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DISLEXIA: UM ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DE PROFESSORES 
DO ENSINO FUNDAMENTAL
Daniela Cristina Freitas Garcia Pimenta
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo caracterizar a percepção de professores sobre a Dislexia, 
que é um distúrbio da linguagem, caracterizada por dificuldades no reconhecimento preciso 
de palavras e na capacidade de decodificação. Durante a pesquisa bibliográfica, foram 
selecionados e analisados artigos em livros, revistas e internet sobre o que é a dislexia, como 
trabalhar com alunos disléxicos em sala de aula e como ajudar os pais a lidar com seus filhos 
disléxicos, sem traumas e sem preconceito. A pesquisa de campo foi realizada com 
professoras de escolas públicas da cidade de São Gotardo, em Minas Gerais, onde as mesmas 
responderam a um questionário, sobre o que é, e como elas lidam com a dislexia em sala de 
aula. Com este trabalho, foi possível verificar que todas as professoras entrevistadas sabem o 
que é a dislexia, porém a maioria delas está despreparada para lidar com este distúrbio em sala 
de aula. Também verificou-se o desconhecimento por parte dos pais, de estratégias que os 
ajudem a lidar com o filho disléxico.
Palavras-chave: Dislexia, distúrbio da linguagem, estratégias.
1. INTRODUÇÃO
Ao ingressar na escola, a expectativa que pais e professores têm, é que a criança 
aprenda a ler e escrever, pois são as competências cognitivas mais valorizadas no processo 
ensino/aprendizagem.
 Segundo Nunes et al., (2003), aprender a ler e escrever exige novas habilidades que 
não faziam parte da vida diária da criança até o momento, apresentando novos desafios com 
relação ao conhecimento da linguagem, o que a torna uma tarefa difícil para todas as crianças. 
No entanto, algumas mesmo possuindo uma inteligência normal e apresentando ótimas 
habilidades em outras tarefas, apresentam dificuldades específicas no domínio da leitura e 
escrita. 
A dislexia se enquadra dentro destas dificuldades, estima-se que entre 10% e 15% da 
população mundial sofre desse distúrbio. Cerca de 4% da população apresentam dificuldades 
acentuadas, necessitando de ajuda para que o problema não afete seu ambiente 
estudantil/acadêmico, social e profissional. Segundo Kappes et al., (2012), a dislexia pode ser 
hereditária ou congênita, sem causas culturais, intelectuais e emocionais, onde a criança falha 
no processo de aquisição da linguagem.
O presente trabalho “DISLEXIA: UM ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DE 
PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL” tem como principal objetivo, explicar o que 
é a dislexia, como trabalhar com alunos disléxicos em sala de aula e como ajudar os pais a 
lidar com seus filhos disléxicos, além de analisar como os professores do ensino fundamental 
de 1º ao 5º ano percebem o distúrbio em sala de aula.
Este estudo foi realizado através de pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo 
baseando-se em entrevistas com professores do ensino fundamental de 1º ao 5º ano de escolas 
públicas da cidade de São Gotardo, em Minas Gerais.
2. O QUE É DISLEXIA?
A palavra dislexia é derivada de dis= distúrbio e lexia que, em grego, quer dizer 
linguagem e, em latim, leitura, portanto, dislexia é um distúrbio de linguagem e/ou leitura. A 
dislexia caracteriza-se por dificuldades no reconhecimento preciso de palavras (identificação 
de palavras reais) e na capacidade de decodificação (pronunciar pseudopalavras), e além das 
dificuldades com leitura, escrita e soletração, pode apresentar também déficits em outras áreas 
cognitivas ou acadêmicas, como na atenção e na matemática.
Lima et al., (2012) diz que a dislexia pode ser adquirida, quando a perturbação surge em 
conseqüência de uma lesão cerebral que afeta mecanismos de leitura que antes funcionavam 
normalmente, ou pode ser uma dislexia de desenvolvimento, quando a perturbação não pode 
ser explicada por meio de um acontecimento externo.
Crianças disléxicas têm uma baixa capacidade ao nível da ortografia e dificuldade em ler 
fluentemente, mostram progresso na alfabetização surpreendentemente mais lento do que o de 
seus colegas da mesma idade e do mesmo nível intelectual, associam-se frequentemente 
problemas de memória e tendem a ser mais lentos e imprecisos a nomear figuras. 
Para adquirir a capacidade de ler, a criança tem que desenvolver a consciência de que as 
palavras faladas podem ser divididas em fonemas, que são as menores unidades sonoras que 
podem afetar o significado de uma palavra e de que os grafemas, que são as letras e as 
palavras escritas representam esses sons, tendo capacidade de lidar com os sons e manejá-los, 
porém as crianças disléxicas têm uma baixa qualidade nessas representações fonológicas 
devido a um déficit no componente fonológico da linguagem como referido acima. (BRUCK, 
1992, apud LIMA et al., 2012).
Toda criança disléxica precisa de atendimento especializado, motivação, estabilidade 
emocional e ensino apropriado. É necessária também a estreita cooperação entre especialista, 
professores e pais.
2.1 Tipos de Dislexia
A questão da dislexia não pode ser classificada como se fosse constituída por um 
grupo homogêneo de crianças disléxicas, todas com as mesmas dificuldades e apresentando os 
mesmos problemas de leitura e escrita. Para Nunes et al., (2003) as crianças que apresentam 
dificuldades parecem cometer erros distintos e abordar a leitura de modo diverso. Alguns 
autores classificam a dislexia tendo como bases testes diagnósticos, fonoaudiológicos, 
pedagógicos e psicológicos.
