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Artigo - Atualizado 23-11-09 - VERIFICAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR MÁXIMA EM DIFERENTES ÂNGULOS DE FLEXÃO DO COTOVELO E EXTENSÃO HORIZONTAL DO OMBRO NO EXERCICIO SUPINO PLANO

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VERIFICAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR MÁXIMA EM DIFERENTES ÂNGULOS DE FLEXÃO DO COTOVELO E EXTENSÃO HORIZONTAL DO OMBRO NO EXERCÍCIO SUPINO PLANO
Elder Gomes Roseiro
Prof. Ms. Leonardo Raposo Rocha Gomes
Curso de Educação Física, Esporte e Lazer
Centro Universitário Vila Velha – UVV
RESUMO
Este estudo teve como objetivo verificar em que ângulos de flexão do cotovelo e extensão horizontal do ombro, no exercício supino plano com barra, o atleta de musculação consegue maior força máxima no teste de 1 RM. A amostra foi composta de 21 voluntários do sexo masculino (28,95 ± 8,19 anos; 81,40 ± 13,17 kg; 1,76 ± 0,07 cm). Os resultados indicam que as médias dos testes de 1RM em diferentes ângulos não foram estatisticamente significativas (p>0,05). Entretanto concluímos que a diferença de 6,0 kg observada é suficiente para a derrota ou a vitória em um torneio de supino plano. 
PALAVRAS – CHAVE: ângulos, força muscular, supino plano. 
ABSTRACT
This study it had as objective to verify where angles of flexão of the elbow and horizontal extension of the shoulder, in the plain supino exercise with bar, the musculação athlete obtains greater maximum force in the test of 1 RM. The sample was composed of 21 volunteers of masculine sex (28,95 ± 8,19 years; 81,40 ± 13,17 kg; 1,76 ± 0,07 cm). The results indicate that the averages of the tests of 1RM in different angles had not been statistical significant (p> 0,05). However we conclude that the observed difference of 6,0 kg is enough for the defeat or the victory in a match of supino plan.
KEY WORDS: angles, muscular force, supino plan.
1 INTRODUÇÃO
O interesse por estudar sobre este tema decorre de experiências vivenciadas durante o processo de Estágio Curricular, não obrigatório, no âmbito de academias de musculação, quando foi possível observar, em um campeonato de levantamento de pesos no supino plano com barra, a diferença de angulação no cotovelo que ocorre durante a execução deste aparelho, em indivíduos com diferentes tamanhos de membros superiores. 
O aparelho supino plano com barra é um exercício utilizado em academias de musculação por ser uma forma de levantamento de peso que é voltado principalmente para os desenvolvimentos dos músculos peitorais. Este exercício proporciona aos atletas e praticantes de musculação uma sensação de fortalecimento muscular, devido à sobrecarga de peso que é inserida sobre os músculos peitorais que são músculos muito requisitados em termos estéticos.
Um breve conceito de musculação, segundo Tubino (1984), relaciona que a musculação é o meio de preparação física utilizado para o desenvolvimento das qualidades físicas relacionadas com as estruturas musculares. Já Godoy (1994), cita que a musculação é atividade física desenvolvida predominantemente por meio de exercícios analíticos, utilizando resistências progressivas fornecidas por recursos materiais tais como: halteres, barras, anilhas, aglomerados, módulos, extensores, peças lastradas, o próprio corpo e/ou segmentos, etc.
Portanto, a musculação visa desenvolver a força e a massa muscular necessárias ao bom desempenho atlético e a obtenção de uma estética corporal compatível com os padrões ditados culturalmente, assim para uma boa qualidade de vida.
Fleck e Kraemer (apud KNUTTGEN; KRAEMER, 1987), “ressaltam que a força muscular é a quantidade máxima de força que um músculo ou grupo muscular pode gerar em um padrão especifico de movimento em determinada velocidade específica”, desta forma a musculação é o trabalho específico para desenvolvê-la. 
Para Bompa e Cornacchia (2000), a ação muscular concêntrica refere-se a contrações em que o músculo encurta-se e o seu comprimento diminui. Essas contrações são possíveis apenas quando a resistência é menor do que a força do atleta. Já a ação muscular excêntrica, significa que as contrações fazem o músculo retornar ao comprimento original. Nesta contração os músculos sustentam a força da gravidade ou a tração de um aparelho. Assim, os músculos alongam-se e o ângulo articular aumenta, realizando uma tensão controlada.
O exercício supino plano realiza movimentos com a articulação do ombro e do cotovelo. A articulação do ombro é a mais complexa do corpo humano. Nela predomina a articulação glenoumeral, localizada entre a cabeça do úmero e a cavidade glenóide da escápula, que é a articulação esferoidal considerada a principal articulação do ombro. Na articulação escápulo-torácica os músculos que se inserem na escápula realizam duas funções: na primeira, podem contrair-se para estabilizar a região do ombro (HALL, 2005). Na segunda, os músculos escapulares podem facilitar os movimentos da extremidade superior através do posicionamento apropriado da articulação gleno-umeral (HALL, 2005). As articulações esterno-clavicular e acrômio-clavicular proporcionam mobilidade para a clavícula e a escápula. A articulação esterno-clavicular é formada quando a extremidade proximal da clavícula se articula com a chanfradura no manúbrio do esterno e com a cartilagem da primeira costela. Já a articulação acrômio-clavicular é conhecida como a articulação irregular do processo acromial da escápula com a extremidade distal da clavícula. Nesta articulação a estrutura articular permite movimentação limitada em todos os três planos (HALL, 2005).
Delavier (2006) descreve o exercício supino plano como um exercício que é realizado deitado sobre um banco na horizontal, glúteos apoiados no banco, pés em contato com o solo. Deve-se segurar a barra, mãos em pronação afastadas uma da outra em distância superior à largura entre os ombros; inspirar e descer a barra, controlando o movimento até o peito; desenvolver, expirando no final do esforço. Aaberg (2008) relata que os músculos alvo ativados no exercício supino são: peitoral maior esternal, peitoral maior clavicular, deltóide anterior e tríceps braquial.
