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Capitulo 16 - O Romance Urbano

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Com sLtas históríãs de arncr| os r-on]arces íÕfi1ântiact a{ìafi u11
ptiblica leitor ávida a fìel. E!Ì1 tneio d eÍìcantiçs e desÉncontras d.)t
prateganistat, cs ieitares sãe inaorpai.edos aa textÒ e se aiìvërt4m
caÌJ a retrata arimada de s?ús vaíares e (astL'nes" Esle capitulc
aonla aama 4 fcÌ1)aDc-- sèiu aiat páginds dot jotnais para pavoar a
imaginação Ca.oíte brasi ieìra na inícic dÒ sécuio XlX.
üíi,Êr.
Fé x-EmÌe Ìaunay (atrbl ido a), Fuã DirÉrb, Rô d€.rane ro, 182! AqLârêa sôbfê pâpe, 17,7 x 2! 6.m
O Ro d€ laneno doí m dÒ sécú Ò XX ê a vdâ da e te bras e ra 5ão aDr€sentados em mu to5 rôman.e5 !Íbanos
t
: j
CAPIfULO 16
O que você deveÁ saber ao
7, Como se carãcterízou a pro-
sa uhanã do Romantismo
. De que modo os rcman-
.es românticos contam a
histótia do Rio de Janeiro
no ìní.ío do século XX.
. Quais rccursos natrativos
atuam na formação do
pú bl i co I ei to r b âsi I e i ro.
2, Quais são âs caracteristicãs
dos ptìncipak romandstàs
ronênticos nacionais.
. De que nodo loaquin
Mênuèl de Macedo pro
nove o abrasileìÍanento
dâs hístóríat de amor
. Como a cìdção de heroí-
nas exemplàfès favorèce à
uítica aos .ostumes so.iais
nos ronan2s de losé de
. Qualéo petfilda sodeda
de retratada pot Manuel
Antônío de Alneidã.
Í. Observe a aquarelà de Taunay. Que tipo de cenárìo elâ apresenta?
2. Há, na cena, um grande número de pessoas. Elas pertencem todas
à mesma cÌasse sociãl? lusti Í ique.
r O que a presença de todas essas pessoas sugeÍe sobre a vida nessa
c dade? ExD ioue
3, A part ir da ob5ervação dos elementos do quadro, ê que século é
oossível associar â cêna? Por ouê?
4. Os romances de alguns êscritores romênticos apresentam algumas
carêcterístìcas da vida da êl i te brâsi leira urbanã no início do século
XlX. Leia um trecho de Memórìas de um sarqento de mìlícías.
Origem, nascimmto e baüzadn
Era ÌÌo tenÌpo do Ìei.
Umâ dâs quatro esquinas que forÍÌam ns ruâs do oüvidor e da Quitan
dr, corfandoae munramente, chaÌnava-se resse tempo 
- 
O canto ílat nei
t/,Àrr-;e bem lbe asseììtâÌa o noÌÌe, porque ela âí o lügar de encontro
1àlodto de todos os incÌividüos dessa clâsse (que gozava eÌìúo de náo pe-
quena cons eraçáo). Os ÌneÍinhos dc hoje não são mais do que a som
lrra caricala dos ÌÌìeirinhos do tcmpo do reii csscs crâm gente temí\'eÌ e
tcmida, respeilálel e fespeitâdai fomaÌam um dos extl emos da formidá
\cl cadeiajudiciárja qìre envoÌvirtodo o Rio dc]meiro
no teÌnpo enì que a demanda era entre nós
um cleÌÌìerÌto de vida: o extrelÌÌo oposto
eranì os desembâÌsadores. t...1 a
XÍas loÌteÌÌÌos à esquina. QuenÌ
passasse por aí enÌ quãÌquer dia
útil dessa abençoâdâ épocaleúa
sentado em assentos baixos, cn'
tio usados, de couro, e que sc
detroninaÍàm 
- 
cadeiras dc
carÌìpaÌÌha 
- 
um gÌxpo mais ou
gcnte coÌÌversalìdo pacificaÌÌ1cn-
te em tudo sobre qì.re eü Ìícito
conversar: na r,ìda dos fida.Ìgos, nas
notícias do Renìo e Ììas astúcias poli
ciais do vidigal. [...]
-{Ì-ì!Í!lDÀ Mauel AìÍôrìo de. Mnóias tu uÌn sa|5enta rll/líddr São ìlaub Aieìiê ldnoriaL, 2003 p. 6ó4t. (Ìngnerto) .
&l Meiriúos e5É.ìe de otìcìxi dejuÍip !1e duaram no
BÍasiì no n,irn) dô sécntô \lX.
Delfuda: aÇào judniãl
Vidigãl,.ererèncirr Nlignô1 Nune\Vidigal (ì7ai Ì843).
.hêie de poli.ir Do Ìempo do rcúâdd dc D. Jriôvl
2
O rcnance ubana 3O1 |
-
LITENAÏURA
a
o
g
o
E
o
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oô
r "EÍa no têrnpo do rei." Qua é a intenção do narador ao oÍereceÍ a
seus leitores essa infornìaçáo?
r A que momento da h stór a do Bras I o texto faz referênc a?
5. Para cârãcterizar a vida no tempo do rei. o narrador escolhe per-
sonagêns que desêmpenham uma função espêcíf icã na socìeda
de. Que Íunção é essa?
r A irnportâncã dada a essa função contribui para sugeÍir que a soc e
oèoe o'èsie'a da epoca ronc,ava a -"Í a oígàn 7a(ão píopriè oo(
grandes centíos url lanos. Exp que por quê
6. Releià o últ imo parágràfo. As conversàs dos meirinhos sugerem t
que a vida na cidade era trânqüila ou agitada? Por quê?
r O'a"èdor esco hêu o. Teir .ho pd-a coTeçdí a.o4rar cuâ hiìÌorid.
que fa ará sobre o "tempo do re ". De que modo essas personagens
podem ajudá o a realizaÍ esse objetivo?
t. O quadro de Taunay poderia ser usado como uma i lustração para
o trecho que você acabou de ler? Justif ique.
O romance urbano:
retrato da vida na corte
Adécada de 1830tfouxe paÍaos moÍadores da cap taldo lrnpério uma nova
forma de entretenimento: a leitura de rornances estrange fos, principalmente
franceses, traduzidos e publcados em ioÍna s bÍas le Íos na foÌÍÌìa de folhet ns.
Os romances, marcados por lances rne odramáticos e fina s felzes, faziarn
o go5Ìo doslovens da coÍte. Escr tores bfasileiros, entus asmados pelo sucesso
dos fo hetins fÍanceses, aventuram-se na cÍiaÇão de romances e, em 1843,
surge o pr meiro romance h.asieto, O filha do peJcador, de Texeira e Sousa.
Mas foi com Joaquirn Manue de Macedo e José de Alencaf que os fo hetins
a cançaram grande sucesso. Pfeservando caractefísticas estrutura s dos folhe-
tins estrange ros, esses escrtofes, ao fa arcrn de amores idealizados, introdu-
zeTn elernentos nacona5, como a vida na coÍte e os costLrmes burgueses.
Estava def nido, entre nós, o peÍfi do romance urbano ou de co5tumes.
do
O projeto literário
romance urbano
A Íepresentaçáo dos coçrumes da elì1e brasilera defin u o proleto literário do
roÍlìance urbano. As dezênas de títulos escr tos porloaqu m l\/lanuelde lvlacedo
e José de Alêncar adotarão um mesrno pano de fundo Rio de Janeiro, capital
do lrnpério- para as histórias de arnoÍ que farão o deleite das moças da corte.
Pá9 nè do CarciÒ Mercantil de 2J jú.
1852, onde se pub cou !m dos capitulos
de Mehóriâs.le un eryenÍo de nilí.ias.
a 3o2 cA TuLa 16
.a
=
3
:
t
-
I ITERATURA
r Os agentes do discurso
Corno vimos no Capitulo 12, as condições de produção da lteratura
Íomântca inovam em Íelação ao que se via acontecer até fins do século XVll .
A prof 5s onalzação dos escrltores estirÌìu a a craçáo lteráf a porque, corno
deoendêrn da venda de seus textos- oassam a escrever mã s.
A (irculação inicial dos ronTances ocorre nas páginas dos peÍiódicos. A ém
de notic ar os pÍ ncipais ãcontecjmentos, os jornais pub icam taÍnbém folhe-
tins estrange ros traduz dos, dando início à Íormação de um novo t po de
etor: alguém qle aprecìã as histórias fo hetinescas e compra o jofna para
poder acompanhá as. .Í
Ofolhetim, quesurgiu na FTança paÍa aumentafavenda dospefódicos,já
chega ao Bras I fazendo sucesso e abrindo caminho para que, aos poucos,
escritores como loaquim Ìvlanuel de N,4acedo, José de Aencar, Manue AnÌô-
nio de Alrne da, entre outÍos, passern a crlar h stóÍias "brãs leiÍas" que subst -
tuem a5 estranqe ras no qosto dos leitofes.
O romance urbano e o público
Devido às elevadas taxas de analÍêbetisrno da popu ação brasiêira, o nú
mero de e tores na primeira metade do sécu o XIX não era gÍande. O censo
de 1872 estima que sornente 18,6% da populâção ivree15,7%dosescrãvos
sabiam ef e escrever Como nessa época o BTasil t inha quase dez mihóes de
hab tantes, o univeÍso dos possÍveis leitores entre brancos e escravos não che-
gava a quatro m lhões de pessoãs.
Não é de adm Íar, portanto, que os etores dos fo hetins românticos fos-
sem ÍÌìernbfos da elite, profissionais I bera s dã coÍte ou das píovíncias, moços
e moças que deselavam segu Í o exernplo das coÍtes europé as, onde a leitura
de rorÌìànces e folhetins, a ém do entretenirÌìento tÍaz do por essa atìvidade,
ocupavã papel de destaque no cenáÍio social.
A leitura semanal Dassou a íazer oarte tarnbém do cotidiano das famíl ias
burguesas, como conta José de Alencar, em sua biografiê l terária.
Era eu qucm lia para minha boa mãe náo sG
mente as cartas e osJornais, coÌÌìo os \,oÌunìes de
uma diminuta Ìiuana românticaÍonnada âo gosto
1...1
\ ' l in l ,â m;c F mr, ,ha r iJ .e o, uDa!€m,om Dd-
bàÌhos de costürâs, e as amigas para não ficar€m
ociosai â3 âjudâvam. Dados os primeiros momen-
tos à coN€rsação, passava-se à leiíìra e era eü cha-
mado ao Ìugar de honra.
ÊË
3e
-
ã
i
j
il
ã
o
I
1860
1864
' 
dèedèúãçáonoRiôdê:
ÂMc.Ar, José de. can,,ldqzr
Jar u 
'aa,.nia canpinas: Ìont.s,Ì990. p. :i3. (Frrgmento).
a rcnance uúana 3O3 a
-
LITERATURA
Do s m ss onáros nìetod ías eín
Magem pêo Bras coniam como
eÍa o conìpodamenio € ãs preÍe-
rências de leitura dãs mlr heres nas
décadas de 1850 e 1860.
A ú t ma obsêrvação dêstacã a
inìportáncia p€dagógicã do ronìan-
c," Íomântco: as heroínas das his-
tóÍias das tornavam-sê os modê-
los para os papéis deesposa e mã€.
As mmeird e os coÍumes dd
d@6 bnsileüd são genÈ, e seu
poÍe 8Ìacjoso. I vcrdadc quc não
têm lma bqe de conhecim€ntos
vàriàdÒs pdã tornar agFdílcl e
lnsÍuti\â a su palestÌzj mat taSa-
ieÌdr insignificâncias d€ modo
senpre agràdálel t...1 . Suas Ìsd'
\6 literáriâs cônsiste prin.ipal
men|e eú no\elò de Bâlzà., Eugè
nio Sue, Dulm, pú € 6lÌì0, Georye
Smd, em intrig6 de pa.otilhs e fc
thetiN dosjomis. A$jm els se pre
paÌm pei esposs e mães.
KrDDEr" Da.ieL e FIETC|E& J. C.
+ud: L{oLo, NÍanui ZILRERì'\N,
Neginl Aíútuçào .]a L ura tu Bn:it Sáô
Paulo: Ati.a, 1996. p.24i1. (Fn$Ì€nb).
