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Projeto Vizinhança Solidária - Batalhão Participativo (1)

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v0.00%
Associação de Moradores do Conjunto dos Professores da
UFRN
Conselho Comunitário de Cooperação da Defesa Social –
CCCDS - Capim Macio I 
Vizinhança Solidária
 
Projeto de Polícia de Proximidade (interativa).
Implementação do Projeto de Polícia Comunitária com
Videomonitoramento Colaborativo em Capim Macio I 
(esse trabalho foi anexado ao PLANESP1)
Natal/RN
2019
1PLANESP. PLANO ESTRATÉGICO DO SISTEMA ESTADUAL DA SEGURANÇA PÚBLICA 
CCCDS-Capim Macio I - Projeto Vizinhança Solidária: Batalhão Participativo – Professor Janildo da Silva Arantes 1
Autor: 2º Sargento Policial Militar Janildo da Silva Arante 2
 
Vizinhança Solidária:
Batalhão Participativo
Trabalho elaborado a partir do estudo de
caso análise feito através de observações
cotidianas no que tange à Polícia de
Proximidade nos bairros da Zona Sul de
Natal, área de atuação do 5º BPM, ator
público responsável pelo policiamento
ostensivo da Zona Sul de Natal. A
aplicabilidade em Capim Macio vai
depender da aprovação popular.
Natal – RN
2019
2Janildo da Silva Arante, 2º Sargento QPMP-0 - PMRN, é formado em Matemática Licenciatura Plena pela
UFRN e pós-graduando em Polícia Comunitária (UNYLEYA) e em Criminologia (Faculdade Futura). Possui
diversos cursos na área de Segurança Pública. Já ministrou, junto ao CFAPM (CFS e CAS), além dessa Polícia de
Proximidade (CAS 2019.2), as disciplinas de Estatística Aplicada à segurança Pública (CFS - CFAPM), Sistema
e Gestão em Segurança Pública (CAS), Polícia Comunitária (CAS), Polícia Interativa (CAS – Nova Cruz),
Fundamentos da Gestão Pública Aplicados à Segurança Pública (CFS – Nova Cruz), Sistemas de Segurança
Pública e Gestão Integrada e Comunitária (CFS – CFAPM e Nova Cruz) e Didática Aplicada à segurança Pública
(CFS - CFAPM).
CCCDS-Capim Macio I - Projeto Vizinhança Solidária: Batalhão Participativo – Professor Janildo da Silva Arantes 2
v0.00%
Associação de Moradores do Conjunto dos Professores da
UFRN
Conselho Comunitário de Cooperação da Defesa Social –
CCCDS - Capim Macio I 
PROJETO PARA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍCIA DE
PROXIMIDADE NA ÁREA DE CAPIM MACIO I (CONJUNTOS:
CIDADE JARDIM, VILLAGE DOS MARES E DOS
PROFESSORES DAS UFRN) 
Comissão responsável pela elaboração do Projeto:
 Professor Janildo da Silva Arante - 1º SECRETÁRIO DO CCCDS (Autor)
Membro da Comissão
Fátima Rafael Maciel - PRESIDENTE DO CCCDS
Membro da Comissão
Marco Antônio Fonseca Jorge – VICE-PRESIDENTE DO CONSELHO FISCAL
Membro da Comissão
Gustavo Ribeiro Júnior (Guga)- VICE-PRESIDENTE DO CCCDS
Membro da Comissão
Tuca - PRESIDENTE DO CONSELHO FISCAL
Membro da Comissão
Jorian Matias da Silva - 2º SECRETÁRIO DO CCCDS
Membro da Comissão
CCCDS-Capim Macio I - Projeto Vizinhança Solidária: Batalhão Participativo – Professor Janildo da Silva Arantes 3
1. APRESENTAÇÃO
Esta obra foi idealizada por um grupo formado em reuniões realizadas nas Comunidades de
Capim Macio I (Conjunto dos Professores da UFRN – Village dos Mares e Cidade Jardim).
A partir dessas reuniões foram traçadas as metas de implantação estadual de polícia de
proximidade. Nesses encontros lançamos mãos de metodologias e técnicas de ensino como o
brainstorming/brainwriting (utilizados para gerar novas ideias, buscar soluções para um determinado
problema. Todas as ideias surgidas devem ser registradas, a seguir categorizadas e analisadas com o
auxílio de um coordenador. Ao final, o grupo toma as decisões para a resolução do problema) , Estudo
de casos [técnica que compreende a discussão em pequenos grupos de casos verídicos ou baseados em
fatos relacionados a situações que farão parte do cotidiano da área de segurança pública. Os casos
deverão vir acompanhados do máximo de informações pertinentes para que o estudante possa analisá-
los (caso análise – no nosso caso específico escolhemos por unanimidade o projeto Comunidade
Segura: Batalhão participativo da comunidade de Morro Branco e, por que não, o Policiamento
de Proximidade utilizado pelo 5º BPM) ou apresentar possíveis soluções (caso problema). Esta
técnica permite que os estudantes analisem a situação apresentada e apliquem os conhecimentos
aprendidos], a Abordagem estrutural, policiamento orientado por problemas (a resolução de
problemas deve se basear na análise de causas estruturais, na consideração de todos os fatores
subjacentes e nos meios disponíveis de criação de segurança), Painel de discussão (caracteriza-se pela
apresentação de especialistas que expõem a sua visão sobre determinado tema a ser debatido. Pode ser
coordenado por um moderador que controlará o tempo de exposição e de debate e organizará a síntese
dos pontos abordados no painel) e Discussões em grupos (apresentação de um tema a ser discutido a
cada grupo). Ao final do tempo estipulado, os grupos apresentam a síntese da discussão, a partir desses
artifícios pedagógicos ficamos de elaborar esse relatório que abrange as atividades de Polícia Interativa
na Zona Sul de Natal.
INTERAÇÃO
Para uma boa interação com a comunidade o policial militar tem de participar de cursos de
extensão para que possa atender melhor a população. Segundo o Portal do Governo do Estado do
Ceará:
O tenente-coronel Castelo Branco, que atualmente é comandante do 5° Batalhão da Polícia
Militar do Rio Grande do Norte, foi a Fortaleza para participar do Seminário Internacional
promovido pela AESP3. O oficial, que já desenvolve ações de polícia comunitária em sua
unidade, conta que esta é uma oportunidade única de trocar experiências e ampliar seus
conhecimentos. “O objetivo principal é adquirir conhecimento, conhecer as experiências do
Japão e do Ceará, que já são referências. Eu creio que a polícia comunitária é o futuro, eu tenho
dito ao meu efetivo que a gente não trabalha por produtividade e sim pelo grau de satisfação que
a comunidade recebe dos nossos serviços. Claro que a pronta resposta tem que ser dada, a força
reativa tem que ser utilizada, mas, o contato principal com a comunidade, saber o que a
comunidade está passando, interagir é fundamental e eu desejo que não seja uma tendência não
só no Ceará ou no Rio Grande do Norte, mas em todo Brasil”, declarou o policial potiguar.
FÓRUM PERMANENTE DE SEGURANÇA PÚBLICA: Policiamento
Comunitário e Estratégias de Segurança Pública do Ceará são temas de Seminário Internacional.
Disponível em:<https://www.aesp.ce.gov.br/2019/08/12/policiamento-
comunitario-e-estrategias-de-seguranca-publica-do-ceara-sao-temas-de-
seminario-internacional/ >. Acesso em 01 out 2019.
Filosofia de Polícia Comunitária (Interativa ou de Proximidade)
A filosofia de polícia comunitária vem ganhando força ao redor do mundo, a ideia de
aproximação do policial com a comunidade vem produzindo resultados positivos nas regiões onde é
aplicada e se mostra uma importante ferramenta dos órgãos de segurança na estratégia contra o crime.
Dessa forma, considerando-se um assunto de relevante importância para a preservação da ordem
pública, o tema deve ser constantemente desenvolvido nos debates sobre estratégias de segurança
pública.
O problema é consequência do aumento exagerado nos níveis de violência e criminalidade no
país, que, por certo, reflete em toda comunidade. O Estado, através de seus órgãos, não pode ficar
inerte a tal situação. No entanto, deve compreender que o controle da criminalidade não pode mais ficar
3Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará 
CCCDS-Capim Macio I - Projeto Vizinhança Solidária: Batalhão Participativo – Professor Janildo da Silva Arantes 4
restrito as ações repressivas da polícia. Mais que realizar o policiamento ostensivo, deve-se buscar
entender as circunstâncias diretasdo problema, para então poder efetivar ações sobre as causas.
O Modelo Interativo de Polícia (A Polícia Interativa ou de proximidade) ostenta-se como um
serviço completo de policiamento (proativo/preventivo e repressivo/reativo), através da parceria com as
comunidades; na identificação, priorização e resolução de problemas de segurança pública e outros. O
policiamento interativo baseia-se numa filosofia inovadora no campo da Segurança Pública, onde as
comunidades participam da elaboração das políticas voltadas para as ações policiais, através da visão
preventiva, junto aos órgãos oficiais da Polícia, de maneira permanente e organizada. (Adaptado de
TROJANOWICZ, BUCQUEROUX;1994)
Deve ser implementado de forma descentralizada e personalizada, buscando a participação
comunitária por meio de discussões, informações, sugestões e críticas.
Seu objetivo principal pauta-se na melhoria da qualidade de vida de todo o grupo social,
através da diminuição dos índices de criminalidade. Devem ser abolidos os sectarismos sociais e
econômicos.
