia? 
 
TEMA – II: ECOSSISTEMA 
UNIDADE Temática 2.1. Conceitos e classificação dos ecossistemas 
naturais (Mundiais e de Moçambique). 
UNIDADE Temática 2.2. Ecossistemas Artificiais. 
ISCED Disciplina: Ecologia 
36 
 
UNIDADE Temática 3.3. Ecossistemas degradados. 
UNIDADE Temática 2.1. Conceitos e 
classificação dos ecossistemas naturais 
(Mundiais e de Moçambique) 
Ecossistema 
Um ecossistema é uma sistema ecológico processador de energia que 
inclui a comunidade e o seu ambiente fisico. As populações de 
organismos do sistema (plantas, animais e outros organismos) são os 
objectos através dos quais o sistema funciona. As entradas para dentro 
do ecossistema (inputs) são abióticas e bióticas. Os inputs abióticos são 
energia e a matéria inorgânica. A energia influencia a temperatura e a 
humidade. A matéria inorgânica é constituida pelos nutrientes que 
influenciam o crescimento e a reprodução. Os inputs bióticos incluem 
outros organismos que entram para o ecossistema bem como as 
influências exercidas por outros ecossistemas (Smith, 1992). 
Ainda segundo Smith (1992), é muito importante reter que nenhum 
ecossistema se encontra isolado de outros ecossistemas. Um 
ecossistema é influenciado por outros ecossistemas, como sistemas 
abertos, as saidas de um ecossistemas podem ser as entradas de outro 
vice versa. 
Quando se estuda um ecossistema é preciso estabeler os limites do 
ecossistema em estudo, em ecossistema terrestre, aquático, entre outros. 
É dificil estabelecer as fronteiras exactas entre os ecossistemas e pode-
se afirmar que não existem limites no que respeita a dimensão de um 
ecossistema, sendo que o investigador pode estabelecer as dimensões 
de um ecossistema de acordo com o seu interesse de estudo. Assim, os 
ecossistemas podem variar desde, por exemplo um vaso contendo solo 
e plantas, um jardim, uma machamba até as formas mais amplas como 
as florestas e savanas; os ecossistemas podem ser sistemas naturais ou 
sistemas criados pela acção humana. 
ISCED Disciplina: Ecologia 
37 
 
 
Tipos de Ecossistemas 
Os ecossistemas segundo a sua origem podem ser classificados em dois 
tipos, ecossistemas naturais e ecossistemas artificiais e podem ser 
terrestres ou aquáticos. 
Ecossistemas Naturais 
São aqueles que existem na natureza, resultantes de factores geológicos 
e biológicos sem nenhuma intervenção do homem. 
Tipos de Ecossistemas naturais 
Biomas 
Segundo O’ Hare(1988), biomas são definidos como sendo 
ecossistemas globais, caracterizados em função da vegetação 
predominate. Assim definidos, os biomas, mostram uma relação estreita 
entre: ( i) o solo e o clima ( factores abióticos) e ( ii) a vegetação e os 
organismos adaptados a ela ( factores bióticos). 
Vários ecologistas classificam os biomas de várias maneiras, por 
exemplo Whittaker (1975, Apud Morin, 1999) designou 36 biomas 
diferentes. Neste capítulo, apresenta-se uma classificação simplificada, 
com base em alguns autores como UCMP (2007), Krohne (2001) e 
O’Hare (1988). Assim, podemos destinguir no nosso planeta os 
seguintes biomas naturais principais: a tundra a floresta de folhagem 
decidua ou caduca, os graminais, os desertos, os biomas de água doce e 
os biomas marinhos. 
 
 
 
Tundra 
ISCED Disciplina: Ecologia 
38 
 
Segundo UCMP (2007) e Krohne ( 2001), o termo tundra provém da 
palavra finlandesa, tunturi que significa " planície sem árvores". A 
tundura ocorre a partir do limite norte da linha de árvores, na região sul 
da massa de gelo do oceano Árctico, estendendo-se até as zonas 
montanhosas da América do Norte, Europa e Sibéria,. Compreende 
enormes planícies sem árvores, cercadas de lagos e charcos. 
A tundura é o bioma que ocorre em regiões de clima mais frio, com 
temperaturas que chegam a atingir 40
o 
C negativos durante o inverno 
escuro que dura cerca de seis meses; a precipitação annual total é 
escassa ( 150 a 250 mm), chegando a ser inferior do que a da maioria 
dos desertos quentes. 
O solo superficial, até mais ou menos 5 centímetros descongela durante 
o verão, mas o sbsolo é permanantemente congelado ( permafrost); o 
permafrost pode atingir uma profundidade de 400 a 600 metros 
(Krohne, 2001; UCMP, 2007). 
Devido ás caracteristicas do solo, a vegetação é geralmente rasteira de 
crescimento lento, algumas espécies que mal se desenvolvem na 
tundura, crescem melhor naslatitudes mais baixas. A vegetação varia 
conforme as características de região. Em algumas regiões abundam 
arbustos anões, musgos e líquenes (Krohne, 2001). As plantas da 
tundura reproduzem-se vegetativamente, por meio de rizomas, bolbos, 
ou tubérculos que são órgãos que resistem ao frio, que podem 
permanecer no estado latent durante o inverno e produzir rebento no 
verão, as plantas da tundura estão também adaptadas á seca, uma vez 
que a água se encontra congelada e a chuva é escassa (Krohne, 2001; 
UCMP, 2007). 
A fauna adaptada á tundura é contituída por roedores e outros animais 
escavadores( vivem por baixo da neve); de entre outros ani,ais, 
encontram-se também as renas, as lebre-árcticas, as raposas, os esquilos 
as dononhas e várias espécies de aves ( UCMP 2007). 
 
ISCED Disciplina: Ecologia 
39 
 
Florestas de coníferas 
As florestas de coníferas ocorre no hemisfério norte, entre a tundura ( a 
norte) e a floresta decidua ( a sul). Encontra-se distribuída pela América 
do Norte , Europa e a Ásia. O bioma compreende a taiga, a floresta 
boreal, as florestas de coníferas das zonas montanhosas e as florestas de 
coníferas das regiões conteiras. 
As coníferas constituem um grupo de plantas a que pertencem, por 
exemplo, os pinheiros e são assim designadas pelo facto de 
apresentarem frutos de forma de cones ( pinhas). As florestas de 
coníferas constituem uma vegetação sempre verde ( conservam-se 
verdes durante todo ano). As folhas são geralmente pequenas e finas, 
modificadas n forma de agulhas ( redução da área foliar) e cobertas por 
uma cutícula de cera, que as permite resistir ao frio e á seca fisiológica; 
as conífera chegam a suportar temperaturas negativas extremas, 
inferiors a -30
o
 C. 
Várias espécies de coníferas possuem seiva oleosa, chamada resina, que 
não é agradável para muitos insectos que evitam consumer estas 
plantas. A resina atrasa a decomposição das folhas, quando came no 
chão florestal, por isso, o chão florestal, neste bioma, apresenta uma 
boa espessura de manta morta. A resina das coníferas são inflamáveis, 
daí resulta a alta susceptibilidade deste bioma ao fogo. 
A precipitação media anula na floresta de coníferas varia de 300 a 900 
mm e algumas florestas recebem até2,000mm( a quantidade de 
precipitação depende da localização da floresta).nas florestas borealis 
os invernos são longos, frios secos, enquanto os verões são curtos e 
moderadamene quentes. Nas latitudes mais baixas , a precipitação é 
bem distribuída ao longo do ano. 
A taiga ocorre imediatamente

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