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penhora de bens

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL EXECUÇÃO
AULA: EXPROPRIAÇÃO DE BENS DO DEVEDOR.
	PROFESSOR: WILTON SOBRINHO DA SILVA
Juiz Federal Substituto do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Mestrando em Ciências Contábeis/UFBA. Pós-graduando em DIREITO MATERIAL E PROCESSUAL DO TRABALHO e Especialista em GESTÃO ESTRATÉGICA DE RECURSOS HUMANOS. Graduado em DIREITO pela Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC (2007) e em ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS, também pela UESC (2010).	
Foi servidor da Justiça do Trabalho em Itabuna, por 14 anos.
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ROTEIRO
Introdução
Objetivos
Expropriação – Conceito e Matriz Constitucional
Adjudicação
Arrematação
Alienação por Iniciativa Particular
Leilão Judicial – Requisitos e Procedimentos
Usufruto de Bens
Referências
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OBJETIVOS 
Apresentar as definições, classificações e procedimentos que gravitam em torno da fase expropriatória do processo de execução.
Compreender a finalidade das três formas básicas de expropriação de bens do devedor que possibilitam por fim ao processo de execução.
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EXPROPRIAÇÃO
A expropriação de bens do devedor tem fundamento na Constituição Federal, que prevê em seu art. 5º, LIV o seguinte comando:
			“ninguém será privado da liberdade ou 		de 		seus bens sem o devido 			processo legal;
	Esta disposição constitucional proíbe até mesmo que a Administração Pública faça leilões extrajudiciais.
	
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EXPROPRIAÇÃO
	
	Exceção legal é a alienação extrajudicial de bens dados em garantia fiduciária (Decreto-Lei 911/69), portanto, pode esta regra ser declarada inconstitucional, muito embora não seja comum a postulação nesse sentido.
	
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ADJUDICAÇÃO
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ADJUDICAÇÃO
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ADJUDICAÇÃO
HAVENDO DISPUTA ENTRE OS LEGITIMADOS A REQUERER A ADJUDICAÇÃO, ESTA SERÁ DEFERIDA ÀQUELE QUE OFERECER MELHOR PREÇO.
FRUSTRADAS AS OUTRAS FORMAS DE ALIENAÇÃO, PODE O CREDOR REPETIR O PEDIDO DE ALIENAÇÃO JUDICIAL, INCLUSIVE COM A REAVALIAÇÃO DO BEM PENHORADO.
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ADJUDICAÇÃO X DAÇÃO EM PAGAMENTO
A Adjudicação e Dação em Pagamento não se confundem. 
A adjudicação é ato processual que importa em transferência coativa do bem penhorado pela via judicial, como toda venda executiva;
A dação em pagamento é instituto de direito material ( arts. 356-359 do CC), em que o consentimento aparece como elemento central para a sua consecução. As figuras são inconfundíveis. (MARINONI, ARENHART E MITIDIERO, 2015).
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ARREMATAÇÃO
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ARREMATAÇÃO
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ARREMATAÇÃO
Pela dicção do NCPC (art. 895), admite-se a venda parcelada do bem em leilão, desde que seja apresentada proposta por escrito, até o início do leilão.
Nos dez dias seguintes à assinatura do Auto de Arrematação, podem ser opostos embargos à arrematação, alegando-se a venda por preço vil ou outro vício qualquer. Ultrapassado este prazo, somente por ação própria, poderá ser pleiteada a invalidação da arrematação.
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ARREMATAÇÃO x RECEBIMENTO DE CRÉDITO PELO EXEQUENTE
Um registro importante e não muito bem abordado no cotidiano forense: o bem pode ser vendido em um processo judicial e o dinheiro arrecadado pode ser revertido para satisfazer a execução de outro processo. Isto porque o art. 908 dispõe que, havendo pluralidade de credores, o dinheiro lhes será entregue consoante a ordem de suas respectivas preferências.
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ARREMATAÇÃO x RECEBIMENTO DE CRÉDITO PELO EXEQUENTE
Então, pode ser que o bem tenha sido anteriormente penhorado em um processo, mas vendido em outro, cuja penhora foi posterior. Neste caso, o dinheiro irá, inicialmente, satisfazer o crédito daquele que primeiro realizou a penhora.
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ALIENAÇÃO POR INICIATIVA DO CREDOR.
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 CONSEQUÊNCIAS DA EXPROPRIAÇÃO
AS FORMAS DE EXPROPRIAÇÃO CARACTERIZAM-SE COMO TÍTULO AQUISITIVO ORIGINÁRIO, PORTANTO, NÃO SÃO DEVIDOS, EM REGRA, TRIBUTOS SOBRE A TRASMISSÃO DOS BENS. 
E OS IMPOSTOS E TAXAS, PORVENTURA EXISTENTES NA DATA DA ALIENAÇÃO?? SEGUEM O BEM OU SÃO BAIXADOS??
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 CONSEQUÊNCIAS DA EXPROPRIAÇÃO: JURISPRUDÊNCIA
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. IMPOSTO TERRITORIAL RURAL (ITR). ARREMATAÇÃO EM HASTA PÚBLICA. AQUISIÇÃO ORIGINÁRIA. RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO. ART. 130, PARÁGRAFO ÚNICO DO CTN. SUB-ROGAÇÃO NO PREÇO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS INDEVIDOS. INCIDÊNCIA DO ENCARGO DO DECRETO-LEI N.º 1.025/69. 
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 CONSEQUÊNCIAS DA EXPROPRIAÇÃO- JURISPRUDÊNCIA.
O cerne da questão ora trazida à liça cinge-se à responsabilidade pelo pagamento do Imposto Territorial Rural (ITR), ano-base 1998, incidente sobre imóvel arrematado em hasta pública, em 25/03/2004. 2. Muito embora o inciso I do art. 131, do CTN consagre a responsabilidade do adquirente pelos tributos referentes aos bens adquiridos, o parágrafo único do art. 130 é categórico ao afastar a responsabilidade do arrematante pelos tributos inadimplidos até a data da arrematação do bem imóvel, modalidade de aquisição originária. 
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LEILÃO- PROCEDIMENTOS
Art. 881.  A alienação far-se-á em leilão judicial se não efetivada a adjudicação ou a alienação por iniciativa particular.
Art. 882.  Não sendo possível a sua realização por meio eletrônico, o leilão será presencial.
§ 2o A alienação judicial por meio eletrônico deverá atender aos requisitos de ampla publicidade, autenticidade e segurança, com observância das regras estabelecidas na legislação sobre certificação digital.
§ 3o O leilão presencial será realizado no local designado pelo juiz.
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LEILÃO- PROCEDIMENTOS
Art. 883.  Caberá ao juiz a designação do leiloeiro público, que poderá ser indicado pelo exequente.
Art. 884.  Incumbe ao leiloeiro público:
I - publicar o edital, anunciando a alienação;
II - realizar o leilão onde se encontrem os bens ou no lugar designado pelo juiz;
III - expor aos pretendentes os bens ou as amostras das mercadorias;
IV - receber e depositar, dentro de 1 (um) dia, à ordem do juiz, o produto da alienação;
V - prestar contas nos 2 (dois) dias subsequentes ao depósito.
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LEILÃO- PROCEDIMENTOS
Parágrafo único.  O leiloeiro tem o direito de receber do arrematante a comissão estabelecida em lei ou arbitrada pelo juiz.
Art. 885.  O juiz da execução estabelecerá o preço mínimo, as condições de pagamento e as garantias que poderão ser prestadas pelo arrematante.
 
