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Resenha crítica de “A Saúde e seus Determinantes Sociais” 
Paulo Marchiori Buss 
Alberto Pellegrini Filho 
	
O artigo A saúde e seus Determinantes Sociais de Paulo Marchiori Buss e Alberto Pellegrini Filho faz uma síntese dos conceitos de determinantes sociais de saúde e uma breve explicação do processo de saúde/doença na história da humanidade. Além de trazer os dois modelos de determinantes sociais: O modelo de Dahlgren e Whitehead, e o modelo de Didericksen e Hallqvist, trazendo também intervenções para solucionar os problemas de saúde púbica gerado pelos Determinantes Sociais.
	O conceito de Determinantes Sociais de Saúde foi construído gradativamente e de acordo com a situação da população ao longo da história, um exemplo é a teoria miasmática que imperava no século XIX e refletia sobre as mudanças que o processo de industrialização trouxe. Um dos apoiadores da teoria miasmática era Virchow, que relacionou as condições financeiras da sociedade com o processo de saúde e doença.
	Segundo os autores, as dificuldades em estudar a relação entre os DSS e a saúde são: determinar a ordem e os meios em que os fatores afetam a saúde, e a diferença entre os Determinantes de Saúde para indivíduos e para a população, pois alguns fatores explicam o estado de saúde de um indivíduo, mas não explicam o estado de saúde de uma sociedade ou grupo. 
	Há diversas abordagens para o estudo de como os determinantes sociais agem: a primeira favorece o “aspecto físico-material”, onde a diferenças de renda atuam sobre a saúde devido à escassez de recursos, infraestrutura comunitária, entre outro; a segunda privilegia os “fatores psicossociais” retratando a relação entre desigualdade social e saúde; os enfoque “ecossociais e multiníveis” que procuram juntar as diferentes abordagens em uma nova perspectiva histórica e ecológica; e por fim, há os enfoques que procuram investigar o vínculo entre a saúde, a desigualdade e a coesão social. Esses estudos buscam entender a degradação do “capital social”, que é o vínculo de confiança e amparo em uma sociedade, sendo um meio para as iniquidades desgastarem a situação de saúde. 
	O texto trouxe dois modelos que esquematizam os Determinantes Sociais de Saúde: o modelo de Dahlgren e Whitehead, que é estruturado em camadas, índividuos na base, em seguida os comportamentos e hábitos, a rede comunitária, fatores gerais (educação, trabalho, habitação, entre outros) e por último às condições econômicas, culturais e ambientais da sociedade; e o modelo de Diderichsen e Hallqvist, que estratifica a sociedade em posições que são geradas pelo contexto social, I- processo no qual cada indivíduo ocupa sua posição, II- diferencial de exposição às doenças, III- diferencial de vulnerabilidade às doenças, e IV- consequências do mau estado de saúde, “consequências sociais”.
	As intervenções para o primeiro modelo, de Dalhgren e Whitehead, busca minimizar os diferenciais de DSS criando políticas sociais que possam mudar os hábitos da população, através da educação, e da prática de exercícios; promover a coesão social, através das redes de apoio nas comunidades; manter as condições de vida e de trabalho, através do saneamento básico, dos serviços de saúde adequados, entre outros; e manter a condição econômica, social, cultural e ambiental, através da diminuição do desgaste ambiental, da violência, e das desigualdades. Já as intervenções para o segundo modelo, de Diderischen e Hallqvist, procuram reduzir os mecanismos de estratificação social, diminuindo as diferenças sociais; diminuir o potencial de exposição à riscos, focando nos indivíduos que trabalham em cenários inseguros e incluindo políticas de redes de apoio; reduzir a vulnerabilidade, através da educação; e diminuir as consequências sociais das doenças com melhoras no serviço de saúde e de acessibilidade.
	A criação da Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), em 13 de março de 2006, teve como finalidade ressaltar a importância da relação entre os DSS e a saúde pública, e a necessidade de resistir as desigualdades geradas por esse vínculo. A Comissão é guiada por três compromissos: Compromisso com a ação; Compromisso com a equidade; e Compromisso com a evidência; e possui os objetivos de: produzir conhecimentos; apoiar o desenvolvimento de políticas e programas para promoção de equidade; promover atividades de mobilização da sociedade civil para atuar sobre os Determinantes Sociais.
	Em suma, pode ser visto que é importante saber reconhecer e atuar contra os DSS, que geram as iniquidades na sociedade. Uma contextualização pode ser feita com o documentário Sicko – SOS saúde de Michael Moore, gravado em 2007 nos Estados Unidos, que fala sobre situações reais de saúde através das quais contrasta a situação da saúde americana com a de outros países como Canadá, Inglaterra e França. O ponto que chama a atenção para quem o assiste e ler o artigo de Buss e Filho é a evidência dos Determinantes Sociais e da precária saúde pública em países com pouca coesão social, como o Estados Unidos, e a melhorada saúde da população de um país com capital social presente, como a França e o Canadá.
Fernanda da Costa Ferreira
Acadêmica de Enfermagem da Universidade Católica de Brasília
Brasília, 29 de agosto de 2019

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