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Renda Fixa Essencial O guia básico para iniciantes no mundo dos investimentos de renda fixa. 04 C A P Í T U L O 1 O Sistema financeiro 19 C A P Í T U L O 2 Conceitos básicos 32 C A P Í T U L O 3 Títulos privados 48 C A P Í T U L O 4 Títulos públicos 58 C A P Í T U L O 5 Planejamento financeiro Não é preciso ser um especialista do mercado financeiro para ser um investidor. Há vários tipos de investimentos, cada um com suas regras. Neste E-book vamos falar sobre os principios básicos para que o investidor possa escolher as opções mais adequadas ao seu perfil, objetivos, horizonte de tempo e o valor para aplicar. Introdução 03 O Sistema financeiro C A P Í T U L O 1 Um pouco sobre o mercado financeiro Parte 1 No mercado financeiro os agentes econômicos podem ser pessoas, empresas e o governo, podendo ser classificados em superavitários, ou seja, os poupadores, que têm dinheiro sobrando para emprestar e os deficitários ou tomadores, que precisam de dinheiro para os mais diversos propósitos, investir, quitar débitos, expandir negócios, etc. Olhando sob o prisma do mercado financeiro, o principal papel do governo é o de regulamentar o mercado financeiro, entretanto, o governo participa nos dois extremos, a primeira como tomador quando emite os títulos públicos a fim de captar recursos financeiros para pagar suas dívidas e como poupador quando Fluxo do Governo Governo Tom ador Capt ação Poupador Empréstimo Captação BNDES Empresas Títulos Públicos Investidores 05 empresta dinheiro subsidiado através de iniciativas como o BNDES. No mercado financeiro existem diversos tipos de investimentos que vão desde a tradicional poupança, cujo risco é baixíssimo, até operações complexas no mercado de capitais, com riscos Poupança Ações RDB Opções CDB Dêbentures LCI Títulos Públicos Fundos DI Exemplos de grau de risco consideráveis, podendo até zerar as posições financeiras de quem investe de forma equivocada. É importante salientar que não existe investimentos sem risco e que o rendimento de um determinado ativo financeiro é, em via de regra, proporcional ao risco inerente à operação associada, ou seja, quanto maior o risco, maior o retorno para quem investe. Dentro do mercado financeiro é importante mencionar o Sistema Financeiro Nacional (SFN), que é formado por um conjunto de Ultra conservador Conservador Moderado Arrojado Agressivo 06 instituições que visam intermediar a transferência dos recursos financeiros entre poupadores e tomadores. Essas instituições são formadas por órgãos regulatórios como o Conselho Monetário Nacional, Banco Central, Conselho de Política Monetária e ANBIMA. Existem também as entidades operacionais intermediadoras como os bancos, corretoras, bolsas de valores, financeiras e os sistemas de câmaras e liquidação como o Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC), CETIP, CBLC e SPB. Órgãos regulatórios 07 Conselho Monetário Nacional Parte 2 O CMN é o órgão responsável por expedir diretrizes para o bom funcionamento do sistema financeiro nacional, ou seja, ele tem a responsabilidade de: Determinar as políticas de poupança e investimentos. Regular os mercados de capitais. Formular a política da moeda e do crédito. Objetivando sua estabilidade e o desenvolvimento econômico e so- cial do país. É formado pelo Ministro da Fazenda, o Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e o Presidente do Banco Central. É importante salientar que o CMN exerce apenas função normativa, cabendo ao Banco Central Brasileiro e à Comissão de Valores Mobiliários executar suas determinações. 08 i Banco Central Parte 3 O Bacen é um autarquia federal, vinculada ao Ministério da Fazenda, que tem por missão assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente. Dentre suas principais atribuições podemos destacar: Emissão da moeda. Autorização e fiscalização das instituições financeiras. Administração do sistema de pagamentos. Recebimento dos recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais. Condução das políticas monetária, cambial, de crédito, e de relações financeiras com o exterior. Regulação da execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis. 09 i Comitê de Política Monetária Parte 4 O Copom tem como objetivo estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa básica de juros. Suas reuniões ocorrem a cada 45 dias e têm duração de dois dias, sempre iniciando às terças e encerrando às quartas-feiras, dia em que é divulgada a nova taxa de juros. Na semana seguinte à reunião do Copom é divulgada a ata da respectiva reunião onde muitas vezes é possível identificar nas entrelinhas o viés da taxa de juros, ou seja, a tendência futura da taxa SELIC. SELIC Como funciona 10 Tesouro Nacional Parte 5 O Tesouro Nacional é basicamente o caixa do Governo, ou seja, é o órgão público responsável pelo gerenciamento da dívida pública brasileira através da emissão primária e recompra de títulos públicos para financiar a dívida interna do governo. Caixa do governo Governo Títulos Públicos 11 S E L I C Parte 6 O Sistema Especial de Liquidação e Custódia é um sistema em tempo real destinado à registro, custódia, resgate e liquidação de títulos públicos onde somente instituições credenciadas (chamados Dealers) no mercado financeiro têm acesso à esse sistema. É o depositário central dos títulos federais. Vale ressaltar que a compra e venda de títulos públicos para pessoas físicas não ocorre no sistema Selic, mas através da Secretaria do Tesouro pelo sistema do Tesouro Direto. Governo Banco Corretora Fundos de investimento Como funciona 12 SELIC As instituições envolvidas em uma determinada transação com títulos públicos transferem as operações ao SELIC e o sistema transfere o registro do título para o comprador, fazendo simultaneamente o crédito na conta da parte vendedora do título. São participantes