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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 1/27 CAPÍTULO 09 - USOS DO GÁS NATURAL A composição química do gás natural, com a predominância do metano e com reduzidos teores de gases inertes (CO2 e N2) e de hidrocarbonetos pesados, faz do mesmo um excelente combustível, com poder calorífico acima de 37,68MJ/Nm 3 . Considerando sua densidade média de 0,768kg/Nm 3 , pode-se avaliar o seu poder calorífico, por volta de 47,73MJ/kg. Desta forma, o gás natural é utilizado com elevada eficiência em caldeiras, motores de combustão interna e turbinas. Quando comparado ao óleo combustível, a queima se faz com mais facilidade, pois o controle da relação ar/combustível é mais preciso e a mistura com o ar é mais uniforme, resultando em temperaturas mais elevadas. As principais aplicações que demandam o uso cada vez maior do gás natural têm sido como: Combustível industrial, comercial, domiciliar e veicular; Recuperação de petróleo em campos produtores através de sua reinjeção; Geração de energia elétrica em usinas termelétricas, em unidades industriais, instalações comerciais e de serviços; Regime de co-geração (produção combinada de vapor e eletricidade), nas indústrias petroquímicas e de fertilizantes, e para redução do minério de ferro na indústria siderúrgica. Há também na Literatura indicações que diferenciam o gás natural quanto ao uso final do gás em não energético e energético. Entende-se “não-energéticos” a sua utilização como matéria prima na fabricação de amônia, metanol, eteno e na fabricação de aço (por redução). Para os energéticos, a sua queima direta tem sido cada vez mais importante para a constituição da base energética dos países, tendo impacto direto sobre toda a população e as atividades econômicas. Dentre as aplicações citadas anteriormente, a principal utilização do gás natural é para fins energéticos nas termelétricas e nos sistemas industriais para produção de calor, em geral. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 2/27 Em relação a agregar valor ao produto, seu uso de maior valor é como matéria- prima para a indústria química e petroquímica para a produção de eteno, metanol, uréia, amônia, hidrogênio, entre outros produtos. Dados de produção e consumo de Gás Natural no Brasil: FONTE: Boletim Mensal de acompanhamento da indústria de gás natural, MME, Out./2014 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 3/27 FONTE: Boletim Mensal de acompanhamento da indústria de gás natural, MME, Abril/2017 FONTE: Boletim Mensal de acompanhamento da indústria de gás natural, MME, Junho/2019 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 4/27 Detalhamento numérico dos usos do Gás Natural no Brasil: FONTE: Boletim Mensal de acompanhamento da indústria de gás natural, MME, Out./2014 FONTE: Boletim Mensal de acompanhamento da indústria de gás natural, MME, Dez./2016 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 5/27 FONTE: Boletim Mensal de acompanhamento da indústria de gás natural, MME, Abril/ 2017 FONTE: Boletim Mensal de acompanhamento da indústria de gás natural, MME, Junho/ 2019 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 6/27 Utilizações do gás natural:%, UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 7/27 Dados do consumo de gás natural no Brasil FONTE: Boletim Mensal de acompanhamento da indústria de gás natural, MME, Out./2014 FONTE: Boletim Mensal de acompanhamento da indústria de gás natural, MME, Junho/2019 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 8/27 Oferta Total de Gás Natural FONTE: Boletim Mensal de acompanhamento da indústria de gás natural, MME, Junho/2019 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 9/27 São aplicações inerentes ao gás natural: 1. CO-GERAÇÃO A aplicação do gás natural na produção de energia elétrica pode ser dividida em duas modalidades. Uma delas é a geração exclusiva da eletricidade. Outra é a co- geração, da qual se extrai, também, o calor e o vapor utilizados em processos industriais. Nas usinas termelétricas, a primeira etapa do processo consiste na mistura de ar comprimido com o gás natural a fim de se obter a combustão. O resultado é a emissão de gases em alta temperatura, que provocam o movimento das turbinas conectadas aos geradores de eletricidade. A energia térmica, portanto, transforma-se em mecânica e, em