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Neuroplasticidade e Sistema Nervoso

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16/09/2019
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Profa. Ms. Silvia Caroline Massini Rosa
NEUROPLASTICIDADE
SISTEMA NERVOSO
Contém duas classes distintas de células:
 Células da Glia (células de sustentação)
 Neurônios (células nervosas)
10 mil tipos diferentes
CÉLULAS DA GLIA
Glia → do grego cola
 Células da Glia não conduzem sinais;
 São caracterizadas por suas dimensões e funções;
Grandes células da glia → macróglia
Menores células da glia → micróglia
MACRÓGLIA
Em geral são classificadas em 3 tipos:
 Oligodendrócitos (SNC) e Células de Schwann (SNP): Formam a bainha
de mielina, que atua como isolante da região eletricamente condutora dos
neurônios, o axônio. A diferença primária entre os dois tipos de células de
sustentação produtoras de mielina é sua localização no sistema nervoso.
 Astrócitos: Designados por seu corpo celular em forma de estrela, como
prolongamentos radiantes, desempenham papel nas funções de nutrição e
limpeza no SNC. Possuem pés terminais conectam os neurônios aos
capilares sanguíneos. Além disso são os astrócitos que ajudam a restringir a
extensão da área lesada do tecido neuronal após ter ocorrido lesão do SNC.
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MACRÓGLIA MICRÓGLIA
As pequenas células da glia atuam normalmente como fagócitos (células que
ingerem e destroem bactérias e células) ativados e mobilizados após lesão,
infecção ou doença, atuando como o sistema imune do encéfalo.
A micróglia limpa o ambiente neural através da secreção de
proteínas que atraem células do sistema imune para o
sistema nervoso. Essas células imunes se transformam em
macrófagos que removem os dendritos das células mortas.
NEURÔNIOS
Os neurônios diferem da glia e são células únicas, por serem capazes de
receber entrada e saída de informação
As funções básicas do neurônio são recepção, integração, transmissão e
transferência de informação
Conexões sinápticas divergentes e convergentes contribuem para a distribuição
da informação por todo o sistema nervoso.
Os neurônios maduros não são capazes
de se dividir e replicar, porém o Sistema
Nervoso Central é capaz de apresentar
imenso grau de neuroplasticidade.
NEUROPLASTICIDADE
O SN é o sistema que apresenta a maior e a mais veloz capacidade de
remodelar por ser a estrutura mais excitável existente.
Essa excitabilidade refere-se a capacidade do sistema
nervoso transmitir potenciais elétricos.
Tipos de modificações no SN:
 Habituação
 Aprendizado e memória
 Recuperação da lesão
Capacidade de remodelação do sistema nervoso, sendo qualquer modificação 
que não seja periódica e que tenha duração maior que poucos segundos. 
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HABITUAÇÃO
Alterações de curta duração na liberação de
neurotransmissores e na sensibilidade do
receptor pós-sináptico produzem resposta
diminuída a estímulos repetitivos específicos.
A redução da atividade sináptica no reflexo
motor é em parte consequência da diminuição
de liberação de neurotransmissores na
terminação pré-sináptica do neurônio sensorial.
Redução funcional da eficácia sináptica 
devido a estímulo contínuo.
Ex: Técnicas de dessensibilização, Integração
sensorial...
APRENDIZAGEM E MEMÓRIA
Dependem das alterações persistentes e de longa duração das conexões
sinápticas. Durante as fases iniciais do aprendizado motor, regiões grandes e
difusas do encéfalo mostram atividade sináptica. Com a repetição da tarefa,
ocorre redução do número de regiões ativas no encéfalo. Finalmente quando
uma tarefa é aprendida, só pequenas regiões distintas do encéfalo mostram
atividade aumentada durante a execução da tarefa.
→ Síntese de novas proteínas e crescimento de novas conexões sinápticas,
produção de resposta sustentada e memória de estímulos repetitivos
específicos.
Aprendizagem e memória dependem:
 Repetição
 Síntese de novas proteínas
 Crescimento de novas conexões sinápticas
APRENDIZAGEM E MEMÓRIA
Estudos apontam que além do aprendizado, a memória motora e espacial se
consolidam durante o sono. Cada qual numa fase específica:
 Fases 1 e 2 ( sono mais leve) → memória motora é consolidada
 Fases 3 e 4 ( sono profundo) → memória espacial consolidada
 Fase de sono REM (sonho) → memória relativa à atividade intelectual é
consolidada
As informações captadas ao longo do dia chegam ao hipocampo (acetilcolina),
durante o sono a acetilcolina permanece praticamente inativa. Sem acetilcolina,
os neurônios conseguem formar uma rede pela qual informações migram para
outras regiões do cérebro – o neocórtex.