OS DEZ PRINCÍPIOS DA POLÍCIA COMUNITÁRIA
Para uma implantação do sistema de Policiamento Comunitário é necessário que todos na instituição
conheçam os seus princípios, praticando-os permanentemente e com total honestidade de propósitos.
Conforme Moreira (2005), estes princípios são universais e estão correlacionados aos mesmos
fundamentos da atividade policial moderna; são eles: 
1. Filosofia e Estratégia Organizacional - A base desta filosofia é a comunidade. Para direcionar seus
esforços, a Polícia, em vez de buscar ideias preconcebidas, deve buscar, junto às comunidades, os anseios e as
preocupações das mesmas, a fim de traduzi-los em procedimentos de segurança;
2. Comprometimento da Organização com a concessão de poder à Comunidade - Dentro da
comunidade, os cidadãos devem participar, como plenos parceiros da polícia, dos direitos e das responsabilidades
envolvidas na identificação, priorização e solução dos problemas;
3. Policiamento Descentralizado e Personalizado - É necessário um policial plenamente envolvido com
a comunidade, conhecido pela mesma e conhecedor de suas realidades;
4. Resolução Preventiva de Problemas a curto e a longo prazo - A ideia é que o policial não seja
acionado pelo rádio, mas que se antecipe à ocorrência. Com isso, o número de chamadas do COPOM deve
diminuir;
5. Ética, Legalidade, Responsabilidade e Confiança – O Policiamento Comunitário pressupõe um novo
contrato entre a polícia e os cidadãos aos quais ela atende, com base no rigor do respeito à ética policial, da
legalidade dos procedimentos, da responsabilidade e da confiança mútua que devem existir;
6. Extensão do Mandato Policial - Cada policial passa a atuar como um chefe de polícia local, com
autonomia e liberdade para tomar iniciativa, dentro de parâmetros rígidos de responsabilidade. O propósito, para
que o Policial Comunitário possua o poder, é perguntar-se:
- Isto está correto para a comunidade?
- Isto está correto para a segurança da minha região?
- Isto é ético e legal?
- Isto é algo que estou disposto a me responsabilizar?
- Isto é condizente com os valores da Corporação?
Se a resposta for Sim a todas essas perguntas, não peça permissão.
Faça-o!
7. Ajuda às pessoas com Necessidades Específicas - Valorizar as vidas de pessoas mais vulneráveis:
jovens, idosos, minorias, pobres, deficientes, sem teto, etc. Isso deve ser um compromisso inalienável do Policial
Comunitário;
8. Criatividade e apoio básico - Ter confiança nas pessoas que estão na linha de frente da atuação
policial, confiar no seu discernimento, sabedoria, experiência e sobretudo na formação que recebeu. Isso
propiciará abordagens mais criativas para os problemas contemporâneos da comunidade;
9. Mudança interna - O Policiamento Comunitário exige uma abordagem plenamente integrada,
envolvendo toda a organização.
É fundamental a reciclagem de seus cursos e respectivos currículos, bem como de todos os seus quadros
de pessoal. É uma mudança que se projeta para 10 ou 15 anos;
10. Construção do Futuro - Deve-se oferecer à comunidade um serviço policial descentralizado e
personalizado, com endereço certo. A ordem não deve ser imposta de fora para dentro, mas as pessoas devem ser
encorajadas a pensar na polícia como um recurso a ser Utilizado para ajudá-las a resolver problemas atuais de sua
comunidade.
OS DEZ PRINCÍPIOS DA POLÍCIA COMUNITÁRIA. Disponível em: 
<http://www.policiacomunitaria.ms.gov.br/principios-do-policiamento-comunitario/ >. Acesso em 02 out 2019.
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
Apresentar informações e ferramentas objetivas aos discentes a fim de viabilizar a prática do
CCCDS-Capim Macio I - Projeto Vizinhança Solidária: Batalhão Participativo – Professor Janildo da Silva Arantes 5
Policiamento de Proximidade, bem como analisar os seus pontos fortes e avaliar a utilização de
técnicas específicas que modifiquem a própria realidade e da comunidade em que se estar inserido.
2.2. Objetivos Específicos
➢ Aumentar a sensação de segurança na sociedade;
➢ Consolidar o policiamento preventivo mais eficiente, como u meio capaz de elevar a
sensação de segurança da comunidade, bem como fortalecer a imagem da Policia Milita, tornando-a
mais visível.
➢ Contribuir para o fortalecimento da imagem da Polícia Militar, tornando-a mais visível
aos olhos da população, através das ações desenvolvidas por um policiamento comunitário eficiente,
eficaz e efetivo, capaz de elevar a sensação de segurança da comunidade.
➢ Desenvolver ações de responsabilidades sociais, em parceria com os demais órgãos
públicos do estado e município, que visem diminuir os índices de violência.
➢ Desenvolver ações educativas que visem a consolidação da doutrina de Polícia
Comunitária e de gestão de pessoas, envolvendo o público interno e externo.
➢ Diminuir os índices de criminalidade nas regiões atendidas pelo policiamento.
➢ Empregar recursos tecnológicos avançados para a captura de áudio e imagens que
auxiliarão as forças policiais na preservação da ordem pública proporcionando mais segurança à
população da Zona Sul de Natal.
➢ Envolver todos os segmentos organizados da sociedade e o povo em geral na construção
da segurança pública: “ (…) dever do Estado, direito e responsabilidade de todos...”. Conscientizar o
Policial Militar como um agente prestador de serviço público de segurança comunitária que prioriza a
qualidade, e não como mero integrante de uma força pública da repressão organizada.
➢ Estabelecer parcerias com a Comunidade acadêmica visando ampliar às oportunidades
de cursos de formação para os colaboradores da polícia militar do Rio Grande do Norte;
➢ Estimular a criação dos Conselhos Comunitários de Segurança Pública, com o objetivo
de elevar o grau de comprometimento do Cidadão-Policial e do Cidadão-cliente, nas questões de
Segurança Pública, de forma a estabelecer um relacionamento íntimo e efetivo, suficientemente capaz
de auxiliar nas soluções compartilhadas dos problemas.
➢ Garantir o bem comum acima de todos os interesses particulares ou de classes, sem
discriminação de qualquer ordem;
➢ Incrementar a mentalidade de uma polícia cidadã;
➢ Inserir os princípios de qualidade e produtividade, de maneira coerente, na prestação do
serviço policial. O cidadão como cliente da Polícia Militar;
➢ Melhorar a imagem da Polícia Militar, baseada na credibilidade em seus profissionais e
serviços;
➢ Priorizar as ações de caráter preventivo enfatizando as ações educativas (preditivas).
➢ Promover a aproximação recíproca entre a sociedade e a Polícia; Interação permanente e
organizada com os vários segmentos da sociedade;
➢ Promover a Descentralização do poder e das responsabilidades da Segurança Pública
entre os policiaise as comunidades;
➢ Promover a melhoria da qualidade de vida na sociedade;
➢ Promover o respeito e promoção de todos direitos do ser humano/cidadão 
3. A Polícia Comunitária no Japão: Uma Visão Brasileira4
“Numa sociedade democrática, a responsabilidade pela manutenção da Paz e a observância da Lei da Comunidade,
não é somente da Polícia. É necessário uma polícia bem treinada, mas o seu papel é o de complementar e ajudar os
esforços da comunidade, não de substituí-los”.
Patrick V. Murphy 
P olicial Comunitário no Japão 
O P olicial Japonês 
O P olicial Comunitário 
P oliciais de um KOBAN no patrulhamento, visitas rotineiras a residências, atividades 
c omunitárias e reuniões com a comunidade 
A E xpansão da Id e ia, Sua Aplicabilidade e viabilidade em São Paulo 
4Miguel Libório Cavalcante Neto. (Major PM – Polícia Militar do Estado de São Paulo). Possui mestrado em Ciências Policiais
de Segurança, Ordem Pública e Defesa Civil realizado no Centro de Aperfeiçoamento e Estudos Superiores em 1996 (Curso de
aperfeiçoamento de Oficiais - Polícia Militar do Estado de São Paulo - Comando Geral) ( e doutorado em Ciências Policiais de
Segurança, Ordem Pública e Defesa Civil realizado no Centro de Aperfeiçoamento e Estudos Superiores em 1998 (Curso Superior
de Polícia - CSP - Polícia Militar do Estado de São Paulo - Comando Geral).
CCCDS-Capim Macio I - Projeto Vizinhança Solidária: Batalhão Participativo – Professor Janildo da Silva Arantes 6
Possuindo características de um Estado moderno, com um alto grau de participação social,
muito diferente do modelo brasileiro, o Japão possui um sistema de policiamento fardado baseado
na estrutura da Polícia Nacional Japonesa. Desenvolve um dos processos mais antigos de
policiamento comunitário no mundo (criado em 1879), montado numa ampla rede de postos
policiais, num total de 15.000 em todo o país, denominados KOBANS E CHUZAISHOS.
A estrutura básica voltada à prevenção do crime tem seu alicerce de sustentação focado
no policiamento comunitário fardado da Polícia Nacional do Japão, através do qual a vida pacífica
e calma da comunidade é mantida pelo sistema “Koban”, montada numa ampla rede de postos
policiais, num total superior a 15.000 em todo o país. Só na cidade de Tóquio tem aproximadamente
1000 “Kobans” e 240 “Chuzaishos”.