do sistema 13 Banco Central; Tesouro Nacional; Bancos múltiplos; Bancos de investimento; Bancos comerciais; Caixas econômicas; Distribuidoras e corretoras de títulos e valores mobiliários; Entidades de compensação e de liquidação; Fundos de investimento e; diversas outras instituições integrantes do SFN. Registro de companhias abertas e de distribuições de valores mobiliários. Intermediar as operações no mercado financeiro. Assegurar o bom funcionamento dos mercados de bolsa e de balcão. Comissão de Valores Imobiliários Parte 7 A CVM é uma entidade vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e autonomia financeira e orçamentária. Tem como objetivo a fiscalização, normatização, disciplina e desenvolvimento do mercado de valores mobiliários no Brasil. Algumas funções da CVM 14 Câmaras de Custódia Parte 8 No mercado de valores mobiliários, o processo de compra e venda de ativos envolve também a entrega dos ativos e o correspondente pagamento. Essa etapa é realizada por intermédio dos sistemas de compensação e liquidação de títulos e valores mobiliários das Câmaras de Compensação e Liquidação, que são um mecanismo fundamental para garantir a segurança para os investidores. Títulos Privados Câmaras de compensação e liquidação Compra e venda de ativos Banco Corretora Fundos de investimento Investidores Essas câmaras integram o (SPB) e estão incluídas a CETIP (Câmara de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos) e a CBLC (Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia). A CETIP é uma empresa privada de capital abertoque tem por principal função processar o registro, a custódia e a liquidação financeira das operações realizadas com títulos privados como CDB, LCI, Debêntures, etc. 15 Ações, opções e títulos públicos ficam custodiados na CBLC após a compra. CDBs, LCIs, LCAs, Debêntures entre outros ficam custodiados na CETIP após a compra. CETIP e CBLC Títulos Privados Títulos Públicos A CBLC pertence à B3 e realiza a custódia de diversos títulos e valores mobiliários operados na bolsa de valores, ou seja, após a compra de um determinado ativo (ações, opções, etc) o mesmo ficará custodiado na CBLC. 16 F G C Parte 9 Investimentos cobertos pelo FGC Depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio, ou seja, dinheiro em conta corrente. Depósitos de Poupança. Depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado - RDBs (Recibo de Depósito Bancário) e CDBs (Certificado de Depósito Bancário. Depósitos mantidos em contas não movimentáveis por cheques destinadas ao registro e controle do fluxo de recursos referentes a prestação de serviços de pagamento de salários, vencimentos, aposentadorias, pensões e similares. 17 O Fundo Garantidor de Crédito é uma associação sem fins lucrativos cujo objetivo é servir como um mecanismo de proteção aos investidores e depositantes no âmbito do Sistema Financeiro Nacional. Letras de Crédito Imobiliário (LCI). Letras de Crédito do Agronegócio (LCA). Operações compromissadas que têm como objeto títulos emitidos, após 8 de março de 2012, por empresa ligada (Operações Compromissadas). 18 Vale observarmos que o FGC garante a cobertura no montante máximo de R$ 250.000,00 por CPF e por instituição financeira. Caso um investidor tenha dinheiro investido em um título coberto pelo FGC, mas o valor exceda esse montante, o Fundo só lhe pagará até os 250 mil reais. Outra observação importante é que em caso de o investidor possuir uma conta conjunta, o valor coberto pelo FGC não será de 500 mil reais e sim de 250 mil. Em dezembro de 2017, foi estabelecido um teto para o pagamento das garantias do FGC no valor de R$ 1 milhão, a cada período de 4 anos por CPF ou CNPJ. Letras de Câmbio. Investimentos cobertos pelo FGC Conceitos básicos C A P Í T U L O 2 Relação risco retorno Parte 1 A melhor afirmação que pode ser feita no mundo financeiro é que não existe investimento sem risco. O risco é uma característica dos produtos financeiros e em via de regra, pode-se dizer que quanto maior o risco, maior o retorno para o investidor. Prêmio pelo risco Juros Risco, juros e rendimento Risco TempoRetorno + =Rentabilidade Rendimento Quando se fala em renda fixa, existem, entretanto, mecanismos para proteção do pequeno e médio investidor e uma delas é o FGC, que foi abordado no capítulo anterior. Alguns tipos de investimentos estão protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito no valor de R$ 250.000,00 por CPF e por instituição financeira. Assim, um investidor pode ter no máximo essa quantia aplicada em títulos de renda fixa que vier a adquirir de determinado banco ou financeira. Caso o investidor possua um montante acima disso e a instituição financeira vier à falência, o excedente não lhe será pago pelo FGC, ou seja, ele terá somente os R$ 250.000,00. Por essa razão é importante ficar atento ao valor a ser investido e fazer uma 20 projeção de rentabilidade até o vencimento do título antes de se investir no ativo desejado. Vale ressaltar que nem todos os investimentos de renda fixa são cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito. Basicamente os investimentos que são cobertos pelo FGC são: Títulos cobertos pelo FGC Poupança LC CDB RDB LCA LCI Letras Hipotecárias Letras Compromissadas Além desses investimentos, depósitos em conta-corrente também são cobertos pelo FGC, entretanto, o dinheiro parado em sua conta na corretora ou financeira não está garantido pelo Fundo Garantidor, por isso é muito importante não deixar o dinheiro parado nessas contas. 