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APRESENTAÇÃO 
 
Caro (a) Aluno(a), 
 
A preparação para concursos públicos exige profissionalismo, métrica e inteligência. 
Cada minuto despendido deve ser bem gasto! Por isso, uma preparação direcionada, 
focada nos pontos com maior probabilidade de cobrança no seu certame, pode 
representar a diferença entre aprovação e reprovação. 
 
Ciente disso, a Ad Verum Suporte Educacional, empresa do Grupo CERS ONLINE, 
concebeu o livro eletrônico iPDF – Promotor de Justiça, que tem por premissa 
fundamental “atacar” os pontos nucleares de cada matéria, com vistas a antecipação 
dos temas com maiores chances de cobrança em sua prova. 
 
Hoje, contamos com um SETOR DE INTELIGÊNCIA, responsável por ampla coleta de 
dados e informações das mais diferentes fontes relacionadas ao universo de cada 
concurso e/ou exame profissional, de modo a, partir do processamento dos dados 
coletados, oferecer aos seus alunos uma experiência diferenciada quando comparada 
a tudo que ele conhece em matéria de preparação para carreiras públicas. 
 
Racionalizar o estudo do aluno é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se de uma 
obsessão. 
 
Estude inteligente, estude Ad Verum! 
 
 
 
Francisco Penante 
CEO Ad Verum Suporte Educacional 
 
 
SUMÁRIO 
 
CRIMINOLOGIA .......................................................................................................................01 
DIREITO ADMINISTRATIVO .....................................................................................................02 
DIREITO AMBIENTAL...............................................................................................................03 
DIREITO CIVIL..........................................................................................................................04 
DIREITO CONSTITUCIONAL.....................................................................................................05 
DIREITO ELEITORAL.................................................................................................................06 
DIREITO EMPRESARIAL...........................................................................................................07 
DIREITO PENAL.......................................................................................................................08 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL....................................................................................................09 
LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE.....................................................................................10 
MEDICINA LEGAL....................................................................................................................11 
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SUMÁRIO 
 
1. CONCEITO – OBJETO – MÉTODO ........................................................................... 3 
1.1 CONCEITO .................................................................................................................. 3 
1.2 OBJETO ...................................................................................................................... 4 
1.3 MÉTODO .................................................................................................................... 6 
2. CLASSIFICAÇÃO DA CRIMINOLOGIA ....................................................................... 9 
3. EVOLUÇÃO HISTÓRICA .......................................................................................... 9 
3.1 ESCOLA CLÁSSICA ..................................................................................................... 10 
3.2 ESCOLA POSITIVA ..................................................................................................... 11 
3.3 TERCEIRA ESCOLA ITALIANA – TERZA SCUOLA ........................................................... 14 
3.4 ESCOLA MODERNA ALEMÃ ....................................................................................... 15 
3.5 ESCOLA CORRECIONALISTA ....................................................................................... 16 
3.6 ESCOLA TÉCNICO-JURÍDICA ....................................................................................... 17 
4. VITIMOLOGIA ..................................................................................................... 21 
5. PREVENÇÃO DO DELITO ...................................................................................... 22 
5.1 PREVENÇÃO PRIMÁRIA ............................................................................................. 23 
5.2 PREVENÇÃO SECUNDÁRIA ........................................................................................ 23 
5.3 PREVENÇÃO TERCIÁRIA ............................................................................................ 24 
6. CIFRAS CRIMINOLÓGICAS ................................................................................... 27 
7. ESCOLAS SOCIOLÓGICAS DO CRIME .................................................................... 28 
7.1 CRIMINOLOGIA DO CONSENSO ................................................................................. 28 
7.2 ESCOLA DE CHICAGO ................................................................................................ 29 
7.3 TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL ...................................................................... 31 
7.4 TEORIA DA ANOMIA ................................................................................................. 32 
7.5 TEORIA DA SUBCULTURA DELINQUENTE ................................................................... 33 
8 CRIMINOLOGIA DO CONFLITO .............................................................................. 35 
8.1 LABELLING APPROACH.............................................................................................. 36 
8.2 TEORIA CRÍTICA ........................................................................................................ 37 
9. TEMAS ATUAIS DA CRIMINOLOGIA ..................................................................... 40 
9.1 BULLYING ................................................................................................................. 41 
9.2 STALKING ................................................................................................................. 41 
9.3 JUSTIÇA RESTAURATIVA ........................................................................................... 42 
 
 
 
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1. CONCEITO – OBJETO – MÉTODO 
 
1.1 CONCEITO 
 
A palavra Criminologia tem sua etimologia do latim crimino, que significa 
crime, e do grego logos, que consiste em estudo, significando, portanto, o estudo 
do crime. O termo Criminologia foi utilizado pela primeira vez em 1883 por Paul 
Topinard, sendo que foi Raffaele Garófalo, em seu livro Criminologia, lançado 
em 1885 que deu notoriedade ao termo. 
 
A Criminologia é uma ciência do ser, empírica, na medida em que seu 
objeto (crime, criminoso, vítima e controle social) é visível no mundo real e não 
no mundo dos valores, como ocorre com o Direito, que é uma ciência do dever-
ser, portanto, normativa e valorativa. 
 
A interdisciplinaridade da Criminologia decorre
de sua própria 
consolidação histórica como ciência dotada de autonomia, à vista da influência 
profunda de diversas outras ciências, tais como a sociologia, a psicologia, o 
direito, a medicina legal etc. 
 
Direito Penal Criminologia Política Criminal 
Analisa os fatos humanos 
indesejados, define quais 
devem ser rotulados como 
crime ou contravenção, 
anunciando as penas. 
Ciência empírica que 
estuda o crime, a vítima e 
o comportamento da 
sociedade. 
Trabalha estratégias e 
meios de controle social 
da criminalidade. 
Ocupa-se do crime 
enquanto norma. 
Ocupa-se do crime 
enquanto fato. 
Ocupa-se do crime 
enquanto valor. 
 
Para Antonio García-Pablos de Molina, a Criminologia 
 
é a ciência empírica e interdisciplinar que tem por objeto o crime, o 
delinquente, a vítima e o controle social do comportamento delitivo; e 
que aporta uma informação válida, contrastada e confiável, sobre a 
gênese, dinâmica e variáveis do crime – contemplando este como 
fenômeno individual e como problema social, comunitário - assim como 
sua prevenção eficaz, as formas de estratégias de reação ao mesmo e 
as técnicas de intervenção positiva no infrator (MOLINA, Antonio 
García-Pablos de. Tratado de Criminologia. 2 ed. P. 43). 
 
A função da Criminologia, como ciência interdisciplinar e empírica, é 
submeter o crime a uma análise rígida, eliminando contradições e 
complementando lacunas. Assim, suas principais funções são: explicar e 
prevenir o crime, intervir na pessoa do infrator e avaliar os diferentes modelos de 
resposta ao crime. 
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1.2 OBJETO 
 
Durante sua evolução histórica, a Criminologia passou por importantes 
mudanças em seu objeto de estudo. A escola Clássica, através dos 
pensamentos de Beccaria, se preocupava apenas com o estudo crime, enquanto 
a Escola Positiva se valia do estudo do delinquente. Em meados do século XX a 
vítima passou a ter maior destaque, assim como os mecanismos de controle 
social, assumindo um caráter interacionista e pluridimensional. 
 
Hodiernamente, o objeto da Criminologia se divide no estudo do delito, 
do delinquente, da vítima e do controle social. 
 
 Delito: Em relação ao delito, a Criminologia tem toda uma atividade 
de análise, que verifica a conduta antissocial, as suas causas e o tratamento 
dado ao delinquente, visando sua reinserção na sociedade e coibindo sua 
reincidência, bem como as falhas dos processos preventivos. 
 
A Criminologia moderna deixou de aceitar o dogma de que nossa 
sociedade é consensual, afirmando ser uma sociedade conflitiva. Não se limita 
ao conceito jurídico-penal de delito, sob pena de perder sua autonomia e 
funcionar como instrumento de auxílio do direito penal. Da mesma forma, rompe 
com o conceito sociológico de que o crime seria uma mera conduta desviada 
que foge aos padrões. 
 
Portanto, o delito é um fenômeno social e comunitário, que exige o 
estudo de suas múltiplas formas e enfoques para a análise do fenômeno criminal. 
 
 Delinquente: Passou a ter destaque com o surgimento da Escola 
Positiva e o desenvolvimento das ciências sociais, como a Antropologia e a 
Sociologia, que entendiam que o criminoso era um ser atávico, preso a sua 
deformação patológica. 
 
Segundo os correcionalistas, o criminoso era um ser inferior e incapaz 
de governar a si próprio, merecendo atitude pedagógica e de piedade por parte 
do Estado. De acordo com os marxistas, o criminoso é uma vítima inocente das 
estruturas econômicas impostas pelo capitalismo. 
 
A Criminologia moderna trata o delinquente como um ser histórico, real, 
complexo e enigmático, um ser normal que pode estar sujeito às influências do 
meio e não aos determinismos. 
 
