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REFRAÇÃO E REFLEXÃO DA LUZ Luís Eduardo Leite Macêdo; Kayron Lopes dos Santos; Adriano Almeida da Silva; Pedro Victor Lima Rodrigues Departamento de Física – Centro de Ciências da Natureza – UFPI e-mail: dleite792@gmail.com Resumo. Neste experimento utilizou-se conceitos básicos de refração e reflexão da luz para verificar através de experimentos se as leis de reflexão e a equação de Snell se confirmam. Na primeira parte, a partir dos ângulos medidos e dos gráficos construídos confirmou-se a equação de Snell e obteve-se o resultado do índice de refração do acrílico de duas formas (“1,49”;”1,48”) indicados pelo coeficiente angular de cada um dos gráficos. Na segunda parte do experimento verificou-se o princípio óptico de reversibilidade e chegou-se no ângulo crítico do material na parte curva que é de “43,5º” uma vez que para esse valor, o ângulo de refração tendeu para “90º”. Por fim, na última parte, verificou-se o fenômeno da reflexão total ao se manusear uma fibra óptica, que ocorre devido uma diferença nos índices de refração do núcleo e do índice de refração da capa que envolve o núcleo, para que ocorra as reflexões totais é necessário que o índice de refração do núcleo seja menor que o da capa. Palavras chave: Luz, reflexão da luz, refração, ângulo crítico, índice de refração da luz. Introdução O que deu início ao estudo da óptica clássica como se conhece hoje foram as equações de Maxwell, que permitiram entender o funcionamento das ondas eletromagnéticas e descreverem seu comportamento em termos do campo elétrico e magnético. [1] Essas ondas incluem todo o espectro eletromagnético. A luz é a parte do espectro visível ao olho humano e que possui uma variação do comprimento de onda que vai de 400 nanômetros até 700 nanômetros como pode ser visto na figura1: Figura 1:Espectro eletromagnético A emissão da luz pode ser explicada pelo modelo do átomo de Bohr, quando um elétron em um estado excitado retorna para sua camada inicial ele emite a energia excedente em forma de radiação eletromagnética, que pode ou não ser visível. Geralmente a radiação é visível quando o elétron da camada de valência faz a transição. [1] No entanto, quando são realizados estudos simples sobre o comportamento da luz, não é necessário ir tão longe, o maior interesse é em entender seus principais efeitos em diferentes meios de modo a compreender seu comportamento e relações, que podem ser encontradas empiricamente. Pelo princípio de Huygens, as frentes de onda são consideradas como fontes pontuais e após um tempo determinado elas descrevem uma reta, tendo isso em vista, seguem as principais leis de reflexão e de refração da luz. [1] Quando se incide um raio de luz originário do meio n1 (raio Incidente) em uma face transparente que separa os dois meios (n1 e n2) de propagação. Percebe-se que uma parte da luz é refletida para o meio n1 (raio refletido) e uma outra parte é refratada para o meio n2 (Raio refratado). O ângulo formado entre o raio incidente e a reta normal, e a reta normal com o raio refletido é denominado como α, e β o ângulo entre a reta normal e o raio refratado como exibe na Figura2. [3] Figura 2: Reflexão e refração [2] Lei da Reflexão É observado que o ângulo do raio refletido pertence ao plano de incidência e o ângulo de reflexão é igual ao ângulo de reflexão (1)α incidência = α ref lexão Leticia Caixa de texto Seção Pontuação AlunonullnullResumo 1,0 0,9nullnullIntrodução 0,5 0,5 nullnullProc. Experimental 0,5 0,5 nullnullResultados e Discussão 5,0 5,0nullnullConclusão 2,0 1,8nullnullBibliografia 0,5 0,5nullnullFormatação 0,5 0,5 NOTA: 9,7 Leticia Riscar Lei da Refração: Na dedução para a lei da refração, ainda utilizando o princípio de Huygens, o raio refratado permanece no plano de incidência e tomando um mesmo tempo para a luz que se propaga no meio 1 e a que se propaga no meio 2 . λ 1 = λ 2 v 1 v 2 sen(β) sen(α) = λ 2 λ 1 = v 2 v 1 sen(α) sen(β)cv 1 = c v 2 (2) sen(α) sen(β)n 1 = n 2 Reflexão Interna Total: Ainda de acordo com a figura 1 e com a lei da refração, a medida que o ângulo do raio incidente cresce, o ângulo de refração também cresce, e quando o ângulo de refração chega a 90º, obtêm-se o ângulo crítico que é justamente o “⍺” do raio incidente. Para calcular o ângulo crítico utiliza-se da lei de snell (2). (3) rcsen( )α crítico = a n 2 n 1 Para os ângulos incidentes