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DISLEXIA: UM ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL Daniela Cristina Freitas Garcia Pimenta RESUMO O presente artigo tem como objetivo caracterizar a percepção de professores sobre a Dislexia, que é um distúrbio da linguagem, caracterizada por dificuldades no reconhecimento preciso de palavras e na capacidade de decodificação. Durante a pesquisa bibliográfica, foram selecionados e analisados artigos em livros, revistas e internet sobre o que é a dislexia, como trabalhar com alunos disléxicos em sala de aula e como ajudar os pais a lidar com seus filhos disléxicos, sem traumas e sem preconceito. A pesquisa de campo foi realizada com professoras de escolas públicas da cidade de São Gotardo, em Minas Gerais, onde as mesmas responderam a um questionário, sobre o que é, e como elas lidam com a dislexia em sala de aula. Com este trabalho, foi possível verificar que todas as professoras entrevistadas sabem o que é a dislexia, porém a maioria delas está despreparada para lidar com este distúrbio em sala de aula. Também verificou-se o desconhecimento por parte dos pais, de estratégias que os ajudem a lidar com o filho disléxico. Palavras-chave: Dislexia, distúrbio da linguagem, estratégias. 1. INTRODUÇÃO Ao ingressar na escola, a expectativa que pais e professores têm, é que a criança aprenda a ler e escrever, pois são as competências cognitivas mais valorizadas no processo ensino/aprendizagem. Segundo Nunes et al., (2003), aprender a ler e escrever exige novas habilidades que não faziam parte da vida diária da criança até o momento, apresentando novos desafios com relação ao conhecimento da linguagem, o que a torna uma tarefa difícil para todas as crianças. No entanto, algumas mesmo possuindo uma inteligência normal e apresentando ótimas habilidades em outras tarefas, apresentam dificuldades específicas no domínio da leitura e escrita. A dislexia se enquadra dentro destas dificuldades, estima-se que entre 10% e 15% da população mundial sofre desse distúrbio. Cerca de 4% da população apresentam dificuldades acentuadas, necessitando de ajuda para que o problema não afete seu ambiente estudantil/acadêmico, social e profissional. Segundo Kappes et al., (2012), a dislexia pode ser hereditária ou congênita, sem causas culturais, intelectuais e emocionais, onde a criança falha no processo de aquisição da linguagem. O presente trabalho “DISLEXIA: UM ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL” tem como principal objetivo, explicar o que é a dislexia, como trabalhar com alunos disléxicos em sala de aula e como ajudar os pais a lidar com seus filhos disléxicos, além de analisar como os professores do ensino fundamental de 1º ao 5º ano percebem o distúrbio em sala de aula. Este estudo foi realizado através de pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo baseando-se em entrevistas com professores do ensino fundamental de 1º ao 5º ano de escolas públicas da cidade de São Gotardo, em Minas Gerais. 2. O QUE É DISLEXIA? A palavra dislexia é derivada de dis= distúrbio e lexia que, em grego, quer dizer linguagem e, em latim, leitura, portanto, dislexia é um distúrbio de linguagem e/ou leitura. A dislexia caracteriza-se por dificuldades no reconhecimento preciso de palavras (identificação de palavras reais) e na capacidade de decodificação (pronunciar pseudopalavras), e além das dificuldades com leitura, escrita e soletração, pode apresentar também déficits em outras áreas cognitivas ou acadêmicas, como na atenção e na matemática. Lima et al., (2012) diz que a dislexia pode ser adquirida, quando a perturbação surge em conseqüência de uma lesão cerebral que afeta mecanismos de leitura que antes funcionavam normalmente, ou pode ser uma dislexia de desenvolvimento, quando a perturbação não pode ser explicada por meio de um acontecimento externo. Crianças disléxicas têm uma baixa capacidade ao nível da ortografia e dificuldade em ler fluentemente, mostram progresso na alfabetização surpreendentemente mais lento do que o de seus colegas da mesma idade e do mesmo nível intelectual, associam-se frequentemente problemas de memória e tendem a ser mais lentos e imprecisos a nomear figuras. Para adquirir a capacidade de ler, a criança tem que desenvolver a consciência de que as palavras faladas podem ser divididas em fonemas, que são as menores unidades sonoras que podem afetar o significado de uma palavra e de que os grafemas, que são as letras e as palavras escritas representam esses sons, tendo capacidade de lidar com os sons e manejá-los, porém as crianças disléxicas têm uma baixa qualidade nessas representações fonológicas devido a um déficit no componente fonológico da linguagem como referido acima. (BRUCK, 1992, apud LIMA et al., 2012). Toda criança disléxica precisa de atendimento especializado, motivação, estabilidade emocional e ensino apropriado. É necessária também a estreita cooperação entre especialista, professores e pais. 2.1 Tipos de Dislexia A questão da dislexia não pode ser classificada como se fosse constituída por um grupo homogêneo de crianças disléxicas, todas com as mesmas dificuldades e apresentando os mesmos problemas de leitura e escrita. Para Nunes et al., (2003) as crianças que apresentam dificuldades parecem cometer erros distintos e abordar a leitura de modo diverso. Alguns