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Câncer: Causas e Agentes Carcinogênicos

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UNIVERSIDADE PAULISTA- UNIP	
INTRODUÇÃO
O câncer é responsável por cerca de 13% de todas as causas de óbito no mundo: mais de 7 milhões de pessoas morrem anualmente da doença (International Union Against Cancer - UICC). Em 2004, o Brasil registrou 141 mil óbitos por câncer. As principais causas de morte por câncer no sexo masculino foram de pulmão, próstata e estômago, enquanto no sexo feminino foram de mama, pulmão e intestino. 
O crescimento celular normal é controlado através do equilíbrio entre fatores estimulantes e fatores inibidores. Quanto este equilíbrio é rompido, inicia-se então um processo de proliferação celular desordenado, e surgem células com propensão ao crescimento e divisão anômalos, insensíveis aos mecanismos reguladores normais, que levam ao surgimento de neoplasias. 
Pretende-se abordar de forma sintética as alterações morfológicas e funcionais apresentadas pelas células dos tumores malignos. Para tanto, com o propósito de facilitar a compreensão dessas alterações, assinalam-se alguns postulados referentes ao comportamento biológico das células normais. 
As neoplasias ou tumores são classificados em malignos ou benignos. Entretanto, câncer é a denominação genérica usada somente para tumores malignos, e originou-se devido a capacidade de invadirem os tecidos vizinhos. O estudo das neoplasias é conhecido como oncologia (onco= massa). 
ONCOGENES
Nosso organismo está exposto a muitos fatores carcinogênicos, e a predisposição individual é muito importante na resposta final.
As células também sofrem processo de mutação espontânea, que podem condicionar uma maior ou menor instabilidade genômica, que pode ser crucial nos processos iniciais da carcinogênese, como consequência de aneuploidia e amplificações genéticas.
A carcinogênese pode começar de forma espontânea ou pela ação de agentes carcinogênicos (químicos, físicos ou biológicos).
Os carcinógenos ambientais são os mais importantes dentre múltiplos fatores como sexo, idade, raça, predisposição genética, entre outros. Os químicos encontrados em tabaco por exemplo foram claramente implicados na indução de câncer no homem e animais.
Alguns vírus de ADN do grupo herpes e papiloma, foram implicados como agentes produtores de câncer em animais, podendo ser responsável por alguns cânceres nos homens.
É indeterminável o tempo para ser completo um carcinogênese, porém na teoria, pode ser interrompida em qualquer uma das etapas, o organismo teria que parar a proliferação celular e corrigir os danos causados.
Oncogenes física:
Energia solar, radiante e ionizante o mais importante carcinogênese físico. Pela radiação, pode ocorrer mutações, as radiações em forma de partículas são mais carcinogênicas do que a retenção eletromagnética como raio x por exemplo.
- Raios ultravioleta (RUV) 
A radiação ultravioleta proveniente do sol, pode causar câncer de pele, tem dois tipos: RUV-A (320-400 nm) e RUV-B (280-320 nm). Os RUV-B são carcinogênicos e sua ocorrência tem aumentado muito com a destruição da camada de ozonio, já o RUV-A (320-400 nm) não sofre influência da camada de ozônio, só de estar exporto por muito tempo em doses altas, pode causar câncer de pele.
-Radiação ionizante
As radiações eletromagnéticas e na forma de partículas são todas carcinogênicas. Mineiros que trabalham com elementos radioativos tem maior chance de terem câncer de pulmão, sobreviventes das bombas atômicas lançadas no Japão tem incidência acentuada a leucemia.
Oncogenes química:
É um processo sequencial dividido em duas formas, iniciação e promoção.
A iniciação consiste no fator iniciador ou carcinogênico, que causa a mutação celular ou algum dano.
A segunda etapa, promoção, estimula o crescimento da célula que sofreu mutação, podendo ocorrer em qualquer momento, depois da transformação inicial. Os fatores que fazem ocorrer a promoção podem ser químicos, inalatórios, hormônios, lembrando que os agentes promotores não tem ação mutagênica nem carcinogênica, isto é, podem ser revertidos caso haja a suspensão da exposição. Muitos agentes químicos encontram-se no meio ambiente, estão relacionados com hábitos rotineiros, como alimentação.
