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Ética e Moral: Conceitos Fundamentais

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Ética: Segmento da filosofia que se dedica à análise das razões que ocasionam, alteram 
ou orientam a maneira de agir do ser humano, geralmente tendo em conta seus valores 
morais. 
 
[Por Extensão] Reunião das normas de valor moral presentes numa pessoa, sociedade ou 
grupo social: ética parlamentar; ética médica. 
 
“A ética é um conjunto de conhecimentos que são extraídos da investigação do 
comportamento humano, ao tentar explicar as regras morais de uma forma racional e 
científica”. 
Resumindo, ela é uma reflexão da moralidade. A ética nos ajuda a responder perguntas 
do tipo eu quero? Eu posso? Eu devo? 
 
Moral: Conjunto de regras adquiridas através da cultura, da educação, da tradição e do 
cotidiano, e que orientam o comportamento humano dentro de uma sociedade. 
 
Já a moral é um conjunto de regras que são aplicadas ao cotidiano. “É basicamente 
quando eu transformo a ética numa estrutura escrita e essas normas passam a ser aplicadas 
e usadas por todo cidadão. Elas orientam o indivíduo, norteando suas ações, seus 
julgamentos sobre o que é certo e errado” 
 
 
• A moral orienta o comportamento do homem diante das normas instituídas pela 
sociedade ou por determinado grupo social. Diferencia-se da ética no sentido de que 
esta tende a julgar o comportamento moral de cada indivíduo no seu meio. No 
entanto, ambas buscam o bem-estar social. 
"Nascimento" da Ética: Quando se torna ciência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em si, o conhecimento é uma informação sobre determinado objeto ou processo do 
mundo que é neutra de valor moral (ou ético; sendo que ‘ética’ e ‘moral’ serão entendidas 
aqui como sinônimos). Aquilo que descobrimos sobre o mundo pode modificar, por vezes 
de maneira drástica, nossa capacidade de agir sobre o mundo, e é então que questões 
éticas são suscitadas. 
 
 
▪ Exemplo: conhecimento de física nuclear. Descobrir a existência e propriedades do 
núcleo atômico é uma coisa; usar esse conhecimento para fazer um reator nuclear, 
que forneça energia e melhore o bem-estar de uma população é outra; usar esse 
mesmo conhecimento para fazer uma bomba atômica é outra; e, por fim, decidir 
lançar essa bomba em um determinado contexto bélico ou de luta política é ainda 
outra. Cada um desses passos, a partir do segundo, envolve decisões de pessoas e 
grupos de pessoas que repercutem sobre outros seres, e que portanto são objeto de 
avaliação moral. 
 
Sócrates: o "pai" da moral 
 
Sócrates estava convencido que os conceitos morais se podiam estabelecer racionalmente 
mediante definições rigorosas. Estas definições seriam depois assumidas como valores 
morais de validade universal. 
 
Sócrates procurava de alguma forma indagar os cidadãos atenienses a respeito das 
virtudes, sua essência, valor, obrigação. Como saber se uma conduta é boa ou não, 
virtuosa ou reprovável? Por que o bem é uma virtude e o mal um erro? É preferível ser 
justo ou injusto? Com estes questionamentos Sócrates forçava os indivíduos a refletirem 
sobre si mesmos e suas próprias ações. Além disso, a indagação ética socrática dirige-se 
não só ao indivíduo, mas também à sociedade. 
 
As questões socráticas podem ser consideradas como fundamento da ética ou filosofia 
moral porque procuram definir o campo no qual os valores morais podem ser 
estabelecidos além de tentar encontrar seu ponto de partida que, para Sócrates, é a própria 
consciência do agente moral. Assim, o sujeito ético, diria Sócrates, é aquele que sabe o 
que faz, conhece as causas e os fins de sua ação, a essência dos valores morais. 
 
O fim de Sócrates é ser julgado e condenado por perturbar a ordem pública dos cidadãos 
gregos e a sua pena foi escolhida por ele em morte por envenenamento, daí se deu o título 
de "pai" da moral. 
 
• Palavras-chave: conhecimento, harmonia social 
 
Platão: o mundo das ideias e dos sentidos 
 
Platão acreditava que por de trás de nossa realidade material existe uma realidade abstrata. 
 
▪ Exemplo: bolos parecidos, do mesmo formato e tamanho só é possível devido a 
uma forma. 
 
A forma, como o nome já diz, dá o formado parecido de todos os bolos. Para Platão, todas 
as coisas do mundo são como os bolos, ou seja, por trás de tudo que existe, há uma forma. 
 
No mundo das ideias, existem todas as ideias primordiais, sendo que essas ideias são 
perfeitas e eternas – as formas. Uma cadeira, por exemplo, pode mudar o formado 
(redonda, quadrada, 3 ou 4 pés), mas a “ideia cadeira” sempre será a mesma: um objeto 
para sentar. 
 
Segundo Platão, só podemos alcançar essa realidade – o mundo das ideias – por meio da 
razão. 
 
O mundo dos sentidos para Platão é o mundo que habitamos – o mundo material. Este 
mundo é uma cópia do mundo das ideias. No entanto, por ser uma cópia, ela está sujeito 
ao erro e não é eterno, tem um tempo de duração. 
 
Ética Ideal: 
Platão propõe uma ética transcendente, dado que o fundamento de sua proposta ética não 
é a realidade empírica do mundo, nem mesmo as condutas humanas ou as relações 
humanas, mas sim o mundo inteligível. O filósofo centra suas indagações na Ideia 
perfeita, boa e justa que organiza a sociedade e dirige a conduta humana. As Ideias 
formam a realidade platônica e são os modelos segundo os quais os homens tem seus 
valores, leis, moral. Conforme o conhecimento das ideias, das essências, o homem obtém 
os princípios éticos que governam o mundo social. 
 