Ë
F
3
-
Henry Chânberârn, Umá iaml/li brail/eira, 1819 cÍavura coÕrdê,
20,5:29cm O pêseiô em iâmi aera umè das poucas oponlnidâdês
que a mllher do sé.u o Xx tnha para sa r de sua.asa
Nesse Íecho, percebe se também que um dos rnoÌ vos para a
e tuÍa fam I ar naquêla época era o ïato de a maioria dãs nìulheres
não serem a fabet zadas Porém, dê Íorma ma s lenta, o mundo da
educação se abT u para elas. Após 1820, segundo re ata o pintoT
Debret, era possivel encontraÍ senhotas capazes de "apTecar a
eituÍa, coTno na Europa".
Mantidas durante rÌìuito tempo sob estÍ to contÍolê de pais e de
rnaridos, as nìulheres ganhãnr lrnportãnc a sign ficatva nos roTnances
roÍÌìânticos: é geralmênte a eas que o narradoÍ se diÍge, corn quem
dialoga e a quem pretende comoveÍ com as h stóÍas que conta.
Os escr tofes fomânticos, pofénì, sabiam que precisavarn ampliaÍ esse uni
veÍso de lertores e trabaÌhavam para sso quando, nas narÍativas que escre-
v aTn, apTesenGvam pefsonagens tenoo ToTnances.
José de Alencar, poÍ exeÍÌìplo, apTesenta todas as suas protagon stas como
leìtoras Auré ia CamaÍgo, de Serìhoré, por exemp o, apaÍece ern cena endo
Dlya, romance escrito pelo pfópÍio A êncaÍ. Essa eÍa uÍÌìa nteÍessante estraté-
gia de fãzer a propaqanda da leitLtÍa como uma prát ca fem nina digna das
heroínas ÍÌìais adrniráve s
r Uma sociedade em formação
Em seus romances, loaqu m Mãnuê de Macedo desenhou o perf I de urna
socledade a nda em fofrnação, que pTec sava se reconhecer nos textos lteÍá-
rìos. Obserue como Íaz sso na descÍiçáo de um sarau.
Um saraü é o bocado mais deÌicioso que temos, de telhados abai
xo. Em um sarau todo o mundo tem que IazeÌ. O diplomata ajusra,
com um copo de champanhe na máo, os mais inrricados negócios;
todos murÌÌÌuram e não há qüem deixe de ser murmurado. O velho
lembra-se dos minuetes e das cantigas do seu tempo, e o moço goza
todos osregaÌâdos dâ sua épocaias moças são rÌo saraü como as esre,
Ìâs no Céuj estào no seu eÌemento:aqui umâ, cantandosüave cavatina
l...li daí apoucoïão outras, peÌos braços de seuspares, se deslizando
pela sâ.la e marchando em seupasseio, t...1 ao mesmo tempo que con
ÍersâÌÌÌ sempre sobre objetos inocentes que morem olhaduras e risa'
dinhas apreciáveis. t...1 Finâ.lmente,no sarau nãoé essencial ter cabe
ça rÌem boca, porqìr€, pa-ra aÌguns é regrâ, düraÌìte ele, p€nsar pelos
pés e fàÌâr peÌos oÌhos.
E o mais é que nós estâmos num sarau. Inúmeros bâtéis conduzi
mm dacofle pâraailhade... senhoms e senhores, recomendáveis por
caráter e qüalidadej alegre. numerosa e escolhida sociedade enche a
grande câsa, que brilhae mostraem toda a parte borbuÌharo pfuer e
I
t: l
1
T
3
;
I
q
I
!
: Lü rr-.a." lpr*a a. 
-i,",.t.; 
aunço ao
\|ACÈDO,Joaqnin Ìilducl dc. 1rÌldrirra Rio deJmeúo:
tace|da, 1997 p. 194195. (Ingmenb).
Cr im: pequenatuia.
Olhndü6, espi{ÌeÌas.
Daléis: baÌcos p€quenos.A m€ dã lún or, Á /éh,r. (deÌa he),
. 3O4 CAPITULA 16
I . ITERATURA
Uma cena como essa f!nciona quase como um "manualde boas manei
Ías" paía os meÍÌìbÍos da coÍte. o narrador nfoTma sobre as conversas mur-
muÍãdas, o o har sonhador do senhot o compoÍtamento das mocinhas, che-
gando mesmo a destacar que "conveÍsam seTnpre sobíê objetos ìnocêntes
que Tnovem olhaduras e r isadinhas apreciávêis".
Quem lá vivia no aÍÌìbiente da corte feconhecia e aprovava o comporta-
rnento das personagens. Aslovens que se preparavarn pafa entrar no mundo
dos saÍaus e das festas, depo s de erem uma passagem como essa, aprende-
Íianì qual era o comportamento esperado de uma boa Tfoça eÍÌì uma reun áo
social: conversar sobre geneÍalidades inocentes, SorT í SempÍe, acornpanhaT
seu par pe o sa áo... Essa é a íeiçáo da sociedade ideal ("senhoras e senhores,
recomendáveis porcarátere quaJidade") eÍrì urnã reunião pTazerosa e de bom
gosto, como assina a o naíador ao f im da cena.
o Íonìance uÍbano cum-
pria, ass m, duas ÌunçÕes
compleTnêntares Dava repre-
sentação lteíáda à elite bÍa-
sileira, Poí meio de Persona-
ge_r 
-r ddès è sua indqe- e
semelrlança, e contÍ bula
para a dvu gação de valoTes
I pol dntet parà und 
'oLie-
ddde e'r 'o'nàção
laí ìeslêcquesJosephÌsot, Cedodema6, 1871,óeosobrêteLê
PintorÍrà.cês radkado na Inq ateÍa, T $o1(1836-1902)tornôu se popu ar
côm Õs qLadros qu€ retratavam eventos socia s dâ ar stocÍâc a inq ee do
séclloxlx. os membÍos da côrte bras eÍa procuravâm imitareses eventos
GÍêtâ Gãóo e Roben Ìay oÍ em cÊna dô
tt ne A darna das cànélìês, 1937
q
í
:
é
ó
!
-
!
O tÌáoi(o amor de uma (ortesã
1...1 en.ontrei \ocê, jovem, üdente, fel; e tentei fuer de você o ho-
mcm por quem dmaÌ?, do meio da minha ruidosa solidáo. O que eu
amala em você náo en o honem quejá existia, mas o que \ina a €xistir.
Vocênão aceiLl esse pâpel, rejeita-o como indigno de sii você éum amante
\ulgd,. fdJ omo os ou,_u\. pdqlp-me F n;o lâre1'o. mJis nrsso.
t . . .1
- 
Perdão. peidão - mumurei [...] . Esqueçmos o resto e não nos Ìem-
bremos senão de uma coisa: que pertencemos un ão oütro, que sonosjovens
equc no\Jmimô\ \4dcuPri.ê. Ír, á de mrn o qJF Íìuis
cão. Ms, pelo amor de Deus, ãsgre â cãÍa que enüci e nâo me deixe pà1ir
maÌüã. Eu Ììoreriâ.
DUI{AS FlülO, AÌ€xmd.e. Á dana da: Lòn li6.'lraèneão:
Manna Cuaspdi. Rio d€Janei.o: EdiÒu.ô. p.124125. (IÉSnento)
Pode o amor s ncero Íed m r os pecados da vida de urna corÌesã? Quândo Aexan-
díe DurÍas êscreveu a h íória de lvlâúuerte Gauter, a Íespoía da soc edade france-
-. 
€sca1dà,7ad" p"lo erè dese'r.ol\ do o r.ío foi r-so1o'orao.
A etura de Á dama das caméllas aDÍ€senta um inÌêresçante retÍato da rnoral
burguesâ, q!€ acred ta na transformação pelo arlìor, r.as não a ponto dê apagaÍ
o passado e as orgens da ãpaixonadâ N/lãrguerite. A obÍa foi adaptada para o
teatÍo, para a ópêra e, no Brasi, insplrou o Íomance luclo/a, de losé de Alencar
A rcmance ubano 305 |
-
TITERAÌURA
ldentidade e democratização cultural
O roìdn.e u ba_o. poÍ nêio da d . 
- lgd(;o oe pe/ r. e5poços e corpoÌa
mentos feconhecidos, também nveste na constÍução de urna idêntidade na-
cional. A conso idação dessê nacona idade é componente fundamental de
seu proleto lteráÍio e ocorre todas as vezes quê um eltor se reconhece nas
cenas que ê, poÍque os compoftaTÌìêntos das personagens mostraTn-se íam
iares. Se os bÍas leiros dos Tomances agiam soc a mente de um rnodo Seme-
hante ao desse e tor, então e e também era um bÍas leiÍo egítìrno.
CoÍn uma estrutura Tna 5 simp es e sem lançar mão de Íefetênc as cultura 5
\o lRdod rh, Ìor icès. èr t rs l icas e 'oLr ì lo.oq(d\ , o o ' ìd_.e oÌè ' . icou' t
bano contr bu paÍa a democratzação da liteÍatura, amp iando o seu alcance.
r A linguagem do romance urbano:
a sedução do leitor
A I nguageÍrì do romance rornánt co uTbano é âcessive, porérn um aspecto
rnerêce atençáo. É fÍeqüente o narÍador estabelecer d álogo com um eitor eÍ
pecíflco, que pode ser um arÌìigo ou um paTenÌe. Êssa nterlocução faz com que
ê hstória contadã ganhe o aspecto de uma confidênca trocada entre duas
pessoas InÌrma5,
E coisa singular, mi.ha pÌiM! O anìor que é iÌr$cável e exìgente € ììào se
sâtisfâz coÌn tudo quânto rma muÌher pode dar, que deseja o impossível, à, vezes
contenta{e com üm simples gozo d'âlÍÌa, com uma des.sa! emoções deli€ada-s,
com um des!€s n Zã, dos qrÌais o coração f^z um mündo novo e desconhecido.
Não pelìse, porém, que €u íui aPetrópolissó pâÍa conremplarcom enÌe-
ro asjaneÌas de üm chalé; náo; ao passo que sentiâ esse pmzer Íefletia no
meio de rêla e falarlhe.
Se soubesse todos os expedientes, câda qual mais extÌãïagante, que inv€n-
tou â minha ìmaginaçáo! Se vise a elâborâção teraz a que se enüega\a o meu
espíÌito pâra descobdr um meio de dìzerìhe que eu estâva ú e a €speÍaml
j
AÌ,ENCA& José de. Cr,a n,mldi Ì7. €d. Sào Ìaulo: Aticã" Ì993. p.22. (lfagmenb).
=
4
:
Ë
9
3
A interlocuçáo entre o nârrador e a prima dá
ao leitor a impÍessão dê estar ouvindo uma con-
versa partcu ãr entre dois primos próx mos, em que
um de es conta o que fez para se apÍox mar de
uÌÌa moça poÍ quem se apaixonou,
Ao rnesrÌìo tempo, esse êrtiÍíc o simula uÍna con-
veÍsa corÌì o leitor, cÍiando um c ima de curnp icÈ
dade coÌ e e. Es," es ètegiè 
-a aLvè toÍnd r ' ìdis
s mples a taÍefa do româncê de costumesi discutiÍ
compoÍtamentos e fazer a "propagânda" de ã-
9Un5 VAlores mora S.
PeÍópols no sécú o XlX, com o Paláco lmpêÍlã âo fundo.
O d Ína ameno da cidâdê çtrãna, Íundada em 1841, íara
com quesetornsse o refúgio de verâo de D. Pedro l.
a z06 caPÍuLal16
TITERATURA
o entrelaçamento da realidade com a Íicção
Urn segundo ÍecuÍso nafiat vo sobressai na estrutura desses Íomênces:
as referências ã e eraentos que o leitor possa Ìeconhecer no rlìundo rea .
Assm, os autores fazem com que suas personagens passe em por ocas
púb icos fanìi âres aos leltores da corte.
Sc passaise há .Ìcz aDos pela pnia.Ìr
CÌóiia, ÌnÌÌha pr;ma, mtes que as norãs
nras quc abrìram tiresem dado um aÌ de
.i.ìâ.Ì. a's Ìnrdà! encostas .Ìo morrc de SaD
ia Tercs4 leda de ìonge sordrlhe enüe o
an oÌ€cÌo. xa qì.lebrada iÌa montaÌìhrÌ, rÌmã
casinha dc qLÌalro.janeÌas com ü1n peque
nojãr.Ìin nâ liente.
AIIN(AR José de ,1 ú,,,/u.
L7 ed São I'xnlo:.Aricã,
199:J. p. 5l (I.:Ìgmenn,).