Oncogenes biológica:
Os vírus de ADN, encontram-se os do Papilomavírus humano (HPV), de Epstein-Barr (EBV) e o da hepatite B (HBV) foram implicados na gênese do câncer humano. O único comprovadamente oncogênico é o retrovírus HTLV 1, responsável pela leucemia/linfoma da célula T do adulto e pelo linfoma cutâneo de célula T. Os vírus agem pela incorporação do seu ADN ao da célula hospedeira, que passa a ser utilizada para a produção de novos vírus. Para que haja transformação maligna de uma célula, são necessárias mutações adicionais, muito facilitadas pelas frequentes mitoses que ocorrem nas células infectadas.
Diversos outros agentes biológicos são suspeitos de promoverem a carcinogênese, entre eles, o Helicobacter pylori, responsável pela gastrite crônica.
IMUNOLOGIA TUMORAL
O sistema imunológico é capaz de reconhecer ameaças internas e externas, eliminando, neutralizando ou tolerando alterações na homeostase orgânica.
As moléculas estranhas que modificam a rede de interações habituais podem ser reconhecidas pelos linfócitos, desencadeando uma resposta imunológica, ele faz o reconhecimento antigênico, que depende de receptores presentes na membrana deles, que interage com os antígenos na superfície das células-alvo.
As células apresentadoras de antígenos constituem uma população especializada no processamento e apresentação do antígeno, quando interiorizados, são expressos na membrana, juntamente com moléculas classe II no complexo de histocompatibilidade maior (MHC).
Os linfócitos capazes de reconhecer a configuração (Ag + MHC classe II), pertencem a classe de linfócitos auxiliares, o Helper, que tem a molécula CD4 em sua membrana, eles se ativam assim que é  feito o reconhecimento do antígeno, e libera uma serie de ocitocinas que ativam uma outra população celular. Os linfócitos da classe citotóxica (CD8+) dependem dessa liberação de ocitocinas pelos linfócitos auxiliares para serem ativados.
Eles são capazes de reconhecer antígenos expressos nas celular tumorais em conjunto com moléculas da classe I do MHC, para isso, os linfócitos auxiliares processam os antígenos tumorais, e apresentam para o CD8+ com moléculas classe II do MHC.
Embora a imunidade celular seja mais importante que os anticorpos na imunidade antitumoral, muitas pessoas doentes e com câncer, produzem anticorpos contra antígenos tumorais.
Células Natural Killer podem exercer atividade citotóxica espontânea ou estimulada contra células tumorais. Embora utilizem os mesmos mecanismos líticos que os linfócitos citotóxicos (CD4+) para destruir células-alvo, as células Natural Killer não expressam receptores para antígenos (TCR) e exercem sua atividade citotóxica independentemente de moléculas do MHC. Elas também têm em sua membrana receptores para a porção Fc de Ig, assim estas células podem ser atraídas para células tumorais. Além disso a capacidade tumoricida das células Natural Killer pode ser ampliada por citocina. Há um grande interesse prático no papel de células Natural Killer ativadas por IL-2, que se transformam em células LAK, mostram uma capacidade citotóxica muito ampliada e podem ser usadas para a lise de células tumorais.
Os macrófagos também são importantes intermediadores celulares potenciais da resposta antitumoral, eles expressam receptores para a porção Fc de imunoglobulinas e podem ser dirigidos contra células tumorais recobertas por anticorpos. Eles produzem TFN, ocitocina capaz de destruir celular tumorais.
A RELAÇÃO ENTRE O TUMOR E O HOSPEDEIRO 
Tumores malignos apresentam duas propriedades peculiares, invasão dos tecidos circunvizinhos e metástase (comprimento a distância).
Metástase é quando o tumor começa a se espalhar pelo corpo, temos dois tipos de metástase, a linfonoidal e a hematogênica. A disseminação por via linfática ocorre quando as células cancerosas penetram canais linfáticos que drenam o localonde se iniciou o tumor primário. Ex.: Linfonodos axilares no caso do câncer de mama.
Na disseminação por via hematogênica ocorre descolamento das células cancerosas do tumor primário e invasão da parede dos vasos sanguíneos, o que permite a entrada das células tumorais no sistema circulatório.
Disseminação transcavitária ocorre quando células de um tumor maligno penetram em alguma cavidade corporal e aí crescem e disseminam-se.
Disseminação linfática são geralmente o padrão inicial das disseminações das neoplasias de origem epitelial, Elas seguem a drenagem linfática normal da área do tumor primário, ocupando os linfonodos mais próximos e que recebem maior número de vasos linfáticos aferentes.
Disseminação sanguínea as metástases por via hematogênica têm seu início quando células tumorais invadem os vasos sanguíneos, os órgãos que mais são comprometidos por essa disseminação obviamente são os pulmões e fígado. 
