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Planejamento e Execução de Obras Viárias RESUMO após N1-1 Profa Me. Cíntia C. Schultz, junho de 2018. Importante! Este resumo serve de base de estudo de 08 aulas de terraplenagem e drenagem de rodovias. O esquecimento de algum item e a não resposta em prova não é responsabilidade da Professora. Este material serve de apoio. Estado geral das rodovias brasileiras Fonte: CNT, 2017 Notas do Prof Marcus V. Ignácio, 2017 O cenário pós- concessão Fonte: CNT, 2017 Notas do Prof Marcus V. Ignácio, 2017 Estado geral das rodovias brasileiras Fonte: CNT, 2017 Notas do Prof Marcus V. Ignácio, 2017 Desenvolvimento Econômico e Infraestrutura 100 1000 10000 100000 100 1.000 10.000 100.000 Paved Road Density (km/mil pop) P IB p e r c a p it a ($ /h a b .) Fonte: Queiroz e Gautam (1992) Dados de 98 países Brasil: US$ 7.500/capita 1.100 Km/106 hab. Densidade da rede rodoviária pavimentada (km/1.000.000 hab.) Necessidades ➢ Novas obras: malha rodoviária extensa a pavimentar, duplicações e novas rodovias. ➢ Manutenção: malha rodoviária pavimentada deve ser mantida para preservação do patrimônio e dos atributos de serviço. Notas do Prof Marcus V. Ignácio, 2017 Pavimento ✓ Desempenho do pavimento - Vocação técnica e econômica de resistir aos esforços oriundos do tráfego de veículos e do clima. - Propiciar aos usuários condições adequadas de trafegabilidade e rolamento com conforto, segurança e economia. - Atendimento ao transporte de pessoas e mercadorias. ✓ Requisitos de desempenho do pavimento - Resistência aos esforços verticais e horizontais oriundos do rolamento, da aceleração, da frenagem, da força centrífuga em curvas e das variações climáticas. - Durabilidade para atender à vida útil da via sem comprometimento da estrutura. - Regularidade longitudinal e transversal. Fonte: Prof. Marcus V. Ignácio, 2017 Diferenças das estruturas PAVIMENTO FLEXÍVEL 1 - A carga se distribuí em parcelas proporcionais à rigidez das camadas 2 - Todas as camadas sofrem deformações elásticas significativas 3 - As deformações até um limite não levam ao rompimento 4 - Qualidade do SL é importante pois é submetido a altas tensões e absorve maiores deflexões Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 PAVIMENTO RÍGIDO 1 - Placa absorve maior parte das tensões 2 - Distribuição das cargas faz-se sobre uma área relativamente maior 3 - Pouco deformável e mais resistente à tração 4 - Qualidade de SL pouco interfere no comportamento estrutural Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Pavimentos rígidos (vantagens) - Pelas suas características, o pavimento rígido, se bem projetado e bem construído, tem vida mais longa e maior espaçamento entre manutenções quando comparado ao pavimento flexível. - Oferece resistência ao efeito solvente dos combustíveis, como o óleo diesel e o querosene dos aviões. Notas de aula do Prof Marcus V. Ignácio, 2017 Pavimentos flexíveis (vantagens) - Adaptação a eventuais recalques do subleito. - Rapidez de execução e liberação do tráfego. - Reparos rápidos e fáceis. Notas de aula do Prof Marcus V. Ignácio, 2017 Nos pavimentos asfálticos, estão em geral presentes camadas de base, de sub-base e de reforço do subleito). A depender da carga de tráfego e da disponibilidade de materiais, algumas camadas podem ser suprimidas. Pavimentos flexíveis Notas de aula do Prof Marcus V. Ignácio, 2017 Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Materiais Pétreo “Material sem forma ou volume definido, geralmente inerte, de dimensões e propriedades adequadas para produção de argamassa e concreto”. Materiais para Pavimentação Materiais de base, sub-base e reforço de subleito ✓ Materiais granulares - Não possuem coesão - Não resistentes à tração (exceto solos muito coesivos, garantida pela fração fina). - Trabalham sobretudo a esforços de compressão. ✓ Materiais estabilizados com cimento (cimentados) - Acréscimo de elemento aglomerante (ligante): cimento ou cal - aumentar a rigidez que o material natural não possui. - Melhor desempenho frente aos esforços de compressão, sobretudo, frente aos esforços de tração. ✓ Materiais asfálticos - Materiais mais coesos. - Coesão é garantida por um ligante asfáltico que traz, dentre várias ganhos, uma resistência aos esforços de tração bastante superior à dos solos argilosos. Notas de aula do Prof Marcus V. Ignácio, 2017 Bases e sub-bases - Classificação ✓ Flexíveis a. Estabilização granulométrica - Solo estabilizado granulometricamente - Brita graduada simples (BGS) - Brita corrida - Solo brita - Solo arenoso fino laterítico b. Estabilização com asfalto - Solo-betume - Macadame betuminoso c. Tipo macadame - Macadame hidráulico - Macadame seco Notas de aula do Prof Marcus V. Ignácio, 2017 Bases e sub-bases - Classificação ✓ Rígidos a. Estabilização com cimento - Brita graduada tratada com cimento (BGTC) - Concreto compactado com rolo - Solo cimento b. Estabilização com cal - Solo-cal Notas de aula do Prof Marcus V. Ignácio, 2017 Brita graduada simples (BGS) ✓ Um dos materiais granulares mais largamente utilizados como camada de base e sub-base, introduzido no país na década de 1960, época em que houve expressivo crescimento da malha rodoviária. ✓ Consiste em um material com distribuição granulométrica bem-graduada, com diâmetro máximo dos agregados não excedendo 38 mm. Sendo mais usuais diâmetros nominais menores (25 mm ou 19 mm). ✓ Poucos finos passantes na peneira 200 (0,075 mm), sendo em geral este percentual entre 3% a 9%, o que confere bom intertravamento do esqueleto sólido, adequado para suportar os esforços de compressão. ✓ Índice CBR da ordem de 60%, sendo em alguns casos de tráfego elevado superior a 80%. ✓ Módulo de resiliência entre 200 e 400 MPa, a depender da natureza dos agregados e do estado da compactação. Notas de aula do Prof Marcus V. Ignácio, 2017 Brita Graduada Simples (BGS) Normativas: DNIT EM – 035 DNIT ES – 139 (sub-base) DNIT ES – 141 (base) ✓ Transportada desde usinas dosadoras por meio de caminhões basculantes. ✓ Distribuição feita por vibro acabadora ou moto niveladora. ✓ Compactação é feita por rolos de pneus ou rolos lisos, com vibração. Devendo ser realizada logo após o espalhamento, para não perder a umidade. ✓ Em uso como base de