Em 1971, Boder também notou a existência de erros distintos, tanto na escrita como na 
leitura, entre diferentes crianças. Baseando-se nos tipos de erros produzidos nas diversas 
condições de leitura com palavras familiares ou não familiares, longas ou curtas, de alta ou 
baixa freqüência, distinguiu cinco tipos de disléxicos, os disléxicos disfonéticos que são 
aqueles que têm dificuldades de percepção auditiva na análise e síntese de fonemas, 
dificuldades temporais, e nas percepções da sucessão e da duração, ou seja, lêem bem as 
palavras que conhecem memorizadas visualmente, mas não lêem nem escrevem palavras que 
encontram pela primeira vez; os disléxicos diseidéticos que são aqueles que têm dificuldade 
na percepção visual, na percepção gestáltica, na análise e síntese de fonemas, onde a leitura é 
silábica, sem conseguir a síntese das palavras; os disléxicos visuais que são aqueles que têm 
deficiência na percepção visual e na coordenação visuomotora (não visualiza cognitivamente 
o fonema); os disléxicos auditivos que são aqueles que têm deficiência na percepção auditiva, 
na memória auditiva (não ouve cognitivamente o fonema); e os disléxicos mistos que seria a 
combinação de mais de um tipo de dislexia (IANHEZ; NICO, 2002).
2.2 Avaliação, Diagnóstico e Intervenção 
A avaliação é o primeiro passo para se descobrir uma estratégia de intervenção junto 
ao disléxico. Avaliar as dificuldades de aprendizagem não apenas deve comprovar que existe 
uma lacuna significativamente entre o potencial para aprender de uma criança e seu 
desempenho real em uma ou mais áreas escolares, mais também deve determinar que a 
criança teve oportunidades adequadas de aprendizagem e investigar e descartar uma 
variedade.
Segundo Teles (2004) se existe suspeita da existência de déficits fonológicos e ou de 
dificuldades de leitura e escrita, deve ser realizada a avaliação. É importante avaliar para 
diagnosticar, para delinear as dificuldades específicas, as áreas fortes e para intervir. A 
avaliação pode ser feita em qualquer idade; os testes são selecionados de acordo com a idade. 
Não existe um teste único que possa ser usado para avaliar a dislexia, devendo ser realizadostestes que avaliem as competências fonológicas, a linguagem compreensiva e expressiva (a 
nível oral e escrito), o funcionamento intelectual, o processamento cognitivo e as aquisições 
escolares. Os modelos de avaliação que se revelam mais eficientes são os que conduzem 
diretamente à implementação de estratégias de intervenção que tenham em conta os dados 
obtidos na avaliação.
Dockrell e Mcshane (2000) dizem que reconhecer palavras é de grande importância 
nos primeiros estágios do aprendizado da leitura e, portanto deve ser o foco principal da 
avaliação de dificuldades de leitura, no caso a dislexia.
Kappes et al., (2012) dizem que, na avaliação, o fonoaudiólogo e o psicopedagogo 
aplicam testes de lateralidade e avaliação da aquisição das habilidades, que são organização 
espacial e temporal, discriminação e percepção visual e auditiva, memórias tátil e cinestésica, 
memória imediata e de longo prazo, organização de figuras e praxias orofaciais, também são 
realizados testes de leitura que é a segmentação de palavras, ou seja, estudo dos sons, grupos 
consonantais, dígrafos, vocabulário adquirido, leitura oral e silenciosa e testes de linguagem 
escrita, através de ditado, cópia e escrita espontânea, além dos testes neurológicos e testes 
oftalmológicos e audiométrico.
São várias as causas que podem intervir no processo da aquisição da linguagem, por 
isso é tão importante um diagnóstico preciso, multidisciplinar e de exclusão, pois se torna 
mais fácil dirigir as técnicas mais adequadas para a reintegração do aluno, objetivando tornar 
mais eficaz o plano de tratamento. (IANHEZ; NICO, 2002)
O diagnóstico da dislexia é de exclusão, pois é feito por uma equipe multidisciplinar, 
ou seja, vários especialistas como psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos e 
oftalmologistas são peças fundamentais para um diagnóstico correto, onde eles realizarão uma 
bateria de testes avaliando o nível de inteligência e todas as dificuldades encontradas pela 
criança.
Dockrell e Mcshane (2000) dão um exemplo de intervenção, onde a escola usa uma 
versão de abordagem fonológica, enfatizando os sons e a relação entre sons e letras, que é o 
mais recomendado para o tratamento da dislexia, pois aumenta o reconhecimento da estrutura 
fonológica das palavras e a relação entre representações fonológicas e ortográficas. 
A intervenção não pode ocorrer somente na sala de aula, pois segundo uma pesquisa 
realizada por Leach e Siddall (1990) apud Dockrell e Mcshane (2000), os maiores avanços em 
precisão na leitura e na compreensão de texto foram conseguidos pelas crianças que tiveram 
instrução doméstica, ou seja, através de
métodos mais diretos, como a leitura conjunta de textos pelos pais e pelas crianças.
A identificação e intervenção precoce são o segredo do sucesso na aprendizagem da 
leitura. A identificação de um problema é a chave que permite a sua resolução. Quanto mais 
cedo um problema for identificado mais rapidamente se pode obter ajuda. A identificação, 
sinalização e avaliação das crianças que evidenciam sinais de futuras dificuldades antes do 
início da escolaridade permite a implementação de programas de intervenção precoce que irão 
prevenir ou minimizar o insucesso (TELES, 2004).
