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AD2 - Cultura Brasileira - 2019

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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
AVALIAÇÃO A DISTÂNCIA – AD2 
Período – 2019/2º
Disciplina: Cultura Brasileira
Coordenador: Maria Amália
Aluno: Carolina Santos Lucena Matrícula: 17217130016
Observações: Essa avaliação contém uma questão no valor de 10,0 (dez) pontos.
Texto da resenha:
TRAMONTE, Cristiana. Muito além do desfile carnavalesco: escolas de samba e turismo educativo no Brasil. In: PASOS: Revista de Turismo y Patrimonio Cultural. vol. 1,
Esta resenha tem por finalidade apresentar o artigo, “Muito além do desfile carnavalesco: escolas de samba e turismo educativo no Brasil” da autora Cristina Tramonte, publicado na Revista de Turismo y Patrimônio Cultural no ano de 2003 .
A base inicial deste artigo consiste na analise do conceito de Carnaval, que de acordo com autora é compreendido como uma vivência cotidiana que é inerente ao povo brasileiro de diferentes classes sociais e presente em vários momentos históricos do país. Representa um fascínio a todos, o tornando uma identidade cultural. A autora aponta em seu artigo os primeiros estudos realizados sobre o carnaval no Brasil que ocorreu nos anos 50 e 60, demonstrando que após esse período eles continuam latentes na alma dos brasileiros, instigando a necessidade de se aprofundar mais sobre o universo carnavalesco. 
Mas a questão proposta por ela consiste na ideia de como o carnaval pode incentivar o turismo educacional e cultural de um país, uma vez que essa atividade visa à construção da percepção de uma realidade vista por parte dos alunos , permitindo que eles tenham um contato real e concreto sobre a importância cultural que é promovida pelo Carnaval. 
Embora o Carnaval tenha uma duração e quatro dias, os trabalhos duram o ano inteiro e de acordo com a autora há uma relação humana que é uma questão muito importante na construçã da identidade de um povo, sendo elas representadas pelas comunidades que são extremamente pobres e que integram, organizam e lideram esse espetáculo que é apresentado ao público durante os dias de festa.
Através do artigo da autora percebe-se que ela delimita o Carnaval na região de Florianópolis que é destacado pela influência europeia que ficou configurado segundo a autora como o lazer das elites. A autora relata em seu artigo que a participação dos escravos na época não era permitida e que somente a partir da década de 40 com o surgimento das escolas de sambas que começou o processo de agregação das camadas populares de origem negra, nestes eventos 
populares. Anteriormente havia uma segregação social movida pelo preconceito racial, na qual a presença dos negros era nula. Os brancos pobres e os negros se igualavam ao grau de oportunidades, conforme dados coletados no artigo essa explicação se dá em virtude da presença minoritária dos negros nesta região. 
Em função da segregação social da época os negros começaram a se organizar e criaram ranchos, cordões e blocos, e somente no final da década de 40 e início da década de 50 que surgiu às primeiras escolas de sambas de Florianópolis o que deu visibilidade social aos negros da época e abriu espaço para que eles participassem dessa festa de forma isolada. É neste período que os negros começaram a conquistar o seu espaço no carnaval transformando-os em manifestações culturais afro-brasileiras. Elementos dos desfiles europeus foram adaptados pelas escolas de sambas, na qual foram acrescidos de ritmos e músicas extraídos da origem negra. De acordo com a autora as Sociedades Carnavalescas eram organizadas exclusivamente pelas elites brancas da cidade e ao longo dos tempos vão perdendo espaços para as escolas de sambas fruto da criação negra, após um longo período de segregação social.
De forma percebe-se que com o passar dos tempos o carnaval começou a adquirir traços marcantes configurando-se como afro-brasileiros e consequentemente tornaria um símbolo nacional, sendo identificado por todos pela sua “ brasilidade” que é fruto da cultura negra. 
A autora define os desfiles como um elemento atraído pelo ritmo-melódico, na qual seus membros colocam o samba no pé, o ritmo contagiante que é extraído das baterias e o samba bem cantado por seus componentes. Embora o samba tenha encontrado o seu lugar no carnaval ele conviveu por um longo período com as tradicionais marchas carnavalescas. A autora explica que no Rio de Janeiro as marchas carnavalescas desapareceram por completo o que não ocorreu em Florianópolis. É neste momento que ela nos revela que embora houvesse uma agregação dos negros no carnaval , isso não significou uma mudança em relação à situação racial, eles continuaram a sendo vítimas dos preconceitos raciais.
Contudo através das escolas de sambas houve um processo lento mais coeso para que os negros tivessem mais visibilidade sobre a opinião pública. Obtendo uma maior atenção em relação à forma como viviam e o seu status de “Morro” que de acordo com o artigo passou a ter mais visibilidade e influência pela impressa da época que mostrava a forma desumana e cruel vivida por eles um verdadeiro abandono social pelo Poder Público. As canções melódicas do samba deram voz a um povo esquecido e ignorado pela elite de Florianópolis o que possibilitou uma ruptura dos preconceitos.