O Chuzaisho5 (um local onde o policial reside e trabalha) localiza-se normalmente nos bairros
residenciais e conta atualmente com mais de 8.500 postos nesta modalidade; É uma casa que serve
de posto policial 24 horas, onde o policial reside com seus familiares, e na sua ausência a esposa
atende aqueles que procuram o posto. O Koban6, por sua vez, localiza-se normalmente nos locais
onde haja grande fluxo de pessoas, como zonas comerciais, turísticas, de serviço, próximo às
estações de metrô, etc., sendo que, nesse tipo de posto trabalham equipes compostas por 03 ou mais
policiais, conforme o fluxo de pessoas na área delimitada como circunscrição do posto,
funcionando 24 horas por dia, existindo atualmente mais de 6.500 Kobans em todo o país.
POLICIAL COMUNITÁRIO NO JAPÃO
Para se ter uma avaliação da importância dada ao sistema de policiamento comunitário fardado
no Japão, a partir de 1998 o efetivo policial passou a contar com 263.600 pessoas , sendo:
Agência Nacional de Polícia com 7.600 pessoas (1.400 policiais; 900 Guardas Imperial e
5.300 funcionários civis).
47 Províncias ( como se fossem Estados ) com 256.000 pessoas (226.000 policiais e 30.000
funcionários civis).
Dos 226.000 policiais, cerca de 40% estão destinados ao policiamento comunitário fardado,
sendo que, destes, 65% estão prestando serviços nos Kobans e Chuzaishos, 20% no policiamento
motorizado e 15% no serviço administrativo do Sistema, incluindo o staff de comando, sistema de
atendimento e despacho de viaturas para ocorrências e comunicação como um todo.
O POLICIAL JAPONÊS
O Policial japonês através de suas atitudes demonstra claramente sua formação cultural, ou
seja, extremamente educado, polido e disciplinado, cumprindo integralmente suas obrigações com
determinação e zelo. Possuindo, no mínimo, formação de 2º grau e até mesmo universitária,
sentindo-se perfeitamente à vontade quando da utilização dos mais avançados recursos tecnológicos,
na área de comunicações e informática, o que aliado a sua formação técnica policial lhe possibilita
alcançar resultados positivos em seu serviço, agindo na maior parte das vezes isoladamente.
O Juramento do Policial
Como membro da Polícia, eu aqui prometo:
- Servir a nação e a sociedade com orgulho e um firme sentido de missão.
- Prestar o devido respeito aos direitos humanos e realizar minhas obrigações com justiça e
gentileza.
- Manter estreita disciplina e trabalhar com o máximo de cooperação.
- Desenvolver meu caráter e a capacidade para minha autorrealização.
- Manter uma vida honesta e estável.
O POLICIAL COMUNITÁRIO
O Policiamento Comunitário é o centro das atividades policiais de segurança no Japão. 40% do
efetivo da polícia é destinado ao Policiamento Comunitário. Os outros 60% estão exercendo suas
funções em atividades administrativas, investigações criminais, segurança interna, escolas,
bombeiros, trânsito, informações e comunicações, bem como para a Guarda Imperial. 
A importância dada ao Policiamento Comunitário pela Polícia Japonesa a qual é seguida à risca,
se deve a algumas premissas tidas como imprescindíveis: 
5No Japão, existem os “chuzaishos”, que se localizam normalmente em bairros residenciais. É uma casa que serve de posto 
policial 24 horas, onde o policial reside com seus familiares. 
6A kōban é um modelo de posto policial japonês, que remonta ao século XIX. É a base física da estrutura de polícia
comunitária no Japão, adotado por diversos países, entre eles: Estados Unidos, Taiwan, Brasil e Coreia do Sul.
Nestes pequenos postos urbanos, trabalham entre três a quatro oficiais de polícia, que agem preventivamente aconselhando a
comunidade local sobre criminalidade, visitando domicílios habitados por pessoas que carecem de atenção especial e fomentando
reuniões com os mais velhos e as lideranças da comunidade.
CCCDS-Capim Macio I - Projeto Vizinhança Solidária: Batalhão Participativo – Professor Janildo da Silva Arantes 7
a) a impossibilidade de investigar todos os crimes pressupõe um investimento de recursos na
prevenção de crimes e acidentes, para aumentar a confiança da população nas leis e na polícia. 
b) impedir o acontecimento de crimes e acidentes é muito mais importante do que prender
criminosos e socorrer vítimas acidentadas. 
c) a polícia deve ser levada aonde está o problema, para manter uma resposta imediata e efetiva
aos incidentes criminosos individuais e às emergências, com o objetivo de explorar novas iniciativas
preventivas, visando a resolução do problema antes de que eles ocorram ou se tornem graves. Para
tanto descentralizar é a solução, sendo que os maiores e melhores recursos da polícia devem estar
alocados na linha de frente dos acontecimentos.
d) as atividades junto às diversas comunidades e o estreitamento de relações polícia e
comunidade, além de incutir no policial a certeza de ser um “mini-chefe” de polícia descentralizado
em patrulhamento constante, gozando de autonomia e liberdade de trabalhar como solucionador dos
problemas da comunidade, também é a garantia de segurança e paz para a comunidade e para o seu
próprio trabalho.
Seguindo estas ideias básicas, a Polícia Japonesa descentralizou territorialmente suas bases de
segurança em mais de 15.000 bases comunitárias de segurança, denominados Koban ou Chuzaisho,
funcionando nas 24 horas do dia. 
Os Kobans e os Chuzaishos são construídos pelasprefeituras das cidades onde estão
localizados, responsabilizando-se também pela manutenção do prédio, pagamento da água, luz, gás,
etc. O critério para sua instalação e localização é puramente técnico e é estabelecido pela Polícia de
tal forma que garanta o atendimento cuidadoso e atencioso às pessoas que procurem a polícia. Estes
postos policiais (Kobans e Chuzaishos) estão subordinados aos “Police Stations”. 
Chuzaisho: Instalação e Funcionamento 
O policial é instalado numa casa, juntamente a sua família. Esta casa, fornecida pela
Prefeitura, é considerada um posto policial, existindo mais de 8.500 em todo o Japão; cada
Chuzaisho está vinculado diretamente a um “Police Station” (Cia) do distrito policial onde atua.
O policial trabalha no horário de expediente, executando suas rondas fardado. Na ausência do
policial, sua esposa auxiliará em suas atividades, atendendo ao rádio, telefone, telex e as pessoas,
sem que, para isso, seja considerada funcionária do Estado, mas essa sua atividade possibilita ao
marido policial o recebimento de uma vantagem salarial. Quanto aos gastos com energia, água, gás
e a manutenção do prédio ficam a cargo da prefeitura da cidade onde o posto está localizado. 
Koban: Instalação e Funcionamento 
Os Kobans, em número superior a 6.500 em todo o Japão, estão instalados em áreas de maior
necessidade policial (critério técnico). Os Kobans são construídos em dimensões racionais, em
dois ou mais pavimentos, com uma sala para o atendimento ao público, com todos os recursos de
comunicações e informática, além de compartimentos destinados ao alojamento (com camas e
armários), cozinha, dispensa e depósito de materiais de escritório, segurança, primeiros socorros,
etc. 
No Koban, trabalham equipes compostas por 03 ou mais policiais, conforme seu grau de
importância, cobrindo às 24 horas do dia em sistema de rodízio por turnos de 08, 12 ou até mesmo
24 horas, o que é mais comum. 
Há também reuniões com a comunidade, chamados conselhos comunitários (similar aos
Conselhos Comunitários de Segurança – CONSEGs ou Conselhos Comunitários de Cooperação para a
Defesa Social - CCCDSs), os quais se reúnem de 2 a 3 vezes por ano, isto porque, enquanto um ou
mais problemas apresentados pela comunidade não forem solucionados, não se discute novos
problemas, para evitar que um problema se acumule sobre outro e não se resolva nenhum. 
As atividades num Koban são intensas e existe uma rotina estabelecida, que varia de dia para dia e
de acordo com a situação. 
Adaptado de: 
A Polícia Comunitária no Japão: Uma Visão Brasileira Disponível em: 
<http://www.dhnet.org.br/direitos/codetica/codetica_diversos/pc_japao.htm >. Acesso em 02 out 2019.
- atendimento às pessoas;
- recebimento e transmissão de mensagens;
- preenchimento de relatórios de serviço;
- faxina e manutenção do material;
- patrulhamento a pé, de bicicleta ou motocicleta nas áreas abrangidas pelo Koban;
- visitas às residências, casas comerciais e escritórios de serviço;
- visitas a pessoas idosas, escolas, etc.
CCCDS-Capim Macio I - Projeto Vizinhança Solidária: Batalhão Participativo – Professor Janildo da Silva Arantes 8
4. INTRODUÇÃO
4.1.PLANO NACIONAL DE POLÍCIA COMUNITÁRIA (PNPC)
4.1.1.CONCEITO
Constitui-se o Plano Nacional de Polícia Comunitária como instrumento institucional
coordenado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública para implementar políticas públicas de
segurança no Brasil, com foco na estratégia de Polícia Comunitária, bem como articular as esferas de
poder para uma ação sinergética, cooperativa, corresponsável, e eficaz em prol da sociedade brasileira.
4.1.2. COMPOSIÇÃO
4.1.2.1. Órgão Central do Plano Nacional de Polícia Comunitária
A Diretoria de Políticas de Segurança Pública da SENASP é responsável pela interlocução junto
aos órgãos regionais para a efetivação da Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social no
tocante à Polícia Comunitária.
