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Texto - Princípios para o desenho das PPRs - Prof Dr Ricardo Faria Ribeiro - FORP USP RANDER

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Prof. Dr. Ricardo Faria Ribeiro – Princípios para o Desenho da PPRs - 1 
 
 
 
Para que seja definido qual o melhor desenho para a PPR a ser indicada para o caso em 
questão, primeiramente há que se estabelecer os requisitos básicos que ela deve contemplar: 
suporte, estabilidade, retenção, função e estética. O grau de importância de cada um destes 
fatores é variável, mas a função e a preservação das estruturas remanescentes são 
primordiais. Para atingir todos os objetivos, qualquer que seja o tipo de arco parcialmente 
desdentado encontrado, alguns princípios biomecânicos devem ser obedecidos. 
 
 
 
Qualquer que seja a via de transmissão (dental ou mucosa), a carga mastigatória que 
incide sobre uma prótese parcial removível será sempre destinada ao tecido ósseo subjacente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Nas próteses de extremidade livre a carga aplicada sobre os dentes artificiais durante a 
função mastigatória é transferida, pela sela, diretamente ao rebordo residual, na forma de carga 
de compressão. O efeito desta condição, incontornável, é passível de ser minimizado, sendo, 
para isso, fundamental que o desenho da sela seja elaborado para distribuir a carga mastigatória 
na maior área possível (toda área chapeável disponível ), prevenindo, desta forma, a 
ocorrência de reabsorções ósseas localizadas. Assim, o desenho correto, associado à 
realização de moldagens funcionais que permitam a obtenção de suporte mucoso efetivo pode 
ser descrito como o primeiro princípio a ser observado na construção das PPR. 
 
• Primeiro princípio: PPRs de extremidade livre devem ser planejadas para obter efetivo 
suporte mucoso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dada a disposição das fibras do ligamento periodontal, a carga mastigatória gerada 
sobre o órgão dental, se dirigida no sentido do seu longo eixo, é transferida ao osso alveolar 
como carga de tração e, quando mantida dentro de limites fisiológicos, estimula o processo de 
neoformação óssea, sendo fundamental para a manutenção da saúde dos tecidos periodontais. 
Cargas geradas obliquamente em relação ao longo eixo dos dentes, por outro lado, 
implicam num potencial de rotação do dente em torno de um fulcro situado na raiz, criando áreas 
de tração e compressão em regiões opostas do suporte periodontal, à semelhança do 
movimento indicado para a luxação do dente em manobras cirúrgicas. Desse modo, essas 
cargas causam mobilidade dental, e, se não interrompidas, levam à perda do dente. 
 
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A reabilitação oral com PPR, por natureza, é baseada na integração de um complexo 
mecânico (a prótese em si), ao complexo biológico que a suporta (sistema de suporte). Cria- se, 
assim, a unidade biomecânica na qual os dois aspectos devem se completar, sem vantagem para 
qualquer um. Se isso ocorre, resultado do desenho incorreto da PPR, a prótese pode 
funcionar de maneira destrutiva para o sistema de suporte ou, pelo menos, sem cumprir seus 
requisitos mecânicos. 
Na literatura encontram-se descritas máquinas simples e complexas, sendo que as 
últimas são formadas pela combinação das simples: alavanca – cunha – parafuso – plano 
inclinado – polia – eixo e roda. 
Para a PPR a alavanca e o plano inclinado são especialmente importantes já que 
geram fortes cargas de torção. 
Se durante o desenho de uma PPR, um apoio (responsável pela estabilização vertical da 
prótese) é posicionado sobre uma vertente (plano inclinado) de um pilar qualquer, a carga 
mastigatória transferida a este local determina um potencial de deslocamento do apoio por 
este plano, gerando, entre o apoio e o dente, cargas de mesma direção (horizontal), porém de 
sentidos contrários. 
Tal ocorrência é facilmente detectada quando os apoios são colocados nas faces 
linguais/palatinas de dentes anteriores, sem qualquer modificação de seus contornos originais. 
A colocação dos apoios nas mesmas faces, devidamente preparadas para recebê-los, 
anula os planos inclinados e favorece a transmissão da carga no sentido do longo eixo dos 
dentes. 
 
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As alavancas, definidas como barras rígidas suportadas em algum ponto entre suas 
extremidades, podem ser de três tipos: 
1) primeira classe - quando o ponto de fulcro separa o braço de potência do de 
resistência - exemplo: gangorra; 
 
 
 
2) segunda classe - quando a resistência está colocada entre o fulcro, posicionado 
numa extremidade, e a potência, posicionada na outra - exemplo: carriola; 
 
 
 
3) terceira classe - quando a potência está posicionada entre o fulcro, numa extremidade, 
e a resistência, na outra - exemplo: vara de pesca. 
 
