Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
KOTLER -ADMINISTRAÇAO DE MARKETING KELLER br . p • • rso n.tom p Pearson @ Pearson RPPT59857 .3' PARTE 5 CRIAÇÃO DE VALOR Já para a Brahma, a Ambev aiou uma nova Identidade vlsual paro destacar os atributos de sabor e expertiS8 teNejelra da marca. Adl- cionalmeote, às vésperas da Copa do Mundo de f utebol da Rôssia. a emJlfesa reforçou em suas comunicações o pauociniO à seleção bra- sileira. Em lermos de gestão de linha de produtos Brahma, a AmbeV aiou a Bmhma extra, com Ires salJores (/age!, red Iilgere we;ss), como estratégia de ampliação de linha. Por fim, para amarre Antarctica, a empresa patrocinou eventos populares em 2017, como o Garnaval de rua em mais de 40 cidades (mais de 35 milhões de pessoas), além dos tradicion~is festrvais de São JOOo no Nordeste e em ootras regiões do BraSIl. A categoria de cervejas premium promete ser txlstante promissora no país. Espera-se que, por exemplo, o volume de vendas no varejo e foodse",ke da categoria de ceNejas premlum lager cresça em média 4% ao ano entre 2017 e 2022 no Brasil. Portanto, a Ambev busca cres- ~er junto com o mercado e acelerar as vendas de suas marcas globais. Ê um mOVimento estratégico para reduzir a dependência dos resultados oriundos das marcas principais. Para a marca Budweiser, a empresa se reforçou por meio do patrocf- nlo oficial da Copa do Mundo de Futebol na Rússia em 2018. Já para a man::a Ste!la Mais, a pnncipal ação foi desenvolver O valor da marca por meio da ação Buy a lJ1dy a Drink. (Compre uma oobida a uma dama). em que o consumidor que comprasse a edição limitada do cánce da marta ajudéllla pessoas com dificuldade de acesso li água potável. A potencialização das embalagens retornáveis é uma das grandes apostas da Ambe'l. Basicamente, o consumidor troca embalagens va- Zias de 300 ml das marcasSkoI, Brahma, Antarctica e Bohemia porPfo- dutos novos nos varejistaS participantes (por exemplo, supermercados, pequenas lojas, pil swps elc.) no BraSIL A iniciativa também conta com uma inovação: a máQulIla 'minirretomáveis', na qual os consumidores depositam as garrafas vaZias recebendo em troca um cupom de des- cento pilra ser apresentado ao caixa. As embalagens retom~is geram uma reC€ita recorrente tanto para a cervejaria como para os supermer- cados participantes, Que conseguem vender mais por um preço cerca de 20% a 25% menor. Os primeiros resultados das três principais plataformas de cresci- mento sào animadores. As marcas mais importantes de cerveja da Ambev não se abalaram com as mudanças no ambiente de mercado. A soma da participação de mercado por volume de Skol, Brahma e Antarctica cresceu 0,3% entre 2016 e 2017, totalizando 56,3% do total de mercado (considerando o volume de vendas no varejo e fOO/1seNi· ca). O portfólio de ceNejas premium, por sua ~ez, cresceu dois digitos em 2017 perante o ano anterior, representando mais de 10% do vo- lume de cervejas da Ambev no Brasil. Nessa categoria, a Budweiser se~e liderando a categoria premium desde 2014, tendo Ctesddo mais de 30% entre 2016 e 2017. Porfim, a patencialização das embalagens retorniÍYeiS vem se mostrando bem-sucedida diante da crise. Em 2017. 29% da volume de cerveja oomen::ializado pela Ambev no varejo era de garrafas retornáveis. Mesmo com as coodlções advetsas do mercado, a Ambev não per- deu desempenllo. Sua participação de mercado em volume segue quase a mesma da verirlCílda em 2017. O volume de cervejas comercializado pela empresa aumentou 0,7% de 2016 para 2017, enQvanto o resultado da indústria foi ligeiramente negatIVO. lã a receíta lIquida incrementou 6,3%, acompanhando a mêdia de mercado. Assim, a Ambev obteve um lucro bruto de R$ 14,6 bilhões em 2017, 23% maior do que em 2016. ~ mais uma evidência da incrível capacidade de gestão de maJt<.eting da rwlor cervejaria do mundo diante de um metC<loo desafiador e VOlátil. Porém, cama serão os resultados da Ambev quando a Helneken enfim consolidar sua distribuiçao e portfôlio de produtos? Aguardemas as cenas dos próximos caPllulos. Questões Pensando comI) um gerente de marketing da Ambev, como a em. presa poderia diferenciar seus produtos atuais? Colocando-se na perspectiva de um consumidor de cerveja, q\lits novos seNlÇQS poderiam ser criados pela Ambev para dlfe!'enaar suas cervejas no Brasil? Quais sào as vantagens e desvantagens do (amanho do mil! lIt pnxMos 131001 da Ambev? Autora Marta Olivia Rovedder de Oliveira: professora adjunta da ProgrOIlll de pós-graduação em administração do DePilrtamento de ClênC\as M- ministrativas, na Universidade Federal de Santa Maria (PPGA' !>CA-U_ FSM). Possui graduação em administração pela Universidade Fe<lelil de Santa Maria, graduação em administração (habilitação comércio exterior) pela Faculdade Metodista de Santa Maria, mestrado em adrru. nistração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e doulol&Clo em administração (com ênfase em mar\(eting) pela Universidade Fede. ral do Rio Grande do Sul (PPGA-EA-UFRGS). Fontes foores: AMBEV. ImfiMkmal Presentatioo, m~Io 2018. Dispon~ em: .... " Ir.arntlev.com.br/ronteudo _t!l.asp?idioma-l &coota-44&tipo-43205>. Acaso em. 16 ouL 2018; AMSEV lANÇA SkoI Hops puro malte. Gl, 8 jun. 2018. Otspo. nível em: <hUps:f /g l .glObo.com/economia/midia.e.marketing;notlaa/ -lallCa-Skol·puro-malte.g11bTIl> . .\cesso em; 16 oot. 20t8; AMSEV. Noua DIsponível em: <htIpf.:// .... ww..ambeV.com.br/$Obre/nossa-hIStOria/> .Acesso"" 16 oul 2018; AMBEV. Produçãa. Olspooível em: <https://_.ambl'w.comtlll sobl&/producoo/>. Aresf.o em: 16 00JI.. 2018: AM8EV. Resultado da tnme5tre de 2017, 4 maio 2017. Oisponível em; <httpJ/ri.ambev.eom.br/c:an- teuda_ptasp?idiOIl\iJ - O&upo-43194&conta.n2:8&ld-243859>. Acesso .. 16 Oul2018; AMilEV. Resultado do quarto frimeslro e do 8fl()lre 2017, 1.1IW. 201. OlspolliYel em: <http://ri.ambev.COOl.br/conteuclOJ\t.asp?idlams-O&tJpO-CI 94&wnta-28&id- 251912>. Acesso 001: 16 oot. 2018: AM8EV. Resu/OOo cID segundo tnmestrede 1017,21 ju1.2017. DlspanÍ\leI em: <l\ttP:f /~.ilm~.com tIIl conleudC_plasp?idtoma-o.<po~43194&COnta-28&ld-248113> .~_ 16 Ol.lt. 2018; AMORIN, Lucas. A Heineken apertou a Ambeo<. E va l apef\ilr l!lnGf mais. Re0sta Exame, 26 jun. 2018. Disponível em: <https://axame.abrll.toIII. br/ rtegocios/ a_hei[}tken_aperto~a.ambev_e_l'a l _a pertar_alnda-mals/>. AcessO em: 16 ou!. 2018: ASSOCIAÇÃO Brasi~lra da Illdústria da Cerveja (CER\'III'ISIi! Mercado ce",e)eiro: dados do setor. Disponível em: <http://www.cet'lbtllll OI' br/nol'Osilejdados-do-setor/>.Acesso em: 16 ou!. 2018; DIAS, l.IJ\:l.Gulllletll'lt. Ambevl UrN g1g<lnle ameaçada? Sabe, 14 mar. 2011. Dlsponfvel em: <~'II www.sabe.com.brjblog! detalM/ ambe'l-uma -gigantIJ-ameac~B>. AcesSO iIIII 16 ou!. 2018: EUROMONITDR Intemational. íbSSPOrt - 6eer In Bram, Jyn/!G di 2018; ALGUEIRAS, Mana Luíza: RAGAZZJ, Ma Paulil. Como a Hei~ O- complic~ r ~ ~ida da Ambev no Bmsil. Re0sta Exame, 22 fev. 20 17. Di5ponNel_ <httpS:l/e~me.abcil.rom. bl/revisla--el1lmej esta-mals-(jiflcIJ-ser-a-oumefO-l'" Acess ~ em: 16 out. 2018; HElNEKEN persegue Ambev por um esp!!ÇO M llII!Y da bar. Gazela do Povo. 19 JUI. 2018. Disponível em: <h1tpS.:j/www.~ p!WO.com.br/ economia/heineken--versegue-ambev-por.um-espaCO·M.f\'ItSI" -<lo.bar-la9jII9PJ6Iug9ajyZlm!Jsev/>. Acesso em: 16 aut. 20 18: BRANOl. Tap 50 Mos! Vl.Iluable labn AmeOCan Br.rnds 2018. Kafllar fWPP. 2018. em: <hllpJ /briJndz.com/admin/uploadsJ rlle!VBrandZ..tatArrL2018_~ Acesso em: 16 out. 2018; KROEHN, fAilrcio. Por Que a Ambev é a empresa dO ana.Js.totDin/Jeiro,14seL2011. Dispom\oelem: <httP$·//www.iSlOediI\hellO.COII br/por-QtllHlm~r9S3-do.anll/>.Aces.so em; 16 out 2()18; Eduardo Femandes; MUllEH, Carlos V"nor Mullar. A cerveja no BrasU, O m~ da AgJicunura jllforrflilllOO e esclarecendo. Minisrtrio da Agrk:u/ttlf8, PtcU*I' f Abasfecimt"tltu. 28 aga.2011. Oispooível em: <httl>://www.agncultllr •. p.br assuntos/inspecao/prOOlJ\(lS-lIegetal/pastll.publicaCOil'S-D'PfJ.I/a-cerve;a-no- -brasiI-28-08.pdf>. Acesso em: 16 oul 2018; QUAlRO f~tores essef)Cla~ qgt m<Nem o mefCiloo de bebidas. Nie/sel1, 12 jul. 2016. Disponlvel em; <1Itq)S/ lI'WW.nielsen.com/br/pvpress-room/20 16/ 4-fator*esserlClals-QlIe'mcJIIII!I o- -mercado.de-bebidas.html>. Acesso em: 16 ollt. 2018; SKIX lança paçk ~ eial que gela latas sem tn-á-las da embalagem. Adllews, 8];)11. 2018. Di~ em: <~ttp:j / adlleWS.com.br/negocios/skol-lanca-pack-especlal-QUf:'.~·" -sem-tira-Ias-da-eml!<1IJgem.html>. Acesso em: 16 cu!. 20 18. CAPí T U L O 14 Desenvolvimento e gerenciamento de serviços À medida que as empresas encontram cada vez mais dificuldades em diferenciar seus bens, elas recorrem li diforenciação em serviços, seja por melo de entregas pontuais e respostas mais adequadas e rápidas às consultas, seja por melo de resoluções mais ágeis ãs reclamações. As prestadoras de serviço que alcançaram o topo conhecem bem essas vantagens e sabem como criar experiênciaS memoráveis para os clientes.' Uma empresa de serviços que entende bem como satisfazer melhor as necessidades dos clientes é a USM.2 A USAA Insurance é especializada na \'Cnda de seguros de automóveis e oulros produtos de seguros para aqueles Que prestam ou já prestaram seNiço militar e seus familiares. Aumentou sua participa- ção nos negócios de cada cliente lançan- do um banco do consumidor, emltinclo cartões de crédito, abrindo uma corretora de desconto e oferecendo uma se le~o de fundos mútuos sem encargos. Sua lendária qualidade de serviço levou ao mais alto índice de satisfação do clien- te no selor. Seus segurados costumam contar histórias sobre como a empresa está sempre atenta a suas necessida- des, chegandO até a aconselhá-los a não COntratar mais serviços do que realmente necessitam. Com esse nível de Cilnfian- ça. a USAA Cünta com alta fidel idade de d~ntes e aportunidades consideráveis de \Oenda cruzada. Ela treina seus atenden- tes de call temer a esclarecer dúvidlls de IlWestimento, além das chamadas rela- cionadas a seguros, aumentando assim a Produtividade e reduzindo a necessidade de teP-aSsar clienles a outros atenden- tes.. Visto Que os militares necessitam de acesso remoto a produtos financeiros Visto que é fundllmental entender a natureza espocial dos serviços e o Que SIgnificam para as empresas, neste capítlllo analisaremos sistematicamente os serviços e a forma mais eficaz de oterece-Ios. A ifll'IOjria ~Iidade de 5eMço ela U$AA, oltada oi ~a conlWlua, criou ~ tealdaoe do COIISII'IlIdoI". mais cedo e mais frequentemente do que os civis, a U$AA tomou-se líder tecnológica no setor de serviços financeiros. Foi o primeiro banco a PIImlitir depôsitos por iPhone de seus clientes militares e a conduzir chats de vídeo com soldados no campo de batalha. Não jmporta se 11 ClIente usa tablet, celular, computador ou vá a um de seus centros financeiros - localizados principalmente perto de bases militares -, a USAA está comprometida em fornecer um ser~lço exemplar. 