O campeonato de levantamento de peso no supino plano com barra ocorre uma vez por ano na Academia Olimpus Fitness Center, localizada em Vitória-ES, onde as categorias são divididas em: categoria leve (60/70 kg), categoria média (70/80 kg), categoria pesada (acima de 80 kg) e categoria máster (acima e 35 anos). Como regra o atleta tem que retirar a barra do aparelho, descer a barra controlando o movimento até o peito ou a mais ou menos 2 centímetros próximo ao peito e em seguida subir a barra, colocando-a de volta ao aparelho. O atleta tem três tentativas sendo que a escolha do peso tem que ser igual ou maior ao peso solicitado inicialmente. 
Nas categorias do campeonato de levantamento de peso no supino plano com barra, observamos que existiam atletas com estaturas altas, médias e baixas, tendo o perímetro e o comprimento do braço diferenciado. No momento do campeonato, identificamos que os atletas que possuíam comprimentos dos membros superiores menores, ao descer com a barra próximo ao peito, o ângulo de flexão do cotovelo chegava a mais ou menos 90º. Para os atletas que possuíam maior comprimento dos membros superiores, ao descer a barra próximo ao peito o ângulo de flexão do cotovelo era menor que 90º, tendo este que fazer uma força bem maior no momento de subir a barra.
É comum presenciar nas academias de musculação, tanto atletas, quanto praticantes de musculação, executar este movimento em diversos ângulos sem saber em qual deles a força muscular é mais solicitada. Diante disso, este trabalho contribui socialmente, pois permitirá aos profissionais de Educação Física que atuam principalmente nas academias de musculação, uma abordagem teórica e prática sobre a execução do exercício supino plano com barra, fazendo com que este exercício seja executado com maior ergonomia e segurança. Cientificamente, este trabalho apontará informações sobre a execução do exercício supino plano com barra à comunidade científica e acadêmica, uma vez que este assunto não é muito explorado na literatura científica.
Sendo assim o presente artigo pretende verificar em que ângulosde flexão do cotovelo e extensão horizontal do ombro, no exercício supino plano com barra, o atleta de musculação consegue maior força máxima no teste de 1 RM. E mais especificamente quantificar em que medida o comprimento dos membros superiores interferem na força máxima em relação aos ângulos de flexão do cotovelo de 90º e 65º e extensão horizontal do ombro de 90º e 115º, no exercício supino plano e identificar em qual ângulo na fase final da ação muscular excêntrica permite maior força na ação muscular concêntrica.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Esta produção pretende discutir sobre os conceitos centrais desta pesquisa: biomecânica da articulação do ombro e suas especificidades em relação ao exercício supino plano. Para tanto, dialogaremos com a produção dos seguintes autores: Bompa e Cornacchia (2000), Fleck e Kraemer (2006), Miranda (2004) e Uchida et al (2008).
2.1 Treinamento de força
O treinamento de força é uma das formas mais populares de exercício para melhorar a aptidão física de um individuo e para o condicionamento físico de atletas (FLECK; KRAEMER, 2006). Esta forma de condicionamento físico se dá pelo crescente número de academias de musculação e salas de musculação em clubes, universidades, escolas e praças públicas. 
O treinamento de força sempre foi associado ao aumento da massa muscular, sendo um meio para atingir uma hipertrofia muscular adequada, no caso dos atletas de fisiculturismo, e para o aumento da força máxima, também importante para muitos esportes. O que muitos não sabem é que um fisiculturista (hipertrofia) tem um treino distinto de um atleta de levantamentos básicos (força máxima nos exercícios: supino, agachamento e levantamento terra) e de um atleta de levantamento olímpico, potência nos exercícios: arranque e arremesso (UCHIDA et al., 2008).
Um treinamento sistematizado resulta em certas mudanças ou adaptações estruturais e fisiológicas do corpo. O tamanho e a definição muscular indicam o nível de adaptação. A magnitude dessas adaptações é diretamente proporcional à demanda imposta ao corpo pelo volume (quantidade), pela freqüência e pela intensidade (carga) de treinamento.
Sendo assim vários sistemas do corpo adaptam-se ao treinamento de força de modo diferente. Músculos crescem, ossos ficam mais fortes ou fracos, dependendo da carga. O sistema nervoso central torna-se mais eficiente para recrutar a ação muscular e o desempenho motor faz-se mais coordenada e mais refinada (BOMPA; CORNACCHIA, 2000).
Uma das adaptações mais visíveis é o aumento do tamanho muscular, hipertrofia. O fenômeno dá-se graças ao aumento na área da secção transversa de cada fibra muscular. Ao contrário, a redução no tamanho, resultado da inatividade, chama-se atrofia. Levantadores de peso e culturistas experimentam dois tipos de hipertrofia: a hipertrofia de curta duração ou aguda que desaparece após poucas horas e é o resultado do bombeamento (pump) que ocorre no treinamento pesado (intenso). Esse “pump” (inchaço) é o resultado, principalmente, do acúmulo de fluido no músculo (edema). Os levantadores intensos têm como resultado o aumento da água nos espaços intracelulares do músculo, fazendo-o parecer ainda maior. Com o retorno para o líquido extracelular, poucas horas após o treino, o “pump” (inchaço) desaparece. Essa é uma das razões pela qual nem sempre a força é proporcional ao tamanho do músculo (BOMPA; CORNACCHIA, 2000). E a hipertrofia crônica que é o resultado de mudanças musculares estruturais. Visto ser causada pelo aumento tanto do número quanto do tamanho dos miofilamentos protéticos (miofibrilas), esse efeito é mais duradouro do que o causado pela hipertrofia aguda (BOMPA; CORNACCHIA, 2000).