- ;
.:
O narrãdor comenta a tranSíormação soíridâ
pe ês rLrãs da pra a da Glória, provave mente ês
sLrnto dá conveÍsa de rìuitos le tores da época. A
d\a rô^. ondod ê to oo i l àgt-" , do dF o\Á
de A encar, mas o ffrorro de Santa TeÍesa, a5 no
vas ruas e a praia da Glór a fêzem parte da topo
g'a àoooiooô'"nêi o o n(odo e 
' lo '
\o p ' r " 'oo" l"o"Íode' tn on;nua. or"
rador insiste conì a pr ma: "É uma histór a cur osa
a qle he vou contar, f fr lnha prma N/as é urna
históíiâ e não um romance' Por que essa píeo
cLrpação ern evaÍ o e tor a acreditaÌ que os acon
tec mentos nârrados são reaisT Para lazeÍcom que
ele ace te, jlnto com os e ementos rea s nselidos
r .n.r 'a. a, .ooo o o I 'o,eo-ên-o.rn ionèi .
nventêdos pelâ imâginação do autorEduaÍd H ldebEndt, /grqã dè 6ióta,
AqúaÍea, l : ,9 x 49,8 cm
Uma trama rocambolesca
A viuvinha lo plb cado ênì 1851 rc Diátio da
Â,o dê 
-/ãrelro conìo fo hê1r. Nee, um nâffâdor
contâ a çLra prirna os obstácLros que 05lovens lor-
gê ê caÍo na tiverám de enirêntâr pâra podêÍem
lorge é !Ír moço rico que, depos da mort€ dê
seu pd, passou a gaíar a foÉund q!€ herdoLr eÌi.
ÍeÍds e prãzerês mundanos Quando se apdrona
por Carolina, rêsolve mudar de vida No d a de seu
râsam€nto, é informado poÍ seu antgo tltor q!ê
está fa ldo e êndlv dado Resove tomar uma at i tu-
de ext Íêmâ para não mrncharo norn€ desLrá ama-
dã f nge suìcídìo Dêpois de nìlitas ãvêntlrraç, os
dois tênì !rn finalfeliz tip camêntê rcínãnÌico.
A ônânce uÍbano 307 a
-
I . I IERATURA
Aaiuvinha
trccho abaixo, Jorge vê Carclína pela ptimeha vez
em uma ígreja e apaixona,se pela moça.
Nesse momento viu ajoeÌhada ao pé da gÌade que
sepam a cap€Ìa Lìma m€nina de qunìze anos, qumdo
muito: o perÊl suave e deÌicado, os longos cilios que
vendõ?m seus oÌhos negros e brilhantes, as trânças
que reaÌça\'?m a sua fronte puÌa, o impressìonâram.
Começoü a contempÌâÌ aqueÌa menina como se
tosse uma santaj e, qüâÌÌdô ela se Ìevantou para reti-
mr-se com suâ mãe, segxiu a insensiveÌmente até a
casa quejá Ìhe descreü Í . . .1.
Escuso coÌìtarlhe o que se passou depoìs. Quem
não sabe a história simpÌese eternade um amorino-
,enÌe. que,ome(a por um.ìhar. pd\a do.oni ,u.
chega ao apeto de mãos às escondidas e acaba âÍinaÌ
por Ìrn beijo e por üÌn sim, palarras sinômÌnàs no
dicionário do coração?
Dois meses depois desse diâ começou âqüeÌâ üsi-
ta ao cair da tarde, aquelâ conversa à sombra das ár-
vores, aqueÌe serão de famíia, aqueÌa doce intimidâde
de um âmor puro e tranqüiÌo.
Jorg€ espera\'? apenas esquecer de todo a sua üdâ
passada, apagar completàmenre os vesrígios desses
,empo, de ìnu, u ' d. pdr r .òâr*ê (om aquela mênina
e darlhe â sua alma pura e sem mancha.
Já nãoem o mesmo hom€m: simples nos seus há-
bitos € na süa existência, ningüém dida que aÌgum
tempo eÌe tinhagozado de rodas as i'oluprüosidades
do Ìüxoi pareciâ um moço pobr€ e modesto, üvendo
do \cu tnhdìho c ignorJndo inLeiramcnre o(.omu-
Como o amor pürifica, D...Ì Como dá forças para
têni cr ;n.r inro. e v i . ios .onr a oç quãi , a razio. d
amizâde e os seus conselhos severos foram impoten-
Que características de Carolìna são apresentadas
na descrição do nâíâdor?
I Jorge f ca Ínpressionado conì a iÌÍìagerÍì da jovem.
AqueeeãrompaÍa?
r a ía 
" . teí "(do dd rìo(a " " rp"\do de Jo.ge sàotraços romãnt cos do texto? Por quê?
A cena Ìematiza um sent imento muito explorã-
do na l i teratura romântica. Qual é ele?
I O narfadoÍ aÍirma que não vai contar o qLle acon
tp, eu d"poi. do pr ire ío er .orr-o eìt Íe Jo.ge "CaÍo ina. Que aÌgumento apresenta para justfcar
sua dec são?
r Exp ique por que o argumento do narradoÍ contri-
bLr para a idealzação do sentinìento que nasceu
emíe 05 0ot5lovens,
r Depos de apresentar seu argumento, o narractor
descreve as "etapâs" do pTocêssoãmoíoso poÍque
passam os apaixonados. De que rnodo êsse pÍoce-
dimento reve a o pâpelde divulqadoí de costumes
do romance urbãno?
O narrador Íevelâ que o âmor desperta em Jor
ge o desejo de transÍormâção. Que mudanças
serão êssas?
r [ 
'p qr e de q rF Írd'ìer.d essa _ èr , or-']d.oo d.r od
a caracterizaÍ Jorge coflìo um heÍóì românico.
A transfoÍmação da personagem é exigida por
uma concepção de âmoÍ que deÍ ine os românces
romãnticos. Transcreva o tre(ho em que essâ vi
são é expl ic i tada.
. Qual é essa visáo?
. De que íorraa o nã Íêdor contrÌbui paÍa apreseniar
essav.aodeamo eosrolo 'e( o.r"r | (o. 
" , 
o( td-
dosaea?
Observe â linha dotempodeíe capítulo e dhcula
com seus colegas: que acontecimenlos cr iâm o
cenário que favorece â produção dos romances
uíbânos e o surgimento de seu público leitor?
2.
3.
4.
s.
ALENCÁR,JoSé de. Á ,nd,i,Áa lofro Aleg..:
, t"&ÌM, 199t. p. 15-16. (Fngnenro).
t
ê
j
i
a 3oa cAPlruLa 16
-'
TITERAÏURA
O amor segundo Joaquim
Manuel de Macedo
loaquim N,4anue de Macedo oLr \,4aced nho, corno êrê conhecido, con-
quistou um público letor Íe poí produzlr, em grande quantidade, textos
rnarcados poÍ uma certa ngenu dade narraÌva e rnu to bom humor
O retrato da e te bras eiÍa da coÉe, quesurgedas pág nas deseLrs romances,
contacoÍÌì aguns tipos nconfundÍveis os estudantes, a moça namorade Ía, a
cr ada ntroÍÌìetlda, a senhora fofoq ue ra e nconveniente, a avó ca rin hosa, todos
eles envovdos em cenasque se desenrolam em esÌlaços claramente brasileiros(a
llha de Paquetá, as matas da Tluca, os espaços urbanos do R o de Jane ro).
Aém do boÍÌì humot urìra dose de suspense também é componente fun-
damenta das histórias que escreveu. MestÍe na arte do fo hetim, Macedo
sabia como entÍelaçar vár os f los naíatvos, crando Ì lara o etor momentos
de emoção iÍÌìpÍevistos e cenas cônricês que ajudanì a desfazer a tensão, en-
quanto o naÍÍador prepaÍa o Íina fe iz reseNado para os protagonrstas.
Essas caÍacteríst cas lá aparec àm no seu prime ro @nat\ce, A Mareninha.
- 
"Tenho quinze anos
e sou morena linda..."
A Moreninha Íai a V ne ro romance roÍÌìânt -
co urbano com qualdade literáfa que alcançou gÍan-
desucesso de públicoeabrru carn nho para uma vasta
produção de folhetins escr tos por autores brasileircs.
na, que se conheceTn ainda cÍianças em uÍÍìa pfaia. Nesse pr meiro en-
contro, iuram arnor eteTno e, como prova de f delidade, trocarÍì dois bÍe-
ves, uTn bTanco e um verde, O bÍanco slÍÌìbolizava a candura da alma de
Caro ina, e o verde, a esperança do coração de Augusto.
Anos rnaistêrdê,1á cLrrsando N,4edic na no RodeJane ro, Augusto, queÌem
ldnd oe n(on ldnle èr 
-nd dposrâ con os a-' ì gos: çe pe-nd^ere dpd xo^è-do pela mesrna rnoça durante um mês, escreverá um romance. AovsitaÍ a casa
da avó de um coega, conhece a iÍnã do rapã2, tarnbém chamada de "a lvlore-
ninha". Ela é a Carolnâ de sua infánca, mas ele não à reconhece.
IVluitas peÍipéc as inteÌíer rão no destino dos jovens apã xonados, até que,
eÍlì uma cena emocionada, Caro inâ dá uÍÌì breve a Augusto, para ajudá-Lo a
encontrar a men na a quen-ì ele luÍara arnor etêrno e ped r que o ibêre da
promessa. Quando abTe o breve, o Íapaz descobre que caro ina era a men na
da pra a. com o Íeconhec mento, está aberto o cam nho paÍa o fina fe iz dos
dois pÍotagonlstas.
O Romant smo presente nâ trama desenvo vlda por lvlacedo se ÍÌìanifesta
em diveÍsos aspectos da êStrutura. Há a pureza do amor infanti, que sê con-
cretiza na dade adu ta; há a rnanutenção do mistéf o da dentidade dos a man
tes, que se feencontÍam najuventude, mas não se reconhecem; há até oÌraço
naciona ista com a aprêsentação de uma lenda lndÍgena, a h stór a das Lágf-
mas de amoÍ de Ahy e Ao t irn, que funciona como um espelho para o amoÍ
dos protaqon stas. Arrematando todos esses e ementos, o autor asseguÍa o
fina fe iz pafa o casa Augusto e Caro ina.
Ìendo como pano de fundo a história de amoÍ dos protagonistas, Á More
nlnha traz uma séÍie de cenês que retratam a sociedade carioca do sécu oXlX,
revelando seus costumes e d scutindo seus va oÍes.
E e conta a história de do s lovens, Augusto e Caro i 9ó
j
t
a
3
Paquetá, Ro d€ lane ro, 1890. UU zada
cômô cenáao por loâquim Mânuelde
Macedo em se! romên.e maistamoso, a
pedra queÍ.a na praa da Guarda passou
a ser conhecida como da N4orer flra
o rcnan.e urbana 3O9 a
LITERAÏURA
.ì'Ü
Mau tempa
Augusto, já apaixonado pela Morcnínha, é ímpedido por seu
paì de visitá-la e sofre por não poder estar com sua amadã.
t
Ü Pdlm: gnnde. eridem€
Es@.pela: amnha con õ nnhas
È!6bujar debatese, ücudnÌ{1. pés ê .ìã.s.
ÁgâdaÌúa*, sgu.r, agaÌrã.
lscúelow: deÉsperon4e
Chegou o úbado. O nosso AugrÌstl), depois de múúx rodeios e c€riÌnè
niâs, pediu finaÌmente ücença pda ir passar o domingo na ilha de... e obt€ve
em resposta um não redondo;juou que tinha dado sua pâla\'Ìã de honra de
1á se achar nesse dia e o pâi, pìÌa que o filho não cumpds.se a pala\Ìê nem
lalta-rse à honra,julgou múto conv€niente trancálo no s€u qlÌarto.