2.3 Alguns Sintomas Que Caracterizam a Dislexia
Ianhez e Nico (2002) dizem que existem alguns sintomas encontrados nas crianças em 
idade pré-escolar que caracterizam a dislexia, são eles: 
- Dificuldade na aquisição e desenvolvimento das habilidades lingüísticas.
- Dificuldade em aprender as seqüências diárias.
- Dificuldade com análise e síntese do som de uma palavra.
- Dificuldade na linguagem e na fala: vocabulário pobre, disnomias, sentenças curtas e 
imaturas.
- Lentidão na cópia, necessidade de apoio.
- Dificuldade no ditado, na cópia e na escrita espontânea: trocas visuais, auditivas, 
espaciais, omissões, inversões e aglutinações de fonemas e logatomas.
- Dificuldade com a leitura, muitas vezes negando-se a fazê-la.
- Reconhecimento pobre de rima e aliteração.
- Desatenção e dispersão.
- Dificuldade com a coordenação motora fina: disgrafia e desenhos.
- Dificuldade com a coordenação motora grossa: “desengonçado” nas aulas de educação 
física.
- Desorganização geral: nos trabalhos escolares (lição de casa etc), no tempo etc.
- Dificuldades visuais: postura da cabeça, desorganização na folha.
- Confusão entre direita e esquerda (lateralidade), com mapas, dicionários etc.
- Dificuldade com memória imediata: instruções, dígitos, tabuadas, sons de fonemas etc.
- Dificuldade na matemática (discalculia) e desenho geométrico.
- Problemas de conduta na sala de aula: é “exibicionista” ou tímido.
- Desempenha-se muito bem nas provas orais, contradizendo os resultados das provas 
escritas.
O problema nem sempre está na criança e sim nos processos educacionais, e além dos 
problemas de ensino há também a alfabetização precoce, onde cada vez mais as crianças estão 
menos prontas para iniciar o processo e são identificadas dificuldades de aprendizagem que, 
na realidade não existem, por isso o diagnóstico é essencial. 
2.4 Mitos e Verdades Sobre a Dislexia
Mesmo com tantos estudos e explicações sobre o que realmente é a dislexia, muitas 
pessoas ainda permanecem com uma visão distorcida sobre o assunto. Portanto, Ianhez e Nico 
(2002) falam sobre algumas dúvidas e mitos que pais de crianças disléxicas têm a respeito da 
dislexia.
Muitas pessoas vêem a dislexia como uma doença, mas isso é um mito, a dislexia não 
é uma doença, e sim, um distúrbio específico de aprendizagem na área da leitura e escrita, que 
melhora quando há um acompanhamento especializado, onde serão adequadas técnicas para a 
superação das dificuldades específicas de cada pessoa.
Pensar que a dislexia pode ser curada, é outro engano. A dislexia não tem cura, pode 
melhorar com o apoio e o ensino adequado. Muitas das dificuldades podem ser contornadas, e 
outras se tornarem menores, mas não desaparecem totalmente.
Existem muitas pessoas que acham que todas as crianças e adultos que têm 
dificuldades em ler, soletrar e escrever são disléxicos, isso é um mito. Há numerosas razões 
para o fato de algumas pessoas serem mais lentas do que outras na aprendizagem da leitura e 
escrita, é por isso que o diagnóstico multidisciplinar é tão importante, pois é através dele que 
será detectado qual distúrbio que a pessoa sofre e como tratá-lo. Outro mito polêmico entre as 
pessoas é que a hiperatividade esteja ligada à dislexia. As crianças disléxicas podem ser 
hiperativas, mas não necessariamente.
Quanto à questão de que os disléxicos têm inteligência baixa, é outra falsa afirmação, 
pois a dislexia caracteriza-se justamente pelo quadro de indivíduos que, no mínimo, têm 
inteligência média. As crianças que possuem inteligência abaixo da média podem se 
enquadrar em outro tipo de dificuldade, mas não em dislexia.
Alguns pais se sentem culpados pelo(a) filho(a) ser disléxico(a), isso é um erro. Não 
existe “falha” de ninguém. A dislexia pode ser congênita, fator este, que vem sendo estudado 
e está se confirmando a cada pesquisa realizada.
Enfim, os disléxicos precisam de atendimento especializado e motivação, para que 
isso aconteça é preciso que pais e educadores busquem se informar melhor sobre o assunto 
para que possam lidar corretamente com a dislexia.
2.5 O Que Está Em Jogo? A Questão dos Problemas Emocionais
Geralmente a criança disléxica é triste e deprimida, devido ao repetido fracasso em 
seus esforços, sempre tentando superar suas dificuldades e não conseguindo, tudo isso são 
fatores que fazem com que ela se torne uma pessoa agressiva e angustiada.
Como conseqüências da dislexia, encontramos a repetência e evasão, pois se o 
problema não é detectado e acompanhado, a criança não aprende a ler e escrever, com issoacarreta o desestímulo, a solidão, a vergonha e implicações em seu auto-conceito e 
rebaixamento de sua auto-estima, gerando problemas de comportamento, como agressividade 
e até envolvimento com drogas. A dislexia começa como um distúrbio de leitura e escrita e 
acaba com um problema que pode durar a vida inteira, como depressão e desvio de conduta 
(KAPPES et al., 2012).
Para evitar essa espécie de derrota autoperpetuadora, é preciso que os pais reconheçam 
esses problemas de comportamento como pedidos de ajuda, que indica que uma intervenção 
seja necessária como um programa de aconselhamento (SMITH; STRICK, 2001).
3. COMO TRABALHAR COM DISLÉXICOS DENTRO E FORA DE SALA DE AULA
3.1 A Dislexia e a Alfabetização
Geralmente a dislexia fica mais evidente no período de alfabetização, pois as crianças 
passam a ter uma enorme dificuldade em aprender a ler, escrever e soletrar, portanto é muito 
importante que pais e professores fiquem atentos.
