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Educação e Comunicação em Saúde

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Suzana Raquel Bisognin Zanon
Educação e 
Comunicação em Saúde
Sumário
03
CAPÍTULO 1 – Qual a Importância da Comunicação nas Ações de Controle Social? .............05
Introdução ....................................................................................................................05
1.1 Quais os tipos de comunicação? ...............................................................................06
1.1.1 Comunicação verbal ........................................................................................07
1.1.2 Comunicação não verbal .................................................................................08
1.2 Quais as características do processo de comunicação? ................................................10
1.3 Como ocorre a comunicação em saúde? ....................................................................11
1.3.1 O que é linguagem na comunicação .................................................................14
1.3.2 Funções da linguagem .....................................................................................15
1.4 Como se dá a comunicação nas ações de educação? ..................................................16
Síntese ..........................................................................................................................20
Referências Bibliográficas ................................................................................................21
Capítulo 1 
05
Introdução
Você se lembra da frase do apresentador Abelardo Barbosa (o famoso Chacrinha), “Quem não se 
comunica se trumbica”? Pois bem, essa expressão ainda faz sentido. Por exemplo: quando se per-
cebe que muitos eventos não obtêm sucesso por falta de investimento em comunicação. Em outras 
palavras, se a mensagem (informações sobre o evento) não for divulgada e/ou direcionada ao pú-
blico-alvo (a quem interessa o evento), será impossível alcançar as expectativas (sucesso do evento).
Como você observou no exemplo descrito, comunicar é imprescindível para que exista a interação 
entre os envolvidos em determinado contexto, de maneira que a informação não seja vista apenas 
como um “repasse de palavras”, mas percebida como uma mensagem viva a ser recebida, compre-
endida e praticada. 
Você deve ter notado as campanhas instrucionais, preventivas e de conscientização para a saúde 
divulgadas diariamente por meio de diferentes veículos, entre os quais outdoors, TV, folders, rádios 
comunitárias e redes sociais. 
Promover a saúde e prevenir doenças são os principais objetivos das instituições como o Sistema 
Único de Saúde (SUS), por exemplo. Mas por que a comunicação é tão importante nessa área? Por-
que é assim que se estabelece a relação entre a comunidade e os profissionais da saúde, e a troca 
de informações amplia-se por meio de diversos canais. Portanto, a comunicação é fundamental 
para que se possa educar, humanizar e promover estratégias de controle em benefício da sociedade. 
No dia a dia, são utilizados diversos tipos de comunicação. E para que não seja somente um “lan-
çamento de palavras”, é necessário seguir todo um processo para que os objetivos – prevenção de 
doenças, humanização da saúde, por exemplo – sejam alcançados.
Neste capítulo, você saberá quais são os tipos de comunicação e as suas diferenças. Entenderá, 
também, como se dá o processo de divulgação, percebendo que sempre há um responsável pela 
disseminação das informações e que, por meio da comunicação, é possível produzir saúde! 
Você já percebeu que, a todo instante, está-se expressando alguma informação? Por exemplo, a 
maneira como alguém se veste e/ou age são mensagens percebidas por quem está ao lado, ou 
próximo. Mas será que somente esses fatores comunicam, ou o tom de voz e o olhar também trans-
mitem mensagens? Será que essa transmissão significa linguagem, ou não? 
Ficou curioso? Acompanhe o conteúdo desenvolvido e aprenda a comunicar-se de forma eficaz na 
área da saúde. 
Qual a Importância da 
Comunicação nas Ações de 
Controle Social?
06 Laureate- International Universities
Educação e Comunicação em Saúde
1.1 Quais os tipos de comunicação?
Você sabe comunicar-se bem? Bem, se a resposta foi negativa, é porque talvez não saiba o que 
é, de fato, comunicação. Muito além da simples transmissão de uma mensagem, seja ela um avi-
so, seja um convite ou uma instrução, comunicar é estabelecer uma relação de troca, fazendo-se 
entender. Quando o que se diz não é compreendido, não há comunicação, mas apenas trans-
missão da informação. Ou seja, para haver comunicação, é preciso que a mensagem transmitida 
seja entendida por quem a recebe.
Torquato (1991) reconhece que a comunicação consiste na forma de se expressar e, por isso, 
é preciso dominá-la. O autor ainda acredita que esse fenômeno tem um imenso potencial para 
influenciar as pessoas a cooperarem, participarem, liderarem e serem solidárias. 
Segundo Passadori (2009, p. 2), a comunicação se dá de diversas formas:
[...] no silêncio, gestos ou palavras, o importante é estar preparado para se comunicar, 
conhecer essa arte que transcende nossa contemporaneidade e remonta ao início da civilização, 
afirmando-se como alicerce central da sociedade moderna.
Figura 1 – Comunicação é a interação entre quem transmite e quem recebe a mensagem.
Fonte: Shutterstock, 2015.