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A alavanca de primeira classe é especialmente importante para a PPR, porque acontece 
frequentemente nos casos de extremidade livre. Neste tipo de prótese, quando a carga 
mastigatória incide sobre os dentes artificiais, a sela é comprimida de encontro ao rebordo 
residual, devido à resiliência do tecido fibromucoso de revestimento. O apoio sobre o dente pilar 
funciona como fulcro, determinando um movimento da prótese que tende a afastar as partes 
anteriores em relação ao sistema de suporte. 
Quando a tal situação está associado um braço de retenção circunferencial, com 
apoio localizado na fossa distal do dente pilar (adjacente à área anodôntica), o braço de 
retenção descreve um movimento em arco, puxando o dente pilar para cima e para trás; 
piorando sensivelmente o prognóstico do dente. 
 
 
 
 
 
 
Nas alavancas, a relação entre potência (carga mastigatória) e resistência (força 
resultante sobre o dente pilar) é definida pela fórmula matemática: 
P x D1 = R x D2, 
onde: 
P = potência, 
D1 = distância da potência ao fulcro, 
R = resistência, 
D2 = distância da resistência ao fulcro. 
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Assim, quanto maior o valor de D1, ou seja, quanto mais para posterior for aplicada a 
carga mastigatória, maior será o valor da carga gerada sobre o dente pilar. 
 
 
 
 
 
 
Destas considerações estabelece-se o segundo princípio básico para o planejamento das 
PPR, que implica na prevenção da ocorrência ou, pelo menos, na minimização de planos 
inclinados e alavancas, objetivando a redução das cargas de torção geradas sobre os dentes 
pilares. 
 
• Segundo princípio: deve-se prevenir o aparecimento de alavancas e planos inclinados. 
 
 
O preparo correto de nichos pode eliminar definitivamente a ocorrência de planos 
inclinados. 
No entanto, o potencial de alavanca está sempre presente nas próteses de 
extremidade livre devido à resiliência da fibromucosa de revestimento do rebordo residual. Em 
relação ao suporte dental a resiliência da fibromucosa permite movimentação 10 vezes maior, 
mais ou menos. Em função deste fato, o 1º. princípio acima enunciado e que trata da ampla 
distribuição de carga por toda a área chapeável disponível, ao aumentar a área de suporte,diminui a força gerada sobre o dente pilar e evita a reabsorção óssea localizada. 
Ainda pensando nesta equalização de forças, se uma sela ampla ajuda na distribuição 
da carga mastigatória, deve-se ter cuidado também em relação à extensão da mesa oclusal, 
especialmente nas próteses de extremidade livre, já que representa o braço de potência da 
alavanca. Determina-se, então, o terceiro princípio para a construção das PPR, que indica a 
utilização de mesas oclusais reduzidas para reduzir a carga resultante sobre o dente pilar nas 
próteses de extremidade livre, tanto no sentido mésio-distal quanto vestíbulo-lingual ( ). 
 
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• Terceiro princípio: nas PPR de extremidade livre a mesa oclusal dos dentes artificiais 
deve ser reduzida, mantendo a sela o mais ampla possível dentro dos limites 
anatômicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ainda considerando a potência das alavancas, o apoio localizado na região do cíngulo é 
vantajoso em relação ao localizado na incisal por estar mais próximo ao fulcro do dente e, 
consequentemente, diminuir o braço de alavanca, além da indiscutível vantagem estética. 
As próteses de extremidade livre representam o maior desafio quanto à obtenção de 
resultados plenamente satisfatórios. Se, para esta situação for indicado um braço de retenção 
tipo barra (Roach) associado ao deslocamento do apoio para a porção mesial do dente pilar, 
consegue-se a modificação da alavanca de primeira classe para outra de segunda classe. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com isto, quando sob a ação da carga mastigatória, a base da prótese é deslocada de 
encontro ao rebordo residual, e o braço de retenção, posterior ao fulcro e ligado à base 
acompanha o mesmo movimento, afastando-se do dente sem transferir qualquer carga a ele. 
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Fica estabelecido, então, o quarto princípio que indica, para PPRs de extremidade livre, 
que o apoio deve ser posicionado afastado da área anodôntica, associado à utilização de braços 
de retenção tipo barra, para transformar a alavanca numa de segunda classe, reduzindo a 
carga resultante sobre o dente pilar. 
 