Uma das dificuldades que os disléxicos encontram na alfabetização é a falta de 
consciência dos fonemas, que é importante para a aprendizagem da leitura em um sistema de 
escrita como o nosso, que é um sistema alfabético, pois as letras do alfabeto representam os 
fonemas, e para Nunes et al., (2003), parece impossível a uma criança aprender a ler ou 
escrever usando o alfabeto, a não ser que compreenda a divisão de palavras e sílabas em 
fonemas. Confusões com os grafemas também são dificuldades encontradas pelos disléxicos, 
como as inversões, omissões, adições e substituições de letras e sílabas. 
Para Kappes et al., (2012) o disléxico precisa olhar e ouvir atentamente, observar os 
movimentos da mão quando escrever e prestar atenção aos movimentos da boca quando fala. 
Desta forma, a criança disléxica associará a forma escrita de uma letra com seu som como 
com os movimentos, pois falar, ouvir, ler e escrever, são atividades da linguagem.
Segundo Pennington (1997), é preciso compreender que o alfabeto é um código para 
fonemas, os sons individuais da fala e da linguagem, e com isso ser capaz de usar esses 
códigos rápida e automaticamente, de modo que possa se concentrar no significado do que lê.
Ianhez e Nico (2002) destacam que as crianças disléxicas não possuem apenas 
dificuldades, pelo contrário, algumas possuem habilidades e talentos em áreas diferentes da 
leitura e da escrita, como por exemplo:
- Facilidade para construir, ou consertar as coisas quebradas.
- Ser um ótimo amigo.
- Ter idéias criativas e achar soluções originais para os problemas.
- Desenhar e/ou pintar muito bem.
- Ter ótimo desempenho no esporte.
- Ter ótimo desempenho na música.
- Demonstrar grande afinidade com a matemática.
- Revelar-se bom contador de histórias.
- Sobressair-se como ator ou dançarino.
- Lembrar-se de detalhes.
Estes são alguns dos vários talentos e habilidades que o disléxico pode ter e que 
muitas pessoas que lêem e soletram bem não possuem. Portanto, é importante incentivar as 
crianças a escrever e desenvolver o gosto pela leitura, proporcionando ambientes propícios.
3.2 O Disléxico e a Escola: Papel do Professor
As crianças disléxicas aprendem de maneira diferente, mas podem acompanhar o 
ensino convencional se tiverem o apoio necessário para contornar suas dificuldades 
específicas, portanto a escola como contexto institucional da ação educativa, é um vértice 
fundamental no âmbito das dificuldades de aprendizagem, no caso a dislexia, pois, a 
responsabilidade na prevenção do “insucesso escolar” recai inteiramente sobre ela e sobre os 
professores que são os profissionais responsáveis pelo ensino da leitura e da escrita.
A escola ao suspeitar que o aluno é disléxico e mesmo portador de qualquer outro 
distúrbio deve realizar uma avaliação e depois encaminhá-lo para os testes necessários, e ao 
ser diagnosticado que a criança realmente é disléxica a escola deve realizar algumas 
mudanças que ajudem os disléxicos.
Ianhez e Nico (2002) também nos fala algumas funções que a escola deve adotar ao 
constatar que a criança possui dislexia:
- Dar encorajamento
- Atender e respeitar as capacidades e os limites das crianças
- Estar informada para amparar a criança em sua dificuldade
- Manter o professor da classe familiarizado(s) e sensibilizado(s) com a dislexia para 
compreender e apoiar a criança na sala de aula, ou ainda reconhecer a necessidade de ajuda 
extra.
- Desenvolver um clima de paciência, para que as crianças possam ter tempo suficiente 
para cumprir suas tarefas e até mesmo repeti-las várias vezes para retê-las.
- Permitir que a criança erre, isso fará com que ela se sinta mais livre para se expressar 
e mais interessada em corrigir o erro.
- Manter uma relação de troca de experiências e evolução com os pais e, se for o caso, 
com o profissional que acompanha a criança.
Para Cogan (2002), apud Lima et al., (2012), a formação dos professores neste 
domínio deveria abordar a relação entre a linguagem oral e a linguagem escrita, como a 
correspondência entre fonemas e grafemas, a estrutura fonêmica da língua, regras de 
ortografia, sintaxe, semântica e diferentes modelos de funcionamento do processo de leitura.
José e Coelho (1996) disponibilizaram um quadro que pode servir como referência 
para os professores na sala de aula, onde nos mostram sugestões e motivos para se trabalhar 
com as crianças disléxicas, veja abaixo:
Para ajudar a criança disléxica na escola
Sugestões Motivos
1- Explique à criança quais são seus 
problemas.
A criança normalmente já tem conhecimento prévio de seus 
problemas, porém não sabe quais são nem o porquê. Uma explicação 
ajudará a compreensão de si mesma.
2- Tente restaurar a confiança do 
aluno em si próprio.
Como já tinha sido rotulado como “mau aluno”, agora vem a 
oportunidade para a criança vencer. Ela tem de compreender isto.
3- Sente-se ao lado da criança. Para diminuir a possibilidade de troca de posições (má orientação 
corporal), nunca sente na frente do aluno. Sentando-se ao seu lado 
você cria uma atmosfera menos formal.
4- Nunca force o aluno a aceitar a 
lição do dia.
Algumas vezes ele não está disposto a fazer suas lições. Existem 
outras maneiras de ensinar sem usar lápis e papel. Os jogos, por 
exemplo, podem ajudar. Seja versátil em relação às necessidades da 
criança.
