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CONSTRUÇÃO O ESPAÇO PSICOLÓGICO E A PSICOLOGIA CLÍNICA

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Construção do espaço psicológico, da psicologia e da psicologia clínica
A Constituição do espaço psicológico
IDADE MÉDIA
Redefinição das relações sujeito/objeto – caráter operante das relações;
EMPIRISMO (comprovação via procedimento experimental) X RACIONALISMO (dúvida metódica – conhecimento racionalizado).
Surgimento da Ciência – instrumentalização do conhecimento, cujo procedimentos e técnicas definem-se nos termos de controle, cálculo e teste.
Objeto desta ciência – o real = aquilo que pode ser tecnicamente manipulável
A Constituição do espaço psicológico
O autocontrole e o autoconhecimento revelam-se como preliminares indispensáveis a produção do conhecimento;
“Cientista não é quem alcança a verdade, mas quem se submete conscienciosamente à disciplina do método”.
A busca do fundamento absolutamente seguro do conhecimento foi substituída pela especificidade de um procedimento;
A atribuição de caráter subjetivo a um argumento o desqualifica diante da lógica ou dos fatos – surge a necessidade de controlar e neutralizar o “subjetivo”.
A Constituição do espaço psicológico
Dissolução dos vínculos pessoais calados na tradição – “Ser alguém pressupõe tornar-se alguém”.
A individualização se é possível e desejada, é também difícil;
O que interessa é a obediência ao controle calculado e à previsão exata - o que só é possível na padronização e estereotipação do comportamento.
Passa-se ser necessário conhecer para fiscalizar, controlar, prever e corrigir (socializar) o egoísmo e a irracionalidade.
A ocupação do espaço psicológico
Dois grandes agrupamentos de matrizes do pensamento psicológico:
MATRIZES CIENTIFICISTAS – desconsidera o seu objeto (a vida subjetiva e a singularidade do indivíduo) em prol dos modelos de práticas vigentes nas ciências naturais.
MATRIZES “ROMÂNTICAS” E “PÓS-ROMÂNTICAS” – reconhece-se o seu objeto (atos e vivências de um sujeito, dotados de valores e significados para ele) e reivindica-se sua total independência das demais ciências. 
matrizes cientificistas
Matriz nomotética e quantificadora
Está na base de todas as tentativas de fazer da Psicologia uma CIÊNCIA NATURAL
Repousa na crença da existência de uma ordem natural - independente do sujeito e da experiência
Lógica experimental – Hipotetização, calculo (predições condicionais) e mensuração.
Influencia na Psicologia: a psicometria, a psicofísica (Weber e Ficher), Psicologia Experimental (Wundt), nos trabalhos de Pavlov e, consequentemente, de toda a psicologia behaviorista americana. 
matrizes cientificistas
Matriz Atomicista e mecanicista
Visa identificar as relações deterministas ou probabilísticas segundo uma concepção linear e unidirecional de causalidade.
Passado → Presente → Futuro 
A imprevisibilidade resultaria de um erro de cálculo
Visa identificar os elementos mínimos que constituem o objeto/fenômeno – o corpo é desumanizado. 
Elimina a dimensão ética do comportamento e a responsabilidade do individuo – ação resultado de uma causa antecedente (seja ambiental ou orgânica).
Influencia na Psicologia: Psicologia pré-científica, Psicologia Experimental de Wundt, Pavlov, entre outros.
matrizes cientificistas
Matriz funcionalista e organicista
Caracteriza-se por uma noção de causalidade final (sua funcionalidade) ;
Funda-se na ideia de complementariedade entre os sistemas – o conflito é uma disfunção patológica
 causalidade circular (efeito também é causa de sua causa, e a causa também é efeito de seu efeito);
A imagem é do ser vivo plástico, adaptativo, participando ativamente do processo de equilibração em suas interações com o meio – “homeostase”.
Subdivide-se em : ambientalista, nativista, interacionismo.
Influenciou: A Psicologia Funcional (James), o Behaviorismo, Freud, Piaget
Matrizes “Românticas” ou “Pós-românticas”
Matriz Vitalista e Naturista
Denunciam a insuficiência dos métodos científicos;
A preocupação em apreender a experiência do sujeito na sua “vida concreta” – privilegia a intuição;
Privilegia uma compreensão positiva da condição humana – prega a existência de uma potencialidade inata/interna: força criativa, impulso vital, movimento de autorrealização e crescimento, energia cósmica 
O desenvolvimento não depende das condições existenciais, mas de uma nova atitude que abra o indivíduo o campo maravilhoso da sua própria subjetividade
Matrizes “Românticas” ou “Pós-românticas”
Matriz Vitalista e Naturista
O objetivo é libertar esta energia, dar-lhe campo para atualizar-se na criação - à uniformidade do que é modelado e submetido pela sociedade deve-se opor a diversidade autêntica, do individual.