43. PARTE 5 ! CRIAÇiO DE VALOR A natureza dos serviços De acordo com Q U. S. Sureau ofl .Olbar Stalistics. o setor de serviços CQntinuan\ a ser o prin. cipal gerador de empregos na economia norte-americana c deverá abrir cerca de 18 milhões de postos de trabalho entre 2010 c 201R, ou cerca de 88% do aumento esperado no lOtai dt empregos. Até 2020, estima-se que o setor de manufatura responda por 11,9% do total dt empregos, abaixo dos 12,4% ,-'in 2010 c dos 16,8% em 2000. O setor de manufatura perdeu e~ .. pantosos 5,7 milhões de empregos no período de 2000 a 2010,3 Esses e ou lro.~ números levaram a um cresct.'n!c in teresse nas particularidades do marketing de serviços.4 ABRANG ÊNCIA DO SETOR DE SERViÇOS o setor governamenlal, composto por tribunais, agências de empregos, hospitais, órgãos de financiamento. serviços militares, departamentos de polícia, corpos de bombeiro, corrtiol, agências reguladoras e escolas. faz parte do setor de serviços. O setor de organizações Jem fins lucralivos, composto por tnuseus, instituições de caridade, igrejas, universidades, fun- dações e hospitais, também faz parte do setor de serviços. Boa parte do seior empre5arial, no qual se incluem companhias aéreas, bancos, hotéis, seguradoras, escritórios de advo· cacia, consultorias em gestão, con~ultórios médicos, produtoras de cinema, empresas dt manutenção e imobiliári as, é outro componenlc do setor de serviços. Muitos trabaJhadores do setor de manufatura, como operadores de computador, contadores e assessores jurídL- cos, são literalmente prestadores de serviços. Na verdade, formam uma 'fábrica de serviços' q ue presta serviços à ' fábrica de bens físicos'. E aqu eles q ue Irabalham no setor de vareJo, como caixas, balconistas, vendedores e funcionários de atendimento ao cliente, tambtm fo rnecem um serviço. Definimos ,;eniço como qualquer ato ou desempenho, essencialmente inl<1ngivd, qut UIIlJ parte pode orerecer a outra e que não resulta na propriedade de nada. A execução de um 5tt- viço pode estar ou não ligada. a um bem concreto. C..ada vez mais, fabricantes. d istribuidorts e varejistas oferecem lõerviços de r..lo r agregado ou simplesmente um excelente atendimtnto ao cliente em busca da d iferenciação. Muitas prestadoras de serviços propriamente d itas usam a internet para chegar ao~ clientcs; algurna~ são inteiramente virtuais. CATEGORIAS DO MIX DE SERViÇOS o componente de serviço pode ser urna parte secundária Oll a parte principal da oferta total. Existem cinco categorias ele oferta ao mercado: 1. Bens puramente tangíveis _ bens tangíveis, como sabonete, creme dental ou sal, sem ne- nhum tipo de serviço associado a eles. 2. Bens tangíveis associados a serviços - bens tangíveis, como carro, computador ou celular, associados a uma garantia ou a um contrato específico de serviço ao cliente. De modo geral. quanto mais tecnologicam~'nte sofisticados forem esses bens, mais suas vendas dependerão de uma alta quaUdade de serviços de suporte. 3. Híbridos - o lertas. como uma refeição em um restaurante, igualmenle compoSla~ por bens e serviços. As pessoas frequentam restaurantes tanto pela com ida servida como pelo serviço prestado. 4. Servifo principal tUSOciado a bens ou st'rvifos secundários - um st:rviço principal, como viagens aéreas, com serviços adicionais ou bens de apoio, como salgadinhos e bebidas. Esst serviço requer um bem de atto investimento de capital - como lima aeronave -. maS o item principal é O serviço. 5. Servifo puro _ t!sscncialmente um serviço intangível, como o de babá ou \Una com;ulta de psicoterapia e wna sessão de massagem. Os restaurantes são bons exemplos de ofertas híbridas que combinam bens e serviçOS. Um' das marcas mais bem-sucedidas do setor é a Panera Bread.5 -------------------------------- DESENVOLVIMENTO E GERENCIAMENTO DE SERViÇOS cAPfruLO 14 431 pAHERA BREAD Fundada por Ron Shach camO uma padaria de Baston cf1amtldil COOkie Jar em 1980. 11 Panera Bread despon- IOU ao longo do tempo como lfder. junto com a rede Chipotle. na categoria de restaurante faSl casua(. A panera combina a agilidade e a conveniéncia de um fast-food com a qualidade e o menu variado de um restaurante com ser- '0'$1 de mesa. Essa rede visa B "pessoas que gostam de comer bem e que entendem e In- teratem com os alimentos ou aquelas que es- tão perto disso· vendendo comida fresca 'real' a preços cheios que os consumidores estão mais dO que dispostos a pagar. Uma atmos- fera despretenSiosa - sem 5el'liço de mesa, mas também sem limite de tempo - incen- tiva OS Clientes a protong<lr sua permanência no recinto. A marta li vista como 'IOltada para a famnla, sem deixar de ser sofISticada, ofe- recendo pão artesanatsaído do fomo, atém de um cardápIO completo de sanduiches, sa- ladas, SOPélS e cafê da manhã, tudo saudâv€i e saboroso. A Panera inlWQU de várias manei- ras. infundindo uma fo rte conSCiência soclat em muItO do que fa2. Com o slogan Live Cons- c/ousty. Eac DelicIOUsty (Viva conscientemente e coma deliciosamente). o enlão diretor de malketing dll empr'esa, Michael Simoo. capi- taneou uma série de iniciativas sociais e co- munitárias, como 11 Panera Bread Foundatioo. colaborações com a Fee<l ing America e doa- ções a instituições locais de combate à fome e de caridade. A empresa abriu cíoca tojas Pallefa Cales em Que o consumidor paga o Quanto pode. Em outras áreas de mar1leUng, impulslOflOU seus gastos digitais e ostenta um programa de fidelidade com 14 milhões de aSSOCiados, o que representa quase a metade de suas transações. '-0 moae!o fast r.1SUilI LJ(lde ser cLassilil:(l(\Q llOIT1Q uma o-pçêo dI climent3ÇAo 1013 Uti ""SI!, um de,,"" "cimo do cMmodo "'-I kJod. (N. d~ R.T.) Em raz.ão dessa ampla gnmn, fica difícil gelleraJ i7.ar os serviços sem uma distinção mais aprofundada. I Os serviços podem ser baseados em equipamentos (lava-rápidos de aulomóveis, má - quinas de veadas automática~) ou baseados em pessoas (lavagem de janelas, serviços de comabilidade). Os serviços baseados em pessoaS podem ser d ivididos enlre os q ue não requerem nenhuma qualificaçiio. o~ que requerem alguma q ualificação e os que exigem especializl"tç.iio. I As empres."1s prestadora~ de serviços podem optar por diferentes processos para rornecer ° serviço. Os restaurantes, por exemplo, apresentam-se em diferentes formatos: cafeteria, lanchonete, bufê e ambiente à luz dt! velas. I Alguns serviços exigem a presença do cliente. Uma cinlrgia cerebral exige 1\ presença do cUente, mas o conserto de wn carro, não. Se a presença do cliente é indispensável, o presta - dor de serviços tem de levar em conta suas necessidades. Os proprietários de salões de be- leza investem na decoração e na música ambiente e procuram manter conversas agradáveis com a clientela. lkIer ria categOrIa lIe rastaur8llU! 'as: casual .• Parl(llll BIlIitd tarrtlém a l>rIu ~ lIl1 q 118 o COIIStJITliolor pa~ o quanto pcx!e gabri Realce .. 8 PARTE 5 \ CRIAÇÃO DE VALOR I I Os serviços podem atender a I,lm:lllecessidade pessoal (serviços pessoais) ou u,ma necessida. de emprrsarillI (serviços empresariais). De modo geral. os preSLadorcs de serVIços desenvol_ vem planos de marketing específicos para cada um desses mercados.. . Prestadorcs de serviços diferem em objetivo (com ou sem fi ns lucratiVos) c em tIpO de pro- priedade (privado Oll público). Es.~as duas característica. ... quand~ combinadas, ~roduzem quatro tipos de org.loi'lação bem diferentes. Os planos de markehng de um hospital parti- cular diferem de um hospital benefi cente. No caso de alguns serviços. os clientes não conseguem avaliar sua l}ual.iclade técnica m~mo depois de o terem recebido. A figura 14.1 relaciona diversos bens e SCfVlÇOS de acurdo com I dificuldade de avaliação.6 No lado eliqucrdo, aparecem os produtos com alto n ível de quali_ dades pesquisáveis _ isto é, caraclerísticas que podem ser avaliadas pelo co~prador an~es da compra. No centro, estão relaci(ll1ado~ oS produtos que apresentam alto DIVeI de qualidades experimentáveis _ caracteristicas que podem ser avaliadas após a compra. E, por ~m, à di reita aparecem os produtos com nlto nível de qualidades credel1ciá~eis - isto é, c~ractensticas que o comprador normalmente acha difícil de avaliar mesmo depoIS do conswno. . . Visto que os serviços geralmente apresentam alto nível de qualida.des expenment~ve:s e cre· denciáveis, sua aquisição apresenta um maior Índice de risco, com dIversas consequenC13S. Em primeiro lugar, os consumido res de serviços costwnam confia~ mais n~ comuni~ação boca,a boca do que em propaganda, Em segundo lugar, ao julgar a qualIdade, d.i.o grandt' ImportânCia ao preço, ao atcndente C aos faton:s vislveis. Em terceiro lugar, são alt;~mellte fi.