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Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 1 1 Querido estudante! O conteúdo desta aula foi inserido com o lançamento do novo edital! Desejo-lhe sucesso e êxito em seus estudos e uma excelente assimilação dos conteúdos. Que tenha sempre uma mente ILUMINADA! Nesta aula abordaremos o conteúdo Princípios Orçamentários. Este assunto geralmente visita as provas de concursos. Estude esta nota de aula com bastante atenção e aproveite a oportunidade para adquirir conhecimentos suficientes para ganhar preciosos pontos e aprender esse assunto porque é um tópico tranquilo de ser assimilado (“digerido”). Procure estímulo para estudar! Está satisfeito com o cargo ou emprego atual? Se a resposta for não, “chute o balde”! Só seu esforço tirará você dessa situação e verá que valeu a pena. Atenção! 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Sabe-se que a grande maioria das pessoas desiste dos seus sonhos quando já estão a um passo da conquista. Desistem muitas vezes por muito pouco, pois é mais fácil desistir do que prosseguir. Desistem dos estudos, do objetivo perseguido por muito tempo ou de um grande sonho, do trabalho, dos projetos, etc. Pense um pouco, neste momento, quantas coisas você deixou de fazer, no ano que passou? Tenho certeza de que devem ser várias. Eu pergunto, por que você não fez? O que lhe impediu para conseguir realizar? Pense! O sol nasce para todos, porém, a sobra é só para quem procura! Sucesso em sua jornada! Bons estudos. Sumário Conteúdo Página 1. Conceitos e disposições gerais 03 2. Princípio da legalidade 06 3. Princípio da unidade ou totalidade 07 4. Princípio da universalidade 11 5. Princípio da anualidade ou periodicidade 15 6. Princípio da exclusividade 17 7. Princípio do orçamento bruto 23 8. Princípio do equilíbrio orçamentário 25 9. Princípio da não afetação ou não vinculação da receita de impostos 27 10. Princípio da especificação ou especialização (discriminação da despesa) 31 11. Princípio da clareza 34 12. Princípio da publicidade 35 13. Princípio da programação ou planejamento 37 PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 3 3 14. Princípio da continuidade dos serviços públicos 41 15. Princípio da impessoalidade 42 16. Princípio da uniformidade 43 17. Princípio da transparência 44 18. Princípios de contabilidade sob a perspectiva do setor público 44 19. Questões de concursos públicos 50 20. Lista das questões 84 21. Gabarito 95 Atenção! O Ponto exige no mínimo 20 questões para cursos de teoria e exercícios da banca organizadora do concurso. Além das questões do CESPE incluí outras da FCC e ESAF, um “plus” para você. Bons estudos! 1. Conceitos e disposições gerais Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional. Os princípios são aplicáveis à contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades. A partir de junho de 2010, os "Princípios Fundamentais de Contabilidade", constantes na Resolução do Conselho Federal de Contabilidade – CFC, nº 750/93, passaram a denominar-se "Princípios de Contabilidade", conforme estabelecido na Resolução CFC 1.282/2010. Considerando que os princípios contábeis são aplicáveis à contabilidade no seu sentido mais amplo, estes também são premissas a serem observadas na concepção e execução dos orçamentos e da contabilidade pública. Assim, os princípios orçamentários objeto de nosso estudo constituem um conjunto de regras jurídicas que devem ser observados na elaboração, aprovação, execução e controle do orçamento, bem como da contabilidade pública. PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 4 4 Para a contabilidade pública, sempre que possível aplicam-se todos os princípios fundamentais de contabilidade, ressalvando-se as peculiaridades dessa disciplina, a exemplo do recente entendimento da STN onde o regime de competência se aplica INTEGRALMENTE tanto para as receitas quanto para as despesas públicas. Portanto, para fins de concursos não mais se aplica o Regime Misto na contabilidade pública (caixa para as receitas e de competência para as despesas). Regime misto significa que as receitas são computadas ao exercício financeiro pelo regime de caixa (momento da arrecadação) e as despesas, pelo regime de competência (na realização do empenho). Regime de caixa significa reconhecer as receitas após a sua arrecadação junto às instituições financeiras. Regime de competência para as despesas significa reconhecê-las depois de empenhadas e liquidadas (compromissadas). Na contabilidade pública a despesa é reconhecida segundo o regime de competência e no momento de sua liquidação. Portanto, o regime de competência para as despesas é comum, tanto na contabilidade geral quanto na contabilidade pública. Porém, existem algumas exceções na contabilidade pública, a exemplo das “despesas de exercícios anteriores”, em que a despesa é referente a exercício encerrado, porém, afeta o patrimônio público em momento posterior, quando ocorrer seu reconhecimento nos períodos seguintes. Aplicando o princípio da competência, a Resolução nº 750/93 do CFC, no § 3º do art. 9º menciona que: “As receitas consideram-se realizadas”: “Quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de igual valor”. O perdão de uma dívida seria um exemplo de geração de receita, tanto para a contabilidade pública quanto para a contabilidade empresarial. PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 5 5 Nessa situação,desaparece a dívida do passivo e não há registro correspondente no ativo. O registro seria uma receita econômica ou escritural, aumentando o patrimônio líquido. Exemplo de registro contábil: D – Obrigações a pagar XXX C – Receita ou Variação ativa XXX Receita escritural ou econômica é aquela que efetivamente não ocorre o ingresso do recurso, mas sim, apenas sua contabilização, resultando aumento no patrimônio. Um exemplo da aplicação do princípio da competência para as despesas seria a previsão no § 4º do art. 9º, da resolução supracitada, onde estabelece que: “Consideram-se incorridas as despesas”: “Pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo”. Para a contabilidade empresarial e a pública seria o exemplo da perda de estoque ou a morte de um semovente. A perda de parte do estoque diminui o valor econômico de um ativo e a morte de um semovente (animal) há extinção do valor do ativo. Feitas essas considerações podemos afirmar que os princípios fundamentais de contabilidade são aplicáveis a todos os ramos da contabilidade, inclusive o da contabilidade pública, haja vista que esses princípios representam o verdadeiro núcleo central da doutrina contábil. Corroborando com esse entendimento, observe o que estabelece a Portaria Conjunta MPOG/STN nº. 2, de 08 de agosto de 2007,que aprova a 4ª edição do Manual de Procedimentos da Receita Pública: “RECONHECIMENTO DA RECEITA” “É a aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade para reconhecimento da variação ocorrida no patrimônio, por meio do registro do direito a receber no momento da ocorrência do fato gerador, antes da efetivação do correspondente ingresso de disponibilidades”. “Além dos Princípios Fundamentais de Contabilidade, a Contabilidade Pública deve seguir o disposto nas normas de Direito Financeiro, em especial, na Lei nº 4.320/64, que instituiu um regime contábil misto para receitas e despesas orçamentárias no seu artigo 35”. Conforme mencionada acima, atualmente os princípios são denominados apenas de “princípios de contabilidade”. PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 6 6 Grande parte dos princípios orçamentários ou princípios aplicáveis à contabilidade pública está prevista em normas (Constituição Federal - CF, Lei nº 4.320/64, Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, Resolução do CFC, etc.). Entretanto, alguns dos princípios orçamentários que serão abordados neste estudo são apenas doutrinários, porém, visitam bastantes as provas de concursos públicos. Muitos princípios previstos em normas estão implícitos, a exemplo do princípio da programação inserido no contexto da LRF, no qual impõe ao poder público a realização de despesas de forma programada, compatibilizando com os ingressos de receitas. Quais são os princípios orçamentários ou princípios aplicáveis à contabilidade pública? A seguir, iremos dissertar detalhadamente acerca dos princípios orçamentários, chamando a atenção dos tópicos mais importantes para fins de concurso. Abordaremos tanto os princípios previstos em normas legais quanto os reconhecidos pela doutrina. 