Pesquisas na área de adaptação anatômica sugerem que o treinamento constante e extensivo com cargas de alta intensidade pode diminuir o material ósseo, o que pode acarretar ao atleta possíveis lesões (BOMPA; CORNACCHIA, 2000). As lesões decorrentes do treinamento muscular não podem ser o principal mecanismo de estímulo do crescimento muscular – à medida que o indivíduo fica treinado, isso vai se tornando mais verdadeiro (UCHIDA et al., 2008). 
O propósito do treinamento é treinar até estressar o corpo, de modo que resulte em adaptação e não sobretreinamento. Uma carga bem monitorada apresenta, também, efeito positivo em atletas maduros, pois acarreta aumento na densidade óssea, permitindo ao osso suportar melhor o estresse mecânico do treinamento com pesos (BOMPA; CORNACCHIA, 2000). 
Na adaptação do sistema nervoso os ganhos na força muscular podem ser explicados, também, por mudanças no padrão de recrutamento das unidades motoras e pelo sincronismo das unidades motoras para agir em união. A excitação é necessária para iniciar a contração de unidades motoras, enquanto a inibição previne o músculo de exercer mais força do que pode ser tolerado. Esses dois processos do sistema nervoso produzem um balanço para a contração muscular ser segura, assim a força da contração depende da quantidade de unidades motoras recrutadas (BOMPA; CORNACCHIA, 2000). 
Na adaptação da coordenação neuromuscular a habilidade de coordenar seqüências específicas, envolvendo diferentes músculos que executam um levantamento, requer precisão adquirida apenas por meio de um longo período de contínuas repetições. Um levantamento eficiente só pode ser atingido quando o culturista aprende a relaxar o antagonista e, com isso, contrações desnecessárias não afetarão a força do motor primário. Músculos altamente coordenados consomem menos energia na contração, e isso se transfere para a performance (BOMPA; CORNACCHIA, 2000). As adaptações neurais resultam na capacidade de levantar mais peso com a utilização de menos unidades motoras para uma dada carga submáxima (UCHIDA et al., 2008).
2.1.1 Variedades do treinamento de força
O treinamento de força é utilizado em academias de musculação, buscando atingir diversos objetivos, como: aumento da massa muscular, melhora da condição física geral, aumento da performance esportiva e aumento da potência ou resistência muscular. Porém, cada objetivo exige o uso de diferentes intensidades, números de repetições, séries, intervalos entre exercícios e períodos de recuperação entre treinos (UCHIDA et al., 2008).
No treinamento de hipertrofia muscular, que é o aumento na secção transversa do músculo, ou seja, aumento no tamanho e no número de filamentos de actina e miosina e adição de sarcômeros dentro das fibras musculares já existentes, existem duas maneiras pelas quais a proteína pode ser acumulada em função do exercício: uma é aumentar a síntese protéica e a outra é diminuir a quantidade de proteína a ser quebrada (UCHIDA et al., 2008).
Para o treinamento de hipertrofia é caracterizado repetições de 6 a 12, sendo o peso entre 67% e 85% de 1RM – séries por grupo muscular maior que 3 séries – seqüência semanal para o mesmo grupo muscular de 1 a 3 dias, dependendo do grau de treinabilidade do praticante, da intensidade e do volume do treinamento – intervalo entre as sessões de 48 a 72 horas em média – intervalo de descanso entre as séries e os exercícios menor que 1,5 minuto – velocidade de execução do exercício lenta, tanto na fase concêntrica quanto na fase excêntrica – o tempo de tensão parece ser importante estímulo para aumentar a hipertrofia e a resistência muscular (UCHIDA et al., 2008).
O treinamento de força muscular máxima ou pura é a capacidade de exercer força máxima na musculatura para dado movimento corporal, visto que o aumento da força segue um certo curso temporal, no qual, inicialmente, uma parcela maior de contribuição vem às custas da adaptação neural (melhora da coordenação e eficiência do exercício), porém, com o passar do tempo, a contribuição do aumento da massa muscular se faz muito importante (UCHIDA et al., 2008).
No treinamento de força máxima usamos repetições inferiores a 6, sendo o peso superior a 85% de 1RM – séries por grupo muscular maior que 4 séries – freqüênciasemanal para o mesmo grupo muscular de 2 a 3 dias – intervalo entre as sessões de 48 a 72 hora em média – intervalo de descanso entre as séries e exercícios maior que 3 minutos – velocidade de execução do exercício lenta, tanto na fase concêntrica quanto na excêntrica (UCHIDA et al., 2008).
O treinamento de potência muscular é a combinação entre a velocidade e a força; quanto maior a força ou a velocidade de execução, maior será a potência gerada. Essa potência muscular pode ser determinada com um único movimento, ou com uma série de movimentos, em exercícios aeróbios, com um grande número de movimentos repetitivos (UCHIDA et al., 2008).
Para o treinamento de potência as repetições podem ser variáveis geralmente inferiores a 10, utilizando pesos altos ou moderados entre 30% a 90% de 1RM, dependendo da modalidade escolhida – séries por grupo muscular maior que 4 séries – freqüência semanal para o mesmo grupo muscular de 2 dias – intervalo entre as sessões de 48 a 72 hora em media – intervalo de descanso entre as séries e exercícios maior que 3 minutos – velocidade de execução do exercício rápida (UCHIDA et al., 2008).
O treinamento de resistência muscular é o tempo máximo em que um indivíduo é capaz de manter a força isométrica ou dinâmica em um determinado exercício. A resistência muscular pode também ser definida como a capacidade de manter a atividade contrátil do músculo. Nesse tipo de treinamento é caracterizado repetições de 15 a 50, com até 65% de 1RM, pesos leves ou moderados – séries por grupo muscular entre 2 e 3 séries – freqüência semanal para o mesmo grupo muscular maior que 3 dias – intervalo entre as sessões de 24 a 48 horas em media – intervalo de descanso entre as séries e exercícios de 30 segundos a 2 minutos (para repetições acima de 30) – velocidade de execução do exercício moderada (UCHIDA et al., 2008).
2.2 Contração muscular