autores classificam a dislexia tendo como bases testes diagnósticos, fonoaudiológicos, pedagógicos e psicológicos. Em 1971, Boder também notou a existência de erros distintos, tanto na escrita como na leitura, entre diferentes crianças. Baseando-se nos tipos de erros produzidos nas diversas condições de leitura com palavras familiares ou não familiares, longas ou curtas, de alta ou baixa freqüência, distinguiu cinco tipos de disléxicos, os disléxicos disfonéticos que são aqueles que têm dificuldades de percepção auditiva na análise e síntese de fonemas, dificuldades temporais, e nas percepções da sucessão e da duração, ou seja, lêem bem as palavras que conhecem memorizadas visualmente, mas não lêem nem escrevem palavras que encontram pela primeira vez; os disléxicos diseidéticos que são aqueles que têm dificuldade na percepção visual, na percepção gestáltica, na análise e síntese de fonemas, onde a leitura é silábica, sem conseguir a síntese das palavras; os disléxicos visuais que são aqueles que têm deficiência na percepção visual e na coordenação visuomotora (não visualiza cognitivamente o fonema); os disléxicos auditivos que são aqueles que têm deficiência na percepção auditiva, na memória auditiva (não ouve cognitivamente o fonema); e os disléxicos mistos que seria a combinação de mais de um tipo de dislexia (IANHEZ; NICO, 2002). 2.2 Avaliação, Diagnóstico e Intervenção A avaliação é o primeiro passo para se descobrir uma estratégia de intervenção junto ao disléxico. Avaliar as dificuldades de aprendizagem não apenas deve comprovar que existe uma lacuna significativamente entre o potencial para aprender de uma criança e seu desempenho real em uma ou mais áreas escolares, mais também deve determinar que a criança teve oportunidades adequadas de aprendizagem e investigar e descartar uma variedade. Segundo Teles (2004) se existe suspeita da existência de déficits fonológicos e ou de dificuldades de leitura e escrita, deve ser realizada a avaliação. É importante avaliar para diagnosticar, para delinear as dificuldades específicas, as áreas fortes e para intervir. A avaliação pode ser feita em qualquer idade; os testes são selecionados de acordo com a idade. Não existe um teste único que possa ser usado para avaliar a dislexia, devendo ser realizadostestes que avaliem as competências fonológicas, a linguagem compreensiva e expressiva (a nível oral e escrito), o funcionamento intelectual, o processamento cognitivo e as aquisições escolares. Os modelos de avaliação que se revelam mais eficientes são os que conduzem diretamente à implementação de estratégias de intervenção que tenham em conta os dados obtidos na avaliação. Dockrell e Mcshane (2000) dizem que reconhecer palavras é de grande importância nos primeiros estágios do aprendizado da leitura e, portanto deve ser o foco principal da avaliação de dificuldades de leitura, no caso a dislexia. Kappes et al., (2012) dizem que, na avaliação, o fonoaudiólogo e o psicopedagogo aplicam testes de lateralidade e avaliação da aquisição das habilidades, que são organização espacial e temporal, discriminação e percepção visual e auditiva, memórias tátil e cinestésica, memória imediata e de longo prazo, organização de figuras e praxias orofaciais, também são realizados testes de leitura que é a segmentação de palavras, ou seja, estudo dos sons, grupos consonantais, dígrafos, vocabulário adquirido, leitura oral e silenciosa e testes de linguagem escrita, através de ditado, cópia e escrita espontânea, além dos testes neurológicos e testes oftalmológicos e audiométrico. São várias as causas que podem intervir no processo da aquisição da linguagem, por isso é tão importante um diagnóstico preciso, multidisciplinar e de exclusão, pois se torna mais fácil dirigir as técnicas mais adequadas para a reintegração do aluno, objetivando tornar mais eficaz o plano de tratamento. (IANHEZ; NICO, 2002) O diagnóstico da dislexia é de exclusão, pois é feito por uma equipe multidisciplinar, ou seja, vários especialistas como psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos e oftalmologistas são peças fundamentais para um diagnóstico correto, onde eles realizarão uma bateria de testes avaliando o nível de inteligência e todas as dificuldades encontradas pela criança. Dockrell e Mcshane (2000) dão um exemplo de intervenção, onde a escola usa uma versão de abordagem fonológica, enfatizando os sons e a relação entre sons e letras, que é o mais recomendado para o tratamento da dislexia, pois aumenta o reconhecimento da estrutura fonológica das palavras e a relação entre representações fonológicas e ortográficas. A intervenção não pode ocorrer somente na sala de aula, pois segundo uma pesquisa realizada por Leach e Siddall (1990) apud Dockrell e Mcshane (2000), os maiores avanços em precisão na leitura e na compreensão de texto foram conseguidos pelas crianças que tiveram instrução doméstica, ou seja, através de métodos mais diretos, como a leitura conjunta de textos pelos pais e pelas crianças. A identificação e intervenção precoce são o segredo do sucesso na aprendizagem da leitura. A identificação de um problema é a chave que permite a sua resolução. Quanto mais cedo um problema for identificado mais rapidamente se pode obter ajuda. A identificação, sinalização e avaliação das crianças que evidenciam sinais de futuras dificuldades antes do início da escolaridade permite a implementação de programas de intervenção precoce que irão prevenir ou minimizar o insucesso (TELES, 2004). 