2. Princípio da legalidade Esse princípio diz respeito às limitações ao poder de tributar do Estado. Atende a regra estabelecida no inciso II do art. 5º da CF, onde menciona que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (princípio da reserva legal). O princípio da legalidade orienta a estruturação do sistema orçamentário. Em função desse princípio, o planejamento e o orçamento são realizados através de leis (PPA, LDO e LOA). Quando o orçamento é aprovado pelo Poder Legislativo há garantia de que todos os atos relacionados aos interesses da sociedade, em especial, a arrecadação de receitas e a execução de despesas, devam passar pelo exame e pela aprovação do parlamento, verdadeiros representantes do povo. Esse princípio visa a combater as arbitrariedades emanadas do poder público. Somente por meio de normas legais podem ser criadas obrigações aos indivíduos. Assim, fica garantido ao povo que todos os atos relacionados aos interesses da sociedade devem passar pelo exame e pela aprovação do parlamento (Legislativo) Atendendo a esse princípio, todos os instrumentos de planejamento da administração pública (PPA, LDO e LOA) são preparados e encaminhados, pelo Poder Executivo, ao Legislativo, para fins de PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 7 7 discussão e aprovação por este, cabendo ainda ao Parlamento fiscalizar a execução dos orçamentos. (ESAF/MPOG – Analista de Planejamento e Orçamento) De acordo com os princípios orçamentários, identifique o princípio que está inserido nos dispositivos constitucionais, orientando a construção do sistema orçamentário em sintonia com o planejamento e programação do poder público e garantindo que todos os atos relacionados aos interesses da sociedade devem passar pelo exame e pela aprovação do parlamento. a) princípio da periodicidade b) princípio da exclusividade c) princípio da universalidade d) princípio da unidade e) princípio da legalidade Resolução Essa questão foge do campo específico e exige um amplo conhecimento acerca do elo entre planejamento (PPA) e orçamento (LOA) e a sua aprovação pelo legislativo, garantindo que todos os atos relacionados aos interesses da sociedade devem passar pelo exame e pela aprovação do parlamento. O comando da questão se refere ao princípio da legalidade, onde os projetos de leis dos instrumentos de planejamento (PPA, LDO e LOA) devem ser analisados e aprovados pelo Legislativo, sancionadas pelo Executivo e transformados em lei para viger pelo período de um ano (LOA e LDO) e por quatro anos o PPA. Legislativo é o Poder que possui competência constitucional para dar legitimidade às leis orçamentárias e, em conseqüência, os atos relativos a despesas emanados de todos os Poderes. Opção E. Princípios orçamentários da unidade, universalidade e anualidade: Esses princípios estão previstos de forma explícita na Lei nº. 4.320/64, na qual estabelece claramente que: “A Lei de Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa, de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 8 8 os princípios da unidade, universalidade e anualidade” (art. 2º da Lei nº 4.320/64). Veremos em seguida estes três princípios elencados na norma citada. 3. Princípio da unidade ou totalidade Este princípio informa que todas as receitas e despesas da administração pública dos órgãos e entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social devem estar contidas em apenas um só “documento” denominado de lei orçamentária. Assim, cada Ente da Federação (União, Estados/DF e Municípios) dentre de sua de sua autonomia constitucional,deve elaborar e aprovar uma única lei orçamentária. Quanto às receitas, correlaciona-se com o princípio da unidade de caixa da União, posto que as disponibilidades de caixa da União devam ser acolhidas em um único caixa, ou seja, no Banco Central do Brasil (art. 164, § 3º, da CF). Tanto a doutrina quanto a Lei 4.320/64 há tempos mencionam acerca deste princípio. A doutrina, anterior à Lei 4.320/64. Porém, mesmo depois que a Lei 4.320/64 estabeleceu como obrigatório a aplicação deste princípio orçamentário ele ainda não foi efetivamente aplicado na prática. Isto porque ainda existiam os orçamentos das estatais e o orçamento monetário do Banco Central. Só depois da CF/88 é que este princípio foi efetivamente implementado de fato e de direto haja vista que esta constituição aboliu qualquer tipo de orçamento paralelo na União, estados/DF e Municípios. Previsão legal do princípio: Art. 2º da Lei nº. 4.320/64. “A Lei de Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa, de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios da unidade, universalidade e anualidade”. Em conformidade com esse princípio não deve haver orçamentos paralelos. As propostas orçamentárias de todos os órgãos e Poderes devem estar contidas numa só lei orçamentária, mesmo considerando a independência dos Poderes ou a autonomia administrativa, orçamentária e financeira dos órgãos. Exemplo: os Poderes Legislativo, Judiciário e ainda o Ministério Público possuem independência orçamentária e financeira, porém, mesmo PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 9 9 assim devem elaborar e encaminhar suas propostas orçamentárias ao Executivo, nos prazos estabelecidos na LDO, para que este realize a consolidação e encaminhe ao Legislativo um único projeto de lei de orçamento (PLOA). Inexistência de orçamentos paralelos! Os orçamentos paralelos foram extintos. Por exemplo, antes da CF/88, o Banco Central do Brasil (Autarquia especial) elaborava sua proposta orçamentária denominada de orçamento monetário e a encaminhava ao Executivo que aquiescendo, aprovava por Decreto. As Fundações e as outras Autarquias adotavam esse mesmo procedimento. (CESPE – TCDF/2012) O princípio orçamentário da unidade é um dos mais antigos no Brasil no que se refere à aplicação prática, pois vem sendo observado desde a publicação da Lei n.