pavimentos, emprega-se uma imprimação impermeabilizante de asfalto diluído, ou outro ✓ material similar. Notas de aula do Prof Marcus V. Ignácio, 2017 Brita Graduada Simples (BGS) Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Macadame Hidráulico e Macadame Seco ✓ Um dos materiais mais empregados nas primeiras rodovias brasileiras, com base na experiência inglesa de MacAdam, do início do século XIX. ✓ Trata-se de camada granular comporta por agregados graúdos, naturais ou britados, cujos vazios são preenchidos em pista por agregados miúdos e aglutinados pela água, no caso específico do macadame hidráulico. A estabilidade é obtida pela ação mecânica enérgica de compactação. ✓ Os agregados graúdos devem ser duros, limpos e duráveis, livres de excesso de partículas lamelares ou alongadas, macias ou de fácil desintegração, sem outras contaminações prejudiciais. ✓ Agregados graúdosnominais de grande dimensão: 100, 75 ou 63 mm, a depender da espessura da camada. Escolhe-se o diâmetro máximo que corresponda de 1/3 a ½ da espessura final da camada. ✓ DNER-ES 316 e DNER-ES 152. Notas de aula do Prof Marcus V. Ignácio, 2017 Macadame Hidráulico e Macadame Seco ✓ Materiais distribuídos em pista, sendo depositados os agregados graúdos em primeiro lugar, seguidos de compactação por rolo liso. ✓ Preenchimento dos vazios pelos agregados miúdos, seguido de compressão por rolo liso. O espelhamento deste material de enchimento se dá por meio de moto niveladora e será seguida de irrigação, no caso do macadame hidráulico. ✓ Os agregados miúdos e a água (no macadame hidráulico) se infiltram nos vazios e travam o esqueleto sólido. ✓ Esta solução apresenta melhor impermeabilidade do que a BGS devido ao diâmetro dos agregados e ao processo construtivo. Outrossim, apresenta alta resistência e baixa deformabilidade. ✓ No caso do macadame seco, não há o uso da água para preenchimento dos vazios e os agregados têm diâmetros bastante significativos, podendo chegar a 5”. Notas de aula do Prof Marcus V. Ignácio, 2017 Solo-agregado ✓ Materiais componentes: ✓ agregados (brita, seixo, laterita, cascalho, areia, escória etc.) ✓ solo ✓ água ✓ Em geral, misturas de solo:agregado na proporção de 20%:80%, 30%:70% ou até 50%:50% em peso. ✓ O Módulo de Resiliência destas misturas dependem da porcentagem de cada componente. Variam de 100 a 500 MPa em geral. Notas de aula do Prof Marcus V. Ignácio, 2017 Outros Materiais Granulares Rachão são agregados de grande dimensão empregados principalmente como recurso de aumento da capacidade de suporte de subleitos. Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Os agregados reciclados de resíduo sólido de construção civil são materiais resultantes da seleção e britagem de “entulho” da construção e demolição. Podem ser empregados como camada de reforço do subleito, sub-base e em algumas situações como base de pavimentos. Materiais com adição de asfalto Solo-asfalto ou solo-emulsão é um recurso pouco utilizado no Brasil. Pode ser misturado em usina ou pista. Em geral empregado como base de vias de baixo-volume de tráfego. O Macadame Betuminoso é mais empregado em obras municipais, servindo como revestimento asfáltico em geral, passando a constituir base após recebimento de camada de revestimento asfáltico. É uma base feita em pista, com adição de ligante asfáltico diretamente nos agregados. As bases asfálticas de elevado módulo são muito empregadas para tráfego pesado na Europa e recentemente nos Estados Unidos. São bases com graduação muito bem-graduada e uso de ligante asfáltico duro, resultando em módulo de resiliência elevado. Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Brita graduada tratada com cimento (BGTC) Materiais componentes: ✓ brita graduada simples (faixa especificada) ✓ cimento: 3 a 5% em relação ao peso seco ✓ água - Dosados e homogeneizados em usina. - A distribuição do material é feita preferencialmente por vibro acabadora. - A compactação é feita por rolos liso, com vibração ou não, seguida de pneus; deve ser realizada logo após espalhamento. - Módulo de Resiliência entre 6.000 a 12.000 MPa Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Brita graduada tratada com cimento (BGTC) Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Solo-Cimento Materiais componentes: → solo (de preferência mais arenoso tipo A2 ou solo com fração de finos passantes na peneira 200 menor que 35%) → cimento: em geral superior a 5% em relação ao peso seco → Água Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Dosados e homogeneizados preferencialmente em usina ou em pista. • A distribuição do material é feita por distribuidor de agregados (espessura e largura adequadas). • A compactação é feita por rolos pé-de-carneiro ou lisos, devendo ser realizada logo após espalhamento devido à rapidez de reação de hidratação do cimento. • Em geral são necessárias duas semanas de cura antes da camada ser sujeita ao tráfego. Materiais componentes: solo areno-argiloso ou silto-argiloso, de preferência cal hidratada: em geral superior a 4% em relação ao peso seco água Solos argilosos são tratados com cal para melhorar sua trabalhabilidade. Dosados e homogeneizados em usina, preferencialmente, ou em pista. A distribuição do material é feita por distribuidor de agregados (espessura e largura adequadas); A compactação é feita por rolos lisos; deve ser realizada após espalhamento. Solo-Cal Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 “São associações de hidrocarbonetos solúveis em bissulfeto de carbono”. • Asfaltos - são obtidos através de destilação do petróleo. Podem ser naturais ou provenientes da refinação do petróleo. • Alcatrões - são obtidos através da refinação de alcatrões brutos, que por sua vez vêm da destilação de carvão mineral. Asfaltos: - Cimentos asfálticos de petróleo (CAP) - Asfaltos diluídos - Emulsões asfálticas e - Asfaltos modificados (ex: com polímero ou com borracha) Materiais Betuminosos Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 CAPs • São o produto básico da destilação do petróleo. • São semi-sólidos a temperatura ambiente, necessitando de aquecimento para adquirir consistência adequada para utilização. Classificação dos CAPs • Segundo a Viscosidade Absoluta a 60ºC (em poises): - CAP 7: η = 700 a 1500 