2.3 Alguns Sintomas Que Caracterizam a Dislexia Ianhez e Nico (2002) dizem que existem alguns sintomas encontrados nas crianças em idade pré-escolar que caracterizam a dislexia, são eles: - Dificuldade na aquisição e desenvolvimento das habilidades lingüísticas. - Dificuldade em aprender as seqüências diárias. - Dificuldade com análise e síntese do som de uma palavra. - Dificuldade na linguagem e na fala: vocabulário pobre, disnomias, sentenças curtas e imaturas. - Lentidão na cópia, necessidade de apoio. - Dificuldade no ditado, na cópia e na escrita espontânea: trocas visuais, auditivas, espaciais, omissões, inversões e aglutinações de fonemas e logatomas. - Dificuldade com a leitura, muitas vezes negando-se a fazê-la. - Reconhecimento pobre de rima e aliteração. - Desatenção e dispersão. - Dificuldade com a coordenação motora fina: disgrafia e desenhos. - Dificuldade com a coordenação motora grossa: “desengonçado” nas aulas de educação física. - Desorganização geral: nos trabalhos escolares (lição de casa etc), no tempo etc. - Dificuldades visuais: postura da cabeça, desorganização na folha. - Confusão entre direita e esquerda (lateralidade), com mapas, dicionários etc. - Dificuldade com memória imediata: instruções, dígitos, tabuadas, sons de fonemas etc. - Dificuldade na matemática (discalculia) e desenho geométrico. - Problemas de conduta na sala de aula: é “exibicionista” ou tímido. - Desempenha-se muito bem nas provas orais, contradizendo os resultados das provas escritas. O problema nem sempre está na criança e sim nos processos educacionais, e além dos problemas de ensino há também a alfabetização precoce, onde cada vez mais as crianças estão menos prontas para iniciar o processo e são identificadas dificuldades de aprendizagem que, na realidade não existem, por isso o diagnóstico é essencial. 2.4 Mitos e Verdades Sobre a Dislexia Mesmo com tantos estudos e explicações sobre o que realmente é a dislexia, muitas pessoas ainda permanecem com uma visão distorcida sobre o assunto. Portanto, Ianhez e Nico (2002) falam sobre algumas dúvidas e mitos que pais de crianças disléxicas têm a respeito da dislexia. Muitas pessoas vêem a dislexia como uma doença, mas isso é um mito, a dislexia não é uma doença, e sim, um distúrbio específico de aprendizagem na área da leitura e escrita, que melhora quando há um acompanhamento especializado, onde serão adequadas técnicas para a superação das dificuldades específicas de cada pessoa. Pensar que a dislexia pode ser curada, é outro engano. A dislexia não tem cura, pode melhorar com o apoio e o ensino adequado. Muitas das dificuldades podem ser contornadas, e outras se tornarem menores, mas não desaparecem totalmente. Existem muitas pessoas que acham que todas as crianças e adultos que têm dificuldades em ler, soletrar e escrever são disléxicos, isso é um mito. Há numerosas razões para o fato de algumas pessoas serem mais lentas do que outras na aprendizagem da leitura e escrita, é por isso que o diagnóstico multidisciplinar é tão importante, pois é através dele que será detectado qual distúrbio que a pessoa sofre e como tratá-lo. Outro mito polêmico entre as pessoas é que a hiperatividade esteja ligada à dislexia. As crianças disléxicas podem ser hiperativas, mas não necessariamente. Quanto à questão de que os disléxicos têm inteligência baixa, é outra falsa afirmação, pois a dislexia caracteriza-se justamente pelo quadro de indivíduos que, no mínimo, têm inteligência média. As crianças que possuem inteligência abaixo da média podem se enquadrar em outro tipo de dificuldade, mas não em dislexia. Alguns pais se sentem culpados pelo(a) filho(a) ser disléxico(a), isso é um erro. Não existe “falha” de ninguém. A dislexia pode ser congênita, fator este, que vem sendo estudado e está se confirmando a cada pesquisa realizada. Enfim, os disléxicos precisam de atendimento especializado e motivação, para que isso aconteça é preciso que pais e educadores busquem se informar melhor sobre o assunto para que possam lidar corretamente com a dislexia. 2.5 O Que Está Em Jogo? A Questão dos Problemas Emocionais Geralmente a criança disléxica é triste e deprimida, devido ao repetido fracasso em seus esforços, sempre tentando superar suas dificuldades e não conseguindo, tudo isso são fatores que fazem com que ela se torne uma pessoa agressiva e angustiada. Como conseqüências da dislexia, encontramos a repetência e evasão, pois se o problema não é detectado e acompanhado, a criança não aprende a ler e escrever, com issoacarreta o desestímulo, a solidão, a vergonha e implicações em seu auto-conceito e rebaixamento de sua auto-estima, gerando problemas de comportamento, como agressividade e até envolvimento com drogas. A dislexia começa como um distúrbio de leitura e escrita e acaba com um problema que pode durar a vida inteira, como depressão e desvio de conduta (KAPPES et al., 2012). Para evitar essa espécie de derrota autoperpetuadora, é preciso que os pais reconheçam esses problemas de comportamento como pedidos de ajuda, que indica que uma intervenção seja necessária como um programa de aconselhamento (SMITH; STRICK, 2001). 