• Quarto princípio: nas PPRs de extremidade livre os apoios devem ser 
posicionados na região mesial dos dentes pilares e associados a braços de retenção tipo 
barra. 
 
Tendo em mente o funcionamento da prótese, se o paciente morde algum alimento 
pegajoso (p. ex. balas de caramelo), este alimento tende a tracionar a base da prótese, 
afastando-a do rebordo residual quando há o movimento de abertura da boca. Nesta situação, a 
alavanca de segunda classe é ativada, já que o braço de retenção tipo barra é levado de 
encontro ao equador protético do dente pilar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dessa forma, impedir tal deslocamento da base da prótese permite evitar que o braço 
retentivo gere carga sobre o dente pilar. Também, mantendo a prótese corretamente assentada 
impede a entrada de alimentos sob a base, mantendo o conforto do paciente. 
A neutralização deste movimento é proporcionada por elementos denominados retentores 
indiretos. 
Sendo as PPR planejadas bilateralmente, buscando maior estabilidade, fica 
estabelecido um potencial de rotação da prótese em torno de um eixo chamado linha de 
fulcro, determinado pelos apoios mais posteriores de cada lado da arcada. 
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Para melhor visualização imagine-se uma PPR mandibular Classe I de Kennedy. A 
conexão bilateral da prótese pela barra lingual, rígida, estabelece que o movimento gerado de 
um lado da arcada será simultâneo ao do outro lado, em torno do eixo formado pelos apoios. 
Desse modo, qualquer elemento posicionado anteriormente ao eixo determinado pelos 
apoios desempenhará a função de retentor indireto, impedindo a rotação da prótese e, 
consequentemente, o afastamento da base em relação ao rebordo residual. 
Da mesma maneira que demonstrado para o braço de potência da alavanca, P X D1 = R X 
D2, quanto maior o braço de resistência menor a carga gerada pelo retentor indireto. Assim, 
quanto mais distante do eixo de rotação (linha de fulcro), melhor. 
Assim, estabelece-se o quinto princípio de construção da PPRs, determinando o 
posicionamento de retentores indiretos para anular qualquer potencial de rotação da prótese. 
 
• Quinto princípio: determinada a existência de uma linha de fulcro, deve-se 
posicionar retentores indiretos na maior perpendicular para impedir o movimento de 
rotação da prótese. 
 
Há que ser considerado, no entanto, que, se é possível impedir o afastamento da base 
em relação ao rebordo residual, não se pode impedir a movimentação permitida pela resiliência 
da fibromucosa de revestimento do rebordo residual. Assim, a rotação no sentido posterior será 
controlada pela correta confecção da base da prótese e pela manutenção de sua adaptação à 
mucosa subjacente. 
Outro aspecto a ser considerado no planejamento de qualquer PPR diz respeito à 
rigidez das estruturas com o intuito de que seja obtida a melhor distribuição das forças que 
incidem sobre a prótese, evitando concentração de cargas. 
Sendo assim, no caso de PPRs dentossuportadas, para as quais não há potencial de 
alavanca, o posicionamento dos apoios deve ser sempre adjacente à área anodôntica, diminuindo 
o comprimento da barra e, consequentemente, aumentando sua rigidez. Fica estabelecido, 
assim, o sexto princípio para a construção das PPRs. 
 
• Sexto princípio: nas PPRs dentossuportadas os apoios dos retentores 
diretos devem ser adjacentes às áreas anodônticas. 
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Com base nos princípios acima descritos pode-se estabelecer uma sequência didática 
para o planejamento das PPRs: 
 
1- Delimitação das áreas anodônticas 
2- Seleção dos dentes pilares 
Regra geral: os dentes pilares principais são os dentes adjacentes às áreas 
anodônticas. 
Exceção: quando estes dentes representem expectativa de prognóstico duvidoso para 
a reabilitação; 
3- Posicionamento dos apoios 
Regra geral: os apoios devem ser posicionados adjacentes às áreas anodônticas. Exceção: 
nos casos de extremidades livres, ou quando não há espaço interoclusal. 
4- Seleção dos retentores diretos (grampos) 
5- Determinação da linha de fulcro 
Regra geral: a linha de fulcro é determinada pela reta que une os dois apoios mais 
posteriores. 
6- Posicionamento dos retentores indiretos 
Regra geral: os retentores indiretos são posicionados sobre os dentes (pilares 
secundários) situados na maior perpendicular traçada à linha de fulcro; 
7- Desenho do sistema de conexão: conectores maiores e menores. 
 