21 No caso dos títulos públicos, a garantia é do Tesouro Nacional, ou seja, é o risco soberano e considera-se o menor risco do mercado, pois o emissor por trás desse tipo de título é o próprio governo. Outra observação importante a ser feita é que os Fundos de Investimento e os Títulos Públicos não estão cobertos pelo FGC. 22 Títulos não cobertos pelo FGC Títulos públicos Ações Fundos de Investimentos ETFs Operações de câmbio Tipos de risco Parte 2 Como já foi dito, todo investimento está sujeito a riscos e estes podem ser classificados como riscos de mercado, riscos de crédito, riscos de liquidez, risco operacional e risco legal. É o risco associado à volatilidade de determinado ativo, ou seja, a valorização e desvalorização de seu investimento, um bom exemplo Risco de mercado para esse tipo de risco são os ativos negociados em bolsa de valores, as ações, por exemplo, que sobem e descem em decorrência de fatores do mercado. É o risco de a instituição não honrar as obrigações na data pactuada, ou seja, uma empresa pode não pagar o devido valor de suas debêntures emitidas ou um banco não pagar os valores de um CDB. Risco de crédito 23 É o risco de se precisar vender determinado ativo e não encontrar compradores suficientes, fazendo assim com que seja difícil se desfazer de suas posições em carteira. No mercado de ações é relativamente comum esse cenário. É o risco que pode ocorrer devido a operações por parte de pessoas e entidades não regulamentadas. Um bom exemplo disso são empresas que oferecem grandes retornos financeiros com risco baixo. Risco de liquidez Risco legal Risco operacional é o risco de ocorrer uma falha ou fraude em determinado processo. Risco operacional 24 Liquidez Liquidez Parte 3 O termo liquidez refere-se à facilidade ou não de determinada posição de ativos serem convertidas em dinheiro. É muito fácil entender esse conceito, imagine um imóvel, qual a facilidade de se vender o imóvel para conseguir dinheiro? É um processo que pode levar muito tempo, portanto, investimentos em imóveis não têm liquidez. Tesouro Direto PoupançaImóvel Baixa Moderada Alta Já no mercado de bolsa de valores é muito mais fácil vender ações para conseguir o dinheiro desejado, portanto, o mercado de ações tem mais liquidez. 25 Índices de inflação Parte 4 O termo inflação se caracteriza por uma alta generalizada nos preços de bens e serviços de uma determinada economia, ou seja, é a perda do poder aquisitivo. Assim um real hoje não terá o mesmo valor no futuro, pois não seremos capazes de comprar os mesmos produtos que compramos hoje. Existem diversos fatores que geram inflação como por exemplo: Estimulando um consumo maior e como consequencia, os preços dos bens e serviços acabam aumentando. O governo tem de aumentar os impostos ou imprimir mais dinheiro para colocar em circulação. O governo aumenta os salário para compensar o aumento dos preços. Empresas com elevado poder, podem elevar seus lucros acima do aumento dos custos de produção. Acesso ao crédito Gasto público excessivo Aumentos salariais Aumentos nos lucros 26 Uma observação importante é que a inflação oficial (IPCA) pode ser diferente da inflação real sentida pelo consumidor, pois o índice abrange aproximadamente 400 produtos/serviços que podem não refletir o consumo direto de uma pessoa/família. Com o aumento no valor das matérias primas, as empresas aumentam o valor final do produto. Aumentos nos preços das matérias primas Ele reflete o custo de vida de famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos medidas nas grandes capitais definidaspelo IBGE com base em uma cesta de produtos e serviços. Outro índice importante é o IGPM, medido pela FGV e tem sido muito utilizado para reajustes em aluguéis. 27 Assim um real hoje não terá o mesmo valor no futuro, pois não seremos capazes de comprar os mesmos produtos que compramos hoje. Existem diversos fatores que geram inflação como por exemplo: O principal índice de inflação e também considerada a inflação oficial no Brasil é o IPCA (Índice de Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). i Taxa DI Parte 5 A Taxa DI ou Taxa CDI é uma taxa de juros negociada entre bancos para financiar os empréstimos entre eles. Ela é calculada diariamente pela CETIP e como sua variação é muito grande, uma média é utilizada. Geralmente quando alguns bancos precisam captar dinheiro para não fechar o dia com caixa negativo, eles emitem um CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro) o qual outros bancos podem adquirir a fim de emprestar dinheiro para as instituições emissoras que precisam gerar caixa e estas pagam a taxa DI. Nos investimentos de renda fixa essa é principal taxa a ser considerada, pois grande parte dos títulos privados de renda fixa são remunerados por um percentual da taxa DI. 28 i Taxa SELIC Parte 6 A Taxa Selic Meta ou Taxa Selic é a taxa básica de juros definida pelo Banco Central através das reuniões do Copom que ocorrem a cada 45 dias. Essa taxa serve como um dos principais mecanismos de combate à inflação, pois é utilizada em financiamentos e empréstimos. Assim, quando a taxa selic está alta, os financiamentos e empréstimos ficam caros e quem tem dinheiro acaba optando por não utilizar o dinheiro, mas investir, fazendo com que haja uma redução no consumo por parte das empresas e pessoas. Além da Taxa Selic existe a Taxa Overnight, que, de acordo com o Banco Central, nada mais é que a média ponderada e ajustada das operações de financiamento por um dia (operações compromissadas) lastreadas com títulos públicos federais e firmadas no SELIC. 