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27/03/2015 1 Biofísica da Circulação Universidade Federal do Piauí Centro de Ciências da Saúde Disciplina: Biofísica 1. Estrutura e Função do Sistema Circulatório 2. O Coração: a bomba hidráulica do corpo 3. Circulação Arterial e Circulação Venosa 4. Hemodinâmica e a Física da Circulação 5. Pressão Arterial e suas Técnicas para Aferição 6. Alterações Patológicas do Fluxo sanguíneo Tópicos da aula 27/03/2015 2 1. Estrutura e Função do Sistema Circulatório Para que serve o sistema circulatório? • Sistema de comunicação entre orgãos e tecidos • Manutenção da Temperatura • Transporte de nutrientes: sist. digestivo -tecidos • Transporte de metabolitos e toxinas: Sistema renal • Gases O2 e CO2: pulmão-tecidos- pulmão • Carreador de hormônios, peptídios etc... 1. Estrutura e Função do Sistema Circulatório Estrutura • Coração: bomba de ejeção Localização: cavidade torácica (mediastino) • Vasos sanguíneos: rede de comunicação Circulação Arterial e Venosa • Sangue: Fluído contendo células, metabolitos e nutrientes 27/03/2015 3 2. O Coração: a bomba hidráulica do corpo • Bomba propulsora de fluido capaz de manter o fluxo continuo • Regida pela lei de Frank-starling “Estabelece que o coração, dentro de limites fisiológicos, é capaz de ejetar todo o volume de sangue que recebe proveniente do retorno venoso” _ Tudo sangue que entra sai _ Distenção do miocardio Tensão gerada Contratilidade 2. O Coração: a bomba hidráulica do corpo • Lei de Frank-starling - 1- Quando o coração é submetido ao estiramento de suas paredes musculares, ele promove uma contração mais vigorosa, aumentando, o volume sistólico do ciclo e o volume diastólico do ciclo. v o lu m e n o rm a l d e s a n g u e n a s ís to le v e n tr ic u la r (µ L) pressão exercida sobre as paredes do ventrículo esquerdo (mmHg) 27/03/2015 4 2. O Coração: a bomba hidráulica do corpo 2. O Coração: a bomba hidráulica do corpo 27/03/2015 5 2. O Coração: a bomba hidráulica do corpo • Orgão muscular oco • 4 cavidades: 2 átrios e 2 ventrículos • Revestido por uma estrutura fibrosa (pericardio) Artéria aorta veia pulmonar Artéria pulmonar veia cava Como essa bomba se contrai? 2. O Coração: a bomba hidráulica do corpo fibras musculares cardíacas com poucas miofibrilas geração espontânea de estímulo (fibras excitatórias) Fibras Especializadas Nó sino atrial (marca-passo) Dois átrios contraem como uma unidade Dois ventrículos contraem como uma unidade Musculo Atrial Musculo Ventricular Contração dos átrios Contração ventricular bombeamento cardíaco eficaz 2 sincícios funcionais 27/03/2015 6 2. O Coração: a bomba hidráulica do corpo Como inicia a condução elétrica? Nó sino atrial (marca-passo) Contração do átrios sinal chega ao nó AV Ventrículos contraem Estimulo do feixe de His e Fibras de Purkinje O potencial elétrico e o ECG 2. O Coração: a bomba hidráulica do corpo P QRS T Onda P: contração dos átrios (despolarização dos atrios) Onda QRS: contração dos ventrículos (despolarização dos ventriculos) Onda T: repolarização ventricular O potencial elétrico e o ECG 27/03/2015 7 2. O Coração: a bomba hidráulica do corpo Qual o objetivo do potencial elétrico? O ciclo cardíaco As redes de comunicação com o coração, pulmão e tecidos Artérias: Transportam sangue do coração aos tecidos Arteríolas: ramos finais do sistema arterial 3. Circulação Arterial e Circulação Venosa Capilares: Trocas de substancias entre sangue e o espaço intersticial Vênulas: coletam o sangue capilar , coalescem, formando as veias Veias: Transportam sangue do corpo para o coração 27/03/2015 8 Tipos de circulação: Venosa: - sangue rico em CO2 - CO2 produzido na respiração celular Arterial: - sangue rico em O2 - O2 vindo dos pulmões 3. Circulação Arterial e Circulação Venosa 3. Circulação Arterial e Circulação Venosa Circulação Sistêmica Circulação Pulmonar 27/03/2015 9 4. Hemodinâmica e a Física da Circulação Estudo das leis físicas, relacionados