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concepção de infância

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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO...........................................................................................4
3 CONCLUSÃO.........................................................................................................8
REFERÊNCIAS.........................................................................................................9�
INTRODUÇÃO
É indiscutível que a concepção de criança que existe na atualidade, como um ser que possui suas particularidades e precisa ser atendida em todas suas especificidades (psicológica, emocional, cognitiva e física), foi pauta de grandes discussões, sendo um processo longo e difícil.
Contudo essa mudança originou se novas exigências sociais e econômicas, sendo a Educação Infantil uma das mais importantes etapas da formação do indivíduo, pois é o momento que muitos consideram que a criança corta o cordão umbilical com a mãe, porque começa experimentar o mundo fora do ambiente familiar, sendo um alicerce primordial para a aprendizagem.
Entretanto no presente trabalho iremos abordar como se deu a nova concepção de infância, qual a relação que a política tem com a educação e se é ou não necessário o cuidar e o educar atuar de forma interligada na Educação Infantil e qual a importância, a contribuição desses fatores para a formação de um sujeito, garantindo lhe uma educação de qualidade.
EDUCAÇÃO TRANSFORMADORA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A concepção de infância é algo historicamente construído, a visão que se tem hoje de criança é completamente diferente da visão de séculos atrás. Se hoje a criança é o destaque da sociedade, lá a mesma era considerada um ser sem importância, inserida na sociedade dos adultos, realizando afazeres domésticos e trabalhando como aprendizes, sendo exposta a todo tipo de experiência, onde ela era afastada muito cedo de seus pais e passava a conviver com outros membros da sociedade.
Portanto, até o século XVII a criança era vista como um ser que não podia se apegar, pois a qualquer momento ela podia não estar mais ali. Nessa época o índice de mortalidade era muito grande devido as más condições de higiene, mas ao mesmo tempo o índice de natalidade era enorme ou seja, era vista como uma forma de substituição das crianças mortas como salienta Áries (1923) " ...as pessoas não podiam se apegar muito a algo que era considerado uma perda eventual..." .
 Contudo as reformas religiosas católicas e protestantes, ocorridas no final do século XVII, direcionaram um novo olhar sobre a criança e sua aprendizagem. A aprendizagem das crianças que antes se dava na convivência das crianças com os adultos em suas tarefas, passou a dar-se na escola. Essa mudança trouxe modificações profundas em relação à educação, esta teve que procurar atender as novas demandas que foram desencadeadas pela valorização da criança, pois a aprendizagem além da questão religiosa passou a ser um dos pilares no atendimento à criança.
Entretanto, quando se fala em política e educação é preciso saber que há uma relação legítima entre as duas, pois a educação tem a finalidade de formar o sujeito para o exercício da cidadania, ou seja a escola forma o sujeito para ser inserido nas forças produtivas do país, sendo assim a relação entre educação e política é explícita por estar articulada a projeto de sociedade e de sujeito.
Além disso a política educacional é permeada por uma intencionalidade, alguma necessidade para atingir um determinado objetivo, tendo esse ponto de vista claro entre política e educação, percebe-se que o conceito de criança influenciou muito na elaboração das políticas educacionais, pois hoje a educação infantil é a primeira etapa da educação básica, atendendo crianças de 0 a 5 anos de idade, sendo obrigatório os pais ou responsáveis efetuar a matrícula da criança ao completar quatro anos de idade em instituições de Educação Infantil.
Ainda convém lembrar que a interação e a brincadeira são imprescindíveis nessa primeira etapa da Educação Básica, são considerados os eixos estruturantes das práticas pedagógicas. O brincar, traz possibilidades de vivências de interação com outras crianças e adultos, uma vez que a criança é um ser social e se desenvolve em meio a sociedade. É por meio das brincadeiras que a criança emerge no processo de aprendizagem, facilitando a construção da autonomia, reflexão e criatividade. Dessa forma, a criança se desenvolve integralmente, abrangendo os âmbitos sociais, afetivos, culturais, cognitivos, emocionais e físicos.
Por meio da brincadeira e de atividades lúdicas, a criança atua simbolicamente nas diferentes situações vividas por ela, elaborando conhecimentos, significados e sentimentos. 
Quando as crianças brincam, assumem diferentes papéis. Assim, elas criam mecanismos para agir diante da realidade, substituindo ações cotidianas pelas ações cumpridas pelo papel assumido. É por meio das brincadeiras que a criança estabelece contato com o mundo físico e social.
