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Teorias Contemporâneas da Criminologia

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DISCIPLINA: 
CRIMINOLOGIA 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Carlos Roberto Bacila 
 
 
2 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, apresentaremos algumas das principais teorias da 
criminologia contemporânea. Os autores que estudaremos são: Durkheim e 
Merton com a Teoria da Anomia; Shaw e Mackay para a Teoria Ecológica; Akers, 
Burgess e Johnson, Cloward e Ohlin, Cohen e Bergalli com a Teoria da 
Subcultura; Goffman para a Antipsiquiatria e Taylor, Walton e Young com a 
Teoria do Etiquetamento. 
 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Abordaremos alguns temas importantes, os quais você confere a seguir: 
Teoria da anomia 
Teoria ecológica 
Teoria da subcultura 
Antipsiquiatria 
Teoria do etiquetamento ou da reação social 
 
TEMA 1 – TEORIA DA ANOMIA 
A ideia de anomia está ligada ao sentido da palavra e do radical a-, que 
significa ausência e -nomos, normas. Durkheim foi um dos primeiros a tratar do 
assunto. Para ele, a anomia tinha fonte na dissociação entre a individualidade e 
a consciência coletiva. A solidariedade espontânea estaria baseada na 
ocupação do seu papel na divisão do trabalho compatível com suas faculdades. 
No século XX, Robert Merton faz uma nova leitura da anomia. A sociedade 
define metas culturais para serem atingidas pelas pessoas, tais como casa 
própria, automóvel caro, roupas da moda etc. Para cumpri-las, há meios 
institucionalizados. Em uma sociedade equilibrada, as metas são passíveis de 
serem atingidas; os meios são disponíveis. Porém, quando não há tal 
disponibilidade, as pessoas utilizam meios ilícitos, por isso, temos uma 
explicação sociológica para o crime (Taylor; Walton; Yong, 1973, p. 74). 
 
 
3 
 
 
A crítica que se faz a esse posicionamento é: nem todas as pessoas 
querem atingir tais metas sociais, tampouco grande parte da população praticará 
crimes, caso não possa atingir os valores da moda (Bacila, 2016). 
 
 
TEMA 2 – TEORIA ECOLÓGICA 
A Teoria Ecológica (ou Teoria Ecológica de Chicago) nos remete ao 
ambiente no qual vivemos. A ideia é que o delito se situa de forma mais 
acentuada em alguns locais da cidade, portanto, a ecologia está relacionada com 
a suposta localização geográfica do crime. 
Shaw e Mackay foram dois dos maiores divulgadores da Teoria Ecológica. 
Sobre o estudo desses autores, Sutherland (1949) faz o seguinte comentário: 
De uma análise de doze séries de estatísticas de delinquentes juvenis em Chicago, 
tiraram eles as seguintes conclusões: primeiro, as taxas de delinquência variam 
amplamente nas diferentes ‘vizinhanças’. Não há, em algumas áreas, nenhuma 
prisão de meninos, ao passo que, em outras, mais de um quinto dos meninos são 
presos em um só ano. Encontrou-se essa variação em cada uma das quinze cidades 
estudadas dessa maneira. Segundo, as taxas são geralmente as mais altas perto 
do centro da cidade e decrescem com a distância a partir desse centro” (Sutherland, 
1949, p. 163). 
Então, não é possível apontar áreas preferenciais da criminalidade sem 
levar em conta a cifra oculta, a seletividade de estigmatizados do sistema, a 
ausência de Estado e outros fatores complexos. 
 
 
TEMA 3 – TEORIA DA SUBCULTURA 
A subcultura é a reunião de pessoas com linguagens e valores afins, 
contudo, diferentemente da cultura predominante ou convencional, por ser 
“subcultura”, não quer dizer que é inferior, apenas diferente. Fazer parte de uma 
subcultura não implica necessariamente em atividade criminosa. Por exemplo, 
podemos ter subculturas de músicos de jazz, rock ou música clássica ou 
subcultura de pessoas que são homoafetivas ou as que têm hanseníase e vivem 
em um hospital o dia inteiro. 
 