ao fluxo sanguíneo O que é Fluxo sanguíneo? Quantidade de sangue que passa por um determinado ponto da circulação durante certo intervalo de tempo. Na circulação de um adulto fluxo = 5000mL/min (esse valor pode ser considerado como débito cardíaco) 4. Hemodinâmica e a Física da Circulação Sangue - Fluido não-Newtoniano (varia de acordo com o grau de deformação aplicado) O Fluxo sanguíneo deve ser mantido constante e segue um fluxo laminar. v - velocidade média do fluido D - diâmetro do tubo μ - viscosidade do fluido ρ - massa específica do fluido [400; 2.000] – laminar < 400; > 2.000 – turbilhonar Numero de Reynolds 27/03/2015 10 4. Hemodinâmica e a Física da Circulação O fluxo nos vasos sanguíneos é determinado por 2 fatores: 1. Diferença de pressão 2. Resistência vascular Fatores que influenciam o Fluxo Sanguíneo Resistência vascular ao fluxo (R) (∆P) Fluxo (R) Fluxo Diferença de Pressão sanguínea Fluxo = ∆P R Lei de Ohm 4. Hemodinâmica e a Física da Circulação Fatores que influenciam o Fluxo Sanguíneo Fatores que influenciam a resistência vascular: - Calibre do vaso (2r): - Viscosidade (n): grau de fluidez. Depende do hematócrito e temp. Se a viscosidade o Fluxo e a velocidade. - Vasodilatação: RV e pressão - Vasoconstricção: RV e pressão - Comprimento do vaso (∆L): maior superfície de contato 27/03/2015 11 4. Hemodinâmica e a Física da Circulação Viscosidade • A viscosidade do sangue: 4x10-3Pas • Influenciada por fatores séricos: interferem no escoamento (fluxo) Fatores que influenciam a resistência vascular fatores séricos vicosidade resistencia fatores séricos vicosidade resistencia Hematócrito Sangue normal V is co si d a d e Viscosidade do sangue Viscosidade do plasma Viscosidade da água 4. Hemodinâmica e a Física da Circulação Viscosidade Fatores séricos Fatores que influenciam a resistência vascular 27/03/2015 12 4. Hemodinâmica e a Física da Circulação Calibre e comprimento dos vasos Fatores que influenciam o Fluxo Sanguineo Vasos de mesmo comprimento e raios diferentes possuem vazões diferentes!!! Como esses fatores alteram o fluxo? diâmetro resistência diâmetro resistência 4. Hemodinâmica e a Física da Circulação Fatores que influenciam o Fluxo Sanguíneo LEI DE POISEUILLE-HANGEN F = π ∆P r4 8 η ∆L F = velocidade/ intensidade de fluxo π = 3,14 ΔP = variação de pressão (P1-P2) r = raio do vaso n = viscosidade do líquido ΔL = comprimento do vaso Fluxo 27/03/2015 13 4. Hemodinâmica e a Física da Circulação Fatores que influenciamo Fluxo Sanguíneo LEI DA QUARTA POTÊNCIA Fluxo F = π ∆P r4 8 η ∆L aumento do raio de um vaso pode ser até 4 vezes, logo o fluxo aumenta 256 vezes Importância Arteríolas podem alterar seu diâmetro, interromper o fluxo sanguíneo ou aumentar o fluxo ao extremo - Resposta a sinais químicos ou nervosos 4. Hemodinâmica e a Física da Circulação Exercício: Qual seria a alteração da pressão sanguínea de um vaso sanguíneo que sofreu uma aterosclerose por consequência de acúmulo de colesterol que resultou na redução do seu raio pela metade? Informaçoes dadas F = ¶ ΔP r4 8 n l r = raio do vaso ΔP = variação de pressão n = viscosidade do líquido (contante) l = comprimento do vaso (constante) F = fluxo constante ¶ =constante ∆P irá multiplicar por 24 = 16 vezes 27/03/2015 14 4. Hemodinâmica e a Física da Circulação Conclusões: Se o fluxo e todos os outros parâmetros forem constantes e se a pressão normal de um vaso for 120mmHg o que pode acontecer quando o raio do vaso diminui pela metade? Resposta: a pressão aumenta 16 vezes ou seja.. 16 x 120 = 1920mmHg --- Em teoria -- Isto é uma boa razão para nos preocuparmos com os níveis de colesterol no sangue, ou qualquer obstrução das artérias. Uma pequena mudança no raio das artérias pode significar um enorme esforço para o coração conseguir bombear a mesma quantidade de sangue pelo corpo. 