éis aos.pres~a dores de serviços que os satisfazem. Quarto, devido aos custos variávelS envolvIdos, ha mUIto comodismo do consumidor e pode ser diflcu tirar um cliente do concorrente. Rcun 14.1 AvaliaçAo par.! d1ferentes lipos de produto .. Na maioria, serviços .. ~o niveI ele Alto mel ele qualidadeS Ano niwel de quaKdaáeS quafidadM pesquisbeis uperimentá-feis credenciâYeis OHiculdade de avallaçia Fonte: 1[l1HAML, Vi>!ane A. How COnsumei Evaluation Processes Differ belWeefl Goods and SerVIC&S. 111: OONEllV,:~ GEORGE, WiIIlam R. (eds.). ~~ oISer'l'ices. Chicago. American MilfketrngAssocratlOll, 198\ . R~lIlkIo com a da Americ<ln Ma .... etiIl6Associatlon, 'd . rual am-Embora a fidelidade do cliente pos~a ser um componente lOrte os serVlços, no a _ biente de comunicaçõcs, uma única falha de serviço pode se tornar um pesadelo de relaçõtS públicas e minar essa fidelidade, como a CarniV'àJ Cruises veio a descobrir.a. O~SENVOlVIMENTO E QERENC IAMENTO DE SERVi ÇOS CAP[TULQ 14 43' Um desastre a bordo em um dos n,)'<ios de cruzeUll da C8mlY!Jl j;lou protrl!mIS em IOOgo lI",uD pala 8 empresa CARNNAL O Camival Triumph estava no ter- ceiro dia de um cruzeiro de quatro dias que haVia partido de Galveston, no estado nMe- -americalll) do Telils, com destino ao MéXI- co, quando um incêndi[J na sala de máqUI- nas deimu a embalcação à deriva e 3.100 pa$CIgeiros com acesso restrito a comida, água e banheiros. O esgoto transbordou para OS colTedores e os deques infenores ficalam insuportavelmente Quentes. Quando a em- barcação retomou à costa após cineú longos dias, o CEO recebeu os passageiros no de- sembalque e entregou a cada um deles US$ 500, transporte de volta para casa, reembol- so lotai pela viagem e um crédito para outro cruzeiro. No entanw, dada a publicidade em tomo do Que a midla chamou de 'cruzeiro fé.. bdo', os danos eram irreparáveis. A opinião pública sobre o setor de cruzeiros como um todo decaiu. A Camival viu suas reservas diminuírem 20%, obrigando a empresa a repassar grandes descontos para enCfler as embalcaçôes. Pala evitai futuros problemas, a linha de cruzeiros investiu U$$ 600 milhões para atualizai sua frota e contratou um novo VP de operações técnicas para supervisionar as ações de segurança. CARACTERíSTICAS DISTINTIVAS DOS SERViÇOS Os serviços apresentam quatro características principais que afetam enormemente a elalxrração de programas de marketing: inlaltj,"ibilidade, ínsepnrabilidnde, variabilidade e perecibilidade.9 INTANGIBllIDADE Ao contrário de bens lallgívcis, os serviços não podem ser vistos, provados, sentidos, ouvidos ou cheirados antes de adquiridos. Uma pessoa que se submete a uma cirurgia pl~stica não pode ver os resultados exatos antes que o procedimento seja feito, assim como um pacien te de psiquiatria não consegue saber o efeito exato dó tratamento. A fim de reduzir essa incerttL'1, os consumidores procuram perr sinais ou evidências da qualidade do serviço dedu- zindo a qualidade com base nas instalações, n3..~ pessoas, nos equipamenlos, no material de comunicação, nos indícios e nos preços. Por isso. cabe ao prestador de serviços 'administrar as evidencias' para 'tangibilizar ° intangívcJ'. IO As empresas pr~tadoras de serviços podem tentar demonstrar a qualidade de seus serviços por meio de prova física e apre$Cntat·tlo.1J Suponhamos {Iue um supermercado queira se posi- cionar como 'rápido'. Ele pode tornar tanglvel eSSe posicionamento estralégico usando várias ftrrarncnlas de marketing: I . Instalações - a d isposição dos caixas e o Ouxo de pes.~oas devem ser planejados cuidadosa- mente. As mas não devem ser longas. 2 PUSOQS _ os hmcionários dos caixas devem estar ocupados, mas é preciso que haja um nÚmero suficiente deles para administrar ovolume de lIabalho. 3, Equjpamentos _ equipamentos de scanner, máquinas de cartão de crédito e caixas auto- rnâticos devem ser 'de última geração'. 4, Material de comunicação _ o material de comunicação, como sinalização e folhelo s, com textos e imagens, deve passar a ideia de eficiência e rapidez. f PARTE 5 CRIAÇÃO DE VALOR 5. Simbolos - o nome e o símbolo do supermercado devem sugerir serviço rápido. S. Preço _ o supermercado pode oferecer um d~conto de $ 10 a qualquerdiente que ficar na fila por mais de cinco m i,nulos. A Disney domina a arte de ' Iransfonnar o intangível em tangível' e de criar fa ntasias mági_ cas em seus parques lcrnâticos.u A Tabela 14. 1 avalia experiências de marcas em geral no to· cante às dimensões sensorial. afetiva, com portamental e intelectual. As aplicações aos serviços são claras. TabelllU DimeilSOOs de uma experlência de marca Sensorial I Essa marca causa uma forte impr~o sobre minha visão ou outros sentidos. I Eu coosidero essa marca interessante de uma forma sensmial. I Essa marca não atrai meus sentidos, Afetiva I Essa marca induz sentimentos e sensações. I Essa marca não evoca emoções fortes em mim. I Essa é uma marca emocional. Comporta mental I Essa marca me impele a ações e comportamentos fJSicos quando a uso. I Essa marca resulta em exp6fiénclas COl'pOtais. • Essa marca não é orientada para a ação. Intelectual I Essa marca me impele a uma série de pensamentos quando me deparo com ela. I Essa malca não me lar pensar. li Essa marca estimula minha curiosidade e resclução de problemas. Fonle: IlRAKus,.loSIw; SCHMm, Bemd H.; ZAAANTOHEt tO, UI!. Brand ExpDllem:e: Wtlat Is 11? How Is 11 Measured? Does ItAlIed l.oy8lty? ~rI Marlreünt 73, llIilio 2009, p. 52-68. Na ausência dt:: um bem tangível, as instalações do prestador de serviços - slnalizaçôes primária e secundária, projew ambiental e área de recepção, vestimenta dos funcionários, ma- terial suplementar, e assim por diante - são especialmente imporhmtes. Todos o~ aspectos do p rocesso de prestação de serviços podem in corporar a marca, e é por isso que a Allied Van Lines se preocupa com a aparência de seus motoristas e trabalhadores; a UPS desenvu~veu um brand equity tão forte co m seus caminhõt::s marrons; e os Hotéis Doubletree da rede Hilton oferecem biscoitos de chocolate fresquinhos para simbolizar cuidado e cordialidade. É comum os prestadores de serviços escolherem elementos de m arca - logotipos, simbolos, personagens e slogans _ para tangibiliz,,'u o scrviço e sem principaj~ bcnefi~ios, por ~xemplo, os 'céus amigáveis' da United. llS 'boas mãos' da AllstaLe e a natureza em alta da Mernll Lynch. INSEPARABll1DADE Enqua nto os bens materiais são fabricados, estocados. distribuido.~ e mais tarde con sum idos, os serviço!> são produ"ddos e consumidos simultanearnente. t3 Um corte de cabelo não pode ser armazenado nem produzido sem o cabeleireiro. A ~soa encMrcgada de prestar o serviÇQ é parte dele. Uma vez que o cliente também costmna estar pre~nte enq~anlo o serviço é exeçutado. à intentção prestado r de serviÇQs-cliente é lima c.uaclerlsttca especial do marketing de serviços. No caso de entreknimento c de serviços profi ssio nais, os compradores estão m uito interes.<:ados em um prestador de serviços específico. O show não será o mesmo se Taylor $wift estiver indisposta e for substituída por Beyoncé, ou se uma defelia judicial f~r desem penhada por um estagiário porque o especialista em ações anUtruste David Boies naO está disponível. Quando os clienLes demonstram forte preferência por determinado prestador de serviços, SCl\ preço al\m~nta para radonar seu tempo limitado. H á diversas estratégias pata ~uperar as limitaçõcs da, inseparab ilidade. O prestador de 5~r' viços pode traballlar com grupo~ maio res. Algu ns psicoterapeutas transfom13ram suns sesSõeS de terapia individuais em ~essões com pequenos gru~os e, mais tarde, em sessões co~ gru~; com mais de 300 pessoas reunidas em um gran de salao de hotel. O preslador de serviçoS po O~SENVOLVI MENTO E GERENCIAMENTO DE SERViÇOS trabalhar mais rapidamente - os psicoterapeutas, por exemplo, podem d iminui r a duração de suas sessões de 50 minutos para 30 minutos e llssim alcnder mais pacientes. A organizaçiio de serviços pode treinar um número maior de atendentes e, desse modo, inspirar m ais confiança nosdicntes, como feL; a H&R 810ck com sua rede de consuJtores financeiros hem prepa rados. VARIABILIDADE Vi. .. to que dependem de 'por quem', 'onde' e 'quando' são fornecidos, os serviços são altamente variáveis. Alguns médicos são muito ar.ivcis. outros nem tanto. N; emprl'SaS de serviço sabem que a variabilidade em seu desempenho as coloca em risco. A rede de hotéis Hilton iniciou um grande program:l para dar mai!> uniformidade às experiências dos hóspedes. H CAPiTULO 14 .. , HOTÉIS HILTON Entre 1964 (quando a Hil- ton Hotels vendeu seu licenciado estrangeiro HiltOll Intemational Co.) e 2006 (quando o comprou de vofta) as duas empresas opera- ram de forma Independente; em decOIrência diSSo, a marca Hilton não mais proporcionava aos clientes uma experiênçia uniforme de alta qualidade. O analista de pesq uisas da Nomu- /3, HalT)' Curtis, disse:_ "Os padrões de mar- ca na Europa sempre foram muito diferentes daqueles nos Estados Unidos. Acho que eram, sinceramente, um pouco mais frouxos na Europa". Chris Nassetta, nomeado CEO em 2008, iniciou o H360, um projeto destinado a rever tudo, desde o café da manhã até as amen idades de banho, 11 decoração dos lob- bles. O serviço de WI -Fi, a arquitetura do hotel e o tratamento dado às reclamações de clien- tes em lodos os hotéiS da em presa . Segundo Nassetta; 'Havia uma enorme quantidade de inconsistências nos minlmos detalhes com que os hóspedes se Importam". Como resul' tado do H360, proprletMos independentes de hotéis da rede Hitton nos Estados Unidos e no exterior foram 'obrigados a se atualiza r confor- me os padrões da marca, quando necessário, ou seri am retirados da rede, Proteger a marca pare ce ter servido bem aos negócios - em 2010. a empresa tinha o maior brand equity dentre quase 40 redes hoteleiras. Os consumidores de semços conhecem essa variabilidade e costumam se informar com outros coru.umido res antes de escolherem determinado prestador. Para tranqllilizar os cUen lcs. algumas empresas do selo r o{erec~m garQntiQs de sen'iço que podem reduzir as percepções de risco do cliente. I'> Veja a seguir t rê!