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educação de jovens e adultos

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO PEDAGoGIA-LICENCIATURA
Educação de jovens e adultos
Igarapé
2019
 LUCIMAR GONÇALVES REDER
 Educação de jovens e adultos
Trabalho de Jovens e Adultos apresentado como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de Metodologia Científica, Educação de Jovens e Adultos, Fundamentos da Educação, Educação Formal e não Formal, Didática: Planejamento e Avaliação, Práticas Pedagógicas: Gestão da sala de aula.
Orientador: Prof.ª 
Igarapé
2019
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	4
2 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA)	5
2.1 Fatores Históricos Políticos e sociais que perpassam a Educação de Jovens e Adultos 	6
2.1.1 Processo avaliativo feito pelo professor tendo em vista saber como está a aprendizagem dos estudantes que frequentam a EJA	12
2.1.1.1 Função Social da escola diante do processo de escolarização da população analfabeta e com baixa escolarização	14
2.1.1.1.1 Desafios e possibilidades para a efetivação do direito á educação de jovens e adultos 	16
3 CONCLUSÃO	17
4 REFERÊNCIAS................................................................................................18	
1	INTRODUÇÃO
 A Educação de Jovens e Adultos (EJA) necessita levar em conta construções didático-pedagógicas, que se operacionalizem na realidade dos atores sociais envolvidos, para além dos estigmas e estereótipos, e assim, capazes de valorizar as diferentes formas com as quais estes sujeitos constroem e reconstroem cotidianamente suas leituras de mundo.
 Também veremos o quão necessário é a Educação de Jovens e Adultos para as pessoas que não conseguiram dar continuidade nos estudos, pois com os estudos em dia os mesmos conseguem uma boa colocação no mercado de trabalho, e além disso podendo então entrar em uma universidade de ensino conseguindo bolsas de estudo.
 Mostraremos também que para o ministro da Educação, Mendonça Filho, a alfabetização não se baseia unicamente no ato de aprender a ler e a escrever. “Ela também considera a importância do desenvolvimento da capacidade de compreensão, interpretação e produção de conhecimento”, disse.
 O Ministério da Educação trabalha fortemente para mudar esse cenário. Por meio do programa Brasil Alfabetizado, o governo desenvolve, desde 2003, ações para a alfabetização de jovens, adultos e idosos. O ciclo atual do programa, iniciado em 2015, aponta que 167.971 brasileiros estão sendo alfabetizados. 
 Revelou-se na perspectiva dialógica de Paulo Freire (1980), um caminho possível e significativo na construção metodológica desta pesquisa, capaz de levar os educandos a descortinarem suas leituras de mundo e, mais do que isto, de suas formas de ser e existir no desenvolvimento de processos educativos de formação humana.
 Também será exposto o modo como deve ser feito o processo avaliativo feito pelo professor, para assim saber como anda a aprendizagem dos educandos. Como, onde e quando deve se concretizar a avaliação dos alunos, assim formando alunos capazes de serem críticos, criativos e capazes de analisar a realidade.
2	Educação de jovens e adultos (EJA)
EJA é uma modalidade de ensino criada pelo Governo Federal que perpassa todos os níveis da Educação Básica do país, destinada aos jovens, adultos e idosos que não tiveram acesso à educação na escola convencional na idade apropriada. Permite que o aluno retome os estudos e os conclua em menos tempo e, dessa forma, possibilitando sua qualificação para conseguir melhores oportunidades no mercado de trabalho. 
Muitos alunos que se formam nessa modalidade de ensino são vítimas de preconceito. É importante ressaltar que maioria das pessoas que frequentam a Educação de Jovens e Adultos são comprometidas com a educação e a aprendizagem. As pessoas que geralmente se formam nessa modalidade apresentam desempenho satisfatório conseguindo vagas e bolsas em faculdades e conseguindo uma boa colocação no mercado de trabalho.
A EJA é ofertada tanto no ensino presencial, como à distância (EAD), com o objetivo principal de democratizar o ensino da rede pública no Brasil. Anteriormente, a EJA era conhecida como supletivo. Hoje, é o programa é dividido em etapas, com abrangência do ensino fundamental ao médio. Confira:
EJA Ensino Fundamental: destinada a jovens a partir de 15 anos que não completaram a etapa entre o 1º e o 9° ano. Nessa etapa, os alunos imagem em novas formas de aprender e pensar. Tem duração média de 2 anos para a conclusão. 