Mas, é possível uma compatibilidade entre a autêntica realização do indivíduo e a felicidade coletiva – a natureza humana é sempre positiva; a sociedade pode não ser tão boa, mas nada impede que se torne.
Influencia: os psicólogos humanistas (Maslow e Rogers), a Bioenergética (Lowen, Reich).
Matrizes “Românticas” ou “Pós-românticas”
Historicismo ideográfico
Ciências naturais X ciências do espirito / humanas – seu objetivo é a compreensão do seu objeto.
Busca captar a experiência tal como se constitui na vivência imediata do sujeito: significados e valores;
A compreensão psicológica deve indvidualizar o sujeito, tal como a histórica, uma época e uma cultura;
Compreender é elucidar as experiências vividas que se manifesta pelos ou nos atos comunicativos, que são sempre atos de um indivíduo historicamente e culturalmente contextualizado.
Matrizes “Românticas” ou “Pós-românticas”
Historicismo ideográfico
Deve-se decifrar o código (sentido) expresso na mensagem – faz-se necessário a criação de regras de decifração;
Como, pois, fazer com que essas regras sejam suficientemente genéricas para garantir um consenso interpretativo e, ao mesmo tempo, levar em consideração cada individualidade, cada época histórica, cada civilização?
Matrizes “Românticas” ou “Pós-românticas”
O estruturalismo
Dá uma solução possível para o problema da compreensão – para tanto recorre ao modelo característicos das ciências tradicionais;
Tenta se modelar pelos procedimentos de hipotetização, cálculo e teste de hipóteses;
Preocupa-se em criar métodos e técnicas de interpretação – os códigos são universais;
Compreensão – corresponde a explicação
Influencia: Psicologia da Forma (gestalt); psicologia cognitiva; psicanálise, etc.
Matrizes “Românticas” ou “Pós-românticas”
Matriz Fenomenológica e existencial
Também se apresenta como uma resposta possível a problemática da compreensão.
Mas preocupa-se, principalmente, com o rigor epistemológico, enquanto o estruturalismo está empenhado na fomalização das conceitos, hipóteses e procedimentos metodológicos. 
Visa a descrição dos fenômenos
A compreensão do indivíduo implica a reconstrução do seu mundo e as vinculações destas com o que há de mais subjetivo (seu projeto).
A PSICOLOGIA enquanto ciência e profissão
OBJETO = dificuldade de definição do seu objetivo
“CIÊNCIA” HIBRIDA
PSICOLOGIA = enquanto ciência = crise permanente
As reiteradas tentativas de unificar a Psicologia, a fim de lhe dar o status de verdadeira ciência, têm se mostrado frustradas.
PSICOLOGIA CLÍNICA
CLÍNICA – KLINÊ – inclinar-se ao leite
1896 – Psicologia Clínica – Witmer
Espirito da época – Clínica – lugar de escuta dos excluídos 
TEIXEIRA – devido a três forças da época:
Liberalismo;
Romantismo;
Práticas disciplinadoras.
2ª Guerra Mundial
PSICOLOGIA CLÍNICA
CLÍNICA = fazer médico – examinar as manifestações das doenças para fazer um diagnóstico, um prognóstico e prescrição de um tratamento.
DIAGNÓSTICAR – descrever os sintomas / sinais e conhecer os antecedentes da enfermidade;
PROGNÓSTICO – implica anteriormente o diagnóstico;
HIPOCRATES – na história da medicina – inaugura a ANAMNESE como primeira etapa do exame médico;
CLÍNICA MÉDICA - auge da clínica médica entre o séc XVIIIe o XIX – avanços dos recursos técnicos 
PSICOLOGIA CLÍNICA
CONHECIMENTO MÉDICO – regulador e normatizador;
CORPO = controle disciplinador e tecnológico;
BIOPODER – “poder sobre a vida” – envolve 2 eixos:
Poder disciplinador – indivíduo e corpo;
A biopolítica – sociedade
SABER E PODER – VIGILÂNCIA DOS MODOS DE SER – controle regulador e cada vez mais tecnológico;
PSICOLOGIA CLÍNICA
Prática higienista;
Prática avaliativa, prescritiva e curativa; 
Descomprometida com o contexto social;
PSICOLOGIA CLÍNICA
CONHECIMENTO ACUMULADO + AVANÇOS DE NOVAS “TECNOLOGIAS”;
↑ complexidade = ↑ necessidade especializar-se;
CLÍNICA afasta-se do seu sentido originário (debruçar-se), FRAGMENTANDO-SE E DELEGANDO-SE AO PACIENTE A DECISAO SOBRE QUE ESPECIALISTA PROCURAR;
haveria uma inversão de papéis? (MOREIRA; ROMAGNOLI; NEVES, 2007).