maiores que o ângulo crítico, tem-se o fenômeno de reflexão interna total. As fibras ópticas se utilizam deste fenômeno para conduzir a luz por grandes distâncias sem perder a intensidade. O objetivo deste trabalho é verificar as leis de refração e reflexão da luz experimentalmente. Materiais Fonte de luz; Disco graduado; Semicírculo de acrílico; Uma vareta de acrílico de formato curvo. Procedimento Experimental Parte I: Lei de Snell Montou-se o experimento como mostrado na figura 3, em seguida fez-se incidir um raio luminoso precisamente no centro do objeto, na parte plana, em seguida variou-se o ângulo de incidência girando o disco e realizou-se as medições para o ângulo de refração do ângulo de 0º até 90º. Por fim realizou-se o mesmo procedimento, porém com a parte curva do semicírculo. Figura 3: Montagem da primeira parte [2] Parte II:Refração e Refração Total e Ângulo Limite Utilizou-se o mesmo aparato e com a mesma montagem da parte 1 do experimento e fez-se incidir a luz perpendicularmente à face circular do semicírculo e anotou-se os ângulos refratados, em seguida girando lentamente o disco graduado mediu-se o ângulo crítico do material no ponto em que não era mais visível o raio de luz refratado e anotou-se os resultados. Parte III: Princípio de uma Fibra Óptica e a Reflexão Interna Total Montou-se o arranjo experimental como na figura 4, e atingiu-se o laser em uma das faces da vareta de acrílico em seguida fez-se variar o ângulo de incidência . Figura 4: Montagem da terceira parte Resultados e Discussão Parte I: Lei de Snell Nas tabelas 1 e 2 são apresentados os dados da primeira parte do experimento. Na primeira tabela os resultados para o feixe de luz incidindo na parte plana do disco de acrílico e na segunda tabela para a luz incidindo na parte curva : Leticia Riscar Leticia Máquina de escrever . Tabela 1: Luz incidindo na parte plana do semicírculo Ângulo de incidência (⍺);ângulo de refração (𝛽) ⍺¹(°) 𝛽¹(°) Erro𝛽¹ ⍺¹(°) 𝛽¹(°) Erro 𝛽¹ 0° 0,0 , 0± 0 5 50° 30,5 0,5± 0,0 30,5 0,0 30,5 10° 6,5 0,50± 60° 35,5 0,5± 6,5 35,5 6,5 35,5 20° 13,5 0,50±70° 39,0 0,5± 13,5 39,0 13,5 39,0 30° 19,5 ,± 0 5 80° 41,5 0,50± 19,5 41,5 19,5 41,5 40° 25,5 0,5± 90° - - 25,5 - 25,5 - Tabela 2: Luz incidindo na parte circular do semicírculo Ângulo de incidência (⍺);ângulo de refração (𝛽) ⍺²(°) 𝛽²(°) Erro𝛽² ⍺²(°) 𝛽²(°) Erro 𝛽² 0° 0,0 , 0± 0 5 43,5° 90° , 0± 0 5 0,0 90° 0,0 90° 10° 14,5 0,50± 50° - - 14,5 - 14,5 - 20° 30,0 0,50± 60° - - 30,0 - 30,0 - 30° 47,0 0,± 0 5 80° - - 47,5 - 47,0 - 40° 72,5 0,56± 90° - - 72,5 - 71,5 - Apenas medindo os ângulos de incidência, reflexão e refração, como realizou-se no procedimento, é possível chegar em várias conclusões e equações simples que podem ser de grande ajuda para descrever o comportamento da luz em diferentes meios. O primeiro resultado importante foi a confirmação da equação (1) que diz que o ângulo de incidência é igual ao ângulo de reflexão, e de fato, em ambas as ocasiões (parte plana e parte curva do acrílico), observou-se que o ângulo era o mesmo. O segundo resultado, não tão imediato quanto o primeiro, pode ser visto ao se analisar os ângulos de incidência e de refração das tabelas 1 e 2, a razão do seno do ângulo de refração com o seno do ângulo de incidência resulta em uma constante. Escrevendo essa relação na forma de uma função do 1º grau, obtemos o seguinte gráfico: Figura 5: Gráfico da função que relaciona os ângulos de incidência e refração na parte plana. A relação de linearidade fica clara pelo ajuste linear do gráfico, logo, o coeficiente angular da função deve ser uma constante que relaciona as duas funções seno, ou seja, a lei de snell dada pela equação (2), logo, tal constante, assumindo que o índice de refração do ar é 1, é o índice de refração do material em questão . Que é , 9 n = 1 4 exatamente o valor do índice de refração do acrílico encontrado nos livros. De forma análoga, para descobrir o índice de refração do acrílico na parte curva do material, têm-se o gráfico: Figura 6: Gráfico da função que relaciona os ângulos de incidência e refração na parte curva. Nesse caso, o coeficiente angular da reta “0,675”, fornece o valor do índice de refração relativo da luz indo do acrílico para o ar, ou seja, é a razão do índice de refração do ar com o índice de refração do acrílico. Calculando essa razão, obtêm-se que o índice de refração do acrílico é “1,48”, um valor