> p roviMnciàS que as em presas de serviços podem tomar para garantir a q ualidade. 1. [uvestir em bons processos de recnllame"to e trei- namento. Recrutar os funcioná rios certos e oferecer a eles um excelente treinamento !>iio providências es- senciais, seja qual for o nível de qualificação exigido. Os funcionários mais bem capadtados exibem seis característ icas qu e melhoram a qualidade de serviço: competência, cor Lesia, crcdibilidade, confjabilidade, capacidade de resposta e comunicação. 2, Padronizar o processo de execução do servifd em roda a organizaçM. Um mapa de serviços pode delinear o pro- cesso de serviço, os pontos de COlltato çom o cliente e a evidência de serviço do ponto de visLa do cliente. til A Figura 14.2 mostra um mapa de serviços desenvolvido para um hóspede de hotel. 17 Nos bastidor~, o hotel deve ajudar habilmente os hóspedes a passar de uma etapa para a seguinte. -Os mapas de serviços podem ser úleis para idcntiucar 'pontos críticos' para o.~ clientes, desen- volver novos serviços, apoiar uma culturà de 7.ero defei- tos e elaborar estratégias de recuperação de serviços. J. Acompanhar asutisfaçfiu do diellte. Utilize :.istt!JIlas de sugestão e de reclamação, pe!>quisas com cl iente!> e com- paração com concorrentes. As nece.<lsidades dos clientes podem variar de acordo com a área, po.o;.sibilitando às empresas o desenvolvimento de prognunas regionai!> de satisfação do clicnte.18 M empresas também podcm de- senvolver bancos de dados e sistemas de informaçôes do cliente para oferecer lUll scíViço mais personalizado, em especial pela intemet.19 , II o lIfOt'atTIII tf360 00 tf 1011 criou padrile! maIS ellMIdos e lNIis UI! klrmes ele ....'Çt1 pala 10085 8S ~ proprieOactts pelO mundo. •• 2 PARTE 5 CRIAÇÃO DE VALOR o ~. ~i! ~ I i ~ • ~ li o li >l i ~f • - ,. d §! '" '" l!~J! .-~ o~ ~ 11 -~ .2 E ~ . d Oi !. H€ "IP ~ o o~ H .li l! E ht,,_ o i . .ê HH~ • < • E o in • • -• ~E • .:;-{ <~ ~ . iH - ~ 1< i! • 111 ,. :;! ~ g, " O~ Ji • ~ " ~ " • ~ ~ < ~ ~~ jjl! • ~ll~ "i" ~ ;; ~g~ H '" 13 i.g . . ~~ & ~~o OOi H~ lo. ~.! I !~ ~I ~>l .§ .. i s >l ~ 5 e'~ h lO· ~ H >l ~ESENVOlVIMENTO E GERENCIAMENTO OE SERViÇOS As empresas de serviços também podem criar planos de comunicação e informações de rnarketing para que os consumidores sajbam mais sobre a marca do que sua experi~ncia sub- jetiva lhes diz. PERECIBIUDADE Serviços niio podem ser estocados; por isso. sua perecihilidade jXlde ser um problema quando a demanda oscila. Por exemplo, por causa da demanda na hora do rush, as empresas de transporte público precisam ler um número bem maior de equipamentos do que se não houvesse oscilações na demanda durante o d ia. Alguns médicos cobram dos pacientes uma taxa de não comparcdmcnto a consultas, porque o valor do serviço (a disponibilidade do médico) exi~te somente no momento da consulta. O gerenciamento de demanda ou de produção é crucial - os serviços certos devem estar disponíveis aos clientes certos, nos lugares certos, na hora certa e ao preço certo para maxi,mi - 13r a lucratividade. Existem várias estratégias para estabelecer mais equilíbrio entre demanda e oferta de serviços.20 Em relação à demanda: I Preços diferenciados transferem parte da demanda dos períodos de pico para os de baixa'. podemos citar como exemplos os descontos oferecidos nos ingressos de cinema para alguns dias da semana altos descontos no aluguel de carros no fim de semana.21 I Períodos de baixa demanda podem ser aproveitados. O McDonald's oferece serviço de café da manhã e hotéis promovem pacotes para o fim de semana. I Serviços complementares podem oferecer al ternativas aos clientes que estejam aguardando em uma fila, como bares em restaurantes e caixas eletrônicos em bancos. I Sistem4S de reserva são uma maneira de administrar o nível de demanda . CoJl.1panhias aéreas, hotéis e cOIL'iulrórios médicos os util izam muito. Em relação à oferta: I Fundondrios que trllballwm mno períod" podem ser contratados para atender ao pico da demanda. Universidades contratam professores para trabalhar meio período quando o número de matriculas cresce e lojas contratam vendedores extras no final do ano. I Rotinas de eficiência para o horário de pico podem ser introduzidas para que Q...'\ funcioná- rios desempenhem apenas tarefas essenciais durante os períodos de pico, como os parame- dicas que auxiliam os médicos ll()S momentos de alta demanda. I Maior participação do cfjclltc libera o tempo dos prestadores de serviços. Os clien- tes preenchem suas fichas no consultório médico ou embalam suas compras no supermercado. I Serviços compartilhados podem melhorar as ofertas. Vários hospitais podem compartilhar as compras de equipamentos médicos. I Instalações vísando à expansão flltllra podem ser um bom investimento. Um parque de diversões compra a hea ao seu redor para expansão posterior. Para as redes de fast -food, as cabines drive-throllgh são UlD meio de expandir as oportuni- dades de venda para além das refeições à mesa. Esse serviço gera impressionantes 70% da re- ceita do setor. De acordo com a rrviSla QSR, a Taco BeU opera al- gumas das cabines drive-through mais rápidas e precisas. A em- presa tem como objetivo gastar tres minutos e 30 segundos por pedido e busca constantemen- te formas de baixar segundos e COrtar custos.22 CAP íTULO 14 •• 3 Uma ,mpon:ante lom~ d~ receita para as redes de fast· foOO, a Taco Bell destacou·s~ na agllldaOe e precisa0 de seu sI'rvlOO drlvet~rouilh, ... PARTE 5 1 CRIAÇÃO DE VALOR As novas realidades no setor de serviços No pass.1dQ, as empre;.as pre,~ladoras de serviços ficavam atrás do setor industrial com relação ao conhecimento e à ULiU7,ação do marketing, seja porque eram pequenas, seja porque etÚrenta_ vam alta demanda ou um nível de concorrência baixo. EntretanlO, esse quadro mudou. Alguns dos profissionais de marketing mais talentosos agora trabalham para empresas de serviços. Uma que merece aplausos pdo Sllce~so de seu marketing é a Singapore Airlines.u SIr"GAPORE AIRlINES A Singapore Airlines (SIA) é amplamente reconhecida como a 'me- lhor' companhiil aérea do mundo, em grande parte devido a seus extraordinários esforços de marKeting. A companhia recebe tantos prêmios que tem de atualizar seu site mensalmente. Fa- mosa por mimar seus passageiros, a SIA busca continuamente surpreender seus clientes e su- perar suas expectativas. Foi a primeira a ofere- cer sistemas de entretenimento sob demanda em todas as classes de VOO, sistemas de som Dolby e um seNiÇú exclusJVü a passageiros de classe ex.ecutiva e primeifi:! classe para reserva de refeições antes do embarque. Graças a seu exctllSlvo simulador de USS 1 milhão, desen- volvido para reproduzir as COndiÇões de pres- são e umidade do ar no interior de um avião, a SIA descobriu que as pap\\as gustativas mu- dam durante o voo e que, entre outras coisas, era preciso reduzir o tempero das refeições servidas a bordo. Seus novos contratados re- cebem quetro meses de treinamento, o dobro da média do setor, e os que já pertencem ao quadro de fu ncionários recel:>em quase três semanas de cursos de reciclagem iJ(l r imo (ao custo de US$ 70 m\lhôes). Com sua reputação estela r. a companhia atraI alguns dos melho- res graduados da região e aloca para cada voo mais comi~rios de bordo e outros membros da tripulação de cabine do que a concorrência. Ela adota a regra 40-30-30: 40% dos recursos vão para treinamento e motivação da equipe; 30% são gastos com a reava \\ação de proces- sos e procedimentos; e os 30% restantes ~ao para o desenvolvimento de novos produtos e ideias de serviços. A q~elidade de serviço ~pliJr da SlIIgapore Airlines começ8 com seus ramoolS coml$$áJlos de ba!1lo. MUDANÇA DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE De modo geral, os consumidores norte-americanos têm grandes expectativas quanto à preso tação de serviços _ o que explica por que, com frequência, acbam que suas neces..!.;dades não são adequadamenle atendidas. Um estudo de 2013 da forrester pediu aos con~"Umidores que avaliassem 154 empresas quanto 30.> grau de atendimento a suas necessidades e ao grau de facili' dade e satisfação de fazer negócios com elas. Quase dois terços das empresas fo ram classificadas apenas como 'OK', 'ruim' ou 'm uito ruim'. Varejístas e hotéis tiveram a melhor dass.ificaçâo em média, enquanto os pr()vedore~ de serviços de internet, s."1úde e televisão foranl m piores. ;..s que tlcaram no topo do ranking fo ram Marshalls, USAA (banco), Amazon.cO!l1, Kohl's. Targ~t, Courtyard by Marriott, Saro's Club, Rite Aid, Costco, Lowe's, n Man., JCPenlley e Marrioll Hotels & Resorts?' As avaliações negativas no setor de serviços ocorrem por vários motivos. O~ clientes reda- mam de informações imprecisas; fWlCionários desatenciosos, grosseiros ou mal treinados; e D~SENVOLVIMENTO E GERENCIAMENTO DE SERViÇOS I CA~rlULD 14 longo tempo de espera. Pior ainda, muito.