3. COMO TRABALHAR COM DISLÉXICOS DENTRO E FORA DE SALA DE AULA 3.1 A Dislexia e a Alfabetização Geralmente a dislexia fica mais evidente no período de alfabetização, pois as crianças passam a ter uma enorme dificuldade em aprender a ler, escrever e soletrar, portanto é muito importante que pais e professores fiquem atentos. Uma das dificuldades que os disléxicos encontram na alfabetização é a falta de consciência dos fonemas, que é importante para a aprendizagem da leitura em um sistema de escrita como o nosso, que é um sistema alfabético, pois as letras do alfabeto representam os fonemas, e para Nunes et al., (2003), parece impossível a uma criança aprender a ler ou escrever usando o alfabeto, a não ser que compreenda a divisão de palavras e sílabas em fonemas. Confusões com os grafemas também são dificuldades encontradas pelos disléxicos, como as inversões, omissões, adições e substituições de letras e sílabas. Para Kappes et al., (2012) o disléxico precisa olhar e ouvir atentamente, observar os movimentos da mão quando escrever e prestar atenção aos movimentos da boca quando fala. Desta forma, a criança disléxica associará a forma escrita de uma letra com seu som como com os movimentos, pois falar, ouvir, ler e escrever, são atividades da linguagem. Segundo Pennington (1997), é preciso compreender que o alfabeto é um código para fonemas, os sons individuais da fala e da linguagem, e com isso ser capaz de usar esses códigos rápida e automaticamente, de modo que possa se concentrar no significado do que lê. Ianhez e Nico (2002) destacam que as crianças disléxicas não possuem apenas dificuldades, pelo contrário, algumas possuem habilidades e talentos em áreas diferentes da leitura e da escrita, como por exemplo: - Facilidade para construir, ou consertar as coisas quebradas. - Ser um ótimo amigo. - Ter idéias criativas e achar soluções originais para os problemas. - Desenhar e/ou pintar muito bem. - Ter ótimo desempenho no esporte. - Ter ótimo desempenho na música. - Demonstrar grande afinidade com a matemática. - Revelar-se bom contador de histórias. - Sobressair-se como ator ou dançarino. - Lembrar-se de detalhes. Estes são alguns dos vários talentos e habilidades que o disléxico pode ter e que muitas pessoas que lêem e soletram bem não possuem. Portanto, é importante incentivar as crianças a escrever e desenvolver o gosto pela leitura, proporcionando ambientes propícios. 3.2 O Disléxico e a Escola: Papel do Professor As crianças disléxicas aprendem de maneira diferente, mas podem acompanhar o ensino convencional se tiverem o apoio necessário para contornar suas dificuldades específicas, portanto a escola como contexto institucional da ação educativa, é um vértice fundamental no âmbito das dificuldades de aprendizagem, no caso a dislexia, pois, a responsabilidade na prevenção do “insucesso escolar” recai inteiramente sobre ela e sobre os professores que são os profissionais responsáveis pelo ensino da leitura e da escrita. A escola ao suspeitar que o aluno é disléxico e mesmo portador de qualquer outro distúrbio deve realizar uma avaliação e depois encaminhá-lo para os testes necessários, e ao ser diagnosticado que a criança realmente é disléxica a escola deve realizar algumas mudanças que ajudem os disléxicos. Ianhez e Nico (2002) também nos fala algumas funções que a escola deve adotar ao constatar que a criança possui dislexia: - Dar encorajamento - Atender e respeitar as capacidades e os limites das crianças - Estar informada para amparar a criança em sua dificuldade - Manter o professor da classe familiarizado(s) e sensibilizado(s) com a dislexia para compreender e apoiar a criança na sala de aula, ou ainda reconhecer a necessidade de ajuda extra. - Desenvolver um clima de paciência, para que as crianças possam ter tempo suficiente para cumprir suas tarefas e até mesmo repeti-las várias vezes para retê-las. - Permitir que a criança erre, isso fará com que ela se sinta mais livre para se expressar e mais interessada em corrigir o erro. - Manter uma relação de troca de experiências e evolução com os pais e, se for o caso, com o profissional que acompanha a criança. Para Cogan (2002), apud Lima et al., (2012), a formação dos professores neste domínio deveria abordar a relação entre a linguagem oral e a linguagem escrita, como a correspondência entre fonemas e grafemas, a estrutura fonêmica da língua, regras de ortografia, sintaxe, semântica e diferentes modelos de funcionamento do processo de leitura. José e Coelho (1996) disponibilizaram um quadro que pode servir como referência para os professores na sala de aula, onde nos mostram sugestões e motivos para se trabalhar com as crianças disléxicas, veja abaixo: Para ajudar a criança disléxica na escola Sugestões Motivos 1- Explique à criança quais são seus problemas. A criança normalmente já tem conhecimento prévio de seus problemas, porém não sabe quais são nem o porquê. Uma explicação ajudará a compreensão de si mesma. 2- Tente restaurar a confiança do aluno em si próprio. Como já tinha sido rotulado como “mau aluno”, agora vem a oportunidade para a criança vencer. Ela tem de compreender isto. 3- Sente-se ao lado da criança. Para diminuir a possibilidade de troca de posições (má orientação corporal), nunca sente na frente do aluno. Sentando-se ao seu lado você cria uma atmosfera menos formal. 