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EDITAL DE LEILÃO – REQUISITOS (art. 886)
I - a descrição do bem penhorado, com suas características, e, tratando-se de imóvel, sua situação e suas divisas, com remissão à matrícula e aos registros;
II - o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo qual poderá ser alienado, as condições de pagamento e, se for o caso, a comissão do leiloeiro designado;
III - o lugar onde estiverem os móveis, os veículos e os semoventes e, tratando-se de créditos ou direitos, a identificação dos autos do processo em que foram penhorados;
IV - o sítio, na rede mundial de computadores, e o período em que se realizará o leilão, salvo se este se der de modo presencial, hipótese em que serão indicados o local, o dia e a hora de sua realização;
V - a indicação de local, dia e hora de segundo leilão presencial, para a hipótese de não haver interessado no primeiro;
VI - menção da existência de ônus, recurso ou processo pendente sobre os bens a serem leiloados.
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QUEM PODE PARTICIPAR DO LEILÃO (ART. 890)
Pode oferecer lance quem estiver na livre administração de seus bens, com exceção:
I - dos tutores, dos curadores, dos testamenteiros, dos administradores ou dos liquidantes, quanto aos bens confiados à sua guarda e à sua responsabilidade;
II - dos mandatários, quanto aos bens de cuja administração ou alienação estejam encarregados;
III - do juiz, do membro do Ministério Público e da Defensoria Pública, do escrivão, do chefe de secretaria e dos demais servidores e auxiliares da justiça, em relação aos bens e direitos objeto de alienação na localidadeonde servirem ou a que se estender a sua autoridade;
IV - dos servidores públicos em geral, quanto aos bens ou aos direitos da pessoa jurídica a que servirem ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;
V - dos leiloeiros e seus prepostos, quanto aos bens de cuja venda estejam encarregados;
VI - dos advogados de qualquer das partes.
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USUFRUTO DE BENS 
O Novo CPC autoriza esta forma de satisfação da execução, que é a única em que o bem do executado NÃO deixa de integrar o seu patrimônio, já que apenas os rendimentos gerados pelo mesmo é que serão transferidos para o exequente. 
Usualmente, vem sendo adotada quando revela como meio menos gravoso ao devedor.
Como exemplo, podemos citar uma penhora sobre estabelecimento comercial rentável ou sobre um imóvel com diversas salas /lojas alugadas (shopping ou prédios de quitinetes).
Na verdade, o Novo CPC equiparou o usufruto sobre bens móveis e imóveis à penhora dos rendimentos por eles fornecidos.
Há necessidade de nomeação de administrador-depositário para gerir o empreendimento, enquanto ele estiver penhorado.
(HARTMANN, 2016)
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PRÁTICA FORENSE- DIFERENCIAÇÃO ENTRE PRAÇA, LEILÃO E HASTA PÚBLICA.
Utiliza-se o termo hasta pública, quando se tratar de bem móvel ou imóvel, levado à praça ou leilão.
O termo hasta pública é gênero, do qual praça ou leilão são espécies.
Antes, a praça era reservada aos bens imóveis e o leilão para bens móveis. Atualmente essa distinção não mais existe, sendo todos os atos considerados unicamente como LEILÃO de bens móveis ou imóveis. 
Como visto, caíram em desuso as expressões PRAÇA e HASTA PÚBLICA. 
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REFERÊNCIAS
CÂMARA, Alexandre Freitas. O novo processual civil brasileiro, 2ª ed. São Paulo, Atlas, 2016. 
HARTMANN, Rodolfo Kronemberg. Curso Completo do Novo Processo Civil, 3ª edição. Rio de Janeiro: Impetus, 2016.
MARINONI, Luiz Guilherme, ARENHAHRT, Sérgio Cruz, MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo Civil Comentado, 2ª ed. São Paulo: RT
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. Volume 3. 49 ª edição,Rio de Janeiro: Forense, 2016
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