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apostila teoria geral da empresa

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Direito Empresarial 
Profa. Dra. Fernanda Moi
!1
TEORIA GERAL DA EMPRESA 
A) NOTAS INTRODUTÓRIAS 
1. HISTÓRICO 
O comércio, enquanto troca de mercadorias por mercadorias, encontra-se presente 
na história da humanidade desde tempos remotos. No entanto, nem sempre é possível se falar 
em troca de mercadorias por mercadorias em função de suas especificidades, sendo necessário 
o surgimento de uma mercadoria que pudesse ser trocada por qualquer outra. Diante desta 
necessidade, tem-se o surgimento e desenvolvimento da moeda. Ainda nesse contexto, surgiu 
a figura daquele que tinha como atividade a troca de mercadorias entre as pessoas, ou seja, o 
comerciante. Embora a atividade comercial remonte à Antiguidade Clássica, o surgimento do 
Direito Comercial, enquanto ramo autônomo do Direito, surge somente posteriormente. 
Embora o Direito Comercial só tenha surgido a partir da Idade Média, normas que 
tinham como objetivo a disciplina comercial já se encontravam presentes no Código de Manu, 
no Código de Hamurabi e no Corpus Juris Civilis, onde foram consagradas disposições 
mercantis das antigas civilizações, a exemplo da Lex Rodhia Jactu (alijamento) e Nauticum 
Foenus (mútuo e seguro marítimo). 
No entanto, conforme mencionado, é somente com as práticas mercantis 
medievais que se realizaram compilações estatutárias, como por exemplo Consuetudines 
(Genova, 1055), Constitutum Usus (Pisa, 1161) e o Liber Consuetudinum (Milão, 1216), além 
das súmulas marítimas de arbitragem. 
Já na Idade Moderna, no séc. XVII a França produziu duas ordenações, uma sobre 
comércio terrestre (Code Savary) e outra sobre comércio marítimo. Posteriormente, no ano de 
1808, é promulgado o Code de Commerce, sendo marco do abandono do subjetivismo 
corporativista e a implantação da objetividade dos atos de comércio. Este diploma comercial 
foi base de vários outros ordenamentos jurídicos, inclusive o brasileiro – o Código Comercial 
de 1850. 
Tendo em vista a tradição romanística, pode-se afirmar que são dois os sistemas 
que regem a atividade econômica: o sistema francês e o sistema italiano (a partir de meados 
Direito Empresarial 
Profa. Dra. Fernanda Moi
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do séc. XX, com a promulgação do Código Civil Italiano, em 1942, que estabeleceu a 
unificação do direito privado). 
Assim, tendo em vista o critério adotado para a identificação do destinatário desse 
ramo específico do Direito, qual seja, o Direito Comercial, sua evolução histórica pode ser 
dividida em três fases . 1
Vejamos cada qual. 
• Fase Subjetivista: de acordo com os ensinamentos de Ricardo Negrão, o 
Direito Comercial desenvolveu-se à margem do Direito Civil, sendo somente 
sistematizado e visto como ramo próprio do Direito a partir da Idade Média, com o 
florescimento do comércio e das cidades italianas, sobretudo. Nesse primeiro momento, 
surgem as corporações de ofício, as quais se constituíam em suas próprias jurisdições, 
cujas decisões se fundamentavam nos usos e costumes praticados por seus membros, 
sendo aplicado apenas aos comerciantes a elas associados. Durante a fase medieval, 
importantes presenciou-se o surgimento de importantes institutos, a exemplo da letra de 
câmbio, nota promissória, sociedades mercantis, bem como é característico dessa fase o 
caráter cosmopolita do Direito Comercial. Com o surgimento do mercantilismo (última 
metade do séc. XVI), as corporações de ofício passam a perder sua competência 
jurisdicional para os Tribunais do Estado nacional, sendo que, a partir de então, as normas 
jurídicas são promulgadas pelo Estado, continuando, todavia, a existir um direito 
fundamentado nos usos e costumes dos comerciantes. A partir da Idade Moderna, embora 
a produção do Direito emane do Estado, o Direito Comercial mantém seu perfil 
subjetivista. Destaca-se, nesse contexto histórico, o surgimento das primeiras Sociedades 
Anônimas. 
• Fase Objetivista: inicia-se com a Codificação Napoleônica (Código 
Comercial, 1808), sendo que, a partir de agora, o Direito Comercial apresenta-se como 
uma disciplina jurídica aplicável à prática de determinados atos e não aplicável à 
determinadas pessoas. Para tanto, adota-se a Teoria dos Atos de Comércio, ou seja, a 
 Para alguns autores, a exemplo de Ricardo Negrão, a evolução histórica do Direito Comercial se divide em 1
quatro fases. Já para outros autores, a exemplo de André L. Santa Cruz Ramos e Marlon Tomazette, a evolução 
histórica do Direito Comercial se divide em três fases, sendo esse o recorte por nós utilizado.
Direito Empresarial 
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prática de determinados atos, quando exercidos habitualmente e com profissionalidade, 
terá a proteção da legislação especial. Para Tomazette: "O direito comercial passa a ser o 
direito dos atos de comércio, praticados por quem quer que seja, independentemente de 
qualquer qualificação profissional, ou participação em corporações. Tenta-se atingir a 
principal aspiração do direito mercantil, qual seja, a de disciplinar todos os atos 
constitutivos da atividade comercial”. (TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito 
Empresarial - Vol. 1 - Teoria Geral e Direito Societário, 7ª edição. Atlas, 03/2016. 
VitalBook file). 
• Fase Subjetivista Moderna ou Empresarial: surge em 1942 com a 
promulgação do Código Civil Italiano. Nesta nova fase, o Direito Comercial é o ramo do 
direito privado que regula a atividade do antigo comerciante e do empresário moderno, 
bem como as relações jurídicas firmadas durante o exercício profissional das atividades 
mercantis e empresariais. Com a promulgação do Código Civil Italiano presencia-se a 
unificação do direito privado e a adoção da Teoria da Empresa em substituição à Teoria 
dos Atos de Comércio. Para a Teoria da Empresa, pode-se conceituar empresa como 
atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços. Sendo 
uma atividade, a empresa não tem a natureza jurídica de sujeito de direito nem de coisa. 
Em outros termos, não se confunde com o empresário (sujeito) nem com o 
estabelecimento empresarial (coisa). 
1.1 HISTÓRICO DO DIREITO COMERCIAL NO BRASIL 
Somente com a vinda de D. João VI ao Brasil, em virtude do bloqueio continental 
imposto por Napoleão Bonaparte à Inglaterra, e com a abertura dos portos brasileiros às 
nações amigas, é que se pode falar em um legítimo Direito Comercial brasileiro. Assim, em 
1808 foi decretada a Carta Régia, “édito de caráter expressamente provisório, acabou, no 
entanto, criando condições econômicas de fato irreversíveis” (COELHO: 2006, 21), sendo 
que, no mesmo ano, três novos diplomas comerciais foram editados e que tiveram grande 
relevância no cenário econômico. Foram eles: o Alvará de 1º de abril, permitindo o livre 
estabelecimento de fábricas e manufaturas; o Alvará de 23 de agosto, instituindo, na cidade do 
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Rio de Janeiro, a Real Junta do Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegações e; por fim, o 
Alvará de 12 de outubro, o qual criou o Banco do Brasil (FERREIRA: 2005, 6). 
De acordo com Coelho, a edição de tais Alvarás teve o intuito de propiciar as 
condições de vida exigidas pela corte portuguesa instaladas em solo brasileiro, bem como 
atender as exigências do imperialismo inglês. 
Posteriormente, com o retorno de D. João VI à Portugal, criam-se as condições 
políticas para a independência do Brasil. Foi neste contexto que, em 7 de setembro de 1822 
foi proclamada a independência brasileira. Para suprir a carência de uma legislação comercial 
própria, foi eleita no ano de 1823 a Assembléia Constituinte e Legislativa, determinando que 
continuam em vigor as leis portuguesas vigentes até 25 de abril de 1821. Deste modo, o 
direito comercial brasileirocontinua a ser regido pela “Lei da Boa Razão”, de 1769, a qual 
autorizava a invocar, subsidiariamente, nas questões mercantis, as normas legais de outras 
nações, como França, Espanha e mesmo Portugal, que passaram, sem a autoridade da Lei da 
Boa Razão, a constituir a verdadeira legislação mercantil nacional. 
No entanto, em virtude do crescimento econômico vivido pelo Brasil neste 
período, a utilização da Lei da Boa Razão mostrou-se insuficiente, constatando-se pela 
necessidade de se elaborar um verdadeiro Código Comercial nacional. Para tanto, no ano de 
1832 foi nomeada pela Regência uma comissão de comerciantes para a elaboração do diploma 
legislativo. 
Em 1850, através da Lei n. 556, foi promulgado o “Código Comercial do Império 
Brasileiro”,fortemente influenciado pelo Código Comercial francês, adotando, assim, a Teoria 
dos Atos de Comércio, furtando-se, entretanto, de elencar os reputados atos comerciais, como 
fizera o código francês (COELHO: 2006, 22). 
O Regulamento n. 737, de 1850, o qual destinava-se, inicialmente, a regular o 
processo nas causas comerciais, mas que acabaria sendo a lei de regência de quase todo o 
direito processual civil, por expressivo espaço de tempo. O art. 19 do mencionado diploma 
legal, acaba elencando quais são os atos comerciais, definindo-se as atividades sujeitas à 
jurisdição dos Tribunais do Comércio. 