º 4.320/1964. Resolução O princípio em referencia é um dos mais antigos, oficialmente foi inserido na Constituição de 1934, confirmado nas Constituições posteriores. Em 1964, na Lei 4.320 foi legalmente regulamentado, tornando-se obrigatório, porém, na prática não efetivamente implementado nessa data (1964). Portanto, quanto a aplicação prática este princípio só vem sendo observado a partir da CF/88. ERRADO. Princípio da unidade e os orçamentos previstos na CF: O § 5º do art. 165 da CF prevê que a Lei Orçamentária Anual compreenderá os seguintes orçamentos: ► O orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; ► O orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; ► O orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 10 10 fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. Esses três orçamentos (fiscal, de investimentos e da seguridade social) são partes integrantes do todo e estão contidos numa só lei orçamentária, ou seja, não são orçamentos distintos. Assim sendo, o orçamento é uno, uma única peça para os Três Poderes, sendo que cada ente da federação (União, Estados/DF e Municípios) possui competência para planejar e executar seu próprio orçamento. A previsão constitucional dos orçamentos (fiscal, de investimentos e da seguridade social) não contraria o princípio da unidade inserido na Lei nº 4.320/64, mas sim, corrobora quando menciona a frase: “A lei orçamentária anual compreenderá” (art.165, § 5º, CF/88): O orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; O orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; O orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. Modernamente o princípio da unidade vem sendo denominado de princípio da totalidade, posto que a totalidade dos órgãos está inserida na mesma lei de orçamento e ainda com fundamento na consolidação, pela União, dos orçamentos dos diversos órgãos e Poderes de forma que permita ao governo e à sociedade, uma visão de conjunto das finanças públicas. Foi a doutrina que tratou de reconceituar o princípio da unidade de forma que abrangesse as novas situações, ou seja, considerar sua maior abrangência. Surgiu, então, o princípio da totalidade, que possibilita a coexistência de múltiplos orçamentos que, entretanto, devem ser consolidados pelo órgão central de planejamento e orçamento, no caso da União, a Secretaria de Orçamento Federal- SOF. A Constituição de 1988 deixou bem mais cristalina esta questão ao precisar a composição do orçamento anual subdividido em: 1) orçamento fiscal; 2) orçamento da seguridade social e 3) orçamento de PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 11 11 investimentos das estatais. Esta configuração, alinhada aos orçamentos e planejamentos dos diversos órgãos e entidades, em linhas gerais configura-se no princípio da totalidade. (CESPE-TC/DF – ACE/2012) O princípio orçamentário da unidade é um dos mais antigos no Brasil no que se refere à aplicação prática, pois vem sendo observado desde a publicação da Lei n.º 4.320/1964. Resolução Na CF de 1934 ficou instituído o princípio orçamentário da unidade. Nesta constituição ficaram estabelecidos, em seu art. 50, os princípios da UNIDADE, ESPECIALIZAÇÃO e EXCLUSIVIDADE do orçamento público. ERRADO (CESPE – CNPq) A Lei nº. 4.320/1964 determinou que a Lei de Orçamento compreendesse todas as receitas, inclusive as operações de crédito autorizadas em lei. Esse dispositivo incorpora o princípio da unidade na legislação orçamentária brasileira. Resolução O enunciado refere-se ao princípio da universalidade (todas as receitas e despesas devem constar na LOA). Atenção! Esse princípio (universalidade) não pode ser confundido com o da unidade, no qual aspropostas de todos os poderes e dos diversos órgãos irão fazer parte de uma única peça orçamentária a ser discutida e votada pelo Legislativo. Errado. 4. Princípio da universalidade O princípio da universalidade é legal e consta diretamente no art. 2º da Lei nº. 4.320/64 da seguinte forma: “A Lei de Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa, de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios da unidade, universalidade e anualidade”. PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 12 12 Indiretamente a Constituição Federal corrobora com o princípio da universalidade ao estabelecer no § 5º do art. 165 que: A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. Esse enunciado constitucional estabelece indiretamente que todas as receitas e despesas dos órgãos e entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social devem constar na LOA. Isso porque tais orçamentos são compostos de receitas e despesas. O art. 6º da Lei 4.320/64 também versa acerca do princípio em referência ao estabelecer que todas as receitas e despesas devam constar na lei de orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. Atenção! A parte final do artigo 6º em comento, ao mencionar: “pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções”, doutrinariamente denomina- se de princípio do orçamento bruto, onde todas as receitas e despesa devem constar na LOA pelos seus totais, vedando-se qualquer dedução. A LRF também se reporta ao princípio da universalidade ao estabelecer em seu art. 5º, incisos I e II que: Art. 5o O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias e com as normas desta Lei Complementar: I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1o do art. 4o; II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6o do art. 165 da Constituição, bem como das medidas de compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado; Art. 165/CF - § 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 13 13 natureza financeira, tributária e creditícia. A regra da LRF determinando que o poder público informe à sociedade através de demonstrativo regionalizado do efeito/impacto econômico nas contas públicas em virtude das isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia, reforça que todas as receitas e despesas devem ser evidenciadas na LOA, inclusive as que deixarão de ser arrecadadas em função dos benefícios fiscais. Portanto, em conformidade com o princípio da UNIVERSALIDADE, na lei orçamentária anual devem constar todas as receitas previstas para serem arrecadadas no ano seguinte e as despesas fixadas para as demandas do exercício financeiro subseqüente. A referência “ano seguinte” é porque o orçamento é elaborado em um ano e executado em outro, ou seja, o orçamento elaborado em X0 será executado em X1. Assim sendo, o orçamento que está sendo executado neste ano foi elaborado no ano anterior e aprovado neste mesmo ano ou no início do ano de sua execução. Exemplificando o princípio da universalidade: Suponha-se que o Estado X, ao elaborar seu projeto de lei de orçamento previu arrecadação de $ 1.8 bilhões de receitas e fixou a despesa em igual valor (princípio do equilíbrio orçamentário). Esse Estado X possui Autarquias e Fundações públicas que arrecadam receitas próprias, entre outras, as de serviços prestados, aluguéis de imóveis, alienação de bens, aplicações financeiras, etc. Vamos supor que depois de aprovada a lei orçamentária, foi constatado que havia previsão de arrecadar $500 milhões/ano, pelas Autarquias e Fundações e que essa receita foi omitida no planejamento orçamentário. Ao elaborar a proposta orçamentária do Estado X, os analistas procederam da seguinte forma: RECEITA PREVISTA DESPESA FIXADA Receita de impostos 1.000.000 Despesa de custeio 900.000 Receita de contribuições 500.000 Juros e encargos da dívida 500.000 Receita de taxas 300.000 Amortização da dívida 400.000 Total 1.800.000 Total 1.800.000 PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 14 14 Continuando a nossa situação hipotética pode-se observar que houve omissão de receitas pelo Estado X. A omissão refere-se aos $500.000 milhões das Autarquias e Fundações que não foram inseridos na LOA. A não inclusão de todas as receitas do Estado na proposta orçamentária contraria o princípio orçamentário da universalidade, ou seja, dentro do universo possível de receitas e despesas do estado nada pode ser excluído da lei de orçamento porque fugiria ao controle do Legislativo e de outros órgãos de fiscalização. A omissão de receitas tem como contrapartida a não inclusão de despesas pelo mesmo valor. A conseqüência é um orçamento mal elaborado e, em tese, menos serviços prestados à sociedade. Digo “em tese” porque durante a tramitação da LOA no Legislativo, este pode realizar correções de erros e omissões (art. 166, § 3º, III, alínea “a”). A proposta orçamentária deveria ter sido elaborada assim: RECEITAS PREVISTAS DESPESAS FIXADAS Receita de impostos 1.000.000 