4.1.2.2. Órgãos Regionais do Plano Nacional de Polícia Comunitária
As Coordenações Estaduais de Polícia Comunitária representam suas unidades federativas no
tocante ao planejamento e implementação de programas e projetos de Polícia Comunitária, podendo
utilizar o canal técnico junto à SENASP para a efetivação de iniciativas comuns.
Recomenda-se que o policial indicado possua capacitação e experiência profissional no contexto
da aplicação da filosofia de polícia comunitária.
4.1.3. ATRIBUIÇÕES DO PLANO
Visando dotar o Sistema Nacional de Polícia Comunitária de competências específicas para
disseminar a filosofia de Polícia Comunitária no Brasil, encontram-se abaixo algumas de suas
atribuições:
- acatar as diretivas previstas na Matriz Curricular da Secretaria Nacional de Segurança
Pública no tocante à disciplina de Polícia Comunitária, com vistas ao alinhamento nacional em
doutrinas que estejam convergentes com as práticas de direitos humanos, polícia comunitária e ética
policial;
- desenvolver programas, projetos e ações que estejam alinhados à filosofia de polícia
comunitária;
- dotar, atualizar e disponibilizar informações às Instituições integrantes do SNPC de
programas, projetos e ações que estejam em desenvolvimento no âmbito nacional e internacional com
foco na temática de polícia comunitária, utilizando-se para isso de plataforma adequada a este fim;
- fomentar a capacitação de todos os profissionais de segurança pública na filosofia e práticas
de polícia comunitária, nos planos de formação, habilitação e aperfeiçoamento;
- incentivar a troca de experiências na área entre todos órgãos integrantes do Sistema Único de
Segurança Pública.
- incentivar às Instituições integrantes do SNPC a implementar e aprimorar as atividades
correlatas a temática de Polícia Comunitária e
- zelar pela continuidade de processos que propiciem medidas efetivas e permanentes que gerem
sensação de segurança e qualidade de vida à sociedade atendida;
4.1.4. DIRETIVAS BASILARES
Constituem o norte fundamental que fornece parâmetros que devem permear as instituições de segurança
pública que integram o sistema:
Diretiva 1: Visão sistêmica da Polícia Comunitária
Entendida como filosofia e estratégia organizacional que deve permear toda a instituição policial e não
apenas constituir um programa de policiamento ou fração de efetivo.
Diretiva 2: Conteúdo obrigatório nas malhas programáticas dos cursos de formação e
aperfeiçoamento
Conteúdo obrigatório nas malhas programáticas dos cursos de formação e aperfeiçoamento, com aulas a
serem ministradas por multiplicadores formados nas capacitações estaduais, nacionais ou internacionais.
Diretiva 3: Preferência pelo emprego de todos policiais recém-formados na atividade de
Policiamento Comunitário
Fixação de seu emprego por período que propicie o estabelecimento de laços de confiança com a
comunidade local.
Diretiva 4: Utilização de ações policiais sociais como meio de aproximação comunitária, de forma a
contribuir com o policiamento comunitário e não como fim
Utilização de ações policiais sociais como meio de aproximação comunitária, de forma a contribuir com
o policiamento comunitário e não como fim, e por prazo certo, dentro da dinâmica operacional de cada
instituição, tendo em vista que estas oneram efetivo profissional imprescindível para a atividade policial e
devem ter sua continuidade preferencialmente empreendida por voluntários oriundos da comunidade, prática
que deve ser incentivada e valorizada na sociedade.
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Entende-se ação policial social aquela empreendida em prol da comunidade local, mas que não demande
para sua implementação deprofissional com formação e experiência na área de segurança pública, como, por
exemplo, o ministério de aulas de música ou esportes.
Não estão inclusas nesta classificação as ações de policiais em escolas quanto à conscientização da
prevenção do uso de drogas (PROERD) e outras similares, as quais requerem expertise em segurança pública
por parte do agente, a fim de que seja propiciado ao público alvo um completo panorama do problema sob
perspectiva institucional. Destaca-se que neste programa os policiais atuam realizando, concomitantemente,
policiamento comunitário escolar, aplicação de lições em salas de aula e constante interação junto às
comunidades locais atendidas, sendo, portanto, considerado atividade de policiamento comunitário.
Diretiva 5: Estruturação e normatização dos Conselhos Comunitários de Segurança
Importância da estruturação e normatização dos Conselhos Comunitários de Segurança, ou organismo
congênere, para a integral implementação do Sistema, por meio de fórum de comunicação presencial entre os
gestores de segurança pública, municipalidade e a comunidade, de forma que seus anseios sejam ouvidos e
levados em consideração quando do planejamento e ação operacional das instituições, bem como seja
incentivada a consciência de corresponsabilidade na construção de uma sociedade segura, meta a ser alcançada
pela ação sinérgica de todos os atores envolvidos.
Os Conselhos Comunitários de Segurança Pública são espaços adequados para debates e discussões
necessárias visando o bem-estar da coletividade, devendo seus integrantes manterem a imparcialidade e isenção
político-partidária em suas colocações e medidas adotadas.
Diretiva 6: Colaboração federativa
Implementação de mecanismos de inter-relação e colaboração federativa para multiplicação de boas
práticas e aperfeiçoamento do Sistema, por intermédio de mecanismos como as visitas técnicas e os seminários.
Diretiva 7: Disseminação e uniformização da filosofia de polícia comunitária
Disseminação e uniformização da filosofia de polícia comunitária entre todos atores do Sistema de
Segurança Pública brasileiro, preferencialmente a partir de profissionais multiplicadores capacitados.
Devem as unidades da federação primar por manter uma identidade mínima de policiamento comunitário
que mantenha, como princípio básico de atuação norteadora de toda estrutura, a fixação do efetivo na área de
atuação, a realização de visitas comunitárias e solidárias, a realização de reuniões comunitárias, a mobilização
comunitária e, sobretudo, que se dê autonomia de ação ao policial comunitário dentro de sua esfera de
atribuições.
Cabe destacar que a presente diretiva deve ser entendida como uma meta a ser alcançada por meio de
esforços institucionais de todos atores envolvidos na área de segurança pública, não constituindo obrigação
exclusiva de uma instituição.
Diretiva 8: Mobilização e ação sinérgica com os atores responsáveis pela implementação de
Políticas Sociais
Participação de Organizações Sociais, Instituições Públicas e/ou Privadas de todas as esferas para criar e
fortalecer, de forma transversal, o sistema com foco no cidadão.
Diretiva 9: Mensuração das ações de Polícia Comunitária
Sistematizar modelos de mensuração das ações de Polícia Comunitária, proporcionando a valorização
de ações preventivas e melhorando a motivação do profissional de segurança pública, com reconhecimento e/ou
premiação periódica.
Diretiva 10: Comunicação ágil entre as esferas federal, estadual e municipal,
Comunicação ágil das esferas de poder, propiciando o fluxo de informações pelo canal técnico, devendo
ser mantido atualizado o nome do Coordenador Estadual de Polícia Comunitária junto à SENASP.
Diretiva 11: Eficácia da polícia é medida pela percepção de segurança e ausência de crime e de
desordem
Eficácia da polícia é medida pela percepção de segurança e ausência de crime e de desordem e não, tão
somente, por meio de quantificações de prisões, apreensões de produtos ilícitos, operações, dentre outras.
Diretiva 12: Retroalimentação da gestão operacional
Avaliações periódicas alicerçadas não só em dados estatísticos criminais, mas também com as
contribuições advindas da interação com a comunidade.
Diretiva 13: Cidadão cliente
O cidadão é o “cliente” por excelência das instituições de segurança pública, que devem manter seu
esforço e foco em prol da sociedade, materializando o conceito de que a Segurança Pública é um bem imaterial.
Diretiva 14: Prestação de contas
O policial presta contas de seu trabalho aos respectivos superiores hierárquicos e a instituição policial à
comunidade por meio de reuniões comunitárias.
Diretiva 15: Manutenção permanente de desafios
Visão interacionista deve ser enfatizada como mudança de foco dos conflitos, encorajando-os com vistas
a estabelecer grupos harmoniosos, pacíficos e cooperativos, controlando comportamentos estáticos e apáticos.
Nesse sentido, os líderes de grupos (funções de chefias em geral) deverão manter um nível mínimo
constante de conflitos – o suficiente para manter o grupo viável. O conflito, aqui, refere-se aos desafios que
provocam mudanças institucionais e asseguram a viabilidade, autocrítica e criatividade dos grupos.
Diretiva 16: Respeito mútuo
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O relacionamento institucional junto às comunidades deverá pautar-se por meio de características
fundamentais que permeiam o processo de comunicação e mútuo respeito devidos, por meio da empatia,
alteridade, bom senso, cooperação, probidade, dentre outros aspectos que agreguem valores positivos
necessários às Instituições policiais envolvidas.
Diretiva 17: Responsabilidade territorial
O policiamento comunitário, no âmbito das Instituições Policiais envolvidas, será implementado
aproveitando-se quaisquer processos de policiamento desenvolvidos in loco de forma a garantir a fixação do
efetivo e a responsabilidade territorial, adaptável a cada realidade local no âmbito das Unidades da Federação.
As patrulhas são distribuídas conforme a necessidade de segurança da comunidade, por meio de estudos
locais que venham atender adequadamente os cidadãos, dentro de planejamento prévio e exequível.
Diretiva 18: Engajamento dos mais altos níveis
As altas direções deverão primar pela continuidade dos serviços prestados com foco voltado à
aproximação institucional com a sociedade, por meio de tecnologias administrativas e operacionais sustentáveis.