~ tlcham que suas queixas nunca chegam realmente aoS ouvidosde alguém por causa de sistemas len los ou falhos. seja por telefone , seja pela in- temeL Dizem que as empresas tratam inadequadamente as queixas on-line ao responder de modo selelivo ou inconsistente (ou simplesmente não respondendo) e pordarevasiva..~, soando insinceras ou tenlaodo apenas 'subornar' o consumidor.25 Não lem que ser assim. Cinquenla e cinco operadores atendem a 100 mil chamadas por ano geradas pelo serviço 0800 da ButterbaU Turkey - 12 mil somente no dia de Ação de Graças - sobre como preparar, coz.inhar e servir rem ... Treinados na Un iversidade de Butte.rball, todos OS operadores prepararam dezenas de perus de diversas maneiras e sáo capa7.es de lidar com inúmeras dúvidas que chegam até ele:r., inclusive por que os clientes não devem guardar pems na neve ou como saber quando estão prontos.Ui Profissionais de marketing de serviço~ perspicazes reconhecem as novas realidades do setor de serviços, tais como a importância do poder do cliente, da coprodução com o cliente e da necessidade de envolver os funcionários tanto quanto os clienles. pODER DO CLIENTE A era digital claramente mudou o relacionamento com os clientes, que estão se tornando mais exigentes lla aquisição de serviços de suporte a bens e têm pressionado por 'serviços avulsos' e pelo direito de selecionar os elementos que desejam. Cada vez mais pre- ferem não ter de lidar com um prestador de serviço diferente para cada tipo de equipamento, e algumas assistências t&nicas, cientes disso, passaram a ate nder uma gama maior de aparelhos. Uma empresa de encanamento também pOOt' dar manutenção a condicionadores de ar, fornos e outras componentes de uma infrae.<õtmturn doméstica. O mais importante é (lue a internet deu poder aos clientes ao permitir que enviem seus co- mentários para todo o mundo com um d ique do mouse. Embora uma pessoaque tenha uma boa experiência como cliente esteja mais propensa a falar sobre isso, alguém que tenha uma experi- bloa ruim va.i falar com mais pessoas?7 Noventa por cento dos clientes irritados relalamm com- partilhar sua história com um amigo; agora, podem compartilhar suas histórias com e,c;tranhos tamMm. No PlanetFeedback.com, os clientes podem enviar uma reclamação, elogio. sugestão ou pergunta diretamente a uma empresa, com a opção de também comentar pu blicamente no site. Sites como Angie's liSl, Yelp, Google Placcs e Urbanspoon sào outros meios populares de espalhar notícias sobre aventuras de atendimento ao d iente. Ainda mais desafiador para as empresas é o f<lto de que clientes insatisfeitos com o aten- dimento podem optar por gravar um vídeo prejudícial para compartilhar ~eus infortúnios. A seção Memorando de marketing: Luzes! CtJ /II era! Desastres no atendimento ao cliente! descreve alguns desses notáveis desastres revelados por vídeos divulgados na internet. MEMOU NDO DEr, r' ~ . .' .. ' '. ':' ... lUZESI CÂMERASI DESASTRES NO ATENDIMENTO AO CUENTEI A ~Iosão de vídetJS publicados na Internet impõe muitos desafios às emPlI!SaS. Não só clientes, mas também funcionários podem pre- JUdICar a reputação de uma empresa, e a internet amplia em muito o Itnpa(;l(l disso. United, você quebrou minha guitarra Taylcr I United, que 1lf8nde amiga você é I Você quebrou, você deveria consertar I Voe! é re5pllllsável, admita I Eu dlM'lria ter Wladll com ootra comPélnhia ou ido de carro I porque a United quebra guitarras. MultaS redes de fast-food livefam que lidar com oomportamenlOS pouco li· SOI"J!!ros ou impróprios captllrados em vídeo por seus empregados, a tikllo de bnncadeim. Clipes on-line mostraram um funcionátlo da Weoors com a boca aberta debaixo de uma miÍQUina Frosty, OWO ela Domlno's COlocarK1o QueIjo no nariz e muco em uma pizza para emrega e outro da Taco Bel! kwnbendo uma pilha de Iortllhas para taco. TOda organização de 5eJ\liços pode ter de pagar o preço de uma falha de sel'ilço. Quando o cantor canadense Dava carrol! teve danos da Otdem de US$ 1,2 mil em sua gu1t8rfa Gibson de US$ 3 mil após um voa da Unlled, ele aprvveitou sua energia criativa para lançar um vídeo ~lTIOrl"suco no YouTube, intitulado United Breaks Gultars (a United que· bra guitarras), com este refrilo cativante: O vídeo de Carroll sobre seus frustrantes esrorços pala fazer com que a United pagasse pelos danos teve mais de cinco milhões de vISualiza- ções. A companhia aérea entemleu a mensagem e doou um Cheque de US$ 1,2 mil a uma insliUJição de caridade designada por Garrot!. Ela passou a usar o incidente para treinar os encerregaclos de bagagens e os representantes de atendimenLQ ao cliente. Depois que uma cámera de segurança detectou um motoriSta da FedEx entregando um monitor de computadOf jogando-o por cima de uma cerca de quase dois metros em vez de tocar a campainha da casa, o vídeo de 21 segundos publicada no YouTube pelo cliente irado recebeu milhões de visualizações e multa publicidade negawa. A FedEx publi - cou um pedido desculpas no próprio YouTube, intitulado Absolute/y, Positively Unacceptable (Absolutamente, positivamente inaceitável) r PARTE 5 CRIAÇÃO DE VALOR - parlXl\ando seu antigo slogan pub!icitá ~ o, embora com allenas uma fração das Irlsualil açoos. A FedEx nâo só substituiu gratuitamente o monitor do cHentll, como também comllartil hou o vídeo Internamente com os funcionálios. Footes: l+OROVfJZ. Bmce. Wemt)"s Is lil t~ til See Gross pt\oto Go Vrral. ~ TodJj, 13 Jun. 2013, I1ORtMTZ, BruC8. PIloto oíTaco BeU Worker Ucking Slld:!; Seoos Shudders. USA lOday, 3 jun. :W13; BROOKS, Chad. Gaught an Vld eo: Em. pk1,'OOs Bel;av,ng B1!dly. Busir.ess News, 28 mar. 2012; MUI, Chunka. 1"ne 5 Most 8rand-D~ma E.'in g Vlral Viôeos 01 2011 fures, 28 del. 2011; BELSIE, Lauter(. FedEx Oelivefy video: Package Thmwn. Fedü ApOIogires on YOI.ITube. Olnstwn Sdeoce Uotnwr, 23 del. 201 1; REEO, Dan United MakooVer Aims \o Refresh Ind RcfICW. USA J()OOy, 17 Sel2009, p. 18-28: SUl llVAN. E1isabeth. HapP'! EnI:lIIlJ' Lead to Hi:lPP'l' RCllIIflS. MarkelmgNews, 30 OUl. 2009, p. 20. Críticos d~ culdito às empresas que tentam lidar com seus problemas de modo rápidO e contundertte. embora com frequêocla lambém as critiquem IlOr suas práUcas de recrutamenlO e treinamento e por não cnarem um clima mais forte ele apoio à marca com os funcicnérios. Ao reaber urna reclamação de cliente, a maioria das empre.'ias consegue responder rapi- damente. A Comcast permilc contato 24 horas por dia, sete dia$ por semana, por tel efon~ ou c1mt on-line, mas também con tata clientes e mo nilora blogs. si tes e míd ias sociais. Se re(3105 de problemas por parte de clientes são detectados por um funcionário em um b(og, d e entra em contato e oferece ajuda. Respostas claras e úteis a consultas de clientes podem ser eficazes tam bém,28 A Delta Airlines apresentou o Ddra Assist para monitorar publicações de clientes no Twitte r e no Facebook em tempo integral , com uma equipe de dez pessoas, e dar respostas em tempo real a qualquer dúvida ou problema.29 Mais importante do (lue simplesmente responder a um cliente descontente, no entanto, é impedir que a insatisfação ocorra no futuro. Isso pode significar simplesmente ded icar tem- po para cuidar do relacionamento com os clientes e dar a eles a atenção de uma pessoa real. Resolver o problema de lUn cliente de maneira rá.pida e simples ajuda muito a conquistar sua fidelidade em longo p razo.30 COPRODUÇÃO COM O CLI ENTE A realidade é que os clieL1tes nâo se limitam a comprar e utili- zar um serviço; elt.'S desempenham um papd at ivo em sua entrega. Suas palavras e açõe~ afetam a qualidade de suas próprias experiências com os serviços e a..~ experiências de outros, bem como a produtividade dos n.mCÍonários da linha de frente.3l De modo geral, os clientes sentirão que obtêm mais valor, c inclusive um vínculo mais forte com o fo rneçedor, se estiverem ativamenteenvulvidos no processo de prestação do serviço. Essa coprodução pode, contudo, pre."-Siunar os fün cionários da empresa e re<tuzir sua satisfação, espe- cialmente se diferi rem culturalmente ou de outras maneiras dos CIiCl1tes.32 A1é.m disso, um cstudo e!~timou que um terço dos problemas de serviço.são causados pelo próprio cliente?3 A crescente mudança para tecnologias de autoatendimento provavelmente awnentará. esse percentual. Evitar falhas de setviço é crucial, já que se recuperar delas é sempre LlJil desafio.. Um dos maio· res problemas é a imputação - com frequêllcia, o.S clienLcs acham que a empresa falhou ou, mesmo que não seja esse o caso, que ainda assim é responsável por corrigir quaisquer erros. In- feli zmente, apesar de m ui tas empresas terem procedimento.s bem elaboradO-" e executados para lidar com suas próprias falhas, elas co.nstatam que administrar falha..~ <le clientes - quando um problema de serviço. surge em razão. da falta de entendimento. ou inépcia de wn cliente - é muito mais dificil. As soluções aSS L1Jilem diversas fo rmas, como mostram os exemplos a seguir:}4 1. Redesenhar os processos e redefinir os papéis dos clientes para simplificar contatos ,te ser· viço. A Staples transform ou seu negóci.(1 com o programa Ea.sy (fácil), que vi&wa a evitar o incómodo de encomendar material de escritó rio. 2. Incorporar a tecnologia certa para artxiliar fimciomirios c clientes. A C..omcast, maior ope- radora a cabo por as.sinaiura dos Estados Unidos, intTo.d u1.iu um software para identi fi car falhas de rede ~Ultes que afetassem o serviço e para informar de modo mais eficaz os ope- radores de calI center sobre os problemas dos clientes. A repetição de chamadas de serviço caiu 30% como resultado disso. 