Art. 19: Consideram-se atos de mercancia: 
§1º A compra e venda ou troca de efeitos móveis ou semoventes, para 
os vender por ou a retalho, na mesma espécie manufaturados, ou para 
alugar seu uso; 
§2º As operações de câmbio, banco e corretagem; 
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§3º As empresas de fábrica, de comissões, de depósitos, de expedição, 
consignação e transporte de mercadorias, de espetáculos públicos; 
§4º Os seguros, fretamentos, riscos e quaisquer contratos relativos ao 
comércio marítimo; 
§5º A armação e expedição de navios. 
Mesmo com a extinção dos Tribunais do Comércio, o ordenamento jurídico pátrio 
continuou a disciplinar a atividade econômica a partir da teoria dos atos de comércio, 
distinguindo, assim, os atos civis dos comerciais. 
Em relação ao Código Comercial, Requião afirma que: 
Este diploma, até hoje elogiado pela precisa técnica de sua elaboração, 
teve como fontes próximas o Código francês de 1807, o espanhol de 
1829 e o português de 1833. Foi compilado, como registram os 
autores, em grande parte do Código português, mas J. X. Carvalho de 
Mendonça acentua que não era cópia servil de nenhum deles, mas foi 
o primeiro trabalho original que, com feição nova, apareceu na 
América Latina. 
Com a promulgação do novo Código Civil, nosso ordenamento jurídico se 
aproxima do sistema italiano, passando a definir empresário como o profissional que exerce 
atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços. Exclui-
se do conceito de empresário aquele que exerce atividade intelectual, de natureza cientifica, 
artística ou literária, ainda que conte com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se 
o exercício da profissão constitui elemento de empresa. 
Este dispositivo (art. 966, p.u, CC) se refere, de um modo geral, ao profissional 
liberal (advogado, dentista, médico, engenheiro, etc.), que apenas se submete ao regime geral 
da atividade econômica se inserir sua atividade especifica a uma organização empresarial. Em 
situação diversa encontram-se os empresários rurais, que são dispensados de inscrição no 
registro de empresa e dos demais deveres impostos aos inscritos (art. 970 e art. 971) . 2
No entanto, ainda antes da entrada em vigor do novo Código, o direito pátrio já 
vinha adotando a teoria da empresa, uma vez que as ultimas inovações legislativas já não 
prestigiavam mais o sistema francês, como o Código de Defesa do Consumidor, onde todos os 
 Deve-se ter cuidado especial para com o produtor rural pois, de acordo com atual sistema, ele se caracteriza 2
como empresário por equiparação, ou seja, só será destinatário do direito especial se se registrar no órgão 
competente, qual seja, Junta Comercial.
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fornecedores submetem-se ao mesmo sistema, independente de atuarem no ramo imobiliário, 
industrial ou prestador de serviço. 
2. OBJETO 
A trajetória histórica do Direito Comercial pode ser concebida como um retrato 
dinâmico de diversos referenciais utilizados para diagnosticar o que é ou o que não é 
mercantil. Seu nascimento marginal explica a constante preocupação em diferenciar a matéria 
civil da comercial e identificar com precisão a relação jurídica mercantil. 
Matéria mercantil é um conceito que é diretamente afetado pelas circunstancias 
históricas, devendo ser compreendido através desta perspectiva. 
Como já visto, através da perspectiva histórica, podemos identificar três fases que 
correspondem aos três critérios determinadores do objeto do direito comercial. 
A relação jurídica mercantil definida pela qualidade do sujeito – onde o direito 
comercial era aplicado tendo em vista o critério subjetivo – aplicado somente aos 
comerciantes filiados às corporações de oficio; relação jurídica mercantil definida pelo 
critério objetivo, ou seja, definida pela natureza do objeto: teoria dos atos de comércio; 
Direito comercial como direito das relações decorrentes da atividade empresarial. 
Assim, recapitulando o histórico visto anteriormente, nos primeiros momentos de 
sua história, o Direito Comercial foi concebido subjetivamente, como sistema normativo 
regente da classe dos comerciantes. Era um ramo jurídico iniciado e desenvolvido por e para 
mercadores. As corporações de oficio e as decisões dos cônsules (juizes corporativos) criaram 
um direito classista: somente os matriculados nas corporações eram comerciantes com acesso 
aos tribunais consulares e aptidão para a falência e concordata. 
As transformações políticas, econômicas e sociais demonstraram a inviabilidade 
deste critério para se determinar a relação jurídica mercantil. Assim, este Direito Comercial de 
raiz medieval foi substituído pelo direito igualitário, abstrato e unitário calcado na prática de 
determinados atos definidos pelo ordenamento positivo como mercantis. 
Com a codificação napoleônica, o Direito Comercial passa a depender de um 
catálogo legal de atividades economias, ou seja, o casuísmo dos atos de comércio sem uma 
definição pontual do que seja ato de comércio. 
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No Brasil, o Código Comercial de 1850 não elencou quais eram os atos de 
comércio, disposição esta que ficou por conta do Regulamento 737, em seu art. 19, como já 
visto anteriormente. 
Assim, o ato de comércio como conceito jurídico acabou sendo superestimado e 
deturpado, como se fosse o critério definidor do atributo da comercialidade. 
A terceira posição centra-se na figura do empresário com base no conceito de 
empresa, que ultrapassa do mero empreendimento, para envolver todas as atividades 
organizadas economicamente para a produção ou circulação de bens ou serviços. 
3. CONCEITO 
De acordo com Carvalho de Mendonça, para se conceituar o direito comercial 
também deve-se considerar o seu período histórico. Assim, à época dos atos de comércio, 
podia se conceituar como: “a disciplina jurídica reguladora dos atos de comercio e, ao mesmo 
tempo, dos direitos e obrigações das pessoas que os exercem profissionalmente e dos seus 
auxiliares”. 
Já para Fran Martins, em um conceito mais atual, “é o conjunto de regras que 
regulam as atividades das empresas e empresários comerciais, bem como dos atos 
considerados comerciais, mesmo que estes atos não se relacionem com as atividades da 
empresa”. 
São algumasdiretrizes básicas: 
✓A organização da atividade implica a distinção entre empresa (a própria 
atividade), o empresário ou a sociedade empresaria (sujeito de direito) e o estabelecimento 
empresarial (universalidade de fato instrumental do exercício da empresa); 
✓A profissionalidade do exercício; 
✓A condição produtiva ou circulatória de bens ou serviços; 
✓O intuito lucrativo. 
4. FONTES DO DIREITO COMERCIAL 
Fonte do Direito é o meio de realização do direito objetivo. Pode ser entendido em 
dois sentidos: quando se tratar de investigação da origem histórica de um instituto jurídico 
(fonte como local ou documento onde o pesquisador encontra os elementos de estudo). 
Direito Empresarial 
Profa. Dra. Fernanda Moi
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Quando se tem em vista o direito atual, a palavra fonte designa as diferentes maneiras de 
realização do direito objetivo através das quais se estabelecem e se materializam regras 
jurídicas – são as chamadas fontes formais. 
De acordo com Plácido e Silva: "Fontes do Direito. Assim se diz do texto em que 
se funda o Direito ou dos elementos subsidiários que possam formular e esclarecer". 
As leis são suas fontes principais. 
Mas, como fontes subsidiárias do Direito, anotam-se a Jurisprudência, o Direito 
Costumeiro, o Direito Estrangeiro, o Direito Romano e a Doutrina. 
Entende-se, assim, como Fonte de Direito o texto ou o documento, elaborado a 
partir de certos princípios, que servirá de base para a formação de novos textos legislativos 
São fontes primárias ou imediata: a lei – fonte primordial de nosso ordenamento 
jurídico – tradição romano-germânica. 
Fontes secundárias: costume, analogia, princípios gerais de direito. 
Para o Direito Comercial são fontes primárias: 
• Código Civil 
• Código Comercial – parte não revogada: direito marítimo 
• Leis extravagantes 
• Tratados e convenções internacionais. 
São fontes secundárias as elencadas no art. 4, LINDB. 
São elas: 
• Jurisprudência; 
• Costumes; 
• Analogia; 
• Princípios gerais do direito. 
A principal fonte do direito comercial são as leis comerciais. Cite-se como 
exemplo de lei especial fonte do direito comercial a Lei n. 6404 (LSA). 
Direito Empresarial 
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Os usos e costumes também são muito utilizados no âmbito do direito comercial, 
uma vez que este ramo do direito surgiu, basicamente, dos usos e costumes . 3
O Direito Comercial é um dos ramos do direito privado, tendo íntima vinculação 
com o direito das obrigações. A partir da promulgação do Novo Código Civil, há disposições 
que ordenam normas comuns aos empresários e aos não empresários. Deste modo, 
empresários ou não empresários, ao exercerem atividade econômica organizada, em nome 
próprio, praticam atos jurídicos, ou seja, atos que visam adquirir, resguardar, transferir, 
modificar ou extinguir direitos. 
Assim, são fontes do direito comercial: fontes primarias (Constituição, códigos 
civil e comercial e legislação especial); fontes secundarias (analogia, costumes e princípios 
gerais do direito – ex.: tratamento paritário entre os credores na execução falimentar 
facultativa). Mas como se caracteriza o costume comercial ? Devem ser praticados entre 
comerciantes, constante e uniformemente, serem conformes aos princípios da boa-fé e as 
máximas comerciais, não serem contrários às disposições das legislações comerciais. 
 Registre-se que o Novo CPC determina, em seu art. 376, que “a parte que alegar direito (…) consuetudinário 3
provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar”. Nesse ponto, é importante destacar que compete às 
Juntas Comerciais, conforme disposto no art. 8.º, inciso VI, da Lei 8.934/1994, “o assentamento dos usos e 
práticas mercantis”, após análise jurídica feita pela sua Procuradoria, devendo o juiz comunicar à Junta 
Comercial da região os costumes comerciais invocados e aplicados em juízo, para fins de registro em livro 
próprio. (RAMOS, André Luiz Cruz. Direito Empresarial, 7ª edição. Método, 03/2017. VitalBook file).