Despesa de custeio 900.000 Receita de contribuições 500.000 Juros e encargos da dívida 500.000 Receita de serviços – administração indireta 500.000 Investimentos 500.000 Receita de taxas 300.000 Amortização da dívida 400.000 Total 2.300.000 Total 2.300.000 (CESPE – Contador - Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará) De acordo com os princípios orçamentários, o princípio da universalidade está claramente incorporado à legislação orçamentária brasileira. Esse princípio possibilita ao legislativo conhecer a priori todas as receitas e despesas do governo, dar prévia autorização para a respectiva arrecadação e realização e impedir o executivo de realizar qualquer operação de receitas e despesas sem prévia autorização parlamentar. Resolução É exatamente isso! O enunciado da questão mostraa essência do princípio da universalidade. Todas as receitas e despesas devem estar contidas na LOA para fins de controle pelo Legislativo (esse controle pelo Legislativo é só na teoria e para fins de concurso!). PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 15 15 Caso uma entidade omita receitas na proposta orçamentária, estas receitas estariam, em tese, “fora” do controle Legislativo. CERTO. (CESPE – Procurador Ministério Público/TCU) Em cumprimento ao princípio da exclusividade, todas as receitas e todas as despesas dos poderes, fundos, órgãos e das entidades da administração pública direta e indireta devem estar incluídos no orçamento anual geral. Resolução A frase: “todas as receitas e todas as despesas dos poderes, fundos, órgãos e das entidades da administração pública direta e indireta devem estar incluídos no orçamento anual geral” refere-se ao princípio da universalidade. ERRADO. (CESPE – Procurador Ministério Público/TCU/) Em consonância com o princípio da universalidade, a previsão das receitas e a fixação das despesas são sempre referentes a um período limitado de tempo. O enunciado acima refere-se ao princípio da anualidade, em que as receitas e despesas serão estabelecidas para o período de um ano. A lei orçamentária é para ser executada no período de um ano. Essa previsão é legal e está inserida na constituição federal, em especial, nos parágrafos 5º e 8º, do artigo 165. ERRADO. 5. Princípio da anualidade ou periodicidade Princípio orçamentário clássico, de origem inglesa, também denominado Princípio da Periodicidade, segundo o qual o orçamento público deve ser elaborado por um período determinado de tempo, no caso do Brasil, um ano, devendo este coincidir com o ano civil. Este princípio estabelece que o orçamento deva ter vigência limitada no tempo, um ano. Está explícito nos artigos 2º e 34 da Lei nº 4.320/64. Este último estabelece que o exercício financeiro coincide com o ano civil. O período de um ano para a LOA também está previsto na Constituição Federal, em especial, onde se menciona o termo “anual”, (art. 166, § 3º, art. 165, parágrafos 5º e 8º e o art. 167, inciso I). PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 16 16 Em conformidade com esse princípio, a autorização legislativa para realização de despesas públicas deve ser renovada a cada exercício financeiro. Assim sendo, a essência do princípio da anualidade, além de informar que o orçamento é para o período de um ano, também permite que o Legislativo tenha o controle da arrecadação e execução das despesas. (CESPE-TCE/ES – ACE/2012) O principio da anualidade orçamentaria remonta ao controle parlamentar sobre os impostos e a aplicação dos recursos públicos. Resolução O princípio da anualidade estabelece que o orçamento é para o período de uma ano. A LOA é preparada pelos órgãos de todos os Poderes, consolidada e enviada ao Legislativo pelo Executivo. Quando o Legislativo a aprova, em regra está exercendo uma espécie de controle sobre a arrecadação de receitas e execução de despesas. CERTO. A CF/88 determina que nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. Esta determinação também consagra o princípio da anualidade, onde determina que, em princípio, a LOA deverá conter os investimentos planejados no PPA. Exemplo: na LOA do ano “X” encontra-se um investimento (duplicação de trecho de uma rodovia) cuja duração esteja prevista para 18 meses. Entretanto, verificou-se que este investimento não estava previsto no PPA. Conclusão: esta obra não poderá ser iniciada. Para que esta obra seja implementada haverá necessidade de que o Executivo envie, ao Legislativo, projeto de lei autorizando sua inclusão na LOA. Observe a literalidade do comando constitucional (art. 167, § 1º): “§ 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade”. As regras são: PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 17 17 1ª. Todo investimento com prazo de execução previsto para até um ano, ou seja, que não ultrapasse um exercício financeiro deverá constar na LOA; 2ª. Caso haja necessidade de realizar determinada despesa e o investimento não estiver inserido na LOA, poderá ser incluído no ano de execução do orçamento através de projeto de lei especial, de iniciativa do Presidente da República e aprovação do Congresso Nacional, essa lei especial altera a LOA; 3ª. Se o investimento tiver previsão de duração superior a um exercício financeiro, além de constar na LOA, deverá estar previsto no PPA; 4ª. Caso o investimento não conste no PPA, poderá ser incluído no ano de execução do orçamento através de projeto de lei especial, de iniciativa do Presidente da República e aprovação do Congresso Nacional, essa lei especial altera a lei orçamentária pela inclusão de um investimento a ser executado sem previsão no PPA. (CESPE – MJ/Escrivão de Polícia Federal) A Lei Orçamentária Anual será informada pelos princípios da anualidade, da publicidade, da universalidade, da unidade e do orçamento bruto. Os princípios da anualidade, universalidade e unidade enunciados no comando da questão fazem parte do rol de princípios previstos no art. 2º da Lei nº 4.320/64. Já o princípio da publicidade é inerente a todas as leis, inclusive as leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA). O princípio do orçamento bruto será visto adiante. Este princípio estabelece que todas as receitas e despesas devam constar na lei orçamentária pelos seus totais, vedada quaisquer deduções. CERTO. 6. Princípio da exclusividade Este princípio limita o conteúdo da lei orçamentária, restringindo o legislador, impedindo que nela se incluam normas pertencentes a outros campos jurídicos, como forma de se tirar proveito de um processo legislativo mais rápido, especial. Em outras palavras, o princípio da exclusividade, também denominado de PUREZA orçamentária estabelece que a lei orçamentária anual não contenha dispositivos estranhos à fixação da despesa e previsão da receita, ressalvadas a autorização para a abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação da receita. PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 18 18 As denominadas matérias estranhas ao orçamento são mais conhecidas como “caudas orçamentárias”. Isso porqueos governos aproveitavam as leis orçamentárias para incluir matérias estranhas ao orçamento e conseguir aprovação do Legislativo, às vezes ou quase sempre tais matérias passavam despercebidas. Previsão legal do princípio: Esse princípio possui prestígio constitucional e está consagrado no § 8º do art. 165 da Constituição Federal, da seguinte forma: A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. A Lei 4.320/64 também consagra esse princípio e estabelece exceções ao prevê que: A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao Executivo para: Abrir créditos suplementares até determinada importância obedecidas as disposições do artigo 43; Realizar em qualquer mês do exercício financeiro, operações de crédito por antecipação da receita, para atender a insuficiências de caixa. As autorizações na lei orçamentária para abertura de créditos suplementares e realização de operações de crédito são realizadas pelo Legislativo, no momento da discussão e aprovação da LOA. É importante esclarecer que a autorização do Legislativo para abertura de crédito adicional suplementar na própria LOA denomina-se de autorização genérica. Por que autorização genérica? Existem duas possibilidades de abertura de créditos suplementares durante a execução do orçamento: 1ª. As autorizadas na LOA, pelo Legislativo, até determinado percentual. Exemplo: até 20% do respectivo valor do subtítulo de determinados tipos de despesa. O subtítulo é o menor nível de categoria de programação da despesa, sendo utilizado, especialmente, para especificar a localização física da ação, ou seja, a localidade do gasto. 