Mania antiga é esa de qu€rer triunfar das paixóes com fortes meios;
eüo palmar principâÌmente no ca.so em qüe se acha o nosso estudm'
te; o amor é um menino doidinho e malcdado que, quando alguém
intenla refreálo, choÌ?, escarâpela, esperÌìeia, escabuja, morde, beÌiv
ca e incomoda mais que soÌto e livre; pÌ.tldente é facilitarìhe o que
deseja, para que eÌe disso se desgoste; [... ] acabar com âs dificuÌdades e
oposiçõ9í, para que cÌe durna e muitas vezes morra. Amor é uÌn anzoÌ
que, quando se engoÌe, agadanha se Ìogo no coraçáo da gente. donde,
se náo é comjeito deshavado, poÌ mais força que se faça mais o maÌdi-
to rasga, esburaca € se profünda. t...1
Já eÌ? tâÌde. Augxsto aÌÌÌala deveÌ?s, e pela primeira r'ez em sú üda; e
o amor. mais fofte que seü espínb, exercia nele um poder absoluto e
invencíveÌ. Ora, não há ìdéìâs mais li\'res que as do presoi e, pois. o nosso
encarceÌ?do estudante sôÌtou as \€las da barqúnhâ de sua alma, que voou,
areúda, por esle md im€nso dâ imaginação; então começou a crid miÌ
süblimes quadros e em todos eÌes lá aparcciâ a encantadoü Moreninha,
toda cheia de encanios e grâçâs. \4u-a, com s€ÌÌ vestido branco, espeÌãndc
o de cima do rochedo, úu-ì chorar, por ler que €Ìe não chegam, e sum
lágrimas qu€ima\amlhe o coração. 1...1 Aqui, foi o nosso estudante às
nuvensi sâltoü €xasperado fora do leito em que se acha\'ã deirado, pa.\seou
a ÌâÌgos pâssos por seu qÌraÌto. acusou a cru€Ìdade dos pais, expedmentou
se podia anombar a porta, fez mil planos de tugâ, esbrâvejôu, escabelou-se
e, como nadâ disso the mÌese, ati.oü com todos os seüs lirros para baixo
da cama e deitou-se de novo,juÌando qüe nâo haúa de estudâr dois meses.
l{ACEDO,Joaguin Múüel de. Á rvddtrÁa Rio deJeer.ol
Lâce.dâ, 1997: p 252-253. (Lagnerb).
t , Releiâ.
"t...1 o pai, pãÍa que o fiÌho não cumprisse a paÌâ\Ìa,
nem faÌtasse à honra,julgou muito convenìente tÌacá-lo
no seu quarto."
I A so ução encontradâ pelo pa deAugustoconci iaduasattudesapa
renteÍÍìente contÍad tóriâs. Quais sáo elas?
I Exp que de qLre maneira o pa, mesmo agindo de íorma autoÍ i táÍa,
procura preservar um importante va oÍ da sociedade da época.
2. Qual é â crí t icâ fei ta pelo narradoÍ à at i tude do pai de Augusto?
r Para expllcarseu raciocín o, o narrador deflne o amor por m'eo de duas
metáforas. Qua s sâo eãs?
3
ì
€
a 31O CAPiTLA ft
I . ITERATU RA
r Explque por que essas metáforas ãjudam o narrador a exp icitar a ina-
,\ dequação da atitude do pai de Augusto.
r Qua seÍ a a melhor at i t !de a ser tôrnãda, segundo o rarrador?
t. O narradordescreve o sêntimento que se apossou de Augusto, Trans-
creva a passagem em que isso ocorrê.
. Qua é ã concepção de amor sugerida por essa descfção?
4. sabêÍ que Cârolina soÍre com sua âusênciâ é motivo de angústia
paÍa Augusto. Como o narrâdor mostra os efeìtoí dessa constata-
ção sobre o rapaz?
r Exp ique de que mãneira a descrição das attudes de ALrgusto em seu
"cativelro" exemp ifica a meláfora do amor como um "menino doid,
nho e malcr iado".
José de Alencar:
um crítico dos costumes
José dê Aencar foi quern dêu ao Íomance urbano urna forma mais bern
acabada. Suas obras não se imitam a contar históras ÍorÌìánticas. Elas apfe-
sentam urna estÍutura pensada paÍa conduzir o olhar do leitor a exarninal
mais det dãmente alguns cornÉoÍtamentos qLte ÌÌeTeceÍn aná ise e reÍexáo.
AoÍazer sso, Alencarpromove urna vefdadeira crÍtica aos costuÍÌìes da época.
De nìodo urn pouco diÍeÍente dos outros escritotes desse período, Alencar
prioriza as relaçóes huÍnanas, estudadas em função do ambiente em que se
encontfaÍÌì as personagens. EmboÍa a dea izaçáo romántca cont nue sendo
uTna maÍca caracteÍÍstica das sLras narÍativês, ele exêÍÌìina a sociedade de modo
mais detalhado, crticando valoÍes condenáveis, como o casaÍÌìento pof nle-
Íesse, o que dá um caráteÍ mais realigta às h stórias de aÍnor.
Herós e heroínas criados porAlencar apíesentarÌì a guns aspectos bastânte
human zados, sendo vít ÍÌìa5 das pressÕes econôrÌìicas e socÌa s. É nesse sentido
que o contexto em que vvem torna se uma força dentro da narratva, porque
provoca comportamentos rÌìuitas vezescondenáve s. A história, porém, sempre
dá aos protagonistas a oportunidade da redenção fÌnaÌ, que será alcançadê
qua-do ê 
"-r.ega.en ã sen ti-'ìê^ios . oor er. Lo,l o o dno. ê â CorÌpà \áo.
Dentre os mu tos roÍÌìances escritos porAencar, que consttuem uma verda,
de ra crônica dos costumes do Ro de laneiro do sécu o XlX, destacam se Cinco
mìnutos11856),A viuvinha(1a5n, Lucíola (A6D, Dìva (1864) e Serhora (1875).
tSenhoraeaeducação
sentimental do burguês
O rornanceSenhora é urn excelente exemplo da habildade com queJosé de
Alencar, ao mesrno ternpo que reproduz a estrutura das naTrativas roÍììânticas,
apresenta unì olhaÍ crítico parã alguns dos desvios da socedade da época.
0s protagonistês dâ históriâ são Aurél a Camaígo e FeÍnando Se xas. Apai-
xonados nã juventude. acabam se separando por pToblemas f nance ros. Sei-
xas ace ta um dote para f caÍ noivo de uma moça mâis Íica, Adelaide AÍÌìaral.
Quando recebe urna grandê herança de seu avô, Auréla resolve vingaFse da
hum lhaçáo a que fo submetida por Sexas. Decide casaÊse com o rapaz e,
parã tanto, "coÍnpTa-o" corn um dote de 100 contos de réis.
A ronance urbano 311 a
-
TITERATURA
XUI
t . . .1
AuréÌiaÌ Que sigrÌÍìcâ ìstol
Representmos uma comédiâ, na qual ambos desempe
nhDos o nosso papel coÌn peÍícia consuÌnâda. Podemos ter
este oÌ€uÌho, que os melhores atores não nos excederiam. Mas
é tempo de pôr teÌmo a esta cruel mistjfrcação, com que nos
estamos escdnecendo mütüamente, senhor. Entlemos na
reaÌidade por majs triste que elâ seja; e resigne-se cada um ao
que é. eu, umamulher traída;o senhor unì homemïendido.
Vendidol exclâmou Seixâs ièrido dentro d'alma.
\rendìdo simr não tem outro nome. Sou rica, mÌ to
rica, sou miÌionáúa; precisavâ de um marìdo, trâsle indispen
sá\'eÌ às muÌheres hoÌìestas. O senhor eslâ\'Ìa no mercadoi
compÌei{. Custou me cem conbs de réis; foi barato; nâo se
fez raler Eu dada o dobro, o t iplo, toda a minha riqueza
poÌ este momento.
, 
ATENCAR, José de. $r/ú/a.
23. €d. Sáô ?âulo: Atica,1992. p.75. (Ìragnelto),
Alencar, atrãvés de Auréla, faz Lrma dura cÍítica à sociedade da época: a
moça declara ter compÍado urÌì ÍÌìar do poÍ ser este um "traste ind spensável
às nìulheres honestas". Como mulher, Auréla é independente, capaz de cui
dar da próprrã vida e até mesmo de gerir sua ÍoÍtuna. 
^/las 
se vê obrlgada a
ãtender às ex géncias da soc edade da época, que espera que as moças arru
ÍlìeTn um Tnarido para ãssum r o peÍfi idealizado paÍa as moças honestas.
A crítica, poÍém, não apaga a h stórra de amor. Pelo contráÍo, fêzcorn que o
sent Tnento Surja cada vez mais va orizado como foÍça redentoÍa de todas a5 fa-
tas. É o arnor que sente porAuÍéla que desencadeaÍá a Íaníorrnação em Se xas.
Recuperada a dignidade e o caráter de Fernando, Aurél ia está lvre para
decaTar sêu aTnoT. Como seria de espeÍat o romance termina corn ã reconc
lÌaçáo dos arÌìantes. Essa reconc lação só é possível porque Seixas é capaz de
compÍeendeÍ que algo Socialrnente aceto, o casamento porconven ênc a, era
mora mente condenáve.
É ass m que os romances de costuTne váo, a pretexto de contaÍ h stór as de
arnor, consol dando o proleto literário de divu gaÍ valoÍes moÍa s e criar uÍÌì
espelho no qual o púb ico burguês possa ver Íef lêt ida a sua face.
r Os perfis de mulher
Um dos asoectos marcantes dos ronìances de José de Alencar é a cafacte-
rzaçáo que faz das heroínas fomânticas como Tnu heres foTtes, senhoras de
seu destlno. No âmaqo dessas personagens, pulsa um coração romántco,
que oT enta seu cornpoÍtamento em nome dos dêais rnãis puros, mesmo que,
para isso, precisem enfrentar a condenãção dâ sociedade.
É o caso, por exemplo, de Maria da Glória, moça recatada e puTa que se
tÍanslorma na cortesã Lúcã, ern L!c/o/a. Esse gesto de degradaçáo rÌtorêltem
uma função nobÍe: aludar a famÍl a, empobrec da durante urna epidemia de
febíe amarela. Expu sa de casa pelo pai, a heroína seguê na v da de coftesã
paÍa sustentar os estudos da Ímã. RepaÍe na forçê dêssa mulher ão denun-
caT, pêra o amante Paulo, a h pocrsia da sociedade que a julga e condena.
-=e
==
-- 
=é
=
Í
CoÍno era costume no sécu o
XlX, AlencêrfoÍmou se leitoÍapa -
xonado nas pág nas de clásscos
estrangeìros. E econta, era Como
e pofque 5ou romarcBfa, q ue so-
fÍêLr para aprender o francês de
nìodo a podef eros ronrancêsde
Bâlzãc, Dumas, Vigny, Chateaubr -
and e Vrctor Huqo.
Além dos estÍânge ros, causou
mu ta Lmpressão em Alencar o
sLrcesso alcançado por Joaquim
Nlanu€l de lúacedo com a pLrb 
-
cataa de A Marcninha .
que estranho sendr nâo dee
perta\ã em meu coração adotes
cente a noú.ia desas homena
gens de admiràção e respeito ri
butados aojolem autor d,4 MG
Mìrnal Qual régio diadema la-
liâ esa auréola de ennNiasmo a
.ingir ô none de un escÌiior?
AIiENC'AR,.losé de. Ceno, r,q,?
rou mróra. cmPims: Fotries,
1990. p. 38. (Iragnelto).
Ma sabia eleque, â guns anos
nìais tãÍde, ãlcançar ã suc-"sso se'
nìelhante com O quarár;.
a 312 cApiTULa $
TITERATURA
Ba ro SantaÍêresa, Rio delaneÍo, 1875
Sêrta Ìeresa, ao fundo na Íoto, Íô o
prmero bêÍb a se iormarem Lm morc
no Rio dêlâneÍo Elesurqiu poÌ uma
queíão de $brêvvência, po s ánão
hava o mosquito propâgador daí€bre
âmarea, ep dem â que at ngÌu o Ro de
Jênê ro entre 1849 e 1850. Essâ epdemâ
1o r-"sponsável p€lo 
€mpobrec mento dâ
iãmlia de Lúcia, em lrclo/ê
E
I
U Patê$.: bae$e coD os pés, en siní de
pfoÌ8sô ôu desSndo.
únpudêrci.: dekrânent,, raÌÈ de
- 
Gozâ da tua mocidade, éjusro: tü podes e deve fazer;mâs como só eu
\€nho à tuâ casa e todo mundo sabe que não sou milionário, compreendes
qüe, se isto continuasse, suspeirariam, diriam mesmo, se já não disseüm,
que üvo à tua custa!
Lúciâ ficou Ìí\ida; tinha compr€endidÒ.
- 
Então não posso dar-me a quem for d€ minhavontade?
- Qucm di/ is\u? | u e quc não re po\so a.êird por.emethanre prero. À
custâ da honra... é muito caro, Lúcia!