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 Vítima: Inicialmente deixada de lado no estuda da Criminologia, 
que a considerava como algo insignificante na existência do delito, passou por 
03 (três) grandes momentos nos estudos penais. 
 
A idade de ouro, que compreende os primórdios da civilização até o fim 
da Alta Idade Média, onde a vítima possuía papel de destaque, traduzido pela 
Lei de Talião. O período de neutralização, que surgiu com a Santa Inquisição, 
passando a vítima a perder importância frente ao Poder Público e ao monopólio 
da jurisdição. Por fim, a revalorização da vítima, que ganhou destaque no 
Processo Penal com os pensamentos da Escola Clássica, sendo objeto de leis 
como no caso dos Juizados Especiais Criminais, que conferiu grande destaque 
processual à vítima. 
 
 Controle Social: Formado por um conjunto de mecanismos e 
sanções sociais que submetem os indivíduos às normas de convivência social. 
Há dois sistemas de controles que coexistem, o primeiro deles, dito informal, está 
relacionado com a família, religião, escola, profissão, clubes e outros, enquanto 
o segundo, chamado de formal, é representado pela polícia, ministério público, 
forças armadas e demais órgãos públicos, com caráter nitidamente mais rigoroso 
e com conotação político-criminal. 
 
V DELEGADO–PE/2016: A Criminologia moderna ocupa-se, como 
ciência causal-explicativa, em estudar o homem delinquente em seu 
aspecto antropológico, estabelecendo comandos legais de repressão 
à criminalidade e não despreza, na análise empírica, o meio social 
como fatores criminógenos. 
 
Comentário: A Criminologia moderna defende a ideia de que o delito 
assume papel de acordo com a dinâmica de seus objetos e sua 
interatividade com o meio social. Ela comporta uma análise, por sua 
vez, feita de maneira empírica, ou seja, experimental, para a 
compreensão deste fenômeno. 
 
 
 
 
 
Dentro do Controle Social, merece destaque o Policiamento Comunitário, que 
consiste na associação da prevenção criminal e repressão com a necessária 
reaproximação do policial com a comunidade, passando o policial a integrar a 
esta última, fazendo parte efetiva do grupo social. 
 
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1.3 MÉTODO 
 
A Criminologia se utiliza do método empírico. Busca analisar e conhecer 
o processo através da observação, utilizando-se da indução para estabelecer 
suas regras, ao contrário do Direito Penal que se utiliza da dedução. Como será 
visto à diante, a Escola Positiva, que deu origem a fase científica da Criminologia, 
deu início ao uso do método empírico na análise do fenômeno criminal. 
 
Cumpre ressaltar que empirismo não é achismo, é um método árduo de 
análise, observação e indução. A Criminologia parte da observação da realidade 
para, após análises, retirar dessas experiências as suas consequências. Já o 
Direito Penal vale-se de uma regra geral, dela partindo para o caso concreto. 
 
Antonio García-Pablos Molina e Luiz Flávio Gomes elencam que as 
principais técnicas empíricas de investigação criminológica são: 
reconhecimentos médicos, exploração, entrevista, questionário, observação, 
discussão em grupo, experimento, testes psicológicos, métodos de medição, 
métodos sociométricos, métodos longitudinais, estudos de seguimento, estudos 
paralelos e investigação com grupo de controle. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Conceito 
A Criminologia é uma ciência empírica, com 
relevante traço de interdisciplinaridade, que estuda
o crime, o criminoso, a vítima e, principalmente, o 
controle social, possuindo a latente finalidade de 
extrair, através da experiência, os fatores 
criminógenos que estimulam a delinquência, 
traçando metas para o combate à criminalidade. 
Métodos Empírico: Os dados são obtidos por meio da 
experiência. 
Interdisciplinar: Utiliza-se dos métodos próprios de 
outras ciências para o tratamento dos objetos da 
moderna Criminologia. 
Objetos 1) Delinquente 
2) Delito 
 Escolas: 
a) Clássica. 
b) Positiva; 
c) Correcionalista; e 
d) Marxista. 
3) Vitima 
 Fases da vítima: 
a) Protagonismo; 
b) Neutralização; e 
c) Revalorização. 
 Vitimologia: 
a) Vitimização primária; 
b) Vitimização secundária; e 
c) Vitimização terciária. 
4) Controle Social 
a) Formal; 
b) Informal. 
 
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QUESTÃO 01 
 
O objeto de estudo da criminologia pode ser 
conceituado como sendo: 
 
(A) Apenas o Delito e a Vítima. 
(B) Delito, Delinquente, Meio Social. 
(C) Delito, Delinquente, Vítima e Controle Social. 
(D) Delito, Delinquente, Política Criminal e Controle 
Social. 
(E) Apenas o Delinquente. 
GABARITO COMENTADO: 
 
(A) INCORRETA: Não traz o delinquente e o 
controle social. 
(B) INCORRETA: Meio Social não é objeto de 
estudo da criminologia. 
(C) CORRETA: Traduz os objetos atuais de estudo 
da criminologia. 
(D) INCORRETA: Política Criminal não é objeto de 
estudo da criminologia. 
(E) INCORRETA: Não é o único objeto de estudo. 
 
 
 
 
QUESTÃO 02 
(Policia Civil VUNESP/2013 – SP - Adaptada) 
A Criminologia dos dias atuais: 
a) é uma ciência empírica, interdisciplinar, 
multidisciplinar e integrada. 
b) é uma ciência jurídica, autônoma, não controlável 
e sistematizada. 
c) não é considerada uma ciência, mas parte do 
Direito Penal. 
d) Não é considerada uma ciência, mas parte da 
Sociologia. 
e) Não é considerada uma ciência do ser, mas do 
dever-ser. 
 
GABARITO COMENTADO: 
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(A) CORRETA: A criminologia é empírica pois o 
conhecimento se dá através da experiência, 
interdisciplinar pois é a soma de várias ciências, 
multidisciplinar pois abrange institutos de outras 
ciências e integrada em razão do intercâmbio 
mútuo e recíproco com as demais ciências. 
(B) INCORRETA: Não é ciência jurídica. 
(C) INCORRETA: É considerada ciência. 
(D) INCORRETA: É considerada ciência. 
(E)INCORRETA: É a ciência do ser. 
 
2. CLASSIFICAÇÃO DA CRIMINOLOGIA 
 
A doutrina sedimenta a classificação da Criminologia sob 02 (dois) 
enfoques, o geral e o clínico. 
 
Criminologia Geral: Consiste na sistematização, comparação e classificação 
dos resultados obtidos no âmbito das ciências criminais sobre o crime, o 
criminoso, a vítima, o controle social e a criminalidade. 
 
Criminologia Clínica: Consiste na aplicação dos conhecimentos teóricos para 
o tratamento dos criminosos. 
 
 
 
Corrente minoritária da doutrina ainda classifica a Criminologia em científica, 
aplicada, acadêmica, analítica, crítica ou radical, e, por fim, cultural. 
 
3. EVOLUÇÃO HISTÓRICA 
 
A doutrina não é uniforme quanto ao surgimento da criminologia 
científica, porque há diversos critérios e informes diferentes que procuram situá-
la no tempo e no espaço. A evolução dos estudos gerou diversos atritos teóricos, 
que ficaram conhecidos como disputas de escolas. 
 
Cesare Lombroso, um dos grandes nomes da Criminologia, não se dizia 
criminólogo, mas afirmava ser adepto da escola antropológica italiana. É bem 
verdade que a Criminologia como ciência autônoma existe há pouco tempo, no 
entanto, possui uma fase pré-científica de grande importância. 
 
Diversos doutrinadores e estudiosos da matéria afirmam que a 
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Criminologia moderna teve início com Cesare Lombroso e a publicação, em 
1876, de seu livro O homem delinquente. Para outros, foi o antropólogo francês 
Paul Topinard quem, em 1879, teria empregado pela primeira vez a palavra 
Criminologia, e há quem defenda que foi Rafael Garófalo quem, em 1885, usou 
o termo como nome de um livro científico. Ainda existem importantes opiniões 
segundo as quais a Escola Clássica, com Francesco Carrara (Programa de 
direito criminal, 1859), traçou os primeiros aspectos do pensamento 
criminológico. 
 
O pensamento da Escola Clássica despontou na segunda metade do 
século XIX e sofreu uma forte influência das ideias liberais e humanistas de 
Cesare Bonesana, o Marquês de Beccaria, com a edição de sua obra intitulada 
Dos delitos e das penas, em 1764. 
 
Por fim, em uma perspectiva não biológica, o belga Adolphe Quetelet, 
integrante da Escola Cartográfica, ao publicar, em 1835, seu Ensaio de física 
social, seria um expoente da criminologia inicial, projetando análises estatísticas 
relevantes sobre a criminalidade, incluindo os primeiros estudos sobre a Cifras 
Negra. 
 