29 i Agências de risco Parte 7 Como dissemos anteriormente, nenhum investimento está livre de riscos, assim, uma instituição pode decretar falência em algum momento de sua existência e para mitigar esse tipo de risco exis- tem as agências de risco ou agências de classificação de risco como a S&P, Fitch e Moodys. Essas empresas avaliam os balanços, fluxo de caixa, etc. de empresas, bancos e governos, atribuindo notas de classificação de risco para as instituições avaliadas. Significado na escalaStandard & Poor’sMoody’sFitch Ratings Grau de investimento com qualidade alta e baixo risco Categoria de especulação, baixa classificação Risco alto de inadimplência e baixo interesse Grau de investimento qualidade média AAAAaaAAA AA+Aa1AA+ AAAa2AA AA-Aa3AA- A+A1A+ BBB+Baa1BBB+ AA2A BBBBaa2BBB A-A3A= BBB-Baa3BBB- BB+Ba1BB+ BBBa2BB BB-Ba3BB- CCC+Caa1CCC CCCCaa2CC CCC-Caa3C CCCaRD CCD D B+B1B+ BB2B B-B3B- Classificações das agências de risco 30 Dessa maneira fica mais fácil para o investidor saber qual o nível de risco está assumindo ao investir seu dinheiro em determinada empresa. Apesar de alguns investimentos serem cobertos pelo FGC é preciso se atentar que o limite da cobertura é de 250 mil reais. Com as notas de risco é possível saber se a instituição do qual queremos adquirir ativos possui um alto grau de risco. 31 Títulos privados C A P Í T U L O 3 O que são títulos privados Parte 1 O termo investimento em renda fixa se refere aos investimentos públicos e privados onde já se sabe de antemão a taxa de sua rentabilidade. Eles podem ser remunerados com base em taxas pré-fixadas, pós-fixadas ou mistas. No caso dos títulos prefixados, como o próprio nome diz, será paga uma taxa fixa pré definida no momento da compra do título, como 15% ou 17% ao ano, por exemplo. Os pós-fixados, pagam uma taxa baseada em um percentual de algum indicador como o CDI, IPCA, SELIC, IGPM, etc... Um exemplo desse tipo de título seria um CDB que paga 120% do CDI ao ano. E os mistos, remuneram uma taxa pré-fixada mais um percentual de algum indicador, como IPCA + 5% ao ano. Títulos prefixados Títulos pós-fixados Mistos Alguns são tributados outros não e alguns possuem garantia do FGC e outros não, por isso é importante ficar atento às características de cada título. 33 Os CDBs podem ou não ter liquidez diária e contam com a cobertura do FGC no limite de 250 mil reais por cpf e por emissor. CDB Parte 2 Os Certificados de Depósitos Bancários são um dos principais investimentos em renda fixa e o tipo de ativo mais utilizado por pessoas físicas, sendo também uma importante fonte de captação de recursos para as instituições financeiras. Outra característica importante desse tipo de investimento é que ele pode ser recomprado pela instituição emissora sem remuneração ou pró-rata ou pode também ter sua titularidade transferida para um terceiro. Até 180 dias de investimento, 22,5% De 181 a 360 dias, 20% De 361 a 720 dias, 17,5% Acima de 720 dias, 15% As alíquotas são as seguintes: 34 i Os CDBs são investimentos tributados, ou seja, ocorre o pagamento de imposto de renda em seu vencimento através de uma tabela regressiva. De acordo com a Circular 3709 do Bacen, os CDBs (se aplica a títulos e valores mobiliários) devem ser registrados pelo nome do investidor nas câmaras de ativos, desde que tenham valor igual ou superior a 5 mil reais e tenham sido emitidos por uma mesma instituição, em uma mesma data, em favor de um mesmo investidor. 35 i LCA/ LCI Parte 3 As Letras de Câmbio são títulos de crédito privado emitidos por sociedades de crédito, investimento e financiamento, mais conheci- das como Financeiras. As Letras de Crédito do Agronegócio são investimentos lastreados em empréstimos concedidos ao agronegócio. Um banco só pode emitir uma LCA se tiver ativos de igual valor que foram destinados para financiar projetos do agronegócio. As características mais importantes das LCIs e LCAs são a isenção de imposto de renda e a garantia do FGC para pessoas físicas. As Letras de Crédito Imobiliário são títulos bancários lastreados à carteira de crédito imobiliário da instituição financeira emissora. São, assim como os CDBs, um excelente tipo de investimento, mas não tem tanta oferta, pois necessitam de lastro para serem emitidos. 36 i i LC Parte 4 As Letras de Câmbio são títulos de crédito privado emitidos por sociedades de crédito, investimento e financiamento, mais conhecidas como Financeiras. As LCs são lastreadas em contratos de financiamento ou empréstimo, ou seja, para que uma financeira possa emitir uma letra de câmbio é necessário que ela tenha financiamentos ou empréstimos no mesmo valor do título que deseja emitir, pois serve como lastro da operação (garantia). Esse tipo de título pode ou não ter liquidez, no caso de não ter, é preciso aguardar o vencimento do título para resgatar seu investimento, entretanto, assim como os CDBs é possível negociá-los no mercado secundário, mas como não possuem tanto volume como os CDBs é possível que o investidor tenha dificuldades em encontrar um comprador. As LCs possuem garantia do FGC no limite de 250 mil por CPF e por emissor e possuem também tributação de imposto de renda no vencimento. Uma observação a ser feita é que apesar do nome, as letras de câmbio não possuem qualquer relação com as operações cambiais, seu nome está associado a operações de troca. 37 i RDB Parte 5 Os Recibos de Depósito Bancário são títulos de renda fixa emitidos por bancos e financeiras e assim como os CDBs,não precisam de lastro. A diferença entre o CDB e o RDB é que este não pode ser negociado no mercado secundário, ou seja, o investidor tem de permanecer com o título até o vencimento. RDBs são garantidos pelo FGC e como o CDB, também possuem incidência de imposto de renda no vencimento do título. 38 i As Debêntures são uma das formas mais antigas de captação de recursos por meio de títulos. Debênture Parte 6 Debêntures são títulos de dívida emitidos por sociedades anônimas de capital aberto ou fechado não integrantes do mercado financeiro (exceção de Companhias hipotecárias e sociedades de Arrendamento Mercantil) e que geram créditos para os investidores, podendo ser emitidas por oferta pública ou venda direta. São liquidadas financeiramente em seu vencimento. Podem ser convertidas em ações no valor proporcional ao investido. Classificação das Debêntures: Conversíveis Não conversíveis As debêntures geralmente tem prazos de vencimento mais longos e possuem boa remuneração, entretanto, é preciso observar que essa modalidade de investimento em renda fixa não possui garantia pelo FGC e, portanto, é imprescindível que o investidor analise o grau de risco da companhia emissora da debênture através das agências de ratings. 