poises - CAP 20: η = 2000 a 3500 poises - CAP 55: η = 4000 a 8000 poises • Segundo ensaio de Penetração, realizado a 25ºC (100g, 5s,25ºC): - CAP 30/45 - CAP 50/70 - CAP 85/100 - CAP 100/120 - CAP 150/200 Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Emulsões Asfálticas São produtos em que uma fase asfáltica é dispersa em uma fase aquosa com o auxílio de um agente emulsificante. As emulsões resultam compostos de 50 a 70% de CAP, em torno de 1% de emulsificante e o restante de água. Classificação das emulsões: - Quanto ao tempo de ruptura(tempo de evaporação da água): Emulsões de ruptura rápida - RR (40 min), ruptura média - RM (até 2 h) ou ruptura lenta - RL (até 4h); - Quanto a carga elétrica das partículas: Emulsões aniônicas – sais de amina- (com partículas carregadas negativamente e com afinidade maior c/ agregados de natureza básica, calcários e dolomitos); Emulsões catiônicas - Sabões - com partículas carregadas positivamente e de maior afinidade com agregados de natureza ácida como granitos e quartzitos). Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Asfaltos modificados São obtidos a partir da dispersão do CAP com polímero. Os polímeros mais utilizados são: SBS(Copolímero de Estireno Butadieno), SBR(Borracha de Butadieno Estireno), EVA(Copolímero de Etileno Acetato de Vinila), EPDM(Tetrapolímero Etileno Propileno Diesso); APP(Polipropileno Atático), Polipropileno; Borracha vulcanizada, Resinas, Epóxi, Poliuretanas; etc. Os polímeros conferem elasticidade e melhoram as propriedades mecânicas. Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Suas principais vantagens: - Diminuição da suscetibilidade térmica - Melhor característica adesiva e coesiva - Maior resistência ao envelhecimento - Elevação do ponto de amolecimento - Alta elasticidade - Maior resistência à deformação permanente - Melhores características de fadiga Asfaltos modificadosFonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Emprego dos materiais betuminosos Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Pintura de ligação Aplicação de uma camada de material asfáltico sobre uma camada qualquer do pavimento, a fim de ligar uma camada a outra. Utilizam-se emulsões. Imprimação Consiste na aplicação de camada asfáltica sobre a base construída. Serva para aumentar a coesão da superfície de base pela penetração do ligante, promover a aderência da base x revestimento e impermeabilizar a base. Utilizam-se asfaltos diluídos de baixa viscosidade, a fim de permitir a penetração do ligante nos vazios da base. Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 TSS: tratamento superficial simples de penetração invertida, aplicar agregado mineral sobre o ligante betuminoso e uma única camada e submeter a operação de compressão e o acabamento. TSD: similar ao TSS, porém é realizada com duas camadas, sendo a segunda camada utilizado agregado graúdo. TST: também de penetração invertida, com aplicação de material asfáltico, coberto com agregado mineral. A granulometria da 1ª, 2ª e 3ª camadas são normalmente de agregados graúdos, médios e miúdos, respectivamente. A 1ª camada pode ser aplicada sobre a base imprimada ou sobre o revestimento asfáltico coberta imediatamente. Tratamentos superficiais Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Macadame Betuminoso Consiste em 2 aplicações alternadas por camadas sobre os agregados, devidamente espalhados e compactados. Pré Misturado a Quente (PMQ) Mistura a quente em usina, de um ou mais agregados minerais e cimento asfáltico, e comprimido quente. Pode ser utilizado como camada de regularização, base u revestimento. Suas espessuras podem variar de 3 a 10 cm, dependendo da granulometria final da mistura. Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ) Mistura a quente em usina de agregado mineral graduado, material de enchimento (filler) e cimento asfáltico, espalhado e comprimido a quente. Quando espessuras maiores de 7,5 cm, deve ser executado em duas camadas ou mais. Por ordem econômica, acima da camada de CBUQ poderá ser executada uma camada de binder. Road Mix (Mistura na estrada) Mistura de agregados minerais e asfalto diluído ou emulsão asfáltica, espalhado e comprimido a frio. Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Constituintes de uma mistura: 1) Agregado graúdo 2) Agregado miúdo 3) Filler ou Material de enchimento 4) Ligante MISTURAS ASFÁLTICAS Propriedade das misturas asfálticas ESTABILIDADE: é a capacidade de resistir aos esforços que provocam deformações permanentes. A mistura deve apresentar resistência ao cisalhamento compatível com os esforços a que será submetida. FLEXIBILIDADE: é a propriedade de resistir sem falhas, às flexões repetidas provocadas pelas passagens sucessivas dos veículos, ou seja, deve prover resistência à fadiga. Também é a propriedade de se acomodar a pequenos abatimentos e pequenos recalques promovidos pelo tráfego ou pela condição de subleito. DURABILIDADE: é a capacidade de resistir à ação conjunta das intempéries e da abrasão promovida pelo tráfego. Decorre do envelhecimento do ligante (oxidação) e da degradação dos agregados e misturas densas tendem a envelhecer mais lentamente. RUGOSIDADE: a mistura deve apresentar uma textura superficial suficientemente rugosa para propiciar a devida aderência dos pneus, principalmente sobre precipitações pluviométricas. A rugosidade é função da granulometria e da quantidade de ligante. IMPERMEABILIDADE: a mistura deve ser, tanto quanto possível, impermeável para preservar as camadas subjacentes. Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Pré – misturados a quente (PMQ) - Temperatura 121 – 163° C - Abertos Vv > 6% PMQ - Semi-densos 4 > Vv < 6% - Densos Vv < 4% CBUQ Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Pré – misturados a frio (PMF) – Temp. < 60°C – Asfalto Diluído ou Emulsão – Aberto Vv > 6% – Semi-densos 4 > Vv < 6% – Densos Vv < 4% - Lama Asfáltica < 1,0cm (Rejuvenescimento) - Micro Revestimento Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Bernucci et al (2008) CBUQ - Produção da mistura O Concreto betuminoso é produzido em usinas apropriadas com várias capacidades de produção – existindo dois tipos básicos, a saber: – USINAS DESCONTÍNUAS – que apresentam produção descontínua; gravimétrica. – USINAS CONTÍNUAS – que apresentam produção contínua; as volumétricas e as TSM – Tambor Secador Misturador (Drum-Mixer) Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Bernucci et al (2008) Transporte Caminhões Basculantes Água com óleo (5%) nas paredes Lonas para evitar: - Perda de Temperatura - Água de chuva e contaminação Caminhões devem estar em condições mecânicas adequadas. Itens de manutenção incluem: motor, sistema de tração, sistema hidráulico, freios e luzes. O motorista é responsável Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Distribuição Tempo seco: temperatura > 10° C Temperatura distribuição > 120° C Vibroacabadoras: Unidade Tratadora Unidade de acabamento Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Controle Tecnológico Consiste na determinação de vários fatores importantes para assegurar a qualidade do pavimento, desde sua estrutura até o seu revestimento. Fonte: Fonseca (2016). Pavimento flexível Nos serviços de Pavimentação asfáltica, são coletadas amostras de materiais constituintes e de misturas, antes da aplicação na pista, que serão submetidas aos ensaios em laboratório. Durante a produção da mistura na Usina, nosso profissional verifica o material resultante produzido, verificando a temperatura da massa asfáltica e também realiza a coleta de materiais para análise. Em campo, são acompanhados o controle da temperatura da mistura, tanto na chegada do caminhão quanto logo após o lançamento do mesmo na pista, assim como a espessura aplicada conforme especificação de projeto. Outros ensaios também podem ser realizados, como medidas das deflexões pela Viga Benkelman, Coeficiente de Atrito ou Resistência à Derrapagem, Coeficiente de Irregularidade, dentre outros. http://www.teste-sp.com.br/SolosPavimentacao.aspx Pavimento rígido O pavimento rígido (pavimento de concreto) tem as características do material demonstradas por meio do controle tecnológico de concreto, que além do estudo do traço e de seus materiais constituintes tem a inclusão dos ensaios de tração na flexão e ensaios para a verificação de desgaste superficial, entre outros. No campo são acompanhadas as especificações de concreto, como por exemplo a distância entre juntas, espessura, corte de juntas, temperatura de lançamento, cura, etc. http://www.teste-sp.com.br/SolosPavimentacao.aspx Controle de compactação Utilizando uma sonda rotativa, são extraídos CP’s de um trecho já executado, para verificação do grau de compactação da camada. Os CP’s são pesados ao ar e imersos para determinação da sua densidade, massa específica aparente da mistura compactada. Sonda rotativa usada para extração de CP’s Fonte: Fonseca (2016). Após conclusão Trata-se da determinação da condição das várias camadas da estrutura do pavimento através da coleta de dados por meios de ensaios não destrutivos, como: - FWD (Falling Weight Deflectometer); - Viga Benkelman e; - GPR (GroundPenetrating Radar). Obtendo assim, parâmetros objetivos: deflexão, bacia de deformação, espessura das camadas e seções transversais do pavimento. http://www.ctvias.com.br/site/content/areasdeatuacao/?idArea=2 Determinação das deflexões pela viga Benkelman - realizado após a camada finalizada; - é o teste de campo mais familiar aos profissionais da área de pavimentação; - avaliação da capacidade estrutural do pavimento através de medições das deflexões dos pavimentos sob 38 condições de carregamento; - bastante simples, de baixo custo e de fácil execução. Fonte: Fonseca (2016). Penetração Ensaio: medida de penetração em mm de agulha padronizada (100g) em recipiente padronizado (300cm2) após 5 seg. a 25C (Penetrômetro) Avalia a consistência do asfalto, que é a resistência a fluir dependente do temperatura (estado de fluidez). Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Quanto Penetração Mole penetração 20 asfalto quebradiço penetração 50 climas mais frios Classificado por penetração a 25ºC: • 30/45 • 50/70 • 85/100 • 150/200 Viscosidade Saybolt – Furol Ensaio: medida em segundos para asfalto fluir em um determinado orifício (Furol) a uma determinada temperatura (177C, 135C, 60C) e preencher um frasco de 60cm3 (viscosímetro) Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Avalia a consistência de maneira mais precisa (várias temperaturas). Ductibilidade Propriedade de alongar sem romper poder cimentante • Ductibilidade alta suscetibilidade à temperatura • Ductibilidade baixa asfaltos deteriorados ou oxidados Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 A dutilidade é dada pelo alongamento em centímetros obtido antes da ruptura de uma amostra de CAP com o menor diâmetro de 1 cm2, em banho de água a 25 C, submetida pelos dois extremos à tração de 5 cm/minuto. Dutibilidade Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Ponto de amolecimento Asfalto não tem ponto de fusão porém pode amolecer excessivamente. Temperatura de amolecimento para evitar aceitação de asfaltos muito moles. • Conseqüência Desagregação / Exsudação Deformações permanentes • Método do Anel e Bola (Ensaio). Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Ponto de fulgor Máxima temperatura de manejo sem perigo de fogo (segurança). Ensaio: aquecimento e exposição à chama até quando vapores provocam o lampejo chama (temperatura de ponto de fulgor) Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Efeito do calor e do ar Perda das características asfálticas pela ação conjunta do calor e do ar. Ensaio: Estufa a 163C / 5 horas Mudança das características: • Perda de penetração • Acréscimo da viscosidade • Perda de ductibilidade Fonte: Prof. Mário Henrique Furtado Andrade, UFPR, 2010 Caracterização Tecnológica dos Agregados As características tecnológicas dos agregados servem para assegurar uma fácil distinção de materiais, de modo a poder comprovar sua homogeneidade, bem como selecionar um material que resista, de maneira adequada, às cargas e à ação ambiental às quais o pavimento irá sofrer. ▪ Graduação ▪ Limpeza ▪ Resistência a abrasão, ao choque e ao desgaste ▪ Textura superficial ▪ Forma das partículas ▪ Absorção de água ▪ Sanidade ▪ Adesividade ▪ Massa específica real, aparente e efetiva Fonte: Andrade (2010) Agregados – ensaios indispensáveis • Análise Granulométrica (DNER-ME 083/98); • Ensaio