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Artigo publicado na edição 2 w w w . r e v i s t a m u n d o l o g i s t i c a . c o m . b r j a n e i r o e f e v e r e i r o d e 2 0 0 8 Assine a revista através do nosso site Como conduzir o processo de conguração e implementação de um WMS para extrair ganhos da ferramenta. tualmente, o “pano de fundo” na operação das empresas é a pressão constante por uma maior eficácia na gestão dos recursos (materiais, finan- ceiros e humanos). Neste mercado em que a competiti- vidade busca por produtividade e nível de serviço aos clientes (internos e externos), pressão por diminuição de margens, aumento de concorrência e globalização fazem parte do cotidiano das empresas, a área de Logística, uma das mais dinâmicas das empresas, busca incessantemen- te modelos e ferramentas de apoio. Numa logística cujo foco é a integração e gerencia- mento dos recursos, com o propósito de atender às cres- centes exigências de qualidade dos clientes, a informa- ção passa a se tornar essencial neste modelo. A conseqüência é a grande procura por ferramentas WMS (Warehouse Management System) e implementa- ção da mesma em empresas dos mais variados portes e áreas de atuação, objetivando informações ágeis e con- fiáveis. Ricardo Montagna (ricardo@inovatech.com.br): diretor- executivo da Inovatech, empresa especializada em soluções de TI para Logística e criadora do WMS Inovatech. É formado em Administração de Empresas pela FEA-USP. Possui 15 anos de experiência no desenvolvimento e implementação de soluções WMS. Este artigo procura definir como a implantação de uma solução tecnológica para Gerenciamento de Depósitos solidifica processos operacionais, otimiza a utilização dos recursos e fornece informações gerenciais para direcionamento das operações de movimentação e armazenagem, minimizando os riscos inerentes a uma implementação deste tipo. WMS: Vantagens e Riscos na Implementação : : TI em Logística t XXX�SFWJTUBNVOEPMPHJTUJDB�DPN�CS10 Figura 1. Visão macro. O que é um WMS? 5*�FN�-PHÓTUJDB�t�8.4��7BOUBHFOT�F�3JTDPT�OB�*NQMFNFOUBÎÍP� Mas a!nal de contas o que é um WMS? O que ele deve abranger? In- dependentemente de sua conceitua- ção acadêmica, o WMS é um software que busca suportar o processo ope- racional de movimentação e armaze- nagem, observando as variáveis que estarão sob sua responsabilidade: espaço, operadores, equipamentos e produtos, integrado com os demais sistemas da empresa. O WMS utiliza a parametrização feita pelo gestor para, de uma maneira integrada e de acordo com políticas prede!nidas, gerenciar da maneira mais e!ciente os recursos. Ao !nal, todo este controle deve ser explicitado na forma de indicadores da operação. É importante destacar que uma fer- ramenta WMS pode otimizar o negócio da empresa em duas grandes frentes: redução de custos com a melhoria da e!ciência de todos os processo ope- racionais e aumento da qualidade dos serviços aos clientes via redução de er- ros e falhas de separação, inventários e atendimento de demandas. Visão macro Antes de implementarmos algo que não atenda às expectativas da em- presa, quer por ser um “elefante bran- co” de altíssima complexidade ou uma ferramenta simples de controle de es- toque que se autodenomina WMS, de- vemos elaborar uma análise detalhada dos processos para identi!cação das melhorias, respeitando as característi- cas próprias de cada empresa. Numa solução-padrão de WMS, a visão macro do software deve abran- ger os seguintes aspectos: A) Controle de portaria Identi!cação de transportador, motorista, veículo. Controle de pátio e direcionamento às docas. Possibilida- de de controle de agendamento via janelas de transportadoras. B) Recebimento Conferência cega de entrada, montagem de norma de paletização, etiquetas de identi!cação. Suporte à cross docking e qualidade/quarentena. C) Armazenagem Endereçamento automático levando em consideração classe ABC de movimen- tação, restrições de armazenagem, peso, volume, famílias de produto, etc. D) Separação Geração de ondas de separação otimizando deslocamentos por zona de en- trega, transportador, cliente preferencial, etc. Utilizar os conceitos de FEFO (a vencer primeiro), FIFO (entrou primeiro). Identi!car caracteristica de produtos (miudeza, grandezas) para quebra de tarefas de separação. E) Reabastecimento de áreas Reabastecer automaticamente os endereços de picking mediante parametri- zação de