4- Nunca force o aluno a aceitar a lição do dia. Algumas vezes ele não está disposto a fazer suas lições. Existem outras maneiras de ensinar sem usar lápis e papel. Os jogos, por exemplo, podem ajudar. Seja versátil em relação às necessidades da criança. 5- Evite submeter o aluno à pressão de tempo ou competição com outras crianças. Essas pressões fazem com que o aluno concentre-se em ser o primeiro e não em estar correto. Ser o primeiro é secundário quando o que importa é estar certo. A competição pode levar à amarga experiência de fracassos seguidos. 6- Seja flexível em relação ao conteúdo da lição. Algumas vezes a criança disléxica não está preparada para determinada lição, mesmo que se pense o contrário. Deixe tal lição de lado ou tente outra abordagem. 7- Fique ciente da possibilidade de a criança disfarçar seus erros. Crianças disléxicas tentam, às vezes, disfarçar seus erros através de artimanhas e artifícios (por exemplo, caligrafia ilegível), para evitar que seus erros sejam vistos. 8- Use a crítica de uma maneira construtiva. É preferível sempre mostrar as razões dos erros e as maneiras de evitá-lo e supera-lo, a uma atitude negativista. 9- Permita vários tipos de ajuda para auxiliar o aluno. Certos artifícios podem auxiliar o aluno a se concentrar mais no objetivo de uma tarefa do que nos mecanismos de sua feitura. Por exemplo: um marcador qualquer ajudará a concentração na linha de leitura; uma máquina de datilografar erradicará uma caligrafia fraca e criará nova motivação; um gravador de som ajudará na lembrança de suastarefas ou na explicação de como fazê-las. 10- Estimule a criança a escrever em linhas alternadas. Isso ajudará o professor a ler uma caligrafia imprecisa e frequentemente amontoada, e também a fazer a correção próxima aos erros e não no fim da lição. Para ajudar a criança disléxica na escola Sugestões Motivos 11- Certifique-se que as instruções para determinadas tarefas de casa sejam entendidas pela criança. A deficiência de coordenação visual e motora da criança disléxica resulta na cópia incorreta do quadro-negro. É preferível escrever as instruções de suas tarefas de casa e ler para ela certificando-se de que entendeu. 12- Peça aos pais que releiam as instruções das tarefas de casa. A criança pode esquecer o que foi pedido na escola ou não conseguir ler instruções mais complexas. Tempo e frustrações serão eliminados se os pais relerem as instruções da professora. 13- Quando corrigir lições seja realista, mas não exagere. Se a professora anotar todo erro, isso pode ser desagradável para a criança. O conteúdo da lição é o que importa e um comentário sobre a sua importância é psicologicamente mais útil do que inúmeros sinais de correção. 14- Não corrija lições com lápis ou canetas vermelhas. Correções com cor vermelha são desmoralizantes para as crianças com problemas de aprendizagem. Use maneiras mais sutis e corrija sem alardes pictóricos. 15- Procure identificar áreas de interesse da criança. Uma má vontade para aprender pode ser contornada usando-se material diferente. Por exemplo, não tire o estímulo da leitura das histórias em quadrinhos se a criança aprende através delas. 16- Encontre livros de leitura que interessem à criança mesmo que eles sejam complexos para sua habilidade. Na falta de material de leitura mais apropriado, que prenda a atenção da criança, tente suplementar com livros, mesmo que estejam acima de seu nível de leitura, conquanto que captem e mantenham sua atenção. Fonte: José e Coelho (1996, p. 104). O professor da criança disléxica é aquele que, além da competência, habilidade interpessoal, equilíbrio emocional, tem a consciência de que mais importante do que o desenvolvimento cognitivo é o desenvolvimento humano e que o respeito às diferenças está acima de toda pedagogia. Portanto é necessário que o professor encaminhe o disléxico para o tratamento e que colabore para que o mesmo tenha sucesso, reconhecendo que só através de um trabalho paciente e constante poderá prestar à criança a ajuda que ela tanto necessita, e quanto mais rápido forem detectadas as dificuldades, mais fácil será de lidar e trabalhar com a dislexia, pois menos serão as frustrações e sentimentos de fracasso que afetam negativamente a motivação do aluno. 3.3 O DISLÉXICO E A FAMÍLIA: PAPEL DOS PAIS Quem melhor para ajudar os disléxicos senão os seus próprios pais? Os pais conhecem seus filhos melhor do que ninguém, por isso precisam estar atentos a qualquer mudança ou diferença existente na criança como frustrações, tensões, ansiedades, baixo desempenho e desenvolvimento. Notando essas mudanças, os pais devem procurar profissionais para realizar um diagnóstico multidisciplinar, o quanto antes, pois assim as oportunidades de sucesso são maiores. Os pais também têm um papel importante para que ocorra uma avaliação completa e justa os pais com seus filhos, e portanto devem tomar algumas providências que os ajudarão a obter as informações mais úteis sobre este processo, como: 1- Informar-se sobre regulamentos federais e locais que estão disponíveis na secretaria de educação, procurando saber sobre os direitos legais dos estudantes com deficiências e de suas famílias, e sobre as fórmulas ou diretrizes que são usadas em seu estado para o estabelecimento da existência de uma dificuldade de aprendizagem. 2- Investigar os investigadores, ou seja, descobrir exatamente quem seu filho verá durante o curso de avaliação, as qualificações e áreas de especialização, ou a experiência específica na área, da equipe que o examinará. 