No ambiente profissional, comunicar-se bem e entender o que o outro diz, ou está tentando dizer, 
são fatores de extrema importância. Por exemplo: se você for médico, ao receber um paciente 
que sente muitas dores, mas não consegue expressar verbalmente o que está sentindo, precisará 
estar atento aos sinais de comunicação verbal e não verbal emitidos por ele e por você durante a 
internação. Assim, será possível dar as instruções adequadas, adotando procedimentos que não 
prejudicarão o paciente (SILVA, 2006, p. 14).
A comunicação humana evoluiu, e muito! A oralidade marcou os primórdios da co-
municação humana, precedendo a escrita. O livro Da oralidade à escrita, de Onici 
Claro Flôres e Mozara Rossetto da Silva, relata a história da evolução da comunicação, 
apresentando informações muito interessantes para aprimorar os seus conhecimentos.
VOCÊ QUER LER?
Mas o que seriam sinais verbais e não verbais de comunicação? Veja a seguir.
07
1.1.1 Comunicação verbal
Ao conversar com alguém, seja via e-mail, chat ou pessoalmente, você está-se utilizando da co-
municação verbal, que pode ser escrita ou falada (CEREJA; MAGALHÃES, 2005).
Figura 2 – A comunicação verbal depende da palavra.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Mas quais são os principais fatores para o sucesso desse tipo de comunicação? Clareza e obje-
tividade, conforme descritos a seguir.
Clareza: tanto na fala quanto na escrita, é preciso ser claro, ou seja, evitar emitir mensagens que 
não possam ser compreendidas pela pessoa que a recebe. “O texto claro é aquele que é facil-
mente compreendido pelo destinatário, tanto no que se refere à organização das ideias, quanto à 
prática do material linguístico.” (GOLD, 2003, p. 65). Veja um exemplo: “O enfermeiro informou 
ao paciente que seria internado”. Quem seria internado, o paciente ou o enfermeiro? Observe 
que a frase possui duplo sentido (ocorrência gramatical denominada como ambiguidade) e é um 
caso comum de falta de clareza na comunicação. 
Objetividade: é preciso ser direto para expressar aquilo que se quer. Comunicar-se com ob-
jetividade é falar ou escrever com precisão, sem incluir informações desnecessárias à situação 
comunicativa. Observe um exemplo de texto sem objetividade:
Tendo em vista as atribuições determinadas ao Departamento-Geral de Administração, em 
especial aquelas elencadas no art. 25 do Manual para a Conferência do Rio (documento em 
anexo), solicito a V. Sa. que promova, coordene e dirija, no âmbito deste DGA, a adoção 
das medidastendentes ao fiel desempenho das atribuições em tela, para o que igualmente 
determino às Chefias das unidades subordinadas, desde já, todo o apoio que se fizer necessário 
à obtenção do desiderato colimado (GOLD, 2003, p. 38-39).
Lembre-se de que a objetividade é tendência da comunicação, que está cada vez mais dinâmica, 
rápida e interativa. Afinal, as pessoas não têm tempo a perder com perguntas “O que você quis 
dizer?” ou “Por que você fala tanto para dizer uma coisa tão simples?”
08 Laureate- International Universities
Educação e Comunicação em Saúde
VOCÊ QUER VER?
Já ouviu falar sobre as falhas de comunicação acerca do cometa Halley? Assista ao 
vídeo Cometa Halley no quartel e entenda quem é o responsável pela comunicação. 
Observe que, na comunicação verbal, deve-se ter cuidado redobrado na transmissão 
da mensagem para que chegue ao destinatário de maneira clara e objetiva. Depois de 
assistir, reflita: o que poderia ser feito para que a comunicação tivesse sucesso nesse 
caso? Para ver, acesse o endereço: https://www.youtube.com/watch?v=sR0zegK6nU8.
1.1.2 Comunicação não verbal
O corpo fala, não é mesmo? Quantas vezes você foi a uma consulta médica e notou a recepcio-
nista com expressão infeliz ou debruçada sobre a mesa? Diante dessa situação, certamente você 
pensou: “Ou ela está sofrendo por algum motivo pessoal, ou não quer me atender”. Veja que, 
nesse caso, a recepcionista não precisou falar para expressar o que estava sentindo no momen-
to, pois a sua face e o posicionamento dos braços revelavam seu sentimento. Nota-se que não 
houve a necessidade de se utilizarem palavras para que a mensagem pudesse ser comunicada, 
por isso trata-se de um exemplo de comunicação não verbal. 
Já ouviu alguém dizer “o que a boca não fala o corpo revela”? Leia o texto A comuni-
cação não verbal na área da saúde, de Ana Paula Ramos e Francine Manara Bortagarai 
e veja como é possível humanizar o atendimento por meio deste tipo de linguagem. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rcefac/2011nahead/186_10.pdf>. 
VOCÊ QUER LER?
Ao comentar a força da comunicação não verbal no ambiente de trabalho, Scheller (2008, p. 5) 
salienta que:
Atitudes tais como: bom ânimo, atenção, produtividade, prazer e outras atitudes positivas 
demonstram que há satisfação no trabalho. Porém, o contrário: baixa produtividade, desânimo, 
falta de satisfação e força para o trabalho, insatisfação perene, críticas excessivas evidenciarão 
que não há prazer ou satisfação no trabalho, mesmo que verbalmente o empregado ou executivo 
ao ser perguntado se está satisfeito com seu trabalho diga ‘sim’. Evidencia-se que mesmo que 
a linguagem verbal diga que sim, a linguagem não-verbal transmite que não. 