também próximo ao encontrado na literatura (1,49). Parte II: Refração e Reflexão Interna Total e Ângulo Limite Tabela 3: Ângulos de incidência e refração. Medida do ângulo crítico. Medida 1 α¹(°) β¹(°) Sen (α¹) Sen(β¹) 0,00 0,00 0,00 0,00 10,00 14,50 0,17 0,25 20,00 30,0 0,34 0,50 30,00 47,00 0,50 0,73 40,00 72,50 0,64 0,95 43,50 90,00 0,68 1,00 Medida 2 α²(°) β²(°) Sen (α²) Sen(β²) 0,00 0,00 0,00 0,00 14,50 10,00 0,25 0,17 30,00 20,00 0,50 0,34 47,00 30,00 0,73 0,50 72,50 40,00 0,95 0,64 90,00 43,50 1,00 0,68 Como o índice de refração é próprio de cada material, ele independe da direção do raio de luz entre os dois meios. Outra consequência da lei de snell é que assim como na reflexão, ele obedece ao princípio óptico da reversibilidade, isso fica claro ao se olhar os dados da tabela 3, ao trocar o ângulo de incidência pelo de refração, a luz percorre o mesmo caminho mas em um sentido contrário. Por fim, o que restou foi calcular-se o ângulo crítico para o qual o ângulo de refração chega a 90º. Ao se olhar a tabela 2 com mais atenção é possível notar que a medida que o ângulo de incidência aumenta o ângulo de refração tende a 90º e o limite do ângulo de incidência encontrado foi 43,5°. Usando a equação (3) que dá o valor do ângulo crítico, o índice de refração relativo do acrílico para o ar(assim como na figura 6) é simplesmente o seno do ângulo de incidência “0,68”, que é próximo do valor calculado na primeira parte “0,675”(fazendo o feixe de luz incidir na parte curva). Logo, pelo terceiro método de encontrar um valor para o índice de refração do acrílico, obtêm-se “1,47”. Parte III: Princípio de uma Fibra Óptica e a Reflexão Interna Total Na última parte do experimento estudou-se o comportamento da luz numa fibra óptica. Ao se incidir o laser em uma das faces da vareta de acrílico, pelo fato do material interno do núcleo possuir um índice de refração bem menor que o do material da capa que envolve o núcleo, implica que o ângulo crítico deve ser pequeno, de tal modo que a luz sofre reflexão total durante todo o percurso. Tal resultado é tão importante que possui uma vasta aplicação. Fibras ópticas são usadas na medicina como instrumentos para examinar o interior do corpo humano e até para conectar computadores em todo o mundo percorrendo milhares de quilômetros por cabos submarinos em todo o oceano. Como consequência da luz ser uma onda eletromagnética, é de se esperar que quando a luz se propaga em um meio dielétrico ou diamagnético sejam alterados os valores de campo elétrico e magnético e a luz sofra algumas consequências, e de fato, ao adentrar em um meio dielétrico, a luz tem a sua velocidade dependente da constante dielétrica do material no caso não estático, além disso, tal constante varia com a frequência da luz, o que é levado em consideração pelo princípio de Huygens para deduzir a lei de refração, pois ao variar a o comprimento de onda da luz na transição de um meio para outro, a velocidade da luz dada por “ ” também varia, como a frequência da fv = λ luz permanece constante, as frentes de onda sofrem uma inclinação com relação à normal da superfície, o fator que relaciona os senos da inclinação de incidência e de refração é a razão das velocidades de propagação de cada meio, o que é chamado de índice de refração relativo aos meios em questão. [1] Conclusão Com base nos resultados obtidos, concluiu-se que a luz sofre mudanças em sua velocidade e comprimento de onda que afetam sua trajetória ao passar de um meio para outro, comprovando-se assim as equações fundamentais das leis de reflexão (1) e de refração (2) da luz. Mais adiante verificou-se que ao passar de um meio com índice de refração maior para um meio com índice de refração menor, em determinada inclinação do ângulo de incidência, a luz sofre uma reflexão total devido ao ângulo crítico atingido, no caso do experimento o resultado do ângulo crítico foi de 43,5º, o que permitiu explicar o comportamento de uma fibra óptica na parte 3 do experimento. Bibliografia [1] Halliday, D; Resnick, R; Krane, K. Física IV, 5ª ed. ED.pág 1,4,7,12,13,14,16 LTC, Rio de Janeiro. 2000 Leticia Máquina de escrever referencias?? Leticia Máquina de escreveré o indice de refração? [2] Apostila de Física experimental IV- elaborada pela Profa. Maria Leticia Vega – 2017 [3]Moysés, H.N. Curso de Física Básica 4. 1ª Ed. pág,7, 1998
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