Bem como incentivar seus subordinados ao desenvolvimento contínuo de práticas de polícia comunitária.
Fonte: PORTARIA Nº 43, DE 12 DE ABRIL DE 2019. Institui as Diretrizes Nacionais e o Manual de 
Polícia Comunitária. Disponível em: <http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/
content/id/72119545>. Acesso em 30 set 2019.
ANEXO I
MANUAL DE POLÍCIA COMUNITÁRIA (Hiperlink)
4.1.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Por derradeiro, para efetivação do processo de implantação, importante que se implante um
mecanismo de Diagnóstico de Polícia Comunitária, necessário para que os entes federativos
estabeleçam critérios para examinar o desenvolvimento da Diretriz em seus Estados.
Nessa esteira, recomenda-se a aplicação dos “Sete Processos de Polícia Comunitária” (BORGES,
Luciano Quemello, Diagnóstico de Polícia Comunitária, no prelo), pelos quais as instituições são
capazes de evidenciar seus pontos fortes e não-conformidades de aplicação, sendo:
(1) Conhecer: para sedimentar Polícia Comunitária é preciso, antes de tudo, entender seu
conceito, contemporaneamente, como sendo a cultura da união entre comunidade e polícia, objetivando
o desenvolvimento de ações eficazes para a reduçãode fatores ofensivos à segurança pública;
(2) Analisar: é fundamental que os policiais saibam como foi acolhida a cultura de Polícia
Comunitária em outras polícias, para que os detalhes sejam ponderados. Todas as polícias têm seus
desafios, logo, nenhuma instituição tem know-how incontestável para ser padrão absoluto, mas uma
polícia um pouco mais experiente e exitosa, como a do Japão, pode e deve compartilhar com outras as
suas boas práticas e os erros que forem cometidos, para que o nível de gerenciamento policial local,
que tem dirigentes capacitados, analise e julgue se as ferramentas sugeridas são aplicáveis ou não as
suas circunstâncias populacionais e institucionais. Essa análise também deve ser feita dentro da própria
instituição, já que, muitas vezes, parte da força policial não analisa o que a outra parte da própria
instituição executa;
(3) Aceitar: as instituições policiais devem aceitar a filosofia de Polícia Comunitária com ações
práticas e mudança de cultura, afastando retóricas inócuas;
(4) Implantar: não é possível implantar Polícia Comunitária sem uma base legal e sem doutrina.
A normatização é basilar, além dos estímulos à produção literária do tema;
(5) Conscientizar: essa fase vai desde a capacitação das lideranças até os mecanismos de
avaliação de desempenho e sistema de premiação dos policiais;
(6) Difundir: a comunicação midiática e interna das boas práticas deve ser contínua, eficiente e
capilar nas organizações; e
(7) Monitorar: significa acompanhar, observar o decurso, avaliar dados e verificar
constantemente qualidade do serviço prestado, para poder aperfeiçoar e sedimentar Polícia
Comunitária.
Nesse sentido, a definição de indicadores nesse processo é a base que possibilita verificar
eficiência, eficácia e efetividade da estratégia, sendo que os indicadores de esforço nos orientam na
compreensão dos processos implementados, como por exemplo o número de ações, projetos e
beneficiários atendidos e os indicadores de resultados, efetivo mecanismo de avaliação, os quais dizem
respeito a concretização de metas estabelecidas, como a redução de indicadores criminais, os índices de
sensação de segurança, a satisfação com os serviços prestados e a própria imagem institucional.
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5. PROJETO VIZINHANÇA SOLIDÁRIA: BATALHÃO PARTICIPATIVO
5.1. Introdução
Esse projeto une a vizinhança com o intuito de fazer a diferença e já está presente em vários
bairros da Zona Sul de Natal: O Projeto Vizinhança Solidária:Batalhão Participativo. Uma iniciativa
simples, mas eficaz. Placas são fixadas nos postes das ruas que fazem parte da área de vigilância do
Vizinhança Solidária e do Batalhão Participativo! Qualquer suspeita pode ser acionada pela
vizinhança graças a um sistema de comunicação simples. É a maior participação da sociedade no
combate à insegurança que possibilita uma melhor atuação da policia na proteção ao bem comum.
O programa acumula uma significativa melhora no combate aos crimes contra o patrimônio com média
de 58% de redução e o resgate da sensação de segurança. 
5.2. Mobilização Social
A doença que mais incomoda a sociedade nos dias de hoje chama-se, com toda a certeza, criminalidade e
quando o assunto é Segurança Pública, todos os olhares se voltam para as polícias como se elas fossem as únicas
culpadas pela insegurança que aflora pelo país. 
É preciso saber que quando as polícias, o Ministério Público, o Judiciário e o sistema carcerário precisam
agir, é porque os mecanismos informais de controle da sociedade falharam. É bem verdade que não existe
sociedade sem crime, mas é preciso controlá-lo em patamares aceitáveis de convivência. 
Verificamos que aquela que é mais visível, devido a seu caráter ostensivo, no sistema da Segurança
Pública, acaba sendo a mais atacada, mesmo com seus componentes sendo as maiores vítimas no combate à
criminalidade. Antes a população não conhecia e a única acusada como culpada pela insegurança era a polícia
(principalmente a Militar). Pessoas importantes e até muitos representantes de outros órgãos corresponsáveis
ficavam, covardemente, no anonimato, apontando as acusações para as polícias. 
Com a participação da comunidade e do envolvimento de todos os seguimentos, as polícias deixaram de
ser acusadas e sim respeitadas e apoiadas, sendo os problemas resolvidos ou encaminhados pelos verdadeiros
responsáveis, pois quando a comunidade conhece, ela confia respeita e auxilia a corrigir as falhas. Em meio a
uma comunidade verificam-se dois termos de importância fundamental para que a sociedade venha atingir os
seus objetivos em prol da ordem pública e de uma convivência pacífica entre os seres humanos: a comunidade
geográfica e a comunidade de interesse.
Esses conceitos se confundiam no passado quando ambas as comunidades se misturavam para abranger a
mesma população. Este fato é extremamente relevante para o uso de “comunidade” no policiamento comunitário
porque o crime, a desordem e o medo do crime podem criar uma comunidade de interesse dentro da comunidade
geográfica. Incentivar e enfatizar esta comunidade de interesse dentro de uma área geográfica pode contribuir
para que os residentes trabalhem em parceria com o policial comunitário para criar um sentimento positivo na
comunidade. (TROJANOWICZ e BOUCQUEROUX, 1994)
Foto 1- Reunião do comando do 5º BPM com as lideranças comunitárias (Janildo da Silva
Arante).
Nesta ótica a mobilização social procura então alertar as autoridades policiais da necessidade
dessa aproximação.
A mobilização social é muitas vezes confundida com manifestações públicas, com a presença das
pessoas em uma praça, passeata, concentração. Mas isso não caracteriza uma mobilização. A
mobilização ocorre quando um grupo de pessoas, uma comunidade ou uma sociedade decide e age com
um objetivo comum, buscando, quotidianamente, resultados decididos e desejados por todos.
Mobilizar é convocar vontades para atuar na busca de um propósito comum, sob uma
interpretação e um sentido também compartilhados.
Participar ou não de um processo de mobilização social é um ato de escolha. Por isso se diz
convocar, porque a participação é um ato de liberdade. As pessoas são chamadas, mas participar ou
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não é uma decisão de cada um. Essa decisão depende essencialmente das pessoas se verem ou não
como responsáveis e como capazes de provocar e construir mudanças.
Em meio a uma comunidade verificam-se dois termos de importância fundamental para que a
sociedade venha atingir os seus objetivos em prol da ordem pública e de uma convivência pacífica
entre os seres humanos: a comunidade geográfica e a comunidade de interesse.
Esses conceitos se confundiam no passado quando ambas as comunidades se misturavam para
abranger a mesma população. Este fato é extremamente relevante para o uso de “comunidade” no
policiamento comunitário porque o crime, a desordem e o medo do crime podem criar uma comunidade
de interesse dentro da comunidade geográfica. Incentivar e enfatizar esta comunidade de interesse
dentro de uma área geográfica pode contribuir para que os residentes trabalhem em parceria com o
policial comunitário para criar um sentimento positivo na comunidade. (TROJANOWICZ e
BOUCQUEROUX, 1994)
Fonte:http://www.aracati.org.br/portal/pdfs/13_Biblioteca/Publicacoes mobilizacao_social.pdf 
Foto 2 - Reunião do comando do 5º BPM com as lideranças comunitárias(Fonte:
https://5bpmzonasuldenatal.blogspot.com/p/programa-vizinhanca-solidaria-batalhao.html – Sargento
Janildo).
Organização comunitária
Espera-se que a intensificação do contato entre a polícia, a comunidadee os diversos
segmentos favoreça uma melhor integração e participação da comunidade, o reconhecimento
social da atividade policial, o desenvolvimento da cidadania aos cidadãos e a melhoria da
qualidade de vida. A comunicação intensa e constante propicia a melhora das relações, amplia
a percepção policial e da comunidade no que tange as questões sociais e possibilita diminuir
áreas de conflito que exigem ações de caráter repressivo das instituições policiais.
Há, contudo, uma série de fatores a serem pesados quando se avalia o potencial
democrático das diversas experiências de organização comunitária na área de prevenção do
crime e da desordem social.