O uso reto da razão é entendido como o meio de alcançar os valores verdadeiros que 
devem ser seguidos pelos homens. No mito da caverna, o filósofo expõe a condição de 
ignorância na qual se encontra o homem ao lidar com o conhecimento das aparências. 
Somente pelo conhecimento racional o homem pode elevar-se até as Ideias, até o Ser e 
conhecer a verdade das coisas. Isto se dá através do método dialético, o qual elimina as 
aparências e encontra as essências, a verdade no conhecimento das coisas. Este método 
filosófico tem por finalidade libertar os homens da ignorância e levá-los ao conhecimento 
de ideia em ideia, até alcançar o conhecimento da Ideia Suprema: o Bem. As outras ideias 
participam desta e devem sua existência a esta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"Mito da Caverna" 
• Palavras-chave: Idealismo, perfeição, excesso e falta 
 
 
 
 
 
 
Aristóteles: a ética do possível 
 
O tema principal da ética de Aristóteles é delimitar o que é o “bem” e o significado que 
ele tem para o homem. Somente quem conhece o bem é capaz de encontrar a felicidade, 
que na filosofia aristotélica não é um sentimento passageiro, e sim “obra de uma vida 
inteira”. 
 
“Toda arte e todo saber, assim como tudo que fazemos e escolhemos, parece visar algum 
bem. Por isso, foi dito, com razão, que o bem é aquilo a que todas as coisas tendem, Mas 
há uma diferença entre os fins: alguns são atividades, ao passo que outros são produtos 
à parte das atividades que os produzem.” 
Aristóteles, Ética a Nicômano, 1094a 1 -5. 
 
Em relação à ética, o bem leva cada indivíduo a ser capaz de viver com os outros, na 
polis*. Em outras palavras, a ética, no campo individual, prepara terreno para a política, 
no campo coletivo. Para Aristóteles, a finalidade da política é a busca do bem de todos os 
homens. 
E qual é o bem de todos os homens? A felicidade, responde Aristóteles. A felicidade, 
porém, não é um sentimento que aparece, instala-se e vai embora; ao contrário, é “obra 
de uma vida inteira”. 
 
A virtude, assim, está ligada à razão. E, como todo homem é dotado de razão, todo homem 
pode alcançar a virtude. Basta identificar a paixão que odomina, reconhecer seus 
extremos e procurar, racionalmente, seu justo meio. 
 
*Polis = cidade 
 
• Palavra-chave: bem supremo 
 
Usos: Obrigatório, porém quando não cumprido causa apenas riso. Não prejudica outras 
pessoas 
• Coerção Social Espontânea 
 
Costumes: Violação dos costumes que prejudica as outras pessoas 
• Coerção Social Espontânea (Mais presente em "Costumes" do que em "Usos") 
 
Leis: Regras pré-estabelecidas por poder competente e fiscalizadas por autoridades. 
▪ Imposição dos costumes aceitos pelo grupo social 
▪ Regulamentação de novas situações fora dos costumes 
▪ Substituições de costumes antigos 
• Coerção Social Legal 
 
Coerção Social: A coerção social é um conceito do sociólogo Émile Durkheim em sua 
teoria sobre o fato social. O autor afirmava ser ato da coerção social a aceitação da 
realidade, devido à força coercitiva que a sociedade tem sobre os individuos. É a forma 
de pensar e agir moldada conforme o grande grupo pensa ou faz, sem espaços para a 
individualidade ou independência devido ao poder coercitivo que a coletividade exerce. 
 
Ética e Capitalismo: Competitividade e individualismo geram desconfiança que leva a 
falta de ética. Mais importante TER do que SER. O capitalismo corrompe o homem em 
suas condutas. 
 
Vícios: Disposição habitual para o mal. Tendência para provocar o mal ou ter ações 
contrárias à moral; depravação. 
 
Virtudes: O que expressa boa conduta; em conformidade com o correto, aceitável ou 
esperado; segundo a religião, a moral, a ética etc. 
 
 
Prudência: Característica de quem se comporta de maneira a evitar perigos ou 
consequências ruins, de quem é prudente; precaução. Em que há sensatez; que demonstra 
ou age com paciência; ponderação, calma. 
 
Justiça: Particularidade daquilo que se encontra em correspondência (de acordo) com o 
que é justo; modo de entender e/ou de julgar aquilo que é correto. 
 
Fortaleza: Energia, força moral; convicção: fortaleza de seus princípios. Característica 
de forte; força, vigor, robustez 
 
Temperança: Característica da pessoa que consegue equilibrar suas próprias vontades. 
Particularidade de quem é comedido; moderado. 
 
Consciência Moral: O termo consciência, em seu sentido moral, é 
uma habilidade, capacidade, intuição, ou julgamento do intelecto que distingue o certo do 
errado. Juízos morais desse tipo podem refletir valores ou normas sociais (princípios e 
regras). Em termos psicológicos a consciência é descrita como conduzindo 
a sentimentos já de remorso, quando o indivíduo age contra seus valores morais, já de 
retidão ou integridade, quando a ação corresponde a essas normas 
 
A consciência moral compreende: 
1. A compreensão dos princípios da moralidade 
2. Sua aplicação a circunstâncias determinadas 
3. O juízo feito a atos concretos, praticados ou a praticar. 
 
 
Normas que a consciência deve seguir: 
1. Jamais fazer o mal para que dele provenha um bem 
2. Fazer aos outros aquilo que quer que faça a si mesmo 
3. Respeito ao outro e à sua consciência, o que não significa aceitar como bem aquilo 
que sabe-se que é um mal.

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