Para estudar o desdobramento da comunicação não verbal, é fundamental entender que a postu-
ra é um grande veículo de transmissão de mensagens. Além do caráter, a postura expressa uma 
atitude (PEASE; PEASE, 2005). Assim, é possível trazer duas observações sobre a postura: tanto 
pode indicar a posição do corpo (mãos abertas, ombros caídos etc.) quanto o comportamento 
de quem a expressa. 
09
Figura 3 – Exemplo de linguagem não verbal.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Chegar atrasado ou faltar muito ao trabalho, mexer no celular enquanto conversa com alguém, 
ou elevar a voz ao falar com um paciente, por exemplo, são atitudes que revelam posturas que 
expressam desinteresse, agressividade e indiferença. Ou seja, comunicam essas informações sem 
o uso das palavras.
A maneira como você se veste também passa uma mensagem, por isso é importante usar roupas 
adequadas para situações distintas. Por exemplo: um médico que usa boné ao dar palestra à 
comunidade; uma enfermeira que exibe decote acentuado ao atender o paciente, um agente de 
saúde que veste camiseta-regata ao inspecionar um restaurante.
Lembre-se de que, mesmo na falta da palavra escrita ou falada, há um tipo de comunicação que 
expressa significados de acordo com diferentes situações.
Quando se fala ao telefone, o tom de voz comunica mais do que as palavras. De acor-
do com a pesquisa de Albert Mehrabian (1967), doutor pela Universidade da Califór-
nia, a comunicação face a face utiliza 55% da linguagem corporal, 38% do tom de voz 
e 7% das palavras usadas, enquanto na comunicação telefônica utiliza-se 82% do tom 
de voz e 18% das palavras usadas (PEASE; PEASE, 2005).
VOCÊ SABIA?
10 Laureate- International Universities
Educação e Comunicação em Saúde
1.2 Quais as características do processo de 
comunicação?
Você sabia que para a comunicação ocorrer de forma eficaz é necessário um processo, que 
funciona como uma “receita”, para que a mensagem chegue ao destinatário de forma segura e 
clara? Trata-se de um esquema de elementos que auxiliam a comunicação desde o encaminha-
mento até a compreensão da informação que se quer transmitir. A interpretação (decodificação) 
da mensagem depende do cuidado empregado na utilização do melhor canal de comunicação 
e da adaptação da linguagem ao perfil do receptor. 
Observe a figura 4, que representa como se dá a comunicação de acordo com o processo clássico.
FEEDFEEDBACK
CONTEXTO
CANAL
MENSAGEM
EMISSOR
RUÍDOS
RECEPTOR
Figura 4 – O processo de comunicação.
Fonte: Adaptado de Shannon e Weaver, 1949 (apud REDFIELD, 1967, p. 6).
Analisando a figura anterior, você pôde perceber que o processo comunicativo obedece a uma 
sequência de elementos interligados, que são o emissor, a mensagem, o contexto, o canal, o 
receptor, os ruídos e o feedback. Mas o que significam? Acompanhe!
Emissor: quem emite, “lança”, encaminha a mensagem para alguém. 
Canal: meio de comunicação a ser utilizado para encaminhar a mensagem, por exemplo: tele-
fone, rádio, TV ou outdoor. 
Contexto: situação em que ocorre a comunicação, ou seja, entre amigos em uma festa; no hos-
pital, com o paciente; ou entre colegas, no ambiente de trabalho.
Mensagem: informação encaminhada pelo emissor ao receptor. A mensagem pode ser um avi-
so, um convite, um esclarecimento, um pedido, um anúncio etc.
Receptor: pessoa (ou grupo) que recebe a mensagem. Os leitores de uma revista, por exemplo, 
são os receptores da informação. 
11
Ruído: tudo aquilo que compromete a clareza da comunicação e a recepção da mensagem, por 
exemplo: dores, fofoca, humor, dicção, tom de voz, barulhos etc. 
Feedback: retorno esperado da comunicação nas formas verbal ou não verbal, também conhe-
cido como “retroalimentação da mensagem”. Por exemplo: se você encaminhou um convite por 
e-mail e o receptor não confirmou o recebimento da informação, tampouco confirmou a sua 
presença no evento, portanto não houve feedback – e a comunicação não se efetivou. Um sorriso 
que indique a aceitação de alguma informação também pode ser considerado feedback. 
No entanto, se a mensagem não for compreendida, quem é o responsável? Nesse caso, o emissor 
é o grande responsável pela qualidade e pela recepção da informação, desde a seleção das pa-
lavras ou dos sinais adequados ao público-alvo até a seleção do melhor veículo de comunicação. 