ocupação. F) Expedição Conferência cega de saída, emissão de etiquetas de despacho, check-out. G) Inventários Inventários geral, rotativo. H) Fiscal (se operação de armazenagem geral) Emissão de NFs de retorno de armazenagem, livros !scais de armazenagem, sintegra, etc. I) Integração com ERP Integração automatizada com ERP via banco de dados ou arquivos-texto para cadastros, troca de status de produtos e ajustes de quantidades. J) Indicadores (KPIs) Índice de separação, peso movimentado, avarias, OTIF, etc. K) Coleta de dados Via coletores de RF (código de barras) ou mapas em papel "OP���t�FEJÎÍP�� 11 Um ponto primordial neste estudo é a distribuição de tempo do operador (!gura 3). A avaliação de que o tempo empregado pelos operadores representa a concretização de tarefas com produtividade é fundamental. Ou seja, uma ferra- menta apoiada em processo operacional bem desenhado que identi!que onde e quanto buscar de mercadoria, otimizando deslocamentos e tempos ociosos, permite redução de custos consideráveis. Separ. Pedidos 55% Recebim. 10% Expedição 20% Estocagem 15% Figura 2. Custos operacionais no armazém Dessa forma, !ca claro que a solução WMS permite uma análise de viabilidade bastante positiva na medida em que conseguimos reduzir horas extras e retra- balhos, identi!cando a produtividade dos operadores. Os custos de inventário, falhas e perdas, di!culdades no controle de vida útil dos produtos também são reduzidos, passando o gestor a dispor de mais tempo para evoluções na opera- ção ao invés de “apagar os incêndios”. Benefícios Pesquisa efetuada pelo Gartner Group aponta que a utilização de uma fer- ramenta WMS proporciona em média um ganho de espaço entre 10% a 20%, redução de inventários de 50% em 3 anos e uma acuracidade de estoques na faixa dos 99,5%. Essas informações re&etem os inú- meros benefícios trazidos pelo softwa- re, como o aumento da densidade de estocagem otimizando os espaços, ra- cionalização dos percursos dos opera- dores, redução de papéis na operação, facilidade na localização dos produtos considerando seus prazos de validade e entrada, melhoria signi!cativa da acu- racidade de inventários, planejamento dos recursos (pessoal, espaço e equipa- mentos) e aumento da produtividade suportando inclusive políticas de remu- neração variável. Os armazéns se tornam aptos a assi- milar sem maiores impactos os serviços adicionais diferenciados solicitados, apoiando !rmemente o processo de aumento de valor agregado ao cliente. A análise de viabilidade de execu- ção de um projeto de implantação de WMS passa pela clara oportunidade de preparo do armazém para momentos futuros de expansão de vendas, re- dução de tempo de atendimento e a conseqüente melhora na imagem da empresa como um todo, as possíveis reduções de custo propiciadas na ge- ração de papéis, excesso de pessoas na operação e na retaguarda em função da necessidade de controle não automati- zado, diminuição dos tempos e com a auditoria do que foi feito, sem contar as trágicas perdas de vendas porfalta de produtos que se imaginava ter ou a desnecessária manutenção de produ- tos obsoletos ou avariados no estoque. O resultado e grande benefício para os gestores é um “cockpit” de in- dicadores da operação. O controle de toda a produtividade dos recursos são exibidos avalisando as políticas e pro- cessos de!nidos anteriormente. Com as informações em tempo real de toda a operação, o gestor consegue veri!car Outros Espera Coleta Busca Deslocamento 5% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 10% 15% 20% 50% Figura 3. Tempo do operador. XXX�SFWJTUBNVOEPMPHJTUJDB�DPN�CS�� 5*�FN�-PHÓTUJDB�t�8.4��7BOUBHFOT�F�3JTDPT�OB�*NQMFNFOUBÎÍP� Alguns números Um dos grandes problemas para a implementação de qualquer software é a justi!cativa da necessidade desta automação. Atualmente, os custos inerentes ao processo de movimentação e armazenagem representam em torno de 30% do custo logístico total e sua participação vem crescendo nos últimos anos. Além disso, se analisarmos a distribuição dos custos operacionais no arma- zém (!gura 2), !ca claro a importância de ferramentas de controle que gerenciem estas tarefas para execução das mesmas com a maior precisão e e!ciência. 