Fonte:(SENASP,2007,P.255)
Envolvimento dos cidadãos
Qualquer tentativa de trabalho ou programa de Polícia Comunitária deve incluir
necessariamente a comunidade. Embora a primeira vista possa parecer simples, a participação da
comunidade é um fator importante na democratização das questões de segurança pública e da
implementação de programas comunitários que proporcionam a melhoria de qualidade de vida e a
definição de responsabilidades.
São poucas as comunidades que mostraram
serem capazes de integrar os recursos sociais com os
recursos do governo. Existem tantos problemas sociais,
políticos, e econômicos envolvidos na mobilização
comunitária que muitas comunidades se conformam
com soluções parciais, isoladas ou momentâneas (de
caráter paliativo), evitando mexer com aspectos mais
amplos e promover um esforço mais unificado com
resultados mais duradouros e melhores. A participação
do cidadão, muitas vezes, tem-se limitado às responsabilidades de ser informado das questões públicas
(ações da polícia), votar pelos representantes em conselhos ou entidades representativas, seguir as
normas institucionais ou legais sem dar sugestões de melhoria do serviço.
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Outro problema é o desconhecimento das características da comunidade local, pois uma
comunidade rica tem comportamento e anseios diferentes de uma comunidade pobre e comunidades de
grandes centros urbanos são diferentes de comunidades de pequenas cidades do interior, independente
de serem ricas ou pobres agrícolas ou industriais. O que importa é descobrir seus anseios, seu desejo
de participação no processo, sua motivação para se integrar com a polícia.
Fonte:(SENASP, 2007, P.253 e 255)
 ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA
Espera-se que a intensificação do contato entre a polícia, a comunidade e os diversos
segmentos favoreça uma melhor integração e participação da comunidade, o reconhecimento social da
atividade policial, o desenvolvimento da cidadania aos cidadãos e a melhoria da qualidade de vida. A
comunicação intensa e constante propicia a melhora das relações, amplia a percepção policial e da
comunidade no que tange as questões sociais e possibilita diminuir áreas de conflito que exigem ações
de caráter repressivo das instituições policiais.
Há, contudo, uma série de fatores a serem pesados quando se avalia o potencial democrático
das diversas experiências de organização comunitária na área de prevenção do crime e da desordem
social.
Fonte: (SENASP, 2007, P. 255)
 A AUTONOMIA DAS ORGANIZAÇÕES EM RELAÇÃO À POLÍCIA
Um aspecto essencial a ser considerado na avaliação das experiências de organização
comunitária é o nível de autonomia dos grupos em relação aos interesses político-partidários, de
Governo (federal, estadual ou municipal) ou da polícia. Em regra, os grupos comunitários, assumem
uma postura passiva e acrítica em relação às ações de governo e da polícia, respaldando apenas as suas
práticas, mesmo quando claramente impróprias ou ilegais. É preciso respaldar as boas ações da polícia,
de interesse coletivo, de respeito aos direitos humanos, dentro da legalidade e dos valores morais e
éticos. Mas deve-se criticar e vilipendiar ações violentas, ilegítimas, que desrespeitam a dignidade
humana e que fogem ao interesse coletivo, responsabilizando o mau profissional e não a instituição
como um todo.
Os representantes comunitários frequentemente temem a polícia e se ressentem da forma como
esta exerce sua autoridade. As ações comunitárias focam mais para o controle da polícia do que para o
controle do crime, pois o medo é predominante.
Acredita-se que a polícia não sabe os problemas do bairro, pois só existe para “caçar
bandidos”.
Uma organização comunitária que depende do apoio policial para garantir a mobilização de
seus membros e viabilizar as suas ações acaba convertendo-se em uma mera extensão civil da
instituição policial, e não um instrumento efetivo de participação comunitária.
Organizações que não dependem da polícia para a sua existência podem trazer significativos
desafios para a polícia. No pensamento institucional pode significar entraves administrativos,
restringindo a sua discricionariedade; no pensamento social amplia o controle da polícia; na filosofia
de polícia comunitária amplia e aprimora as ações conjuntas, tanto da polícia como da sociedade.
Fonte: (SENASP, 2007, P. 219 e 220)
 FATORES INTERVENIENTES
Na aproximação da polícia com a comunidade, verificam-se perigos que necessitam ser
debelados, conforme abaixo:
· A instrumentalização de pequenas tarefas pode causar apatia da comunidade, favorecendo os
marginais da área e grupos de interesse que desejam o insucesso de ações coletivas no bairro;
· A polícia determina tarefas para dissuadir ações participativas sem nenhum resultado prático;
· A polícia não consegue mais atuar na área sem críticas da comunidade.
· As campanhas têm um forte conteúdo político em detrimento da prevenção porque é apoiado
por um político ou comerciante;
· Como o apoio governamental é pouco, apenas pequenas ações fazem surgir lideranças com
perfil político e eleitoral, deturpando o processo;
· Membros das comunidades expostos a marginalidade, colocando em risco suas vidas porque
são interlocutores dos problemas locais;
· O planejamento equivocado e sem orientação culminando no surgimento de alternativas
econômicas: segurança privada, sistema de comunicações entre cidadãos de posse (paralelo a
polícia);
O certo é procurar os caminhos que abaixo se apresentam:
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· As ações de autoajuda são acompanhadas por policiais. As iniciativas locais são apoiadas.
Trabalhos preventivos, não apenas campanhas devem ser estimuladas.
· Demonstrar a participação da comunidade nas questões, determinando o que é da polícia e o
que é da sociedade;
· Promover uma ampla participação da comunidade, discutindo e sugerindo soluções dos
problemas;
· Proteger os reais parceiros da polícia, não os utilizando para ações de risco de vida (não
expondo) com ações que são da polícia ou demonstrando eventualmente que eles são informantes;
Fonte: (SENASP, 2007, P. 224 e 225)
5.3. Mediação Comunitária
5.3.1. As conflitualidades e a emergência do social e comunitário
Os mesmos modelos convencionais que não conseguem mais lidar de forma eficaz com a
escalada da violência e do crime, adicionados às conflitualidades, estão impulsionando transformações
mais amplas na vida social contemporânea, principalmente nas diferentes formas de os indivíduos se
organizarem, governarem a si mesmos e os outros para dar conta da complexidade e da fragmentação
da realidade social. Daí, a necessidade emergente de compreensão das novas modalidades de ações
coletivas, com lutas sociais e diferentes pautas de reivindicações.
Estamos em presença de um social heterogêneo, no qual nem indivíduos nem grupos parecem
reconhecer valorescoletivos. Esse contexto dá origem a múltiplos arranjos societários, a
múltiplas lógicas de condutas. 
Predominando tal situação é válido falar em sociedade fragmentada, plural, diferenciada,
heterogênea. (GROSSI PORTO apud TAVARES DOS SANTOS, 1999).
É importante ressaltar que a necessidade de mudança dos modelos não é tão nova assim.
A própria Constituição Federal de 1988 já trazia em seu artigo 144 o princípio de um modelo de
segurança com foco no cidadão, chamando a atenção para a “responsabilidade de todos”.
Importante! – A coesão social é representada pelo grau de conexão existente entre os membros
da comunidade e a capacidade de promover desenvolvimento local, ou seja, pelo seu capital social.
O capital social(fazer um hint para: o valor que os indivíduos adquirem por participar de uma
rede social) é verificado de acordo com o grau de coesão social existente na comunidade e pode ser
observado a partir das relações entre as pessoas ao se organizarem e estabelecerem redes que facilitem
a coordenação e a cooperação para promoção de benefícios mútuos. (BRASIL, 2006)
Segundo Chaskin (s.d apud BRASIL, 2006), a coesão social de uma comunidade pode ser
aferida a partir da análise de quatro elementos:
1. Senso de comunidade ou grau de conectividade e reconhecimento recíproco;
2. Comprometimento e responsabilidade de seus membros pelos assuntos comunitários;
3. Mecanismos próprios de resolução de conflitos;
4. Acesso aos recursos humanos, físicos, econômicos e políticos, sejam locais ou não.
Se há coesão social, há identidade compartilhada. A criação dessa identidade depende da
mobilização social e do envolvimento com os problemas e soluções locais. (BRASIL, 2006).
Esses pontos são essenciais para a compreensão e instauração da mediação comunitária.
5.3.2. Mediação comunitária: estudando algumas definições
Definições
Definição 1. A mediação comunitária atua visando à mudança dos padrões do comportamento dos atores
comunitários através do fortalecimento dos canais de comunicação, com vistas à administração pacífica dos
conflitos interpessoais entre os integrantes da comunidade (REDE EAD, curso de Polícia Comunitária, módulo
5, aula 4).
Definição 2. A mediação comunitária representa o exercício real da cidadania mediante a busca da paz
social. Como forma preventiva de conflitos, promove ambientes propícios à colaboração entre as partes, com o
intuito de possibilitar que as relações continuadas perdurem de forma positiva, criando vínculos.(DANIEL, A.
et al.http://www.ua.pt/incubadora/).
Definição 3. A mediação comunitária é uma forma de pensar a resolução de problemas dentro da própria
comunidade, utilizando a sabedoria e a força dos(as) moradores(as), através de suas lideranças. É acreditar na
busca de uma cultura de paz em que as comunidades tidas como violentas mudem as suas realidades. (SEJDH).
Definição 4. A mediação comunitária é uma importante ferramenta para a promoção do empoderamento
e da emancipação social. Por meio dessa técnica, as partes direta e indiretamente envolvidas no conflito têm a
oportunidade de refletir sobre o contexto de seus problemas, de compreender as diferentes perspectivas e,
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ainda, de construir em comunhão uma solução que possa garantir, para o futuro, a pacificação social.