39 i São debêntures garantidas por hipoteca, caução ou penhor de bens da própria companhia. Nesse caso os bens não podem ser negocia- dos sem a aprovação dos investidores. Garantia real Algumas debêntures possuem isenção de imposto de renda e são chamadas de debêntures incentivadas. As debêntures também possuem alguns tipos de garantias e é muito importante que seja avaliado qual o tipo de garanti a estabelecido na sua emissão. Também são garantias que envolvem bens e direitos, mas que podem ser negociados a qualquer tempo a critério do emissor. Nesse tipo de garantia o investidor não possui privilégios em relação aos demais credores não preferenciais. Oferece preferência de pagamento ao investidor somente em relação aos acionistas em caso de liquidação da empresa emissora. Garantia flutuante Garantia quirografária Garantia subordinada 40 CRA/ CRI Parte 7 Os Certificados de Recebíveis do Agronegócio são títulos de renda fixa com lastro em financiamentos e empréstimos relacionados com a produção, comercialização e industrialização de produtos agropecuários ou de máquinas usadas na produção agropecuária. Podem emitir CRAs as companhias securitizadoras de direi- tos creditórios do agronegócio. Os Certificados de Recebíveis Imobiliários são títulos de renda fixa emitidos por sociedades securitizadoras de créditos imobiliários (pagamentos de contraprestações de aquisição de bens imóveis ou de aluguéis). Os CRIs são títulos de crédito nominativos, escriturais e transferíveis, lastreados em créditos imobiliários. 41 Securitização é a conversão de duplicatas, cheques ou notas promissórias, ou seja, de uma dívida em um título lastreável e negociável entre as instituições financeiras, com um compromisso de pagamento futuro. Vale ressaltar que tanto o CRA como o CRI são isentos de imposto de renda para pessoas físicas e alguns títulos somente estão disponíveis a investidores qualificados, mas é importante observar que eles não contam com a proteção do FGC. i i LF Parte 8 As Letras Financeiras são títulos de renda fixa emitidos por instituições financeiras como bancos, companhias hipotecárias, BNDES, sociedades de financiamento, crédito e empréstimo, caixas econômicas, etc. As letras financeiras necessitam de investimento mínimo de 150 mil reais e as letras financeiras subordinadas, 300 mil reais. É um tipo de investimento que permite ao emissor alongar o prazo de captação, pois tem vencimento mínimo de 2 anos. É um título que vem crescendo bastante no mercado brasileiro, mas é necessário que se avalie a instituição emissora, já que essa modalidade de investimento não possui garantia do FGC. Outro detalhe é que esse tipo de investimento possui tributação de imposto de renda no vencimento, de acordo com tabela regressiva. 42 i COE Parte 9 Os Certificados de Operações Estruturadas são operações financeiras compostas por aplicações de renda fixa e de renda variável. Através desse tipo de produto é possível ter acesso a diversos tipos de ativos como ações, ETFs, moedas e índices, podendo ter rentabilidades da renda variável com a proteção da renda fixa. A maioria dos COEs emitidos no Brasil possui capital protegido, isso significa que em caso de rendimento negativo, o investidor receberá o valor integral do aporte. Vale ressaltar que essa modalidade de investimento não possui garantia do FGC e possui o mesmo regime de tributação regressiva que os CDBs. 43 i Esse tipo de ativo não tem liquidez e não pode ser negociado em mercado secundário, assim, o investidor será obrigado a permanecer com o título até o seu vencimento. DPGE Parte 10 Os Depósitos a Prazo com Garantias Especiais são instrumentos financeiros com objetivo de auxiliar as instituições financeiras a captarem recursos, conferindo ao seu detentor um direito de crédito contra o emissor do título. O prazo mínimo de resgate é de 180 dias e o máximo é de 36 meses. O DPGE é um título que possui tributação regressiva e tem cobertura pelo FGC no limite de 20 milhões por CPF, incluindo o principal e os juros. 44 i FIDC Parte 11 Os Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios são investi- mentos exclusivamente para investidores qualificados (Com mais de 1 milhão em investimentos). Os FIDCs destinam um percentual superior a 50% do seu respectivo patrimônio líquido para aplicações em direitos creditórios e títulos representativos de créditos (duplicatas, cheques, etc), provenientes das operações comerciais, industriais, financeiras, imobiliárias ou de prestação de serviços, de arrendamento mercantil, etc. Como se forma um fundo de recebíveis 1. Empresa X vende produtos e emite faturas (ou recebíveis) para o comprador Y pagar. 2. Empresa X constitui um Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC). 3. O FIDC capta recursos de investidores através da venda de cotas e com esse dinheiro compra compra as faturas da empresa X. 45 4. Comprador Y paga pelos produtos que comprou da empresa X no banco depositário A. 5. Banco depositário recebe o pagamento feito pelo comprador Y e remete o dinheiro diretamente para o FIDC. 6. FIDC pega o dinheiro enviado pelo banco depositário A e paga o rendimentos aos investidores/ cotistas. Os FIDCs podem ser abertos ou fechados, no caso dos abertos, os investidores podem aplicar mais recursos ou solicitar o resgate a qualquer momento, desde que de acordo com o regulamento do fundo. Já nos fundos fechados os investidores não podem solicitar o resgate antes do vencimento. Sobre os FIDCs 46 LH Parte 12 As Letras Hipotecárias são títulos de Renda Fixa com lastro em créditos imobiliários. Esse tipo de ativo é emitido por sociedades de crédito imobiliário, bancos múltiplos com carteira de crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimo e companhias hipotecárias, todas, instituições financeiras que emprestam recursos do Sistema Financeiro de Habitação. As LHs possuem cobertura do FGC no valor de 250 mil por CPF e por instituição financeira emissora e também são garantidas por caução de créditos hipotecários. Uma das principais vantagens desse tipo de título é a isenção de Imposto de Renda para investidores pessoa física. 