 
 
 
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 Classe I inferior: 
 
• Dentes pilares principais - últimos dentes da arcada. 
 
• Posicionamento dos apoios - mesial dos pilares principais. 
 
• Linha de fulcro - linha que une os apoios dos dois pilares principais. 
 
• Retentor indireto - maior perpendicular à linha de fulcro. 
 
• Conector maior - barra dupla de Kennedy. 
 
Neste tipo de prótese, a barradupla de Kennedy desempenha as funções de conexão e 
retenção indireta, simultaneamente, distribuindo a carga por todos os dentes situados 
anteriormente à linha de fulcro. 
Detalhes: A barra dupla de Kennedy deve ter suas extremidades apoiadas em nichos 
definidos. Redução da mesa oclusal ao mínimo possível. Utilização de toda área chapeável 
disponível. Realização de moldagens funcionais. 
 
 
 
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 Classe I superior: 
 
• Dentes pilares principais - idem 
• Posicionamento dos apoios - idem* 
*Para as próteses de extremidade livre, o posicionamento mesial dos apoios deve ser 
combinado com grampos de retenção tipo barra para satisfazer ao quarto princípio enunciado. 
A combinação de um apoio mesial com grampo circular desenhado de distal para mesial, cria 
um apoio na porção distal da face vestibular, relativo à porção rígida do braço do grampo, que 
é prejudicial à estabilidade da prótese. Se por razões estéticas, um grampo tipo barra tiver 
que ser evitado (o braço de acesso é muito visível na arcada superior), o ideal é a utilização 
de apoio distal e grampo circular de distal para mesial. 
• Linha de fulcro - idem 
• Retentor indireto - pelo fato das faces linguais dos dentes anteriores superiores 
serem funcionais (guias incisal e canina), dificilmente podem ser usadas como suporte do 
retentor indireto (suporte secundário). Assim, se os pilares principais forem os segundos pré-
molares, os retentores indiretos podem ser posicionados na fossa mesial dos primeiros pré-
molares. De qualquer forma, é fundamental uma análise oclusal rigorosa antes que se decida 
por um desenho em particular. 
• Conector maior - conector tipo barra palatina com alças (conector palatino completo 
misto). Este conector possibilita a realização de reembasamentos posteriores. 
 
 
 
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 Classe II inferior: 
 
• Dentes pilares principais - dente adjacente à extremidade livre e os dois dentes 
mais posteriores do lado dentado*. 
• Posicionamento dos apoios - região mesial no pilar adjacente à área anodôntica, 
fossa distal do penúltimo e mesial do último dente do lado dentado. 
• Linha de fulcro - linha que une os apoios dos dentes pilares principais. 
*Esta condição, particular das próteses classe II, constitui a única exceção à regra de 
posicionamento dos retentores diretos, "sempre" posicionados adjacentes à área anodôntica. 
Recebem esta denominação, porém, porque definem o posicionamento da linha de fulcro. 
• Retentor indireto - posicionado no dente situado na maior perpendicular traçada à 
linha de fulcro. Se esta perpendicular coincidir com a face lingual do canino, o retentor 
indireto pode ser deslocado, sem prejuízo, para a fossa mesial do primeiro pré-molar (pilar 
secundário), local de fácil preparo de nicho oclusal. A função de retenção indireta é, então, 
desenvolvida por um apoio oclusal. 
• Conector maior - barra lingual. 
 
Detalhes: Do lado da extremidade livre deve ser planejado um grampo tipo barra, pelas 
razões já abordadas nos casos de classe I. Para o lado dentado, grampo geminado 
envolvendo os dois pilares selecionados. Redução da mesa oclusal dos dentes artificiais, do lado 
da extremidade livre. Utilização de toda área chapeável e realização de moldagem funcional. 
 
 
 
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 Classe II superior: 
 
• Dentes pilares principais - idem ao anterior. 
 
• Posicionamento dos apoios - idem ao anterior*. 
 
*Como comentado em relação à classe I se, por qualquer razão, tiver que ser utilizado 
um grampo circular, o apoio deve ser deslocado para a fossa distal. 
• Linha de fulcro - idem ao anterior. 
 
• Retentor indireto - Posicionado na maior perpendicular traçada à linha de fulcro. Se 
coincidir com a face palatina do canino, pode ser deslocado para a fossa mesial do primeiro 
pré-molar (pilar secundário), pelas razões já comentadas anteriormente e porque previne a 
ocorrência de interferências com a guia canina. 
• Conector maior - barra palatina. 
 