Cabe ainda ressaltar os ensinamentos de Cezar Roberto Bitencourt 
(2008, p. 49), segundo o qual, no século XIX surgiram inúmeras correntes de 
pensamento estruturadas de forma sistemática, segundo determinados 
princípios fundamentais. Essas correntes, que se convencionou chamar de 
Escolas Penais, foram definidas como ‘o corpo orgânico de concepções 
contrapostas sobre a legitimidade do direito de punir, sobre a natureza do delito 
e sobre o fim das sanções’. 
Desta forma, buscando esgotar os pontos principais do tema, faremos 
uma análise das principais Escolas Criminológicas. 
 
3.1 ESCOLA CLÁSSICA 
 
As ideias iluministas influenciaram e deram origem ao livro de Cesare 
Beccaria, intitulado Dos Delitos e das Penas (1764), com a proposta de 
humanização das ciências penais. Além de Beccaria, despontam como grandes 
nomes desta corrente Francesco Carrara (dogmática penal) e Giovanni 
Carmignani. 
 
A escola fundamentou seu pensamento a partir de duas teorias distintas: 
o jusnaturalismo (direito natural, de Grócio), que decorria da natureza eterna e 
imutável do ser humano, e o contratualismo (contrato social ou utilitarismo, de 
Rousseau), em que o Estado surge a partir de um grande pacto entre os homens, 
no qual estes cedem parcela de sua liberdade e direitos em prol da segurança 
coletiva. 
 
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A burguesia em ascensão procurava afastar o arbítrio e a opressão do 
poder soberano com a manifestação desses seus representantes através da 
junção das duas teorias, que, embora distintas, dividiam a existência de um 
sistema de normas anterior e superior ao Estado, em oposição à tirania e 
violência reinantes. 
 
A escola clássica utiliza como base a perspectiva racionalista do 
iluminismo. Todo homem é um ser racional, inclusive o criminoso. Não se afasta 
a racionalidade de quem cometeu um crime. Ao contrário, partir do pressuposto 
de que ele fez aquilo racionalmente é importante para reconhecer o delito por 
ele praticado e poder aplicar uma pena. 
 
Portanto, a responsabilidade criminal do delinquente leva em conta sua 
responsabilidade moral e se sustenta pelo livre-arbítrio, que quer dizer que se 
parte da premissa de que o homem é um ser livre e racional, capaz de pensar, 
tomar decisões e agir em consequência disso. 
 
Da Escola Clássica surgiram alguns
dogmas modernos do Direito Penal 
que se consagram como princípios penais. Por exemplo: apenas por meio de lei 
é possível dizer que alguma coisa é crime – princípio da legalidade. Se o crime 
é um ato racional, apenas o infrator deve sofrer as consequências dele advindas 
– princípio da intranscendência da pena. 
 
Segundo pensamento dos clássicos, a pena é uma retribuição a um mal 
causado pelo indivíduo que comete um crime e viola um contrato social. No 
Direito Civil, se uma parte descumpre a cláusula contratual, deve ser obrigada a 
uma reparação, enquanto no contrato social, há obrigatoriedade de uma 
reparação por parte do criminoso. Por isso, as penas são certas e pré-
determinadas, evitando juízos de exceção e penas cruéis e desproporcionais, 
que dominavam o mundo jurídico e o Direito Penal até o surgimento da Escola 
Clássica. 
 
3.2 ESCOLA POSITIVA 
 
Com origem na Europa do início do século XIX, a Escola Positiva é 
influenciada pelos princípios desenvolvidos pelos fisiocratas e iluministas do 
século anterior. Pode-se afirmar que a Escola Positiva teve três fases: 
antropológica, cujo grande expoente foi Lombroso, sociológica, encabeçada 
por Ferri, e a fase jurídica, que teve Garófalo como principal nome. 
 
Antes da expoente italiana do positivismo, liderada pelos nomes acima, 
já tinha início o lado científico dos estudos criminológicos, com a publicação, em 
1827, na França, dos primeiros dados estatísticos sobre a criminalidade. 
 
As publicações destes dados estatísticos chamaram a atenção de 
importantes pesquisadores, merecendo destaque o belga Adolphe Quetelet, que 
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deu grande valor à sistematização de dados sobre delitos e delinquentes. 
 
Assim, em 1835, Quetelet publicou a obra Física Social, que 
desenvolveu três preceitos importantes: 
 
 O crime é um fenômeno social; 
 Os crimes são cometidos ano a ano com intensa precisão; 
 Há várias condicionantes da prática delitiva, como miséria, analfabetismo, 
clima etc. 
 
Quetelet ainda formulou a teoria das leis térmicas, que aduz que no 
inverno seriam praticados mais crimes contra o patrimônio, enquanto no verão 
seriam mais numerosos os crimes contra a pessoa e na primavera haveria maior 
quantidade de crimes sexuais. 
 
Desta forma, foi intitulado como defensor das estatísticas oficiais de 
medição de delitos, embora tenha percebido que uma razoável quantidade de 
crimes não era detectada ou comunicada aos órgãos estatais, as chamadas 
cifras negras, embora não haja qualquer vinculação de seus estudos com tal 
nomenclatura. 
 
Cesare Lombroso (1835-1909) publicou em 1876 o livro O Homem 
Delinquente, que deu início ao período científico dos estudos criminológicos. 
Historicamente, foi um momento em que a ciência deu um salto enorme, 
sobretudo em relação à metodologia e formas de estudar os fenômenos. 
Lombroso foi contemporâneo de Darwin, que a partir da observação e estudos 
científicos desconstruiu a ideia do criacionismo e apresentou a teoria da 
evolução. 
 
Lombroso não foi o criador de uma teoria moderna, mas sistematizou 
uma série de conhecimentos esparsos e os reuniu de forma articulada e 
inteligível. Considerado o pai da Antropologia Criminal, retirou algumas ideias 
dos fisionomistas para traçar um perfil dos criminosos, examinando com 
profundidade as características fisionômicas, fazendo a comparação entre estas 
e os dados estatísticos de criminalidade. Dados como estrutura torácica, 
estatura, peso, tipo de cabelo, comprimento de mãos e pernas foram analisados 
com detalhes. Lombroso também buscou informes em dezenas de parâmetros 
frenológicos, decorrentes de exames de crânios, traçando um viés científico para 
a teoria do criminoso nato. 
 
Os estudos científicos de Lombroso assumiram feição multidisciplinar, 
pois emprestaram informes da psiquiatria, com a análise da degeneração dos 
loucos morais, bem como lançaram mão de dados antropológicos para retirar o 
conceito de atavismo e de não evolução, desenvolvendo o conceito de criminoso 
nato. Para ele, não havia delito que não deitasse raiz em múltiplas causas, 
incluindo-se aí variáveis ambientais e sociais, por exemplo, o clima, o abuso de 
álcool, a educação, o trabalho etc. 
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Além do caráter multidisciplinar de seus estudos, que englobou 
conhecimentos da psiquiatria e de dados antropológicos, aliados às variáveis 
ambientais e sociais, Lombroso ainda propôs a utilização de método empírico-
indutivo ou indutivo-experimental, que se ajustava ao causalismo explicativo 
defendido pelo positivismo. Efetuou ainda estudos intensos sobre as tatuagens, 
constatando uma tendência à tatuagem nos dementes, afirmando que o crime 
não é uma entidade jurídica, mas sim um fenômeno biológico, razão pela qual o 
método indutivo-experimental deveria ser o empregado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lombroso: suas pesquisas foram realizadas em manicômios e prisões, 
concluindo que o criminoso é um ser atávico, um ser que regride ao 
primitivismo, um verdadeiro selvagem, que nasce criminoso, cuja degeneração 
é causada pela epilepsia, que ataca seus centros nervosos. 
As características do delinquente nato seriam: fronte fugidia, crânio 
assimétrico, cara larga e chata, grandes maçãs no rosto, lábios finos, 
canhotismo (na maioria dos casos), barba rala, olhar errante ou duro, dentre 
outras. 
 
Embora Lombroso não tenha afastado os fatores exógenos da gênese 
criminal, entendia que eram apenas aspectos motivadores dos fatores 
endógenos. Assim, fatores como clima, a vida social e familiar, educação e 
outros fatores, apenas desencadeariam a propulsão interna para o delito, pois o 
criminoso nasce criminoso, há o chamado determinismo biológico. 
 
A teoria de Lombroso sofreu inúmeras críticas pelo fato de que milhares 
de pessoas sofriam de epilepsia e jamais praticaram qualquer crime. 
 
Enrico Ferri (1856-1929), genro e discípulo de Lombroso, foi 
considerado o fundador da Sociologia Criminal. Para ele, a criminalidade tem 
origem em fenômenos antropológicos, físicos e culturais, desvinculada do livre-
arbítrio como base da imputabilidade. Concluiu que a responsabilidade moral 
deveria ser substituída pela responsabilidade social e que a razão de punir é a 
defesa social, pois a prevenção geral é mais eficaz que a repressão. Classificou 
os criminosos em natos, loucos, habituais, de ocasião e por paixão. 
 
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Rafael Garófalo (1851-1934), renomado jurista, afirmou que o crime 
estava no homem e que se revelava como degeneração deste. Criou o conceito 
de periculosidade, também denominada como temibilidade, que consiste no 
propulsor do delinquente e a porção de maldade que deve se temer em face 
deste. Fixou ainda, a necessidade de conceber outra forma de intervenção penal 
– a medida de segurança. 
 