de compactação (DNIT 164/2013-ME) e Índice de Suporte Califórnia (DNER-ME 049/94) • Determinação da massa específica aparente “in situ” com emprego do frasco de areia (NBR 7185); • Ensaio do equivalente de areia (DNER-ME 054/97); • Ensaio de abrasão Los Angeles (DNER-ME 035/98); • Determinação das deflexões pela viga Benkelman (DNER-ME 024/94). Agregado tratado com cimento • Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos (NBR 5739). Exemplo de Frações Típicas de Agregados utilizados em Misturas ( BGS ou CBUQ) Fonte: Andrade (2010) CLASSIFICAÇÃO DAS CURVAS CONTÍNUAS Graduação aberta Bem graduado / sem finos Percentual de vazios > 30% 0,55 < n < 0,75 Graduação densa Bem graduado / quantidade suficiente de finos Baixo percentual de vazios 0,35 < n < 0,55 Graduação uniforme Mau graduado / diâmetro máximo e mínimo muito próximos Elevado percentual de vazios n > 0,75 “Permeabilidade” Tamanho e Graduação Fonte: Andrade (2010) Equivalente de Areia (EA) Tem por finalidade a identificação de finos plásticos no agregado miúdo. Colocar o material na proveta com solução padronizada; deixar em repouso; agitar; ler a altura da suspensão (h1) e da sedimentação (h2). Para misturas asfálticas, EA > 55%. Agregado Sedimentad Argila em suspensão Solução Floculad Proveta graduada Leitura da suspensão h1 Leitura da sedimentação h2 Fonte: Andrade (2010) A perda por abrasão Los Angeles consiste em submeter cerca de 5.000g de agregado a 500 até 1.000 revoluções no interior do cilindro de uma máquina Los Angeles (v = 33 rpm). 10 esferas padronizadas de aço são adicionadas ao agregado, causando um efeito danoso. Perda por Abrasão Parâmetro fundamental em Tratamentos Superficiais e Britas Graduadas. LA = Perda por abrasão Los Angeles (%) mi = massa inicial (mat.retido na # n˚ 8) mf = massa final (mat. Retido na # n˚ 12) Bases – LA 50% Revestimentos - LA 40% Fonte: Andrade (2010) Dimensionamento Determinar as espessuras das camadas que formam o pavimento. Determinar os tipos de materiais a serem utilizados em sua construção. Fonte: Ignácio (2017) Estrutura é capaz de suportar um volume de tráfego preestabelecido, nas condições climáticas locais, oferecendo um desempenho desejável para suas funções. Dimensionamento São três os tipos básicos de ruptura que permeiam os critérios de dimensionamento. ✓ A estrutura do pavimento não mais suporta adequadamente as cargas aplicadas e apresenta excessiva deformabilidade plástica, o que caracteriza uma ruptura plástica e estrutural. ✓ A ruptura de natureza estrutural mais explícita em muitos métodos é a ruptura por fadiga. Fonte: Ignácio (2017) Dimensionamento ✓ Quando o pavimento não serve mais ao usuário, em termos de conforto e segurança ao rolamento, independentemente da existência de problemas de ordem estrutural, fica caracterizada uma ruptura de natureza funcional ou operacional. Fonte: Ignácio (2017) Método do DNER ✓ Variante do critério de dimensionamento do CBR, simulando os efeitos de repetições de carga de um eixo-padrão de 18.000 libras (80 kN). ✓ O método do DNER é utilizado em todo o território nacional, não só para projeto de rodovias federais, mas como padrão para a concepção de métodos regionais e municipais. ✓ Definidos valores do CBR do subleito e da camada de reforço do subleito (caso se utilize), o dimensionamento é realizado com base em ábaco específico do método. ✓ Deve-se salientar ainda que, para as camadas de base e sub- base, são exigidos valores mínimos de CBR de, respectivamente, 80% e 20%. Fonte: Ignácio (2017) Método do DNER ✓ O método de dimensionamento de pavimentos flexíveis do DNER fornece a espessura equivalente de material granular que deve ser utilizada sobre o subleito regularizado e compactado. Fonte: Ignácio (2017) Esta espessura é função: - do N (númerode repetições) de carga do eixo padrão 82 kN. - do CBR das camadas de base, sub-base, reforço e do próprio subleito compactado. Método do DNER Fonte: Ignácio (2017) Coeficientes de equivalência estrutural ✓ Para o cálculo das espessuras das camadas da estrutura do pavimento, são adotados os coeficientes de equivalência estrutural com base nos resultados obtidos na pista da AASTHO, com algumas modificações a favor da segurança. ✓ Os coeficientes de equivalência estrutural são empíricos e se referem à qualidade relativa dos diferentes materiais para resistirem aos esforços do tráfego. Fonte: Ignácio (2017) Espessura do revestimento asfáltico ✓ A espessura mínima do revestimento asfáltico é pré-definida, em função do número de repetições do eixo padrão. Fonte: Ignácio (2017) Especificações complementares ✓ O método do DNER de 1966 especifica as bases com CBR mínimo de 60% e atualmente este valor é de 80%, com expansão menor ou igual 0,5%. A plasticidade do material de base também é limitada, com LL ≤ 25 e IP ≤ 6. ✓ Admitem-se bases com CBR ≥ 40% para rodovias com N < 106 repetições do eixo padrão no método DNER-1966 e atualmente se recomenda o mínimo de 60%. ✓ O material da sub-base deve apresentar um CBR mínimo de 20%, com expansão menor ou igual a 1,0%. ✓ O material do reforço do subleito deve apresentar um CBR maior que o do subleito, com expansão menor ou igual a 2,0%. ✓ Recomenda-se a troca de solo do subleito quando CBR ≤ 2%. ✓ A espessura mínima das camadas granulares é de 10 cm e máxima de 20 cm. ✓ Se o número N exceder 107, recomenda-se a majoração de H20, adotando-se 1,2 H20. Fonte: Ignácio (2017) AVALIAÇÕES O objetivo principal da pavimentação é garantir a trafegabilidade em qualquer época do ano e condições climáticas, e proporcionar aos usuários conforto ao rolamento e segurança. O desafio de projetar um pavimento reside no fato, portanto, de conceber uma obra de engenharia que cumpra as demandas estruturais e funcionais. Aliado a esses dois objetivos, o pavimento deve ainda ser projetado da forma mais econômica possível, atendendo as restrições orçamentárias. Fonte: BERNUCCI et al., 2006. Do ponto de vista do usuário, o estado da superfície do pavimento é o mais importante, pois os defeitos ou irregularidades nessa superfície são percebidos uma vez que afetam seu conforto. Quando o conforto é prejudicado, significa que o veículo também sofre mais intensamente as conseqüências desses defeitos, que acarretam maiores custos