Obs.: no que se refere aos usos e costumes 
comerciais (de grande relevância), vide Resp. 
877.074/STJ. De acordo com art. 8, VI, Lei n. 
8934/94, incumbe às Juntas Comerciais o 
assentamento dos usos e práticas mercantis. 
Desta forma, quando se alega usos e costumes 
mercantis, tais usos e costumes devem ser 
uniformes e constantes, bem como ter seu 
assentamento na JC. Caso não tenha referido 
assentamento, é cabível prova testemunhal. Em 
regra, não há que se falar em costume contra 
legen (deve-se observar se a norma violada 
caracteriza-se como sendo de ordem pública ou 
não). Todavia, existem exceções - vide Tribunal 
de Justiça de Mato Grosso do Sul TJ-MS - 
Apelação Cível : AC 74949 MS 1000.074949-9
Direito Empresarial 
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5. CARACTERISTICAS DO DIREITO COMERCIAL 
Pela sua natureza e estrutura de direito privado, o Direito Comercial caracteriza-se 
e diferencia-se dos outros ramos do direito, sobretudo do Direito Civil, pelos seguintes traços 
peculiares: cosmopolitismo, individualismo, onerosidade, informalismo, fragmentarismo e 
solidariedade presumida. 
• Cosmopolitismo: traço característico do Direito Comercial desde seu 
surgimento. Convenções internacionais regulam muitas leis do comércio, a exemplo das 
Leis Uniformes que regulam a Letra de Câmbio, Nota Promissória e Cheque. 
• Individualismo: as regras de Direito Comercial se caracterizam pelo 
individualismo por basearem-se no intuito lucrativo. 
• Onerosidade: decorre da característica do individualismo e intuito lucrativo. 
• Informalismo: em vista das especificidades do Direito Comercial, a 
celeridade nas relações se faz presente, o que impeliu que as relações comerciais 
deixassem o formalismo de lado. No entanto, a boa fé imperamos contratos comerciais, da 
mesmas forma que impera no Direito Civil. 
• Fragmentarismo: por não formar sistema complexo, caracterizando-se como 
conjunto de normas fragmentadas. 
• Solidariedade presumida: A tutela do crédito e a segurança na circulação 
dos bens, dada a celeridade das operações realizadas em massa, importa muitíssimo ao 
direito comercial. Mais ao direito comercial do que ao direito civil. A solidariedade das 
obrigações era implícita no direito comercial desde os seus primórdios (REQUIÃO: 1971, 
p. 22.). Assim, a tutela do crédito e a segurança na circulação de bens trazem a 
necessidade de uma maior proteção das relações comerciais. Entretanto, esta característica 
não se aplica ao ordenamento jurídico brasileiro em face do disposto no artigo 265 do CC, 
que estabelece que a solidariedade não se presume. Vide Enunciado 22 da I Jornada de 
Direito Comercial: “Não se presume solidariedade passiva (art. 265 do Código Civil) 
pelo simples fato de duas ou mais pessoas jurídicas integrarem o mesmo grupo 
econômico". 
Direito Empresarial 
Profa. Dra. Fernanda Moi
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6. PRINCÍPIOS DO DIREITO EMPRESARIAL 4
• Princípio da Função Social da Empresa : com a chamada 
Constitucionalização do Direito e consequente superação da dicotomia direito publico / 
direito privado, fala-se em função social do Direito Comercial, limitando-se o interesse 
privado em função do interesse público, evitando-se, assim, por exemplo, o abuso do 
poder econômico. De acordo com Chagas (2017, pag.53): “a função social da empresa não 
protege somente a pessoa jurídica contra os atos criminosos de seus sócios (impondo-se 
como poder-dever de uma condução dos objetivos sociais compatível com o interesse da 
coletividade), senão também impondo ao poder público a preservação da atividade 
empresarial, tão necessária ao desenvolvimento do poder econômico. A função social da 
empresa busca assegurar ainda a utilização dos bens de produção,segundo sua função 
social, de modo que deverá haver, sob pena de violação desse princípio, responsabilidade 
social na atividade empresarial”. 5
• Princípio da Preservação da Empresa: a continuidade da empresa, em vista 
da produção e circulação de bens ou serviços, é de extrema importância para o 
desenvolvimento da sociedade como um todo. Deste modo, nosso ordenamento jurídico 
traz dispositivos nesse sentido, a exemplo do art. 974, do Código Civil e art. 140, da Lei n. 
11.101/2005. Embora referido princípio vise a preservação da empresa para que, em 
ultima instancia, se preserve o próprio mercado, ele não deve ser encarado como forma de 
se acobertar atividades espúrias. 
• Princípio da Livre Iniciativa: CF, art. 1º, IV e art. 170 - a livre iniciativa é 
fundamento da ordem econômica e deve ser visto, de forma concomitante, com o 
princípio da livre concorrência. De acordo com Mamede (2015, pags. 45/46): “O Direito 
Empresarial constrói-se sobre a sombra da liberdade de ação econômica. O empresário e a 
sociedade empresária desenvolvem suas atividades protegidos constitucionalmente, desde 
que sejam lícitos os seus objetos sociais, de direito (aquele que foi inscrito em seus atos 
constitutivos) e de fato (aqueles que são efetivamente realizados no cotidiano da empresa). 
Essa proteção constitucional, afirmada sob a forma de fundamento do Estado Democrático 
 O PLC 1572/2011 e o PLS 487/2013 trazem a importância dos princípios do Direito Empresarial para referida 4
disciplina. 
 Vide Enunciado n. 53, I Jornada de Direito Civil do CJF: “deve-se levar em consideração o princípio da função 5
social na interpretação das normas relativas à empresa, a despeito da falta de referência expressa”. Vide, ainda, 
Informativo 405, STF.
Direito Empresarial 
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de Direito (art. 1, IV) e da ordem econômica nacional (art. 170, caput), traduz a 
regularidade da finalidade econômica da empresa, ou seja, do fim genérico de todas as 
empresas, que é a produção do sobrevalor, de lucro, e, mais do que isso, a 
constitucionalidade do investimento de capital, mesmo sem desempenho de trabalho, com 
o fito de remunerar-se a partir do lucro legítima e licitamente verificado no exercício da 
empresa, por meio da respectiva distribuição de dividendos (…)”. 6
• Princípio da Livre Concorrência: princípio elencado no art. 170, IV, CF, e 
que preceitua que todos podem livremente concorrer, desde que não vise a dominação dos 
mercados, o abuso do poder econômico, bem como o aumento arbitrário dos preços e 
lucros . 7
• Princípio da Boa-Fé Objetiva: referido princípio atua de forma a alinhar os 
preceitos constitucionais ao direito obrigacional, configurando-se como cláusula geral no 
momento de se interpretar e de se executar os contratos empresariais, buscando, no caso 
concreto, a solução que mais se adeque, de forma legítima, à expectativa das partes, 
objetivando favorecer aquele que se encontra em situação vulnerável na respectiva relação 
jurídica. 
QUESTÕES: 
(MAGISTRATURA/MG – VUNESP – 2012) Com a vigência do Novo Código Civil, à luz 
do art. 966, é correto afirmar que o Direito brasileiro concluiu a transição para a 
(A) “teoria da empresa”, de matriz francesa. 
(B) “teoria da empresa”, de matriz italiana. 
(C)“teoria dos atos de comércio”, de matriz francesa. 
(D) “teoria dos atos de comércio”, de matriz italiana. 
(CESPE – Promotor de Justiça – MPE/AC – 2014) Considerando a evolução histórica do 
direito empresarial, assinale a opção correta. 
(A) A teoria dos atos de comércio foi adotada, inicialmente, nas feiras medievais da Europa 
pelas corporações de comerciantes que então se formaram. 
(B) A edição do Código francês de 1807 é considerada o marco inicial do direito comercial no 
mundo. 
(C)Considera-se o marco inicial do direito comercial brasileiro a lei de abertura dos portos, 
em 1808, por determinação do rei Dom João VI. 
 Nesse quesito, de extrema importância a obra de Eros Grau - A Ordem Econômica na Constituição de 1988, Ed. 6
Malheiros.
 A Lei n. 12.529/2011 estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência, dispondo sobre a prevenção às 7
infrações contra a ordem econômica, orientada pelos ditames constitucionais da liberdade de iniciativa, livre 
concorrência, função social da propriedade, defesa dos consumidores e repressão ao abuso do poder econômico 
(art. 1º). 
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(D) É de origem francesa a teoria da empresa, adotada pelo atual Código Civil brasileiro. 
(E) O direito romano apresentou um corpo sistematizado de normas sobre atividade 
comercial. 
(CESPE-TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2003) De acordo com a Teoria da Empresa 
adotada pelo Código Civil é correto afirmar: 
(A) A exploração profissional, individual, direta, habitual e com fins lucrativos de uma 
atividade econômica será, necessariamente, uma atividade empresarial. 
(B) O profissional liberal que exerce atividade intelectual de natureza científica e cuja 
atividade constituiu elemento de empresa será considerado empresário. 
(C) O exercente de atividade rural organizada, com mão-de-obra assalariada, será considerado 
empresário rural independentemente de registro. 
(D) As cooperativas, desde que explorem atividade econômica organizada para a produção ou 
circulação de bens ou serviços, submeter-se-ão ao regime jurídico-empresarial. 