Através da violação dos sentimentos altruísticos de piedade e probidade, 
concebeu a noção de delito natural. Classificou os criminosos em natos ou 
instintivos, fortuitos ou de ocasião, e pelo defeito moral especial, em assassinos, 
violentos, ímprobos e cínicos, propugnando pela pena de morte aos primeiros. 
 
Os três representantes da Escola Positiva possuem raciocínio 
criminógeno semelhante, sendo que a principal característica comum aos três é 
a existência de um fator determinante subjetivo para o crime, um elemento que 
diz respeito ao sujeito e que provoca
nele a pretensão de delinquir, que é distinto, 
em cada corrente, pelo elemento determinante, que pode ser biológico, social ou 
jurídico. 
 
3.3 TERCEIRA ESCOLA ITALIANA – TERZA SCUOLA 
 
As Escolas Clássica e Positiva foram as únicas correntes do pensamento 
criminal que, em sua época, assumiram posições extremadas e divergentes 
filosoficamente. 
 
Depois delas apareceram outras correntes que procuraram conciliar 
seus ideais, sendo chamadas de ecléticas ou intermediárias, reunindo penalistas 
orientados por novas ideias, mas sem romper definitivamente com as 
orientações clássicas ou positivistas. 
 
A Terza Scuola italiana, também conhecida como Escola Crítica, teve 
início com a publicação do artigo Una Terza Scuola di Diritto Penale in Itália, por 
Manuel Carnevale. 
 
As características de maior relevância dessa escolada podem ser 
explicitadas nos pontos abaixo: 
 
 Respeito à personalidade do Direito Penal, que não pode ser absorvido pela 
Sociologia Criminal. 
 Inadmissibilidade do tipo criminal antropológico, fundando-se na causalidade 
e não na fatalidade do delito. 
 Reforma social como imperativo do Estado na luta contra a criminalidade. 
 A pena como caráter aflitivo e tem por fim a defesa social. 
 Distinção entre imputáveis e inimputáveis. 
 
Diante da aplicabilidade da medida de segurança no lugar da pena, 
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conclui o professor Cesar Roberto Bitencourt (2003, p.58) que 
 
o crime, para esta escola, é concebido como um fenômeno social e 
individual, condicionado, porém, pelos fatores apontados por Ferri. O 
fim da pena é a defesa social, embora sem perder seu caráter aflitivo, 
e é de natureza absolutamente distinta da medida de segurança. 
 
Dessa forma, a Terza Scoula utiliza da criação da Escola Positiva no 
formato de sanção – medida de segurança – mas não compartilha de uma 
pretensão terapêutica de ressocialização do indivíduo. A pena tem função 
precípua o afastamento do criminoso do meio social. A pena retributiva dos 
clássicos dá lugar a uma pena com um fim prático: prevenção geral ou 
prevenção especial. 
 
3.4 ESCOLA MODERNA ALEMÃ 
 
Também denominada Escola Sociológica Alemã, teve como principais 
expoentes Franz von Lizst, Adolphe Prins e Von Hammel, criadores da União 
Internacional de Direito Penal, em 1888 e existiu até a Primeira Guerra Mundial. 
Formando seu pensamento pela união de correntes ecléticas que buscavam 
conciliar princípios de vários movimentos como os da Escola Clássica, do 
Tecnicismo Jurídico e a Escola Positiva. 
Von Lizst inseriu na conceituação das ciências penais a criminologia, 
com a explicação das causas do delito, e a penologia, que consiste nas causas 
e efeitos da pena. O mesmo autor, também experimentou uma espécie de 
segunda versão do positivismo jurídico, dividindo a utilização de um método 
descritivo/classificatório que, em razão da pretensa cientificidade, excluía juízos 
de valor, no entanto, se diferenciou do positivismo por apresentar ligações à 
consideração da realidade empírica não jurídica, que consiste no esvaziamento 
do direito das questões reais, sendo, portanto, um positivismo jurídico com 
nuances naturalísticas. 
 
Inicialmente, Von Liszt apresentou em seu Programa de Marburgo – A 
ideia do fim no Direito Penal, a necessidade de uma modernização do direito 
penal positivo, elaborando seu raciocínio com base dogmática, sistematizou o 
Direito Penal com um formato complexo e uma estrutura completa, fazendo 
nascer a moderna teoria do delito. 
 
Beirando o utilitarismo, a escola alemã disse que o Direito Penal deve 
possuir um efeito útil que seja capaz de ser registrado e captado pela estatística 
criminal. A pena justa é a pena necessária, sendo este o conceito chave da 
escola alemã. 
 
O livre arbítrio e o determinismo não eram definitivos para a escola, 
sendo a pena proposta decorrente da necessidade de um caráter intimidativo 
para os delinquentes normais e a medida de segurança para os anormais, tendo 
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o fim único de justiça. Ganha espaço, assim, a prevenção especial. 
 
3.5 ESCOLA CORRECIONALISTA 
 
Os principais expoentes da Escola Correcionalista são Karl Roder, Giner 
de los Ros, Alfredo Alderón, Pedro Dorado Montero. A essência dessa escola 
pode ser retirada da própria nomenclatura que lhe foi batizada, ou seja, ao ser 
correcionalista, a função única da pena é a correção do indivíduo. 
 
Segundo Cezar Roberto Bitencourt (BITENCOURT, Cezar Roberto. 
2003): 
 
Para os correcionalistas, a pena não se dirige ao homem real, vivo e 
concreto, que se tornou responsável por um determinado crime, 
revelador de uma determinação defeituosa de vontade. Na verdade, a 
sua finalidade é trabalhar sobre a causa do delito, isto é, a vontade 
defeituosa, procurando convertê-la segundo os ditames do direito. O 
correcionalismo, de fundo ético-panteísta, apresentou-se como uma 
doutrina cristã, tendo em conta a moral e o Direito natural” (…) “Em 
outros termos, o delinquente, para os correcionalistas, é um ser 
anormal, incapaz de uma vida jurídica livre, constituindo-se, por isso, 
em um perigo para a convivência social, sendo indiferente a 
circunstância de tratar-se ou não de imputável. Como se constata, não 
dá nenhuma relevância ao livre-arbítrio. O criminoso é um ser limitado 
por uma anomalia de vontade, encontrando no delito o seu sintoma 
mais evidente, e, por isso, a sanção penal é vista como um bem. Dessa 
forma, o delinquente tem o direito de exigi sua execução e não o dever 
de cumpri-la. Ao estado cabe a função de assistência às pessoas 
necessitadas de auxilio (incapazes de autogoverno). Para tanto o 
órgão púbico deve atuar de dois modos: a) restringindo a liberdade 
individual (afastamento dos estímulos delitivos); e b) corrigindo a 
vontade defectível. O importante não é a punição do delito, mas sim a 
cura ou emenda do delinquente. A administração da Justiça deve visar 
o saneamento social (higiene e profilaxia social) e o juiz ser entendido 
como médico social. 
 
O conceito da ideia de ressocialização surge com a escola 
Correcionalista, com um aspecto mais próximo do terapêutico e de uma suposta 
cura do delinquente. A pena serve como meio de controle social, perdendo o 
caráter de mera retribuição ao crime praticado. 
 
A principal característica desta escola é a aplicação de penas 
indeterminadas, embora no discurso correcionalista isso não representasse, 
obrigatoriamente, uma pena infinita, sendo, na verdade, uma pena breve, que 
dependia da cura do indivíduo. 
 
A pena idônea, portanto, é a privação de liberdade, que deve ser 
indeterminada, já que a cura do infrator não é algo que possa ser previamente 
delimitado. A função do direito penal é preventiva e de controle social e a 
responsabilidade penal deve ser entendida como uma responsabilidade coletiva, 
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solidária e difusa. 
 
3.6 ESCOLA TÉCNICO-JURÍDICA 
 
Como reação à Escola Positiva, que provocou diversas críticas por ter 
afastado o estudo do crime do âmbito jurídico, concentrando-se em aspectos 
antropológicos e sociológicos, surge a Escola Técnico-Jurídica, que se 
reaproximou do elemento jurídico ao apontar, através de sua metodologia, que 
o verdadeiro objeto do Direito Penal é o fenômeno do crime. 
 
As pesquisas causais-explicativas, típicas da criminologia etiológica, 
eram importantes.
No entanto, para se reaproximar do direito, era necessário se 
afastar desse método e buscar a proximidade daquele típico das ciências 
normativas, qual seja, um estudo técnico-jurídico ou lógico-abstrato, tendo como 
principais características: 
 
 O delito é pura relação jurídica, de conteúdo individual e social. 
 A pena constitui uma reação e uma consequência do crime (tutela jurídica), 
com função preventiva geral e especial, aplicável aos imputáveis. 
 A medida de segurança, de caráter preventivo, deve ser aplicada aos 
inimputáveis. 
 Responsabilidade moral, consistente na vontade livre. 
 Método técnico-jurídico. 
 Recusa ao emprego da filosofia no campo penal. 
 