Além da responsabilidade do emissor ao encaminhar uma mensagem, para que o processo de 
comunicação alcance seu objetivo é necessário saber ouvir. “Ouvir significa prestar atenção ao 
que o outro fala, naquele momento precisa-se estar totalmente atento àquela troca de informa-
ções, é um momento único.” (SCHELLER, 2008, p. 2).
Lembre-se de que todos somos comunicadores, e o sucesso da comunicação depende da cautela 
e da atenção ao propósito daquilo que se quer transmitir. 
VOCÊ QUER VER?
Segundo a professora Lucia Santaella (PUC), uma das estudiosas mais conhecidas e 
importantes na área da linguística, “a linguagem é o cerne da comunicação”. Saiba o 
que mais ela afirma sobre o tema assistindo ao vídeo Linguagem, pensamento, mídias, 
hibridismo e educação por Lucia Santaella,disponível no endereço: <https://www.you-
tube.com/watch?v=laNhz7Kf1Ac>.
1.3 Como ocorre a comunicação em saúde?
Agora que você já entendeu que a comunicação é fundamental para viver em sociedade e que o 
responsável pelo sucesso da compreensão da mensagem é o emissor, saberá sobre como ocorre 
a comunicação em saúde. 
Para que os serviços prestados na área da saúde tenham qualidade e retorno positivo, é impres-
cindível uma boa comunicação com o público de interesse. A esse respeito, observe as afirma-
ções a seguir: 
a comunicação em saúde é uma das estratégias que poderá ser utilizada para orientar, divulgar 
e, sobretudo contribuir para que pessoas, comunidades possam reconhecer efetivamente a 
necessidade da promoção e educação em saúde e da participação coletiva nas decisões de 
matérias relacionadas à saúde (RIBEIRO; CRUZ; MARÍNGOLO, 2013, p. 3).
Veja que o principal objetivo da comunicação em saúde é divulgar e orientar as pessoas sobre 
aquilo que lhes é de direito. Assim, este tipo de ação cumpre o seu papel, o de estimular a 
integração dos sujeitos nas políticas de saúde dos governos e municípios a fim de encorajar a 
participação e o exercício à cidadania. Se uma campanha de conscientização e autocuidado 
for elaborada com responsabilidade e planejamento, certamente a informação passará adiante, 
12 Laureate- International Universities
Educação e Comunicação em Saúde
não necessitando um maior investimento na publicidade dessas ações. Como, popularmente, se 
costuma afirmar: a propaganda “boca a boca” é uma das formas de publicidade mais eficazes. 
Ao comentar a eficácia do processo de comunicação, Lefevre, Cavalcanti e Figueiredo (2010, p. 
1), salientam ser o ato comunicativo:
[...] uma ação que acontece num contexto ou quadro social ou psicossocial; tais contextos se 
definem, entre outros atributos, por apresentarem um “idioma” de “representações sociais” que 
os indivíduos acessam para estabelecerem contatos uns com os outros.
Por isso, a comunicação em saúde deve ser entendida como prática de cidadania ao permitir a 
comunidades distintas o acesso às informações que integrem o seu cotidiano. Para isso, o SUS é 
o principal responsável por estabelecer modelos de comunicação, bem como profissionais capa-
citados, para esclarecer à população aquilo que lhe é de direito. 
Figura 5 – Integrar a comunidade é um dos principais objetivos na comunicação em saúde.
Fonte: Shutterstock, 2015.
A respeito do SUS, Ribeiro, Cruz e Maríngolo (2013) afirmam que o sistema está compreendido 
em três redes de atenção à saúde:
1. setores primários de atendimento: Unidades Básicas de Saúde (UBS);
2. setores secundários de atendimento: Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e Unidades 
Regionais de Saúde (URS);
3. setores terciários de atendimento: hospitais.
Estas redes são responsáveis por promover as ações e serviços de forma a atender às necessidades 
da população (RIBEIRO; CRUZ; MARÍNGOLO, 2013, p. 2-3). Também de acordo com as autoras 
citadas, o SUS destaca-se mundialmente em termos de política e avanços na promoção da saúde. 
No entanto, os usuários desse sistema ainda encontram dificuldades para o acesso às informações. 
Mesmo diante do crescente avanço da tecnologia em comunicações, persistem os desafios na 
divulgação de informações referentes aos cuidados preventivos e sanitários. O principal desafio 
é romper com a proposta de produção em massa de materiais promocionais com foco na publi-
13
cidade. Os profissionais da comunicação devem trabalhar no âmbito da promoção da saúde, 
que tem um caráter eminentemente comunitário (CARDOSO, 2007, p. 17). 
Nesse mesmo contexto, a autora citada acredita que a comunicação deve estar mais próxima e 
voltada a atender ao perfil das várias comunidades do país, ou seja, de diferentes classes sociais 
e níveis de conhecimento. 
A abordagem por meio das comunidades favorece práticas mais dialógicas e plurais ao destacar 
a construção coletiva dos materiais de acordo com as diversas realidades existentes no Brasil. 