EJA Ensino Médio: destinada a alunos maiores de 18 anos que não completaram o Ensino Médio, que completa a Educação Básica no Brasil. Ao concluir essa etapa, o aluno está preparado para realizar provas de vestibular e Enem, para ingressar em universidades. O tempo médio de conclusão é de 18 meses
Com informações trazidas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) o Brasil tem ainda 11,8 milhões de analfabetos. Como o foco deste levantamento específico é realizado no que tange o segmento da população brasileira com 15 ou mais anos de idade, estamos tendo um recorte focado justamente nas pessoas que carecem de formação por meio da Educação de Jovens e Adultos.
O analfabetismo atinge mais pessoas negras e pardas, atingindo 9,9% do total, enquanto entre os brancos o índice chega a 4,2% para os maiores de 15 anos; entre os maiores de 60 anos, o índice de analfabetismo entre os negros e pardos chega a 33%, ou seja, atinge 1 em cada 3 brasileiros deste segmento social.
Estes dados explicam e reforçam para os estudiosos a compreensão de problemas sociais variados percebidos no pís, relacionados a temas como: violência, desemprego, discriminação racial.
A Educação de Jovens e Adultos veio logo após a Educação Jesuítica, que era apenas para formação indígena e catequista da Igreja Católica, mas passou por vários momentos de grande significado político-social, para sua organização e se mostrou, até hoje, um sistema resistente e forte. Foi a defasagem educacional e a implantação das indústrias no Brasil, na política de Getúlio Vargas, junto com a própria população brasileira, que causou a implantação de políticas públicas para a Educação de Jovens e Adultos.
Paulo Freire foi o grande percursor na luta do ensino de qualidade para os jovens e adultos, defendia a ideia de que a única forma de educar e proporcionar o conhecimento a esse público era atrelar a educação ao dia a dia, a fim de facilitar a percepção dos educandos, diante dos assuntos abordados em sala de aula. Segundo Freire nos anos 40 do século passado, a Educação de Jovens e Adultos era entendida como uma extensão da escola formal, principalmente para a zona rural. Já na década de 50, a Educação de Jovens e Adultos era entendida como uma educação de base, com desenvolvimento comunitário. Com isso, surgem, no final dos anos 50, duas tendências significativas na Educação de Jovens e Adultos: a Educação de Jovens e Adultos entendida como uma educação libertadora (conscientizadora) pontificada por Paulo Freire e a Educação de Jovens e Adultos entendida como educação funcional (profissional).
2.1 FATORES HISTÓRICOS, POLÍTICOS E SOCIAIS QUE PERPASSAM A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
 
Um dos objetivos da história é olhar para o passado para que possamos entender o presente, e para compreendermos o processo histórico da educação de jovens e adultos no Brasil precisamos investigá-lo e assim aprender lidarmos com essa nossa herança histórica nos dias atuais. Por muitos anos os alunos que não possuíam a oportunidade de estudar e desenvolver o intelecto dentro da escola em idade considerada "normal", acabavam não possuindo oportunidade de trabalho. Mas com a evolução educacionaltornou-se possível a escolarização daqueles que não puderam ou não tiveram a oportunidade de um ensino regular.
A educação no Brasil foi muitas vezes colocada em 2º plano pelos nossos governantes que priorizavam o crescimento econômico e interesses da classe dominante e ainda hoje não é muito diferente, se olharmos as condições de nossas, escolas públicas; a precariedade e descaso é visível sem contar que o salário dos profissionais da educação é vergonhoso.
No período colonial, apesar da educação ser direcionada para as crianças, os indígenas e adultos também fizeram parte essa ação educacional. Os jesuítas tinham a função de catequisar e alfabetizar na língua portuguesa.
Em 1759 os jesuítas deixaram o Brasil levando assim ao colapso a educação de adultos. O império passou a se responsabilizar pela educação onde só a classe abastada tinha o acesso "educação elitista" os filhos dos colonizadores portugueses (brancos e masculinos). O conhecimento formal monopolizado pelas classes dominantes.