3- Perguntar sobre os testes, pois estes devem ser conduzidos em uma base individualizada e dados na língua nativa do aluno. 4- Descobrir outros tipos de informações que podem ser coletadas, pois os testes não podem ser considerados um quadro completo em uma avaliação de dificuldades de aprendizagem. 5- Preparar seu filho para a avaliação, dando a ele o máximo de informações que puder sobre o que acontecerá durante a avaliação, acabando com seu estresse, confusão e ansiedade. 6- Guarde todos os registros. As avaliações para dificuldades de aprendizagem geram muitos papéis e a maioria é entregue aos pais e se não forem entregues, solicite cópias desses, pois alguns têm realmente valor legal que protegem seus direitos e demonstram que o distrito escolar está operando de acordo com os regulamentos. 7- Dar a si mesmo tempo para lidar com os resultados da avaliação. Se alguma deficiência foi documentada durante a avaliação, algumas recomendações serão feitas, um membro da equipe avaliadora compartilhará com os pais os resultados da avaliação, portanto é importante que você use todo o tempo necessário para entender os resultados da avaliação e recomendações. 8- Quando em dúvida, obter uma segunda opinião, você tem direito, sob a lei federal, de obter uma “Avaliação Educacional Independente”, essa avaliação usa os mesmos critérios estaduais e federais para determinar se existe ou não uma deficiência. Quanto mais informações tiver, mais provavelmente a criança obterá o tipo de ajuda exata de que precisa. Algumas famílias não são bem esclarecidas a respeito da dislexia e acabam se sentindo incapazes, portanto uma boa orientação é fundamental para que os pais compreendam as dificuldades do disléxico e tenham uma conduta de apoio e incentivo, além de se sentirem motivadas a ir além e estar sempre buscando novas informações sobre a dislexia que possam ajudá-los a tratar cada vez melhor o filho disléxico, e nunca esquecer que carinho é tão importante quanto acompanhamento profissional, como ajudar a criança sendo mais encorajadoras e afetuosas, prestando atenção nos mínimos detalhes, fazendo com que a criança se sinta amada e importante. Segundo Kappes et al., (2012) é importante que os pais focalizem o que a criança faz melhor, encorajando-a a fazê-lo, não deixando que ela desista mesmo que ela considere difícil, tentando tranquiliza-la, fazendo com que ela se sinta valorizada como pessoa, e deixando-a mais segura. Contudo, é sempre bom lembrar que nem os pais, nem os professores sabem de tudo, pois todas pessoas mesmo que não sejam disléxicas, têm suas limitações. É importante que as pessoas que sofrem desse distúrbio sejam reconhecidas por aquilo que fazem bem, e apesar das dificuldades, levar uma vida normal do ponto de vista acadêmico, familiar e afetivo. 4. ASPECTOS METODOLÓGICOS Este trabalho baseou-se em pesquisas bibliográficas e pesquisa de campo, onde foi realizada uma entrevista que teve a participação de 20 professores do ensino básico que lecionam em escolas públicas na cidade de São Gotardo, em Minas Gerais. A média de idade dos professores entrevistados é de 37,5 anos, a média do tempo de serviço é de 15,5 anos. Quanto às habilitações, cinco têm o magistério, 4 são formados em pedagogia, 2 são formados em normal superior e especializados em supervisão, 1 é formado em história, 1 e formado em normal superior, 1 é formado em letras e 1 é formado em pedagogia e especializado em supervisão. Foi construído um questionário de auto resposta, compostopor 5 questões fechadas de sim ou não e 2 questões abertas (Anexo I). Uma das questões fechadas (questão 5) possui 2 alíneas, em que uma é fechada (5.1) e a outra é aberta (5.2). Ao final do questionário possui uma parte que corresponde aos dados sócio-demográficos dos professores entrevistados. A distribuição dos questionários para os professores foi feita nas próprias escolas em que os entrevistados exercem a profissão, após a autorização dos diretores das mesmas. Antes da entrega do questionário ao seu respectivo entrevistado, procurou-se facilitar a interação, fornecendo-se alguma informação sobre o trabalho realizado. Os professores tiveram 24 horas para a entrega do questionário respondido, ou seja, podendo levá-lo para casa e sendo recolhido pela investigadora somente no dia seguinte. Os dados obtidos através dos questionários foram tratados (como especificado no ato da entrega para ser respondido) estatisticamente e são, portanto, estritamente anônimos e confidenciais. 