Assim, também é possível trabalhar melhor com a cidadania, fortalecendo a autonomia dos 
indivíduos e das comunidades, e não apenas normatizar condutas, ampliando a participação 
da sociedade. (CARDOSO, 2007, p. 17)
Observe que a prática do diálogo se faz fundamental na comunicação, pois é por esse meio 
que a orientação e conscientização acontecem. Um exemplo bastante comum ocorre no cenário 
dos agentes comunitários de saúde. É importante lembrar que atividades desse cargo tiveram 
início em 1994, período em que foi lançado o Programa Saúde da Família (PSF) pelo Ministério 
da Saúde. Mas você sabe qual é a função destes profissionais? Pois bem, um agente de saúde 
é aquele que tem por objetivo “cuidar” da saúde da família, integrando-se a esse ambiente. 
Entre as atribuições do agente de saúde estão visitar gestantes, acompanhando a gestação, o 
nascimento e o desenvolvimento da criança; registrar nascimentos; cadastrar as famílias nas 
políticas básicas de saúde; estimular a participação da comunidade nas atividades promovidas 
pela Secretaria de Saúde; orientar o autocuidado; entender o perfil da comunidade por meio de 
coleta de dados feitos em visitas domiciliares etc. Em todas essas atividades, o diálogo deve estar 
presente, permitindo a compreensão e a integração dos públicos atendidos de forma efetiva.
É partindo da observação dessa realidade que se percebe a importância de integrar o sujeito 
atendido, estreitando os vínculos entre políticas públicas de saúde, gestão, profissionais da saúde 
e comunidade. Mas atenção! O que garante o retorno esperado das ações de controle social é a 
compreensão das necessidades, dos desejos e da realidade dos receptores da mensagem. Dessa 
forma, é fundamental reconhecer que:
A comunicação em saúde deve ser entendida de forma integralizada, considerando o sujeito na 
sua totalidade, suas dificuldades, seus anseios, e não meramente como o repasse de informações 
rebuscadas com o uso de termos técnicos (RIBEIRO; CRUZ; MARÍNGOLO, 2013, p. 9).
A participação comunitária é outra das funções a serem exercidas pela área comunicacional da 
saúde para beneficiar os sistemas de saúde pública e privada. Nogueira-Martins e De Marco 
(2010) destacam dois ambientes em que podem ser implementadas ações de melhoria na comu-
nicação. Acompanhe no Quadro 1:
Âmbito dos serviços aos usuários Âmbito da comunidade
•	 aumentar o seu nível de participação;
•	 ajudar a identificar as preocupações; 
incentivá-los a fazer — antes da consul-
ta, exames ou tratamentos — uma lista 
do que querem falar; 
•	 assegurar que conseguem formular as 
perguntas que querem/precisam. 
•	 contribuir para o desenvolvimento 
da informação em saúde, através de 
atividades nas escolas, nos locais de 
trabalho, nos grupos comunitários;
•	 aumentar o acesso à internet, o que é 
essencial para aumentar a acessibilida-
de à informação de saúde, bem como 
o contato com técnicos e serviços de 
saúde.
Quadro 1 – Ações de comunicação em saúde.
Fonte: Adaptado de Nogueira-Martins e De Marco, 2010.
14 Laureate- International Universities
Educação e Comunicação em Saúde
Frente à necessidade de se institucionalizarem práticas de comunicação educativas e humaniza-
doras, a Constituição Federal de 1988 criou o Sistema Único de Saúde (SUS), que decretava o se-
guinte: “A saúde é um direito de todos e dever do estado”. (BRASIL, 1988). Já em 1990, a Cons-
tituição Federal anunciava serem as ações promovidas pelo sistema SUS de caráter informativo e 
coletivo. Veja o que diz a Lei n o 8.080/1990, cap. 2, art. 7º, sobre os princípios deste sistema:
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações 
e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos 
os níveis de complexidade do sistema;[...] V - direito à informação, às pessoas assistidas, 
sobre sua saúde; VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde 
e a sua utilização pelo usuário; VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento 
de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática; VIII - participação da 
comunidade (BRASIL, 1990).
Observe que na área da saúde (e em tantas outras que envolvem o controle social) a informação 
é um direito de todos, afinal, o controle social existe para dar vida à cidadania –que se constrói 
por meio de um elemento fundamental: a informação transparente e educativa.
Em vista do que foi explanado até então, é importante lembrar-se de que a comunicação em 
saúde deve ser feita com responsabilidade e cuidado para que a mensagem chegue aos recep-
tores de forma clara e objetiva. E que, principalmente, que essa mensagem seja capaz de mudar 
– para melhor – o comportamento da comunidade a respeito dos cuidados com a saúde. 
Com tudo o que estudou até o momento, você deve estar se perguntando: como auxiliar a mu-
dança de um comportamento, se não conheço o perfil e o contexto da sociedade que receberá a 
minha informação? Para obter a resposta, continue atento ao conteúdo desse material.