Portanto, para esta escola, o crime é uma relação de conteúdo individual 
e social, sendo um ente jurídico, tendo em vista que é o direito que valoriza 
determinados fatos e a lei os tipifica como crimes, formando o denominado 
elemento social, havendo influência de elementos naturais, fatores biológicos e 
sociais, que consistem no elemento individual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Classificação 
da 
Criminologia 
Criminologia Geral  Consiste na sistematização, 
comparação e classificação dos resultados obtidos no 
âmbito das ciências criminais sobre o crime, o criminoso, 
a vítima, o controle social e a criminalidade. 
Criminologia Clínica  Consiste na aplicação dos 
conhecimentos teóricos para o tratamento dos 
criminosos. 
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Evolução 
Histórica 
Escola Clássica  A escola fundamentou seu 
pensamento a partir de duas teorias distintas: o 
jusnaturalismo (direito natural, de Grócio), que decorria 
da natureza eterna e imutável do ser humano, e o 
contratualismo (contrato social ou utilitarismo, de 
Rousseau), em que o Estado surge a partir de um grande 
pacto entre os homens, no qual estes cedem parcela de 
sua liberdade e direitos em prol da segurança coletiva. 
Escola Positiva  Pode-se afirmar que a Escola 
Positiva teve três fases: antropológica, cujo grande 
expoente foi Lombroso, sociológica, encabeçada por 
Ferri, e a fase jurídica, que teve Garófalo como principal 
nome. 
Princípios Fundamentais: O direito penal é obra humana; 
a responsabilidade social decorre do determinismo 
social; o delito é um fenômeno natural e social (fatores 
biológicos, físicos e sociais; a pena é um instrumento de 
defesa social (prevenção geral). 
Terceira Escola Italiana  A pena tem função precípua 
o afastamento do criminoso do meio social. A pena 
retributiva dos clássicos dá lugar a uma pena com um 
fim prático: prevenção geral ou prevenção especial. 
Escola Moderna Alemã  Formando seu pensamento 
pela união de correntes ecléticas que buscavam conciliar 
princípios de vários movimentos como os da Escola 
Clássica, do Tecnicismo Jurídico e a Escola Positiva. 
Beirando o utilitarismo, a escola alemã disse que o 
Direito Penal deve possuir um efeito útil que seja capaz 
de ser registrado e captado pela estatística criminal. A 
pena justa é a pena necessária, sendo este o conceito 
chave da escola alemã. 
Escola Correcionalista  Os principais expoentes da 
Escola Correcionalista são Karl Roder, Giner de los Ros, 
Alfredo Alderón, Pedro Dorado Montero. A essência 
dessa escola pode ser retirada da própria função única 
da pena é a correção do indivíduo. 
Escola Técnico-Jurídica  Se reaproximou do 
elemento jurídico ao apontar, através de sua 
metodologia, que o verdadeiro objeto do Direito Penal é 
o fenômeno do crime. 
Utiliza-se de um estudo técnico-jurídico ou lógico-
abstrato. 
 
 
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QUESTÃO 01 
 
A imagem do homem como ser racional, igual e livre 
e a concepção utilitária do castigo, não desprovida 
de apoio ético, constituem pensamento da Escola: 
 
(A) Moderna. 
(B) Clássica. 
(C) Positiva. 
(D) Terceira Escola Italiana. 
(E) Escola Moderna Alemã. 
 
GABARITO COMENTADO: 
 
(A) INCORRETA: Não constitui pensamento da 
Escola Moderna. 
(B) CORRETA: Pensamentos relacionados com a 
Escola Clássica. 
(C) INCORRETA: Os positivistas não entendem o 
home como um ser livre. 
(D) INCORRETA: A pena busca afastar o criminoso 
da sociedade. 
(E) INCORRETA: A pena justa é a pena necessária. 
 
QUESTÃO 02 
 
Cesare Lombroso, um dos percursores da ciência 
da Criminologia, tem como sua principal obra o livro 
intitulado: 
 
(A) Dos delitos e das penas. 
(B) Criminologia. 
(C) Física Social. 
(D) O homem delinquente. 
(E) Sociologia Criminal. 
 
GABARITO COMENTADO: 
 
(A) INCORRETA: Livro do Marquês de Beccaria. 
(B) INCORRETA: Livro de Rafael Garófalo. 
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(C) INCORRETA: Livro de Adolphe Quetelet. 
(D) CORRETA: Livro escrito por Lombroso que deu 
origem aos estudos da vertente da Antropologia 
Criminal. 
(E) INCORRETA: Livro de Enrico Ferri. 
 
 
4. VITIMOLOGIA 
 
O estudo da vitimologia ganhou destaque após a 2ª Guerra Mundial, 
especialmente pelos sofrimentos infligidos aos judeus nos campos de 
concentração, tendo como fundador do movimento criminológico, o advogado 
israelita Benjamim Mendelsohn, que conceitua a vitimologia como “a ciência que 
se ocupa da vítima e da vitimização, cujo objeto é a existência de menos vítimas 
na sociedade, quando esta tiver real interesse nisso”. 
 
Diversas classificações surgiram para esclarecer os diversos ângulos 
sobre o tema, como a proposta por Mendelsohn que classifica as vítimas como 
ideal ou inocente, provocadora e agressora ou imaginária. No entanto, uma 
classificação desponta na doutrina, merecendo atenção em nosso estudo, 
diferenciando vitimização primária, secundária e terciária. 
 
 Vitimização Primária: Provocada pelo cometimento do delito, pela 
conduta que viola os direitos da vítima, podendo causar danos de cunho material, 
físico ou psicológico, de acordo com a natureza da infração, a personalidade da 
vítima, sua relação com o agente violador, a extensão do dano, dentre outros 
fatores. Corresponde aos danos causados à vítima em decorrência do crime. 
 
 Vitimização Secundária: Também chamada de sobrevitimização, 
é causada pelas instâncias formais de controle social, no decorrer do processo 
de registro e apuração do crime, com o sofrimento adicional causado pelo 
sistema criminal, que vai desde o atendimento nas delegacias de polícia, até o 
decorrer da ação penal. 
 
 Vitimização Terciária  Decorre da falta de amparo dos órgãos 
públicos e da ausência de receptividade social em relação à vítima. Isto é, a 
vitimização advinda dos familiares e do grupo social da vítima, os quais 
segregam, excluem e humilham em virtude do crime contra si praticado, 
hostilizando-a sem remorso. Tal atitude incentiva a vítima a não denunciar o 
delito, dando origem à Cifra Negra. 
 
 
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Há ainda a vitimização indireta, que consiste no sofrimento das pessoas 
intimamente ligadas à vítima de um crime. Aquela que, embora não tenha sido 
vitimizada diretamente pelo criminoso, acompanha
o sofrimento do ente 
querido. 
 
 
V DELEGADO–CE/2015: Quando a vítima, em decorrência do crime 
sofrido, não encontra amparo adequado por parte dos órgãos oficiais do 
Estado, durante o processo de registro e apuração do crime, como, por 
exemplo, o mau atendimento por um policial, levando a vítima a se 
sentir como um “objeto” do direito e não como sujeito de direitos, 
caracteriza vitimização secundária. 
 
 
 
 
Vitimologia 
Vitimização Primária  Corresponde aos danos 
causados à vítima em decorrência do crime. 
Vitimização Secundária  Também chamada de 
sobrevitimização, é causada pelas instâncias formais de 
controle social, no decorrer do processo de registro e 
apuração do crime, com o sofrimento adicional causado 
pelo sistema criminal, que vai desde o atendimento nas 
delegacias de polícia, até o decorrer da ação penal. 
Vitimização Terciária  Decorre da falta de amparo 
dos órgãos públicos e da ausência de receptividade 
social em relação à vítima. 
 
 
 
 
 
 
5. PREVENÇÃO DO DELITO 
 
Prevenção do delito é o conjunto de ações que visam coibir a ocorrência 
de delitos. São divididas em medidas diretas e indiretas. 
 
As medidas diretas estão relacionadas com o iter criminis, sendo 
implementadas através da repressão aos crimes mais graves, implementação 
de programas de tolerância zero, atuação da polícia ostensiva na comunidade, 
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que nos pequenos crimes, adotam medidas administrativas em substituição ao 
direito penal, aparelhamento e treinamento das polícias judiciárias, buscando a 
prevenção e a repressão de todos os seguimentos da criminalidade, além da 
elevação de valores morais, através do culto à família, religião e costumes. 
 
Já as medidas indiretas visam a causa dos delitos, sem atingi-los de 
imediato, focando dois caminhos, quais sejam: o indivíduo e o meio em que este 
está inserido. Quanto ao indivíduo, as ações devem considerar seu aspecto 
pessoal, levando em conta seu caráter e temperamento, moldando e motivando 
sua conduta. Por fim, em relação ao meio social, este deve ser analisado sob 
uma ampla perspectiva, visando a redução da criminalidade, conjugando ações 
sociais, políticas e econômicas, que trazem melhora na qualidade de vida da 
comunidade. 
 
5.1 PREVENÇÃO PRIMÁRIA 
 
É dirigida a toda a população, é geral, de longo prazo, com altos custos, 
sendo sustentada ao longo dos anos e das diversas administrações públicas. 
 