5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Baseando-se nas respostas dadas pelos professores, chegamos aos seguintes resultados: CONHECIMENTO SOBRE O ASSUNTO Verifica-se que, dos 20 professores que constituem a pesquisa, 20 (100%) afirmam saber o que é a dislexia, e, portanto segundo eles, saberiam responder perfeitamente a pergunta mesmo que não tivessem lido a pequena introdução sobre o assunto, contida no questionário. EXPERIÊNCIA COM ALUNOS COM DISLEXIA OU SINTOMAS DA MESMA Dados da pesquisa mostram que 15 (75%) dos professores entrevistados afirmam que já lidaram com algum aluno/a com dislexia ou sintomas da mesma, enquanto apenas 5 (25%) afirmam nunca terem lidado como problema. RELAÇÃO ENTRE DISLEXIA E INTELIGÊNCIA Dos entrevistados 12 (60%) afirmam não haver relação entre dislexia e inteligência, enquanto 8 (40%) afirmam que existe sim relação. Portanto, pode-se dizer que os 12 (60%) professores que responderam no questionário que não há relação entre dislexia e inteligência, estão coerentes com o estudo teórico realizado no início deste trabalho, pois em crianças com dislexia não podem ser atribuídos à falta de inteligência, pelo contrário, a dislexia caracteriza-se justamente pelo quadro de indivíduos que, no mínimo, têm inteligência média. EM CASO DE SUSPEITA A QUEM O ENCAMINHAR As ocorrências referentes ao apoio de crianças com suspeita de dislexia são numerosas, destacando-se o fonoaudiólogo que, com 8 ocorrências, surge como o profissional preferencialmente escolhido. Outro profissional referenciado pelas entrevistas e que ficou em segundo lugar em número de ocorrências foi o psicólogo (5 ocorrências), em seguida foi o supervisor da escola em que estuda a criança (2 ocorrências), o neurologista (2 ocorrências), o psicopedagogo (1 ocorrência), a direção da escola (1 ocorrência) e aulas extra-classe (1 ocorrência). Como foi discutido na pesquisa teórica, ao suspeitar que o aluno seja disléxico, é importante que o professor o encaminhe a uma equipe multidisciplinar, ou seja, vários especialistas como psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos e oftalmologistas, pois são peças fundamentais para um diagnóstico correto e preciso, onde eles realizarão uma bateria de testes avaliando o nível de inteligência e todas as dificuldades encontradas pela criança. FORMAÇÃO EXTRA-CURRICULAR NA ÁREA DA DISLEXIA Embora a maioria dos entrevistados tenha dito que lidam ou já lidaram com disléxicos em sala de aula, apenas 1 (5%) afirma ter se especializado no assunto através de um curso oferecido pela rede pública. O restante dos entrevistados afirma não terem se especializado na área pelos seguintes motivos, 10 (47%) afirmam que ainda não tiveram oportunidade, 4 (19%) afirmam não terem tempo para participar do curso, 3 (14%) disseram que não sentiram necessidade de se especializar no assunto, 2 (10%) afirmam não terem condições financeiras e 1 (5%) disse que agora ao ler sobre o assunto é que se interessou pelo mesmo. SINAIS QUE INDICAM SE A CRIANÇA É DISLÉXICA Quanto aos sinais que os docentes referem como indicadores da presença da dislexia na criança, foram encontradas as seguintes respostas: - Quando há dificuldades na fala e na escrita: troca de letras, sílabas, frases e dificuldades de memorização; - Quando o aluno tem vergonha de se expressar; - Quando há desinteresse e distração; - Quando o desempenho é inferior aos demais; O ALUNO DISLÉXICO PRECISA DE ATENDIMENTO ESPECIAL? Todas os 20 (100%) entrevistados disseram que o disléxico precisa de um atendimento especial. E segundo o que foi estudado na pesquisa teórica deste trabalho, ao ser diagnosticado que a criança realmente é disléxica a escola deve realizar algumas mudanças que ajudem os disléxicos, porém, não é necessário que eles fiquem em classe especial, pois esses alunos têm muito a oferecer para os colegas e muito a receber deles. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Atualmente, nota-se uma falta de conhecimento dos educadores e pais de disléxicos em relação à dislexia e em função de um número significativo de crianças com esse distúrbio, é importante saber sobre as causas, o diagnóstico, o tratamento e principalmente saber o que a escola e os pais podem fazer para minimizar as conseqüências do mesmo na vida dessas crianças. Este trabalho foi realizado através de pesquisa bibliográfica, procurou-se em diversas fontes saber o que realmente é a dislexia, e como lidar com pessoas que sofrem desse distúrbio, e além da pesquisa bibliográfica, também foi realizada uma pesquisa de campo, com professores de escolas públicas da cidade de São Gotardo, em Minas Gerais, sobre a dislexia na sala de aula, por serem eles os profissionais que primeiro se confrontam com este distúrbio. Através da pesquisa bibliográfica, descobriu-se que a dislexia não tem cura, mas que se diagnosticada e tratada em tempo certo a criança pode melhorar muito o seu desempenho em sala de aula. Sabe-se que a dislexia é um distúrbio específico da linguagem, caracterizado pela dificuldade em decodificar palavras simples, dificuldades estas que não são esperadas em relação à idade. É importante que seja feito um diagnóstico preciso, multidisciplinar e de exclusão, pois são várias as causas que podem intervir no processo da aquisição da linguagem. Quanto mais amplo o contexto que observamos a dislexia, mais fácil será de entender suas causas e de lidar com ela. Assegurar a criança disléxica um sistema educacional de qualidade é muito importante, e para que isso aconteça é indispensável à colaboração de pais e educadores na tarefa de ajudar essas crianças, encorajando-as; compreendendo-as; tendo muita paciência, pois o disléxico leva mais tempo para realizar suas tarefas; lembrar sempre que ele é capaz e criativo; saber a forma apropriada para ensinar a criança; não exercer pressão sobre ela; não fazer comparações com outros membros da família ou da escola; motive-a; incentive-a, essas são apenas algumas das dicas que irão ajudar você a lidar com o disléxico, portanto é necessário procurar sempre se informar sobre o melhor a fazer em