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B) EMPRESA / EMPRESÁRIO 
1. DA EMPRESA 
Como visto anteriormente, o Código Civil brasileiro adotou a Teoria da Empresa, 
filiando-se, assim, ao sistema italiano, entendendo-se como empresa a atividade 
economicamente organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços, sendo suas 
características essenciais: 
• atividade econômica - visa lucro; 
• organizada - organização dos fatores de produção (mão-de-obra, capital, 
insumos e tecnologia, de acordo com prof. Fábio Ulhoa Coelho); 
• com profissionalidade - nesse sentido vide Enunciado 28 da I Jornada de 
Direito Comercial: “ Em razão do profissionalismo com que os empresários devem 
exercer sua atividade, os contratos empresariais não podem ser anulados pelo vício da 
lesão fundada na experiência”; 
• para a produção ou circulação de bens ou serviços. 
Ressalte-se que a empresa, enquanto atividade organizada, não se confunde nem 
com o sujeito de Direito - que explora tal atividade, nem com o complexo de bens para tal fim 
destinado, ou seja, a empresa não se caracteriza nem como sujeito de Direito, tampouco como 
objeto de Direito. Nesta linha de raciocínio, pode-se concluir que empresa se enquadra na 
categoria de fato jurídico em sentido amplo, de acordo com os ensinamentos de Tomazette 
(2017, pag. 43). 
Assim, caracterizando-se a empresa como atividade, deve ser explorada por um 
sujeito - pessoa natural (empresario individual) ou pessoa jurídica (sociedade empresária), por 
meio de bens para tal fim destinado. 
No entanto, para uma melhor compreensão do fenômeno empresa, se faz 
necessária uma breve análise da Teoria Poliédrica, de Alberto Asquini. Para referido autor 
italiano, a empresa se apresenta como fenômeno poliédrico que se assenta em quatro perfis, 
quais sejam: perfil subjetivo, perfil objetivo, perfil funcional e perfil corporativo. A partir de 
tal perspectiva, Asquini conceitua a empresa como sendo: “o conceito de empresa é o conceito 
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de um fenômeno jurídico poliédrico, o qual tem sob o aspecto jurídico não um, mas diversos 
perfis em relação aos diversos elementos que ali concorrem” . 8
• Perfil Subjetivo: de acordo com Asquini, a empresa, pelo prisma do perfil 
subjetivo, se identificaria com o próprio empresário, sujeito que explora uma atividadeeconomicamente organizada . 9
• Perfil Objetivo: pelo perfil objetivo a empresa se identificaria com o 
complexo de bens destinados ao exercício da atividade empresarial . 10
• Perfil Funcional: empresa se identifica com a atividade organizada por um 
empresario a partir de um complexo de bens por ele reunidos . De acordo com CC/2002, 11
percebe-se que, para a conceituação de empresa, nosso legislador se valeu do perfil 
funcional. 
 PROFILI DELL’IMPRESA, ALBERTO ASQUINI. Disponível em: www.docentilex.uniba.it/docenti-1/8
eustachio...i.../file. Acesso em 16/01/2018.
 5. — A) Profilo soggettivo: l’impresa come imprenditore. — Il codice civile e le leggi speciali considerano 9
spesso l’organizzazione economica dell’impresa dal suo vertice, usando la parola in senso soggettivo come 
sinonimo di imprenditore (cod. civ. 2070, 2188, 2570; legge fall. art. 1, 2, 195, 166, 202, 205, ecc.; T. d. 1 luglio 
1926, n. 1130, art. 8; T. d. 6 maggio, art. 2; d. m. 11 gennaio 1931 sull’inquadramento sindacale, ecc.). Alcune 
leggi usano come sinonimo di imprenditore anche la parola azienda : es. r. d. 16 agosto 1934, n. 1386 
sull’inquadramento delle aziende esercenti il credito e l’assicurazione. Si tratta di metonimie giustificate dalla 
considerazione che l’imprenditore, non solo sta nell’impresa (in senso economico), ma ne `e il capo e l’anima. 
Ci`o non toglie che nel linguaggio giuridico l’uso della parola impresa per imprenditore `e un traslato che pu`o 
essere evitato, anche se l’imprenditore `e una persona giuridica (cos`ı anche il codice, art. 2221). 6. — La 
definizione di imprenditore secondo il codice, risulta dall’art. 2082: ´E imprenditore chi esercita 
professionalmente un’attivit`a economica organizzata al fine della produzione e dello scambio di beni o di 
servizi . Emerge da questa definizione (malgrado qualche imperfezione, inevitabile come in tutte le definizioni) 
il puntuale riferimento della nozione giuridica d’imprenditore alla nozione economica di impresa, come sopra 
delineata.
 l’impresa come patrimonio aziendale e come azienda. — Poich´e l’esercizio dell’attivit`a imprenditrice d`a 10
luogo al formarsi d’un complesso di rapporti giuridici che fanno capo all’imprenditore (diritto sui beni di cui 
l’imprenditore si serve, rapporti coi prestatori di lavoro, coi fornitori di merci e di capitali, con la clientela), il 
fenomeno economico dell’impresa, proiettato sul terreno patrimoniale, d`a luogo ad un patrimonio speciale 
distinto per il suo scopo dal rimanente patrimonio dell’imprenditore (tranne se l’imprenditore `e una persona 
giuridica, costituita per l’esercizio di una determinata attivit`a imprenditrice, nel quale caso l’intero patrimonio 
della persona giuridica serve quello scopo).
 l’impresa come attivit`a imprenditrice. Poich´e l’impresa economica `e un’organizzazione produttiva che 11
opera per definizione nel tempo, guidata dall’attivit`a dell’imprenditore, dal punto di vista funzionale o dinamico 
l’impresa appare come quella particolare forza in movimento che `e l’attivit`a imprenditrice diretta a un 
determinato scopo produttivo.
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• Perfil Corporativo: entende a empresa como uma instituição, onde se 
visualiza a conjugação de esforços para que se atinja um objetivo maior . De acordo com 12
entendimento de Fábio Ulhoa Coelho (2002, pag. 19), o perfil corporativo somente vinha 
refletir os ideais fascistas então vigentes. 
Como anteriormente visto, conclui-se que, para o ordenamento jurídico brasileiro, 
a empresa é vista a partir de seu perfil institucional por conceituar-se como “atividade 
econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços”, não 
confundindo-se, assim, nem com sujeito de Direito, tampouco com objeto de Direito. 
2. EMPRESÁRIO : 13
De acordo com o art. 966, CC, considera-se empresário aquele que exerce 14
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou 
serviços, excluindo-se do conceito de empresário aquele que exerce profissão intelectual, de 
natureza artística, científica ou literária (parágrafo único, art. 966). Deste conceito retiram-se 
os elementos caracterizadores da condição de empresário, quais sejam: 
a) exercício de atividade - o exercício de referida atividade deve ser reiterado, 
constante e voltados para finalidade empresarial. 
b) intuito lucrativo 
 Ho lasciato per ultima la considerazione dell’impresa come istituzione, secondo il nostro ordinamento 12
corporativo e il nuovo codice civile. Mentre secondo i diversi profili sopra esaminati (impresa come 
imprenditore, impresa come attivit`a imprenditrice, impresa come patrimonio aziendale e come azienda), 
l’impresa `e considerata dal punto di vista individualistico dell’imprenditore, secondo il profilo corporativo 
l’impresa viene considerata come quella speciale organizzazione di persone che `e formata dall’imprenditore e 
dai prestatori d’opera, suoi collaboratori. L’imprenditore e i suoi collaboratori — dirigenti, impiegati, operai — 
non sono infatti semplicemente una pluralit`a di persone legate fra di loro da una somma di rapporti individuali 
di lavoro, con fini individuali; ma formano un nucleo sociale organizzato, in funzione di un fine economico 
comune, in cui si fondano i fini individuali dell’imprenditore e dei singoli collaboratori: il raggiungimento del 
migliore risultato economico nella produzione. L’organizzazione si realizza attraverso la gerarchia dei rapporti 
tra l’imprenditore — dotato di un potere di comando — e i collaboratori, tenuti all’obbligo di fedelt`a e di 
obbedienza nell’interesse comune.
 Para melhor compreensão do tema, vide Enunciados 193 a 198, I Jornada de Direito Civil, CJF13
 A empresa pode ser explorada tanto por pessoa natural (empresário individual - art. 966) quanto por pessoa 14
jurídica (sociedade empresária - art. 983). Neste quesito, importante não confundir empresário (sujeito que 
explora a empresa) com sócios de uma sociedade empresária (no caso de sociedade empresária, quem explora a 
empresa é a pessoa jurídica, e não os seus sócios). 
Direito Empresarial 
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c) organização da atividade - não basta exploração de atividade econômica; 
deve haver, para caracterização do empresário, a organização da atividade, ou seja, 
organização dos fatores de produção, quais sejam: capital, mão-de-obra , insumos 15
tecnologia. 
d) profissionalismo do exercício de tal atividade: habitualidade na exploração 
da atividade econômica organizada. 
e) destinação ao mercado, e não para consumo próprio. 
f) assunção de riscos, técnicos e econômicos, não podendo repassá-los a 
terceiros, a exemplo de empregados e consumidores. 