47 i Títulos públicos C A P Í T U L O 4 O que são títulos públicos Parte 1 Títulos públicos federais são títulos de renda fixa vendidos pelo Governo Federal para financiar a dívidapública. Até 2002 só era possível ao investidor pessoa física adquirir títulos públicos por meio de fundos de investimento, mas após essa data a Secretaria do Tesouro Nacional em conjunto com a B3 (com a CBLC como custodiante) disponibilizou a venda de títulos através do Programa Tesouro Direto, que possibilita a compra e venda dos títulos pela internet, facilitando, assim, o acesso ao mercado de títulos públicos pelo pequeno investidor. Para poder comprar e vender títulos públicos é necessário ter conta em alguma corretora ou distribuidora de valores, que são chamados de agentes de custódia. Uma vez feita a compra através de um desses agentes de custódia, o título é registrado e custodiado na CBLC vinculado ao nome e cpf do comprador. Pode-se enxergar a compra de um título público como o empréstimo de dinheiro para o governo e, apesar disso, o governo não isenta o investidor de ter de declarar e pagar imposto sobre os rendimentos. 49 i Diz-se que os títulos públicos federais são o tipo de investimen- to mais seguro do mercado, pois apesar de não possuírem garantia do FGC, contam com a garantia do Tesouro Nacional, que em tese é mais segura que qualquer outra instituição. Os títulos públicos obedecem a mesma tabela regressiva de imposto de renda dos CDBs. Governo Corretora Investidores Até 180 dias de investimento, 22,5% De 181 a 360 dias, 20% De 361 a 720 dias, 17,5% Acima de 720 dias, 15% As alíquotas são as seguintes: A compra e venda dos títulos públicos é feita através do site do tesouro direto, entretanto, alguns agentes de custódia são agentes integrados, o que permite ao investidor comprar títulos do tesouro diretamente pelo homebroker da instituição à qual possui conta ativa. 50 i Esse risco, entretanto, só ocorre nos casos em que o investidor não leve o título até o final, caso contrário lhe será pago o que foi acordado no momento da compra. Um dos riscos associado aos títulos públicos é o risco de mercado, que por conta de fatores econômicos faz com que os títulos pre- fixados e indexados ao IPCA sofram oscilação. Além de serem uma ótima fonte de rendimento e diversificação de carteira, os títulos públicos são uma excelente opção para pequenos investidores, já que permitem a compra de frações de um título na proporção de 0,1% do título ou no valor mínimo de 30,00 reais. 51 1 16 3 18 7 2212 27 5 20 9 2414 29 2 17 4 19 8 2313 28 6 2111 26 10 2515 96% 46% 90% 40% 76% 26%60% 10% 83% 33% 70% 20%53% 3% 93% 43% 86% 36% 73% 23%56% 6% 80% 30%63% 13% 66% 16%50% Tabela IOF Dias de aplicação Dias de aplicação Dias de aplicação Dias de aplicação Dias de aplicação Dias de aplicação% de % de % de % de % de % de i 30 0% 52 Existem pelo menos dois custos além de IOF para operações que sejam feitas com tempo menor que 30 dias e imposto de renda. O primeiro custo é a taxa de custódia, que é de 0,3% ao ano, cobrado a cada seis meses e a taxa de administração da corretora ou distribuidora. Em muitos casos essa taxa de administração não é cobrada, mas isso fica a critério do agente de custódia em que foi feita a compra do título. Atualmente existem 5 tipos de títulos públicos, Tesouro Selic, Tesouro IPCA, Tesouro IPCA com juros semestrais, Tesouro Prefixado e Tesouro Prefixado com juros semestrais. Imposto de renda IOF Taxa de custódia Taxa de administração Tipos de custos Tesouro IPCA Parte 2 O Tesouro IPCA é um título pós-fixado, pois não se sabe antecipadamente sua rentabilidade, já que está vinculada a um indicador de preços. O tesouro IPCA rende o valor do índice inflacionário mais um percentual prefixado. É importante entender esse título, pois ele garante ao investidor uma rentabilidade acima da inflação oficial (IPCA). Esse tipo de título sofre marcação a mercado, ou seja, sua taxa oscila diariamente, conforme o cenário econômico. 53 i O tesouro IPCA rende o valor do índice inflacionário mais um percentual prefixado. Tesouro IPCA + com Juros Semestrais Parte 3 Este tipo de título paga cupons de juros semestralmente, sendo muito indicado para investidores que desejam viver de renda ou utilizar o dinheiro dos cupons para consumo. Vale ressaltar que esse tipo de título pode não ser tão interessante para o investidor que deseja acumular patrimônio, já que os cupons de juros serão pagos antecipadamente e no vencimento do título só restará o valor investido acrescido do valor do último cupom. Outra observação a ser feita é que os cupons de juros semestrais sofrem tributação de imposto de renda de acordo com a tabela regressiva, dessa forma, os 3 primeiros cupons são prejudicados, pois pagarão 22,5%, 20% e 17,5% respectivamente. A partir do quarto cupom, será pago a taxa de 15% para cada cupom resgatado. 54 i Tesouro Prefixado Parte 4 O Tesouro Prefixado como o próprio nome diz, paga uma taxa prefixada no momento da compra. Apesar de essa taxa ser fixa esse tipo de título também tem marcação a mercado, ou seja, sofre com oscilações diárias nas taxas de juros, o que pode fazer com que o investidor perca dinheiro ou rendimento caso venda o título antes do vencimento. Caso o título seja levado até o vencimento esse risco de mercado é inexistente. O Tesouro Prefixado sofre com oscilações diárias nas taxas de juros. 