cada situação, tendo consciência de que é necessário que cada um faça sua parte e assim com certeza ficará muito mais fácil se relacionar com as crianças que sofrem desse distúrbio. Através da pesquisa de campo pode-se notar que, os professores embora tentem, ainda estão despreparados para lidar com alunos disléxicos, pois há uma grande carência na região, de cursos de especialização específicos na área da dislexia. Todas as professoras responderam ao questionário, afirmando saberem o que é a dislexia, mais que ainda estão despreparadas para lidar com o distúrbio em sala de aula, por falta deoportunidade, ou por falta de tempo ou até mesmo por falta de interesse no assunto. Espera-se que este trabalho seja referência a muitos educadores e pais, para que os ajudem a lidar com os disléxicos, propiciando a eles uma vida em ambiente escolar e em casa sem preconceito e sem repreensão. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DOCKRELL, Julie; MCSHANE, John. Crianças com dificuldades de aprendizagem: uma abordagem cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2000. IANHEZ, Maria Eugênia; NICO, Maria Ângela. Nem sempre é o que parece: como enfrentar a dislexia e os fracassos escolares. 9ª Ed. Rio de Janeiro: Alegro, 2002. JOSÉ, Elisabete da Assunção; COELHO, Maria Teresa. Problemas de aprendizagem. 8ª Ed. São Paulo, Ática, 1996. KAPPES, Dany; FRANZEN, Gelson; TEIXEIRA, Glades; GUIMARÃES, Vanessa. Dislexia. Disponível em: <http://www.psicopedagogia.com.br/artigos>. Acesso em: 04 jul. 2012. LIMA, César. Dislexia no 1º ciclo: da actualidade científica às concepções dos professores. Disponível em: <www.psicologia.com.pt>. Acesso em 04 jul. 2012. NUNES, Terezinha; BUARQUE, Lair; BRYANT, Peter. Dificuldades na Aprendizagem da leitura: teoria e prática. 5ª Ed. São Paulo: Cortez, 2003. PENNINGTON, Bruce F. Diagnóstico de distúrbios de aprendizagem. São Paulo: Pioneira, 1997. SMITH, Corine; STRICK, Lisa. Dificuldades de aprendizagem de A à Z: um guia completo para pais e educadores. Porto Alegre: Artmed, 2001. TELES, P. Dislexia: Como Identificar? Como Intervir? Revista Portuguesa de Clínica Geral. v.20, n.5, p.713-730, 2004. ANEXO I I – QUESTIONÁRIO DE PESQUISA DE CAMPO Este questionário enquadra-se num trabalho que está sendo desenvolvido por uma pedagoga. Pretende-se com este, conhecer a sua concepção e atitudes sobre a dislexia. Estes dados serão tratados estatisticamente e são, por isso, estritamente anônimos e confidenciais. Responda a todas as questões atentamente. Não se preocupe com a correção das suas respostas, o fundamental é que seja o mais espontâneo possível. É importante que não deixe nenhuma questão em branco. A seguir uma pequena introdução sobre o assunto, e logo após, as perguntas a serem respondidas. Agradeço desde já a sua colaboração. O que é dislexia? A palavra dislexia é derivada de dis= distúrbio e lexia que, em grego, quer dizer linguagem e, em latim, leitura, portanto, dislexia é um distúrbio de linguagem e/ou leitura. Geralmente a dislexia fica mais evidente no período de alfabetização, e caracteriza-se por dificuldades no reconhecimento preciso de palavras (identificação de palavras reais) e na capacidade de decodificação (pronunciar pseudopalavras), e além das dificuldades com leitura, escrita e soletração. Uma das dificuldades que os disléxicos encontram na alfabetização é a falta de consciência dos fonemas, que é importante para a aprendizagem da leitura em um sistema de escrita como o nosso, que é um sistema alfabético. Você acabou de ler uma pequena introdução sobre o que é dislexia, mas se não a tivesse lido você saberia responder o que é dislexia? SIM NÃO Ao longo da sua carreira como professor/a do ensino básico, já lidou com algum aluno/a com dislexia ou sintomas da mesma? SIM NÃO Considera que existe alguma relação entre dislexia e inteligência? SIM NÃO Suponha que suspeita que tem um aluno/a com dislexia em sua sala de aula. A quem o/a encaminhará? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _________________________________________ Teve alguma formação extra-curricular na área da dislexia ou de outro distúrbio de aprendizagem da leitura? SIM Qual?________________________________________ NÃO 5.1- Caso tenha respondido afirmativamente a pergunta anterior, indique o motivo que o/a levou a efetuar a formação citada em sua resposta. INTERESSE FAMILIAR CASO NA FAMÍLIA CASO NA ESCOLA ASCENÇÃO NA CARREIRA OUTROS ___________________________________ 5.2- Caso tenha respondido negativamente à pergunta anterior (pergunta 5), por que motivo não sentiu necessidade de formação na área? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _________________________________________ No seu entender, que sinais indicam que estamos perante uma criança disléxica? _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _________________________________________ Na sua opinião, ao ser diagnosticado que a criança realmente é disléxica, se torna necessário que ela tenha um atendimento especial? SIM NÃO Dados sobre o entrevistado: Idade:_____________________ Sexo:___________________________ Escola que atua:_____________________________________________ Formação profissional: ________________________________________ Tempo de serviço: ___________________________________________ O questionário termina aqui. Muito obrigada pela sua colaboração!