5- Evite submeter o aluno à pressão de 
tempo ou competição com outras 
crianças.
Essas pressões fazem com que o aluno concentre-se em ser o primeiro 
e não em estar correto. Ser o primeiro é secundário quando o que 
importa é estar certo. A competição pode levar à amarga experiência 
de fracassos seguidos. 
6- Seja flexível em relação ao 
conteúdo da lição.
Algumas vezes a criança disléxica não está preparada para 
determinada lição, mesmo que se pense o contrário. Deixe tal lição de 
lado ou tente outra abordagem. 
7- Fique ciente da possibilidade de a 
criança disfarçar seus erros.
Crianças disléxicas tentam, às vezes, disfarçar seus erros através de 
artimanhas e artifícios (por exemplo, caligrafia ilegível), para evitar 
que seus erros sejam vistos.
8- Use a crítica de uma maneira 
construtiva.
É preferível sempre mostrar as razões dos erros e as maneiras de 
evitá-lo e supera-lo, a uma atitude negativista.
9- Permita vários tipos de ajuda para 
auxiliar o aluno.
Certos artifícios podem auxiliar o aluno a se concentrar mais no 
objetivo de uma tarefa do que nos mecanismos de sua feitura. Por 
exemplo: um marcador qualquer ajudará a concentração na linha de 
leitura; uma máquina de datilografar erradicará uma caligrafia fraca e 
criará nova motivação; um gravador de som ajudará na lembrança de 
suastarefas ou na explicação de como fazê-las. 
10- Estimule a criança a escrever em 
linhas alternadas.
Isso ajudará o professor a ler uma caligrafia imprecisa e 
frequentemente amontoada, e também a fazer a correção próxima aos 
erros e não no fim da lição.
Para ajudar a criança disléxica na escola
Sugestões Motivos
11- Certifique-se que as instruções 
para determinadas tarefas de casa 
sejam entendidas pela criança.
A deficiência de coordenação visual e motora da criança disléxica 
resulta na cópia incorreta do quadro-negro. É preferível escrever as 
instruções de suas tarefas de casa e ler para ela certificando-se de que 
entendeu.
12- Peça aos pais que releiam as 
instruções das tarefas de casa.
A criança pode esquecer o que foi pedido na escola ou não conseguir 
ler instruções mais complexas. Tempo e frustrações serão eliminados 
se os pais relerem as instruções da professora. 
13- Quando corrigir lições seja 
realista, mas não exagere.
Se a professora anotar todo erro, isso pode ser desagradável para a 
criança. O conteúdo da lição é o que importa e um comentário sobre a 
sua importância é psicologicamente mais útil do que inúmeros sinais 
de correção.
14- Não corrija lições com lápis ou 
canetas vermelhas.
Correções com cor vermelha são desmoralizantes para as crianças 
com problemas de aprendizagem. Use maneiras mais sutis e corrija 
sem alardes pictóricos.
15- Procure identificar áreas de 
interesse da criança.
Uma má vontade para aprender pode ser contornada usando-se 
material diferente. Por exemplo, não tire o estímulo da leitura das 
histórias em quadrinhos se a criança aprende através delas.
16- Encontre livros de leitura que 
interessem à criança mesmo que eles 
sejam complexos para sua habilidade.
Na falta de material de leitura mais apropriado, que prenda a atenção 
da criança, tente suplementar com livros, mesmo que estejam acima 
de seu nível de leitura, conquanto que captem e mantenham sua 
atenção.
Fonte: José e Coelho (1996, p. 104).
O professor da criança disléxica é aquele que, além da competência, habilidade 
interpessoal, equilíbrio emocional, tem a consciência de que mais importante do que o 
desenvolvimento cognitivo é o desenvolvimento humano e que o respeito às diferenças está 
acima de toda pedagogia.
Portanto é necessário que o professor encaminhe o disléxico para o tratamento e que 
colabore para que o mesmo tenha sucesso, reconhecendo que só através de um trabalho 
paciente e constante poderá prestar à criança a ajuda que ela tanto necessita, e quanto mais 
rápido forem detectadas as dificuldades, mais fácil será de lidar e trabalhar com a dislexia, 
pois menos serão as frustrações e sentimentos de fracasso que afetam negativamente a 
motivação do aluno.
3.3 O DISLÉXICO E A FAMÍLIA: PAPEL DOS PAIS
Quem melhor para ajudar os disléxicos senão os seus próprios pais? Os pais conhecem 
seus filhos melhor do que ninguém, por isso precisam estar atentos a qualquer mudança ou 
diferença existente na criança como frustrações, tensões, ansiedades, baixo desempenho e 
desenvolvimento. Notando essas mudanças, os pais devem procurar profissionais para realizar 
um diagnóstico multidisciplinar, o quanto antes, pois assim as oportunidades de sucesso são 
maiores.
Os pais também têm um papel importante para que ocorra uma avaliação completa e 
justa os pais com seus filhos, e portanto devem tomar algumas providências que os ajudarão a 
obter as informações mais úteis sobre este processo, como:
1- Informar-se sobre regulamentos federais e locais que estão disponíveis na secretaria 
de educação, procurando saber sobre os direitos legais dos estudantes com deficiências e de 
suas famílias, e sobre as fórmulas ou diretrizes que são usadas em seu estado para o 
estabelecimento da existência de uma dificuldade de aprendizagem.
2- Investigar os investigadores, ou seja, descobrir exatamente quem seu filho verá 
durante o curso de avaliação, as qualificações e áreas de especialização, ou a experiência 
específica na área, da equipe que o examinará.