operacionais, relacionados a maiores gastos com peças de manutenção dos veículos, com consumo de combustível e de pneus, com o tempo de viagem, etc. Conceitos gerais Fonte: BERNUCCI et al., 2006. AVALIAÇÃO FUNCIONAL A avaliação funcional de um pavimento relaciona-se à apreciação da superfície dos pavimentos e como este estado influencia no conforto ao rolamento. Palavras-chave: conforto ao rolamento, condição da superfície, interação pneu-pavimento, defeitos e irregularidades. Fonte: BERNUCCI et al., 2006. O VSA do pavimento diminui com o passar do tempo por dois fatores principais: o tráfego e as intempéries. Serventia É aconselhável um plano estratégico de intervenções periódicas, envolvendo também manutenção preventiva, de modo a garantir um retardamento do decréscimo das condições de superfície. Fonte: BERNUCCI et al., 2006. Com o aprimoramento das técnicas construtivas, é possível obter nos dois tipos de pavimento valores iniciais mais próximos da nota 5. Portanto, o VSA, logo após o término da construção do pavimento, depende muito da qualidade executiva e das alternativas de pavimentação selecionadas. Avaliação Funcional – Irregularidade longitudinal A irregularidade longitudinal é o somatório dos desvios da superfície de um pavimento em relação a um plano de referência ideal de projeto geométrico que afeta a dinâmica do veículo, o efeito dinâmico das cargas, a qualidade ao rolamento e a drenagem superficial da via. Existe um índice internacional para a medida da irregularidade, designado de IRI – international roughness index (índice de irregularidade internacional) que é um índice estatístico, expresso em m/km, que quantifica os desvios da superfície do pavimento em relação à de projeto. Fonte: BERNUCCI et al., 2006. AVALIAÇÃO FUNCIONAL Defeitos de Superfície As patologias, ou defeitos de superfície, são os danos ou deteriorações na superfície dos pavimentos asfálticos que podem ser identificados a olho nu e classificados segundo uma terminologia normatizada (DNIT 005/2003-TER-DNIT, 2003a). Definição de patologia Fonte: Fonseca (2016) & BERNUCCI et al., 2006). Os defeitos de superfície podem aparecer precocemente (devido a erros ou inadequações) ou a médio ou longo prazo (devido à utilização pelo tráfego e efeitos das intempéries). Entre os erros ou inadequações que levam à redução da vida de projeto, destacam-se os seguintes fatores, agindo separada ou conjuntamente: - erros de projeto; - erros ou inadequações na seleção, na dosagem ou na produção de materiais; - erros ou inadequações construtivas; - erros ou inadequações de conservação e manutenção. Trincas por fadiga Série de pequenos blocos e estão relacionadas com as repetidas deformações provocadas pelas cargas do tráfego, aliadas à existência de uma ou mais camadas instáveis. É um dos principais defeitos que ocorrem nos pavimentos flexíveis. Fonte: Yoshizane (2006) & Fonseca (2016). Trincas em blocos Trincas conectadas formando uma série de grandes blocos, aproximadamente retangulares. Podem ser provocadas por mudança de volume na mistura asfáltica do revestimento, na base ou no subleito. As causas podem estar associadas a variações no volume de misturas asfálticas com agregados finos e elevado teor de asfalto muito viscoso. A ausência de tráfego também acelera a evolução das trincas em blocos, pois o remoldamento diminui a velocidade de envelhecimento do revestimento. Fonte: Yoshizane (2006) & Fonseca (2016). Trincas nos bordos As trincas nos bordos são formadas longitudinalmente, a uma distância média de 30 cm da extremidade lateral do pavimento. Podem ocorrer, eventualmente, ramificações em direção ao acostamento. Geralmente são causadas por falta de adequado confinamento lateral do acostamento. Também podem ser causadas por adensamento ou ruptura plástica do material das camadas sob a área trincada, em virtude de drenagem ineficiente ou inexistente. Fonte: Yoshizane (2006) & Fonseca (2016). Trincas longitudinais Trincas longitudinais são trincas predominantemente paralelas ao eixo, que ocorrem nas juntas longitudinais de faixas de tráfego contíguas. São causadas, geralmente, por ligação inadequada entre camadas lançadas consecutivamente para formar as faixas de tráfego. Fonte: Yoshizane (2006) & Fonseca (2016). Trincas transversais Trincas transversais são trincas que atravessam toda a pista perpendicularmente ao eixo, causadas por contração do revestimento e, eventualmente, também da base e sub- base. Fonte: Yoshizane (2006) & Fonseca (2016). Panelas Panelas são cavidades de diversos tamanhos que ocorrem no revestimento resultantes de uma desintegração localizada. Esses pontos de fraqueza do pavimento, geralmente causados por aplicação insuficiente de asfalto ou por ruptura da base associada a uma drenagem deficiente, evoluem, sob a ação do tráfego e em presença de água, da fragmentação até a remoção de partes do revestimento e da base. Podendo ou não atingir camadas subjacentes Fonte: Yoshizane (2006) & Fonseca (2016). Depressão Depressão é uma concavidadeno pavimento, isto é, uma porção localizada do revestimento, situada em nível pouco mais baixo que o nível médio da superfície que a rodeia. Fonte: Yoshizane (2006) & Fonseca (2016). As leves depressões somente são perceptíveis após uma chuva, com o aparecimento de poças d’água. As depressões são criadas por defeitos de construção ou são causadas por recalque do terreno de fundação ou de aterro. Deformação permanente nas trilhas de roda A deformação permanente é um tipo de distorção que se manifesta sob a forma de depressões longitudinais, sendo decorrente da densificação dos materiais ou de ruptura por cisalhamento. As distorções resultam, geralmente, da compactação deficiente das camadas do pavimento, excesso de finos na mistura asfáltica, excesso de ligante asfáltico e expansão ou contração das camadas inferiores (mal compactados (densificação) ou com baixa estabilidade). A deformação permanente também é um dos principais defeitos encontrados nos pavimentos flexíveis. Fonte: Yoshizane (2006) & Fonseca (2016). Corrugação A corrugação é uma distorção caracterizada pela formação de ondulações transversais na superfície do pavimento asfáltico. Fonte: Yoshizane (2006) & Fonseca (2016). Ocorre em locais que apresentam