 
EXERCÍCIO DE ATIVIDADE EMPRESARIAL 
INDIVIDUAL COLETIVO
Art. 966: Emp. Individual Art. 983: Soc. Empresária
 Alvo de críticas por parte da doutrina. Doutrinadores como André Luiz Santa Cruz Ramos e Edilson Enedino 15
das Chagas entendem que há sim que se falar em atividade economicamente organizada ainda que não se 
encontre presente a mão-de-obra assalariada (posicionamento defendido por Fábio Ulhoa Coelho). Assim, para 
Ramos (2017, pag.45): "Fábio Ulhoa Coelho, ao analisar o requisito da organização para a caracterização da 
empresa, chega a afirmar que não se deve considerar como empresário aquele que não organiza nenhum dos 
fatores de produção. Parece-nos que essa ideia fechada de que a organização dos fatores de produção é 
absolutamente imprescindível para a caracterização do empresário vem perdendo força no atual contexto da 
economia capitalista. Com efeito, basta citar o caso dos microempresários, os quais, não raro, exercem atividade 
empresarial única ou preponderantemente com trabalho próprio. Pode-se citar também o caso dos empresários 
virtuais, que muitas vezes atuam completamentesozinhos, resumindo-se sua atividade à intermediação de 
produtos ou serviços por meio da internet”. Chagas (2017, pág. 78), por sua vez, “Com o devido respeito aos 
que defendem tese diversa, a exploração da mais-valia (trabalho alheio) não é elemento essencial da organização 
da atividade. Noutras palavras, não é necessário o concurso do trabalho de outras pessoas, além do empresário 
para que uma atividade seja considerada organizada”. Nós, particularmente, partilhamos de tal posicionamento.
Registre-se, por oportuno, que algumas atividades 
estão excluídas do conceito de empresário, quais 
sejam: a) sociedades cooperativas (arts. 982 a 
984, CC); b) produtor rural (art. 971, CC); c) 
sociedades simples (art. 966, parágrafo único, 
CC). 
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EXERCÍCIO DE ATIVIDADE NAO EMPRESARIAL 
2.1 EMPRESÁRIO INDIVIDUAL: 
Empresário Individual é a pessoa natural que, em seu próprio nome, por sua conta 
e risco, explora atividade econômica organizada, respondendo, de forma ilimitada, com seu 
patrimônio pelas dívidas contraídas para o exercício da empresa. Desta forma, não há previsão 
legal para a limitação de responsabilidade. No entanto, diverso é o entendimento expresso no 
Enunciado n. 5 da I Jornada de Direito Comercial do CJF - “Quanto às obrigações 
decorrentes de sua atividade, o empresário individual tipificado no art. 966 do Código Civil 
responderá primeiramente com os bens vinculados à exploração de sua atividade econômica, 
nos termos do art. 1.024 do Código Civil”. 
Sendo o empresário individual pessoa natural que explora, em seu próprio nome, 
atividade econômica organizada, deve, em princípio, em pleno gozo de sua capacidade civil e 
não ter impedimentos legais (art. 972, CC). 
2.1.1 Capacidade Jurídica: 
Todo ato, para que seja válido, deve ter sido praticado por um agente capaz. Assim 
como ocorre no âmbito civil, no âmbito comercial só serão válidos os atos praticados por 
agente capaz. 
De acordo com art. 5º, CC, a capacidade plena se adquire aos 18 anos de idade. 
Todavia, de acordo com parágrafo único do referido artigo, com a emancipação, sendo uma de 
suas causas, o exercício de atividade empresarial, nos termos do V, p.u., art. 5º (“pelo 
INDIVIDUAL COLETIVO
Profissional (autônomo): 
a t i v i d a d e s n ã o 
e m p r e s a r i a i s . E x . : 
intelectuais, cientificas, etc.
Associações; fundações e 
sociedade simples. 
ATENÇÃO: quando devidamente registrado, o 
empresário individual possui CNPJ, o que não 
altera sua natureza jurídica de pessoa natural. 
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estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em 
função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria”. 
Deste modo, via de regra, para ser empresário, por força do disposto no art. 972, 
CC, deve-se estar em pleno gozo de sua capacidade civil. No entanto, o próprio Código Civil 
excepciona referida regra, de acordo com o art. 974, do mesmo diploma legal, o qual prevê: 
"Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa 
antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança”. Ressalte-se 
que as exceções trazidas por tal artigo se referem à continuidade da empresa, e não ao seu 
início. Neste sentindo, tem-se o Enunciado 203 do CJF, aprovado na III Jornada de 
Direito Civil: “o exercício de empresa por empresário incapaz, representado ou assistido, 
somente é possível nos casos de incapacidade superveniente ou incapacidade do sucessor na 
sucessão por morte”. 
Para que haja autorização judicial para a continuidade da empresa, observa-se o 
rito previsto no art. 178, CPC, sendo que, de acordo com disposto no §1º , art. 974, deverá o 16
juiz analisar a conveniência na continuidade da empresa. Sendo concedida a autorização para 
a continuidade da empresa, será nomeado representante legal, devendo o mesmo, além de 
capaz, não ser impedido (art. 975, CC). 
Regra interessante é a contida no §2º do art. 974, segundo o qual: "não ficam 
sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da 
interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que 
conceder a autorização”. Deste modo, os bens que o incapaz possuía antes da interdição não 
se sujeitarão aos resultados da empresa, ou seja, se caracterizarão como um patrimônio de 
afetação. 
A prova da emancipação e da autorização do incapaz, e a eventual revogação 
destas, serão inscritas ou averbadas no Registro Público de Empresas Mercantis (art. 976). 
No caso de menor emancipado que exerce atividade economicamente organizada, 
portanto, civilmente capaz, somente poderá ser condenado penalmente pela prática de crime 
falimentar ao completar 18 anos. Importante observar o teor do Enunciado n. 197 da III 
Jornada de Direito Civil do CJF: "A pessoa natural, maior de 16 e menor de 18 anos, é 
 Art. 974, § 1.º, do CC: “nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e 16
dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, 
ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos 
por terceiros”.
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reputada empresário regular se satisfizer os requisitos dos arts. 966 e 967; todavia, não tem 
direito a concordata preventiva , por não exercer regularmente a atividade por mais de dois 17
anos”. 
Como anteriormente visto, empresário é o sujeito que explora a empresa, não se 
confundindo, assim, com os sócios que integram a sociedade empresaria. Deste modo, o(s) 
sócio(s) de uma determinada sociedade empresária poderão ser incapazes, desde que 
observem os requisitos exigidos em lei, quais sejam: estar devidamente assistido ou 
representado; estar o capital social totalmente integralizado e; não exercer atos de 
administração (§3º, art. 974, CC). 
2.1.2 Ausência de impedimentos legais: 
Embora algumas pessoas estejam em pleno gozo de sua capacidade civil, 
encontram-se impedidas de exercer atividade economicamente organizada em nome próprio 
ou como administrador de sociedade empresária, por determinação legal. 
Ressalte-se que, caso o impedido exerça atividade empresarial responderá pelas 
obrigações contraídas, sendo tais obrigações plenamente válidas perante os terceiros de boa-
fé, de acordo com disposto no art. 973 
São legalmente impedidos, por força de lei: 
• art. 1011, §1º, CC - os condenados a pena que vede, ainda que 
temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, 
peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema 
financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de 
consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação. 
• art. 117, X, Lei n. 8112/1990 - servidores públicos federais. 
• art. 36, I, LC n. 35/1979 - LOMAN - magistrados (art. 95, p.u., I, CF). 
 O instituto da concordata foi extinto de nosso ordenamento jurídico com a promulgação da Lei n. 11.101/2005, 17
que revogou o Decreto n. 7661/1945. Neste sentido, leia-se Recuperação Judicial. 
ATENÇÃO ! Os impedimentos se referem ao 
exercício da atividade economicamente 
organizada em nome próprio ou como 
administradores de sociedades empresárias, não 
havendo, assim, nenhum óbice para que o 
impedido, por força de lei, seja sócio de 
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Profa. Dra. Fernanda Moi
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• art. 44, III, Lei n. 8625/1993 - membros do Ministério Público (art. 128, §5º,II, c, CF). 
• art. 29, Lei n. 6880/1990 - militares. 
• arts. 54 e 55, CF - deputados e senadores . 18
2.1.3 Empresário casado: 
De acordo com o art. 978 do Código Civil, “o empresário casado pode, sem 
necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que 
integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real”. Sobre esse dispositivo legal, foi 
aprovado o Enunciado 6, da I Jornada de Direito Comercial do CJF, o qual foi substituído na 
II Jornada pelo Enunciado 58, com o seguinte teor: “O empresário individual casado é o 
destinatário da norma do art. 978 do CCB e não depende da outorga conjugal para alienar ou 
gravar de ônus real o imóvel utilizado no exercício da empresa, desde que exista prévia 
averbação de autorização conjugal à conferência do imóvel ao patrimônio empresarial no 
cartório de registro de imóveis, com a consequente averbação do ato à margem de sua 
inscrição no registro público de empresas mercantis”. (RAMOS: 2017, 75) 
O art. 979 determina que "além de no Registro Civil, serão arquivados e 
averbados, no Registro Público de Empresas Mercantis, os pactos e declarações antenupciais 
do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de bens clausulados de 
incomunicabilidade ou inalienabilidade”, para que sejam oponíveis a terceiros. 
 
 Atenção. Aqui o impedimento não se mostra de forma absoluta pois, de acordo com art. 54, II, a: os deputados 18
e senadores não poderão, desde a posse, ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de 
favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada.
CUIDADO !!! Examinador cobra muito este artigo 
em prova.
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges 
contratar sociedade, entre si ou com 
terceiros, desde que não tenham casado 
no regime da comunhão universal de 
bens, ou no da separação obrigatória. 
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Profa. Dra. Fernanda Moi
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3. EIRELI: Lei n. 12441/2011 19
A EIRELI teve como objetivo, em princípio, retirar da irregularidade grande 
número de empresários irregulares e desestimular a constituição de sociedades com sócios 
fictícios, a exemplo daquelas onde um dos sócios possui 99% das cotas e o outro apenas 1%. 
No entanto, houve equivoco por parte do legislador o qual poderia ter optado entre duas 
figuras jurídicas: a) empresário individual de responsabilidade limitada ou b) sociedade 
limitada unipessoal. No entanto, optou-se pela criação da Empresa Individual de 
Responsabilidade Limitada, o que, por sua imprecisão técnica, gerou diversas críticas por 
parte da doutrina especializada, afinal, como se sabe, empresa é atividade. 