-Ahl esquecia que uDamuÌher como eü não se pertence; é uma coisa
pública, um ca.rÍo da prâça, que nâo pode recusar quem chega. t...1 Esqüe-
ci, que, paÍà ter o direito devendero meu coÌ?o, perdi a liberdade de dálo
a quem me âprouv€rl o muÌìdo é lógicol ApÌâudia-me se eu reduzisse à
miséria a famíliâ de âÌgum liberrino; emjusto que pareasse se eu rivesse â
loucura de arÌadnâr-me por um homem pobiel Enquanto 1...1 osteÌÌraÍ a
impüdênciadâ cortesã e fu er timbre daminhâ infâmia, üm homem honesto
pode roÌâr-se nos meus braços sem que a mais Ìeve nódoa marche a süa
honraimâs se pedirìhe que me aceire, se the supìicar a esmola de umpouco
de âfeição, oh!entáo omeü contato serácomo a lepra para a sua dignidade
e a sua reputaçáo. Todo homem honesro deve repelir-me!
t . . .1
Saiü aÌ:rebâtâdâm€nte e fechou-se no toücador.
Voltei, reÍletindo se o que tinha feito em realmente uma ação digna ou
uma refinada cobârdia; servilismo à inveja e malevoÌência social, que se de-
cora tantas vezês com o pomposo noÌne de opinião púbtica.
a
:
!È
t
Uma diÍíci l escolha: amor
ou prosPeridade?
Na Nova York do fiÍr do sécu o
XX, Lily Bãrt vive dvÌdida enire o
coração e ã râzão. Sla beleza a
torna o centrodasatençôessoclais,
despertando a nvejâ das outras
Írìu heres. Apaixonada pêlo loveÍri
Lawrence Sedon, Liiy abd ca do
amorenì busca da eÍab dadefi-
nãnce ra sua históÍ a mostÍa que
o casamento por Interesse é um
iênì. quefo exploÍado rnLr tas ve-
Á essêrciá da pá&ô, d€ Ìêrence
! Davies Re no Lrnido,20001
:!*ãsI,=É*@rylF
Al-ENO.4R,José de. aú.told.2?. ed. São paulo: Ádca,2003. p.6?.68. (rÈgnenb).
ËË
Paulo sente se humi hado porque Lúciâ abandonou todos os outros amãn-
tes para Íranter-se fielsornênte a ele. Fraco, teÍfe que ã socedade o imagine
sustentado pela be a cortesã. O que era urn s naldo aTnoTque Lúcia sent a por
eletorna-se uma Tnancha aos o hos da opinião púb ica e é isso que a protago,
nista denunca, com palãvras fortes e nd gnadas.
As heroÍnas de Alencâr têm uma foÍça nterior que âs rnove e as toÍna
bastante avançadàs em relação à sociêdâde em que vivem. A criâção de per-
sonagens femininas de caráter forte e beleza insuperável garantiu a José de
AlencaÍ o título de mestre dos oeÉs de Ínu heÍ.
O ramance urhêna 313 |
.o choque da nudez
-
I ITERATURA
o quadro o/lmpla, do pÌntor fÍancês
ManêÌ, causou Ìânto choque e es.án
da o qlando foi ex b do pela pÍlme ra
vez €rn Pari5, €m 186s, qu€ Íoi prer so
chanìar guardds para prot€qê o O nu
ÍeÍn ninoadístco náoera novdad-". En'
tão por que houve Í€dção lão exd têda
por part; do púb .:o? *
Para encontrar Lrna resposia, prêste
atenção na Postura da mlrhêr, na êx-
pressao desêLr rosto, no o harquê dìr-
qe ao obseÌ.r'ador do quadro, na servi'
çal quê apr-asentâ um bLrquê de foÍes
Manel, Ormpl., 1363 Oleo 5ôbrê Ìeã,
Na noite de núpcìas, Aurélía revela a Fernando
ãs verdadeírès razões que a levaram a casar-se com ele.
hd
Qtinção
j
I
f..-l A moçâ aÌraslou runa .adeiÌa e colocoÌr se em face do
marido, cujas races crestìva a seu hálìro abmsado.
-Náo preciso dizcrlhc que ãDror loi o meu, e qÌre a.Ìoração
llÌe votou mnÌha alÌÌrâ desdc o primeim momenio eDr que o cn-
coÌìtrci. Sabe o scnhoa e sc o ignora. sua pÌesença ãqlÌi nesta
ocasião já lhe re\,cÌou. Pau que uma mulher sacrìÍìque assim
Lodoseu futuro, como cu fiz, é preciso que a existênciaie iornas
se parâ ela um deserto, onde Ììão reía seÌìão o cadá\'er do ÌÌo
Ìnem que a âssolo'i para scmpre.
\Lêìr . ' , 
' 
, Õu r ' n, ;u.ub,ê o.cro pd, i , omprimi, 
" 
emo, i .
que a ia cÌoÌninando.
Conhcci que não amala-me,.omo eu desejala c ÌÌìereciâ
ser amâdã. NÍas ÌÌão erâ $a a cuÌpa e só ninha que não soube
ìÌÌspirarlhe apaixão, que cu sentia. NÍaistarde. o senhoÌretirou-
rìe essa mesma aÍciçio com que me consolarã e iÌansportou-a
pa|aoÌrtra. em qrcm nãc, podia enconlrr o que eu Ìhe dcü, uÌn
coraçÀo lirgem c cheio de paixão com que o adora\ã. EnÍetân-
n. . , i rdJ i \ ' ÍorJ.pn,?perduJr lhe. Jrni l
a 314 cAPíruLo 16
LITERAIURA
À moça âg1tou então â ftonte com uma vibração altivar
Mas o senhor não me abandonou pelo âmor de Adelaide
e sim pelo seu dote, um mesquinho dot€ d€ trinta contosl Eis o
que não tinhao direito de fazer € quejamâis Ìhe podiâperdoarl
Despr€zass€-me emborâ, mas não descesse dâ âÌrurâ em que o
havia colocado dentro de minha almâ. EÌÌ tinhâ um ídoto: o se-
nhor abat€ur d€ seu pedestâI, e atiroü-o no pó. Essâ d€gÌadâ-
çâo do homem aquem eu adomva, €ìs o seu crime; â sociedade
náo t€m l€is pam puniÌo. mas há um remorso parâ €le. Não se
assassìna âssim Ìrm coraçâo que Deüs criou pâra amâÌ, incutin-
do-lhe adescrençae o ódio.
SeL\a.. que cinha, uMdo a tronre. eÍpêu-d de novo. e f i rou
os olhos na moça. Consenâ.? ainda âs f€ições contrâídai e gotas
de suor borbülha\'ãm na raiz dos seus belos cabeÌos negÌor.
- 
 riqueza qu€ Deus me concedeü chegoÌr talde; nem ao
menos peÌrnitiu-me o prueÌ da ilusão, que têm as mulheÌes en-
sanadas. Quando a recebi,já conhecia o mundo e suas misérias;
Ja çdbia que â mo(a r i .a è um drrânjo e náu uma esposa: poi.
bem, disse eu, essa riqüeza servìÌá paÍa daÍ-me â única sâtisfação
que ainda posso ter neste mundo. Moshar a ôsse homem que
nâo soübe me compreender que mulher o amavà, e que àlma
p€rdeu. EntÌetanto, aìnda eu afagâ\.? üma esp€Ì?nça. Se eÌe re-
cusa nobremente a proposta aviltante, eu irei Ìâ.ÍÌçâ.r-me a seus
pés. SupÌicar-Ìhe-€i que âceite a minha riqüeza, qüe a dìssipe se
quis€r;mas consinta-me que eu o ame. f,stâ última consolação, o
sentìor a aÌrebatou. 1...1
ALENCAÌ,.IôSé dê. sntrz 25. ed. são ?aulo:
Aüi 
' . 
I ' ra2 p. 1"9 
' 
l0 / l dBmênrn\
LU Clt*{: Jôgu€Àã.
Nâ suâ primeirâ tâlã, Auréliâ descreve o sentimento que nutria por
Fernândo, Quê tipo de amor â moça declara ter sentido por ele?
r Que efeito tem sôbre ela sua decepção em re ação a esse amoT?
r De qLre maneira êssã decepção exp cã â decisão de AuÍé ia de "coÍn-
prar" Fernãndo?
O fato de FeÍnando tê-la abandonâdo por outrâ mulher não é o
que motiva a vingança dê Auréìia. Explique por quê.
r Qualfo, segundo Auré ia, o cr ime cometido pofFeÍnando?
r A exp icãção de AuÍé ia sobÍe esse crime Èvea uma lmagem dealizada
do êmado. Explque.
Relêiâ.
"-A riqueza que Deus me concedeu chegou tardei nem ao m€-
nos peÌrnitiu-me o pnzer dâ iÌusão, que têm as mülheres enganadas.
Quândo â recebi,já conheciâ o mundo e suas misériasrjá sabia que a
moça ricâ é um ananjo e nãô uma esposa i...1"
r Qualé a duÍa crÍ t ica feta porAurél ia a um compoÍtâmento da soceda-
de em que vive?
. Explique de que maneirã essa fala sugere a expeclãtìva romântica que
Auré ia tem em relaçáo aô casanìento.
Por que Aurél iâ diz â Fernando quê ãinda t inha uma espêrançã em
relâção a ele: que suâ propostâ de cãsâmênto fosse recusadâ?
q
!
t.
t.
2.
4.
A rcnance urL,ano 315 |
-
LI ÌERATURA
Bernard Weqândt, Âua tão a/emenre
Frb de 
-/aneiro, I 884. O €o sobre t€ a,94 x 68.m. rv laru€ AntÔn o de A med.
êscó he! os baú@s mas pobres do Ro
de lan-" rô pâG c€.áro de seus rcmâôcê,
t...1 uú Ìatrcho de menitros, iodos
denoleaonzeàros, I...1 spâtosde co"
dercsa, úeia! bÈn.as, .àlçào da cor do
sapà|o, faixs à .intuíà, .amisa benca
de loDgos e cúdos colarinhos, chapéus
de paÌha de abs Ìdga, 1...1. Càda um
dcsscs meninos leM!à un instnrmento
ldtmlenÌ que tocaM'n, pandei.o, ma-
chcte e úÌnborü. Caminhalnm torDd-
do um quadrado, no mcio do qual ia o
chamado Imp€Ìador do Diüno, acom-
pmhados por uma músicã de bTbèì-
ros, e pÍe.edidos e cercàdos por umi
chusma de ;ftrtor de ópa le!àndo ban
deiÍàs encaúàdâs e Òuros emblems,
os qrais ri.â!âm esmoÌò ehquanrô eles
Manuel Antônio de Almeida:
a estética da malandragem
U^.ê. ; .o r" por 
-o d rô 'ô- le do. o^ó^.ô dôvoédoêÂô. d, .g
rá das máos de N,4anue Antôn o de A rìre da. O R o de 
- lane Ío qLre apaÍece nas
pág nas de Memórlas de um saryenta de mìlicìds não é o da elÌe bLrrgueea,
1". o d" 
" "da. -"s b" " , da pop .1" " .
Entremeado de episód os engraçados, Memóras de um sargenta de mtli-
c/as conta as aventuras de urn certo Leonardo, f lho de Leonardo Pataca e de
N4ar a da HorÍa ça.
Cr ado pe os padrlnhos, urn barbe ro e urna parte ra, Leonard nho rnete-se
ern m peÍ ipécias, compoítando-se como um verdade ro ant i-herói , que apre-
c a a Tr]a andTagern e envolve-se com vá|as mulheres.
Toda aque a idea zação dos pfotagon stas que nìarca as obras de N4acedo
e de AlencaÍ desaparece no caso de Memóras de um sargento de milictas. As
personagens dessa histór ia são homens e rnu heres press onados pe a necess -
dade. Na tentat iva de dr blaÍ o dest no, recorrem a pequenos go bes, exp o-
ram relaçoes de influênc a e proteção e se d veÍtem erf leslas popu ares
Como o povo se divertia
U.nêdêsiestasrnaispopuaresnoRodêl.nerodoséclr ìoXX,aFo êdoDivno,ol l
festa do EspíÍito Santo, é descÍita de manera m nucogâ em um dos caplt! os dê
l\4emaias de un sarqenb de milicìas.
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j
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l
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!E orl rolia, faü
-{-MEÌDA, Mânuel Aìrônio dc Mèmótras tu Ln tuEènta ú nilí.i6
sã. Paulo: Ateliê Editofial, 2003. (Lagnren to) .