elevados esforços tangenciais, evidenciando uma mistura instável em virtude de problemas de dosagem, como por exemplo, excesso de asfalto, ligante pouco viscoso e mistura com excesso de agregados finos, lisos ou arredondados, ou de problemas construtivos, como por exemplo, excesso de umidade, fraca ligação entre base e revestimento e cura insuficiente das misturas produzidas com emulsões asfálticas ou asfaltos diluídos A exsudação (EX) é caracterizada pelo surgimento de ligante em abundância na superfície, como manchas escurecidas, decorrente em geral do excesso do mesmo na massa asfáltica. Exsudação A exsudação é caracterizada por excesso de ligante asfáltico na superfície do pavimento, comprometendo a segurança ao diminuir o coeficiente de atrito pneu- pavimento. Desagregação A desagregação é caracterizada pela corrosão do revestimento do pavimento em virtude da perda da adesão asfalto-agregado, isto é, pela não adesividade do cimento asfáltico ao agregado. Fonte: Yoshizane (2006) & Fonseca (2016). É motivada por quebra ou inexistência do vínculo entre o agregado e o cimento asfáltico, devido à presença de poeira ou de agregado sujo; execução da obra em condições meteorológicas desfavoráveis e permanência de água na superfície do pavimento, o que provoca a remoção do asfalto pela água e pelo vapor d’água. A pesar de não acarretarem prejuízo nos indicadores do tipo IGG, são também importantes e devem ser considerados para uma análise da solução de restauração: escorregamento do revestimento asfáltico, polimento de agregados, bombeamento de finos, trincas distintas das anteriores como trincas de borda próximas aos acostamentos e parabólicas, falhas do bico espargidor, desnível entre pista e acostamento, marcas impressas na superfície – marcas de pneus, empolamento ou elevações por expansão ou raízes de árvores, entre outros. Outros defeitos Fonte: BERNUCCI et al., 2006. IGG O DNIT 006/2003 – PRO (DNIT, 2003b) estabelece um método de levantamento sistemático de defeitos e atribuição do Índice de Gravidade Global (IGG), que poderá ser empregado em projetos de reforço. Para o levantamento dos defeitos são utilizadas planilhas para anotações das ocorrências, material para demarcação de estacas e áreas da pesquisa, e treliça. Exemplo de treliça, com haste móvel central, capaz de medir os afundamentos com a precisão de 0,5mm. Fonte: BERNUCCI et al., 2006. As estações são inventariadas nas rodovias de pista simples a cada 20m, alternados entre faixas, portanto, em cada faixa a cada 40m; nas rodovias de pista dupla, a cada 20m, na faixa mais solicitada pelo tráfego, em cada uma das pistas. A superfície de avaliação corresponde a 3m antes e 3m após cada uma das estacas demarcadas, totalizando em cada estação uma área correspondente a 6m de extensão e largura igual a da faixa a ser avaliada. amostral Fonte: BERNUCCI et al., 2006. IGG Ele é um indicador das condições do pavimento e apresenta cinco conceitos diferentes de acordo com os valores finais calculados. Fonte: BERNUCCI et al., 2006. AVALIAÇÃO ESTRUTURAL A avaliação estrutural, por sua vez, está associada ao conceito de capacidade de carga, que pode ser vinculado diretamente ao projeto do pavimento e ao seu dimensionamento. Os defeitos estruturais resultam especialmente da repetição das cargas e vinculam-se às deformações elásticas ou recuperáveis e plásticas ou permanentes. Fonte: BERNUCCI et al., 2006. Avaliação estrutural - Conceito As deformações elásticas (“deflexão”) são responsáveis pelo surgimento da maioria dos trincamentos ao longo da vida do pavimento, e que podem levar à fadiga do revestimento. As deformações plásticas são acumulativas durante os anos de vida de um pavimento e resultam em defeitos do tipo afundamento localizado ou nas trilhas de roda, medidos por meio de treliça normatizada. Fonte: BERNUCCI et al., 2006. A avaliação estrutural de um pavimento pode ser feita por métodos: destrutivo, semidestrutivo ou não-destrutivo. Destrutivo - abertura de trincheiras ou poços de sondagem - recolher amostras e realizar ensaios de capacidade de carga in situ. Poucos pontos = representativos. Semidestrutivo - aberturas menores de janelas - instrumento portátil de pequenas dimensões – ex. cones dinâmicos de penetração. Não-destrutivo - em grandes extensões de pistas e com possibilidade de inúmeras repetições no mesmo ponto – ex. deflexão. Métodos de Avaliação estrutural Fonte: BERNUCCI et al., 2006. TÉCNICAS DE RESTAURAÇÃO ASFÁLTICA Para a definição de alternativas de restauração é necessário o estudo da condição do pavimento existente (avaliações funcional e estrutural). As avaliações fornecem dados para análise da condição da superfície do pavimento e de sua estrutura e também para a definição das alternativas de restauração apropriadas. Para se fazer essa análise de alternativas de restauração, em geral, definem-se segmentos homogêneos. Fonte: BERNUCCI et al., 2006. Técnicas de Restauração de Pavimentos com Problemas Funcionais Para a correção de defeitos funcionais superficiais, antecedidos ou não por uma remoção de parte do revestimento antigo por fresagem, isolados ou combinados, são empregados: • lama asfáltica (selagem de trincas e rejuvenescimento); • tratamento superficial simples ou duplo (selagem de trincas e restauração da aderência superficial); • microrrevestimento asfáltico a frio ou a quente (selagem de trincas e restauração da aderência superficial quando existe condição de ação abrasiva acentuada do tráfego); • concreto asfáltico (quando o defeito funcional principal é a irregularidade elevada); • mistura do tipo camada porosa de atrito, SMA ou misturas descontínuas (para melhorar a condição de atrito e o escoamento de água superficial). Fonte: BERNUCCI et al., 2006. Intervenção de restauração de maior magnitude. As combinações de técnicas geralmente utilizadas para restauração são: • reperfilagem com concreto asfáltico tipo massa fina + camada porosa de atrito; • microrrevestimento asfáltico + camada porosa de atrito (o microrrevestimento tem função de reduzir a reflexão de trincas e impermeabilizar o revestimento antigo); • remoção por fresagem + reperfilagem com concreto asfáltico tipo massa fina + microrrevestimento (quando a superfície antiga apresenta grau