Segundo Antonio García-Pablos de Molina, os programas de prevenção 
primária se orientam para as mesmas causas, para a origem do conflito criminal, 
neutralizando-o antes que se manifeste. Tratam de criar pressupostos 
necessários ou de resolver as situações criminógenas de maior carência, 
procurando uma socialização de acordo com os objetivos sociais. 
 
Nesse sentido, educação, trabalho, socialização, qualidade de vida, 
bem-estar social, são pilares para que os cidadãos possam melhorar seu 
comportamento, resolvendo conflitos sem o uso da violência. 
 
5.2 PREVENÇÃO SECUNDÁRIA 
 
Atua nos locais onde os índices de criminalidade são mais avançados. 
É uma atuação mais concentrada e objetiva, com foco em áreas de maior 
violência, como comunidades carentes dominadas pelo tráfico. 
 
Outra vez adotamos os ensinamentos de Antonio García-Pablos de 
Molina, segundo quem os programas de prevenção secundária atuam mais tarde 
em termos etiológicos e não quando ou onde o conflito criminal se produz ou é 
gerado, mas quando e onde o mesmo se manifesta, quando e onde se 
exterioriza. Opera a curto e médio prazo, se orientando de forma seletiva a 
setores específicos da sociedade. 
 
A prevenção secundária se manifesta através da política legislativa 
penal e da ação policial, visando uma prevenção geral. Programas de prevenção 
policial, de controle dos meios arquitetônicos como instrumento de autoproteção, 
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desenvolvidos em bairros localizados em terrenos mais baixos, são exemplos 
dessa modalidade de prevenção. 
 
5.3 PREVENÇÃO TERCIÁRIA 
 
A prevenção terciária tem um único destinatário: a população carcerária, 
buscando evitar a reincidência. É caracterizada por programas que atuam 
tardiamente no problema criminal, sendo na maioria das vezes ineficazes, pois 
enfrentam um conjunto de regras informais existentes dentro das penitenciárias, 
tanto por parte da população carcerária, quanto pela administração, que geram 
um estado permanente de angústia e sofrimento, que ataca e imputa sofrimento 
ao condenado. 
 
Através de punições formais e informais, ataques, violações morais e 
físicas, esse conjunto de regras busca despersonalizar o indivíduo no cárcere, 
transformando-o em um objeto. Essas regras comprovam que o sistema prisional 
é um mal necessário, porém, cruel. 
 
 
 
 
 
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DELEGADO - DPF/2013: Na terminologia criminológica, 
criminalização primária equivale à chamada prevenção 
primária. 
 
Comentário: A criminalização primária é aquela praticada pelo 
legislador no processo de criação das condutas típicas, 
enquanto a prevenção primária é um modelo de política social e 
cultural de combate aos fatores da criminalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Prevenção do 
Delito 
Prevenção Primária  É dirigida a toda a população, é 
geral, de longo prazo, com altos custos, sendo 
sustentada ao longo dos anos e das diversas 
administrações públicas. 
Prevenção Secundária  Atua nos locais onde os 
índices de criminalidade são mais avançados. É uma 
atuação mais concentrada e objetiva, com foco em áreas 
de maior violência, como comunidades carentes 
dominadas pelo tráfico. 
Prevenção Terciária  A prevenção terciária tem um 
único destinatário: a população carcerária, buscando 
evitar a reincidência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO 01 
(Delegado de Polícia Vunesp/2012 – SP) 
A prevenção terciária da infração penal, no Estado 
Democrático de Direito, está relacionada 
a) ao controle dos meios de comunicação. 
b) aos programas policiais de prevenção. 
c) à ordenação urbana. 
d) à população carcerária. 
e) ao surgimento de conflito. 
GABARITO COMENTADO: 
 (A) (INCORRETA): Voltada ao apenado e não ao 
controle dos meios de comunicação. 
(B) (INCORRETA) Voltada ao apenado e não aos 
programas policias de prevenção. 
(C) (INCORRETA): Voltada ao apenado e não à 
ordenação urbana. 
(D) (CORRETA): A prevenção terciária está voltada ao 
apenando, visando a ressocialização e evitar a 
reincidência. 
(E) (INCORRETA): Voltada ao apenado e não ao 
surgimento de conflito. 
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QUESTÃO 2: 
 
(Delegado de Polícia CESPE/2017 - GO) 
Considerando que, para a criminologia, o delito é um 
grave problema social, que deve ser enfrentado por 
meio de medidas preventivas, assinale a opção 
correta acerca da prevenção do delito sob o aspecto 
criminológico. 
Parte superior do formulário 
 
a) A transferência da administração das escolas 
públicas para organizações sociais sem fins 
lucrativos, com a finalidade de melhorar o ensino 
público do Estado, é uma das formas de 
prevenção terciária do delito. 
b) O aumento do desemprego no Brasil incrementa 
o risco das atividades delitivas,
uma vez que o 
trabalho, como prevenção secundária do crime, 
é um elemento dissuasório, que opera no 
processo motivacional do infrator. 
c) A prevenção primária do delito é a menos eficaz 
no combate à criminalidade, uma vez que opera, 
etiologicamente, sobre pessoas determinadas 
por meio de medidas dissuasórias e a curto 
prazo, dispensando prestações sociais. 
d) Em caso de a Força Nacional de Segurança 
Pública apoiar e supervisionar as atividades 
policiais de investigação de determinado estado, 
devido ao grande número de homicídios não 
solucionados na capital do referido estado, essa 
iniciativa consistirá diretamente na prevenção 
terciária do delito. 
e) A prevenção terciária do crime consiste no 
conjunto de ações reabilitadoras e dissuasórias 
atuantes sobre o apenado encarcerado, na 
tentativa de se evitar a reincidência. 
 
GABARITO COMENTADO: 
 
 (A) (INCORRETA): A prevenção terciária está voltada 
ao apenando, visando a ressocialização e evitar a 
reincidência. 
(B) (INCORRETA): prevenção secundária é pontual e 
não geral. 
(C) (INCORRETA): A prevenção primária volta-se para 
uma atuação geral e não individualizada. 
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(D) (INCORRETA): A prevenção terciária está voltada 
ao apenando, visando a ressocialização e evitar a 
reincidência. 
(E) (CORRETA): A prevenção terciária está voltada ao 
apenando, visando a ressocialização e evitar a 
reincidência. 
 
 
6. CIFRAS CRIMINOLÓGICAS 
 
Os criminologistas acreditam que as estatísticas criminais podem 
identificar o nexo de causalidade entre os fatores da criminalidade e as infrações 
criminais. No entanto, por diversas razões, os dados oficiais apresentados por 
essas estatísticas não representam a realidade, dando origem às cifras da 
Criminologia. 
 
Cifra Negra: Também chamada como ciffre noir, dark number ou zona escura, 
representa a diferença entre a criminalidade real, que é o número efetivo de 
crimes praticados, e a criminalidade registrada pelos órgãos públicos, que por 
diversas razões não são levadas aos conhecimentos das autoridades 
competentes, gerando uma estatística distorcida. 
 
 
 
 
A Cifra Negra tem maior incidência nos delitos menos graves em comparação 
com os mais graves. A classe social do agente que comete a infração penal é 
fator que influi diretamente na possibilidade de enquadramento na Cifra Negra. 
 
Cifra Dourada: Considerada um subtipo da Cifra Negra, a Cifra Dourada está 
intimamente ligada às infrações penais praticadas pela elite, que por interesses 
obscuros não são reveladas ou apuradas pelos órgãos competentes. É o índice 
de criminalidade dos delinquentes da alta classe social, que se vale de seus 
conhecimentos técnicos, habilidade profissional e influência pessoal ou política 
para praticar crimes como sonegação fiscal, crimes ambientais e eleitorais, são 
os famosos crimes do colarinho branco. 
 
Cifra Cinza: Representada pelas ocorrências policiais registradas em órgãos 
públicos, que são solucionados na própria delegacia, sendo exemplo o não 
oferecimento de representação nos crimes que a exigem. 
 
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Cifra Amarela: Ocorrências praticadas com violência policial contra membro da 
sociedade, que por medo de represálias, deixa de fazer a comunicação do crime 
praticado pelos agressores às ouvidorias e corregedorias. 
 
7. ESCOLAS SOCIOLÓGICAS DO CRIME 
 
As teorias criminológicas são concebidas dentro de uma perspectiva 
macrocriminológica, ou seja, não examina a interação entre indivíduos e 
pequenos grupos, fazendo uma abordagem da sociedade como um todo, 
mediante o estudo do fenômeno delituoso, obtendo diferentes respostas 
explicativas da criminalidade. 
 
As duas principais divisões da macrossociologia que influenciam o 
pensamento criminológico são as teorias do consenso ou da integração, de 
caráter funcionalista – Escola de Chicago, a Teoria da Associação Diferencial, 
Teoria da Anomia e a Teoria da Subcultura Delinquente –, e as teorias do 
conflito, com caráter mais argumentativo – Teoria do Labelling Approach e Teoria 
Crítica – dividindo visões conflitivas da sociedade. 
Nos dizeres de Shecaira, qualquer que seja a visão adotada para a 
análise criminológica, a sociedade é como a cabeça de Janus, e suas duas faces 
são aspectos equivalentes da mesma realidade (SHECAIRA, Sérgio S. 
Criminologia. P. 131). 
 