Para a constituição da EIRELI exige-se um capital social mínimo de 100 salários-
mínimos vigentes à época de sua constituição. No entanto, de acordo com entendimento do 
CJF (Enunciado n. 4, I Jornada de Direito Comercial), integralizado o capital ele não mais 
sofrerá interferências de acordo com as atualizações sofridas pelo salário-mínimo. Referida 
exigência legal é alvo de críticas, tendo sido, inclusive, objeto da ADI n. 4637. 
Embora alguns autores entendam que, pelo teor do caput do art. 980-A pessoas 
físicas e jurídicas possam ser titulares de EIRELI (“a empresa individual de responsabilidade 
individual será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social 
 Enunciados nas Jornadas de Direito Civil e nas Jornadas de Direito Comercial, ambas realizadas pelo CJF: 19
Jornadas de Direito Civil: 
468) Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada só poderá ser constituída por pessoa natural. 
469) Arts. 44 e 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) não é sociedade, mas novo 
ente jurídico personificado. 
470) Art. 980-A. O patrimônio da empresa individual de responsabilidade limitada responderá pelas dívidas da 
pessoa jurídica, não se confundindo com o patrimônio da pessoa natural que a constitui, sem prejuízo da 
aplicação do instituto da desconsideração da personalidade jurídica. 
471) Os atos constitutivos da EIRELI devem ser arquivados no registro competente, para fins de aquisição de 
personalidade jurídica. A falta de arquivamento ou de registro de alterações dos atos constitutivos configura 
irregularidade superveniente. 
472) Art. 980-A. É inadequada a utilização da expressão “social” para as empresas individuais de 
responsabilidade limitada. 
473) Art. 980-A, § 5.º. A imagem, o nome ou a voz não podem ser utilizados para a integralização do capital da 
EIRELI. 
Jornada de Direito Comercial 
3) A Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI não é sociedade unipessoal, mas um novo 
ente, distinto da pessoa do empresário e da sociedade empresária. 
4) Uma vez subscrito e efetivamente integralizado, o capital da empresa individual de responsabilidade limitada 
não sofrerá nenhuma influência decorrente de ulteriores alterações no salário mínimo. 
Direito Empresarial 
Profa. Dra. Fernanda Moi
!23
(…)”) , esse não é o entendimento majoritário, por força do disposto no §2º, art. 980-A e 20
entendimento do CJF, por meio de seu Enunciado n. 468 das Jornadas de Direito Civil. 
A EIELI adota, como nome empresarial, firma ou denominação (art. 980-A, §6º), 
sendo vedada a possibilidade de uma mesma pessoa ser titular de mais de uma EIRELI. 
QUESTÕES 
(FCC – TJGO – Juiz Substituto – 2015) Thiago, titular de uma empresa individual do 
ramo de padaria, veio ser interditado judicialmente e declarado absolutamente incapaz 
para os atos da vida civil por conta de uma doença mental que lhe sobreveio. A Thiago, 
nesse caso, é 
(A) permitido continuar a empresa por meio de representante, mediante prévia autorização 
judicial, que não é passível de revogação. 
(B) vedado continuar a empresa, ainda que por meio de representante. 
(C)permitido continuar a empresa por meio de representante, mediante prévia autorização 
judicial, que poderá ser revogada, também judicialmente, sem prejuízo dos direitos de 
terceiros. 
(D) permitido continuar a empresa por meio de representante, independentemente de prévia 
autorização judicial. 
(E) permitido continuar a empresa por meio de representante, caso em que todos os bens que 
já possuía ao tempo da sua interdição ficarão sujeitos ao resultado da empresa, ainda que 
estranhos ao acervo desta. 
(CESPE – TJPB – Juiz Substituto – 2015) No que se refere ao direito de empresa, 
assinale a opção correta. 
(A) Conforme entendimento dominante do STJ, a finalidade lucrativa não é requisito para que 
determinada atividade seja considerada empresária. 
(B) A pessoa legalmente impedida de exercer atividade empresarial não responde pelas 
obrigações contraídas. 
 Para Tomazette: "Todavia, diante da positivação da EIRELI no Brasil não vemos qualquer impedimento. 20
Embora normalmente ligada a pessoas físicas, nada impede no nosso ordenamento jurídico que a EIRELI seja 
constituída também por pessoas jurídicas,59 inclusive as de fins não empresariais para exercício de atividades 
lucrativas subsidiárias.60 Isso é o que se depreende do próprio caput do artigo 980A que diz que a EIRELI “será 
constituída por uma única pessoa” sem especificar ou delimitar. Outrossim, a restrição constante do § 2o segundo 
do mesmo artigo 980-A dirigida especificamente a pessoas físicas, mostra que essa não é a única possibilidade 
de constituição da EIRELI. Ademais, reitere-se que a aplicação das regras atinentes às sociedades limitadas, 
corrobora a possibilidade de titularidade por uma pessoa jurídica. Apesar disso, reconhecemos que tal expediente 
será muito mais útil às pessoas físicas”. (2016, pág. 64)
ATENÇÃO. 
IN n. 38/2017 - DREI, em seu Anexo V, admite a 
constituição de EIRELI tendo como titular 
pessoa jurídica.
Direito Empresarial 
Profa. Dra.Fernanda Moi
!24
(C) O empresário individual não dependerá de outorga conjugal para alienar imóvel 
utilizado no exercício da empresa, desde que exista prévia autorização do cônjuge referente à 
destinação do imóvel ao patrimônio empresarial. 
(D) De acordo com entendimento sumulado pelo STJ, é vedada a penhora da sede do 
estabelecimento comercial. 
(E) A inscrição no registro público de empresas mercantis é obrigatória ao empresário cuja 
atividade rural constitua sua principal profissão. 
(CESPE – TJ-DFT – Juiz – 2016) A respeito da empresa individual de responsabilidade 
limitada, assinale a opção correta. 
(A) A empresa individual de responsabilidade limitada não pode resultar da concentração das 
quotas de outra modalidade societária em um único sócio. 
(B) A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada pode 
figurar em outras pessoas dessa espécie. 
(C)A expressão “EIRELI” deve compor o nome empresarial, devendo constar após a firma ou 
denominação social da empresa. 
(D) O capital social desse tipo de empresa não pode ser superior a cem vezes o maior salário 
mínimo vigente no País. 
(E) Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras 
previstas para as sociedades simples. 
(FAURGS – TJRS – Juiz de Direito Substituto – 2016) Sobre a disciplina jurídica da 
atividade empresarial no Brasil, assinale a alternativa correta. 
(A) A definição de empresa pelo Código Civil adota seu perfil subjetivo, como sujeito de 
direitos. 
(B) O exercício de atividade empresarial por sociedade não inscrita no registro de empresas 
implica a ineficácia dos negócios celebrados em relação à própria sociedade e a terceiros. 
(C) A participação de uma mesma pessoa como sócia em mais de uma empresa individual de 
responsabilidade limitada (EIRELI) pode caracterizar a formação de grupo econômico. 
(D) Pessoa que desempenhe atividade rural e esteja matriculada no registro de empresa pode 
requerer recuperação judicial. 
(E) O tratamento diferenciado assegurado às microempresas e empresas de pequeno porte não 
as dispensa da publicação dos atos societários, ainda que de forma resumida. 
(FCC - TRT - 23º Região - MT - Juiz Substituto do Trabalho - 2015) Antônio é 
empresário individual, como tal inscrito no Registro de Empresas e o CNPJ há mais de 
dez anos. Com exceção daqueles legalmente impenhoráveis, respondem pelas dívidas 
contraídas por Antônio no exercício da atividade empresarial 
(A)somente os seus bens afetados à atividade empresarial, mas limitadamente ao valor do 
capital da empresa. 
(B)todos os seus bens, inclusive os não afetados à atividade empresarial, desde que deferida 
judicialmente a desconsideração da personalidade jurídica da empresa. 
(C)todos os seus bens. 
(D)todos os seus bens, mas limitadamente ao valor do capital da empresa. 
(E)somente os seus bens afetados à atividade empresarial. 
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(TJMT - Juiz - 2014) Quanto ao incapaz, é correto dizer que, se for sócio de sociedade 
empresária, 
(A)só poderá exercer a administração por meio de seu representante legal. 
(B)esta deverá ter seu capital social totalmente integralizado. 
(C)esta deverá ter sempre um gerente nomeado com aprovação de um juiz. 
(D)a sua participação depende de autorização judicial. 
(E)esta deverá sempre ter a forma de sociedade anônima. 
(CESPE - TJMA - Juiz - 2013) Assinale a opção correta em relação ao direito de 
empresa. 
(A) O adquirente de um estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à 
transferencia do bem, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor 
primitivo solidariamente responsável, pelo prazo de seis meses, a pagar os créditos vencidos a 
partir da publicação, e os demais a partir do seu vencimento. 
(B) De acordo com a disposição expressa pelo Código Civil, o incapaz não pode exercer 
atividade empresarial. 
(C) De acordo com o Código Civil, considera-se empresário quem exerce profissionalmente 
atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços. Segundo 
a doutrina, organização é entendida como a cumulação necessária de capital, mão-de-obra, 
insumos e tecnologia. 
(D) O Código Civil reconhece a figura da empresa individual de responsabilidade limitada, 
constituída por uma única pessoa natural titular da totalidade do capital subscrito, que deverá 
ser igual ou superior a cem vezes o maior salário mínimo vigente no país. 