É nessa região que ficará armazenada a longo prazo a memória relativa ao
aprendizado.
RECUPERAÇÃO DA LESÃO
 Tudo o que lesar ou seccionar um axônio
neuronal provoca alterações degenerativas
que podem causar morte da célula. Porém
alguns neurônios possuem a capacidade de
regenerar seus axônios. Em contraste, a lesão
no corpo celular neuronal leva a morte dessa
célula.
 Quando neurônios morrem eles não são
substituídos, contudo alteração nas sinapses
(reorganização funcional) e alteração relacionada
à atividade (liberação de neurotransmissores),
promovem a recuperação da lesão.
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LESÃO AXÔNICA
DEGENERAÇÃO WALLERIANA:
1. Terminação axônica degenera;
2. Mielina se fragmenta; 
3. Corpo celular apresenta alterações metabólicas;
4. Terminações pré-sinápticas se retraem do corpo 
celular que está morrendo;
5. Células pós-sinápticas se degeneram.
LESÃO AXÔNICA SNP
Axônios periféricos lesados podem se recuperar da lesão e os alvos, privados
de entrada pelos axônios lesados, podem atrair novos brotamentos para manter
o funcionamento do sistema nervoso.
Brotamento pode ocorrer de duas formas:
COLATERAL REGENERATIVA
LESÃO AXÔNICA SNP
A regeneração funcional dos axônios ocorre com mais frequência no SNP
devido a produção de fator de crescimento neural (NGF) pelas células de
Schwann.
Recuperação lenta → 1mm por dia ou 2,5 cm por mês.
O brotamento por axônios periféricos pode causar problemas quando um alvo 
inadequado for reinervado:
Axônios motores → Movimentos indesejados (sincinesia) → diminuem a
medida que ganha controle motor.
Axônios sensoriais → Confusão entre as modalidades sensoriais.
LESÃO AXÔNICA SNC
Diferente das lesões dos axônios periféricos, as lesões de axônios no SNC são
irreversíveis. A ausência de regeneração decorre da falta de NGF, da inibição
do crescimento pelos oligodendrócitos e pela interferência da atividade
de limpeza da micróglia.
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ALTERAÇÕES SINÁPTICAS
Eficácia sináptica → Edema faz com que sinapses fiquem inativas, uma vez
desaparecido reaparece a eficácia sináptica.
ALTERAÇÕES SINÁPTICAS
Hipersensibilidade por desnervação → quando terminações axônicas pré-
sinápticas quando a destruição de neurônios pré-sinápticos resulta na
formação de novos receptores privados de suprimento adequado de
neurotransmissor pelas terminações restantes.
ALTERAÇÕES SINÁPTICAS
Hipereficácia sináptica → quando apenas alguns ramos do axônio periférico
são destruídos as ramificações axônicas restantes recebem todo
neurotransmissor que seria partilhado entre todos os terminais, resultando na
liberação de quantidades maiores que as normais de transmissores sobre os
receptores pós-sinápticos.
ALTERAÇÕES SINÁPTICAS
Desmascaramento de sinapses silenciosas → No SNC muitas sinapses
parecem não ser usadas, a não ser que lesão de outras vias resulte em uso
aumentado das sinapses, até então silenciosas.
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REORGANIZAÇÃO FUNCIONAL
As áreas corticais rotineiramente se ajustam às variações das entradas
sensoriais e desenvolvem novas funções dependentes das saídas motoras
necessárias.
Mapas das áreas funcionais do córtex são produzidos pelo registro de
atividade neuronal,após lesão há realocação de funções neurais.
EFEITOS DA REABILITAÇÃO
A plasticidade torna possível a recuperação das lesões do sistema nervoso, 
contudo, a atividade é crucial para a otimização da recuperação.
Fisioterapia → Reorganização motora funcional
↓
Intensidade da reabilitação
↓
Intervalo de tempo entre a lesão e o início da reabilitação 
Início precoce???
OBRIGADA

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