No entanto a criança é vista como um sujeito de direitos, situado historicamente e que precisa ter as suas necessidades físicas, cognitivas, psicológicas, emocionais e sociais supridas, caracterizando um atendimento integral e integrado da criança. Ela deve ter todas as suas dimensões respeitadas. A criança não pode ser considerada um ser passivo sem voz onde o professor absolutamente é o dono da verdade e a criança se torna um depósito de conhecimentos como se fosse uma folha branca que nada tivesse aprendido até o momento de ingressar na escola, pelo contrário ela deve ser um sujeito ativo produtora de cultura e construtora do seu conhecimento, sendo assim a BNCC aborda seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento que asseguram a educação infantil:
Dessa forma a criança é considerado um ser observador,questionador,que levanta hipóteses,realiza suas próprias conclusões, neste sentido a infancia é algo que caracteriza a criança, a sua essência enquanto ser, o seu modo de agir e pensar, que se diferencia da do adulto. Portanto as práticas pedagógicas precisa estar ligada a uma intencionalidade educativa,garantindo o educador aos seus alunos vivenciar experiências que oportunizam o educando a ter conhecimento de si próprio e ao outro,sendo parte do trabalho do docente, refletir, selecionar, organizar, planejar, mediar e monitorar o conjunto das práticas e interações.
Para tanto, o desafio e exercício cotidiano do educador é: 
Procurar entender como vive essa criança, quais são suas condições de vida, seus problemas, seu universo cultural, os grupos dos quais participa, de onde ela e/ou sua família vieram, suas condições de saúde, sua história de vida”.(FAZENDA, 1994)
Porém é necessário que a criança seja observada integralmente, não para classificá-las em melhores ou piores pelo contrário é um instrumento que o professor pode utilizar para rever suas práticas pedagógicas, lembrando que cada aluno é único, possui suas particularidades por isso é preciso respeitar seu tempo e suas necessidades. Trata-se de reunir elementos para reorganizar tempos, espaços e situações que garantam os direitos de aprendizagem de todas as crianças.
 
‘’aprender é um longo processo por meio do qual o aluno vai reestruturando seu conhecimento a partir das atividades que executa. Se um estudante não aprende, não é porque não estuda ou não possui as capacidades mínimas, a causa pode estar nas atividades que lhe são propostas’’(BORBA;SANMARTÍ,2003,p.30)
CONCLUSÃO
Tendo em vista os aspectos observados, nota-se que a criança de um indivíduo sem importância, passa a ser hoje um sujeito de direitos, onde preocupa-se em atender a mesma em todas suas especificidades(psicológica, emocional, cognitiva e física),consolidandoos direitos de conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer ,tais direitos da Educação Infantil constituído na Base Nacional Comum Curricular que trata-se de um documento normativo que tem como função orientar a elaboração de um currículo específico de cada escola levando em consideração as particularidades metodológicas, sociais e regionais, direcionando assim um novo olhar para prática pedagógica na Educação Infantil.
Portanto o educar e o cuidar se considera indissociáveis na prática pedagógica, pois hoje a Educação Infantil não possui mais um caráter assistencialista como era antigamente e sim também educativo. O cuidar e o educar estão nas coisas mais simples da rotina pedagógica da Educação Infantil; desde a hora em que se está trocando uma fralda, alimentando a criança, no momento da higiene, todos esses aspectos que parecem ser simplesmente "cuidados", eles também podem e devem ser trabalhados dentro do aspecto educativo. Quando realizamos estas atividade é preciso conversar com a criança a respeito da necessidade daquele procedimento e já incentivando que ela tente fazer sozinha, para assim contribuir para a independência da criança.
Em virtude do que foi mencionado, considera-se de extrema importância que o cuidar e o educar estejam relacionados para uma Educação Infantil de qualidade. Para que a criança seja educada ela precisa receber cuidados imprescindíveis (cognitivo, afetivo, emocional, físico e social), que compreendam o desenvolvimento integral da criança, sem os quais seu crescimento estaria comprometido, sendo assim, o cuidar e o educar não se separa, a visão de higiene, alimentação e saúde é uma visão limitada do cuidar na educação, ou seja é necessário cuidar para educar.
REFERÊNCIAS
ARIES, Philippe. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro. LTC,1978.
Base Nacional Comum Curricular (BNCC): “A etapa da Educação Infantil” (da página 33 até a 37).Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download &alias=79601-anexo-texto-bncc-reexportado-pdf2&category_slug=dezembro-2017-pdf&Itemid=30192> Acesso em: 12, jul,. 2018.
FRABBONI, Franco. A Escola Infantil entre a cultura da Infância e a ciência pedagógica e didática. In: ZABALZA, Miguel A. Qualidade em Educação Infantil. Porto Alegre. Artmed, 1998.
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RAMPAZZO, Lino. Metodologia científica: para alunos dos cursos de graduação e pós-graduação. São Paulo: Stiliano, 1998.
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Sistema de Ensino Presencial Conectado
PEDAGOGIA
angélica menezes vargas
concepção de infância e a mudança na educação 
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Trabalho de Pedagogia apresentado à Universidade Pitágoras Unopar, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de Sociologia 
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