7.1 CRIMINOLOGIA DO CONSENSO 
 
Segundo a Criminologia do Consenso, a finalidade da sociedade é 
atingida quando há um perfeito funcionamento das suas instituições de forma 
que os indivíduos compartilham os objetivos comuns a todos os cidadãos, 
aceitando as regras vigentes e compartilhando regras sociais dominantes. A 
ordem é baseada em um consenso geral em torno de valores, derivando destes 
o estabelecimento da força. 
 
As teorias do consenso, segundo Dahrendorf, têm fundamentos nas 
premissas de que 
toda a sociedade é uma é uma estrutura de elementos relativamente 
persistente e estável; toda sociedade é uma estrutura de elementos 
bem integrada; todo elemento em uma sociedade tem uma função, isto 
é, contribui para sua manutenção como sistema; toda estrutura social 
em funcionamento é baseada em um consenso entre seus membros 
sobre valores. Sob várias formas, os mesmos elementos de 
estabilidade, integração, coordenação funcional e consenso 
reaparecem em todos enfoques funcionalistas-estruturalistas do 
estudo da estrutura social. Estes elementos são, naturalmente em 
geral, acompanhadas de afirmações no sentido de que a estabilidade, 
integração, coordenação funcional e consenso são apenas 
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‘relativamente’ generalizados (DAHRENDORF, Ralf. As classes e seus 
conflitos na sociedade industrial, p. 148). 
 
Indiscutivelmente, as teorias do consenso quase sempre são associadas 
a um conservadorismo, considerando que as funções sociais são atividades das 
estruturas sociais dentro de um processo de manutenção do sistema, em que 
toda mudança social é uma falha no sistema, que não consegue integrar as 
pessoas em suas finalidades e valores. 
 
7.2 ESCOLA DE CHICAGO 
 
 
A teoria originada e nominada como Escola de Chicago deriva da forte 
expansão industrial e crescimento econômico do mercado norte-americano. 
Portanto, o estudo guarda correlação com o crescimento desordenado da cidade 
de Chicago, que com certa dose de precariedade expandiu do centro para a 
periferia, acarretando em graves problemas sociais, econômicos e culturais, 
criando, portanto, um ambiente favorável ao aumento da criminalidade, visto que 
o crescimento setorial não foi acompanhado pelos institutos de controle social 
formais, ou seja, pela ausência de mecanismos de controle social. 
 
Observando fenômenos criminais, a Escola de Chicago passou a usar 
os inquéritos sociais ou social surveys na investigação daqueles. Referidas 
investigações sociais demandavam a realização de interrogatórios diretos, feitos 
por uma equipe especial por amostragem, bem como se utilizaram de análises 
biográficas de casos individuais, que permitiram a verificação de um perfil de 
carreira delitiva. Estabeleceu-se a metodologia de colocação dos resultados da 
criminalidade sobre o mapa da cidade, pois a cidade é o ponto de partida dos 
delitos, tendo origem a denominada estrutura ecológica. 
 
A escola aplicou uma metodologia urbana, misturando elementos de 
geografia e sociologia para observar o crime
enquanto um fenômeno recorrente 
em um determinado recorte da sociedade, preconizando o conhecimento da 
realidade da cidade antes de estabelecer a política criminal adequada para a 
intervenção estatal. 
 
Uma das grandes contribuições da Escola de Chicago foi transferir o foco 
dos estudos de uma perspectiva punitiva e repressiva para uma perspectiva 
preventiva, buscando formas de prevenir o crime, e não somente de combatê-lo, 
dando início a planejamento e reforma de alguns espaços das cidades, 
construindo praças e espaços públicos, iluminando ruas, dentre outros. 
 
Também deu início à visão da criminalidade através da sociologia, 
deixando o caráter biopsicológico até então dominante, ou seja, a criminalidade 
deixou de ser vista apenas pelo prisma do indivíduo, a analisando dentro de uma 
perspectiva social. 
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Apesar de romper com a ideia de criminoso nato, não deixou de ser 
determinista, relacionando sempre pobreza e cidades degradadas com a 
criminalidade. Ademais, o conceito de desorganização social na Escola de 
Chicago é ao mesmo tempo descrição de uma condição e causa dessa mesma 
condição. Portanto, gerou a mudança de um determinismo biológico para um 
determinismo ecológico. 
 
No entanto, a Escola de Chicago deixou de considerar os diferentes tipos 
de delito que variam conforme as classes sociais e locais mais ou menos 
organizados. Alguns crimes são típicos de classes mais pobres, enquanto outros 
são típicos de áreas ricas, deixando de explicar os crimes cometidos fora das 
denominadas áreas delitivas. 
 
Para entender a ecologia criminal e seu efeito criminógeno, deve-se 
entender a ideia de desorganização social e a identificação de áreas de 
criminalidade. 
 
A desorganização social está ligada ao crescimento desordenado das 
cidades, que suprimiu o controle social informal. As pessoas passaram a perder 
sua identidade, tornando-se anônimas, de modo que a família, igreja, clubes 
recreativos e trabalho não dão mais conta de impedir os atos contrários à ordem 
social, aumentando a criminalidade nas grandes cidades. 
 
A ausência do Estado, caracterizada pela falta de delegacias, escolas, 
hospitais, creches, acaba por criar uma sensação de anomia e insegurança, 
potencializando o surgimento de bandos armados, milícias ou outros grupos 
paramilitares que se intitulam mantenedores da ordem. 
 
Em relação às áreas de criminalidade, conforme ensina Shecaira (2008, 
p. 167) 
 
uma cidade desenvolve-se, de acordo com a ideia central dos 
principais autores da teoria ecológica, segundo círculos concêntricos, 
por meio de um conjunto de zonas ou anéis a partir de uma área 
central. No mais central desses anéis estava o Loop, zona comercial 
com os seus grandes bancos, armazéns, lojas de departamento, a 
administração da cidade, fábricas, estações ferroviárias, etc. A 
segunda zona, chamada de zona de transição, situa-se exatamente 
entre zonas residenciais (3ª zona) e a anterior (1ª zona), que concentra 
o comércio e a indústria. Como zona intersticial, está sujeita à invasão 
do crescimento da zona anterior e, por isso, é objeto de degradação 
constante. 
 
Portanto, a 2ª zona favorece a criação de guetos, a 3ª zona se mostra 
como lugar de moradia de trabalhadores pobres e imigrantes, enquanto a 4ª 
zona se destina aos conjuntos habitacionais da classe média, e, a 5ª zona, por 
fim, compõe-se da mais alta camada social. 
 
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As principais propostas da ecologia criminal visando o combate à 
criminalidade são: 
 
 A alteração efetiva da situação socioeconômica das crianças; 
 Amplos programas comunitários para tratamento e prevenção; 
 Planejamento estratégico por áreas definidas; 
 Programas comunitários de recreação e lazer, como ruas de esportes, 
escotismo, artesanato, excursões, dentre outros; 
 Reurbanização dos bairros pobres, com melhoria da estética e do padrão das 
casas. 
 
A principal contribuição da Escola de Chicago ocorreu em relação à 
metodologia empregada, através de estudos empíricos, e da política criminal, 
através da aplicação da prevenção, reduzindo a repressão das escolas 
anteriores. No entanto, não há prevenção ou repressão aptas a resolver a 
questão criminal sem que existam ações afirmativas que incluam o indivíduo na 
sociedade. 
 
7.3 TEORIA DA ASSOCIAÇÃO DIFERENCIAL 
 
A Associação Diferencial foi desenvolvida pelo sociólogo americano 
Edwin Sutherland (1883-1950), inspirada em Gabriel Tarde. Grande marco desta 
teoria, ocorrido no final dos anos 1930, foi a utilização da expressão white collar 
crimes para designar os autores de crimes específicos, que se diferenciavam 
dos criminosos comuns. 
 
Afirma que o comportamento do criminoso é aprendido, nunca herdado, 
criado ou desenvolvido pelo sujeito ativo. Sutherland não propõe a associação 
entre criminosos e não criminosos, mas sim entre definições favoráveis ou 
desfavoráveis ao delito, afirmando que a associação diferencial é um processo 
de aprendizado de comportamentos desviantes, que requer conhecimento e 
habilidade para se locupletar das ações desviantes. 
 
A aprendizagem do comportamento delitivo se dá numa compreensão 
cênica, em decorrência de uma interação. Conforme o ensino de Álvaro Mayrink 
da Costa (Criminologia, Rio de Janeiro: Ed. Rio, 1976, p. 129) 
 
 a aprendizagem é feita num processo de comunicação 
com outras pessoas, principalmente, por grupos íntimos, 
incluindo técnicas de ação delitiva e a direção específica 
de motivos e impulsos, racionalizações e atitudes. Uma 
pessoa torna-se criminosa porque recebe mais definições 
favoráveis à violação da lei do que desfavoráveis a essa 
violação. Este é o princípio da associação diferencial. 
 