A década de 1940 marcou profundamente o início do incentivo à educação na área da 
saúde. O governo de Getúlio Vargas passou a investir na mudança da informação, até 
então de caráter publicitário, tornando-a social, educativa e democrático. Leia o estudo 
A comunicação em saúde no Sistema Único de Saúde: uma revisão de literatura (SILVA; 
ROCHA, 2013) e conheça a evolução da comunicação na área da saúde. Disponível no 
endereço: <https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/97638/000921305.
pdf?sequence=1>.
VOCÊ QUER LER?
1.3.1 O que é linguagem na comunicação
Agora que você já entendeu que a comunicação em saúde precisa atender ao dinamismo da 
comunicação e as necessidades dos mais diversos públicos, você se aprofundará sobre a lingua-
gem. Você sabia que linguagem não é o mesmo que comunicação? Por quê? Porque a lingua-
gem é considerada um veículo da segunda, ou seja, em toda comunicação existe um tipo de 
linguagem, um jeito para se expressar, para “carregar” a mensagem. 
Quando você projeta um dos braços para a frente, mostrando a palma da mão, significa que 
sua intenção é comunicar a mensagem: “pare, espere!”, não é mesmo? Nesse caso, onde está a 
linguagem? Está no gesto que você usou, pois por meio dessa ação a mensagem foi transmitida 
ao receptor.
No que se refere à linguagem falada, existem várias formas de dizer uma palavra, ou mensagem, 
entre as quais a coloquial (forma popular que normalmente se fala no cotidiano. Por exemplo: 
você “tá” bem?) e a formal, ou seja, a linguagem que obedece os padrões gramaticais que re-
15
gem a língua culta (“você está bem?”). Pessoas de diferentes regiões possuem jeitos diferentes de 
falar, com vocabulários próprios de seu ambiente cultural. A isso chama-se variação linguística. 
Assim, é importante destacar que:
As variações de registro ocorrem de acordo com o grau de formalismo existente na situação; com 
o modo de expressão, isto é, se trata de um registro oral ou escrito [...] (CEREJA; MAGALHÃES, 
2005, p. 23).
Mas por que falar em linguagem e suas variações? Porque antes de se emitir determinada mensa-
gem, é necessário identificar quem é o receptor para que ele entenda aquilo que se quer transmitir.
No ambiente jurídico, por exemplo, existe a utilização de um vocabulário específico, técnico, e 
burocrático, pois esse é um segmento que exige e permite a adoção de uma linguagem rebus-
cada e erudita. Veja um exemplo:
Se a mudança de paradigma pode soar herética, coisa de neopositivista extemporâneo, 
registre-se que o autor, de origem marxista e nada tolo, desloca a ênfase para a perplexidade 
que a consideração de dados quantitativos abre, sem perseguir a quimera de uma causalidade 
unívoca, feliz quando, ao termo, encontra 'um problema do qual ignorava a solução. (MORETTI 
apud ANDRADE, 2008, n/p).
Seria impossível utilizar esse mesmo vocabulário para conversar com qualquer pessoa que não 
tivesse conhecimentos na área jurídica. Por isso, é importante adaptar a fala à situação comuni-
cativa. Mas antes que você questione se deve falar errado para que o outro entenda, saiba que 
a regra é: utilize palavras simples e conhecidas, que possam transmitir a mensagem com clareza.
Ao comentar a linguagem na comunicação em saúde, Serafim (2010, p. 11) enfatiza: 
Saber determinar e comunicar exata e compreensivelmente o que significa estar ou ser uma 
pessoa saudável é uma habilidade imprescindível em qualquer procedimento médico, na medida 
em que contribui para o entendimento geral das metas do cuidado com a saúde, permitindo, 
assim, que profissionais e pacientes possam agir de uma forma mais confiante e responsável. 
Veja que a habilidade de comunicação é fator imanente aos procedimentos informativos sobre 
saúde e, para isso, o comunicador deve ser responsável por aquilo que emite e a quem emite, 
para que não ocorram prejuízos na compreensão da mensagem. Escolher a função adequada da 
linguagem fará a grande diferença. Veja a seguir. 
1.3.2 Funções da linguagem
Toda linguagem possui um objetivo: cativar, assustar, acalmar ou convidar, por exemplo. Quando 
anuncia ao seu público “vá logo a um posto de saúde”, você está adotando uma determinada 
função da linguagem. Nesse caso, existe um chamamento, um apelo ao receptor para que não 
demore a procurar o setor de saúde de sua cidade.
Dessa forma, a linguagem desempenha determinada função, de acordo com a ênfase que se 
queira dar a cada ato de comunicação (CEREJA; MAGALHÃES, 2005, p. 33). São seis as funções 
desempenhadas pela linguagem: fática, poética, conativa, referencial, emotiva e metalinguística, 
conforme descritas a seguir.
Fática: quando você testa o canal de comunicação, ou o receptor, está utilizando a linguagem 
fática. Expressões como “olá!” e “entendeu?” são exemplos desse tipo de comunicação.
[...] nos cumprimentos diários (“bom dia”, “boa tarde”, “oi”, “tudo bem?”, “como vai?”), nas 
conversas de elevador (“está quente, não?”), nas primeiras palavras de uma aula (“sentem-se”, 
“vamos começar?”, “pronto?”, “atenção, gente! (CEREJA; MAGALHÃES, 2005, p. 36).