Em 1824 a constituição imperial garantiu a todos os cidadãos a instrução primária, mas a lei só ficou no papel, pois não sabiam como inserir a classe inferior (homens, mulheres, pobres livres, negros e negras escravos livres) nesse processo.
No Ato Constitucional de 1834 as províncias ficaram responsáveis pela instrução primária e secundária de todas as pessoas, especialmente jovens e adultos. A alfabetização de jovens e adultos deixa de ser um direito para ser um ato de solidariedade.
Em 1879 a Reforma Leôncio de Carvalho caracteriza o analfabeto como dependente e incompetente. Em 1881, a Lei Saraiva restringe o voto às pessoas alfabetizadas. Rui Barbosa, em 1882 diz que: "os analfabetos são considerados como crianças incapazes de pensar por si mesmos". Ficou comum o preconceito e a exclusão da pessoa analfabeta.
Com a Constituição Republicana em 1891, o voto foi restrito a pessoas letradas e com posses.
Ainda cabe o que disse Foucault. Semelhante a situação do Brasil no período de 1910 a 1920:
“A historicidade que nos domina e nos determina é belicosa e não linguística. Relação de poder, não relação de sentido. ” (FOUCAULT, 1977, p.6)
Com o crescimento econômico gerado a partir do final da Primeira Guerra Mundial, entre 1914 e 1918, contribuiu para o surgimento de inúmeras mobilizações, culturais, político e sociais que irão marcar a Sociedade brasileira. Esses movimentos influenciaram de igual modo à educação, que era até aquele momento precário, devido ao grande número de analfabetos e a falta de mão de obra especializada.
Um desses movimentos foi a Semana de Arte Moderna de 1922, que mobilizou a classe artística para os problemas relacionados à nação e em busca de sua identidade nacional. Com as influências Europeias do pós-guerra e com as ideias que pregavam inovação nos métodos educacionais, surgiu o movimento conhecido como: Escola Nova, baseado nos progressos e nos estudos da psicologia infantil. O que não foi suficiente.
“Descobrem que como homens, já não podem continuar sendo quase-coisas possuídas e da consciência de si como homens oprimidos, vão a consciência de classe oprimida”.   (FREIRE, 2005, p.201).
Permanecia tensa a situação no país, até que culminou na Revolução de 30, movimento que marca a transição da República Velha pela Republica Nova. Com isso ocorre também mudanças no sistema educacional, com o decreto: 19.402 de 14 de novembro de 1930, que criara o Ministério da Educação e saúde, essa uma antiga reivindicação dos educadores brasileiros.
Em 11 de Abril de 1931, foi sancionado o decreto: 19.850, que aprovava o Conselho Nacional de Educação, mesmo com os decretos, muito precisava ser feito pelo ensino popular de 1º e 2º grau. Os educadores resolveram se reunir em dezembro de 1931 em Conferência Nacional, convocada pela Associação Brasileira de Educação, com a finalidade de discutir as diretrizes da educação popular.
Nessa Conferência foi assinado um convênio estatístico entre Governo e o Estado, para que fosse feita a padronização das normas de ensino.
Outra iniciativa da Conferência, foi à elaboração de um documento assinado pelos mais representativos educadores brasileiros, no documento procuravam traçar diretrizes para uma efetiva política nacional de educação. O documento foi aprovado diante de muitas divergências de opiniões em março de 1932, o documento ficou conhecido como: O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. Um item no documento merece análise: “A educação deve ser um direito de todos, de acordo com suas necessidades, aptidões e aspirações, dentro do princípio democrático da igualdade de oportunidades para todos”.
SERÁ QUE ESSE MANIFESTO GEROU IMPACTO IMEDIATO NO PAÍS?
Mesmo com tantas iniciativas, grande parte da nação continuava no analfabetismo. Gadotti tem uma explicação para essa problemática:
“No sistema capitalista a única filosofia tolerada é a filosofia da alienação. O Capital precisa cada vês mais de homens alienados”. (GADOTTI, 2003, p.25).
Somente em 1940, ocorreu à ampliação da educação elementar, o que trouxe avanços importantes no ensino de adultos. Com o término da Segunda Guerra Mundial e o fim da Ditadura Vargas em 1945, ocorreu grande efervescência política, era preciso redemocratizar o país. Era urgente a necessidade de aumentar as bases eleitorais, por isso à educação de adultos, virou prioridade governamental.