A estrutura músculo esquelético forma um conjunto de ossos unidos entre si por uma série de ligamentos, denominadas articulações. Os músculos cruzam essas articulações e produzem força necessária para o movimento do corpo. Os movimentos em sua articulação envolvem vários músculos, cada um com um papel diferente (BOMPA; CORNACCHIA, 2000).
Segundo Uchida et al. (2008), os músculos esqueléticos apresentam a seguinte classificação funcional: músculos agonistas que são os músculos que possuem a maior participação no movimento articular. Músculos estabilizadores ou fixadores são músculos utilizados para fixar ou estabilizar certas articulações permitindo que outro membro ou segmento possa exercer força.
Para Bompa e Cornacchia (2000), os músculos agonistas e sinergistas são aqueles músculos que trabalham em conjunto, como uma equipe cooperando para executar um movimento. Os músculos antagonistas são os músculos que se opõem ao movimento de um agonista. Na maioria dos casos, especialmente para atletas treinados e experientes, os antagonistas estão relaxados, propiciando que o movimento seja executado mais facilmente (BOMPA; CORNACCHIA, 2000). Desta forma, a interação entre os antagonistas e agonistas influencia diretamente os movimentos atléticos (BOMPA; CORNACCHIA, 2000).
Os músculos esqueléticos são responsáveis tanto pela contração quanto pelo relaxamento. Um músculo contrai-se quando é estimulado e quando a contração cessa o músculo relaxa. Existem três tipos de contração muscular – isotônica, isométrica e isocinética (BOMPA; CORNACCHIA, 2000). Na contração muscular isotônica a tensão seria a mesma em toda amplitude do movimento. Existem dois tipos de contração muscular isotônica: a contração muscular concêntrica é quando um peso está sendo levantado, os músculos envolvidos normalmente estão se encurtando. Isso é denominado uma ação muscular concêntrica. Durante uma ação muscular concêntrica, ocorre o encurtamento do músculo e, por isso, a palavra contração descreve corretamente este tipo de ação muscular (FLECK; KRAEMER, 2006). 
A contração muscular excêntrica é quando um peso está sendo abaixado de uma maneira controlada, os músculos envolvidos estão se alongando também de uma maneira controlada. Na maioria dos exercícios a força da gravidade puxa o peso de volta à posição inicial. Para controlar o peso em seu retorno à posição inicial, os músculos devem se alongar de uma maneira controlada, ou o peso cairá abruptamente (FLECK; KRAEMER, 2006).
Na contração muscular isométrica um músculo é ativado e desenvolve força sem causar movimento visível na articulação. A força em uma ação isométrica máxima é maior do que a força concêntrica máxima em qualquer velocidade de movimento é menor do que a força excêntrica máxima em qualquer velocidade de movimento (FLECK; KRAEMER, 2006).
E por fim na contração muscular isocinética o trabalho necessita de equipamentos especiais desenhados para proporcionar velocidade constante de contração. No movimento, as contrações concêntrica e excêntrica são executadas enquanto o equipamento proporciona certa resistência igual a força gerada pelo atleta (BOMPA; CORNACCHIA, 2000).
2.3 Articulações do exercício supino plano
Nesta etapa iremos abordar todas as articulações musculares solicitadas durante a execução do exercício supino plano com barra, bem como sua localização, origem, inserção, inervação e ação muscular primária sobre a articulação.
2.3.1 Articulação da cintura escapular
O músculo peitoral menor encontra-se localizado sob o músculo peitoral maior, na região anterior do tórax. Sua origem é no processo coracóide da escápula. Este músculo possui inserção na face lateral da terceira à quinta costela – inervação no nervo peitoral medial – possui ação na depressão da cintura escapular, abdução da escápula, rotação medial da escápula e também participa na inspiração quando a cintura escapular encontra-se fixada (MIRANDA, 2004).
O músculo serrátil anterior fica situado na região antero-lateral do tórax coberto pela escápula, posteriormente, e pelo peitoral maior, anteriormente. Sua origem é na margem medial da escápula, desde o ângulo superior até o ângulo inferior. Este músculo possui inserção na face lateral da primeira à nona costela – inervação no nervo torácico longo – ação na abdução e rotação lateral da cintura escapular (MIRANDA, 2004).
2.3.2 Articulação do ombro (glenoumeral)
O músculo deltóide é um músculo superficial do ombro, de configuração triangular, base voltada superiormente, cobrindo as saliências ósseas da extremidade superior do úmero e processo caracoíde. Sua origem é no terço externo da clavícula, acrômio da escápula e espinha da escápula. Este músculo possui inserção na tuberosidade para o músculo deltóide – inervação no nervo axilar ou circunflexo.
O deltóide deve ser analisado como três (3) músculos separados: parte clavicular: possui ação na flexão da articulação do ombro, adução horizontal, auxilia na rotação medial e auxilia na abdução do ombro. Parte acromial: possui ação na potente abdução do ombro, fibras anteriores auxiliam na flexão, rotação medial e adução horizontal, fibras posteriores auxiliam na extensão, rotação lateral e abdução horizontal. E por fim a parte espinal: possui ação na abdução horizontal e auxilia na extensão e rotação lateral (MIRANDA, 2004).
O músculo peitoral maior é um grande músculo, largo, localizado abaixo da pele, em um plano superficial. Sua origem é na porção medial da clavícula, osso esterno e cartilagens das sete (7) primeiras costelas e bainha do músculo reto do abdome. Este músculo possui inserção no tubérculo maior do úmero e lábio lateral do sulco intertubercular – inervação no nervo peitoral lateral, fibras superiores do nervo peitoral medial e fibras inferiores.
O músculo peitoral maior deve ser analisado de três (3) formas: parte clavicular, parte esternocostal e parte abdominal. Sua ação na parte clavicular é de auxiliar na abdução, estando o braço na horizontal, aproximadamente a partir de 90º - na adução horizontal, rotação medial e flexão do ombro. Naparte esternocostal possui ação na extensão do ombro, adução do ombro, rotação medial do ombro e elevação do tórax (MIRANDA, 2004).