Todas essas carêcteísticas fâzeffr com que esse rornance ocupe uma pos -
ção diferente denÍo do quâdro do RomantisrÍro bras e fo Quase uma comé-
d a de costurnes, Memór'las de um sargenta de millclas gãnhã contornos Íea-
| -ê\ q. è_do èp."s.1 êod,esode ìs r ' . t oô\ o. ,q. 
" 
^óS_d,ol
séras e respetadas. CoÍÌìpare, poÌ exempo, dos trechos em que o major
Vid ga aparece enì cena.
| 316 CAPIIULA 16
LIÍERAÍURA
!
t . '
a
]
=
ovi
O som daqÌrela voz que dissera abra a Ìrorra" lançìm enrre eles, corÌÌo
dissemos, o esp:ìnro e o medo- E não Íoi scm ruão; em ela o anúrÌcio de ünì
grande aperio. de que por certo nãopoderiam escÀpar. Naquele rempo aiÌÌdânio cstava organizÌda a polí.ia dâ cidde, ou mres esr"r'â-o de rüÌÌ ÌÌÌodo em
ÌÌamoniacoÌn arÌendêrì.iâs c i.Ìêiasdâ época. O najor Vi.ligal e ra o reiabscÈ
Ìuto, o árbiiro sÌrpreDo de tudo que dìzi,ì rcspciro a esse ramo de adnÌinisüa-
.:'úiera ojrÌì? que.jÌrlgala e dsrribuíâ apcna, c ao mesnÌo rempo o guardaque
darã .aça aos cfim ir ososl [... ] â suaju s,,ça cra infalí\,elt não haüâ apelação das
seÌÌteìÌçrs que da!a, faziâ o que queia, c ninguém ìhe ronÌarã contas. 1...1
-\IÀ$IDA l\'1.nueì Anrôni!ì de. llèrÌó1iús tL Ln rytnhúnitíit.
SaÒPruì,):lÌeliêFdiro.ial,200J p.!1. (!Ìagncnto).
Na próx mê cena, a Tnadrinha de Leonardlnho e duas arn gas vão procurar
o majorVdqa para pedirque ee mande sotaf o râpaz, pieso poruma oÈ
dem sua. o que está ern questão, rna s uma vez, é o poder dê Vd gal Veja
coÍÌìo o nâÍãdor o descÍeve.
As três em comissdo
t...1 O major rccebeu ai de rodaque de chilâ e tamàrÌ.os, nio tendo a pnncí
pio suposto o quilate da \ìsita: apcn:L! porém reco hcce'u as tÌês, coneu apresa
do à cedinha lizinha, e enrcryou o mâis deprcssì quc pôdc a fdda; como o
tcÌnpo ur$a, e eE uìna inci\iÌidade deixâr sós as senÌÌoras, nào.ompletou o uni
firmÌe, e \oÌtou de no\o à sala de faÌda, calças de eÌlnd, ÍmaÌ.os, e ]m lenço de
AÌcobaça sobÌe o ombro, segÌndo seu nso. .\ co1ÌÌadÌc, ao \êlo assiÌn, apew .Ìa
àÍÌiç;io cm iÌue se acha\ã. md pòde conter rtma dsada que lhe leio aos Ìábios. i...1
AÌ-IMD^. i!ÍaDucl 
-\Íôrìo {Ìe. ivmônat de utu iogato de milí.iat.
são laulo:-{Gliê r{Ììtorìrl, 2003. p.321 (tra8neìio)
Homern ter. do pela autorÌdade quet nha,V diga
ês, o êê d doe" i . es 1e oe\p" ld. I u lqee.q-ê
vão à sua casa ped r um favor O espanto e o rnedo
o. e . .ó p-ê\"_\à desen.ddearo 
" 
p' -re a ona 
""o
subsltuídos pe o Íiso ma cont doda comadre Por me o
de stuações como essa, N"4anue Antônio de Almeda
prjvieg a o humoÍ como um Íecurco naTTatvo capaz
de emprcstâr rna oÍ Têa srno às personagens e acon-
tec ffrentos de sua h 5tór a
- . e o L ó ' ' íô.ôíônte pdr. . , _- t ' l 
-oe, so-o,
seÍá reí ado, â guns anos rÌìa s tarde, por [/]achado
de Asss, o rnes'tre da natratva Íealsta no Brasi.
.rean Bâptíe Debret, tui2êJ.iegêth âÒ pàlé.tÒdaÌunìç",
tôgralura,5écu o XX iuize5 des.êm de.:n!aqem à Ír€nte
do Pâáco da lu5teâ, nô Ro de lanero, no nicodo5éc! lo
XX As foices adeandô â pôrìã p. n. pal ndcam que ún
crm fôsô ená s€ido lu qado
digal
á
O sarqerro, é9úâ iódê de Dare paÍa a
abta Menanas de ún sêeehta de
nil.ias, edlção de 195!
a
ÊJ n.a,q"", .n .o ...urì',o
Í
:
.
o rananQ ukana 317 a
I . i ÏEBAIUIÁ
Origem, nascimento e baüzado
O texto abaìxo nafta a festa de batizado de Leonardinho,
prctagonísta do romance.
Chegou o dia de bâtizaBe o rapaz: foi madrinha â pâxteim; sobre
o padÌinho houve suâs dúvidas: o Leonardo queria que fosse o Sr.Júzj
porém teve de ceder a insttucias da Mãria e da comâdre, que queriam
que fosse o bdbeiro de d€fronte, que afinal foi adotâdo. Já se sabe
que houve nesse dia função: os conúdâdos do dono dâ casa, que €raÍn
todos daÌém-md, canta\ãm âo desaÊo, segìndo seus costumes; os corÌ-
üdâdos da comadÌe, que emm todos dâ teÌ.lã, dânçâlãm o fâdo. O
compadre üouxe a Ebecâ, que é, como se sâbe, o instÌrmento favori-
to da gente do oficio. A princípio o I-eonardo quis que a festâ tivess€
aÌes aristocráticos e pÌopôs que se dânçrse o minuete da coÌÍe. Foi
ac€ita a idéia, ainda que houvesçe diÍicuÌdâde em encontrarem-se pâ-
res. t...1 O compadre foi quem tocou o minuete na rab€ca: e o âfilhâ-
dinho, deitado no coÌo da MaÌi4 âcompmha\'a cada acada com um
guincho e um esp€Ìneio. Isso fez com qu€ o compâdÌe perdesse mui-
tas vezes o compa-sso e fosse obdgado â rccoDeçd ouúas tantâs.
Depois do minuete foi desaparecendô acedmôniãe â bnncâdei-
ft aÍenmtou, como se dizia naquele tempo. Chegaram uns Ìapâzes
deüola e machete: o Leonardo, instado peÌas senhoÌ2i, decidiu-se a
romp€r a parte lírica do divertimento. Sentou-se num tambor€te,
em um lugar isoÌado da saÌa, e tomou uma üoÌa. Faz ia um beÌo efei-
to cômico vèlo, em tr4ies do oficio, de casaca, calção e espadim,
acompanhando com um monótono zum-zum nas cordas do insúu-
mento o garganteado de uma modinha pátria. 1...1
O canto do LeonaÌdo foi o demdeiro tooue de rebate DaÌa es
quen taÌ-se a brrn.ddeird. joi o adcu. a".erimó;ìá.. Tudo dai m dìd-
t€ foi bürburinho, qü€ depressa pa.e'ou à gritaria, e ainda mais depree
sa à algazaÌÌa, e não foi ainda mais adiante porque de vez em quando
úam-se parsâr atràvés das rótulas da poÍâ ejaneÌas umas cert?s fÌ$rE
que denun. ia!ãm que oVidrgdl ddd€ pe,ro.
ALMEIDÂ Mmuel Anrônio de, Mmúi6 de un süEdto d4 nilíci6.
São Paulo: Ateliê EdiroÍiâì, ?009. p. 6&70. (LJgúenb).
í. Qual é a classe socÌal a que pertencem as personagens descritas no
trecho?
r Cornpare esse tìpo de personagem côrn o que ãpãÍece em outros ío-
mances urbanos do RomântÌsmo.
2. Leia os trechos âbaixo. O primeirq é de Manuel Antônio de Almei-
da, o segundo, de Joaquim Manuel de Ìúacedo.
"Dêpois do minuete foi desapârccendo â cerimônia e â brincâdei-
rà o,íenenttlu, como se dizia naquele tempo. " (Mm ôiqs de um saÌgento
'T o mais é que estâmos num sarau. t...1 alegre, n
lhida sociedade enche a gÌande casa, qüe brilha e mostra em toda a
pâÌte borbuÌhar o prazer e o bom gosto.'r (Á Mo,"?,tnÁd)
{
@ ruÉo no rxlo, tem o sentido de
Macn€t€: i.rhnentó nuìal dê ônffn
potugn€É, mior que o câmquinìro o .
neno. qüe a riola, núb usado no
âconpuhanento de ünções populms
Elpadim espada p€'luena.
(;ael dançandô nihuete, gÍavúã de
1875. Com origem no sé.ulo XVll, o
minlete, pa avÍa que s gnifica passos
.urtos, cêrãcter zvê-se pela leve2a e
graciGldâde dos movìmentos.
a zla CAPITULj 16
B
t
!
x
3
é
-
a
:
TITERATURA
O Vidigal
O som daquelâ loz qtìe dissera "abrâ a porta" lançda entre elcs, como
cÌisserÌÌc,s, o esparlo e o rnedo. E nào íòi sem razãoi era eÌa o anúncio de um
grande apeno, de que por ccÌto não podeÌiarn cscapar \aquele tempo ainda
não estarã organìzada a poÌícia da cìdâ.Ie, ou antcs estala{ de um modo em
hÂrmoÌìia corÌÌ âs tendêÌrcias e idéiâs da épocì. o Ìnajor \ridigaÌ em o rci.Ìbso-
ìuro, o árbiúo supremo de tudo que diziâ respeito a ese ramo cÌe administra
ção;era ojrúz quejÌÌlga\,âe disn ibuíaapeÌìa. c ao mesmo rempo o grarda que 
,
da\'ã caça aos crimìnososì 1...I a sìra furrra cra inÍaÌír'el; nào haüa apeìação das í
senlenças que da!a, ftia o iÌrc qüena, c ningxórì lÌÌe tomâ\ã contÀs. [...]
ALM|TDA, ìlânkÌ Ann_)rh de. Monó as da an:atg.nta d? niúia:
Sãó Plulo Ateìiô ldiro,iaÌ,2003. !.91. (frãgmenÌ.).
Na pTóx ma cena, a madÍinhê de Leonardinho e duas aÍÌì lgas váo procuraÍ
o n-ìêjorVdga para pedirque ee mande sotaro fapaz, pfeso poruma oÊ
dem sua. O que está em questão, rna s uma vez, é o poder de Vld gal. Veja
corno o narrador o descÍeve.
As três em comrnsso
1... ì O major recebeu as de rodaque de chita e lamaÌlcos, não tendo a pÌirÌci
pio suposto o quilate da\'isìta; âpcnar porém reconheceu âs três, co1Ìeu apres,sâ-
do à camarinha \'tinha, e e eÌgou o mais depressâ que pôde a fardaì como o
i€mpo ürgiâ, e era ì.rma incÌ\'ilidade cleixar sós âs serÌhoras, não compÌetou o üni-
toÌìe, e loltou de novo à sala de fard:r calças de enliar, tânÌàncos, e uÌn lenço de
AÌcobaça sobre o ombro, segundo seÌr uso. A comadre, a., \ê1o assim, apesar cla
aJÌição em que se acharã, mal pôde .on rer luÌÌa risada que Ìhe veio aos lábios. l...1
ATltjjÌD^, Nlrnu.l Ànônio d.. M9nóit\ .k rn nrymb & nìüâa:.
são tanlo:AÌeliêDdnoÌiâì. 200J p. 321 (l.agnì.mo)
Homern temido pea autor dade quetinha, Vdiga
é5urpÍeend do emtrales menores peas mulheÍes que
váo à sua casê ped r Lrrn íavot O espanto e o medo
o.e ud p 'ê ô1.à dF ê'Cêdeavè ' " p1-e'a Ce_ã 5ão
subíituídos pe o riso rna contdodacomadre Poímeo
de stuações como essa, Manue Antôn o de Alrnerda
privileg a o hunìoí corÌo urn recurso narratvocapaz
de emprestar rnê oÍ rea smo às personagens e acon
tec ffrentos de sua h stóÍa
rs.e oL ó. .rôlôíônrê pàrè à. ,s i t . ,-óe \o, 
".seÍá recrado, a guns anos Tna s tarde, por N,4achado
de Asss, o rnestre dâ naÌTativa Íea sta no Bras .