As classes sociais mais altas acabam por influenciar as mais baixas, que 
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através do monopólio dos meios de comunicação, criam estereótipos, modelos, 
comportamentos a serem seguidos. 
 
Portanto, não se pode dizer que o crime é uma forma de comportamento 
inadaptado das classes menos favorecidas, não sendo exclusividade delas, em 
razão da existência de diversos crimes do colarinho branco, que são delitos 
praticados por pessoas de elevada estatura social e respeitadas no ambiente 
profissional, tais como políticos e grandes empresários. 
 
A cultura mais ampla não é homogênea, levando a conceitos 
contraditórios do mesmo comportamento. Assim, nem todas as associações 
diferenciais possuem a mesma força, variando em frequência, duração e nos 
interesses e na intensidade, dando origem à imitação de comportamentos, pois 
ninguém nasce criminoso, mas a criminalidade é uma consequência de uma 
socialização incorreta, ao contrário das ideias defendidas por Lombroso, que 
afirmava a existência do criminoso nato. 
 
7.4 TEORIA DA ANOMIA 
 
Embora seja considerada uma teoria de consenso, a Teoria da Anomia 
possui resquícios dos marxistas, afastando os estudos clínicos do delito, pois 
entende que este não é uma anomalia. 
 
Essa teoria é inserida no plano das correntes funcionalistas, 
desenvolvidas por Robert King Merton e por E. Durkheim. Para os funcionalistas, 
a sociedade é um todo orgânico articulado que, para funcionar perfeitamente, 
necessita que os indivíduos interajam num ambiente de valores e regras comuns, 
sendo que sempre que há uma falha do Estado, é preciso resgatá-lo e preservá-
lo, evitando
que se de origem a uma disfunção. 
 
Merton explica que o comportamento desviado pode ser considerado, no 
plano sociológico, um sintoma de dissociação entre as aspirações socioculturais 
e os meios desenvolvidos para alcançar tais aspirações. Assim, o fracasso no 
atingimento das aspirações ou metas culturais em razão da impropriedade dos 
meios institucionalizados pode levar à anomia, isto é, as manifestações 
comportamentais em que as normas sociais são ignoradas ou contornadas. 
 
A anomia é uma situação em que faltam coesão e ordem, sobretudo no 
que diz respeito à normas e valores, sugerindo a existência de um segmento de 
determinada cultura, cujo sistema de valores esteja em antítese e em conflito 
com outro segmento. 
 
O conceito de anomia proposto por Merton atinge dois pontos 
conflitantes, quais sejam, as metas culturais em face dos meios 
institucionalizados. Merton elaborou uma tabela que explica o modo de 
adaptação dos indivíduos em face das metas culturais e meios disponíveis, 
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marcando com um sinal positivo quando o homem aceita o meio 
institucionalizado e a meta cultural, e com um sinal negativo quando os reprova, 
conforme abaixo: 
 
Modos de Adaptação Meios Culturais 
Meios 
Institucionalizados 
Conformidade + + 
Inovação + - 
Ritualismo - + 
Evasão/Retraimento - - 
Rebelião + - + - 
 Rejeitam metas e meios, lutando pelo estabelecimento de novos paradigmas. ↵ 
 
A conformidade em um ambiente social estável é considerada como o 
comportamento mais comum, pois os indivíduos aceitam os meios 
institucionalizados para alcançar as metas socioculturais. Existe adesão total e 
não ocorre comportamento desviante desses aderentes. 
 
No modo de inovação os indivíduos acatam as metas culturais, mas não 
aceitam os meios institucionalizados. Quando notam que nem todos os meios 
estão à sua disposição, rompem com o sistema e, através da conduta desviante, 
tentam alçar as metas culturais. Nesse aspecto o delinquente busca um atalho 
para chegar às metas culturais. 
 
Outro modo referido por Merton é o ritualismo, por meio do qual os 
indivíduos fogem das metas culturais, que, por uma razão ou outra, acreditam 
que jamais atingirão. Renunciam às metas culturais por entender que são 
incapazes de alcançá-las. 
 
Na evasão ou retraimento os indivíduos renunciam tanto às metas 
culturais quanto aos meios institucionalizados. Aqui se acham os bêbados, 
drogados, mendigos e, párias, que são derrotistas sociais. 
 
Por derradeiro, cita-se a rebelião, caracterizada pelo inconformismo e 
revolta, em que os indivíduos rejeitam as metas e meios, lutando pelo 
estabelecimento de novos paradigmas, de uma nova ordem social. São os 
rebeldes sem causa, quando analisados de forma individual, enquanto sob o 
prisma da coletividade, configuram as revoluções sociais. 
 
7.5 TEORIA DA SUBCULTURA DELINQUENTE 
 
Albert Cohen, com seu livro Delinquent boys de 1955, foi o precursor da 
ideia da subcultura delinquente. Etimologicamente, subcultura traz a ideia de 
uma cultura dentro da cultura. Neste passo, ao abordar o tema sob a ótica da 
sociologia criminal, devemos conceituar cultura como os modelos de ação de 
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determinada sociedade, identificáveis por suas palavras e condutas, transmitidos 
entre as gerações. 
 
A subcultura tem início com o enfrentamento desviante de jovens em 
relação à sociedade adulta tradicional, denominada de establisment. As 
subculturas aceitam e reproduzem valores da sociedade tradicional, mas com 
valor invertido, expressando sentimentos e crenças exclusivas de seu grupo, 
sendo exemplos destes grupos os delinquentes juvenis e as gangues de 
periferia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Importante diferenciar a subcultura da contracultura. Embora ambas tenham 
surgido dos enfrentamentos desviantes dos jovens, na primeira seus membros 
(gangues e grupos étnicos) se retiram da sociedade convencional, criando 
suas crenças exclusivas, enquanto na segunda seus membros (hippies) são 
contestadores e confrontadores, caracterizados por um conjunto de valores e 
padrões de comportamento que contradizem diretamente com os da 
sociedade dominante. 
 
Segundo a definição de Cohen 
 
a subcultura delinquente, por sua vez, pode ser resumida como um 
comportamento de transgressão que é determinado por um 
subsistema de conhecimento, crenças e atitudes que possibilitam, 
permitem ou determinam formas particulares de comportamento 
transgressor em situações específicas. Esse conhecimento, essas 
crenças e atitudes precisam existir, primeiramente, no ambiente 
cultural dos agentes dos delitos e são incorporados à personalidade, 
mais ou menos como quaisquer outros elementos da cultura ambiente 
(COHEN, Albert K. Transgressão e controle. p. 228). 
 
A subcultura delinquente pode ser caracterizada em 03 (três) fatores: 
 
 Não utilitarismo da ação: revela-se no fato de que muitos crimes não 
possuem motivação racional. 
 Malícia da conduta: simples prazer em prejudicar outro indivíduo. 
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 Negativismo da conduta: mostra-se como um polo oposto aos padrões da 
sociedade. 
 
Também podemos destacar 03 (três) preceitos fundamentais da subcultura 
delinquente, são eles: 
 
 O caráter pluralista e atomizado da ordem social. 
 A cobertura normativa da conduta desviada. 
 A semelhança estrutural, em sua gênese, do comportamento regular e 
irregular. 
 
Defende a existência de uma subcultura da violência, afirmando que alguns 
grupos passam a aceitar a violência como um meio normal de solução de 
conflitos sociais, valorizando esta violência na mesma proporção em que a 
sociedade dominante impõe sanção àqueles que deixam de cumprir as leis. 
 
A conduta delitiva para a subcultura delinquente é distinta do que era 
defendido pelas teses ecológicas, pois não seria o produto da desorganização 
ou da ausência de valores, mas o reflexo de outros valores e normas distintas, 
ditas subculturais. Portanto, a conduta regular e adequada ao direito, assim 
como a irregular e delitiva, seriam definidas em relação aos respectivos sistemas 
sociais de normas e valores oficiais e subculturais. 
 
 
Subcultura ≠ Contracultura 
 
Subcultura é a cultura dentro da cultura. As pessoas se retiram da 
sociedade por terem padrões de comportamento diferentes. 
 
Contracultura é a existência de pessoas que contestam, que confrontam a 
cultura existente. 
 
8 CRIMINOLOGIA DO CONFLITO 
 
As teorias do conflito pregam que a coesão e a ordem da sociedade são 
fundadas na força e na coerção, na dominação de alguns e sujeição de outros, 
ignorando a existência de acordos de valores que dão origem e estabelecem a 
força. A coerção imposta que traz coesão às organizações sociais. 
 
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Karl Marx prega que a sociedade está fundada no conflito. Referido autor 
afirma em seu Manifesto do Partido Comunista, que 
 
até hoje, a história de todas as sociedades que existiram 
até nossos dias tem sido a história das lutas de classes. 
Homem livre e escravo, político e plebeu, barão e servo, 
mestre de corporação e companheiro, numa palavra, 
opressores e oprimidos, em constante

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