Segundo a autora anterior ao golpe de 64 em Florianópolis as escolas de samba começarama ganhar espaço, justamente porque o país a todo instante buscava sua “autenticidade nacional”. 
Foi através das escolas de samba que ocorreu o entrosamento entre as classes abastardadas com a elite da época. A autora esclarece que após a instauração do Golpe militar de 1964 no Brasil, o carnaval começou a sofrer com a censura o que deixou vários carnavalescos desanimado na década de 60 em Florianópolis, justamente por começar a sofre a repressão do Estado que atingiu as escolas de samba por apoiar a democracia no país.
Após se consolidar publicamente as escolas de samba começam a se expandir no cenário artístico e é neste período que cresce os números de agremiações no cenário do samba o que acaba gerando um aumento nos ensaios técnicos das escolas. Para a autora é neste período que o Poder Público começa a investir economicamente com os desfiles visando o aumento no setor turístico da cidade que começa a se expandir em virtude do carnaval. É neste período que as escolas de samba vão adentrando suavemente na elite de Florianópolis, na qual as baterias e os desfiles de fantasias passaram a ser parte fundamental dos bailes de carnaval. De acordo com o artigo somente na década de 80 é que a classe média e a elite de Florianópolis se aproximaram definitivamente das escolas de samba.
Um fato curioso abordado pela autora consiste na ideia de que mesmo estando num regime autoritário às escolas de samba não deixaram de contribuir socialmente para enaltecer a cultura afro-brasileira e a respectiva democracia do país, o que era totalmente contrário ao que era pregado pelo Regime Militar. As lutas em prol da herança negra sempre foi tema importantíssimo para as escolas de samba, por enaltecer a cultura negra na região o que de certa forma nos remete ao processo de agregação social dos negros em meio a uma ruptura da elite de Florianópolis.
Embora houvesse uma repressão por parte dos militares às escolas de samba continuava de formaexpressiva a conquistar a população tornando -se o símbolo nacional chamado por muitos de “brasilidade” o que garantiu sua sobrevivência nos tempos da Ditadura Militar devido a sua nacionalidade. Para a autora com o tempo a popularidade das escolas de samba ganharam dimensões alarmantes, na qual o mundo do samba passou a gerir polêmicas em função de sua polarização como autonomia, deixando de ser uma cultura afro-brasileira e sendo atribuída aos brasileiros como um todo, porém deixando claro que havia em empasse entre em relação às escolas de samba onde a “negritude” x “branqueamento” devido à demanda e acrescente participação da elite nas escolas de samba que antes era direcionado aos negros que não poderiam participar dos bailes oferecidos pela elite de Florianópolis. Para a autora as escola de samba no Brasil passaram por dois processos basilares que consiste na sua brasilidade e pela luta da identidade cultural o que é denominado “autenticidade” e por outro lado pela sua atividade turística que é provocado pelo carnaval em qualquer região brasileira. 
Contudo de acordo com as ideias apresentadas no artigo nem só de folia vive o carnaval no Brasil é des envolvido um trabalho comunitário, de caráter cultural e educativo que deveria ser divulgado e conhecido por todos sob a perspectiva relacionada ao “Turismo Cultural e Educativo” dando-lhes mais autonomia economicamente. O caráter pedagógico d as escolas de samb as permit e que muitos possam adquirir conhecimentos nos próprios espaços culturais da escola o que iria estreitar as relações sociais entre os povos. Na qual as pessoas aprenderiam a se relacionar e a conviver com o que é considerado igual e com o que é considerado diferente de forma coletiva e harmoniosa.
A Pedagogia da Ação Social das escolas de samba de Florianópolis promove a autovalorização da comunidade o que permite construir a cidadania e a autoestima das populações que ali habitam. Na qual “O Malandro” figura mal interpretada na época seria substituída pelo termo cidadão que é det ntor de seus direitos e deveres. Sem mencionar que este projeto ajudaria a recuperar ou a prevenir a marginalidade. Para a autora a Pedagogia da Ação Social visa também inserir a população de origem negra no campo de trabalho, devido a dificuldade em arrumar trabalho para a população abastarda, ainda mais sendo de origem negra. Enfim a Pedagogia da Ação Social nas Escolas de Samba de Florianópolis tem a função de regular às relações sociais existentes nas camadas mais pobres da população, na qual os negros são as camadas mais marginalizadas. 
Diante dos fatos apresentados pelo artigo da autora percebe-se que a atividade turística sempre foi uma fonte de mudanças em qualquer sociedade que deseja promover a inclusão social de uma população. O turismo educacional e cultural visa levar lazer e conhecimentos das diferentes culturas do mundo. O Carnaval é um dos veículos humanos e artísticos que consegue unir povos de diferentes nacionalidades, raças, credos e religião em prol de senso comum, isso nos revela que as escolas de samba temum papel pedagógico não só na comunidade onde estão alocadas, mas para todos aqueles que de certa forma vem prestigiar essa festa cultural “afro-brasileira”.
BIBLIOGRAFIA: 
 
TRAMONTE, Cristiana. Muito além do desfile carnavalesco: escolas de samba e turismo 
educativo no Brasil. In: PASOS : R evista de Turismo y Patrimônio Cultural. vol. 1, nº1, págs. 85-
96, 2003

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