3- Perguntar sobre os testes, pois estes devem ser conduzidos em uma base 
individualizada e dados na língua nativa do aluno.
4- Descobrir outros tipos de informações que podem ser coletadas, pois os testes não 
podem ser considerados um quadro completo em uma avaliação de dificuldades de 
aprendizagem.
5- Preparar seu filho para a avaliação, dando a ele o máximo de informações que puder 
sobre o que acontecerá durante a avaliação, acabando com seu estresse, confusão e ansiedade.
6- Guarde todos os registros. As avaliações para dificuldades de aprendizagem geram 
muitos papéis e a maioria é entregue aos pais e se não forem entregues, solicite cópias desses, 
pois alguns têm realmente valor legal que protegem seus direitos e demonstram que o distrito 
escolar está operando de acordo com os regulamentos.
7- Dar a si mesmo tempo para lidar com os resultados da avaliação. Se alguma 
deficiência foi documentada durante a avaliação, algumas recomendações serão feitas, um 
membro da equipe avaliadora compartilhará com os pais os resultados da avaliação, portanto 
é importante que você use todo o tempo necessário para entender os resultados da avaliação e 
recomendações.
8- Quando em dúvida, obter uma segunda opinião, você tem direito, sob a lei federal, 
de obter uma “Avaliação Educacional Independente”, essa avaliação usa os mesmos critérios 
estaduais e federais para determinar se existe ou não uma deficiência. Quanto mais 
informações tiver, mais provavelmente a criança obterá o tipo de ajuda exata de que precisa.
Algumas famílias não são bem esclarecidas a respeito da dislexia e acabam se sentindo 
incapazes, portanto uma boa orientação é fundamental para que os pais compreendam as 
dificuldades do disléxico e tenham uma conduta de apoio e incentivo, além de se sentirem 
motivadas a ir além e estar sempre buscando novas informações sobre a dislexia que possam 
ajudá-los a tratar cada vez melhor o filho disléxico, e nunca esquecer que carinho é tão 
importante quanto acompanhamento profissional, como ajudar a criança sendo mais 
encorajadoras e afetuosas, prestando atenção nos mínimos detalhes, fazendo com que a 
criança se sinta amada e importante.
Segundo Kappes et al., (2012) é importante que os pais focalizem o que a criança faz 
melhor, encorajando-a a fazê-lo, não deixando que ela desista mesmo que ela considere 
difícil, tentando tranquiliza-la, fazendo com que ela se sinta valorizada como pessoa, e 
deixando-a mais segura.
Contudo, é sempre bom lembrar que nem os pais, nem os professores sabem de tudo, 
pois todas pessoas mesmo que não sejam disléxicas, têm suas limitações. É importante que as 
pessoas que sofrem desse distúrbio sejam reconhecidas por aquilo que fazem bem, e apesar 
das dificuldades, levar uma vida normal do ponto de vista acadêmico, familiar e afetivo. 
4. ASPECTOS METODOLÓGICOS
Este trabalho baseou-se em pesquisas bibliográficas e pesquisa de campo, onde foi 
realizada uma entrevista que teve a participação de 20 professores do ensino básico que 
lecionam em escolas públicas na cidade de São Gotardo, em Minas Gerais. A média de idade 
dos professores entrevistados é de 37,5 anos, a média do tempo de serviço é de 15,5 anos. 
Quanto às habilitações, cinco têm o magistério, 4 são formados em pedagogia, 2 são formados 
em normal superior e especializados em supervisão, 1 é formado em história, 1 e formado em 
normal superior, 1 é formado em letras e 1 é formado em pedagogia e especializado em 
supervisão.
Foi construído um questionário de auto resposta, compostopor 5 questões fechadas de 
sim ou não e 2 questões abertas (Anexo I). Uma das questões fechadas (questão 5) possui 2 
alíneas, em que uma é fechada (5.1) e a outra é aberta (5.2). Ao final do questionário possui 
uma parte que corresponde aos dados sócio-demográficos dos professores entrevistados.
A distribuição dos questionários para os professores foi feita nas próprias escolas em 
que os entrevistados exercem a profissão, após a autorização dos diretores das mesmas.
Antes da entrega do questionário ao seu respectivo entrevistado, procurou-se facilitar a 
interação, fornecendo-se alguma informação sobre o trabalho realizado. Os professores 
tiveram 24 horas para a entrega do questionário respondido, ou seja, podendo levá-lo para 
casa e sendo recolhido pela investigadora somente no dia seguinte.
Os dados obtidos através dos questionários foram tratados (como especificado no ato 
da entrega para ser respondido) estatisticamente e são, portanto, estritamente anônimos e 
confidenciais.
5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Baseando-se nas respostas dadas pelos professores, chegamos aos seguintes 
resultados:
CONHECIMENTO SOBRE O ASSUNTO
Verifica-se que, dos 20 professores que constituem a pesquisa, 20 (100%) afirmam 
saber o que é a dislexia, e, portanto segundo eles, saberiam responder perfeitamente a 
pergunta mesmo que não tivessem lido a pequena introdução sobre o assunto, contida no 
questionário.
EXPERIÊNCIA COM ALUNOS COM DISLEXIA OU SINTOMAS DA MESMA
Dados da pesquisa mostram que 15 (75%) dos professores entrevistados afirmam que 
já lidaram com algum aluno/a com dislexia ou sintomas da mesma, enquanto apenas 5 (25%) 
afirmam nunca terem lidado como problema.
RELAÇÃO ENTRE DISLEXIA E INTELIGÊNCIA
Dos entrevistados 12 (60%) afirmam não haver relação entre dislexia e inteligência, 
enquanto 8 (40%) afirmam que existe sim relação.