 
 
4 
 
 
Porém, outras subculturas são predominantemente atuantes no crime, 
como milícias ou grupos de pessoas que praticam crimes de executivos ou do 
colarinho branco (contra a administração pública, contra o sistema econômico, 
fraudes hospitalares etc.), máfia italiana, pessoas que praticam roubos ou tráfico 
de drogas. Vejamos algumas observações. 
Pluralismo cultural é o resultado da derivação de certos membros da sociedade e 
fornece seu próprio critério de reforço. Deste modo eles explicam o começo do uso 
de narcóticos, que inicialmente é desagradável para muitas pessoas, ao 
emparelha-lo com o reforço da aprovação social e o status. (Akers, Burgess, 
Johnson, 1968, p. 461-463) 
Bergalli comenta a distinção de Yinger entre subculturas e contraculturas: 
[...] às primeiras quando aponta um sistema que inclui valores unicamente 
diferentes, porém não antiéticos com o sistema social mais amplo, e, às segundas, 
quando remete às subculturas cujos valores estão em desacordo com o sistema de 
valores dominantes. (Bergalli, 1980, p. 208.)1 
 
 
TEMA 4 – ANTIPSIQUIATRIA 
Erwin Goffman é um dos grandes nomes do movimento da antipsiquiatria. 
No livro Manicômios, Prisões e Conventos, publicado em 1961, ele apresenta 
um estudo do dia a dia da vida em um manicômio. Após cerca de um ano, 
Goffman concluiu: as pessoas que estavam lá internadas e eram consideradas 
“loucas” tinham basicamente as mesmas vontades e atitudes das pessoas ditas 
“normais” (Bacila, 2016). 
O ponto principal é: a pessoa diagnosticada com doença mental recebe 
automaticamente o estigma de louca e, consequentemente, é tratada de maneira 
diferente das demais. 
 
 
 
 
 
 
 
1 Tradução livre elaborada pelo autor. 
 
 
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TEMA 5 – TEORIA DO ETIQUETAMENTO OU DA REAÇÃO SOCIAL 
Para a teoria do etiquetamento o que importa na análise do ato desviante 
não é o ato em si (utilizar drogas), mas a maneira com que a sociedade reage 
em decorrência desse ato (também chamada de teoria da reação social). 
Essa teoria rejeita as causas genéticas, psíquicas ou outros fatores 
relacionados ao crime e atribui a criminalidade ao próprio mecanismo social de 
prender, punir e prevenir o crime, assim, criando o próprio crime por meio dessa 
reação (Taylor; Walton; Young, 1973, p. 139-141). 
Em outras palavras, se a sociedade não reage a um furto praticado e deixa 
de deter ou punir alguém que o praticou, essa pessoa não será “rotulada” ou 
“etiquetada” de ladrão, por isso, não terá as consequências jurídicas e sociais. 
Por conseguinte, por mais singelo que seja o crime, o condenado terá o rótulo 
de desviante criminoso e todas as consequências que derivam disso, porque a 
pessoa ficará “isolada” da sociedade e tenderá a seguir o rótulo que lhe foi 
atribuído, isto é, de ladrão. A essa expressão, denominou-se “profecia que se 
autocumpre”. 
 
TROCANDO IDEIAS 
O Estado revolucionário, por exemplo, seria um período de anomia por 
falta de regulação social de condutas. A teoria ecológica prevê que o crime 
ocorre de forma mais acentuada em determinadas áreas geográficas. Para a 
subcultura, são exemplos um grupo de músicos de blues ou de traficantes de 
drogas, ou seja, não obrigatoriamente está vinculada à atividade criminosa. Na 
antipsiquiatria, as pessoas consideradas “loucas” recebem tratamento diferente 
pelo estigma que lhes é atribuído. A teoria do etiquetamento não se preocupa 
com o ato criminoso em si, mas com a reação social diante dele. 
Para melhor compreensão do conteúdo sugerimos o vídeo: 
DALE Carnegie's Biography: "The Life of Dale Carnegie and his Philosophy of 
Success". Bacila, 4 nov. 2012. Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=13GG3Pkbfpg 
 
 
 
6 
 
SÍNTESE 
Nesta aula, estudamos algumas das mais importantes teorias da 
criminologia contemporânea e observamos uma inclinação maior aos aspectos 
sociais relacionadosao crime, tanto fatores estimuladores à prática do delito 
quanto à reação da sociedade a esses crimes. 
 
 
REFERÊNCIAS 
AKERS, R., BURGESS, R., JOHNSON, W. Opiate use, addiction and 
relapse. Social Problems, v. 15, 1 abr. 1968, p. 459-469. Disponível em: 
<http://dx.doi.org/10.2307/799834>. Acesso em: 26 nov. 2016. 
BACILA, C. R. Criminologia e estigmas: um estudo sobre os 
preconceitos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
______. Introdução ao Direito Penal e à Criminologia. Curitiba: 
InterSaberes, 2016. 
______. Nos bastidores da sala de aula. Curitiba: InterSaberes, 2014. 
BERGALLI, R. La Recaída en el Delito: modos de reaccionar contra ella. 
Barcelona: Sertesa, 1980. 
SUTHERLAND, E. H. Princípios de Criminologia. Tradução de Asdrubal 
Mendes Gonçalves. São Paulo: Martins, 1949. 
TAYLOR, I.; WALTON, P.; YOUNG, J. The New Criminology: For a 
Social Theory of Deviance. Londres: Routledge & Kegan Paul, 1973.

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