seguida, em elétrica. O destino dado ao gás natural após esta aplicação determina se o ciclo da termelétrica será simples (ou aberto) ou combinado (fechado). No primeiro caso – o mais tradicional – os gases são resfriados e liberados na atmosfera por meio de uma chaminé. No ciclo combinado, ainda em alta temperatura, os gases são transformados em vapor que, direcionado às turbinas, novamente provoca o seu movimento. Assim, a característica básica de termelétricas a ciclo combinado é a operação conjunta de turbinas movidas a gás e a vapor. A tecnologia do ciclo combinado é recente (década de 80) e passa por processo de expansão em todo o mundo, inclusive no Brasil. Embora exija maiores investimentos que aqueles aplicados nas usinas de ciclo simples, aumenta a eficiência do processo de geração. Em outras palavras: com a mesma quantidade de gás natural é possível obter maior produção de energia elétrica. No ciclo simples, o grau de eficiência é co-geração pode ser realizada com todos os combustíveis usados em usinas termelétricas – por exemplo, óleos, biomassa e carvão, além do gás natural. A opção por um ou por outro depende, em última instância, da disponibilidade de suprimento e das características do consumidor. Em síntese, o processo de co-geração permite a produção simultânea de energia elétrica, energia térmica e vapor. No caso do gás natural, os dois últimos são produzidos a partir do calor gerado na produção da eletricidade por usinas em ciclo simples e que, se não utilizado, seria liberado na atmosfera. Este calor é recuperado antes da emissão dos gases e destinado à produção de vapor, do ar quente ou da refrigeração. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 10/27 Geração termoelétrica – turbinas a vapor Geração termoelétrica – uso de motores e turbinas a gás UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 11/27 Esquema básico de uma termoelétrica Ciclo Combinado O gás natural viabiliza a utilização em usinas de ciclo combinado,que consistem na associação de uma ou mais turbinas a gás, com uma turbina a vapor, interligadas por uma caldeira de recuperação. O fluxo de gases de combustão que sai da turbina a gás, passa por um regenerador de calor e este produz o vapor necessário para movimentar a outra turbina. Desta forma, a energia descarregada pela turbina a gás é aproveitada para acionar a outra turbina e o rendimento do conjunto, denominado de ciclo combinada, pode ficar próximo a 55%. Processo a ciclo combinado: UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 12/27 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 13/27 Geração termoelétrica – uso de ciclo combinado com turbinas a gás e vapor Centrais Termoelétricas no Brasil Com o esgotamento dos melhores potenciais hidráulicos do país e a construção do gasoduto Bolívia - Brasil, o gás natural tornou-se uma alternativa importante para a necessária expansão da capacidade de geração de energia elétrica. Nesse contexto, foi criado o Plano Prioritário de Termelétricas (PPT), pelo Decreto n° 3.371 de 24 de fevereiro de 2000. Como indicado na Tabela abaixo que se não se encontra completa (ver link http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/gas_natural/9_4.htm), em setembro de 2003, havia 56 centrais termelétricas a gás natural em operação no Brasil, perfazendo uma capacidade de geração de cerca de 5.581 MW. Muitas dessas usinas estão sendo operadas e construídas para fins de autoprodução, atendendo simultaneamente às suas necessidades de calor e potência elétrica (co-geração). UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 14/27 Fonte: AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEEL. Banco de Informações de Geração - BIG. 2003. Disponível em: www.aneel.gov.br/15.htm UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 15/27 Unidades Termoelétricas (UTE) em operação no Brasil em dezembro/2016 (Dados MME) FONTE: Boletim Mensal de acompanhamento da indústria de gás natural, MME, Dez./2016 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 16/27 2. INSUMO PETROQUÍMICO O condensado de gás natural apresenta elevado teor de parafinicidade e possui faixa de destilação próxima à da nafta petroquímica obtida pelo refino do petróleo, sendo excelente carga para a produção de petroquímicos. Na indústria petroquímica, o gás natural é utilizado como matéria prima, fornecendo