Portanto, pode-se dizer que os 12 (60%) professores que responderam no questionário 
que não há relação entre dislexia e inteligência, estão coerentes com o estudo teórico realizado 
no início deste trabalho, pois em crianças com dislexia não podem ser atribuídos à falta de 
inteligência, pelo contrário, a dislexia caracteriza-se justamente pelo quadro de indivíduos 
que, no mínimo, têm inteligência média.
EM CASO DE SUSPEITA A QUEM O ENCAMINHAR
As ocorrências referentes ao apoio de crianças com suspeita de dislexia são 
numerosas, destacando-se o fonoaudiólogo que, com 8 ocorrências, surge como o profissional 
preferencialmente escolhido. Outro profissional referenciado pelas entrevistas e que ficou em 
segundo lugar em número de ocorrências foi o psicólogo (5 ocorrências), em seguida foi o 
supervisor da escola em que estuda a criança (2 ocorrências), o neurologista (2 ocorrências), o 
psicopedagogo (1 ocorrência), a direção da escola (1 ocorrência) e aulas extra-classe (1 
ocorrência).
Como foi discutido na pesquisa teórica, ao suspeitar que o aluno seja disléxico, é 
importante que o professor o encaminhe a uma equipe multidisciplinar, ou seja, vários 
especialistas como psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos e oftalmologistas, pois são 
peças fundamentais para um diagnóstico correto e preciso, onde eles realizarão uma bateria de 
testes avaliando o nível de inteligência e todas as dificuldades encontradas pela criança.
FORMAÇÃO EXTRA-CURRICULAR NA ÁREA DA DISLEXIA
Embora a maioria dos entrevistados tenha dito que lidam ou já lidaram com disléxicos 
em sala de aula, apenas 1 (5%) afirma ter se especializado no assunto através de um curso 
oferecido pela rede pública. O restante dos entrevistados afirma não terem se especializado na 
área pelos seguintes motivos, 10 (47%) afirmam que ainda não tiveram oportunidade, 4 (19%) 
afirmam não terem tempo para participar do curso, 3 (14%) disseram que não sentiram 
necessidade de se especializar no assunto, 2 (10%) afirmam não terem condições financeiras e 
1 (5%) disse que agora ao ler sobre o assunto é que se interessou pelo mesmo.
SINAIS QUE INDICAM SE A CRIANÇA É DISLÉXICA
Quanto aos sinais que os docentes referem como indicadores da presença da dislexia 
na criança, foram encontradas as seguintes respostas:
- Quando há dificuldades na fala e na escrita: troca de letras, sílabas, frases e dificuldades de 
memorização;
- Quando o aluno tem vergonha de se expressar;
- Quando há desinteresse e distração;
- Quando o desempenho é inferior aos demais;
O ALUNO DISLÉXICO PRECISA DE ATENDIMENTO ESPECIAL?
Todas os 20 (100%) entrevistados disseram que o disléxico precisa de um atendimento 
especial.
E segundo o que foi estudado na pesquisa teórica deste trabalho, ao ser diagnosticado que 
a criança realmente é disléxica a escola deve realizar algumas mudanças que ajudem os 
disléxicos, porém, não é necessário que eles fiquem em classe especial, pois esses alunos têm 
muito a oferecer para os colegas e muito a receber deles. 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente, nota-se uma falta de conhecimento dos educadores e pais de disléxicos em 
relação à dislexia e em função de um número significativo de crianças com esse distúrbio, é 
importante saber sobre as causas, o diagnóstico, o tratamento e principalmente saber o que a 
escola e os pais podem fazer para minimizar as conseqüências do mesmo na vida dessas 
crianças.
Este trabalho foi realizado através de pesquisa bibliográfica, procurou-se em diversas 
fontes saber o que realmente é a dislexia, e como lidar com pessoas que sofrem desse 
distúrbio, e além da pesquisa bibliográfica, também foi realizada uma pesquisa de campo, 
com professores de escolas públicas da cidade de São Gotardo, em Minas Gerais, sobre a 
dislexia na sala de aula, por serem eles os profissionais que primeiro se confrontam com este 
distúrbio.
Através da pesquisa bibliográfica, descobriu-se que a dislexia não tem cura, mas que se 
diagnosticada e tratada em tempo certo a criança pode melhorar muito o seu desempenho em 
sala de aula. Sabe-se que a dislexia é um distúrbio específico da linguagem, caracterizado pela 
dificuldade em decodificar palavras simples, dificuldades estas que não são esperadas em 
relação à idade. É importante que seja feito um diagnóstico preciso, multidisciplinar e de 
exclusão, pois são várias as causas que podem intervir no processo da aquisição da 
linguagem. Quanto mais amplo o contexto que observamos a dislexia, mais fácil será de 
entender suas causas e de lidar com ela.
Assegurar a criança disléxica um sistema educacional de qualidade é muito importante, e 
para que isso aconteça é indispensável à colaboração de pais e educadores na tarefa de ajudar 
essas crianças, encorajando-as; compreendendo-as; tendo muita paciência, pois o disléxico 
leva mais tempo para realizar suas tarefas; lembrar sempre que ele é capaz e criativo; saber a 
forma apropriada para ensinar a criança; não exercer pressão sobre ela; não fazer comparações 
com outros membros da família ou da escola; motive-a; incentive-a, essas são apenas algumas 
das dicas que irão ajudar você a lidar com o disléxico, portanto é necessário procurar sempre 
se informar sobre o melhor a fazer em cada situação, tendo consciência de que é necessário 
que cada um faça sua parte e assim com certeza ficará muito mais fácil se relacionar com as 
crianças que sofrem desse distúrbio.