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C) REGISTRO 21
De acordo com o art. 967, CC, deve o empresário registrar-se antes do início da 
exploração da atividade economicamente organizada, sendo, portanto, uma das obrigações a 
ser observada pelo empresário, pois uma das finalidades do registro é dar publicidade aos atos 
praticados pelos empresários . Ressalte-se, por oportuno, que o registro não tem o condão de 22
caracterizar o empresário enquanto tal (aquele que não se registra, de acordo com 
determinação legal, será empresário irregular, ou seja, não gozará de determinados benefícios 
legais, a exemplo da recuperação judicial), mas simplesmente de lhe conferir regularidade . 23
Esse posicionamento encontra respaldo nos Enunciados de n. 198 e 199 das Jornadas de 
Direito Civil do CJF. Assim, 
Enunciado 198 do CJF, III Jornada de Direito Civil: “A inscrição 
do empresário na Junta Comercial não é requisito para a sua 
caracterização, admitindo-se o exercício da empresa sem tal 
providência. O empresário irregular reúne os requisitos do art. 966, 
sujeitando-se às normas do Código Civil e da legislação comercial, 
salvo naquilo em que forem incompatíveis com a sua condição ou 
diante de expressa disposição em contrário” 
Enunciado 199 do CJF, III Jornada de Direito Civil: “A inscrição 
do empresário ou sociedade empresária é requisito delineador de sua 
regularidade, e não da sua caracterização”. 
Para realizar seu registro junto ao Registro Público de Empresas Mercantis, o 
empresário deverá observar as determinações do art. 968, CC, sendo que aquele que instituir 
sucursal, filial ou agencia em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas 
Mercantis, neste também deverá inscrevê-la, com prova da inscrição originária (art. 969,CC). 
Ramos (2017, pág. 77) nos diferencia os termos usados no artigo citado. Vejamos, 
Pode-se definir filial, juridicamente, como a sociedade empresária que 
atua sob a direção e administração de outra, chamada de matriz, mas 
 arts. 1.150 a 1.154 do Código Civil e Lei n. 8934/199421
 Por isso que se pode afirmar que, em regra, a natureza do registro é declaratória, sendo constitutiva somente 22
em casos excepcionais. 
 Como veremos a seguir, há que se ter atenção especial para o caso do produtor rural. Nesse caso, estamos 23
diante da situação de um empresário por equiparação, e não por natureza. Sendo assim, para o produtor rural, de 
acordo com art. 971, CC, para o produtor rural, o registro tem natureza jurídica constitutiva. 
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mantém sua personalidade jurídica e o seu patrimônio, bem como 
preserva sua autonomia diante da lei e do público. Agência, por sua 
vez, pode ser conceituada como empresa especializada em prestação 
de serviços que atua especificamente como intermediária. E sucursal, 
por fim, é o ponto de negócio acessório e distinto do ponto principal, 
responsável por tratar dos negócios deste e a ele subordinado 
administrativamente. 
 
1. LEI N. 8934/1994: 
O Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins será exercido em 
todo o território nacional, de forma sistêmica, por órgãos federais e estaduais, com as 
seguintes finalidades: I - dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos 
jurídicos das empresas mercantis, submetidosa registro na forma desta lei; II - cadastrar as 
empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no País e manter atualizadas as 
informações pertinentes; III - proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem 
como ao seu cancelamento. 
No Brasil, de acordo com o art. 3º (Lei n. 8934), os serviços de Registro Público 
de Empresas Mercantis e Atividades afins são exercidos pelo Sistema Nacional de Registro 
de Empresas Mercantis (SINREM), composto pelos seguintes órgãos: 
• DREI (Departamento de Registro Empresarial e Integração): O DREI é 
um órgão federal, que integra a estrutura da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da 
Presidência da República, cuja competência é normativa, e de supervisão e controle do 
registro de empresas. Suas atribuições são de normatização, disciplina, supervisão 
No que se refere ao domicílio do empresário, 
aquele definido em seus atos constitutivos, há 
que se observar a Súmula 363, STF: “A pessoa 
jurídica de direito privado pode ser demandada 
no domicílio da agência, ou estabelecimento, em 
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controle dos atos de registro efetuados pelas Juntas Comerciais, dentre outras, de acordo 
com disposto no art. 4º, Lei n. 8934 . 24
• JC (Juntas Comerciais): possuem funções executivas, cabendo-lhes a prática 
dos atos de registro (art. 32), como matricula de leiloeiro, arquivamento de sociedade, 
autenticação de livros, etc. É de sua competência, ainda, a expedição de carteira de 
exercício profissional, o assentamento de usos e práticas dos comerciantes e a habilitação 
e nomeação de tradutores públicos e interpretes. Em matéria de direito comercial e no que 
se refere ao registro de comércio, ela se encontra subordinada ao DREI; nas demais 
matérias (direito financeiro e administrativo) vínculo de subordinação se estabelece com o 
governo da unidade federativa que integra . 25
 Do Departamento Nacional de Registro do Comércio 24
Art. 4º O Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), criado pelos arts. 17, II, e 20 da Lei nº 
4.048, de 29 de dezembro de 1961, órgão integrante do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo, tem 
por finalidade: 
I - supervisionar e coordenar, no plano técnico, os órgãos incumbidos da execução dos serviços de Registro 
Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; 
II - estabelecer e consolidar, com exclusividade, as normas e diretrizes gerais do Registro Público de Empresas 
Mercantis e Atividades Afins; 
III - solucionar dúvidas ocorrentes na interpretação das leis, regulamentos e demais normas relacionadas com o 
registro de empresas mercantis, baixando instruções para esse fim; 
IV - prestar orientação às Juntas Comerciais, com vistas à solução de consultas e à observância das normas legais 
e regulamentares do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; 
V - exercer ampla fiscalização jurídica sobre os órgãos incumbidos do Registro Público de Empresas Mercantis e 
Atividades Afins, representando para os devidos fins às autoridades administrativas contra abusos e infrações das 
respectivas normas, e requerendo tudo o que se afigurar necessário ao cumprimento dessas normas; 
VI - estabelecer normas procedimentais de arquivamento de atos de firmas mercantis individuais e sociedades 
mercantis de qualquer natureza; 
VII promover ou providenciar, supletivamente, as medidas tendentes a suprir ou corrigir as ausências, falhas ou 
deficiências dos serviços de Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; 
VIII - prestar colaboração técnica e financeira às juntas comerciais para a melhoria dos serviços pertinentes ao 
Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins; 
IX - organizar e manter atualizado o cadastro nacional das empresas mercantis em funcionamento no País, com a 
cooperação das juntas comerciais; 
X - instruir, examinar e encaminhar os processos e recursos a serem decididos pelo Ministro de Estado da 
Indústria, do Comércio e do Turismo, inclusive os pedidos de autorização para nacionalização ou instalação de 
filial, agência, sucursal ou estabelecimento no País, por sociedade estrangeira, sem prejuízo da competência de 
outros órgãos federais; 
XI - promover e efetuar estudos, reuniões e publicações sobre assuntos pertinentes ao Registro Público de 
Empresas Mercantis e Atividades Afins.
 Art. 5º Haverá uma junta comercial em cada unidade federativa, com sede na capital e jurisdição na área da 25
circunscrição territorial respectiva. 
Art. 6º As juntas comerciais subordinam-se administrativamente ao governo da unidade federativa de sua 
jurisdição e, tecnicamente, ao DNRC, nos termos desta lei. 
Parágrafo único. A Junta Comercial do Distrito Federal é subordinada administrativa e tecnicamente ao DNRC.
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Quanto	 à	 competência	 para	 apreciar	 as	 questões	
que	 envolvem	 as	 juntas	 comerciais,	 o	 STJ	 tem	
decidido	 (STJ,	 REsp	 678.405/RJ;	 CC90338/RO;	 CC	
31.357/MG;	CC	37.386/PR):		
a)	 Competência	 da	 Jus2ça	 Federal:	 somente	 nos	
casos	em	que:	i)	se	discute	a	regularidade	dos	atos	
e	registros	praRcados	pela	Junta	Comercial;	e	ii)	nos	
mandados	 de	 segurança	 impetrados	 contra	 seu	
presidente,	 por	 aplicação	 do	 arRgo	 109,	 VIII,	 da	
ConsRtuição	 Federal,	 em	 razão	 de	 sua	 atuação	
delegada	(as	juntas	efetuam	o	registro	do	comércio	
por	delegação	federal).		
b)	 Competência	 da	 Jus2ça	 Estadual:	 i)	 quando	
parRculares	 liRgam	 acerca	 de	 registros	 de	
alterações	 societárias	 perante	 a	 Junta	 Comercial,	
posto	 que	 uma	 eventual	 decisão	 judicial	 de	
anulação	 dos	 registros	 societários	 pode	 produzir	
apenas	efeitos	 secundários	para	a	 Junta	Comercial	
do	Estado,	fato	que	obviamente	não	revela	questão	
afeta	 à	 validade	 do	 ato	 administraRvo	 e	 que,	
portanto,	afastaria	o	interesse	da	Administração;	ii)	
causas	em	que	se	discute	anulação	de	registros	por	
fraude;	iii)	abstenção	de	uso	de	nome	comercial;	iv)	
se	apenas	por	via	reflexa	será	aRngido	o	registro	da	
Junta	Comercial,	 não	há	 interesse	da	União,	 e	 por	
isso	 a	 competência	 será	 do	 juízo	 estadual,	 como,	
por	 exemplo,	 discussão	 sobre	 nome	 comercial,	
sobre	 idoneidade	 de	 documentos	 usados	 em	
alteração	contratual,	sobre	o	direito	de	preferência	
de	sócio.		