Detalhes- Redução da mesa oclusal dos dentes artificiais do lado da extremidade livre. 
Utilização de toda área chapeável e realização de moldagem funcional, principalmente no caso 
de utilização de grampo circular e apoio distal. 
 
 
 
 
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 Classe II- modificação 1 (contra-lateral) inferior: 
 
• Dentes pilares principais - os três dentes adjacentes às áreas anodônticas. 
• Posicionamento dos apoios - lado mesial do pilar do lado da extremidade livre, lado 
distal do pilar anterior e mesial do posterior da área de modificação. 
• Linha de fulcro - determinada pela linha que passa pelos dois apoios principais 
mais posteriores, ou seja, do pilar do lado da extremidade livre e do pilar posterior da área de 
modificação. 
• Retentor indireto - o apoio do pilar anterior da área de modificação, 
desempenha, também, o papel de retentor indireto. Por isso que, quando se utiliza um 
grampo neste pilar, ele recebe a denominação de retentor direto e indireto. É preciso 
considerar, todavia, que um braço retentivo colocado na face vestibular deste pilar pode 
desenvolver grande carga torcional para o dente, quando do movimento da sela da extremidade 
livre em direção ao rebordo. Em razão disso, frequentemente, o planejamento das Classe II-1 
são concebidos com as mesmas considerações abordadas em relação aos casos de Classe II. 
• Concector maior - barra lingual. 
Detalhes: Grampo tipo barra do lado da extremidade livre e circular simples no pilar 
posterior do lado da modificação. Se for indicado a utilização de um retentor direto e 
indireto, pode ser utilizado um grampo tipo barra, por razões estéticas. Redução da mesa 
oclusal dos dentes artificiais do lado da extremidade livre. Utilização de toda área chapeável 
disponível e realização de moldagens funcionais, principalmente quando se optar pela utilização 
de um retentor direto e indireto. 
 
 
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 Classe II modificação 1 (contra-lateral) superior: 
 
• Dentes pilares principais - dentes adjacentes à área anodôntica. 
• Posicionamento dos apoios - lado mesial do pilar da extremidade livre*, lado 
distal do dente anterior e mesial do posterior do lado da área de modificação. 
*Se, por motivos estéticos, for utilizado grampo circular simples, deslocar o apoio para a 
distal. 
 
• Linha de fulcro - linha que une os apoios do pilar da extremidade livre e do pilar 
posterior do lado da modificação. 
• Retentor indireto - idem ao anterior. É necessário considerar que nos casos de 
próteses Classe II-1 superior, a força da gravidade pode provocar o deslocamento da porção da 
prótese próxima ao pilar anterior da área de modificação, durante a abertura da boca. Assim, 
é muito mais frequente a utilização de retentor direto e indireto nas PPR Classe II-1 superiores, 
do que nas inferiores. 
• Conector maior - barra palatina, podendo ser utilizado uma placa palatina (conector 
mais amplo), para aumentar o suporte mucoso. 
 
Detalhes- Reduçãoda mesa oclusal dos dentes artificiais do lado da extremidade livre. 
Utilização de toda área chapeável disponível e realização de moldagens funcionais, 
principalmente quando da utilização de retentor direto e indireto. 
 
 
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 Classe III inferior: 
 
 
• Dentes pilares principais - dente anterior e posterior à área desdentada. 
 
• Posicionamento dos apoios - lado distal do pilar anterior e mesial do posterior. 
 
• Linha de fulcro - linha que une os apoios dos dois pilares principais. 
 
• Retentor indireto - posicionado na maior perpendicular traçada à linha de fulcro, que 
recai, geralmente, na região de primeiro ou segundo molar; se a área desdentada for grande 
(p.ex. de segundo molar ao canino), pode ser utilizado um grampo geminado, caso contrário 
pode ser utilizado um grampo circular simples. 
• Conector maior - barra lingual. 
 
Detalhes: No pilar anterior, em que pese não haver potencial de formação de alavanca, 
pode ser utilizado um grampo tipo barra, por razões estéticas. Não há necessidade de suporte 
mucoso. 
 
 
 
 
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 Classe III superior: 
 
• Dentes pilares principais - idem ao anterior 
 
• Posicionamento dos apoios - idem idem 
 
• Linha de fulcro - idem idem 
 
• Retentor indireto - idem 
 
• Conector maior - barra palatina. 
 Deve ser utilizado um apoio adicional na região oclusal dos pré-molares do lado dentado da 
arcada para propiciar o alargamento da barra do conector maior, impedindo concentração 
de forças no conector menor do grampo geminado, e possível fratura. 
 