3. Criar clientes de alto desempenho, explicando com clareza seu papel, sua motivação t sua capacidade. A USAA lembra a seus segurados alistados nas Forças Armadas quc suspen- dam o seguro de seus aulomóveis quando estiverem servindo nO exterio.r. 4. Incentivar a 'cidadania dos clientes' parti que ~ ajudem Mire si. Em campos de golfe. além de os jogadores seguirem regras de Jogo e comportamento ndequados, também podem encorajar os outros a fazerem o mesmo. DESENVO LVIMENTO E GERENCIAM ENTO DE SERVtÇOS CAPiTULO 14 44' SAnSFAÇÃO DE FUNCIONÁR IOS TANTO QUANTO DE CLIENTES .Empresas de servi ço~ gerenciadas cOtn excelência sabem que as alitudes positivas por parte dos funóoná rio~ promovem mais fi delidade de dienles.35 Incuti r uma fu rte orientação ao cliente nos funcionários também pode aumentar sua sa- tisfação. e compro metimento. no trabalho, sobretu- do se tiverem contato constante co.m o cliente. Os funcionários prospernm em cargos de cont:tto com clientes quando têm um impulso natural para (1) mimar o.s clientes, (2) decifrar com pre<..isão sua.~ necessidades, (3) dCSt'L1 volvcr com eles um relacio- namento pcs.<;oal e (4'> proporcionar qualiJade de serviço para resolver !õeus problemas.X. Em consonância com esse raciocín io, a Sears identificou uma alta correlação enlre satisfação do cliente, satisfação dos funcionários e rentabi- lidade em loja. A desvan tagcm de não tralar bem os emp regados é co.nsiderávcl. Um levantamento com. dez mil funcio ná rios das mjl m aiores empre- sas constatou que 40% citaram 'fal ta de reconhe- cimento' como a principal razão para deixar um emprego. 37 Dada a importância das atitudes positivas dos funcionários pam a satisfação do. cliente, aS empre - sas de serviço.s devem atrair os melhores recursos humanos que puderem encontrar . Devem o.ferecer uma carreira em vez de um mero cmp~ego. Devem criar um sólido programa de treinamento e ofere- cer apoio e recom pen~a.~ por bom desempenho. Podem usar a intr311 et, boletins informativo.s in- ternos, lembretes diários e mesa.~ -redondas com as equir es pala refo.n;ar a titudes centradas no clien te. Por tlm, devem aud ita r regularmen te a ~tisfação dos funcionários no emprego. A rede de restaura ntes Panda Express tem uma rotalividade de gerentes que é a metade da média seto ri al, em parte, devido a uma combinação de b6 nus generosos e be neficios de saúde com uma fo r.te ênfa.~e no. autoapcrfeiçoamento do.s fun cionários por meio de medi- tação, educação e hobbjes. Seminários especiais sobre bem -estar e eventos dc autOCo.n he- cimento fora do ho rário de trabalho ajudam a criar uma at mmfera afetiva e eSlimulan te. 311 As práticas ae atendimento ao cll~nte de Tony Hsieh, fundador do ~a,eJ!S1a on·line Zappos, do arnj)lamente admlrad~s e eSlu::l.das. A Zappos desenvolveu uma organização focada no cliente e :tdmira<la por muitos?9 lAPPos O varejo Ofl-ij ne Zappos foi cofundado per Tony Hsieh em 1999, tJazendo 00 cerne de sua cultura um seMço superiOr de atendimento ao Cliente. Com frete grátis e direito a devolu- ções, atendimento ao cliente 24 horas por dia t giro rclpido dos inúmeros produtos de milhares de marcas oferecidos no site, a empresa tmba- lia du ro para Meizar diemes. Ao cootrátio de tantas oulTas empresas, não lefceilizou seus cal! telllelS Zappos.com, e metade do pr0ces- SO de entrevista é dedicado a desoolJrir se os candidatos a um emprego são suficientemente extrovertidos. de mentalidade aberta e criati- vos para haver u~ ajuste rultural apropriado. A Zappos dâ a seus representantes de ateool- mento ao diente autonomia para resolver pr0- blemas. Quando um cliente ligou para reclamar Que suas botas pareciam furadas após um ano de uso, o representante enviou-lhe um novo par, emlXlra a polilica da empresa seja a de aceitar deVOluções apenas de calçados não usados. TOdo funcionário tem uma ehance por ano pa~ contribuir com o CUltural Book (livro cultural) da empresa, sobre como é a vida na Zappos e oomo cada um de seus departamentos imple- menta um setviço ao d lente supeflor desde a venda atê a armazenagem, a entrega, os preços e o faturamento. Adquirida pela Amamn.cem em 2009 por declarados US$ 850 milhões, mas ainda operando separadamente, a empre- sa passou a vender também roupas, bolsas e acessórios. Graças a seu sucesso, apresenta até seminários de dois dias para executivos de negócios ansiosos por conllecer os segredos por trás da cultura corporativa e da abordagem dife- renciada da Zappos em atendimento ao cliente. ••• PARTE 5 CRIAÇÃO DE VALOR Excelência em marketing de serviços A crescente importância do setor d e serviços intensifkou o foco no que é preciso p:lra alc<lnçar excelência em marketing de serviços.40 Seguem algumas diretrizes. EXCELÊNCIA EM MARKETING A excelência em marketing de serviços exige a excelência em três âre-dS abrangen tes: marketing externo, interno e interativo (Figu ra 14.3):41 Figura 14.3 Três tipos de mar1letlng no setor de $elViços FlIlCionários Marketll'lg ... " Empresa - financeiros! """"'" Mar1l:eting Interativo \ \ ,,"" .. restaurantes Mal'keting ~xtemD .... Clientes • Marketing exlernQ descreve o processo normal de preparo, determinação de preço, dis tri- buição e promoção de um serviço ao cl iente. I Markcting ifltt:rnO descreve o processo de treinamento c motivação de funcionário~ para que atendam bem os cUente.~, A maior contribuição que púde ser dada pelo deparlaJl1ento de marketing é ser "excepcionalmente hábil em induzir todos os outros setores da organi· zação a fazer marketing~.42 • Marketing interativo <.Iescreve a habilidade dos funcionários em servir ao cl iente. Os clientes avaliam o serviço não apenas por sua qualidade técnica (A cirurgia foi bem·suce· dida?), mas também por sua qualidade funcional (O ci rurgião demonstrou preocupação e inspirou confiança?}.43 No ruarketing interativo, o t rabalho em equipe é muitas vens fundamen tal. Delegar autoridade aOs funcionários da linha de frente pode permitir maiorfl exibilidade e adaptabilidade do serviço, pois promove uma melhor resolução de pro' blemas, uma cooperação mais estreita entre os funcionários e uma transferência mais eficiente de co nhecimen(os .4~ Um bom exemplo de uma empresa de serviços que alcançou excelência em marketil1g é a Charles Schwab.-15 QESENVOlVIMENTO E GERENCIAMENTO DE SERV iÇOS CAPlluLO 14 449 • CHARLES SCHWAB Uma das maiores COt- relUras de val llre5 que atuam 00 segmento de descontos dllS Estados Unidos. a ChaJ1es $dtW3D usa telefone, intemet e dispositivos sem fio palll criar u:na combinaçào inovadora de serviços de alta tecnologia e alto etWOlvi· mento pessoal. Uma das primeiras corretoras a oterecer negócios on-line, atende atualmente oito milhões de investidores individuais e Ins- titUciOnais. Fornece informações cçntábels e pesquisa de trtu los, cotaç(ies em tempo real, programa de negociações fora do hooírio 00- merdal, o centro de aprendizagem Schwab, eventos ao vivo. chats on-line cçm representan- tes de ateoclimento ao cliente, serviço global de investimentos e noticias sobre o mercado envia!ias por e·mai!. Também vem adicionan- do uma série de recUISOS de roobilidade para atender seus clientes em movimento. A Schwab cresceu durante a aise financeira ao oferecer nCI'VQS produtos para investidores soflSticadllS, ta~ como fundos ETFs e de renda fila. Alêm de corretagem, a empresa oferece fundos mutuos, anuidades, negoclaçao de tltulos e recente- mente passou a fazer hipoteca pelo ChaJ1es Schwab Bank. O sucesso da Schwab tem sitio impulsionado por seus esforços em liderar em Itês áreas: serviço superior (on·llne, pilr tele- fone e no escritório), produtos InovadilreS e preços baims. Sua campanha de mal1\eting de longa data Tafk 10 C/luck (Fale com o Chuck) reforça comll a empresa está sempre a pastos para ajudar os dientes. TECNOLOGIA E PRESTAÇÃO DE SERViÇOS A tecnologia vem mudando as rttgras do jogo no setor de serviços de modo fundamental. O setor bancário, por exemplo, está sendo transformado pela capacidade de fazer transações ban- cárias ou-Une e por meio de aplicativos móveis - alguns clientes raramente pisam no lobby de um banco ou interagem com um funcionário. 46 A tccnologia também exerce grande poder no aumento da produtividade dos t rabalhadores no setor de serviços. Quando a US Ainvays implantou scanners port.ãteis para ap rimorar a varredura de bagagens. os extravios diminuíram quase 50% em relação ao ano anterior. A nova tecnologia pagou-se no primeiro ano e contri- buiu para uma queda de 35% no indkc de reçlamações.47 Às vezes, uma nova tecnologia lraz beneficios não previstos. Quando a BM W d isponibilizou acesso à internet sem fio em suas conCt.'Ssionárias para ajudar os clientes a passar o tempo de forma mais produtiva enquanto esperavalU por seus carros na o ficina , mais clientes optaram por ficar em vez de usar os carros emprestados, um item caro de ser mantido por revendedores.411 As empresas devem, porém, evitar pressionar tanto por produtividade a ponto de reduzir a qualidade perccbida.-19 Alguns métodos levam a uma padronização excessiva, mas os prestado- res de serviços devem entregar 'alto envolvimento pessoal', além de 'alta tecnologia'.SIl A Ama- zon detém algumas das inovações tecnológicas mais surpreendentes no varejo eletrônico, mas nem por isso deixa de manter os clientes ext remamente satisfeitos quando surge um problema, mesmo que não cheguem a se manifestar co m um funcionário da empresa.51 Mais empresas estãu introduzindo recursos de 'cIJat ao vivo' para combinar tecnologia e voz humana.52 Como foi abordado no Capítulo 5, a internet permite às empresas melhorar suas ofertas de serviços e fortalecer suas relações coro os clientes ao prover interatividade, personalizações específicas de cliente e situações e ajustes em tempo real de suas ofertas ao mercado. Porém, 11 medida que as cmpresas coletam, armazenam e uiili:tam mais informações sobre os clientes, também suscitam preocupações sob re .