55 i Tesouro Prefixado com Juros Semestrais Parte 5 Esse tipo de título é muito parecido com o Tesouro IPCA com juros semestrais, pois como o nome já diz, ele paga cupom de juros semestralmente. É importante observar que as mesmas regras valem para esse título, a única diferença é que a taxa a ser paga no vencimento é prefixada no momento da compra do título. Outro detalhe é que esse título também tem marcação a mercado, ou seja, sofrerá oscilações nas taxas. A diferença deste título é a taxa paga no vencimento, ela é prefixada no momento da compra do título. 56 i O Tesouro Selic é o título público mais conservador do mercado, pois este é o único que não sofre marcação a mercado. Tesouro Selic Parte 6 Diz-se que o Tesouro Selic é o título público mais conservador do mercado, pois este é o único que não sofre marcação a mercado. Dessa forma, esse tipo de título é o mais recomendado para investidores iniciantes ou para quem não tem certeza se levará o título até o vencimento, podendo correr riscos financeiros por causa da marcação a mercado. Além disso, é uma ótima opção para ser utilizada no lugar da poupança, pois renderá muito mais, já que ele paga a taxa SELIC ao ano. 57 i Planejamento financeiro C A P Í T U L O 5 Um pouco sobre dinheiro Parte 1 Para algumas pessoas, falar sobre dinheiro é algo muito complicado, pois muitas acreditam que o dinheiro é um tabu que não deve ser discutido, seja no trabalho, seja em nosso círculo familiar. Esse pensamento, com certeza, está equivocado e tem gerado enormes dificuldades para diversas famílias, que em situações de crise acabam se endividando e perdendo totalmente o controle sobre suas finanças. O dinheiro pode e deve ser discutido, principalmente com sua família, sejam eles seus pais, esposa ou filhos. É somente dialogando sobre o papel do dinheiro que alcançaremos a tão sonhada independência financeira. Inúmeras pessoas chegam à maturidade sem dinheiro algum, passaram a vida toda esbanjando o fruto de seu trabalho árduo sem se dar conta que ele é finito e que um dia a vida vai cobrar um preço muito alto. Existe uma fábula infantil que retrata muito bem a questão do dinheiro, a fábula da cigarra e da formiga. Ela é mais ou menos assim:59 Num dia quente de verão, uma alegre cigarra estava a cantar e a tocar o seu violão, com todo o entusiasmo. Ela viu uma formiga a passar, concentrada em sua labuta diária que consistia em guardar comida para o inverno. - Dona Formiga, venha e cante comigo em vez de trabalhar tão arduamente. Desafiou a cigarra. - Vamos nos divertir. - Tenho que guardar comida para o inverno e aconselho-a a fazer o mesmo. Respondeu a formiga, sem parar. - Não se preocupe com o inverno, ainda está muito longe, como vê, comida não falta. Disse a cigarra, despreocupada. Mas a formiga não quis ouvir e continuou sua labuta. Os meses se passaram e o tempo arrefeceu cada vez mais, até que toda a natureza ao redor ficou coberta com um espesso manto branco de neve. Chegou o inverno. A cigarra, esfomeada e enregelada, foi à casa da formiga e implorou humildemente algo para comer. - Se você tivesse ouvido meu conselho no verão, não estaria agora tão desesperada. Preferiu cantar e tocar violão! - Pois agora dance! Ralhou a formiga. E dizendo isso, fechou a porta, deixando a cigarra entregue à sua sorte. A Cigarra e a Formiga 60 Essa história parece muito inocente, mas retrata algo muito importante em nossas vidas, o dinheiro. É preciso ter cautela ao gastá-lo, pois precisamos trabalhar muito para tê-lo. 61 Uma boa estratégia é rever os orçamentos domésticos e conversar com a família a respeito dos gastos desnecessários. Outra boa estratégia é acompanhar os gastos mensais elaborando planilhas de controle financeiro ou usar algum aplicativo que facilite esse trabalho, assim você não será a cigarra da história. A importância do planejamento Parte 2 Quando se fala em planejamento muitas pessoas tendem a crer que seja algo complicado e tedioso de ser feito e acabam deixando para depois, entretanto, o planejamento é um passo fundamental para a conquista da independência financeira. É algo que vai além da criação de metas e que está implícito em nosso dia-a-dia. Por exemplo, quando alguém constrói uma casa precisa planejá-la antes, ou seja, desenhar o projeto do imóvel e pensar em todos os passos necessários para que se construa algo de nosso agrado. O projeto é a etapa de planejamento da construção onde será determinado o tamanho da obra, o número de dependências, pavimentos, projeto arquitetônico, projeto elétrico, hidráulico, entre outros fatores. Assim como na construção da casa, nossa vida financeira não pode- ria ser diferente, afinal de contas ninguém gosta de se sentir à deri- va,principalmente quando o assunto é finanças. As pessoas que conseguem controlar sua situação financeira através de um planejamento, mesmo que não muito detalhado, se sentem mais seguros e têm menos riscos de ficarem endividados. É muito mais fácil fechar os olhos diante de uma determinada situação, do que encará-la de frente ainda mais quando trazemos essa situação para o ambiente financeiro. 62 Isso caracteriza um descontrole total da situação, assim é mais fácil culpar fatores alheios do que buscar medidas para corrigir os problemas. Para que isso não ocorra ou para mitigar esse tipo de risco, é muito importante tomar as rédeas da situação fazendo um bom planejamento, por mais tempo que leve, no final das contas vai valer a pena, pois a pessoa terá mais controle da situação e não ficará à deriva. Tiveram enxaquecas ou outras dores de cabeça, comparados com 15%. Sofreram ansiedade aguda, comparados com 4%. Tiveram depressão profunda, comparados com 4%. Relataram ataques cardiacos, o dobro da taxa daqueles com baixo estresse financeiro. Tiveram tensão muscular, incluindo dor lombar, em comparação com 31%. Tiveram úlceras ou problemas do aparelho digestivo, comparados com 8%. 