Detalhes: não há necessidade de suporte mucoso. 
 
 
 
 
 
 
 
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 Classe III modificação 1 (contra-lateral) inferior:
• Dentes pilares principais - os quatro dentes adjacentes às duas áreas anodônticas.
• Posicionamento dos apoios - lado distal dos pilares anteriores e mesial dos
pilares posteriores, de cada lado. 
• Linha de fulcro - o traçado de linhas pelos apoios principais mostra que qualquer eixo
potencial de rotação considerado será anulado pelo posicionamento natural dos apoios nos 
pilares. Assim, considera-se que, nesses casos, não há linha de fulcro ativa e, por consequência, 
não existe necessidade de retenção indireta. 
• Conector maior - barra lingual.
Detalhes: por razões estéticas, se possível, devem ser utilizados grampos tipo barra 
nos retentores anteriores. 
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 Classe III modificação 1 (contra-lateral) superior: 
 
• Dentes pilares principais - idem 
 
• Posicionamento dos apoios - idem 
 
• Linha de fulcro - idem 
 
• Conector maior - barra palatina, ou dupla anteroposterior, quando as áreas 
anodônticas forem extensas. 
Detalhes- por razões estéticas pode ser suprimido um grampo de um pilar posicionado 
muito na região anterior (p.ex. canino ou incisivo lateral). A falta do retentor direto neste local 
implica, automaticamente, que o retentor situado diametralmente oposto desempenhe a função 
de retentor direto e indireto, impedindo o movimento de afastamento da prótese do sistema de 
suporte, nesta região. 
 
 
 
 
 
 
 
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 Classe IV superior e inferior: 
 
• Dentes pilares principais - dentes adjacentes à área anodôntica. 
 
• Posicionamento dos apoios - regiões proximais (mesiais) voltadas para a área 
anodôntica. 
• Linha de fulcro - linha que une os apoios dos pilares principais. 
 
• Retentor indireto - posicionado nos últimos dentes da arcada (maior perpendicular à 
linha de fulcro). 
• Conector maior - barra lingual para a inferior, barra dupla anteroposterior, ou em 
ferradura para a superior. 
Detalhes: por questões estéticas, sobretudo, na arcada superior, eliminam-se 
frequentemente os grampos retentores diretos (grampos dos pilares anteriores), razão pela qual 
é comum a utilização de grampos geminados, como retentores indiretos (nos dentes 
posteriores). Este tipo de planejamento é sensivelmente melhorado, se os conectores menores 
dos apoios dos dentes anteriores forem posicionados em relação a planos guia definidos nas 
faces mesiais dos respectivos suportes, que impedirão o movimento da prótese por uma trajetória 
de deslocamento rotacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FO
RP
-U
SP
	 Primeiro princípio: PPRs de extremidade livre devem ser planejadas para obter efetivo suporte mucoso.
	 Segundo princípio: deve-se prevenir o aparecimento de alavancas e planos inclinados.
	 Terceiro princípio: nas PPR de extremidade livre a mesa oclusal dos dentes artificiais deve ser reduzida, mantendo a sela o mais ampla possível dentro dos limites anatômicos.
	 Quarto princípio: nas PPRs de extremidade livre os apoios devem ser posicionados na região mesial dos dentes pilares e associados a braços de retenção tipo barra.
	 Quinto princípio: determinada a existência de uma linha de fulcro, deve-se posicionar retentores indiretos na maior perpendicular para impedir o movimento de rotação da prótese.
	 Sexto princípio: nas PPRs dentossuportadas os apoios dos retentores diretos devem ser adjacentes às áreas anodônticas.
	1- Delimitação das áreas anodônticas
	2- Seleção dos dentes pilares
	3- Posicionamento dos apoios
	5- Determinação da linha de fulcro
	6- Posicionamento dos retentores indiretos
	7- Desenho do sistema de conexão: conectores maiores e menores.
	 Classe II inferior:
	 Classe II superior:
	 Classe II- modificação 1 (contra-lateral) inferior:
	 Classe II modificação 1 (contra-lateral) superior:
	 Classe III inferior:
	 Classe III superior:
	 Classe III modificação 1 (contra-lateral) inferior:
	 Classe III modificação 1 (contra-lateral) superior:
	 Classe IV superior e inferior:

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