2ª. Depois de esgotados os créditos autorizados na LOA o Executivo poderá continuar realizando abertura de crédito suplementar, porém, desde que PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 19 19 autorizados pelo Legislativo. Neste caso o Executivo solicita ao Legislativo a abertura dos créditos necessários através de projeto de lei específica. Assim sendo, a autorização “genérica” é aquela realizada na própria LOA e a autorização específica, em lei específica. Porque lei específica? É porque para cada espécie de crédito adicional deve ser enviado um projeto de lei. Exemplo: um projeto de lei para solicitar crédito especial, outro para crédito suplementar, etc. Abaixo citaremos as matérias que podem ser inseridas (autorizadas) na LOA e que não afetam o princípio da exclusividade: ► Autorização para a abertura de crédito adicional suplementar; ► Contratação de qualquer operação de crédito; ► Contratação de operações de crédito por antecipação da receita orçamentária – ARO. Crédito adicional é o gênero e suas espécies são: suplementar, especial e extraordinário. A CF/88 autoriza que seja incluída na LOA (autorização legislativa) somente a abertura da espécie de crédito adicional, o SUPLEMENTAR. Essas ressalvas acima estão fixadas na própria Constituição Federal, portanto, somente ela pode excepcionar, podendo inclusive através de emendas à constituição. Repito! Essa proibição evita que o Chefe do Poder Executivo, ao encaminhar o projeto de lei de orçamento, aproveite a oportunidade e inclua outras matérias que não sejam orçamentárias. Isso era muito comum em passado recente e foram denominadas de caudas orçamentárias. Exemplo: Antes dessa proibição constitucional o Presidente da República aproveitava a oportunidade e, no momento da elaboração do Projeto de Lei da LOA, inseria matéria tributária ou regulamentava atividade dos Servidores Públicos (obrigações, direitos e deveres). Em princípio a lei orçamentária deve tratar somente de matéria referente à previsão de receitas e à fixação de despesas, entretanto, a CF permite que outras matérias que tenham relação de pertinência PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 20 20 sejam incluídas na LOA, haja vista que guardam consonância com o orçamento. Explicando melhor as exceções acima: Autorização para a abertura de crédito adicional suplementar: Crédito adicional é o gênero e suas espécies são três: Suplementares; Especiais; Extraordinários. Portanto, se a Constituição autoriza somente a autorização para a abertura de crédito suplementar, contrário sensu, a CF veda a autorização para a abertura de créditos especiais ou extraordinários na própria LOA. Essa autorização é competência conferida ao Legislativo. A autorização para a abertura de créditos adicionais na LOA é inconstitucional, haja vista que a CF autoriza somente a espécie crédito suplementar. Geralmente a solicitação do Executivo para a abertura de crédito suplementar está limitada a determinado percentual de subtítulo de determinadas despesas. Importante! O percentual solicitado pelo Executivo poderá ser alterado ou até mesmo ser totalmente recusado pelo Legislativo. Também, não existe norma determinando que o percentual deva ser com base na receita ou na despesa, entretanto, tenho observado que as autorizações, pelo menos em nível Federal (União), tem sido com base em subtítulo de despesa. Essa explicação acima é importante porque existem muitas “pegadinhas” em concursos acerca desse assunto. Observe esta questão! (CESPE – ACE/TCU) Considere a seguinte situação hipotética. Um prefeito municipal encaminhou projeto de lei orçamentária à Câmara Municipal. No projeto, consta dispositivo que autoriza o Poder Executivo a abrir créditos adicionais até o correspondente a 20% da despesa total autorizada. Nessa situação, a solicitação do prefeito municipal tem PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 21 21 amparo legal, podendo a Câmara Municipal, entretanto, autorizar outro percentual ou mesmo rejeitar o dispositivo. Onde existe erro no comando da questão? Simplesmente na frase “créditos adicionais”. Ao encaminhar o projeto de lei orçamentária o Prefeito inseriu dispositivo que autorizava a abertura de crédito adicional até o correspondente a 20% da despesa total autorizada. A CF permite somente a autorização para a abertura de crédito adicional suplementar. Apenas essa espécie de crédito adicional! Conforme mencionado, legalmente não existe parâmetro, entretanto, entendo que deverá ser a receita e não a despesa. Poderia ser 10 ou 20% da Receita Corrente Líquida, já que esta é parâmetro para quase todos os cálculos acerca dos limites de gastos públicos. Às vezes pensamos que dominamos o assunto! Mas é sempre bom estar “ligado”, posto que as surpresas aparecem! Autorização para contratação de qualquer operação de crédito na LOA: É a contratação de empréstimos, interno ou externo, mediante contratou ouatravés da emissão de títulos, geralmente de longo prazo e irá compor a dívida fundada ou consolidada. O conceito de operação de crédito é bastante amplo e está estabelecido na LRF, conforme transcrito abaixo: Veja: “compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros” (art. 29, inciso III, da LRF). Portanto, o Poder Legislativo pode autorizar, na lei orçamentária anual, o Executivo a realizar operações de crédito. Cabe a este Poder (Executivo) optar por quaisquer uma de suas espécies. A autorização para a contratação de operação de crédito é destinada somente ao Chefe do poder Executivo, haja vista que a legislação não permite que outros órgãos ou poderes PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 22 22 (Legislativo, Judiciário, Ministério Público, Tribunais de Contas etc.) realizem tais operações. Contratação de operações de crédito por antecipação da receita orçamentária – ARO: Esse tipo de empréstimo e uma espécie do gênero “operações de crédito”. Essa operação é, em realidade, um adiantamento de receitas a ser captada em instituições financeiras e que pode ser prevista na lei orçamentária. Realiza-se geralmente quando o governo não possui dinheiro em caixa suficiente para pagamento de determinadas despesas, ou seja, objetiva cobrir insuficiência de caixa durante o exercício financeiro. As antecipações de receitas orçamentárias devem atender a todas as normas relativas às operações de crédito constantes do art. 32 da LRF a seguir descritas: Imposições à realização de ARO: � Realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do exercício financeiro; � Deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano; � Não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a taxa de juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir; � Está limitado a 7% da Receita Corrente