Em 1947, aconteceu à primeira “Campanha de educação de adultos”, tal ação previa alfabetização em até três meses. Seguiria a “ação em profundidade”, voltada para a capacitação profissional e desenvolvimento comunitário. Nesse período surgiram inúmeras escolas supletivas, para a população mais carente.
Em 1950, ocorreram inúmeras críticas às propostas de educação de adultos, devido suas deficiências administrativas. Essas críticas convergiram para uma nova visão sobre o analfabetismo do país.
Surge Paulo Freire, educador pernambucano com novas ideias e propostas de alfabetização de adultos, essas propostas visavam à adequação de métodos que respeitasse a diversidade de regiões e pessoas do país.
As propostas de Freire inspiraram os principais programas do governo, no que diz respeito à alfabetização e educação popular de adultos até década de 60.
A Igreja Católica foi de fundamental importância na educação neste período era a principal matriz da educação popular e estava à frente do Movimento de educação de base (MEB), que atuava através de escolas radiofônicas, principalmente no interior do país.
Em 1964, começa o regime militar, com isso foram suspensos grande parte dos projetos educacionais voltados para os adultos. Somente em 15 de dezembro de 1967, foi criado o Movimento brasileiro de alfabetização, Fundação Mobral, nos termos da lei: 5.379 e acabou extinto pelo decreto: 91.980 de 25 de novembro de 1985, durou dezoito anos sem alcançar a erradicação do Analfabetismo. Em 1985 foi instituído a fundação EDUCAR, em substituição ao Mobral.
Durante o tempo de repressão, foi tamanha a falta de liberdade, para isso cabe refletir á analise de Gadotti:
“Isso tudo é um pouco da falência do nosso sistema de ensino voltado para discriminação, incapaz de desenvolver em todos à capacidade de pensar”. (GADOTTI, 2003, p.26)
Passado o período militar ocorreu forte investimento no ensino profissionalizante.
O acesso a Universidade era para poucos e sobrava para a maior parte da nação o ensino técnico profissionalizante e o supletivo. Continuavam mascaradas as relações desiguais de poder manipulando muitos inocentes, Gadotti é otimista quando diz:
“Nossa tarefa, nossa dignidade, nossas liberdades surgem quando, rompendo com o papel de espectador submisso, resignado, quando abandonando o estatuto de objeto modelado pelos conformismos do momento, tomamos a decisão sempre inconfortável de dizer face e de nos situar, interrogar, determinar com exatidão, ir ver, situar-se, todos esses atos de liberdade”. (GADOTTI, 2003, p. 17).
Atendendo ao que determinava a Constituição Federal de 1988, no artigo: 22, inciso: XXIV, em 1996 foipromulgada a Lei de Diretrizes e bases.
Segue a legislação 9.9394 de 1996 e sua bondosa, porém utópica proposta:
Seção
Educação de Jovens e adultos
Art. 37 A educação de jovens e adultos será destinada aqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e adultos que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas consideradas as características do alunado, seus interesses condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.
§ 2º O poder público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola mediante ações integradas e complementares entre si.
§ 3º A educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente, com a educação profissional, na forma de regulamento.
Art.38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular.
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:
No nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos;
No nível de conclusão do ensino médio, para maiores de dezoito anos.
§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames.
Desde 1997, está em vigor o Programa Alfabetização Solidária, que têm como objetivo a redução do índice de analfabetismo e aumentar a oferta pública de Educação de Jovens e Adultos.
Mesmo diante de tantas tentativas, o analfabetismo persiste e cresce no país. É possível a constatação através desse trabalho que o problema da educação de hoje está na história de descaso com a educação e a discriminação da população mais pobre. Os poucos recursos destinados à educação, a baixa remuneração da população, a miséria, é o que favorece a indigência e aumenta a pobreza que assola o país.
As Sociedades atualmente, com raras exceções, são letradas. Porém, as estatísticas afirmam que cerca de 25% da população brasileira com 15 anos e mais é analfabeta, sendo que a maioria está concentrada na zona rural. (SAUNER, 2009, p.14).