O músculo coracobraquial é um músculo de pequenas dimensões, de situação no terço superior da loja anterior do braço, profundamente, debaixo dos músculos deltóide e peitoral maior. Sua origem é no processo coracóide da escápula. Este músculo possui inserção na face ântero-medial da diáfise do úmero – inervação no nervo musculocutâneo – ação na flexão do ombro, adução horizontal do ombro, auxilia na adução do ombro, rotação medial do ombro e estabiliza a articulação do ombro, impedindo o deslocamento do úmero no sentido distal (MIRANDA, 2004). 
2.3.3 Articulação do cotovelo
O músculo tríceps braquial encontra-se localizado em toda a extensão, na face posterior do braço. Este músculo apresenta 3 (três) porções: a cabeça longa, que tem como origem o tubérculo infraglenoidal – a cabeça curta, acima do sulco do nervo radial – a cabeça lateral, situado abaixo do sulco do nervo radial. O músculo tríceps braquial possui inserção na face posterior do olécrano – inervação no nervo radial – ação na extensão do cotovelo, a cabeça longa contribui na adução e hiperextensão do ombro, auxilia na estabilização da articulação do ombro (cabeça longa) e atua também como tensor da cápsula articular do cotovelo (MIRANDA, 2004).
2.4 Teste de uma repetição máxima (1RM)
O teste de uma repetição máxima (1RM) tem sido usado há anos para determinar a força máxima dinâmica (concêntrica – excêntrica). Os exercícios mais praticados para o teste são: o supino e o agachamento, porém o Americam College Sports Medicine (ACSM) recomenda o supino e o leg press para mensurar a força de membros superiores e inferires, respectivamente (UCHIDA et al., 2008).
Segundo Fleck e Kraemer (2006), o teste de uma repetição máxima (1RM) é a carga mais pesada que pode ser utilizada em uma repetição completa de um exercício. Já para Uchida et al. (2008), o teste de 1RM é um método que deve ser reservado para praticantes do treinamento de força classificados como intermediários ou avançados e que possuam uma experiência na execução dos movimentos. Indivíduos que não são treinados, sem experiência na execução do movimento, lesionados ou sob supervisão médica, não devem participar desse tipo de teste (UCHIDA et al., 2008).
3 METODOLOGIA
O presente trabalho constitui-se de uma pesquisa de campo de caráter quantitativo e descritivo. Segundo Marconi e Lakatos (1999) este tipo de pesquisa consiste em investigações de pesquisa empírica cuja principal finalidade é o delineamento ou análise das características de fatos ou fenômenos, a avaliação de programas, ou o isolamento de variáveis principais ou chave.
3.1 Sujeitos da amostra
A amostra foi constituída de 21 (vinte e um) indivíduos voluntários do sexo masculino, praticantes de musculação em academias de ginástica há pelo menos 12 meses. Os indivíduos apresentaram idades variando entre 19 e 44 anos, massa corporal entre 60 e 110 kg e estatura entre 165 e 195 cm.
3.2 Critérios de inclusão
Neste estudo foram estabelecidos os seguintes critérios de inclusão: 
Indivíduos do sexo masculino;
Praticantes de musculação por no mínimo 3 vezes por semana e com o tempo mínimo de 12 meses de treinamento, cujas interrupções ao longo do ano não excedam 30 dias contínuos;
Ausência de história de lesão ósteo-mio-articular;
Concordar em fazer todos os testes necessários, assinando o termo de concordância da pesquisa.
3.3 Critérios de exclusão
Indivíduos do sexo feminino;
Não praticar atividade física regularmente;
Indivíduos com historia de lesão óssea e/ou muscular;
Não fazer todos os testes necessários.
3.4 Critérios de remoção
Apresentar-se para o teste com sintomas de dor cabeça, febre, indisposição física entre outros;
Apresentar-se para o teste com alguma lesão óssea e/ou muscular.
3.5 Padronização do exercício
A padronização da execução do exercício supino plano com barra adotada neste estudo foi baseada em Delavier (2006).
Para exercício supino plano com barra o individuo ficou deitado sobre um banco na horizontal, glúteos apoiados no banco, pés em contato com o solo: segurou a barra, mãos em pronação afastadas uma da outra em distância superior à largura entre os ombros; inspirou e desceu a barra, controlando o movimento; desenvolveu, expirando no final do esforço.
A amplitude do movimento na fase excêntrica foi controlada por um flexímetro colocado no braço do individuo. Após atingir os ângulos de 90º/90º e 65º/115º, propostos neste estudo, a barra poderia ser levantada até uma extensão completa dos cotovelos. 
3.6 Procedimentos 
Como procedimento para execução do teste, utilizamos o protocolo para o teste de 1RM baseado em Uchida et al. (2008).
Foi dado um aquecimento de 5 a 10 repetições, peso leve (40% a 60% da estimativa de 1RM); 1 minuto de intervalo (leve alongamento); mais um aquecimento de 3 a 5 repetições, agora com peso moderado (60% a 80% da estimativa de 1RM); 2 minutos de intervalo. Em seguida foi estimado um peso próximo do máximo, com o qual o praticante possa completar de 2 a 3 repetições, adicionando para membros superiores de 4 kg a 9 kg ou 5% a 10%; 3 a 5 minutos de intervalo. Depois aumentamos o peso, como feito anteriormente, para realizarmos a primeira tentativa de determinação da força máxima. Caso o praticante finalizasse com sucesso essa tentativa, realizamos um intervalo de 3 a 5 minutos e aumentamos a carga conforme anteriormente. As tentativas foram de no máximo 5, com os intervalos devidos, validando sempre aquela em que o praticante realizou com sucesso a superação do peso com a técnica apropriada.
Cada atleta realizou este procedimento 2 (duas) vezes. Tanto para a execução do exercício à 90º de flexão do cotovelo e 90º de extensão horizontal do ombro, quanto para execução à 65º de flexão do cotovelo e 115º de extensão horizontal do ombro. Foram anotadas as cargas máximas que os alunos conseguiram levantar com um ângulo de 90º/90º e com um de 65º/115º.
 