(BRASIL, 2006).
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5.3.3. Características da Mediação Comunitária
5.3.3.1. Mediação como ferramenta
Ferramentas são objetos que auxiliam a transformar, construir ou a consertar algo.
Observe que as definições ressaltam que o processo de mediação comunitária possibilita a
construção de algo novo, orientado para a resolução de problemas e buscando a pacificação social.
5.3.3.2. Ambiente propício à colaboração
O processo de mediação facilita o estabelecimento de cooperação para construir de forma
conjunta a solução do conflito.
Os protagonistas do conflito, quando interagem em um ambiente favorável, podem tecer uma
solução mais sensata, justa e fundamentada em bases satisfatórias,
tanto em termos valorativos quanto materiais.(BRASIL, 2006).
5.3.4. Locus Privilegiado
Os atores são da comunidade, a mediação ocorre na
comunidade e é realizada por membros da comunidade.
A comunidade é o locus privilegiado e também o ponto central
da caracterização da mediação comunitária.
Figura 1. Disponível em:<http://aluznamente.com.br/as-novas-
midias-como-locus-privilegiado-para-divulgacao-espirita/ > Acesso
em 01 out 2019.
 LOCUS: A COMUNIDADE
A complexidade e a fragmentação da realidade social são traços da contemporaneidade impressos nas
esferas mundial e local. Em toda sociedade, porém, há agrupamentos humanos unidos por diversas identidades,
dentre elas a territorial, que confere à comunidade o status de locus privilegiado para o desenvolvimento de
programas de transformação social.
Essa identidade territorial, segundo Kisil, é vivenciada .onde os indivíduos ou grupos sociais mais
facilmente reconhecem como pertencentes a uma mesma comunidade (...). A fonte mais imediata de
autorreconhecimento e organização autônoma é o território. As pessoas identificam-se com os locais onde
nascem, crescem, vão à escola, têm seus laços familiares, enfim se socializam e interagem em seu ambiente
local, formando redes sociais com seus parentes, amigos, vizinhos, organizações da sociedade civil e
autoridades do governo..7
No mesmo sentido, o Programa Justiça Comunitária adota a comunidade como esfera privilegiada de
atuação, porque concebe a democracia como um processo que, quando exercido em nível comunitário, por
agentes e canais locais, promove inclusão social e cidadania ativa, a partir do conhecimento local. É na
instância da comunidade que os indivíduos edificam suas relações sociais e podem participar de forma mais
ativa das decisões políticas. É nesse cenário que se estimula a capacidade de autodeterminação do cidadão e de
apropriação do protagonismo de sua própria história.
O conceito de comunidade
Em meio à vasta literatura sociológica dedicada a conceituar comunidade, a definição talhada
por Lycia e Rogério Neumann revela-se bastante útil para este trabalho, considerando a sua
objetividade: .Comunidade significa um grupo de pessoas que compartilham de uma característica
comum, uma .comum unidade., que as aproxima e pela qual são identificadas.8
Conforme os próprios autores alertam, em geral, a unidade comum é a região onde as pessoas
vivem, mas nada impede que uma comunidade seja constituída a partir de interesses e/ou causas
partilhados. De qualquer sorte, no núcleo do conceito está localizada a ideia de identidade
compartilhada.
Neste trabalho, a denominação comunidade será atribuída aos agrupamentos humanos que
vivem na mesma localização geográfica e que, nessa condição, tendem a partilhar dos mesmos
serviços (ou da ausência deles), problemas, códigos de conduta, linguagem e valores.
A partilha territorial, entretanto, não leva necessariamente à construção de uma comunidade
coesa socialmente. Essa característica vai depender do grau de conexão entre seus membros e de sua
capacidade de promover desenvolvimento local, ou seja, de seu capital social.
O capital social se verifica de acordo com o .grau de coesão social que existe nas
comunidades e que é demonstrado nas relações entre as pessoas ao estabelecerem redes,
normas e confiança social, facilitando a coordenação e a cooperação para o benefíciomútuo.9
7KISIL, Marcos. Comunidade: foco de filantropia e investimento social privado. São Paulo: Global; Instituto para o
DesenvolvimentoSocial (IDIS), 2005. p. 38.
8NEUMANN, Lycia Tramujas Vasconcellos; NEUMANN, Rogério Arns. Repensando o investimento social: a importância
do protagonismo comunitário. São Paulo: Global; Instituto para o Desenvolvimento Social (IDIS), 2004. p. 20-21.
(Coleção Investimento Social).
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Segundo Robert C. Chaskin10 , a aferição da coesão social de uma comunidade se dá a partir da
análise de quatro elementos, a saber: 
1) senso de comunidade ou grau de conectividade e reconhecimento recíproco;
2) comprometimento e responsabilidade de seus membros pelos assuntos comunitários;
3) mecanismos próprios de resolução de conflitos;
4) acesso aos recursos humanos, físicos, econômicos e políticos, sejam locais ou não.
Onde há coesão social, há identidade compartilhada, cuja criação depende da mobilização social
e do envolvimento com os problemas e soluções locais. Há, portanto, segundo Putman11 , um ciclo
virtuoso entre capital social e desenvolvimento local sustentável. Nesse sentido, desenvolver
comunidade é um processo que agrega valores éticos à democracia e constrói laços de solidariede.12
Para o Programa Justiça Comunitária do Distrito Federal, a identificação das organizações sociais é
fundamental para servir de referência para: 
a) o processo de seleção de novos agentes comunitários; 
b) o encaminhamento dos participantes para a rede social, quando a solução do conflito assim o
demandar; 
c) o conhecimento das circunstâncias que envolvem os problemas comunitários; e,
d) a constituição de novas redes sociais ou o fortalecimento e a animação das já existentes,
quando a demanda ostentar potencial para tanto.
No decorrer da execução do Programa Justiça Comunitária do Distrito Federal, as dificuldades
enfrentadas na confecção desse mapeamento foram inúmeras, desde a carência de recursos humanos .
em especial na fase inicial . até a dificuldade de se traçar uma estratégia de animação de redes sociais,
quando toda a prioridade do Programa estava voltada para a capacitação dos agentes comunitários nas
técnicas de mediação.13
Apesar das dificuldades, o Programa conseguiu reunir, com a colaboração de alguns agentes
comunitários, informações relevantes para a confecção do mapa, sem contudo estabelecer uma
conexão entre elas. Na ausência de um planejamento prévio aliado a uma clara estratégia
metodológica de conexão entre essas informações, os dados coletados não se comunicaram.
Com o propósito de suprir essa lacuna, o Programa está desenvolvendo um passo a passo 14
como estratégia para a confecção permanente do mapeamento social das duas cidades-satélites, o qual
contém as seguintes fases:
a) definir a área geográfica a ser mapeada com limites claros;
b) definir as fontes de informação e a metodologia adequada (documentos de órgãos oficiais,
visitas às instituições, entrevistas pessoais ou por telefone, entre outras);
c) recrutar os agentes comunitários para a coleta dos dados e estimular que o façam com o
auxílio de alguns moradores;15
d) criar um formulário para a identificação e o cadastramento;16
e) organizar um banco de dados apto a promover o cruzamento dessas informações.
A fim de adotar uma metodologia coerente com a estrutura do Programa, a equipe
interdisciplinar reduziu a área . e as suas expectativas . objeto do mapeamento, transformando essa
tarefa de difícil execução em algo viável, envolvente e eficiente. A partir dessa redução e da
consciência de que a cartografia social é uma atividade em permanente construção, adequaram-se as
etapas desse processo à capacidade estrutural, para não gerar novas frustrações.
9 AUSTRALIAN BUREAU OF STATISTICS, Social capital and social wellbeing, apud NEUMANN, Lycia Tramujas
Vasconcellos; 
NEUMANN, Rogério Arns, Repensando o investimento social: a importância do protagonismo comunitário, cit., p. 47.
10CHASKIN, Robert J. Defining community capacity: a framework and implications from a comprehensive community initiative,
apud NEUMANN, Lycia Tramujas Vasconcellos; NEUMANN, Rogério Arns, Repensando o investimento social: a importância do
protagonismo comunitário, cit., p. 24.
11PUTNAM, Robert D. Comunidade e democracia: a experiência da Itália moderna. 4. ed. Rio de Janeiro: Editora da Fundação 
Getúlio Vargas, 2005. p. 186.
12 kISIL, Marcos, Comunidade: foco de filantropia e investimento social privado, cit., p. 51.
13Hoje, a avaliação é a de que o fato de o Programa ostentar três pilares não significa necessariamente que eles devam ser
construídos um a um. Havendo uma estrutura mínima, o ideal é que os três sustentáculos de um programa de justiça comunitária
sejam desenvolvidos em conjunto, uma vez que há íntima relação entre eles. A título de exemplo, é a partir de uma programação
eficiente das atividades voltadas à animação de redes sociais que se podem atrair demandas para a mediação efetivamente
comunitária, com largo impacto social.
14A formulação desse passo-a-passo foi uma adaptação da experiência desenvolvida pela equipe psicossocial do Programa Justiça Comunitária 
da sistematização sugerida por Lycia Tramujas Vasconcellos Neumann e Rogério Arns Neumann (Desenvolvimento comunitário baseado em 
talentos e recursos locais . ABCD. São Paulo: Global; Instituto para o Desenvolvimento Social (IDIS), 2004).