EJA essa é uma proposta educacional de adultos para uma prática política, visando ao engajamento dos grupos populares em ações, que transformem as estruturas, sociais produtoras da desigualdade e da marginalização. Marginalizado é o sentimento que reflete o sentimento desses jovens a partir de quinze anos e adultos que não tiveram condições de estudar no tempo previsto e que recorre a EJA, porém se depara com a proposta utópica de conclusão dos estudos em tempo mínimo. Quando consegue terminar o nível médio e o mesmo tenta uma oportunidade de emprego, verifica que a educação que foi oferecida a ele é insuficiente para a demanda do mercado globalizado e em constante expansão.
2.1.1	PROCESSO AVALIATIVO FEITO PELO PROFESSOR TENDO EM VISTA SABER COMO ESTA A APRENDIZAGEM DOS ESTUDANTES QUE FREQUENTAM A EJA
A avaliação tem despertado o interesse dos vários segmentos envolvidos no processo educacional: gestores, professores, alunos entre outros. Sabe-se que a avaliação, nunca antes, foi tão discutida e questionada como mecanismo que orienta e acompanha o processo educativo geral tornando-se inevitável a reflexão sobre a ação que o educador deve ter frente o ato avaliativo. A necessidade de avaliar corretamente os alunos mostra que a mesma deve ser um processo para auxiliar no desenvolvimento cognitivo do aluno e não apenas para classifica-lo.
A clientela do EJA geralmente é o discente que não teve oportunidade de concluir o ensino fundamental; o migrante que chega as grandes metrópoles provenientes de áreas rurais empobrecidas, filhos de trabalhadores rurais não qualificados e com baixo nível de instrução escolar.
Lemos (1999) elenca os motivos dos adolescentes e adultos procurarem um curso de EJA:
Inicialmente são motivados pela expectativa de conseguir um emprego melhor, ou então são levados pelo desejo de elevação da auto-estima, da independência, da melhoria de sua vida pessoal (…) em síntese, pode-se inferir que o maior motivo da procura da escola é a necessidade de fixação de sua identidade como ser humano e ser social. (LEMOS 1999, p. 25).
A avaliação da aprendizagem é complexa e requer elaboração de meios para obter resultado positivo: é um processo contínuo, sistemático, compreensivo, comparativo, informativo e global; permite avaliar o conhecimento geral do aluno.
A escolarização normatizadora imposta aos trabalhadores que conseguem voltar ao estudo, não garante efetivamente uma mudança em suas condições de vida. Apenas contribui para aumentar a desigualdade social, além de alienar os trabalhadores acerca da realidade em que estão inseridos. É preciso uma educação que problematize o cotidiano, que vá além das condições sociais colocadas pelo mercado (MESZAROS, 2005).
O grande desafio está em criar uma escola de qualidade para jovens e adultos em função das especificidades desses sujeitos. Levando em conta o reconhecimento dos espaços de produção de saberes na sociedade e possibilitando o acesso aos bens culturais produzidos historicamente.
Através desse estudo, pretende-se refletir os conceitos e as práticas avaliativas como elemento do processo que só se completa com a possibilidade de apontar caminhos mais adequados para a construção do conhecimento.
A Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1.996, estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, no seu artigo 9º, ordena que União incumbir-se-á de: VI – assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino.
O parecer CNE/CEB 11/2000 homologou as diretrizes que irá viger a educação de jovens e adultos (EJA). A EJA, de acordo com a Lei 9.394/96, passando a ser uma modalidade da educação básica nas etapas do ensino fundamental e médio.
Os exames da EJA devem primar pela qualidade, pelo rigor e pela adequação. Eles devem ser avaliados de acordo com o art. 9º, VI da LDB. É importante que tais exames estejam sob o império da lei.
2.1.1.1	FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA DIANTE O PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ANALFABETA E COM BAIXA ESCOLARIZAÇÃO
 A função social da escola é a formação de indivíduos críticos e criativos que possam exercer plenamente a cidadania, participando dos processos de transformação e construção da realidade. Ter clareza da função social da escola e do homem que se pretende formar é essencial para que a prática pedagógica seja competente e socialmente comprometida, assim mais claramente as funções do Ensino de Jovens e Adultos (EJA), mostram para a sociedade atual seu valor e necessidade de existir.