3.7 Interpretação dos dados e tratamento estatístico da amostra
Os resultados obtidos foram lançados em planilhas eletrônicas do Microsoft Excel for Windows 2003 em que foram calculados as médias e os desvios padrões dos resultados obtidos nos testes de carga máxima em diferentes ângulos no supino plano. Para registrar diferenças significativas entre os resultados utilizamos o teste “T” de Student com o índice de significância para p < 0,05.
4 ANÁLISE DOS DADOS
Tabela 1 – Caracterização antropométrica da amostra:
	 
	
	
	
	
	
	
	Perimetria
	
	
	 
	 
	
	
	
	Dobras Cutâneas
	 
	Braço
	
	
	 
	Alunos 
	Idade
	M C
	Est
	Peitoral
	Abdominal
	Coxa
	Tórax
	D
	E
	F D
	F E
	IMC
	Dens
	% G
	Aluno 1
	20
	70,6
	1,68
	5,2
	9,2
	9,3
	100,4
	34,3
	34,7
	37
	37,2
	25,16
	1,086
	5,00
	Aluno 2
	21
	102,1
	1,71
	9,1
	22
	23,5
	113
	41,1
	41,1
	43,2
	43,2
	35,12
	1,064
	14,40
	Aluno 3
	35
	73,5
	1,75
	4,6
	16
	9,3
	101,7
	32,1
	32,1
	34,3
	34
	24,14
	1,077
	8,57
	Aluno 4
	21
	87,2
	1,77
	9,1
	21,5
	13,7
	108,5
	34,2
	35,2
	35,7
	36,7
	27,83
	1,070
	11,40
	Aluno 5
	27
	81,4
	1,78
	10,1
	23,5
	18,8
	101
	35,5
	36,3
	37,5
	39,2
	25,84
	1,064
	14,44
	Aluno 6
	35
	90
	1,71
	9,8
	20,3
	9,1
	110,8
	37,8
	38,5
	40,7
	41,3
	30,78
	1,070
	11,43
	Aluno 7
	36
	83,5
	1,79
	11,3
	30,3
	16,6
	104
	34,9
	35,2
	36,3
	36,5
	26,21
	1,057
	17,12
	Aluno 8
	25
	77,7
	1,78
	13,1
	25,1
	23,2
	97,6
	32,3
	32,3
	35,9
	34,7
	24,52
	1,058
	16,77
	Aluno 9
	27
	64,2
	1,78
	5,2
	14,3
	8,6
	94,2
	30
	29,7
	31,6
	32,2
	20,38
	1,080
	7,14
	Aluno 10
	42
	103,3
	1,95
	14,1
	28
	8,6
	107,7
	41,5
	40
	42,3
	41,3
	27,17
	1,061
	15,64
	Aluno 11
	20
	87
	1,80
	5,9
	16,1
	17,5
	99,936,8
	36,8
	38,7
	39
	26,85
	1,074
	9,86
	Aluno 12
	44
	62,6
	1,67
	12,2
	22,8
	9,7
	95,5
	30,1
	30,5
	32,5
	32,7
	22,45
	1,064
	14,10
	Aluno 13
	43
	82,3
	1,75
	12
	22,3
	15,8
	108,5
	39,5
	39,4
	41,3
	41,5
	27,03
	1,061
	15,58
	Aluno 14
	25
	62,4
	1,78
	4,3
	19,1
	9,2
	86,8
	31,2
	30,9
	33,2
	32,9
	19,81
	1,078
	8,31
	Aluno 15
	26
	70,2
	1,67
	8,1
	20,5
	20,7
	95,6
	37
	36,8
	37,9
	37,9
	25,32
	1,066
	13,43
	Aluno 16
	20
	75,6
	1,84
	5,9
	26,5
	15,1
	103
	31,5
	32,2
	33,7
	34,2
	22,45
	1,069
	12,23
	Aluno 17
	37
	97,7
	1,80
	11,3
	26
	7,5
	111,3
	39,1
	39,5
	41,2
	42
	30,32
	1,066
	13,34
	Aluno 18
	23
	104,9
	1,77
	15,8
	28,4
	20,5
	107,2
	40
	38,8
	40,8
	40
	33,48
	1,057
	17,45
	Aluno 19
	32
	86,9
	1,82
	7,4
	21,8
	13,3
	104,2
	34,5
	35
	36,2
	36,7
	26,23
	1,069
	12,09
	Aluno 20
	19
	67,2
	1,74
	7
	17,5
	8,2
	92,8
	31,2
	31,1
	32,2
	31,9
	22,20
	1,079
	7,69
	Aluno 21
	30
	79,2
	1,68
	7,7
	12,3
	7,4
	99,8
	37,4
	37,6
	40,2
	39,9
	28,23
	1,080
	7,25
	Média
	28,95
	81,40
	1,76
	9,01
	21,12
	13,60
	102,07
	35,33
	35,41
	37,26
	37,38
	26,26
	1,069
	12,06
	Desvio Padrão
	8,19
	13,17
	0,07
	3,31
	5,48
	5,45
	6,82
	3,66
	3,49
	3,55
	3,55
	3,92
	0,008
	3,67