etanos, propanos e butanos. O etano é muito utilizado na fabricação do etileno. O gás natural pode ser utilizado como matéria prima, mas devido à pequena quantidade de carbono nos gases que participam da sua composição, seu uso não é tão abrangente, quando comparado com o petróleo. O gás natural associado tem maiores quantidades de etano, propano e butano, que constituem uma parcela dos insumos básicos de uma petroquímica. Tais componentes são utilizados como matéria prima na fabricação de olefinas e aromáticos. A fabricação de amônia e metanol também utiliza o gás natural como matéria prima. As instalações de fabricação de amônia e metanol têm se deslocado dos países mais desenvolvidos para os países que possuem grandes reservas de gás natural, reduzindo dessa forma, os custos de produção. Na fabricação de amônia e metanol, bem como de formaldeídos e fertilizantes, o gás natural é considerado como a matéria prima que apresenta as melhores condições tecnológicas e econômicas. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 17/27 GÁS DE SÍNTESE: Mistura de monóxido de carbono (CO) e hidrogênio (H2) em definidas proporções, utilizada como matéria-prima de intermediários e produtos petroquímicos, partindo de diversos tipos de correntes contendo hidrocarbonetos. Tipos de cargas = ƒ (disponibilidade, uso, processos) Gasosas: gás natural, gás residual de refinaria Líquidas: GLP, nafta, gasóleo Sólidas: coque, carvão Processos Catalíticos: reforma vapor (convencional) oxidação parcial catalítica (reforma auto-térmica) reforma combinada Não catalíticos: oxidação parcial (gaseificação) Produtos que podem ser obtido do gás de síntese: UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 18/27 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 19/27 Figura: Produção de fertilizantes - Importância do Gás Natural como matéria-prima 3. GTL Este recurso natural também pode passar por um processo de transformação para dar origem a derivados similares aos do petróleo, porém menos agressivos ao meio ambiente. Essa tecnologia, denominada gas-to-liquid (GTL), é recente, tem custos elevados e é dominada por poucas companhias. Outros elementos positivos são a capacidade de dispersão em casos de vazamento e a pequena emissão de poluentes em toda a cadeia produtiva se comparado aos demais combustíveis fósseis. A tecnologia GTL se baseia na produção de hidrocarbonetos líquidos a partir de gás de síntese (ou “syngas”, CO e H2), via a reação de Fischer-Tropsch. A reação foi descoberta na década de 20, usada pelos alemães durante a segunda guerra mundial para produzir combustível de aviação de alta qualidade. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 20/27 A Tecnologia Fischer-Tropsch (FT), tem sido aplicada durante muitos anos, para conversão de carvão em syngas, recentes avanços na tecnologia de reatores e desenvolvimento de catalisadores fazem o FT GTL(gás-to-liquid), que transforma o gás de síntese em hidrocarbonetos líquidos, economicamente favorável, igualando com os preços do óleo cru. Pode ser utilizado tanto em pequenas como em enormes reservas de gás, os produtos do FT, são combustíveis “limpos”, sem presença de componentes aromáticos, sulfurados, ou nitrogenados, o que pode representar uma maior satisfação das Leis de Restrição e Regulação Ambientais, principalmente na Europa e Estados Unidos. A reação básica do Fischer-Tropsch, , requer uma estequiometria de H2/CO = 2. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 21/27 nCO + 2nH2 (-CH2-)n + nH2O ΔH = -39,4 kcal/mol A reação continua via propagação em cadeia, com agrupamento de –CH2– formando cadeias longas e lineares de hidrocarbonetos, finalmente os hidrocarbonetos sintéticos passam pela etapa de Hidrotratamento ou Hidrotratamento, gerando os produtos acabados. Este processo vem sendo operado em escala comercial desde a década de 50 pela Sasol. O processo inicial, o “Arge Process”, utilizava baixas temperaturas(200-250°C), médias pressões (20-30 bar) um reator de Leito Fixo. Os catalisadores de Fisher-Tropsch são do grupo metais VIII e os mais comuns são Co, Ru e Fe, catalisadores de Ferro são comumente usado, devido ao seu baixo custo, em comparação com outros metais ativos. Muitos catalisadores são preparados em técnicas de precipitação (Anderson, 1956). Catalisadores de ferro têm sido aplicados industrialmente na síntese de Fischer- Tropsch durante muitos anos. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 22/27 4. TRANSPORTES Autoridades do setor de transportes de diversas cidades em todo o mundo têm buscado alternativas ao diesel convencional como força motriz de suas frotas de ônibus. As principais tecnologias experimentadas têm sido: • Mistura diesel-gás em motores de ciclo diesel; • Emulsão de diesel e água; • Gás natural comprimido em motores de ciclo Otto (GNC, ou CNG, do inglês Compressed Natural Gas); • Gás natural liquefeito em motores de ciclo Otto (GNL, ou LNG, do inglês Liquefied Natural Gas); • Veículo híbrido-elétrico; • Diesel com baixo teor de enxofre, chamado de “diesel limpo” e catalisadores; • Biodiesel; • Células a combustível. Dentre as tecnologias citadas, as mais difundidas têm sido o GNC e o GNL, sendo estas as primeiras alternativas ao diesel comercialmente disponíveis no mundo. As demais opções são em sua maioria utilizadas apenas de modo experimental, geralmente em pequena escala ou ainda não estão disponíveis comercialmente. Mais abundante que o petróleo em muitos países, o gás natural se apresenta especialmente estratégico para o Brasil em face de sua grande disponibilidade e da crescente perspectiva de sua oferta em longo prazo, tanto por importação de países vizinhos como originário das reservas nacionais, ampliadas após as descobertas na bacia de Santos, anunciadas em 2003. Diante desses aspectos, iniciativas que estimulem o uso de gás natural têm sido consideradas de grande conveniência para a segurança energética nacional. No entanto, o amadurecimento da tecnologia do diesel ao longo de várias décadas consolidou um sistema confiável, de alta penetração regional e baixo custo de manutenção, proporcionando a formação de uma frota nacional considerável, apoiada por uma ampla rede de postos de abastecimento. A indústria automobilística estruturou-se fortemente neste segmento, e da mesma forma desenvolveu-se uma eficiente logística de suprimento de combustíveis líquidos, tornando-se difícil a entrada de uma tecnologia concorrente nesse mercado. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 23/27 A superação de dificuldades para introdução da nova tecnologia requer esforços das empresas e investimentos dos governos, que suficientemente argumentados podem ser justificados pelos benefícios esperados para a sociedade. Para motivar o desenvolvimento do novo combustível nessa aplicação, a magnitude desses benefícios deve ser bem conhecida e amplamente divulgada, com o objetivo de se angariar apoio social e político. Tecnicamente, as máquinas térmicas são aquelas máquinas que transformam a energia química dos hidrocarbonetos em energia térmica. Mas os motores de combustão interna, de um modo específico, transformam a energia térmica em energia mecânica. Eles podem ser classificados segundo seus ciclos de operação: ciclo Otto, para os que utilizam álcool e gasolina; e ciclo Diesel para motores movidos a óleo diesel. Os carros movidos a Gás Natural Veicular (GNV) podem operar nos dois ciclos, entretanto são mais usuais para os motores Otto. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 24/27 5. INDÚSTRIA METALÚRGICA Entre as aplicações da Indústria Metalúrgica, destaca-se o aquecimento de panelas de vazamento de metal líquido, tratamento térmico, fusão de metais não ferrosos e o de produção de moldes e machos de areia. Cada parte descrita aqui possuía como fonte de aquecimento ou GLP ou óleo diesel ou energia elétrica, e dados como consumo de combustível, eficiência térmica, consumo e custo energéticos foram obtidos antes e depois da implantação da rede de GN. Fundição, panela de vazamento É o recipiente utilizado para transportar o metal líquido, saído do forno de fusão, até o molde. Tipicamente, o metal encontra-se a temperaturas próximas a 1.500ºC e para evitar perda de energia térmica e, consequentemente, de produtividade, a panela deve estar aquecida para transportá-lo. Fornos de Tratamento Térmico O processo de tratamento térmico compreende operações de aquecimento e resfriamento de aços e tem por objetivo alterar suas propriedades físicas, mais particularmente suas propriedades mecânicas. Atualmente, os níveis de exigência da indústria metal-mecânica fazem com que as características das peças tenham requisitos cada vez mais estreitos de qualidade, e que estão relacionados, principalmente, com uma estrutura isenta de tensões e compatível com os esforços previstos. O sucesso no tratamento térmico depende de um rigoroso controle de taxas de aquecimento e resfriamento, além do controle de tempo de permanência das peças em condições de alta temperatura. Neste setor produtivo em questão, o GN substituiu resistências elétricas de Carbeto de Silício de fornos de cementação, e substituiu o óleo diesel utilizado nos fornos de têmpera, e a análise de consumo foi realizada para duas condições diferentes de operação dos fornos, durante o aquecimento após a entrada de peças e durante a manutenção da temperatura. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 25/27 Fornos de cementação O processo termoquímico de cementação utiliza sais fundidos a altas temperaturas para o tratamento térmico de aços. O objetivo é criar uma camada superficial com dureza mais elevada do que o restante da peça através da incorporação de carbono, proveniente de um sal fundido, em sua estrutura. A cementação deve ser realizada a temperaturas que coloquem o aço em estado austenítico, geralmente entre 900°C e 950°C, que é quando a difusão de carbono através de sua estrutura atômica ocorre com maior facilidade. É fundamental um rigoroso controle de temperatura em todas as etapas do processo para garantir que a superfície tratada alcance a espessura e as propriedades desejadas. Fornos de têmpera A têmpera é indiscutivelmente o tratamento térmico mais importante dos aços, principalmente quando se fala em aços ferramentas. A velocidade de aquecimento do banho de sal deve ser criteriosa, obedecendo às rampas ou escalonamentos de forma a minimizar os inconvenientes de distorções devido a gradientes térmicos. O resfriamento deve ser rápido, para os quais geralmente se empregam meios líquidos. Os aços após sofrerem o processo de têmpera adquirem tensões internas elevadas devido às alterações microestruturais que levam ao aumento da dureza, da resistência ao desgaste e da resistência à tração. Em contrapartida, a ductilidade e tenacidade do aço tratado sofrem apreciável redução e um segundo processo, chamado revenido, deve ser seguido para corrigir os inconvenientes causados por estas altas tensões. Fornos de Fusão de metais não ferrosos - alumínio Fundição é um processo de fabricação em que um metal completamente fundido é vazado na cavidade de um molde projetado com o formato desejado.As fundições de ligas não ferrosas (alumínio, cobre, etc.) normalmente utilizam fornos com aquecimento a óleo (bpf ou diesel) para o processo de fusão, uma vez que os pontos de fusão destas ligas são baixos e os custos operacionais e de manutenção são atrativos. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 26/27 6. INDÚSTRIA SIDERÚRGICA O gás natural é aplicado na siderurgia principalmente como redutor na fabricação de ferro esponja. Este processo de produção de ferro esponja, matéria prima rica em ferro e carbono utilizada para a produção de aço, teve ampliação da aplicação devido ao aumento das fontes de gases redutores e às exigências de mercado por produtos de maior qualidade. No processo de redução direta o óxido de ferro (Fe2O3), em pelotas ou pedaços, é convertido em ferro de alta pureza através da sua reação com o Hidrogênio e o Monóxido de Carbono. Processo Químico de Redução do Óxido de Ferro Redução Fe2O3 + 3H2 2Fe + 3H2O Fe2O3 + 3CO 2Fe + 3CO2 Carbonização 3Fe + 2COFe3C + CO2 3Fe + CH4 Fe3C + 2H2 Reforma CH4 + CO2 2CO + 2H2 CH4 + H2O CO + 3 H2 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ ENGENHARIA DE PETRÓLEO ENGENHARIA DE GÁS NATURAL – PROF. JOHNY CORRÊA 27/27 BIBLIOGRAFIA 1. Sartori, Isabel. Gerenciamento de eventos anormais de uma unidade de processamento de gás natural através de sistemas de detecção e diagnóstico de falhas 2. Filho, Alberto Dantas; Fagá, Murilo Tadeu Werneck. IMPACTOS DA SUBSTITUIÇÃO DE DIESEL POR GÁS NATURAL NO TRANSPORTE PÚBLICO URBANO. 3° Congresso Brasileiro de P&D em Petróleo e Gás, 2005. 3. MME – Ministério de Minas e Energia. BEN – BALANÇO ENERGÉTICO NACIONAL, Governo Federal, 2008. 4. Rodrigues, Renato de Carvalho; Bomtempo, José Vitor. COMPARAÇÃO TÉCNICO-ECONÔMICA DAS ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS PARA PROCESSOS GTL. 3° Congresso Brasileiro de P&D em Petróleo e Gás, 2005.
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