Líquida Anual do Ente Federado – Resolução nº. 43 do Senado Federal. Observe a legislação supramencionada: Art. 10. O saldo devedor das operações de crédito por antecipação de receita orçamentária não poderá exceder, no exercício em que estiver sendo apurado, a 7% (sete por cento) da receita corrente líquida,------- ------- Está proibida: � Enquanto existir operação anterior da mesma natureza não integralmente resgatada; � No último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal. Para Estados e Municípios as regras para as AROs são diferentes! PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 23 23 As operações de crédito por antecipação da receita realizadas por Estados ou Municípios serão efetuadas mediante abertura de crédito junto à instituição financeira vencedora em processo competitivo eletrônico promovido pelo Banco Central do Brasil. É uma espécie de pregão na forma eletrônico. O Banco Central do Brasil deverá manter sistema de acompanhamento e controle do saldo do crédito aberto e, no caso de inobservância dos limites aplicará as sanções cabíveis à instituição credora. Assim, o princípio da exclusividade admite somente as exceções acima abordadas e essas são excepcionadas pela própria Constituição Federal. 7. Princípio do orçamento bruto Este princípio estabelece que as receitas e despesas devam ser demonstradas na LOA pelos seus valores totais, isto é, sem deduções ou compensações. Exemplo: a proposta orçamentária da União deve ser apresentada sem as deduções dos recursos a serem transferidos aos fundos de participação dos estados e municípios. O princípio do orçamento bruto está previsto na parte final do art. 6º da Lei nº 4.320/64. Esse artigo consagra dois princípios, a primeira parte se refere ao princípio da universalidade, e a segunda, o do orçamento bruto. O art. 6º estabelece que todas as receitas e despesa constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. O critério geral utilizado para registro da receita orçamentária é o do ingresso de disponibilidades. Entendemos que s deduções da receita orçamentária prevista no MCASP não afetam o princípio do orçamento bruto. No âmbito da administração pública, a dedução de receita orçamentária é utilizada nas seguintes situações, entre outras: - Recursos que o ente tenha a competência de arrecadar, mas que pertencem a outro ente, de acordo com a lei vigente (se não houver a previsão como despesa); e - Restituição de tributos recebidos a maior ou indevidamente. PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 24 24 Se a receita arrecadada possuir parcelas destinadas a outros entes (repartição tributária), a transferência poderá ser registrada como dedução de receita ou como despesa orçamentária, de acordo com a legislação em vigor. Se houver parcelas a serem restituídas, em regra, esses fatos não devem ser tratados como despesa orçamentária, mas como dedução de receita orçamentária, pois correspondem a recursos arrecadados que não pertencem à entidade pública e não são aplicáveis em programas e ações governamentais sob a responsabilidade do ente arrecadador, não necessitando, portanto, de autorização orçamentária para a sua execução. Não confundir o princípio do orçamento bruto com o princípio da universalidade. (CESPE/MPU - Analista de Orçamento – 2010) A aplicação do princípio do orçamento bruto visa impedir a inclusão, no orçamento, de importâncias líquidas, isto é, a inclusão apenas do saldo positivo ou negativo resultante do confronto entre as receitas e as despesas de determinado serviço público. Resolução De acordo com o princípio do orçamento bruto as receitas não podem ser incluídas na LOA pelos seus montantes líquidos. Assim, as receitas e despesas devem ser previstas e fixadas, respectivamente, pelos seus totais, não importando se o saldo líquido será positivo ou negativo. CERTO. Exemplificando o princípio: situação hipotética. Suponha-se que existe previsão para a União arrecadar $ 70 bilhões de Imposto de Renda (Pessoa Física/Pessoa Jurídica) e $ 20 bilhões de Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI. Desse valor total há previsão de repasse de $ 40 bilhões para o Fundo de Participação dos Estados e Municípios – FPE/FPM. PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br25 25 Assim sendo, neste item a proposta orçamentária da União foi elaborada assim: RECEITAS VALOR $ Imposto de Renda – pessoa física/jurídica 30 bilhões Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI 20 bilhões Total 50 bilhões Procedendo-se conforme apresentado acima, ou seja, sem a inclusão (deduzindo) do Imposto de Renda a parcela a ser transferida aos estados e municípios, a informação não estaria adequada, haja vista a omissão de receitas. Esse procedimento estaria em desacordo com o princípio do orçamento bruto. Portanto, o correto seria evidenciar na proposta orçamentária a arrecadação bruta e o valor a ser transferido aos estados e municípios. Proposta orçamentária apresentada de acordo com o princípio do orçamento bruto: RECEITAS VALOR $ Imposto de Renda – pessoa física/jurídica 70 bilhões Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI 20 bilhões (-) FPE/FPM – Deduções da receita (40 bilhões) Total 50 bilhões (CESPE – Contador - Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará) O princípio do orçamento bruto determina que todas as parcelas da receita e da despesa devem aparecer no orçamento em seus valores brutos, sem qualquer tipo de dedução. Essa regra objetiva impedir a inclusão, no orçamento, de importâncias líquidas, isto é, a inclusão apenas do saldo positivo ou negativo resultante do confronto entre as receitas e as despesas de determinado serviço público. Resolução Essa questão é muito importante para que o leitor não confunda o princípio do orçamento bruto com o princípio da universalidade. Fizemos questão de apresentar exemplos para os dois princípios. Por favor, para fins de concurso não confunda e procure entender o que vem sendo cobrado em concurso. PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 26 26 Esta opção está conforme o princípio do orçamento bruto previsto no art. 6º da Lei nº 4.320/64. CERTO. (CESPE – Contador - TERRACAP) O princípio do orçamento bruto é observado na lei orçamentária quando esta compreende todas as despesas e receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei. Resolução Observe atentamente que o enunciado da questão refere-se ao princípio da universalidade tentando confundir o candidato com o princípio do orçamento bruto. ERRADO. 8. Princípio do equilíbrio orçamentário A lei orçamentária anual deverá manter o equilíbrio, do ponto de vista contábil, entre os valores de receita e de despesa. Assim sendo, na LOA o total das receitas deve ser igual ao das despesas. Isso não significa que ao final da gestão (exercício financeiro) os valores serão iguais, aliás, essa possibilidade é quase improvável. No final do exercício financeiro, as igualdades entre os valores do ativo e do passivo são evidenciadas nos demonstrativos contábeis. O princípio do equilíbrio orçamentário deve ser alcançado mesmo quando, durante o exercício financeiro, a arrecadação não atingir o montante previsto na lei orçamentária anual. Nesta situação, basta que o gestor público limite a emissão de empenho, ou seja, deve-se realizar despesas conforme o fluxo de caixa do Ente. A LRF consagra o princípio do equilíbrio orçamentário com maior abrangência, incorporando-o às finanças públicas, estabelecendo o princípio geral do equilíbrio, no qual as despesas deverão acompanhar a evolução das receitas, caso contrário, deverá haver limitação de empenho - gasto (art. 9º). PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 