PSICOLOGIA CLÍNICA
SIGMUND FREUD – IMPRIME ALGUMAS INOVAÇÕES PRIMORDIAIS:
Deslocamento do lugar do saber – paciente – saber inconsciente;
Analista – mero facilitador – aponta o caminho, mas cabe ao paciente ouvir, elabora e encontrar a sua verdade no inconsciente;
A cena é ocupada pelo o discurso do paciênte.
CLÍNICA MÉDICA X CLÍNICA PSICANALÍTICA
BUSCA PELO DIAGNOSTICO;
- CLÍNICA MÉDICA = aprimora seus métodos diagnósticos, por via da observação e de complexas tecnologias que sustentam múltiplas possibilidades de intervenção na direção da cura orgânica.
- CLÍNICA PSICANALÍTICA = enfatiza mais a escuta do sofrimento do que a visão do mesmo, e propõe, como método de intervenção, a psicoterapia/análise 
PSICOLOGIA CLÍNICA
PSICOTERAPIA - “ a cura pela fala”;
“[...] A terapia analítica, [...] pretende[-se] trazer algo à tona, e, para esse fim, preocupa-se com a gênese dos sintomas patológicos e com a trama psíquica da ideia patogênica, cuja eliminação é a sua meta (Freud (1905 [1904]), p. 244). Assim, o caminho para atingir a meta não segue a facilidade direta da remoção através da sugestão, da introdução ou da adição de um elemento, mas da subtração, da retirada dos elementos formadores do sintoma” MOREIRA; ROMAGNOLI; NEVES, 2007).
Eliminação dos elementos formadores do sintoma.
PSICOLOGIA CLÍNICA
Mudanças introduzidas por FREUD a prática clínica:
Paradigma da observação → escuta;
Importância da resistência;
Paciente como sujeito de sua história de adoecimento;
Segredo – enquanto força motriz – leva a clínica individual.
A PRÁTICA CLÍNICA PASSA A VINCULAR-SE A UMA DEMANDA DO SUJEITO.
SUJEITO – INDIVIDUO – INTERIORIDADE
PSICOLOGIA CLÍNICA
Prática clínica – individualista; 
Psicoterapia = “terapêutica mais adequada para tratar das ‘mazelas humanas’ em que outras tentativas falharam” (MOREIRA; ROMAGNOLI; NEVES, 2007).
Traçar uma linha de tratamento – diagnóstico + prescrição + prognóstico;
A prática psicológica = consultorial;
PSICOLOGIA CLÍNICA
Os desafios da prática psicológica levam a questionar o seu próprio fazer e suas teorias;
Reforma psiquiátrica;
Inserção do social no espaço da clínica e a ampliação da prática psicológica para outros contextos;
Exige pensar uma prática contextualizada;
Compreensão de clínica ampliada.
PSICOLOGIA CLÍNICA
Compromisso com as dimensões estética-ético-política;
Clínica não mais definido por um campo de atuação, mas pela sua ação;
Figueiredo (1995) – a clínica se caracteriza pela qualidade da escuta e da acolhida ao sofrimento humano;
CLÍNICA – ENQUANTO ETHOS – MORADA 
Ação pautado por um fazer ético ≠ fazer aplicado.
referências
FIGUEIREDO, L. C. M. MATRIZES DO PENSAMENTO PSICOLÓGICO. 20 ed. Petrópolis: Vozes, 2014.
_____. Quem é o psicólogo clínico? In: Revisitando as psicologias: da epistemologia à ética das práticas e discursos psicológicos. São Paulo: EDUC; Petrópolis: Vozes, 1995.
MOREIRA, Jacqueline de Oliveira; ROMAGNOLI, Roberta Carvalho; NEVES, Edwiges de Oliveira. O surgimento da clínica psicológica: da prática curativa aos dispositivos de promoção da saúde. Psicol. cienc. prof.,  Brasília ,  v. 27, n. 4, p. 608-621,  Dec.  2007 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932007000400004&lng=en&nrm=iso>. access on  19  Feb.  2019.  http://dx.doi.org/10.1590/S1414-98932007000400004.
TEIXEIRA, Rita Petrarca. Repensando a psicologia clínica. Paidéia (Ribeirão Preto),  Ribeirão Preto ,  n. 12-13, p. 51-62,  Aug.  1997 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X1997000100005&lng=en&nrm=iso>. access on  19  Feb.  2019.  http://dx.doi.org/10.1590/S0103-863X1997000100005.

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