~egurança e privacidade. As empresas devem incorporar as devidas medidas de segurança c tra.nquilizar os clientes sobre suas iniciativas. MELHORES PRÁTI CAS DAS MELHORES EMPRESAS DE SERViÇOS Para alcançar excelência em marketing com seus clientes, empresas de serviços bem admini.'l- tradas compartilham concepção e.<Itratégica, hislórico de compromelirnenlo da alta gerência com qualidade, padrões rigorosos. faixas de lucratividade e sistemas de moniloramcnto do de- sempenho de serviços e das rt!clamações de clientes. CONCEPÇÃO ESTRATÉGICA As maiores empresas de serviços são 'obcecadas por seus c1ienles': sabem muito bem quem são e quais suas neces!\idades. Por isso, desenvolvem uma ~tratégh\ distintiva para satisfazê-las. Na lux uosa rede de hotéis Four Seasons, os candidatos a um em- prego devem passar por quatro entrevistas antes de serem contratados. Cada hotel também emprega um 'historiador' para rastrear as prercr{\ndas de cada hóspede. Com mais de de:r. mil r 450 PARTE 5 CRIAÇÃO DE VALOR A Edwal\1 JOIleS i~u em uma extell6a Iede de a~cia~ piI'a PlOfI'IOYtl relacionamentos mais crú:umOS com os chll~ filiais nos Estados Unidos, mais do que qualquer outra corretora, a Edward Janes mantém-se próxima dos clientes de.~ignando um único consultor financeiro e um admi llistrador para cada escritório. Embora dispendiosa. a manutenção dessas pequenas equipes promove relaciona_ mentos pessoais.$3 COMPROMETIMENTO DA ALTA GERtNCIA Empresas como MarrioU, Disney e Ace Hardware têm um compronússo sério com a qualjdade de serviços. Seus gerentes analisam não somente o desempenho financeiro mensal da empresa, mas também o desempenho de seus serviço~ Ray Kroc, do McDonald's, insil!tia em avaliar constantemente o QSLV (qualidade. serviço, limpeza e valor) de cada loja da rede. Algumas empresas colocam um lembrete no contracheque dos funcionários: "Proporcionado a você pclo cliente". Sam Walton, do Walmart. exigia de seus funcionários a seguinte promessa: ~Eu juro e declaro solenemente que vou J;orrir para cada cliente que estiver a até três metros de mim, ol há-lo nos olhos e perguntar-lhe educadamente se precisa de alguma ajuda", AUstale. Ounkin'Brands, Oracle e USAA possuem eXt-'ClI tivos de alto escalão com cargos como diretor de clientes ou diretor de experiências, que têm O poder e a autoridade de aprimorar o atendimento aos clientes em todas as interações.Y1 PADRÕES RIGOROSOS Os melhores prestadores de serviços estabelecem padrões rigorosos para a qualidade de seus serviços. No setor altamente regulamentado dos bancos, o Citibank mantém seu objetivo de ntender às ligações Lclefônicas em até 10 segundos e responder às cartas dos clientes em até dois dias, além de ser líder do setor no uso de mídias sociais para serviço ao cliente.55 Os padrões estabelecidos devem ser apropriadamente altos. Um padrão de eficiência de 98% pode parecer bom, mas é sinônimo de 64 mil encomendas perdidas pela Federal Express por di!!, seis palavras erradas por página de um livro, 400 mil recei las medicas preenchidas incorretl"lmente por dia, três milhões de correspondências perdidas peJo serviço postal dos E~tados Unidos por dia, interrupção dos serviços de telefone/internet/eletricidade- por oito dias ao ano ou 29 minutos ao dia, mil produtos com rótulos (ou preço~) errados em um supermercado e seis mühõe" de pessoas não computadas no censo nort e-americaJlo. FAIXAS DE LUCRATIVIDADE As empresas decidiram mimaras grandes gastadores para manter sua preferência o maior tempo po~sivcl. Os clientes nas faixa.~ ahas de lucro obteOl descontos especiais. ofertas promocionais e muitos serviços diferenciados; os clientes nas fa ixas baixas de lucro podem ser mais taxados, ter menos serviços disponíveis e efetuar suas consulras por mensagens dt! voz. Quando a recessão recente se instaurou,a Zappos decidiu parar de oferecer remessa tl.- pressa como cortesia a consumidores que compravam pela primeira vez e oferecê-la somente a compradores que repetiam a compra. O valor economizado foi investido em um novo ser- viço VIP para os clientes mais fiéis da empresa.56 Contudo, as empresas que fornecem níveis diferenciados de ~erviço devem ser cuidadosas ao alardear um serviço superior; os cliente$ que recebem um tratamento menos diferenciado falarão mal da empresa e prejudicarão sua ~ESENVOLVIMENTO E GERENCIAMENTO DE SERViÇOS reputação. Prestar serviços que maxim.izem [31Ho a satisfação do cliente como a lucratividade da empresa pode ser um desafio. SISTEMAS DE MONITORAMENTO As empresa.~ mais eficientes na prestação de serviços avaliam regularmente tanto o desempenho das concorrentes corno o delas próprias. Para isso, utilizam indicadores como o voia of lhe cuslomer (VOC) a fim de identificar o que satisfaz ou des.1grada o cliente. Lançam mão de comparações com a concorrência, compradores misteriosos, pesqui- sas com os clientes, {ormulârios de sugestões t' reclamações, equipe. .. de avaliação de serviço e cartas ao presidente. Os serviços podem ser avaliados pela imporMm:ia para o cliente e pelo desempenho da em- presa. A análise ponderada de importdncia-desempe.1Jho é utilizada para avaliar os diversos e1~ mentas do pacote de serviços e klenlificar as mudanças necessárias. A Tabela 14.2 mo~ira como clientes avaliaram 14 elementos ou atribuLos de serviço do departamento de serviços de umn concessionária de automóveis levando em consideração a importância e o desempenho. Por exemplo, o 'senriço bem feito na primeira vez' (atributo 1) foi considerado de grande importán ~ cia, obtendo classificação de 3,83, ao passo que, em relação ao desempenho, obteve classificação de 2,63, indicando que os clienLes achavam esse atributo muito importante, mas não eslava sen- do prestado fi contento. As classificações dos 14 elementos aparecem na Figura 14.4, dividida em quatro quadrantes. I O quadrante A mostra elementos c1e serviço importantes que não têm sido desempenhados de acordo com os nívei~ de!iejados; nde esHlo incluídos os elementos 1, 2 e 9. A concessio- nária deve concentrar-se em melhorar o desempenho desses elementos do departamento de serviços. I O quadrante B mOSfra elementos importantes com hom desempenho; a empresá precisa manter o alto desempenho. I O quadrante C mostra elementos menos im portantes executados de maneird regular, mas que não requerem nenhuma atenção especial. I O quadrante D, 'Envio de informaçÕt:.'S sobre manulenção', moslra um elemento de menor importância que apresenta excelente destmpenho. T,bela 14.2 C1assiflcaçiies de importância parOl I) cliente e de deSempenho para uma concessionária de automóveis Número do Descrição do atributo Classificação média de atrib llto importância' 1 I I Serviço oom feito da primeira vez 3,83 2 I Ação rápida no atendimento às reclamaçOes 3,63 3 I Atendimento rápidO do serviço de garantia 3,60 4 Capacidade de ex&Cutar qualquer servlço necessário 3,56 5 Serviço disponfvel quando necessário 3,41 6 ~viço cortês e simpático 3,41 7 Carro pronto no prazo prometidO 3,38 8 Execução somente do selviço necessário 3,37 9 Pleços baixos de sel'Viços 3,29 10 - Umpeza após execução de selviço 3,27 11 Próximo de casa 2,52 12 - Próximo do trabalho 2,43 13 Ônibus e carros de cortesia 2.37 14 - Envio de avisos de manutenção 2,05 CAPfTULO 14 451 Classificação média de desempenho~ 2,63 2.73 3,15 3,00 3,05 3,29 3,03 3,11 2,00 3,02 2.25 2,49 2,35 3,33 : Classificações obtidas segoodc uma escala de quatro pontos: 'extremam~nt9 importanto' (4), 'importante' (3), 'pouco importante' (2) e 'nao ImPQlt:lnte' (1). Class'fi -aval" I ~a:'0es ~Idas ~gu~ uma escala de quatro pontos: 'excelente' (4), 'bom' (3), 'razoãv€l' (2) e 'ruim' (1). Uma cat9gcJrla 'sem O<lSe suncklnt6 paru ~çao também fOI dlspoolbllllilda. I I .1 : ' 4 .. PARTE 5 I CRIAÇÃO DE VALOR FJpn lU Análrse poodemda de impcrtântia-desemllenho • , ~ • J! < • ~ E • • Extrell1amenlle importante A. Concef1trnr-se aqui B. Maflter o bom trabalho 1 2 , 4 5 7 , 9 8 10 11 12 13 14 C. PrIoridade baixa D. Possivel eliminação ""'" .,,,,,,",,,,, i i Talvez a empresa deva gastar menos com o envio de infonnaçõcs sobre manutenção e redi· recionar os recursos economizados para melhorar seu desempenho em alributos importantes. A análise poJe ser enriquecida com O estudo dos níveis de desempenho das concorrentes em cada atribulo.57 ATENDIMENTO As RECLAMAçõES DOS CLIENTES Em média, 40% dos clientes que passam por uma experiência de má prestação de serviço param de fazer negócios com a empresa.58 Mas, se esses dienl~ estiverem dispostos a reclamar antes de procurar por outro pre~tador. eles real mente oferecerão à empresa uma dádiva - caso a reclamação seja tratada de modo apropriado. Empresas q U I! incentivam os clientes in~tisfcilos a reclamar - e que delegam a seus fun - cionários poder para remediar a situação instantaneamente - alcançam ganhos e lucros mais altos do que aquelas que não possuem uma abordagem sh1emátjca à resolução de falhas. 59 Induzir os funcionários da linha de frente a adotar comportamentos que extrapolam suafunçdo e a defender os interesses e a imagem da empresa junto aos consumidores, bem como tomar a iniciativa e engajar-se em uma conduta con sciente no trato com os clientes, pode ser um trunfo fundamental no atendimento a redamações.60 Os clientes avaliam os incidentes queixosos no tocante aOS res uJtad()..