15O Programa Justiça Comunitária conta com alguns .amigos do Programa.. Em geral, são ex-agentes comunitários que, por alguma razão,
desligaram-se do Programa sem, contudo, deixarem de contribuir para a realização de atividades pontuais.
16bidem, p. 24.
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A definição territorial da área mapeada e de suas limitações obedeceu ao critério de local de
moradia de cada agente comunitário, o que possibilitou, inclusive, maior inserção dos agentes em sua
comunidade. Optou-se por localizar deficiências e necessidades, mas, também, talentos, habilidades e
recursos disponíveis. Essa estratégia possibilita que o mapeamento sirva de espelho para a
comunidade que, ao se olhar, tenha consciência de seus problemas, mas também conheça as suas
potencialidades, o que é essencial para a construção de uma identidade comunitária.
Esse método também torna possível investigar em que medida as soluções para os roblemas
comunitários já existem ali mesmo, exatamente naquela comunidade que, por razões histórico-
estruturais de exclusão social, não enxerga nenhuma solução para os seus problemas, senão por meio
do patrocínio de uma instituição externa àquele habitat.
Essa conexão entre problemas e soluções promove um senso de responsabilidade pela
comunidade como um todo, o que cria uma espiral positiva de transformação social.17
Para que essa conexão efetivamente aconteça, é indispensável que o processo de mapeamento
não tenha por objetivo tão-somente a confecção de um banco de dados, repleto de informações úteis,
porém sem ligação entre si. A construção permanente do banco de dados é, sobretudo, um meio de
fortalecer relações e criar parcerias.
Segundo Lycia e Rogério Neumann, .ao identificar os recursos locais, os moradores passam a
conhecer o potencial de sua comunidade e começam a estabelecer novas conexões, ou fortalecer as já
existentes, entre os indivíduos, seus grupos e as instituições locais, assim como entre esses atores, e as
causas que são importantes para o desenvolvimento daquela comunidade.18
Nesse sentido, apresenta-se a seguir as informações a serem coletadas para o mapeamento social
do Programa Justiça Comunitária. Esse processo, sob essa nova formatação, teve início em 25 de
agosto de 2006.19
RECURSOS DISPONÍVEIS20
Associação de Moradores
Estas organizações são fundamentais por suacapilaridade e pelo potencial de produzir capital social e
protagonismo comunitário, ou seja, por sua capacidade de mobilização em torno de interesses e valores
comuns. É um contraponto à cultura de dependência de apoio institucional externo. É interessante que a
identificação das associações inclua a informação sobre seu funcionamento (local, periodicidade de reuniões,
dentre outros) bem assim as suas realizações.
Instituições em geral
Entidades públicas = escolas, hospitais, postos de saúde, parques, bibliotecas, etc.;
Associações e instituições = igrejas, clubes, cooperativas, centros comunitários, etc.
O elenco destas instituições deve ser acompanhado de um levantamento quanto ao acervo de recursos
que cada uma delas pode oferecer. Por exemplo, é importante registrar se uma escola pública possui . e/ou
está disposta a oferecer . salas para reuniões abertas aos finais de semana, computadores, cursos de
alfabetização de adultos, quadras de esportes, educadores voluntários, conselhos de pais e mestres, sinergia
entre a escola e a comunidade, organização estudantil, etc.21
Habilidades pessoais
Em toda comunidade, é possível identificar líderes, voluntários, bordadeiras, cozinheiras, artistas,
educadores, mediadores .natos. de conflitos, etc. Essas pessoas, entretanto, muitas vezes estão .soltas. e
poderiam potencializar seus talentos se firmassem parcerias ou simplesmente se tivessem maiores
oportunidades de expressar as suas habilidades. O mapeamento pode auxiliar no desencadeamento desse
processo.
DIFICULDADES
É indispensável que o formulário de informações coletadas para a confecção do mapa tenha um espaço
destinado ao registro dos problemas da comunidade, segundo a perspectiva da própria comunidade. Além
disso, é interessante classificar o problema de acordo com a sua natureza: estrutural, social, pessoal22 . Essa
classifica ção, quando efetuada pelo próprio agente comunitário, em comunhão com as pessoas
entrevistadas, pode provocar uma reflexão importante sobre o contexto nos quais repousam os conflitos .
individuais ou coletivos . daquela comunidade.
17NEUMANN, Lycia Tramujas Vasconcellos; NEUMANN, Rogério Arns, Desenvolvimento comunitário baseado em talentos e recursos locais . 
ABCD, cit., p. 26.3.
18 Ibidem, p. 23.
19Nessa data teve início o semestre letivo de 2006 da Escola de Justiça e Cidadania, oportunidade em que se apresentou
a nova metodologia de captação das informações relativas à comunidade, a fim de que os agentes comunitários
possam contribuir de maneira mais efetiva para a confecção do mapeamento social.
20NEUMANN, Lycia Tramujas Vasconcelos; NEUMANN, Rogério Arns, Desenvolvimento comunitário baseado em talentos
e recursos locais . ABCD, cit., p. 53-61.
21 Ibidem, p. 64.
22 Ibidem, p. 24.
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Assim, problemas como desemprego, analfabetismo, ausência de saneamento, falta de hospitais e
escolas, violência doméstica, crianças de rua, crime organizado, gangues de jovens, alcoolismo, evasão
escolar, crimes, abuso infantil, problemas psicológicos, dentre outros, comporão um mosaico útil para
impulsionar uma reflexão coletiva acerca de suas circunstâncias.
Embora não haja um momento de conclusão do mapeamento social, eis que se trata de um processo
permanente na mesma medida da dinâmica social, é fundamental que os resultados parciais sejam objeto de
partilha e debate na comunidade. Além disso, é importante que, periodicamente, sempre que possível, haja
uma análise dos resultados alcançados a partir da confecção do mapa, tais como parcerias, empreendimentos
ou eventos desencadeados a partir desse processo.
Comunicação
A comunicação entre as partes é algo que deverá ser estimulado durante todo o
processo de mediação. Essa comunicação não envolve somente o diálogo, mas as condições
criadas para que as partes possam estabelecer ou restabelecê-lo (Exemplos: ambiente
propício, vontade das partes e mediador capacitado, entre outros), apresentando as suas
visões, refletindo sobre o conflito, expressando seus sentimentos, construindo uma solução
solidária e executando o que ficou acordado.
Pacificação Social
A mediação comunitária estimula a reflexão, amplia as possibilidades de diálogos, incentiva a
solidariedade e favorece a cooperação entre partes, contribuindo assim para a mobilização social, a
cidadania e a paz social.
Importante! – Observe que na ‘definição 4’ aparecem os termos “empoderamento e
emancipação social”. Esses dois termos advêm da justiça comunitária, que vê no processo de
mediação comunitária algo muito maior do que simplesmente a possibilidade de dar celeridade aos
processos, pois, à medida que capacita os membros da comunidade para auxiliar na resolução dos
conflitos, estimula a forma de expressão social, amplia o desenvolvimento das capacidades de
emancipação, possibilita o fortalecimento individual e grupal e empodera a comunidade para “dar
respostas comunitárias aos problemas comunitários”. (LITTLEJONH, 1995 apud BRASIL, 2006, p.
47).
 5.3.5. Mediação comunitária e as redes sociais
A resolução de conflitos no ambiente e em grupos não é algo socialmente novo. É possível
encontrar exemplos em diversas culturas, como por exemplo, nas culturas religiosas.
Hoje as redes sociais ajudam a traduzir as estruturações advindas dos grupos. Nesse
ponto, você estudará o papel das redes na mediação comunitária.
5.3.5.1. Animação de redes sociais
5.3.5.1.1. As redes sociais
As redes sociais são a expressão dos contornos da contemporaneidade. Para Manuel
Castells, .redes constituem a nova morfologia social de nossas sociedades, e a difusão da lógica de
redes modifica de forma substancial a operação e os resultados dos processos produtivos e de
experiência, poder e cultura23. O padrão de organização em rede caracteriza-se pela multiplicidade
dos elementos interligados de maneira horizontal.
Os elos de uma rede se comunicam voluntariamente, sob um acordo intrínseco que revela os
traços de seu modus operandi: .o trabalho cooperativo, o respeito à autonomia de cada um dos
elementos, a ação coordenada, o compartilhamento de valores e objetivos, a multiliderança, a
democracia e, especialmente, a desconcentração do poder.24
Há um processo simbiótico entre participação política, exercício da autonomia e solidariedade
entre os membros de uma comunidade organizada em rede. As redes permitem maximizar as
oportunidades para a participação de todos, para o respeito à diferença e para a autoajuda em um
contexto de mútua assistência. Participação traz mais oportunidade para o exercício dos direitos
políticos e das responsabilidades. Para se ter acesso aos recursos comunitários, o nível de atividade
e de compromissos dos grupos sociais aumenta e a auto-estima cresce, após a conquista de mais
direitos e recursos. Há uma reciprocidade entre os vários componentes dessa cadeia .ecológica., na
medida que implica retroalimentação.25
23CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. Tradução de Roneide Venancio Mayer com a colaboração de Klauss Brandini
Gerhardt. 3. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000. p. 497 (A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura, v. 1).
24MARTINHO, Cássio. O projeto das redes: horizontalidade e insubordinação. Aminoácidos, Brasília, Agência de Educa-
ção para o Desenvolvimento (AED), n. 2, p. 101, 2002.
25FOLEY, Gláucia Falsarella, Justiça comunitária: por uma justiça da emancipação, cit., p. 123-127.
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Castells declara que .o principal agente da mudança atual é um padrão de organização e
intervenção

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