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1 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Aços ao carbono e aços ligados 1-O FERRO COMO ELEMENTO Símbolo: Fe Massa atômica: 55,845 µ Ponto de fusão: 1.538 ºC Número atômico: 26 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 2 3 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Figura 1- comportamento da estrutura cristalina do ferro em diferentes temperaturas. Fonte: Aços e ligas especiais, Silva, Mei, 2010. 2-A ADIÇÃO DO CARBONO O carbono forma uma solução sólida com ferro da forma intersticial. As posições possíveis para o carbono se alojar nos interstícios da estrutura do ferro são as seguintes: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 4 Figura 2 - vãos tetraédricos, + vãos octaédricos. Fonte: Aços e ligas especiais, Silva, Mei, 2010 FERRO CARBONO TEMPERATURA ºC ESTRUTURA RAIO Fe (Å) INTERSTISCIAL SUBSTITUCIONAL RAIO DO CARBONO EM (Å) A 15ºC (GRAFITE) RAIO DO VÃO OCTAÉDRICO (Å) RAIO DO VÃO TETRAÉDRICO (Å) ±15% DO RAIO DO Fe (Å) 500 CCC 1,25 0,19 0,36 1,06-1,44 0,71 1000 CFC 1,29 0,53 0,29 1,10-1,48 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 5 2.1-ANÁLISE DO CARBONO NA ESTRUTURA DO FERRO Tabela 1- Comparação do raio atômico do carbono com o tamanho dos interstício da estrutura do Fe. Fonte: Aços e ligas especiais, Silva, Mei, 2010. Pela análise da tabela anterior temos que: O carbono forma apenas solução sólida intersticial; O maior vão da estrutura CCC ainda é muito menor que o raio atômico do Carbono: Ou seja baixa solubilidade. O maior vão da estrutura CFC quase suporta um átomo de Carbono: Maior solubilidade. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 6 3-O DIAGRAMA FERRO-CARBONO UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 7 Austenita (γ): Estrutura CFC, solubilidade máxima de 2,14% de C Ferrita (α): Estrutura CCC, solubilidade máxima de 0,022% de C Ferro δ: Estrutura CCC, solubilidade máxima de 0,09% de C Fase líquida Cementita (Fe3C): Estrutura Ortorrômbica, solubilidade máxima de 6,67% de C Figura 3-Diagrama Fe-C. Fonte: internet 4-FASES PRESENTES NA TEMPERATURA AMBIENTE E INFLUÊNCIA DO CARBONO Ferrita; fase com baixa concentração de C, apresenta boa ductilidade mais baixa resistência mecânica. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 8 Figura 4-micrografia da fase perlita. Fonte: http://www.fvnunes.com UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 9 Perlita; composto de duas fases (cementita e ferrita) em formato lamelar. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 10 Figura 5- Micrografia da perlita. Fonte: www.cimm.com.br 5-CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 11 Dentro da região que corresponde aos aços no diagrama Fe-C, podemos dividir as matrizes microestruturais em 3 grupos: Hipoeutetóide: de 0,008% até 0,76% de C, microestrutura formada de ferrita pró-eutetóide e Perlita. Figura 6- Micrografia do aço hipoeutetóide. Fonte: ftp.demec.ufpr.br. Eutetóide: composição estritamente fixa em 0,76% de C, característico por ter sua microestrura composta por Perlita. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 12 Figura 7- Micrografia do aço eutetóide. Fonte: ftp.demec.ufpr.br. Hipereutetóide: de 0,76% até 2,14% de C, microestrutura formada por cementita pró-eutetóide e Perlita. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 13 Figura 8- Micrografia do aço hipereutetóide. Fonte: ftp.demec.ufpr.br. 6-CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS Para aços sem elementos de liga, sua classificação depende apenas do teor de carbono na sua composição, sendo divididos em baixo, médio e alto carbono . Baixo carbono: Aços com teor menor de 0,3% de C. Médio carbono: Aços com teor acima de 0,3% de C e abaixo de 0,8%. Alto carbono: Aços com teor de carbono maior que 0,8% e menor que 2,14%. Para concentrações maiores de 2,14% de C são considerados como ferro fundido. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 14 Sistema SAE de classificação, exemplo: * SAE 1045 SAE 10 45 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 15 Teor de carbono x100, ou seja, nesse caso 45% de C Indica a *série do aço com outros elementos residuais Norma utilizada na classificação Tabela 2- classificação dos aços pela norma SAE. Fonte: internet 7-ELEMENTOS DE LIGA Os elementos de liga são de fundamental importância e seu entendimento é necessário, pois são eles que conferem as resistências necessárias para os aços que em um sistema simples de Fe-C não são possíveis. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 16 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 17 Tabela 3- Influência dos elementos de liga nos aços. Fonte: TESTMAT UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 18 Tabela 4- Influência dos elementos de liga nos aços. Fonte: TESTMAT UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 19 Tabela 5- Influência dos elementos de liga nos aços. Fonte: TESTMAT 8-AÇOS BAIXA LIGA ALTA RESISTÊNCIA Muitas vezes apenas os aços comuns não atendem certas necessidades, os aços baixa liga alta resistência, ou ARBL servem para atender as resistências mecânicas necessária mas com o mínimo necessário de elementos de liga. Propriedades mecânicas: Apresenta maior resistência que os aços comuns, possuem boa ductilidade, usinagem e, além disso, também são mais resistentes à corrosão do que os aços comuns. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 20 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 21 Tabela 6- Comparação das resistências dos aços. Fonte: Adaptado deCiência e engenharia dos materiasi; Callsiter, Rethwisch, 4ª edição, 2014 Foi dado mais atenção para esses aços, principalmente no período em que o processo de soldagem se tornou frequente e viável. Muitas vezes o aço comum não tem boa soldabilidade, mais ainda com o aumento de carbono na matriz, para contornar o problema foi adicionado o Manganês, que mantinha as propriedades iniciais do aço e melhorava a soldabilidade. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 22 Aplicações: Estruturas onde a resistência é crítica como, por exemplo, pontes, torres, colunas de sustentação em prédios altos e vasos de pressão. Estruturas que são aparafusadas, rebitadas ou usadas em baixas temperaturas ambientes. Elementos frequentemente usados: Manganês, Molibdênio, Silício e Vanádio. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 23 9-AÇOS MÉDIO CARBONO TEMPERÁVEIS A têmpera: tratamento que consiste no aumento de dureza dos aços pela formação de uma fase metaestável, a martensita. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 24 É característico dessa fase uma dureza elevada e os grãos em formas de ripas. Figura 9- Micrografia da martensita. Fonte: http://www.joinville.udesc.br. O processo de têmpera consiste em elevar a temperatura do aço até o campo austenítico e após a completa austenitização o resfriamento rápido, geralmente feito em água ou óleo. Os aços mais indicados para a têmpera são os de médio carbono. Para pequenas quantidades de carbono a formação de martensita não é possível, o máximo que ocorre é a formação de alotriomorfos da ferrita, e para aços de alto carbono a formação da martensita deixa o material extremamente frágil, podendo ocorre trincas até durante a têmpera. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 25 É comum e necessário na têmpera o revenimento, processo feito após a têmpera que visa eliminar as tensões internas do material temperado, afim de evitar trincas durante a utilização do material. Aplicações: Rodas de trens, trilhos de ferrovias, engrenagens e virabrequins. Peças de máquinas e componentes estruturais que exigem alta resistência mecânica, resistência à abrasão e certa tenacidade. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 26 10-AÇOS FERRAMENTAS Contêm Cromo, Vanádio, Tungstênio e Molibdênio. Os elementos são propícios a formação de carbetos, o que os tornam altamente resistentes a abrasão e aumento considerável da dureza. São usados como ferramentas de corte e em outros processos de usinagem. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 27 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 28 Tabela 7- Comparação das classes dos aços. Fonte: Ciência e engenharia dos materiasi; Callsiter, Rethwisch, 4ª edição, 2014UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 29 Tabela 8- Comparação das resistências dos aços. Fonte: Adaptado de Ciência e engenharia dos materiasi; Callsiter, Rethwisch, 4ª edição, 2014 11-AÇOS INOXIDÁVEIS Propriedades mecânicas: Excelente resistência à corrosão, indepentemente da subclasse(austenítico, ferrítico ou martensítico). São aços de alta liga que geralmente corresponde com teores elevados de Cromo Ferríticos: Componentes de exaustão automotivos, válvulas para altas temperaturas, câmaras de combustão. Austeníticos: Construções com solda, equipamento para processamentos químicos e alimentícios e vasos criogênicos. Martensíticos: Canos de armas, peças de motores de jatos, mancais e instrumentos cirúrgicos. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 30 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 31 Tabela 9- Comparação das classes dos aços. Fonte: Ciência e engenharia dos materiasi; Callsiter, Rethwisch, 4ª edição, 2014 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 32 Tabela 10- Comparação das resistências dos aços. Fonte: Adaptado de Ciência e engenharia dos materiasi; Callsiter, Rethwisch, 4ª edição, 2014 12-CUSTOS Um dos principais fatores a ser lavado em consideração na manufatura de peças ou no uso estrutural, o custo e o custo relativo da produção dos aços e suas ligas são mostrados a seguir: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 33 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 34 Tabela 11- Comparação custos dos aços. Fonte: Ciência e engenharia dos materiasi; Callsiter, Rethwisch, 4ª edição, 2014 13- Questões Qual a explicação da fase austenita ter maior solubilidade do Carbono? E qual o motivo do carbono não forma solução substitucional com o ferro? Pela relação dos vãos formados pela estrutura CFC, na qual comporta mais átomos de Carbono. Pois o raio atômico do carbono é muito menor se comparado com o ferro. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 35 13- Questões Por que são adicionados elementos de liga no aço? Pois em certas aplicações somente o aço carbono não confere todas as propriedades necessárias, os elementos de liga não só melhoram as propriedades mecânicas como tem forte influência na fabricação dos aços. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 36 13- Questões Quando precisamos escolher um aço que atenda a certas propriedades mecânicas, qual conhecimento devemos ter acerca do material? O tratamento térmico que este aço recebeu, a fim de saber qual é a sua microestrutura. O teor de carbono que este aço contém, assim como os elementos de liga. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 37 14-BIBLIOGRAFIA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 38 LIVROS; Aços e ligas especiais, Silva, Mei, 2010. Ciência e engenharia dos materiasi; Callsiter, Rethwisch, 4ª edição, 2014 SITES; https://www.infomet.com.br/site/acos-e-ligas-conteudo-ler.php?codConteudo=199 http://www.testmat.com.br/wp-content/uploads/2018/01/efeito-elementos-liga-tratamento-termico.pdf
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