          O Brasil ingressou na década de 90 com 35 milhões de brasileiros em condição de pobreza absoluta, 30 milhões de analfabetos e 22 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho por absoluta desqualificação profissional. Diante dessa realidade pretendeu-se instituir o que convém chamar de “escola-cidadã”, que expressa uma política educacional fortemente marcada pelo empenho em criar novos laços entre ensino e sociedade, abrangendo ideias do que se quer ensinar, como se quer ensinar e para quem se quer ensinar e, sobretudo, indica uma escola onde se aprenda mais e melhor, combatendo assim, a crise de baixa qualidade de ensino. Essa transformação equivale a pôr em prática os princípios da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional   N.º 9394/96, que sustenta o compromisso por excelência da escola brasileira com a construção da cidadania, onde o educando não é só cidadão do futuro, mas é cidadão hoje. Com essa visão, o que se pretende é fortalecer as manifestações do espírito democrático, participativo e valorizador da autonomia que deve caracterizar a educação de base em nosso país. Os longos anos de autoritarismo que marcaram nossa história restabeleceo compromisso com a consolidação da democracia, fornecendo acesso a informações necessárias para uma opção política consciente. Isso vai além das atitudes durante as eleições, implica também em possibilitar maior participação e responsabilidade em todas as dimensões da vida pública, consolidando a identidade da nossa nação e tendo consciência de direitos e deveres, disposição para participação, para o debate de ideias e reconhecimento de posições diferentes das suas. Para que isso aconteça de fato a educação far-se-á com base em quatro pilares segundo Jacques Lucien Jean Delors:
 
Aprender a conhecer: combinando uma cultura geral suficientemente vasta, com a possibilidade de trabalhar em profundidade um pequeno número de matérias. O que também significa aprender a aprender, para beneficiar-se das oportunidades pela educação ao longo de toda vida.
 
Aprender a fazer: a fim de adquirir, não somente uma qualificação profissional, porém, de uma maneira mais ampla, competências que tornem a pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe.
 
Aprender a viver juntos e aprender a viver com outros: desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências, realizar projetos comuns e preparar-se para gerir conflitos no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz.
 
Aprender a ser: para melhor desenvolver sua personalidade e poder agir com autonomia, discernimento e responsabilidade pessoal.
 
        Dentro dessa perspectiva, são educadores não apenas os professores por possuírem o conhecimento específico em cada área, mas também todos aqueles que seguindo uma linha de conduta comum ao perfil da escola se envolvam de maneira atuante no processo educacional visando conjuntamente o pleno desenvolvimento do educando e exercendo seu papel com compromisso e dedicação.
        O Diretor será um articulador das ações de todos os segmentos, o condutor do projeto da escola, dando prioridade às questões pedagógicas e mantendo o ânimo de todos na construção do trabalho educativo, sendo assim um inspirador e incentivador na busca do mesmo ideal. É na sociabilização com os colegas que o professor desenvolverá seu potencial da participação, cooperação, respeito mútuo e crítico. Caberá ao diretor e ao grupo, juntos manterem-se incentivados e observar, pensar, analisar, finalmente investigar apontando a direção do trabalho coletivo. Por meio de atividades instigantes e provocadoras, motivar a contribuição dos educadores transmitindo confiança e previsão de sucesso.
        Nesse contexto, também possibilitará a reflexão coletiva com apoio teórico que amplie a visão dos docentes estabelecendo o equilíbrio entre teoria e prática para que as novas ideias se tornem fundamentadas. Seu exercício continuado fortalece a ação educativa e o crescimento do compromisso e da coletividade.