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Educação e Comunicação em Saúde
Poética: é aquela que se vale de recursos linguísticos para “embelezar” a mensagem. Veja um 
exemplo de campanha publicitária para estimular a amamentação: “Amamentação em todos os 
momentos: mais saúde, carinho e proteção.”
Conativa: os verbos de chamamento (ande, faça, compre, venha etc.) fazem parte desse tipo de 
função da linguagem, que “[...] ocorre quando o locutário é posto em destaque e é estimulado 
pela mensagem” (CEREJA; MAGALHÃES, 2005, p. 34).
Referencial: encontra-se em mensagens de cunho informativo, por exemplo: “Nos últimos cinco 
anos, o mosquito da dengue vem sendo controlado para evitar a transmissão da doença.”
Emotiva: serve para despertar sentimentos em outra pessoa. A linguagem emotiva tem a função 
de mexer com o sentimento do receptor. Música, poesia e romances têm este tipo de caracterís-
tica em sua linguagem.
Metalinguística: destaca um tema a partir da mesma veiculação desse tema. Por exemplo, um 
filme sobre um filme; um programa de TV que discute os programas de TV etc. 
O corpo também tem sua linguagem! Uma dor de cabeça, câibras nas pernas e visão 
embaçada podem sintomatizar a presença de males em nosso corpo que nem imagi-
návamos que seriam possíveis! Por isso, fique atento às mensagens transmitidas pelo 
seu organismo. Leia o artigo A linguagem da saúde e conheça os sinais mais comuns 
de possíveis moléstias. Disponível em: < https://boock.files.wordpress.com/2008/02/
alinguagemdasaudejunho2004wmasters01pootzforce.pdf>.VOCÊ QUER LER?
1.4 Como se dá a comunicação nas ações de 
educação?
Aulas, palestras, eventos comunitários e /ou software educativos são exemplos de práticas de 
comunicação em saúde.
A finalidade da educação em saúde não é informar para a saúde, mas de transformar saberes 
existentes. Essa prática propõe o aprimoramento das responsabilidades dos profissionais que 
trabalham com a saúde, em razão, principalmente pelo desenvolvimento da compreensão da 
situação de saúde (SOUZA; JACOBINA, 2009, p. 624).
Mas para isso, são necessários profissionais capacitados para interagir com os diversos públicos 
de interesse e isso se dá no período de sua formação técnica. Nogueira-Martins e De Marco 
(2010) ressaltam algumas habilidades a serem desenvolvidas pelo profissional da área da saúde, 
expostas no Quadro 2. Confira!
17
HABILIDADE O QUE ELA É?
Observação
A observação exige antes de tudo presen-
ça; não basta estar presente fisicamente 
junto ao outro, tendo a atenção voltada 
para pensamentos, lembranças etc.; só 
uma presença efetiva e atenta possibilita 
uma observação adequada.
Continência
É a capacidade de permanecer com 
aquilo que é, sem tentativas prematuras 
(geralmente em função de ansiedade) de 
se “resolver” ou se “livrar”. Por exemplo, 
poder permanecer com dúvidas diagnós-
ticas; poder permanecer em contato com 
estados emocionais do paciente (tristeza, 
raiva etc.); poder permanecer em contato 
com os próprios estados emocionais.
Empatia
É a capacidade de se identificar com o 
outro, conseguindo se aproximar do que 
a outra pessoa está experimentando e 
expressar (verbal ou não verbalmente) soli-
dariedade emocional. Por exemplo, poder 
permanecer junto a um paciente que está 
triste comunicando de alguma forma que 
aceitamos e compreendemos o seu estado.
Conhecimento dos diversos 
canais de comunicação
A partir do referencial das teorias comu-
nicativas, é importante ter presente que a 
linguagem verbal é uma forma evoluída de 
comunicação, que funciona lado a lado 
com outras formas mais primitivas (gestos, 
expressões corporais) ou de natureza distin-
ta (escrita, pintura, música).
Coerência comunicacional
A incoerência entre a expressão verbal e 
não verbal do profissional de saúde deixa 
o paciente indeciso sobre qual das mensa-
gens transmitidas é verdadeira e, portanto, 
qual deve ser considerada.
Quadro 2 – Habilidades de comunicação do profissional da saúde.
Fonte: Adaptado de Nogueira-Martins e De Marco (2010, p. 52-53).
Além dos requisitos do profissional da saúde destacados no Quadro 2, é importante ressaltar 
que a comunicação na educação exerce um papel de medidor de conhecimentos e informações 
fundamentais à comunidade, proporcionando interação entre o sistema de saúde pública ou pri-
vada. Veja algumas atividades de comunicação envolvidas no contexto da educação em saúde, 
segundo Araújo e Cardoso (2007, p. 29):
Assessoria de comunicação social: gestão de imagem pública da instituição.
Divulgação científica: divulgação de estudos científicos sobre a área da saúde em nível amplo 
e leigo.