~ que obtêm, aos procedlmentos utiliudos para chegar a esses resultados e à natureza do Inltamento imerpessoa1 dunlnte o processo.61 A$. empresas também têm aumentado a qualidade de seus call centcrs e de seus represen- tomes de atendimento ao cliente. A seção l nsight de marketing: Como tornar os m il centers de empresas mais eficientes jlustra o que empresas de ponta têm feito a esse respeito. COMO TORNAR OS CALL CENTERS DE EMPRESAS MAIS EFICIENlB melho ria do sefVÍÇ(l , enfatizando o atendImento em detrimento da efi· ciência. Foi nomeado o primeiro diretor de serviços da empresa e os opel"3dores de call centef passaram a ser recompensados por resotver problemas na primeira chamada de um clleflte, não mais pela brevida- de das ligações.. Um ano depois, o cliente médio fazia contato com o atendimento ao cherrte apenas quatro ~ezes , e não mais oito. Empresas como AT&T, JPMorgan Chase e Expedia têm call centers es- tabelecidos nas Filipinas, em vez de na rndla, porque os "filipinos fal8fO inglês com menos sotaque e assimilam mais a cultura norte-amertcal\S Muitas empresas aprenderam da maneil"3 mais difíCil que clientes exi- gentes, com podei" de decisão, não tolerilm seI mal atendidos. Após a fusão, 8pI1nt e Nextel puseram-se a ildminlSlrar seus cal! centefS como cennas de custo, em vez de um meio para aumentar a fidelidade do cllel"lle. Os fu ncionários eram recompeflsades por manter breves as chamadas dos clientes, e. quando a admin lstra~o começou a moni- torar até as idas ao banheiro, o moral desabou. Com a rotatMdade de clientes fofa de controle, a Sprint Nextel Iniciou um plano para a IlESENVOLVIMENTO E GERENC IAMENTO DE SERViÇOS CAPiTULO 14 4.3 do que os indianos. que falam inglês em estilo britânico e podem usar expressões idiomâticas desconhecidas. Outras empresas selecionam com maIS discemimento o tipo de chamadas que di recionam para cal! cef"l1elS tereelrilaoos no exteriOf, optando peJohomeslioring' ao drmcionar as Ii~ çõeS mais com~exas para representantes locais de atendimento ao clie ll- te, altamente treinados. Essa modalidade de trabalho costuma oferecer melhor quawdade de Sl!Nlçoa um custo menor e com menos rotatividade. 105 empresas têm que definir o número necessário de representantes de atendimentlJ ao clIente. Um estudo mostrou que o corte de apenas quatro atendentes em um ceU center composto por 36 profissionaiS fazia com que o número de clientes em espera por quatro minutos ou mais passasse de O a 80. As empresas também podem tentar obter mzoaveimente mais de cada represenl3nte. A rede de hotéis Ma rrion. e outras empresas como KeyBanl<. e Ace Hardware conSOlidaram as operações de call cemer em menos localidades. o que lhes permitiu manter o quadro de representantes 00 processo. ReCf\J lamento e treinamento de pessoal também são influentes. Um extenso estudo da Xerox demonstrou que um trabalhador eficaz de cell center com alta probabilidade de permanecer no emprego pelos sels meses necessários para que se lecupete o investimento de US$ 5 mil da empresa muito pro\tavelmente teria uma personalidade criativa e não inquisitiva. Em vez de enfatizar a expenência anterior pata preen- dIef seus quase 50 mil posto de trabalho em call center.>, a Xerox le...a em conta respostas como: "Faço mais perguntas do Que a maio ria das pessoas" e "As pessws tendem a confiar no que digo ' . Algumas empresas têm explorado os recursos de Big Data pari! i!S- sociar um cliente ao atendente de ca" centar mais adequado para atender a suas necessidades. Usando algo parecido com a metodo- logia de sites de namoro, uma tecnologia de análise avançada extrai dados de transação e Informações demagrMicas tanto dos cl ientes (bens ou serviços que tenham comprado, termos contratuais e data de validade, registro de reclamações ou tempo de espera médio por chamada) como dos representantes de call center (tempo mãdio de atendimento e efir:i~n cia de vendas) para identificar as comblna~es ideais em tempo rea l. Por lim, manter represerrtantes de call center felizes e motivados tam- bém é, obviameme, essencial pal"3 que consigam prestar um excelente serviço ao cliente. A American Express pennite que os operadores de call center escolham sellS propries horários de trabalho e troQuem tur- nos sem a aprovação prévia de um supervisor. Ftm(rlS: JASMAND. C1audla; BLAZEVI C, Vara ; RlJYTER. Ko de. Genef~tlng Sales while Providing Service: A Stl.id)' of Customar Service Representatives' Ambld llk lrous Behavior. Jouma/ of MaI1a1flng 76, jan. 2012, p. 20-37; CHAN, Kimmy Wa: WAN, EcI1 0 wen. How Can Stre~ Employees Deli\"€r Bettef Customer Servire? lha U ndet1 ~i ng Self-Reg~l ~tlo n ~~Ietron Moc:hanism . .ÍJ!l(naJ af ~ 76. jan. 2012, p. l t9-37; W~lKER, Joseph. Me~the New 80s.;: Blg oata. \\01! SlreeI: JoumaI, 20 set..2012; BAJAJ, Vikas A l'4ew Capital orCalI Centern.. Newltrt flfflCS, 25 novo 2011; SHRQECI(, Michael. Wlly the CUstomer Cal! Center LSIl·' Dead. Fomes, 15 1lIiIJ. 201 1; SAHSERlNO, Midl8eI;TUNA, Can. Cempallies Stme Hal- der la Please CustomefS.loi6I1 Slreet Journa/, 27 jul. 2009.11. 84; ANTE. Spencef E. SprlJl1.'s Wa ke-UIl Call. Bus1ress1Veek. 3 m<l f. 2008, p. 54-57; MCGREGOR, Jeflil . CustOOl€r Sefll ica Champs.'BvsinessWl.'ek. 5 mar. 2007. • O horrws!KJring OC()fro quanoo um representante de SlirViço ao cl iente traba lha ~m cas~ com uma linha ele banda linga e um COfOl' llt(l(1or. (N. da 1) DI FERENC IAÇÃO DE SERViÇOS Por fun. quando os cl ientes considerdm um serviço como razoavelmente homogeneo. pas- sam a se preocupar menos com o fornecedor e mais com o preço, A excelência em maIkcting de serviço exige dos profissionais da âre'd que diferenciem continuamente suas marcas para que não sejam vh1as como commodities. Vejamos como a JetBlu~ e a SouthwestAirlines obtiv~ ram sucesso por meio da difercnciação,61 e JEl'BlUE E SOUTHWEST AIRLlNES Em um Sf!- Iof marcado por falênci as e d ientes insatisfei- tos, duas exceções são a JetBlue e a Southwest Alrlines, empresas que seguiram caminhos bem diversos em sua trajetória para o sucesso financeiro e de mercado. A Soutllwest, mais antiga das dua!>, desenvolveu um modelo de negócio Incomum para uma companhia aérea: SOmente voas de curta distância, sem interme- dia~ão de agências de viagens, sem refeições, sem portões nos principais aeroportos e sem taxas, Embora tenhll alterado eli umas dessas práticas, a empresa continua determinada a não cobrar taxa 00 bagagem, de troca de bi- lhetes e outras adotadas pelas Cúncorrentes, acreditando que perneria US$ 1 bilhão de re- ceita com o cancelamento de reservas. Uma vellladelra companhia aérea de desconto, a Southwest tem conseguido oferecer rnrifas tlaixas em virliJde de uma estrutura de custos disciplinada que mantém os aviões no ar e os assentos ocupados, tudo isso com um estilo informal e amistoso. A empresa contrata fun- cionálios com personalidades extrovertidas que gostam de uabalhar com pessoas e lhes dá autonomia para fazê-lo. A JetBlue também começou com um modelo de negócios muito diferente, p!incipalmente ~isando aos vIajantes a lazer em seu hub no aeroporto JFK em Nova Yoril. Também uma opemdora de descontos com estrutura de baixo cusIu, a empresa teve a van~gem de oferecer assentos conlo~is, TV ao VIVO e escolha de lanches. Está construindo um alojamento de US$ 25 milhões na Unive r- sidade JetBlue em Orlando para promover a cultura e a camaradagem entre os funcionári os e explorar opções para viajantes de negócios, InclUindo assentos mais extravagantes e mais caros em suas rotas traJlSCúntinentals. SERViçoS PRIMÁRIOS E SECUNDÁRiOS A oferta de serviços pode ser diferenciada de várias maneiras por meio de j)eS$.Oas e processos que agregam valor. Ai;; expectativas do cliente são chamadas pacote primário de serviços. A Vanguard. segunda maior gestora de fundos mútu- os Sem encargos, possui uma estrutura exclusiva de manu tenção da carteira de clientes que diminui os custos e proporciona maior retorno, Altamente diferenciada de muitas de suas 454 PARTE 5 CRIAÇÃO DE VALOR Embol1l operem modelos de negócios m~itO dlfeRlntes. as companhia, aéreas de desconto JetBlue e SOlllhwest Au1ir.es têm experimentado grande ~lICesS{) no mercado concorrentes, a marca cresceu graças à comun icação boca a boca, à.~ ações de rel~çõcs públicas c ao markeling viral.6) A esse pacote primá rio podem ser adicionados recursos de serviços secundários. No setOr de haldaria, várias redes introduziram tais recursos, como artigos para venda, café da ma- nhã em caráter de cortesia e programas de fidelidade. A Sea~ide Luxe transformou lojas de lembrll nças entediantcs em geradoras de receitas lucrativas em vários resorts, convertendo_ -a.~ em um a experiência de compra mais envolvente, qu e reflete a especifi cidade de seus diente.~ e localidades.Ó4 Muitas empresas usam a internet para oferecer recursos de scrviço.s primários ou secundá.- rios antes inviáveis. A Sales(orce.com utiUZ<I a computação em Ll uvern - serviços de compu- tação centralizada entregues pela internet - para rodar bancos de dados de geslão de clientes para empresas. A Hãagen-Dazs estimou que teria de gastar US$ 65 mil por mn banco de dados personalizado para manter-se em contato com suas [ranquia.~ em todo o país. Em vez disso. gastou apenas US$ 20 mil para criar uma co nta no Salesrorcc.com e paga USS 125 por mês para 20 u~uârios monitorarem à distância as fra nquias pela internet.n5 A empresa de serviços que inova com regularidade pode intrigar os clientes e manter-se um passo à frente de qualquer concorrente.6IS As vezes, uma categoria de serviço pode se r reinven· tadn, como no caso do Cirque du SoleiL67 CIRQUE OU SOlfll Em seus mais de 30 anos de história, ° Cirque du Solei! (que significa 'clrco do sol' em francês) fugiu continuamente do conceito convencional de circo. Nele, personagens tradicionais como trapezistas, palhaços, fisiculturistas e con- torcionistas atuam em um cenário inusitado
Compartilhar