Analisando-se os dados coletados na tabela 1 pode-se observar que foram feitas as medidas antropométricas de estatura, massa corporal, dobras cutâneas, perímetros, índice de massa corporal (IMC), densidade corporal e percentual de gordura (%G), além da idade de 21 praticantes de musculação. Verificamos que as médias das idades dos indivíduos foram de 28,95 (± 8,19) anos, massa corporal de 81,40 (± 13,17) kg e estatura de 1,76 (± 0,07) cm, o que resultou um IMC médio de 26,26 (± 3,92) kg/m². Nas medidas das dobras cutâneas utilizamos o protocolo de 3 dobras de Jackson e Pollock (1978 e 1980), citado por Fernandes (2003). A amostra apresentou uma média para a dobra cutânea peitoral de 9,01 (± 3,31) mm, para a dobra cutânea abdominal de 21,12 (± 5,48) mm e para a dobra cutânea coxa anterior de 13,60 (± 5,45) mm.
Na perimetria as médias dos perímetros do tórax desses indivíduos foram de 102,07 (± 6,82) cm, no de braço direito normal foi de 35,33 (± 3,66) cm, no braço esquerdo normal foi de 35,41(± 3,49) cm, no braço direito forçado foi de 37,26 (± 3,55) cm e no braço esquerdo forçado foi de 37,38 (± 3,55) cm. Constatou-se também que os indivíduos apresentaram médias para a densidade corporal de 1,069 (± 0,008) g/cm³ e para o percentual de gordura média de 12,06 (± 3,67) %.
Tabela 2 – Fracionamento da composição corporal 
	Alunos 
	M C
	% G
	Gordura Absoluta
	Massa Magra
	Aluno 1
	70,6
	5,00
	3,53
	67,07
	Aluno 2
	102,1
	14,40
	14,70
	87,40
	Aluno 3
	73,5
	8,57
	6,30
	67,20
	Aluno 4
	87,2
	11,40
	9,94
	77,26
	Aluno 5
	81,4
	14,44
	11,76
	69,64
	Aluno 6
	90
	11,43
	10,29
	79,71
	Aluno 7
	83,5
	17,12
	14,30
	69,20
	Aluno 8
	77,7
	16,77
	13,03
	64,67
	Aluno 9
	64,2
	7,14
	4,58
	59,62
	Aluno 10
	103,3
	15,64
	16,16
	87,14
	Aluno 11
	87
	9,86
	8,58
	78,42
	Aluno 12
	62,6
	14,10
	8,82
	53,78
	Aluno 13
	82,3
	15,58
	12,82
	69,48
	Aluno 14
	62,4
	8,31
	5,19
	57,21
	Aluno 15
	70,2
	13,43
	9,43
	60,77
	Aluno 16
	75,6
	12,23
	9,25
	66,35
	Aluno 17
	97,7
	13,34
	13,03
	84,67
	Aluno 18
	104,9
	17,45
	18,31
	86,59
	Aluno 19
	86,9
	12,09
	10,51
	76,39
	Aluno 20
	67,2
	7,69
	5,17
	62,03
	Aluno 21
	79,2
	7,25
	5,74
	73,46
	Média
	81,40
	12,06
	10,07
	71,34
	Desvio Padrão
	13,17
	3,67
	4,07
	10,15
Na tabela 2 verificamos o fracionamento da composição corporal dos indivíduos em que expomos os resultados da gordura absoluta e massa magra, em que os indivíduos apresentaram gordura absoluta média de 10,07 (± 4,07) kg e para a massa magra uma média de 71,34 (± 10,15) kg.
Ao relacionar a tabela de classificação do %G de Pollock e Wilmore (1993), citado por Fernandes (2003), com o resultado médio do %G 12,06 (± 3,67) % do presente estudo, os indivíduos apresentaram classificação como bom. Para o resultado médio do IMC 26,26 (± 3,92) kg/m² os indivíduos foram classificados como sobrepeso ou obeso nível 1 (OMS, 1995), cita por Fernandes (2003). Diante de tais resultados verificamos que os alunos testados possuem uma boa massa magra, uma vez que possuem um bom %G e estão com sobrepeso, pois o IMC não leva em consideração a massa corporal relativa.
Tabela 3 – Teste de 1RM nos ângulos de 90º/90º e 65º/115º
	Alunos 
	1RM (kg)
	