2.1.1.1.1	DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA A EFETIVAÇÃO DO DIREITO À EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
A educação de jovens e adultos teve sua origem bem antes de 1996, em torno dos anos de 1940, porém foi neste ano que ela foi efetivamente formalizada e, a partir de então, os jovens e adultos tiveram, em lei, um segmento pensado e elaborado para garantir seus direitos de escolarização de forma a atender as suas necessidades, levando em consideração suas condições de vida e de trabalho. Desde então, organizações e escolas entre outras instituições têm consciência da importância da educação de jovens e adultos, ainda mais no século XXI, diante da necessidade de se ter uma cultura letrada no país para garantir, de fato, a educação como direito de todos, conforme previsto na Constituição Federal do Brasil (CF) de 1988 em consonância com a LDB 9394/96, entre outras obras. Buscando atender as legislações em torno da EJA, vários programas educacionais foram, e são desenvolvidos e ofertados para jovens, adultos e idosos, no entanto, também, vários foram e são esporadicamente descontinuados, ao menos em algumas regiões do país e por algumas instituições de ensino, como é o caso do MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização), Telecurso que foi adaptado e renomeado como Novo Telecurso (existente mas descontinuada e cancelada a oferta por algumas instituições/unidades de ensino) tendo os alunos que paralisarem os estudos ou se adaptarem a um novo processo educacional, se assim desejarem a continuidade pelos seus estudos, entre outros programas. Estes fatos contribuem para a perpetuação da ideia de que ações voltadas à escolarização de jovens e adultos são sempre temporárias e descontínuas, o que por sua vez, podem desestimular ainda mais o jovem, adultos e idoso a não darem prosseguimento em sua escolarização. Além de diversos fatores que podem desestimular o aluno a dar continuidade em seus estudos, outro fator provocante é o despreparo do docente e das instituições de ensino num todo para atuar neste segmento. Segundo Moura (1999), a educação de jovens e adultos deve ser considerada como uma prática sem improviso, a qual deve resultar de um planejamento de acordo com a realidade do aluno. O que não é incomum, no entanto inaceitável, observar professores lecionando sem nenhum planejamento, sem qualquer estratégia de ensino que 5 possa criar significado aos alunos, o que por sua vez, pode resultar na evasão escolar de alunos neste segmento.
3	CONCLUSÃO
Analisando a trajetória da Educação de Jovens e Adultos no Brasil, pode-se constatar que o marco dessa modalidade de ensino foi a criação de programas de alfabetização, cujo principal objetivo era erradicar a analfabetismo do país. A cada programa de alfabetização visando reduzir a zero as altas taxas de analfabetismo.
O aluno da (EJA) Educação de Jovens e Adultos trata-se de um público que historicamente vem sendo excluído, quer pela impossibilidade de acesso à escolarização, quer pela exclusão da educação regular ou pela necessidade de trabalhar. São alunos que na sua maioria, estão inseridos no mercado de trabalho, ou que ainda esperam nele ingressar, visam à certificação para manter sua situação profissional ou para o próprio conhecimento, objetivando a melhoria da qualidade de vida, ambos tiveram que romper barreiras preconceituosas, geralmente transpostas em função de um grande desejo de aprender.
Estes alunos tem a característica de responder pelos seus atos e palavras, além de assumir responsabilidades diante dos desafios da vida. Eles quando chegam à escola, trazem consigo muitos conhecimentos \u201cassistemáticos\u201d ou o que podemos chamar de \u201csaberes nascidos dos seus fazeres\u201d, o que gera também muitos \u201cmedos\u201d, pouca autoestima e pouca motivação para aprender, o que leva à índices consideráveis de evasão escolar.
Pretendemos com este trabalho apresentar propostas que venha amenizar esta problemática, pois pesquisando as possíveis causas da evasão escolar, o que leva o aluno a distanciar-se da escola. Nos enquanto escola precisamos analisar cuidadosamente, esta situação tão relevante, que necessita de uma atenção especial, com que venha de encontro a amenizar esta problemática, pois não é uma realidade que enfrentamos somente em nossa escola, mas nas escolas de todo o Brasil.
REFERÊNCIAS
http://www.cartaeducacao.com.br/especiais/vale/educacao-de-jovens-e-adultos-avancos-e-desafios/
http://www.altosertao.com.br/index.php/avaliacao-da-aprendizagem-dos-alunos-do-eja/
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/educacao-jovens-adultos-reflexoes-perspectivas-desafios.htm
https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/noticias/tudo-sobre-eja-o-que-e-e-como-funciona
https://www.infoescola.com/educacao/de-jovens-e-adultos/
https://educacaopublica.cederj.edu.br/artigos/16/25/reflexes-sobre-a-educao-de-jovens-e-adultos-e-a-formao-docente

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