Comunicação organizacional: processos internos às organizações de produção, circulação e 
apropriação da informação. 
18 Laureate- International Universities
Educação e Comunicação em Saúde
 
Figura 6 – O planejamento da comunicação é fundamental também no sistema de saúde.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Como em qualquer outra área, o processo de comunicação na saúde precisa de planejamento. 
Confira algumas ações que podem ser feitas para comunicar e educar na área em estudo:
•	 palestras;
•	 fóruns de discussão;
•	 peças teatrais; 
•	 campanhas (semanais, quinzenais, mensais, anuais etc.);
•	 feiras;
•	 visitas dos agentes de saúde;
•	 workshops (oficinas);
•	 aulas.
Para fixar o que aprendeu até então, observe o exemplo a seguir:
CAsO
Imagine a seguinte situação: Maria é enfermeira e proferiu uma palestra às mulheres da cidade a 
respeito da prevenção do câncer de mama. Para transmitir a mensagem desejada, a palestrante 
utilizou os seguintes instrumentos: data show (projetor multimídia) e microfone. No final do en-
contro, Maria só ouviu elogios a respeito da sua explanação.
Veja quais são os elementos do processo de comunicação descrito no caso prático:
Emissor: Maria.
Canal: microfone e data show.
Contexto: prevenção à saúde.
19
Mensagem: instruções preventivas contra o câncer de mama.
Receptores: as mulheres da cidade.
Feedback: elogios à palestra.
No entanto, segundo Nogueira-Martins e De Marco (2010, p. 53), a comunicação nesse evento 
poderia ser comprometida por alguns ruídos da comunicação que a invalidariam:
•	 declarações contraditórias;
•	 mudanças bruscas de assunto; 
•	 respostas superficiais;
•	 frases incompletas; 
•	 estilo obscuro;
•	 maneirismo de fala;
•	 interpretações literais de metáforas;
•	 interpretações metafóricas de comentários literais.
Diante do exposto, reflita: você já percebeu que a ocorrência de ruídos é mais comum do que 
se imagina? Quantas mensagens você recebe e não consegue entender, mesmo fazendo várias 
considerações sobre o que ela poderia querer dizer? Quantas vezes fez uma pergunta e recebeu 
respostas confusas e bem longe daquilo que esperava? E mais: quem nunca conversou com al-
guém prolixo, que falou, falou e falou e não disse nada? Pois esses são exemplos cotidianos, e 
a sua função é saber evitá-los.
Portanto, lembre-se que a comunicação não consiste apenas em levar uma mensagem a alguém, 
afinal, se o receptor não compreender o significado e o objetivo da mensagem, não existirá 
comunicação! É preciso planejamento para que as ações de controle social tenham resultado 
positivo. Identificar o público e suas necessidades, definindo a melhor estratégia para cada situ-
ação, são princípios basilares da efetividade da comunicação e educação em saúde.
Um dos grandes estudiosos da comunicação e educação em saúde é Paulo Marchiori Buss, autor 
de cerca de 80 publicações e figura atuante e experiente na promoção e divulgação das infor-
mações sobre o tema. 
Paulo Marchiori Buss é membro titular da Academia Nacional de Medicina. Em seu 
vasto currículo, destacam-se os cargos que ocupou e ocupa nas instituições de Saúde 
de abrangência mundial, entre os quais International Association of National Institutes 
of Public Health (IANPHI), International Association for Health Policy (IAHP), Federação 
Internacional para a Cooperação entre Centros de Pesquisa em Sistemas e Serviços 
de Saúde (FICOSSER ), Asociación Latino-americana de Medicina Social (ALAMES), 
Associação Latino-americana e do Caribe de Educação em Saúde Pública (ALAESP) e 
da Canadian Public Health Association (CPHA). Para saber mais sobre sua contribuição 
para a comunicação educativa em saúde, acesse o endereço: http://www.crics8.org/
agendas/program/person.php?lang=pt&id=8.
VOCÊ O CONHECE?
20 Laureate- International Universities
Síntese
Ao concluir este capítulo, espera-se que você tenha aprimorado seus conhecimentos sobre a im-
portância da comunicação para a educação em saúde. Durante este estudo, você foi capaz de:
•	 conhecer o conceito de comunicação e sua importância;
•	 identificar as diferenças entre comunicação verbal e não verbal, entendendo que a verbal 
é composta pela palavra e que a comunicação não verbal é feita por meio de gestos e 
sons, por exemplo;
•	 perceber que a comunicação não verbal é mais poderosa que a verbal, pois mesmo 
estando calados, estamos expressando alguma coisa;
•	 saber os aspectos da comunicação em saúde, percebendo que ela é responsável por 
comunicar instruções de prevenção; 
•	 perceber que a linguagem interfere na clareza da comunicação, sendo ela portadora de 
funções;
•	 conhecer o processo de comunicação, entendendo que ele é composto por: emissor, 
canal, contexto, mensagem,receptor, ruído e feedback;
•	 entender a necessidade de capacitar os profissionais da saúde para prestarem informações 
claras e objetivas.
Síntese
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