Atenção:	Conforme	o	STJ,	em	matéria	criminal,	no	
que	 tange	 aos	 delitos	 de	 falsidade	 ideológica	 que	
afetem	exclusivamente	a	junta	comercial,	sem	lesão	
direta	 a	 bens,	 interesses	 ou	 serviços	 da	 União,	 a	
competência	 é	 da	 jus2ça	 estadual.	 (STJ,	 CC	
130.516/SP,	Rel.	Ministro	ROGERIO	SCHIETTI	CRUZ,	
TERCEIRA	 SEÇÃO,	 julgado	 em	 26/02/2014,	 DJe	
05/03/2014).	
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Vide, também, REsp 678.405/RJ, 3.ª Turma, Rel. Min. Castro Filho . 26
1.1 ATOS DE REGISTRO: 
De acordo com art. 32, Lei n. 8934, são atos de registro a cargo das Juntas 
Comerciais: I. matrícula; II. arquivamento ; III. autenticação. 27
MODALIDADE A QUE SE DESTNA
MATRICULA Matricula e cancelamento de: leiloeiros, 
t radutores púb l i cos e in terpretes 
comerciais, trapicheiros e administradores 
de armazéns-gerais. 
ARQUIVAMENTO Constituição, alteração, dissolução e 
extinção de firmas individuais, sociedades 
e cooperativas; atos relat ivos a 
consórcios e grupos de sociedades; atos 
r e l a t i v o s a e m p r e s a s m e r c a n t i s 
estrangeiras autorizadas a funcionar no 
Brasil; declarações de microempresas; 
atos e documentos que possam interessar 
ao empresário ou sociedade empresaria. 
AUTENTICAÇÃO Instrumentos de escr i turação das 
empresas (livros mercantis) e as copias 
dos documentos assentados.
 RECURSO ESPECIAL. LITÍGIO ENTRE SÓCIOS. ANULAÇÃO DE REGISTRO PERANTE A JUNTA 26
COMERCIAL. CONTRATO SOCIAL. INTERESSEDA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL. INEXISTÊNCIA. 
AÇÃO DE PROCEDIMENTO ORDINÁRIO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. PRECEDENTES 
DA SEGUNDA SEÇÃO. 1. A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça tem decidido pela competência 
da Justiça Federal, nos processos em que figuram como parte a Junta Comercial do Estado, somente nos casos 
em que se discute a lisura do ato praticado pelo órgão, bem como nos mandados de segurança impetrados contra 
seu presidente, por aplicação do artigo 109, VIII, da Constituição Federal, em razão de sua atuação delegada. 2. 
Em casos em que particulares litigam acerca de registros de alterações societárias perante a Junta Comercial, esta 
Corte vem reconhecendo a competência da justiça comum estadual, posto que uma eventual decisão judicial de 
anulação dos registros societários, almejada pelos sócios litigantes, produziria apenas efeitos secundários para a 
Junta Comercial do Estado, fato que obviamente não revela questão afeta à validade do ato administrativo e que, 
portanto, afastaria o interesse da Administração e, conseqüentemente, a competência da Justiça Federal para 
julgamento da causa. Precedentes. Recurso especial não conhecido. STJ - REsp: 678405 RJ 2004/0081659-5, 
Relator: Ministro CASTRO FILHO, Data de Julgamento: 16/03/2006, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de 
Publicação: DJ 10.04.2006 p. 179.
 As sociedade cooperativas são consideradas sociedades simples por determinação legal (art. 982, parágrafo 27
único, do Código Civil), devendo, todavia, serem registradas nas Juntas Comerciais - de acordo com o art. 18 da 
Lei 5.764/1971 (Lei do Cooperativismo) e a regra citada no II, art. 32, Lei 8934. vide art. 1150 do Código Civil 
de 2002, bem como o Enunciado 69 do CJF: “as sociedades cooperativas são sociedades simples sujeitas à 
inscrição nas Juntas Comerciais”. Na prática, é assim que tem prevalecido.
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1.2 ESTRUTURA DAS JUNTAS COMERCIAIS: 
De acordo com o disposto no art. 9.º da Lei 8.934/1994, a Junta Comercial se 
organiza da seguinte forma: “I – a Presidência, como órgão diretivo e representativo; II – o 
Plenário, como órgão deliberativo superior; III – as Turmas, como órgãos deliberativos 
inferiores; IV – a Secretaria-Geral, como órgão administrativo; V – a Procuradoria, como 
órgão de fiscalização e de consulta jurídica”. 
São chamados de vogais os membros da Junta Comercial que decidem sobre os 
atos de registro e que compõem as Turmas e o Plenário, sendo escolhidos de acordo com 
disposto no art. art. 11, caput, da referida lei, “os vogais e respectivos suplentes serão 
nomeados, no Distrito Federal, pelo Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e 
Comércio Exterior, e nos Estados, salvo disposição em contrário, pelos governos dessas 
circunscrições (…)”. O vogal e seu suplente têm mandato de 04 (quatro) anos, permitida 
apenas uma recondução (art. 16 da Lei 8.934/1994). 
As Turmas são compostas de 03 (três) vogais, não participando o Presidente e o 
Vice-Presidente da Junta Comercial, que possuem atribuições específicas, previstas, 
respectivamente, nos arts. 23 e 24 da Lei 8.934/1994 (RAMOS: 2017, pág. 83). 
De acordo com arts. 25 e 26, compõe, ainda, a estrutura das Juntas Comerciais Há 
Secretaria-Geral, cujo titular, o Secretário-Geral, “será nomeado, em comissão, no Distrito 
Federal, pelo Ministro de Estado da Indústria, do Comércio e do Turismo [atual Ministério do 
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior], e, nos Estados, pelos respectivos 
governadores, dentre brasileiros de notória idoneidade moral e especializados em direito 
comercial”, e possuirá a atribuição de executar os serviços de registro e administração da 
Junta. 
Por fim, de acordo com Ramos (2017, pág. 84) “há a Procuradoria, composta de 
um ou mais procuradores e chefiada pelo procurador que for designado pelo governador do 
Estado, à qual cabe fiscalizar e promover o fiel cumprimento das normas legais e executivas, 
oficiando, internamente, por sua iniciativa ou mediante solicitação da presidência, do plenário 
e das turmas; e, externamente, em atos ou feitos de natureza jurídica, inclusive os judiciais, 
que envolvam matéria do interesse da junta (arts. 27 e 28 da Lei 8.934/1994)”. 
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1.3 PROCESSO DECISÓRIO 28
A matrícula, o arquivamento e a autenticação de atos pela Junta submetem-se à a 
dois regimentos distintos: a decisão colegiada e a decisão singular. 
Decisão colegiada: reservada para tramitação de atos de maior complexidade. 
Submetem-se à decisão colegiada: arquivamento de atos relacionados às S/A, consórcios e 
grupos de sociedades, fusões, incorporações e cisões. Também se submete à decisão colegiada 
julgamento de recursos administrativos interpostos contra atos praticados pelos demais órgãos 
da Junta (art. 41, Lei n. 8934). 
Já o regime da decisão singular é reservado aos atos de registro menos 
complexos, a todos os demais atos. Ex.: alteração do contrato da limitada. Neste caso, a 
analise do atendimento às formalidades legais é feita individualmente por um vogal ou mesmo 
por funcionário da Junta com comprovados conhecimentos de direito comercial e registro de 
empresa, devendo, em ambos os casos ser designado pelo Presidente (art. 42, Lei 8934). 
De acordo com o disposto no art. 43 da Lei 8.934/1994, os pedidos de 
arquivamento submetidos a regime de decisão colegiada devem ser decididos no prazo 
 Enunciado 209 da III Jornada de Direito Civil - O art. 986 deve ser interpretado em sintonia com os arts. 28
985 e 1.150, de modo a ser considerada em comum a sociedade que não tiver seu ato constitutivo inscrito no 
registro próprio ou em desacordo com as normas legais previstas para esse registro (art. 1.150), ressalvadas as 
hipóteses de registros efetuados de boa-fé. 
Enunciado 483 da V Jornada de Direito Civil - Admite-se a transformação do registro da sociedade anônima, 
na hipótese do art. 206, I, d, da Lei n. 6.404/1976, em empresário individual ou empresa individual de 
responsabilidade limitada. 
Enunciado 465 da V Jornada de Direito Civil - A "transformação de registro" prevista no art. 968, § 3º, e no 
art. 1.033, parágrafo único, do Código Civil não se confunde com a figura da transformação de pessoa jurídica. 
Enunciado 466 da V Jornada de Direito Civil - Para fins do Direito Falimentar, o local do principal 
estabelecimento é aquele de onde partem as decisões empresariais, e não necessariamente a sede indicada no 
registro público. 
Enunciado 476 da V Jornada de Direito Civil - Eventuais classificações conferidas pela lei tributária às 
sociedades não influem para sua caracterização como empresárias ou simples, especialmente no que se refere ao 
registro dos atos constitutivos e à submissão ou não aos dispositivos da Lei n. 11.101/2005. 17 
Enunciado 489 da V Jornada de Direito Civil - No caso da microempresa, da empresa de pequeno porte e do 
microempreendedor individual, dispensados de publicação dos seus atos (art. 71 da Lei Complementar n. 
123/2006), os prazos estabelecidos no Código Civil contam-se da data do arquivamento do documento (termo 
inicial) no registro próprio. 
Em 2015, o Enunciado 6 da I Jornada de Direito Comercial foi alterado pelo Enunciado 58 da II Jornada 
de Direito Comercial do CJF. 
Enunciado 6 da I Jornada de Direito Comercial - O empresário individual regularmente inscrito é o 
destinatário da norma do art. 978 do Código Civil, que permite alienar ou gravar de ônus real o imóvel 
incorporado à empresa, desde que exista, se for o caso, prévio registro de autorização conjugal no Cartório de 
Imóveis, devendo tais requisitos constar do instrumento de alienação ou de instituição do ônus real, com a 
consequente averbação do ato à margem de sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis. 
Enunciado

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