J€an Badne Debret,/urzer.beqan êa paláea da iustiça,
toqrav!ía, sé.uo xX .ruizes desc€m d€ caíuaqem à Írenle
do Pàáco da l ! í ça, .ô R ô dê làne o, no iôíc Ò dÒ séc! ô
XX As Íoces ladeando a por lâ pr. .pa ndicamqú€úm
dm nôsô ená sendo ju qado.
j
:I
U Rodaqúe' d,xd, 
-r{,ti'-.
O sargerao, áqua Íorte dê Dare pâÍâ â
abta Menònas de ún çryentÒ de
DrLè5, edlção de 195:.
A tonan.e urbano 317 a
I I ÍEf ,AÍü 8 â
Origem, nascimntto e baümdo
O texto abaìxo narra a festa
protagonista
de batÌzado de Leonadinho,
do romance.
Chegou o dia de batiz?Ì se o üpaz: foi nÌâdrinhâ ã pâÌ'teir4 sobre
o padrinho houve suas dúüdas: o Leonardo queria que fosse o Sr.Juiz;
porém teve de ceder a insúncias da Mâriâ e dâ comâdÌe, que queriâm
que fosse o baÌbeiro de deftonte, que â.6nâÌ foi âdotâdo. Já se sabe
que houve ness€ dia funçâo: os conüdâ{tos do dono da cd4 que emm
todos dãlém-mar, cantar€m ao desaÊo, seguÌÌdo seus costumes; os con-
vidados da comadre, que eÌam todos da terâ, dânçâ.!€m o fâdo. O
compadre troÌr-xe a rabeca. que é, como se sabe, o insFumento favori-
to da g€nt€ do ogcio. A pdncípìo o LeonaÌdo qús que a festa tivesse
arcs aristocúticos e propôs que se dançasse o minuete da corte. Foi
aceitâ a idéia, ainda que houvesse dificuÌdade em enconúaÌ€m{e pa-
res. t...1 O compadre foi quem tocou o miruet€ na rabeca; e o âfÌÌhâ-
dinho, deìtado no colo da Maria, âcompanharã cada aÌcada com ün
guincho e um espemeio. Isso fez com que o compadÌe pedesse mui-
tas vezes o compasso e fosse obrigado a recomeçd outÌì; tãntâs-
Depois do minuete foi desapaÌecendo â cerimôniâ e â brincadei-
n ãfementtu, como se dizia nâqueÌe tempo. ChegaÌam uns rapazes
de viola e machete: o L€onardo, instado pelas senhoÌas, decidiu-se â
romper a part€ lírica do divertim€nto- Sentou-se num tamborete,
em üm 1ügâ.r isolado da sala, e tomou uma vioÌa. Faz ia um beÌo efei-
to cômico vê-lo, em üajes do oficio, de caia€a, caÌçáo e espâdim,
âcompaÌÌhaÌÌdo com um monótono zum zÌm nas coÌdas do instru-
mento o garganteado de uma modinha pátria. t...1
O canto do Leonardo foi o derÌudeiro tooue de rebate Dda es
quenlâ^e â brinudêirà.lor o âdeu\:ts, erimó;ias. Tudo dà m diàn-
te foi buÌbuÌinho, que depressa paisou à grita a, € aindâ mais depres-
sa à âÌgâzârÌa, e não foi âìnda mais adiante porque de vez em quando
üâm{e pâlsaÌ atràvés dar rótülas da porta ejanelas umas certai figu6
quê dcnunLiddm que o Vidigdl dd,\a perLo.
AJ-MEIDÂ, Manuêl Artónio de. Mmúi6 dz un soBmto d. nilíà6.
SãD Ìaulo: ÁtêÌè Editoúal, 2003. p. 6&70. (F.â8frênb).
t, Quâl é ã clâssê socìal a que pertencem as personagens descritas no
trecho?
. CorfpaÍe esse tlpo de personagem corÌì o que ãpaÍece em outros ro-
mances urbanos do RomantÌsmo.
L Leia os trechos abãixo. O primeiro é de Manuel Antônìo de Almeì-
da, o segundo, de Joâquim Manuel de Ìúãcedo.
"Dèpois do minuete foi desapdecendo a cerimônia e â briÍcâdei-
rà aíenntôu, como se dizia naqüele tempo. " (M0n óias de um sargnto
'E o mais é qu€ estamos num sarau. t...1 alegre, ÍÌ
Ìhida sociedade enche â grande casâ, qüe brilha € mostra em toda a
part€ borbuÌhar o pÌ?zer e o bom gosto.n (Á Mri,rt'?,{a)
*
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M.úetc: úsl'ìmerb nusical de ongen
portuSusa naior qüe o evaqri.ho e
neúÍ que a üola, nujto údo no
aconpâÌümdtô d€ .dções populâres
E3padiúi 6pâ& peqüenâ.
Cael .lançanda minuete, qaruta de
1875. CoÍn or gem no século XVl, o
mlnuete, pãlãvrâ q!ê sgnifica pa$os
curtos, caracterizava-se pe â ìeve2a e
gÍacios dade dos mov mentos.
| 318 cAPÍruLa 16
I . ITERAÌURA
nesses trechos se difeÍencia?
3. Transcreva uma passagem do texto que mostre a veia irônica do
autor,
r Essa caracteÍíslca rompe, de certa forma, com o que eÍa usualmente
caÍacteÍistico dos romances urbanos Por quê?
4. O trecho mostra uma situação bastante comum na culturâ brâsilei-
ra: a tendência a imitâr padrões considerâdos dê "bom gosto", âs-
socìados aos hábitos dâ elite socioeconômica. De oue forma esse
traço aparece no texto?
I Essa m tação funciona ou ela é romp da? Compaove sua resposta com
elementos do texto,
r ErÌì que ê Inguagem
t
:
I
MâÍ isa Lajolo e Reginâ
Zilbêrman sáo professoías de
têrêtuÍa na unicaÍnp e na PUC-
RS, respect ivam-ônte, Juntas,
d€sênvovem importênte pesquisa
sobre a h stória da lêitura no Bras .
EntÍe os livros publicados a êsse
respeito, destãcar.-se Á Íríráção
da leitura na Brasil e A leitura
Se pod€mos assÌrmiÌ a hipótese de que cada romance constrói seus
póprios leitor€s, Á Mrn ÌtzÀa paÌece testemÌrnhar o esforço €ducativo
de Macedo, ao tempo de publicação do primeiÌo sucesso populaÌ da
nossa literatÌrà Náo só o 
€stiÌo Ìiterário modemo é debatido em suas
páginas, colno isso acontece em termos e paüôes que pro velmente
ú)ma\aÌì a discussão acessível aos destinalários do lilro.
Nesse s€ntido, também a mençáo ao Romantismo t€m função de mer,
gulÌÌar o ronÌance no mundo bÌãsileiro contemporâneo, familiar portan-
ro, aos leitores. ls"so s€ verìfica nos momentos em que Mac€do incoÌ?oÌa
o l?4r, e agrla do Rio d€JaneiÌ! dos anos 40, exhâindo dâí elementos que
àvoreçãn a identjfrcâção, o reconhecimento e, a paftiÌ deles, o €nvolü-
mento de sua aüdiência- Com essa estratégia, o âutor pa.rece üâbilizar s€u
proje'o de Lriar ão do pubLi(o br dsiieiro pard roÍÌÌan.es na.ionais.
L{OLO, Mdiq ZILBERÀ{.AN, Re8ina, Á l,tturd rml,td
Ìiúo ê libraiu.â nô Bmsil. Sâo ?auìô: Brasiliêns€, Ì991. p.110. (FrasnêmÒ).
Explique
Marisa Lajolo e Regina Zilberman destâcâm a importância dos
romances românticos na formação do público leìtor brasileíro. Redi-
ja um pa rágrafo a rg u mentâtivo em quevocê exÈlique de que modo
o! escr i tores de romances urbânos, como JOaquim Mânuêl dê
Mâcedo, José de Alencar e ÌVlanuel Antônìo de Almêidâ, desenvol-
veram estratégias naÍrat ivas espe(í f icas para promover o
envolvìmento dos leitores com as histórias que contavam,
Antes de dêsenvolver seu parágíãío lêia as orientações a seguiÍ,
r Relea os tÍechos de roraãnces românticos reproduzdos neste capÍtulo,
identificando reÍerências expiícitas ao agul e agora do Rio de Jane Ío do
século XlX.
r Analisedeque modo essas referências poderianì Ìorçar "a identificação,
o recon hecimento e I...loenvo vimento desua aLldiênciã", como afirmam
a5 autoras.
. VeÍifique se as estÍatég as utlizadas pelos autores românticos são
s-ôme hãntes, de modo a configuraÍ aspectos estrutuíars das naÍrativas
que se repetem com uma me5ma fìna idadeienvovere seduz Í o lei tor
o rcnànce ubana 319 a
Re.ôí Á /êirora, 1841. Óleo sobÍê !ela,
do romance romântico: o diálogo com o leitor
O convite do narrador
Nos romances romántcos, naugurã se uma tÌadi
ção que aparecerá em outrostextos ljterários: a utillzação
de a guns recursos de inguagern paÍa estabelecer uÍlìa
inter ocuçáo entre o narrador e seus e toTes, coTno o
uso de vefbos nã pr raeira pessoã do plural.
7,'7,nar à câmam nupcial, onde se represeÌÌta a
púneira cena do drama original, de que apenas .À
u,áa"núi o pÌóÌogo. Os dois atores aìncia conreÌum a
mesma posição em que ,r drirúnor.
45,7 x 38,1 cm Nôs ÍÒmâncês
românncos, o narador conúda
os €tores a a.ompanhá-o em sua
naraçêo pro.urando.onq! Íar
ê cúmplicidade do púbko.
AIENLTAR,.losú de. rirÌ[,ü. Sìo taulo
ÀÌi.a,1992. p 109. (lngn€rto)
O autor Íomânticofaz sso pãía cr ar no leitor a sen-
sação de cumplicidade com as personagens e os tatos
oesclttos no romance,
Machado de Asss dârá nova função à nteÍlocução corn o etoT eaa seus
roTnances. Para a cançar seu objetvo - proÍÍrover unìa reflexão a respeito do
perf ldã el i tê brasleirâdo Segundo Renado -, precsa gaÍântiT que seus
eitores, rneTnbTos dessã elte crit cada, sirnpatizerìr com o narrador, construÍdo
à suê imaoem ê seme hanca.
O pioÌ é que era coxa. Uns oÌhos tão lírcidos, unÌa boca tâo fÌescã, uma
compostura tão senlioúÌi e cox;Ìl Esse contraste faria suspeitar que a nature-
za é às vezes un imenso escá1ÌÌio. Por que bonita, se coxa? por que coxa, se
bonita? TaÌ era a peÌguntn que eu \ìnha fazeDdo a mim mesmo ao voltar
para casa, de Ìioite, sem atinar com a solução do enigma. 1...1
A uma alma sensíztel
Há aí, entre as cnÌco ou dez pessoas que me ìêem, há aí uma alma sensí
vel, que está de.crto uÌÌ1 tâÌìto agasiada com o capíÍrlo aÌìterioÌ, começa a
treìner pela sorte iìe Eugênia, e tìÌvez... sjm, tâh'ez, Iá no fundo de si mesma,
me cÌÌame cínico. Eu cínico, âÌma sensível? Pela.oxa de Dianal csta injúria
merecia ser Ìalada com sangue, se o saDgue la\'ãsse alguDa cousa ncsse mün-
do. Náo, alma sensíveÌ, er não sou cínico, eu tÌri homem; meu cérebro fòi
um tablado em que se cteranì pcças de todo gênero I...1 Cruzâmm se neÌe
pensamentos de vária casta e Íeição. Náo havia ali a atmoslera somerte da
áeuia e do beija norr hafia tâmbén a da lesma e do sapo. [...]