4. Hemodinâmica e a Física da Circulação Teorias Básicas do Funcionamento da Circulação 1- Fluxo sanguineo varia com a necessidade dos tecidos - Σfluxo de cada orgão = Fluxo final do sistema 2- O debito cardíaco é controlado pela demanda tecidual Débito X Consumo X Consumo 3X Debito 3X Coração Tecidos 27/03/2015 15 4. Hemodinâmica e a Física da Circulação Teorias Básicas do Funcionamento da Circulação 3- Mecanismos de controle da pressão arterial PA ↓ 80mmHg PA ↑100mmHg Mecanoreceptores (baroceptores) Controle Renal Volemia Sistema Nervoso Contração das Veias ↑ aporte de sangue PA 100mmHg Relaxamento das Veias ↓ aporte de sangue 5. Pressão Arterial e suas técnicas de aferição PRESSÃO SANGÜÍNEA = força exercida pelo sangue em qualquer unidade de área da parede vascular. Pressão Arterial = 100 mmHg Sistólica → 120 mmHg Diastólica → 80 mmHg 27/03/2015 16 5. Pressão Arterial e suas técnicas de aferição A lt u ra R e la ti v a d o C o ra ç ã o +60 cm -60 cm -120 cm Efeito da Postura Sobre a Pressão Pressão (mmHg) Arterial Venosa 70 -30 100 4 144 44 188 88 Pcabeça = Pcoração – ds ● g ●h g 5. Pressão Arterial e suas técnicas de aferição Tecnicas de aferição de pressão Método Direto 27/03/2015 17 5. Pressão Arterial e suas técnicas de aferição Técnicas de aferição de pressão Método Indireto Palpatório 5. Pressão Arterial e suas técnicas de aferição Técnicas de aferição de pressão Método Indireto Auscultatório Manguito manômetro estetoscópio Sons 27/03/2015 18 5. Pressão Arterial e suas técnicas de aferição Técnicas de aferição de pressão A importância das bulhas cardíacas Sons derivados do batimento cardíaco B1: Início da sistole, derivada do fechamento das válvulas mitral e tricúspide B2: Início da diástole, derivada do fechamento das válvulas a aorta e pulmonar B3: Vibração das paredes ventriculares na fase de enchimento rápido (diástole) podendo ser no exercício ou na insuficiência cardíaca. B4: Vibração da parede ventricular durante contração atrial (sístole) (Patológica – hipertensão pulmonar, sistêmica, infarto do miocárdio) 5. Pressão Arterial e suas técnicas de aferição Técnicas de aferição de pressão Sopros Cardíacos Ausculta de fluxo turbilhonar Origem: Estenose valvares ou comunicação anormal entre artérias aorta e pulmonar Classificação: Sistólico – estenose aórtica ou pulmonar Diastólico – estenose das valvas atrioventriculares Sistolo-diastólico - lesão valvar, estenose e insuficiência combinadas 27/03/2015 19 5. Pressão Arterial e suas técnicas de aferição Focos de ausculta cardiaca 1- Aórtica= 2o espaço intercostal direito, junto ao esterno 2- Pulmonar= 2o intercostal esquerdo, borda do esterno 3- Tricuspíde= Parte baixa do esterno, junto à linha paraesternal esquerda (apêndice xifoide); 4- Mitral= 5o. Espaço intercostal esquerdo, linha hemiclavicular esq. 1 2 3 4 Foco Aórtico acessório: 3º espaço intercostal esquerdo 6. Alterações Patológicas do Fluxo sanguíneo O Retorno Venoso e Débito Cardíaco Retorno Venoso(RV): é a intensidade ou velocidade pela qual o sangue retorna aos átrios através das veias. Repouso ⇒ 5 a 8 l/min Exercício ⇒ 20 a 25 l/min Débito Cardíaco (DC): é a intensidade ou velocidade/min pela qual o sangue é bombeado por qualquer dos ventrículos. Débito Cardíaco Pressão Arterial 27/03/2015 20 6. Alterações Patológicas do Fluxo sanguíneo P. A. Desregulação dos barorreceptores Alterações da sensibilidade dos vasos Aneurismas Estenoses tromboses Perda da elasticidade dos vasos Acidente Vascular Cerebral Isquêmico 6. Alterações Patológicas do Fluxo sanguíneo 27/03/2015 21 6. Alterações Patológicas do Fluxo sanguíneo Bibliografia 1. GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 12ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. 2. HENEINE, I.F. Biofísica Básica. São Paulo: Atheneu, 2002. 3. DURAN J.H.R. Biofisica - conceitos e aplicações. 1° edição. São Paulo: Pearson Education, 2011. 4. GARCIA, E.A.C. Biofisica. São Paulo: Sarvier, 2002. 5. SILVERTHORN, D. U. Fisiologia Humana, uma abordagem integrada. 5ª edição. São Paulo: Artmed, 2010.
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