elevado de trincamento e/ou desagregação e existecondição de ação abrasiva acentuada do tráfego); Técnicas de Restauração de Trincas isoladas Fonte: BERNUCCI et al., 2006. • remoção por fresagem + reperfilagem com concreto asfáltico tipo massa fina + tratamento superficial simples + microrrevestimento a frio (quando a superfície antiga apresenta grau elevado de trincamento e a superfície nova necessita de melhor condição de rolamento, proporcionada pelo microrrevestimento, e de liberação da pista com menor arrancamento de agregados possível); • remoção por fresagem + reperfilagem com concreto asfáltico tipo massa fina + camada porosa de atrito (quando a superfície apresenta grau elevado de trincamento e/ou desagregação e existe necessidade de boa aderência e escoamento superficial); • remoção por fresagem + microrrevestimento asfáltico + camada porosa de atrito (quando a superfície apresenta grau elevado de trincamento e/ou desagregação. O microrrevestimento tem a função de reduzir a reflexão de trincas e impermeabilizar a camada antiga, e a camada porosa de atrito a de aderência e escoamento superficial). Técnicas de Restauração de Trincas isoladas Fonte: BERNUCCI et al., 2006. Considerações sobre o Trincamento por Reflexão As trincas por reflexão surgem acima de juntas ou trincas existentes em camadas de revestimento antigo. A reflexão de trincas é mais crítica em situações de temperaturas mais baixas, devido ao enrijecimento do revestimento asfáltico, bem como de elevado volume de tráfego ou de grande magnitude de cargas. A reflexão se dá normalmente de baixo para cima no recapeamento. Fonte: BERNUCCI et al., 2006. Fonte: BERNUCCI et al., 2006. Camadas intermediárias de alívio de tensões São camadas executadas na superfície de um revestimento antigo deteriorado e sobre a qual será executado um recapeamento. Essas camadas intermediárias, chamadas de SAMI (stress absorbing membrane interlayer, atua dissipando movimentos e tensões em trincas e juntas de severidade baixa a média. Fonte: BERNUCCI et al., 2006. Camadas de dissipação de trincas São camadas granulares com poucos finos e agregados com diâmetro máximo de 75mm, granulometria aberta e podem ser misturadas com pequeno teor de ligante asfáltico, tipicamente um pré-misturado a quente, que são executadas sobre o revestimento antigo deteriorado. Sobre ela é executada uma camada de recapeamento asfáltico. Propiciam volume de vazios elevados que efetivamente interrompem a propagação das trincas, mesmo aquelas sujeitas a grandes movimentos. São executadas em espessuras mínimas de 100mm. Fonte: BERNUCCI et al., 2006. Espessura de recapeamento aumentada O aumento da espessura de recapeamento não previne a ocorrência de trincas por reflexão, mas reduz a velocidade de propagação e a severidade das trincas refletidas por reduzir os esforços de flexão e cisalhamento sob carga e também por reduzir a variação de temperatura na camada de revestimento. Sua relação custo-benefício deve ser considerada em relação a outras técnicas. Fonte: BERNUCCI et al., 2006. Reciclagem do revestimento existente A reciclagem de revestimento antigo deteriorado é uma alternativa utilizada para reduzir ou eliminar camadas com trincas com potencial de reflexão. Se houver também necessidade de aumento da capacidade de suporte, segue-se à reciclagem uma nova camada de rolamento. A reciclagem pode ser realizada somente com os materiais existentes fresados mais adição de agentes rejuvenescedores e/ou ligantes asfálticos novos, ou ainda com incorporação de agregado para correção granulométrica, de espuma de asfalto ou de emulsões asfálticas e até de cimento Portland. Fonte: BERNUCCI et al., 2006. Emprego de revestimentos asfálticos com ligantes modificados Podem ser confeccionadas misturas asfálticas com ligantes modificados por polímeros ou borracha moída de pneus que apresentem baixa rigidez (valores de módulo de resiliência mais baixos que os usuais) visando menor absorção de tensões e consequente retardamento da ascensão das trincas de reflexão. Também é possível executar-se uma camada de nivelamento fina (com agregados passantes na peneira 3/8”) com ligante modificado, que funcionaria como uma camada de dissipação parcial de trincas e, em seguida, aplicar-se um novo revestimento com ligante modificado. Esta é uma alternativa que visa retardar o aparecimento de trincas através da aplicação de revestimentos delgados com ligantes modificados. Fonte: BERNUCCI et al., 2006. Recuperação de Panelas Será executado através de um corte reto no revestimento (normalmente formando um retângulo), formando um ângulo de 90º com a superfície, mas evitando o desmoronamento do revestimento. Em seguida será imprimado todo o local, inclusive nas bordas do corte (1 metro a partir delas é, geralmente, suficiente) para selar trincas e depois será aplicado novo pavimento asfáltico, para a recuperação superficial, ou, no caso de recuperação profunda, todas as camadas do pavimento. Pode ser feita por meio de remendos, desde que bem executados. Fonte: Mota, 2017 Pavimentos Rígidos 123 Sub-base 124 Vantagens Menor distância de frenagem 125Fonte ABCP – Eng. Abdo Hallack Vantagens 126 Tipos de Pavimentos Rígidos 127 128 Fonte: Adaptado de ABCP – Eng. Abdo Hallack 129 Fonte ABCP – Eng. Abdo Hallack 130 Sistemas de transferência de carga 131 132 Fonte ABCP – Eng. Abdo Hallack 133 Fonte ABCP – Eng. Abdo Hallack Pavimento de concreto protendido 134 Dimensionamento 135 Fonte ABCP – Eng. Abdo Hallack 136 Método PCA 84 Metodologia da PCA (1984) – Portland Cement Association – 137 Dimensionamento PCA/84 138 139 Concreto Fonte ABCP – Eng. Abdo Hallack 140 Fonte: ABCP – Eng. Abdo Hallack 141 Fonte: ABCP – Eng. Abdo Hallack 142 Fonte: ABCP – Eng. Abdo Hallack 143 Fonte: ABCP – Eng. Abdo Hallack 144 Fonte: ABCP – Eng. Abdo Hallack 145 Fonte: ABCP – Eng. Abdo Hallack 146 Fonte: ABCP, 2008 Conforto de Rolamento 147 Perfilógrafo Califórnia: Equipamento que serve para medir a irregularidade longitudinal de pavimentos de concreto e asfálticos em fase de construção, sendo também o equipamento empregado pela maioria dos Departamentos Estaduais de Transporte (DOT) americanos. Fonte: ABCP, 2008 148Fonte: ASTM 950-98(2004)
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