5*�FN�-PHÓTUJDB�t�8.4��7BOUBHFOT�F�3JTDPT�OB�*NQMFNFOUBÎÍP� Processo de implantação Após o sinal verde para início dos trabalhos de implantação, o foco deve ser direcionado para a revisão de to- dos os processos, com o objetivo de identi!car o que deve ser mantido, o que deve ser alterado e o que deve ser eliminado. A implantação de um software deste porte passa primeiramente pela de!nição de um projeto, com um es- copo claro do que queremos atingir e quais as responsabilidades de todos. A determinação de usuários-chave é fundamental, pois estes serão respon- sáveis pelo sucesso do projeto e se tor- narão os multiplicadores internos. Es- tes usuários devem ser componentes de uma equipe multiárea na empresa (Logística, Diretoria, Fiscal, etc.) e in- tegrada com a equipe de TI interna e com os responsáveis do forncedor ex- terno da ferramenta. Esta equipe fará todo estudo de integração do WMS com os softwares existentes, bem como um levantamento de todos os recursos necessários para a implanta- ção (pessoal, hardware, etc.). Porém, a grande responsabilidade desta equipe é determinar as etapas do projeto com seus respectivos pontos de checagem e quais os resultados esperados com a adoção do WMS. Di"culdades e erros O que se veri!ca, porém, é que após todo planejamento de imple- mentação, alguns pontos devem ser cuidadosamente observados para uma correção de rumo, caso necessá- rio. São di!culdades que existem na implantação e que se não sanados Conclusão Fica claro por tudo que foi destacado o potencial que uma ferramenta WMS pode trazer à empresa que o implanta: gerenciamento de recursos, redução de cus- tos, aumento de nível de serviço ao cliente, indicadores da operação, produtividade em tempo real. Porém, como todo software ou aparato tecnológico, o WMS é uma ferramenta. E as ferramentas servem para apoiar um processo bem de!nido cuja palavra-chave é planejamento. Não deixe de investir no planejamento do projeto como um todo, pois o mesmo é a fronteira entre um WMS bem implantado, com informações de qualidade e maximização de todos os ganhos oferecidos e um pro- duto que oferece somente parte básica de todo o seu potencial. os resultados, e antecipando possíveis pontos problemáticos e tendências, di- recionar recursos e tormar medidas cor- retivas e principalmente preventivas. podem levar ao fracasso total de todo esforço até então empregado. Algumas di!culdades e erros comuns são: a) a tentação da mudança de escopo do projeto durante sua execução − Aque- la “oportunidade” de aproveitar a implantação do WMS para tentar sanar de uma só vez outros problemas que muitas vezes nada têm a ver com o mesmo. Este erro, acompanhado de cronogramas irreais, ou da oportunidade de “au- tomatizar o errado”, incapacitam a implantação e a deixam sem um !m; b) falta de acompanhamento da diretoria, equipes gerenciais, operacionais e de TI no processo de implantação, além da não-criação dos multiplicadores internos. Todos estes trarão o suporte que uma implantação deste porte ne- cessita. Vale destacar também a importância de TI estar presente fortemente na integração entre sistemas. Apesar do aumento nas facilidades destas in- tegrações no aspecto técnico, uma grande preocupação deve ser observada nos testes de qualidade; c) não envolver os formadores de opinião da equipe operacional em fases do projeto − Além de permitir que se discuta detalhes da operação que, mui- tas vezes, só os operadores conhecem e que vão precisar de solução técni- ca, resolve possíveis resistências ao processo de implantação. É fundamental mostrar ao pessoal operacional a importância que os mesmos possuem na implantação do WMS e “vender” o processo do WMS aos mesmos; d) não elaborar treinamentos adequados ou em tempos insatisfatórios. Se para qualquer mudança de processo ou implantação de software as etapas de trei- namento e acompanhamento são fundamentais, num trabalho de implanta- ção de WMS tornam-se os “divisores de águas” entre o sucesso e o fracasso do projeto. A integração entre físico e lógico é total e se o operador não seguir o processo desenhado, di!cilmente se extrai os resultados esperados; e) a auditoria de todos os resultados obtidos nos pontos de checagem é im- portante para eventuais ajustes de rota, cobrança de responsabilidades ou manutenção do rumo adotado. Não fazer esta tarefa é correr o risco de chegar ao !nal do projeto com algo que não era o objetivo esperado. : : Referências Banzato, Eduardo – Warehouse Management System: São Paulo (IMAM) Neves, Marco Antonio – Gestão de Alta Performance em Arma- zéns (Tigerlog) "OP���t�FEJÎÍP�� 13
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