27 27 Em realidade, depois da edição da LRF surge um novo conceito em relação ao princípio do equilíbrio, o chamado equilíbrio Fiscal. Na verdade, a LRF exige-se mais que o equilíbrio, exige-se um superávit fiscal, ou seja, que as receitas arrecadadas internamente, em especial a relativa aos tributos deve superar as despesas executadas de forma que o saldo (diferença positiva) possa ser utilizado para pagamento do serviço da dívida pública. (CESPE-TCE/ES – ACE/2012) Se, em determinado exercício, a arrecadação tributaria de determinado ente federativo não alcançar o volume de recursos previstos na lei orçamentária anual, não haverá possibilidade de esse ente atender ao principio do equilíbrio orçamentário. Resolução Questão que exigiu conhecimento amplo sobre o princípio do equilíbrio orçamentário! Se a arrecadação tributaria de determinado ente federativo não alcançar o volume de recursos previstos na lei orçamentária anual basta reduzir despesas (limitar empenho) para atingir o equilíbrio orçamentário. ERRADO. Ainda, corrobora com este princípio a previsão na LRF de que a LDO disporá sobre o equilíbrio entre receita e despesa (art. 4º, inciso I, alínea “a”). Porém, para fins de concursos geralmente afirma-se no comando da questão que, em relação ao princípio do equilíbrio, no orçamento público, deve haver equilíbrio financeiro entre receita e despesa. De acordo com as regras da LRF, atualmente não mais se busca o equilíbrio orçamentário formal, mas sim o equilíbrio das finanças públicas. O Estado deverá pautar sua gestão pelo equilíbrio entre receitas e despesas evitando déficits desordenados e consequente endividamento do estado. PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 28 28 (CESPE – Contador - Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará) O princípio do equilíbrio surgiu com o objetivo de impedir que a lei de orçamento, em função da natural celeridade de sua tramitação no legislativo, seja utilizada como meio de aprovação de matérias que nada tenham a ver com questões financeiras. Resolução O enunciado da questão nada tem a ver com o princípio do equilibro, trata-se, em realidade, do princípio da exclusividade, onde estabelece que na LOA não poderá tratar de matérias estranhas ao orçamento. ERRADO. 9. Princípio da não-afetação ou não-vinculação da receita Este princípio decorre da previsão constitucional contida no art. 167, IV que proíbe a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, com as devidas ressalvas estabelecidas. Por este princípio a receita orçamentária de impostos não pode ser vinculada a órgãos ou fundos, ressalvados os casos permitidos pela própria Constituição Federal. O princípio da não afetação de receitas determina que na sua arrecadação, as recitas oriundas dos impostos não sejam previamente vinculadas a determinadas despesas, a fim de que estejam livres para sua alocação racional, no momento oportuno, conforme as prioridades públicas. Previsão do princípio na CF/88: Art. 67. São vedados: ---------------- “a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realizaçãode atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo” (art. 167, inciso IV). PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 29 29 Analisando o texto original acima pode-se verificar que a CF de 1988, restringiu a aplicação do princípio da não-afetação ou não-vinculação da receita aos impostos, observadas as ressalvas indicadas na Constituição. Porém, em 2003, a Emenda Constitucional nº. 42 ampliou a restrição constitucional original estendendo a vinculação da receita de tributos (impostos, taxas, contribuições de melhoria e contribuições sociais e econômicas) a determinados investimentos, conforme demonstrado no quadro abaixo. Somente a Constituição Federal pode excepcionar a aplicação desse princípio relativamente aos impostos. Assim, não é permitida a sua ampliação mediante quaisquer outros instrumentos normativos, a exemplo de uma lei ordinária ou complementar. Entretanto, uma lei ordinária ou complementar poderá vincular receitas a determinadas despesas, desde que não seja de impostos, ou seja, receitas provenientes de taxas, contribuições, etc. Uma lei ordinária ou complementar poderá vincular receitas a determinadas despesas, desde que não seja de impostos. As ressalvas a esse princípio, previstas na própria CF são: 1º) Receitas de impostos que podem ser vinculadas, conforme a CF: Fundo de participação dos municípios – FPM – art. 159, inciso I, b); Fundo de participação dos estados - FPE - art. 159, inciso I, a); Recursos destinados para as ações e serviços públicos de saúde – art. 198, § 2º, incisos I, II e III; Recursos destinados para a manutenção e desenvolvimento do ensino – FUNDEB – art. 212, parágrafos 1º, 2º e 3º; Recursos destinados às atividades da administração tributária, (art. 37, XXII, da CF – EC 42/03); Recursos destinados à prestação de garantia às operações de crédito por antecipação da receita – ARO, previsto no parágrafo 8º do art. 165, da CF – PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 30 30 art. 167, IV; Recursos destinados à prestação de contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta - art. 167, § 4º, CF. Fundo de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste (art. 159, I, d). Impostos dos municípios repartidos pela União e estados – (art. 158). (CESPE-TCE/ES – ACE/2012) A vinculação de receitas para educação, saúde e segurança não pode ser considerada violação do principio da não afetação de receitas, uma vez que esses serviços são a razão da existência do Estado moderno. Resolução A vinculação de receitas para educação e saúde não pode ser considerada violação do principio da não afetação de receitas. Porém, para a segurança, sim, haja vista que não existe esta previsão constitucional. ERRADO. Receitas que podem ser vinculadas conforme a EC 42/03. 2º) Vinculação de receita de tributos (impostos, taxas, contribuições sociais e contribuições de melhoria etc.): Recursos destinados a programa de apoio à inclusão e promoção social, extensivos somente a Estados e ao Distrito Federal – até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida (art. 204, parágrafo único – EC 42/03). Atenção! Esta regra é uma faculdade dos estados. Até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: a) despesas com pessoal e encargos sociais; b) serviço da dívida; c) qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados. Recursos destinados ao fundo estadual de fomento à cultura, para o financiamento de programas e projetos culturais, extensivos somente a Estados e o Distrito Federal – até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida (art. 216, § 6º, CF – EC 42/03). Recursos destinados à seguridade social – contribuições sociais. Art.195, I, “a” e II da CF. PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 31 31 Observe que no primeiro caso a vedação refere-se a IMPOSTOS, no segundo, TRIBUTOS. Ainda existem diversas receitas que possuem vinculações orçamentárias, a exemplo: Receitas de capital, alienação de bens – vinculada a preservação do patrimônio público; Receita de fundos de previdência - destinadas a pagamento de benefícios previdenciários; A Lei nº 11.079/2004, que institui as parcerias público privada – PPP previu em seu art. 8º que a administração pública poderá oferecer garantia ao parceiro privado através da vinculação de receitas, sem especificar quais. O parágrafo único do art. 8º da LRF regulamentando a regra constitucional do art. 167 da CF estabeleceu que os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso. Portanto, os recursos legalmente vinculados à finalidade específica deverão ser utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, mesmo que em exercício financeiro diverso daquele em que efetivamente ocorreu o ingresso. Exemplo: Suponha-se que um Município tenha recebido, em “X1”, R$ 200 mil de recursos da União destinados ao FUNDEB e tenha aplicado, nesse exercício (“X1”), apenas R$ 150 mil. Assim sendo, o restante, R$ 50 mil deverão ser aplicados, em “X2”, exclusivamente no FUNDEB. (CESPE – Técnico Judiciário – TRE Alagoas) De acordo com o princípio orçamentário da não-afetação, as receitas de PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 32 32 impostos, inadmitida qualquer exceção, não devem ser vinculadas a órgãos, fundos ou despesas. Resolução A regra constitucional, em homenagem ao princípio da não-vinculação de receita, veda a vinculação de impostos a órgão, fundo ou despesa. Porém, a própria constituição estabelece diversas ressalvas, tanto em relação aos impostos quanto aos tributos. Assim sendo, admite-se exceções e, portanto, receitas de impostos podem ser vinculadas a órgão fundo ou determinadas despesas. ERRADO. Repito! Todas essas ressalvas à vinculação da aplicação de receitas de impostos são fixadas na própria Constituição Federal, portanto, somente ela pode excepcionar, outra norma jamais poderá estabelecer exceções referentes a receitas de impostos. As exceções que podem ser previstas em norma infraconstitucionais são para outras receitas que não sejam deimpostos. Vimos acima que a Emenda Constitucional – EC 42/03, estabeleceu três exceções além das originalmente previstas na CF. Portanto, as emendas constitucionais podem estabelecer vinculação de receitas de impostos e tributos. (CESPE – MJ/Agente de Polícia Federal) O princípio da não-vinculação das receitas de impostos pode aceitar novas exceções desde que haja alteração no texto constitucional. Resolução Fácil essa? Emenda constitucional pode acrescentar exceções à regra que veda a vinculação de receitas. Certo. 10. Princípio da especificação ou especialização (discriminação da despesa) Trata-se de um princípio orçamentário clássico, de caráter formal, conhecido também por princípio da discriminação, segundo o qual a PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 33 33 receita e a despesa públicas devem constar do orçamento com um razoável nível de especificação ou detalhamento. É mais uma das regras clássicas dispostas com a finalidade de apoiar o trabalho fiscalizador. De acordo com esse princípio, as receitas e as despesas devem aparecer no orçamento de maneira discriminada, de tal forma que a sociedade possa conhecer, pormenorizadamente, a origem dos recursos e sua aplicação. A observação deste princípio possibilita a inibição de autorizações genéricas que deem ao Executivo demasiada flexibilidade e arbítrio na programação da despesa. Esse princípio impõe a classificação e designação dos itens que devem constar na LOA. Essa regra opõe-se à inclusão de valores globais, de forma genérica, ou seja, créditos ilimitados e sem discriminação e ainda, o início de programas ou projetos não incluídos na LOA e a realização de despesas ou assunção de obrigações que excedam os créditos orçamentários ou adicionais (art. 167, incisos I, II e VI da CF). Esse princípio também está consagrado no § 1º do art. 15 da Lei nº 4.320/64, a seguir transcrito: “Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos”. “§ 1º. Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se serve a administração pública para consecução dos seus fins”. A Constituição Federal também impõe regra a esse princípio ao estabelecer que é vedada a concessão ou utilização de créditos ilimitados (art. 167, inciso VII). O que são os valores globais acima citados? São valores incluídos na LOA sem especificação, ou seja, recursos sem destinação específica. O que significa créditos ilimitados? São créditos orçamentários destinados a determinado programa de trabalho sem limite de valor. Exemplo: construção do edifício sede da justiça eleitoral, valor: não estabelecido, os créditos serão liberados conforme sua necessidade. PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 34 34 Na lei orçamentária anual poderá conter determinada quantidade de recursos não especificamente destinada a determinado órgão, unidade orçamentária, programa ou categoria econômica. Essa regra constitui exceção ao princípio da especificação. Os recursos (dotação orçamentária) sem destinação específica, excepcionados pela CF, serão utilizados para abertura de créditos adicionais, destinados à realização de determinados gastos. Poderíamos considerar como exceções ao princípio da especificação: A reserva de contingência, prevista no art. 91 do Decreto-Lei nº 200/67 e no artigo 5º, inciso III da LRF; Os investimentos em regime de execução especial, estabelecido no art. 20 da Lei nº 4.320/64. Essas duas exceções acima são exemplos de dotações globais que podem ser inseridas na LOA. O princípio da especialização abrange os aspectos qualitativo quanto e quantitativos dos créditos orçamentários, vedando, assim, a concessão de créditos ilimitados. Exceções ao princípio da especificação: Investimento em regime de execução especial são os programas de trabalho que, por sua natureza, não possam ser realizados de acordo com as normas gerais de execução de despesas. Exemplo: Verbas secretas para pagamento de informantes nos órgãos de segurança pública, ABIN, etc. O art. 23 da Lei nº 4.320/640 determina que o Poder executivo deverá estabelecer um quadro de detalhamento das receitas e das despesas de capital. Esse detalhamento da receita e da despesa desdobra a @ Reserva de contingência (art. 91 do Decreto-Lei nº 200/67); @ Investimentos em regime de execução especial (art. 20, da Lei nº 4.320/64). PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 35 35 classificação da arrecadação e dos investimentos aprovados na lei orçamentária. O art. 8o da LRF estabelece que até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea “c” do inciso I do art. 4o, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso. Essa norma se coaduna com o princípio da especificação, onde estabelece a publicação do cronograma mensal de desembolso através de Decreto, especificando de forma pormenorizada a despesa pública. (CESPE – Procurador Ministério Público/TCU) Em observância ao princípio da especificação, que comporta exceções, o orçamento não contém dispositivo estranho à previsão das receitas e à fixação das despesas. Resolução Conforme visto acima, o enunciado dessa questão refere-se ao princípio da exclusividade, no qual a CF estabelece que: “A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei”. Observa-se que o comando da questão “mistura” o princípio da especificação com o da exclusividade. ERRADO. 11. Princípio da clareza Segundo este princípio a lei orçamentária deve ser estruturada por meio de categorias e elementos que facilitem sua compreensão até mesmo por pessoas que não tenham conhecimento técnico no campo das finanças públicas, ou seja, o orçamento não pode ser um documento hermético (fechado), de difícil interpretação pela sociedade. Em termos de clareza, os orçamentos brasileiros alcançaram notável progresso, especialmente após a implementação do orçamento programa, no qual trouxe informações fundamentais relacionadas ás funções e programas de trabalho. PDF Watermark Remover DEMO : Purchase from www.PDFWatermarkRemover.com to remove the watermark Contabilidade Pública – Teoria e Exercícios Auditor Federal de Controle Externo TCU – Auditoria Governamental Aula EXTRA 01 Princípios orçamentários Professor Deusvaldo Carvalho www.pontodosconcursos.com.br 36 36 À luz deste princípio o orçamento
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