	
	90º/90º
	65º/115º
	
	Aluno 1
	94
	90
	Kg
	Aluno 2
	154
	144
	Kg
	Aluno 3
	74
	72
	Kg
	Aluno 4
	104
	96
	Kg
	Aluno 5
	100
	90
	Kg
	Aluno 6
	148
	140
	Kg
	Aluno 7
	90
	92
	Kg
	Aluno 8
	76
	70
	Kg
	Aluno 9
	84
	80
	Kg
	Aluno 10
	106
	106
	Kg
	Aluno 11
	92
	86
	Kg
	Aluno 12
	76
	70
	Kg
	Aluno 13
	106
	104
	Kg
	Aluno 14
	74
	66
	Kg
	Aluno 15
	86
	80
	Kg
	Aluno 16
	78
	72
	Kg
	Aluno 17
	122
	112
	Kg
	Aluno 18
	112
	104
	Kg
	Aluno 19
	110
	102
	Kg
	Aluno 20
	70
	64
	Kg
	Aluno 21
	110
	100
	Kg
	Média
	98,38
	 92,38 *
	Kg
	Desvio Padrão
	23,04
	21,94
	Kg
* (P > 0,05)
Na tabela 3 foram analisados os resultados do teste de 1RM no exercício supino plano com barra, onde cada indivíduo realizou o mesmo teste em dois diferentes ângulos de flexão do cotovelo (90º e 65º) e extensão horizontal do ombro (90º e 115º).
Observamos que os indivíduos levantaram em média 98,38 (± 23,04) kg nos ângulos de 90º de flexão do cotovelo e 90º de extensão horizontal do ombro. Já nos ângulos de 65º de flexão do cotovelo e 115º de extensão horizontal do ombro a carga média levantada foi de 92,38 (± 21,94) kg.
Os resultados mostram que no teste de 1RM no exercício supino plano com barra no ângulo de 90º de flexão do cotovelo e 90º de extensão horizontal do ombro, em média, os indivíduos obtiveram melhores resultados em relação ao mesmo teste com os ângulos de 65º e 115º respectivamente, pois observamos uma diferença de 6 kg, equivalente a 6,1%, de diferença entre os ângulos. Porém, quando foi feito o teste t de student não houve diferença significativa estatisticamente entre as médias, pois o valor de p foi maior que 0,05.
 5 DISCUSSÃO
Conforme analisamos, embora existam diferenças, elas não foram estatisticamente significativas (p>0,05) entre as cargas máximas obtidas nos ângulos de 90º de flexão do cotovelo e 90º de extensão horizontal do ombro, comparados com a força nos ângulos de 65º de flexão do cotovelo e de 115º de extensão horizontal do ombro, durante a realização do exercício supino plano com barra.
Em nossas pesquisas aos referenciais teóricos, verificamos que poucos são os estudos que abordam esse tema. Alguns estudos são orientados para análises de ângulos de treinamento e ganhos de força e foram identificados na literatura com relação ao treinamento de força isométrica. Kitai e Sale (1989) estabelecem que no treinamento isométrico os ganhos de força são específicos aos ângulos treinados.
Os dados encontrados no presente estudo foram contrários aos achados por Mookerjee e Ratamess (1999), que identificaram (via eletrogoniometria) que em trabalho dinâmico com amplitudes parciais de movimento (ângulos menores de trabalho) aumentam significativamente (p<0,05) a performance de 1RM (4,8%) e 5RM (4,1%), comparativamente com amplitudes totais na execução do exercício supino. Tendo em vista que os protocolos utilizados em nosso estudo são diferentes do utilizado por Mookerjee e Ratamess (1999), os resultados consequentemente apresentam-se diferentes. Outro fator pode estar relacionado ao grupo utilizado para realização do presente estudo, por se tratar de um grupo bastante heterogêneo. 
Moura et al. (2004) apresentaramem seu estudo a influência de diferentes ângulos articulares obtidos na posição inicial do exercício pressão de pernas e final do exercício puxada frontal sobre os valores de 1RM. Foi aplicado o teste de 1RM no exercício pressão das pernas em três diferentes ângulos de testagem na posição (80º, 90º e 100º de flexão do joelho) e também no exercício puxada frontal posição final (60º, 70º e 80º de flexão do cotovelo). Os resultados indicam que as médias de 1RM para o exercício pressão das pernas são estatisticamente diferentes (p=0,001). Já para o exercício puxada frontal os resultados não foram estatisticamente significativas (p=0,281), e afirmam que diferentes técnicas de execução dos exercícios que envolvam angulações diversas, principalmente nas posições iniciais destes, devem ser rigorosamente controladas, pois podem afetar a quilagem levantada.
Quando relacionamos os resultados encontrados neste estudo ao campeonato de supino plano com barra, a diferença média de 6 kg (6,1%) entre os ângulos de 90º e 115º de extensão horizontal do ombro, representa uma diferença substancial que pode levar o atleta à vitória ou à derrota, mesmo que a diferença na força entre eles não tenha sido estatisticamente significativa. 
Por meio desses resultados verificamos que ao executar o exercício supino plano com barra em um ângulo de 90º de Flexão do cotovelo e 90º de extensão horizontal do ombro, o atleta de musculação executa um menor trabalho mecânico em relação ao mesmo exercício em um ângulo de 65º de flexão do cotovelo e de 115º de extensão horizontal do ombro, possibilitando assim maior quilagem de 1RM levantada. Diante disso, podemos afirmar que, para o campeonato de supino plano com barra, os atletas que possuem o comprimento dos membros superiores menores, ou seja, o ângulo de flexão do cotovelo chega a mais ou menos 90º na ação muscular excêntrica, levará vantagem durante a competição em relação aos atletas que possuem maior comprimento dos membros superiores, ou seja, quando ângulo de flexão do cotovelo é menor que 90º, pois a força muscular é menor nesta amplitude resultando em uma menor carga levantada. 
6 CONCLUSÃO
Diante da interpretação dos dados coletados, nota-se que durante a realização do exercício supino plano com barra a força muscular máxima ocorre nos ângulos de 90º de flexão do cotovelo e 90º de extensão horizontal do ombro, ou seja, é nesse ângulo que a fase final da ação muscular excêntrica permite maior força na ação muscular concêntrica. Esses dados foram diagnosticados pela maioria dos indivíduos do presente estudo, porém, as diferenças médias alcançadas entre os ângulos não foram estatisticamente significativas (p>0,05).
 
Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que durante a realização do exercício supino plano com barra nos ângulos de 90º e 65º de flexão do cotovelo e de 90º e 115º de extensão horizontal do ombro, não houve diferença significativa estatisticamente entre as forças máximas obtidas no teste de 1RM, porém a diferença de 6,0 kg é suficiente para a derrota ou a vitória em um torneio de supino plano.
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FLECK, Steve; KRAEMER, William. Fundamentos do treinamento de força muscular. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
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Elder Gomes Roseiro
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