44% 29% 23% 6% 51% 27% 63 Um estudo de 2012 do PFEEF mostra as implicações que o estresse financeiro causa em uma pessoa. Alguns dados como 27% das pessoas que não faziam planejamento financeiro tinham úlcera no estômago, contra 8% das que planejavam. 29% das pessoas que não faziam planejamentos tinham enxaqueca, sendo que apenas 4% das pessoas que tinham o hábito de efetuar um planejamento tinham esse mesmo distúrbio. 64 Criando metas Parte 3 Antes de criar as metas é preciso elaborar um controle de fluxo de caixa, com as entradas e saídas do seu dinheiro. Coloque todas as despesas fixas e as despesas variáveis em lugares distintos, para poder identificar rapidamente onde você pode evitar gastos desnecessários. Feito isso chegou a hora de pensar nas metas. Elas podem ser individuais, para o casal, para sua família, etc. Cada um terá de encontrar a forma que funciona melhor para si. As metas são objetivos financeiros a serem alcançados em determinado período de tempo, podem ser um intercâmbio, a compra de um carro, uma viagem, a compra de uma casa, etc. Você saberá quais metas a serem traçadas de acordo com seus objetivos de vida. É muito importante que essas metas tenham um valor e um prazo para se concretizarem. Muitas pessoas criam Despesas fixas Despesas variáveis Aluguel Condomínio Energia Água Hobbies Vestuário Cinema Restaurante 65 poupanças ou alocam o dinheiro em outros investimentos mais rentáveis objetivando a concretização dessas metas. Com uma planilha fica muito fácil fazer as separações nos investimentos com as projeções de rentabilidade e casar certinho com o prazo de determinada meta. Assim, se o desejo for comprar um carro em até 2 anos, pode-se alocar recursos financeiros de acordo com esse prazo e com o valor a ser pago no carro daqui 2 anos. Curto prazo Médio prazo Longo prazo Até 1 ano Férias Viagem Celular novo Até 5 anos Troca de carro Reforma Intercâmbio Mais de 5 anos Faculdade Aposentadoria Casa própria É sempre importante definir metas de curto, médio e longo prazo. As metas de curto prazo, geralmente, são metas que se pretende alcançar em até um ano, como fazer um intercâmbio ou fazer uma viagem. As de médio prazo podem ser para até cinco anos, como a troca de um carro, a reforma de uma casa, etc. Já as metas de longo prazo podem ser para mais de cinco anos, como a faculdade de um filho, compra de um imóvel, aposentadoria, etc. 66 As reservas de emergência Parte 4 No tópico que falamos sobre dinheiro citamos a fábula da cigarra e da formiga para exemplificar a necessidade de um planejamento, mas às vezes mesmo nos planejando podem ocorrer alguns imprevistos que saem fora de nosso controle. Muitas vezes somos pegos de surpresa por uma doença, um parente próximo que vem a falecer, ficamos desempregados, etc. E o que fazer quando em nosso planejamento não estamos preparados para essas ocorrências? Aí está o papel fundamental de se incluir uma reserva de emergência no planejamento financeiro, algo que tenha liquidez imediata ou muito rápida e que supra nossas necessidades em casos extremos. Exemplo de investimentos para reserva de emergência Poupança CDB com liquidez diária Tesouro SelicFundo DI R E N T A B IL ID A D E TEMPO 67 Não adianta somente planejar o futuro, é preciso estar preparado para as adversidades e esse é o papel de se criar uma reserva para eventualidades. Muitas pessoas utilizam a poupança com essa finalidade, mas é possível alocar seu dinheiro em investimentos que rendam mais e que possibilitem o resgate muito rápido para esses casos. Um exemplo é o CDB com liquidez diária, assim para um caso extremo é possível resgatar o investimento de forma simples e rápida. Outro excelente investimento é o Tesouro Selic, pois este possui liquidezdiária e não tem risco de marcação a mercado. 68 Independência financeira Parte 5 Ser independente financeiramente significa não depender da renda de seu trabalho para sobreviver. Significa viver com a renda de investimentos, sejam eles uma renda passiva, fruto de vendas de um livro, curso online, renda de aluguel de imóveis, carteira de investimentos, etc. Viver de renda não quer dizer que você é rico, quer dizer que você não precisa mais trabalhar para se sustentar e ter uma vida digna, que não lhe prive dos prazeres da vida, mas também não é sinônimo de uma vida frugal. Para conquistar a independência financeira é importante acumular patrimônio, fazer planejamento financeiro e evitar gastos desnecessários. Quanto antes você começar a poupar e aprender a gerenciar melhor seu dinheiro, mais rapidamente você conquistará a independência financeira. 69 Planejamento para conquista de um objetivo de curto, médio ou logo prazo. Melhores carteiras de investimento para objetivos financeiros. Planejamento financeiro básicoEste E-book foi desenvolvido pelo App Renda Fixa, com o intuito de ensinar e dar dicas sobre o mercado financeiro e investimentos de renda fixa. Caso tenha ficado com alguma dúvida ou precise de nossa ajuda, não hesite em nos contatar do email contato@rendafixa.rocks abraço :) Planejamento financeiro Após atender diversos casos de investidores em nosso app, decidimos elaborar 3 modelos de acompanhamentos para atender diferentes necessidades. Planejamento para conquista de um objetivo de curto, médio ou logo prazo. Planejamento para conquista de um objetivo de curto, médio ou logo prazo. Melhores carteiras de investimento para objetivos financeiros. Atendimento exclusivo presencial (SP) ou através de Skype. Atendimento exclusivo. Relatório completo sobre o planejamento. Relatório completo sobre o planejamento. 3 meses de acompanhamento. Planejamento financeiro avançado Planejamento financeiro personalizado 2 1 3 R$ 29,90A partir de 70 Boa sorte e ótimos investimentos! O A p p R e n d a F i x a e s t á d i s p o n í v e l
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