Através da pesquisa de campo pode-se notar que, os professores embora tentem, ainda 
estão despreparados para lidar com alunos disléxicos, pois há uma grande carência na região, 
de cursos de especialização específicos na área da dislexia. Todas as professoras responderam 
ao questionário, afirmando saberem o que é a dislexia, mais que ainda estão despreparadas 
para lidar com o distúrbio em sala de aula, por falta deoportunidade, ou por falta de tempo ou 
até mesmo por falta de interesse no assunto.
Espera-se que este trabalho seja referência a muitos educadores e pais, para que os ajudem 
a lidar com os disléxicos, propiciando a eles uma vida em ambiente escolar e em casa sem 
preconceito e sem repreensão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DOCKRELL, Julie; MCSHANE, John. Crianças com dificuldades de aprendizagem: uma 
abordagem cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2000.
IANHEZ, Maria Eugênia; NICO, Maria Ângela. Nem sempre é o que parece: como enfrentar 
a dislexia e os fracassos escolares. 9ª Ed. Rio de Janeiro: Alegro, 2002.
JOSÉ, Elisabete da Assunção; COELHO, Maria Teresa. Problemas de aprendizagem. 8ª Ed. 
São Paulo, Ática, 1996.
KAPPES, Dany; FRANZEN, Gelson; TEIXEIRA, Glades; GUIMARÃES, Vanessa. Dislexia. 
Disponível em: <http://www.psicopedagogia.com.br/artigos>. Acesso em: 04 jul. 2012.
LIMA, César. Dislexia no 1º ciclo: da actualidade científica às concepções dos professores. 
Disponível em: <www.psicologia.com.pt>. Acesso em 04 jul. 2012.
NUNES, Terezinha; BUARQUE, Lair; BRYANT, Peter. Dificuldades na Aprendizagem da 
leitura: teoria e prática. 5ª Ed. São Paulo: Cortez, 2003.
PENNINGTON, Bruce F. Diagnóstico de distúrbios de aprendizagem. São Paulo: Pioneira, 
1997.
SMITH, Corine; STRICK, Lisa. Dificuldades de aprendizagem de A à Z: um guia completo 
para pais e educadores. Porto Alegre: Artmed, 2001.
TELES, P. Dislexia: Como Identificar? Como Intervir? Revista Portuguesa de Clínica Geral. 
v.20, n.5, p.713-730, 2004.
ANEXO I
 I – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA DE CAMPO
Este questionário enquadra-se num trabalho que está sendo desenvolvido por uma 
pedagoga. Pretende-se com este, conhecer a sua concepção e atitudes sobre a dislexia. Estes 
dados serão tratados estatisticamente e são, por isso, estritamente anônimos e confidenciais. 
Responda a todas as questões atentamente. Não se preocupe com a correção das suas 
respostas, o fundamental é que seja o mais espontâneo possível. É importante que não deixe 
nenhuma questão em branco. 
A seguir uma pequena introdução sobre o assunto, e logo após, as perguntas a serem 
respondidas.
Agradeço desde já a sua colaboração.
O que é dislexia?
A palavra dislexia é derivada de dis= distúrbio e lexia que, em grego, quer dizer 
linguagem e, em latim, leitura, portanto, dislexia é um distúrbio de linguagem e/ou leitura. 
Geralmente a dislexia fica mais evidente no período de alfabetização, e caracteriza-se por 
dificuldades no reconhecimento preciso de palavras (identificação de palavras reais) e na 
capacidade de decodificação (pronunciar pseudopalavras), e além das dificuldades com 
leitura, escrita e soletração. Uma das dificuldades que os disléxicos encontram na 
alfabetização é a falta de consciência dos fonemas, que é importante para a aprendizagem da 
leitura em um sistema de escrita como o nosso, que é um sistema alfabético.
 Você acabou de ler uma pequena introdução sobre o que é dislexia, mas se não a 
tivesse lido você saberia responder o que é dislexia?
SIM 
NÃO 
 Ao longo da sua carreira como professor/a do ensino básico, já lidou com algum 
aluno/a com dislexia ou sintomas da mesma?
SIM 
NÃO 
 Considera que existe alguma relação entre dislexia e inteligência?
SIM 
NÃO 
 Suponha que suspeita que tem um aluno/a com dislexia em sua sala de aula. A 
quem o/a encaminhará?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_________________________________________
 Teve alguma formação extra-curricular na área da dislexia ou de outro distúrbio de 
aprendizagem da leitura?
SIM  Qual?________________________________________
NÃO 
5.1- Caso tenha respondido afirmativamente a pergunta anterior, indique o 
motivo que o/a levou a efetuar a formação citada em sua resposta.
INTERESSE FAMILIAR 
CASO NA FAMÍLIA 
CASO NA ESCOLA 
ASCENÇÃO NA CARREIRA 
OUTROS ___________________________________
5.2- Caso tenha respondido negativamente à pergunta anterior (pergunta 5), por 
que motivo não sentiu necessidade de formação na área?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_________________________________________
 No seu entender, que sinais indicam que estamos perante uma criança disléxica?
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
_________________________________________
 Na sua opinião, ao ser diagnosticado que a criança realmente é disléxica, se torna 
necessário que ela tenha um atendimento especial?
SIM 
NÃO 
Dados sobre o entrevistado:
Idade:_____________________ Sexo:___________________________
Escola que atua:_____________________________________________
Formação profissional: ________________________________________
Tempo de serviço: ___________________________________________
 O questionário termina aqui. Muito obrigada pela sua colaboração!

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