ASSÌS, NÍa.lìado de. r\tmt iar póstrnat d. Br,is cLrL:
tuo dc.lseno: Ìjrrana Ca.rieì, ì99i.I.92. (Frrsmcnt,,.
s húetâ de Machãdôdê A$s, de Rêú
Pederne Ìas, rê! ía Fon for,lLnho de 1908
ã
j
Machado de Assis: a sedução do leitor
a 320 :APITULO 16
a
3
Brás Cubas, o nafrador, assume uma postura pÍeconcettuosa e cruel, ten-
tando justl f icar â mpossibi dade de um romance entre ele e Eugênla, rÌìoça
que tern um deteito nê perna. Ele âfirnìa que não pode ser cons derado unì
cín co, porque aÍibu à natureza humana ofato de haver de ntÍo dele ati tu des
nobres e outras pouco nobres.
Quandoo etoracetaoretratocrue que IVlachado, através de Brás Cubas,
Íaz da e i te brasie ra, acaba por reconhecercorÌìováldas as suasjustf icai ivas.
Foi seduz do pelo narrador e contemp a, entre adrÌìirado e embevecido, Ltm
espe ho l i terár;o qle refete a sua píópra íace
Diiílogos modernos: a co-autoria do texto
No sécLr o XX, o d á ogo entre narrádoÍ e leitoÍ envereda por cam nhos dife-
rentes O desejo de cr ar curnp icidêde com o públ co ou evá- o a reconhecer,
irÌìp ;citâmênte, seus cornpoÍarnentos ma s condenáve s fica para trás, nas
pág nas dos íomânces ronìánticos e rea ìstês A narratva que emerqe corìì o
Modeínisrno dá ã esse diálogo a função de pronìover a reflexão a respe to da
esÍutura dos textos que nascerÌr sob o s gno da novação
CoÌÌoeuireidizeragora,esÌJ ih isóf iaseráofesül lado
de uma \isão gÌadual 
- 
há .Ìois aDos e meio venlÌo âos
poucôs descobrindo os porqÌrês. f, \'isáo daimnÌêncìa de.
De qÌrê? Qüem sabe sc mais taÌde saberei. CoÌno qÌre es-
iolÌ esüelerÌ.lo niÌ hoÌa mesìna em que sou lìdo. Só não
ìnì(io pelo fiDr quejüstificeria o conìeço 
- 
como a morte
pafece dizer sohfe a lida porque preciso registrar os
fatos aDÉcedenres.
[.s.revo ÌÌeste inslante cotn algum pÉvio pudor por
vos esÉr inradiÌìdo com tal narratìr'a rão exterior e ex-
pì íc iÉ. I . . . l
Llsl'lcToR, ctaricc.l r,?d ld 4r,1,. Rìo {Ìe.Ìrneiro:
Roc.o, l!ì98 p. Ì2. (rmgmcnto).
O naÍrador do rcmarae A hara dd
estre/a, de Clar ce Lrspector, "conveÊ
sa" com seu púb ico letor ("Escrevo
neste nstante com algum prévio pu-
dor porvos estar I ..1"), explicando- he
os motvosde terescrto sua h stóra e
asopçõesestÍutufaisfetas.AproxrÌìa-
se assim do eitor, que é alçado quase
à cond ção de co-autoÍ da obra.lá que
foi inseÍìdo no proc-"sso de produção
do texto e toma conheclnìento das
angúÍias e dfculdades enfrentadas
paTa escteve- o.
Marcé â CârtâxÒ êm cÊnâ dôÍ me
A ranan(e urbana 321 |
Poro ncvegor 
-ífl
http/wwwunicamp.br/iel/memoriâ
slte do Proj€to Memóriã de Leitura, do Inst tuto
dê Estudos da Linguagem, dâ Unicâmp. apfesenta
Enciclopédia Literárla, com âs biograílas e os tex
tos integfãis das principais obrãs de autores bra
slleifos, entre eles. José de Alenca Ìi Joaquim Manuel
de M"(edo ê MdnuelAnron o de A rreidã. l -á rá1'
bém uma Linha do Ternpo dividlda por asuntos,
como lìteratura, história, educãção ê cLr tura.
http://wvw. cce. ufs.. br/-nu pill/ lteratu ral
O slte do Centrode comunicôção e Expressão, que
perierce ã Jn vê4id"dp ederd de sàntà Càtèrina,
di ,por ib iTã á obra a Moreni4hi , dê. loàquim Ma
rJêl dê Md(êdo, pdrd ie ' (oo àdè ' ìc comouiàdol
http;/ 
^/wwitauculturâl.o19.br
5ite do Instìtuto ltaú culturãl- Posul uma árêã,
Biblotecâ. eï ìquê èpô$'velen' onrrd, umà nir ier
ciclopédiâ de poesiê e.fônlca com dados biográficos
e ãprèç1rêção dê obra\ de lodqui Í ì [ /àrue de
Macedoelosé deAlencãí Destaquê para as retefên
ciãs ao.ontexto em que viveu o autore pafa arguns
Ìextos de crítica literáriâ sobre sua obra.
Poro ler e pesquisor p
Marc Ferez nas coleçõ6 do Quai D'O6ay, de Pedrc
Coirêê do Lago. Rio delane ro:ContE Capa,2001
obra que apresenta um aceívo de ÍotograÍiai de
Va.c FeÍez í1842- 'q2l) . , o l \ iderddo o r ì 'à ior fotc
grafo brasÍleiro. Neste llv.o, o íotógraío ofÌcia do
mperador D. Pedro I retrâta os aspectos humano,
e geogfáfkos do Brasl lnof inaìdo século XlX.
O Ronantisno no Brêtí|, de AnÌonio cêndido.5ão
Paulo: HLrman Ìas FFLCH/USq 2002.
Êíe livro é um resumo do pêríodo romântko no
Brêsilque procura mostrê r o ajustam€nto desse mo-
vinenlo l i Ìê.ár o èo ê(pt ro.oven dd rossd rdção
erì fo n d\áo. A ér di \ \o, o àLlo ' pro(uíà destà-
caí o que pe.ràre(eJ dp\É e! ord nos diàs àtJa s.
Rio de Jãneia inperial, de Adolfo rvlorales de Los
Ros F ho Ro de lane ro: Ìopbooks, 2000.
Livro quê procurâ âprêsentar um revato fiel dã
cìdade do Rio de Janêiro entre l808 ê 1850, quãndo
se transformou nã corte do pah. O autorfocãlizã os
Íâtores q!ê contribuharn para queela se tornase a
capitãl do Bra5ìl lmperial.
cano e por que ler o ronance bftsileirc, de
Mêfsa Lãjolo São Pa!!or Obl€iiva,2004.
Este l ivro íâz urna anál isê cuidâdosã da êvolu
(áo do genero qLe nàsceu ràs pàginàs dos fo
lhet ins publ lcâdos êm
jornais. Com uma l in-
9ua9em srrnprês ê en-
volvênte, a autora pfo
cura t raÌa. das quet
tões quê Íizerãm com
que o românce ora5ts
lelro, conside.âdo du-
rante âlgum tempo
um gênero menol gâ-
nhàsse stafus e identi-
dade, t ran#ormãndo-
5e eÍn herãnça litêráriê
ç
j
PoÍo ouvir dì
Multo: dentro da estrela azu ada, Cêetano veloso.
R o de ianeiro UnveÉal, 1999
a.anção "Muito romântico" apresenta umavisão
dê munoo prodLzdd por urr o hàí.oÍélr i .o ê n\ i
nLã Jmd breve di!.Js!ao sobÍe o be o no n Jrdo d"
arte. Também dá oportunidadêde refletira respelto
do uso Íìê1os ãcader co dé erp esao " r omán tico" .
Áo vivoi Pafis, Ch co Búarquê. Ro de laneÌo: BMG,
1999
Este disco contém ã íalxã "João ê Maria", canção
que êstãbelece uma Íantasia a pârtir da idealÌzação
dé nLlher ê do ãmor. O,erár:o dpíesertèdo pelo êL
l {o renere 
"o dmbier 'e dàs cè' ì t iqas mêdievãir .TLiro redproveitddo pe 05 rorèrtkoç. eÍ que l_e-
'o s enÍíe'ìtèÌquà que'ôbíré.Jlopn romedo àrÍo1
(an1â,.antà nnhd ge.te Vê hod". 
" 
Pod
lêneiro:BMG, 1989
Reqist.ado pe à p|ime r" ve/ pn d s.o por Màrtirho
dã vila, o sãmba-enredo Menóiâs de un targehto
de m'T.ias, de PaulinhodaViola, escrito em r966 para
aPoneae inspl.ado no íomânce de ManuelAntônio
de Almeidd. dldbou po'íender è eíolá de sãnbd o
títu odêcãmpeã do Carnavãlcãrioca daquelê âno.
a 222 caPiruLa 16
ffiff
t
Poro ossislir F
Sintonía de amor. deNataEDhron. EUA. l99l
Ofilme conta â história romântica de 5am eAnnie, unidos pelodestino, com a ãjuda
do fÌlho do rapaz. Preocupado com a tristezâ do pâl depois da morte da êsposâ, o
gâroto llga pafa um programa de rádlo para têntar arruma r uma namorada pâía 5am-
Quando é praticam€nte obriqado a fa ar no proqrãma, 5am íaz uma comovente de!
crição do amor quê ele e sua mulher viveram. 5êu desabâfono rádio é ouvido por
Anniè, que está viãjando dê caro, muito d stante da i. A moça acâba ãpaixonâdâ por
ele e, em umã cana, p.opõe um encontro no alto do Empúè Stâte Building.
Apesar da ambientação contemporânea, ofilme ãpresentã os ingredienter da típi
cã histór ia de amor românt icã: moclnho è mocinha enão deí inâdos a se ãoãìxona
rern um pelo outro, independentemente das ío(as quê tentem separá- os.
Una linda nulhet,deCary N/larshal EUA, 1990
HÈtór iadeamorênÍeum mi onár io e uma garota dê proqíamã. Edward, perdido
no HÕllywood Boulevard, pede ajuda aVivian, umê prost i tuta quetrabalha al i . Oecl-
de, então, contratá ê por urna semanê parê ser s!a acompanhante em compromis-
sos sociãis que terá na cldâde. Nese período, a moçã se trãnsforma em uma jôvem
êlegântê e nâsce uma paixão entre eles. No finã1, tlpicamente romântico, o amor
ultrapâssa â baíêirâ do prêconcêito e os dols íicâm juntos.
O fÌlmê trâz, parâ o sécuio XX, uínâ trãíÍã que íoi explo.âdã por â quns romances
romãnticos, como Á dãma dãJ cãméllât de Alêxandíê Dumas. e ruclola, de losé de
Alencar. Llvres da vkão mais consêrvadoía típka doséculo XlX, os ãpaixonâdos Edward
e Vlv ian podêm ter um f nal fê l iz .
A éDocâ da inocència. de Mair n scorsese. EUA. 1993
O filme traz a história dê um tíiângulo âíÌìoíoso envolvêndo r cos nova,ioÍquinos
êm 1870 € expõê a hlpocrklâ da sociedadê da época. o advogâdo Newland Archêr,
noivode uma belaêfútiljov€m da soci€dadê, desêja sêcreta mê nte umè vida mâícâdã
pelã paixão, mas está resìgnado corn a nêc€ssÌdadêde se adêquaÍ aos padrõessociâÌs
que lhe são irnpostos. Tudo muda quando uma prima de sua noivà chêga a Novâ
York, fugindo de um escândalo sociêl e sex!al em que estêve envolvidã. Apaixonado
por elã, o advogado enfrenta todos os obstáculos pe a possibi Ìdad€ d€ viver um
gíânde amor O filmetràça um excelente retrato da sociedade burguesa, seus.ottu
mes. vkios e vidudês.
I
:
E5
IH
Adaráveís nulheres, de Glllian Armstrong ELIA, 1 994.
Ambiêntâdo no séculoXlX, enêí i lme nârra a históí ia da mãe de quat.o í i lhãs que
luta contra as difkuldades íinancelras, enquânto o mârldo pârtlcipa da Guerra Civll.
lo, a mais intelectua lzada das irmãs,lêitorâ âpaixonada, sonhâ em tornaÊse êscrto-
ra. Coftejadê pelovizÌnho rico, rejeitã o quando e e se declãrã, mesmo sabendo que
isso resolver ia oi problêmãs f inãnceiros deruãfãmíl ia.Vaimorarem Nova York, onde
sê apaixona por um profersor Quando .ecebe a notk a de quê umã de suas irmãs
-Âstá gravemente enfermã, volta pãra.asa. Estefilme registra o inÍcio dãtrãndormã
cão do oâoelda mulher na sociedade.
A rcnance ubânô 323 a

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