Neoplasia, também denominada tumor, é uma forma de proliferação celular não controlada pelo organismo, com tendência para a autonomia e perpetuação. Tromboembolismo a combinação de duas doenças, a trombose venosa profunda (TVP) e a embolia pulmonar (EP). A trombose venosa profunda é uma doença causada pela formação de coágulos no interior das veias profundas, geralmente nos membros inferiores. E embolia pulmonar é a obstrução das artérias do pulmão causada pela formação de coágulos (trombo), Estudos diversos apontam para a associação entre doença neoplásica avançada e maior risco trombótico, como também um prognóstico mais reservado desse grupo de pacientes.
CLASSIFICAÇÃO E NOMENCLATURA DOS TUMORES
Os tumores benignos e malignos têm dois componentes básicos: parênquima que é constituído por células neoplásicas e estroma que é composto por tecido conjuntivo e vasos sangüíneos. A nomenclatura dos tumores é baseada na origem das células do parênquima.
Nas neoplasias benignas acrescenta-se o sufixo OMA à célula de origem. Os tumores benignos de células mesenquimais geralmente seguem esta regra. Por exemplo: neoplasia benigna de fibroblasto é chamada de fibroma. Como toda regra há exceções, linfoma, melanoma e mieloma múltiplo referem-se a neoplasias malignas.
A nomenclatura dos tumores epiteliais benignos é baseada nas células de origem, arquitetura microscópica ou padrão macroscópico. As neoplasias benignas com estruturas glandulares são chamadas de adenomas e, papilomas são tumores epiteliais benignos que produzem projeções epiteliais.
As neoplasias malignas de origem mesenquimal recebem o sufixo SARCOMA (sarco = carne) às células de origem. Os tumores malignos de fibroblastos são chamados de fibrossarcomas. As neoplasias malignas de origem epitelial recebem a denominação carcinomas. Os tumores malignos com padrão glandular são chamados de adenocarcinomas
Nomenclatura dos principais tumores benignos e malignos:
GRADUAÇÃO E ESTADIAMENTO DOS TUMORES MALIGNOS
Á evolução do Tumor inclui varias fases, velocidade do crescimento do tumoral, fatores constitucionais do hospedeiro e fatores ambientais. Os tumores podem ser detectados microscopicamente, nas fases pré-clínica e clínica.
Ações preventivas na área da saúde podem levar a diagnósticos precoces que permitem não só aplicar o tratamento nas fases iniciais das lesões, assim como - o que é mais importante -tratar as lesões pré-neoplásicas e, com isso, evitar o aparecimento do tumor.
As etapas sequenciais das neoplasias epiteliais que surgem em epitélio:
Carcinoma in situ: neoplasia se desenvolve no interior do tecido de origem, sem ultrapassar os seus limites
Carcinoma micro-invasor: neoplasias malignas que ultrapassa a membrana basal e atinge tecido conjuntivo. Não sendo superior à 5mm.
Carcinoma invasor: quando se verifica a infiltração, com invasão mais profunda dos tecidos adjacentes
No entanto, não é suficiente para permitir uma avaliação mais completa da evolução da lesão. Métodos que possam definir a rapidez do crescimento e a presença ou não de metástases são necessários à avaliação do prognóstico e tratamento a ser instituído.
Entre esses métodos, os mais utilizados são a graduação histológica e o estadiamento
GRADUAÇÃO 
Basicamente, é a diferenciação citológica das células tumorais e no número de mitoses. Diferenciação é a semelhança das células neoplásicas entre as células do tecido normal que se presume na origem do tumor.
O número de mitoses se exprime pelo número encontrado em, pelo menos, dez campos microscópicos de grande aumento. Como o grau de diferenciação pode variar de uma área para outra, há a possibilidade de que o grau seja diferente de uma amostra para outra de um mesmo tumor.
Além disso, alguns tumores podem modificar este grau, à medida que evoluem, tornando-se menos diferenciados com o passar do tempo. 
Utilizam-se três graus descritivos de diferenciação: 
bem diferenciado, 
moderadamente diferenciado 
pouco diferenciado.
As implicações clínicas dos graus de diferenciação se traduzem na maior rapidez de crescimento dos tumores menos diferenciados em relação aos mais diferenciados de mesmas histogênese localização.
ESTADIAMENTO 
Estadiamento é o processo para determinar a extensão do câncer presente no corpo de uma pessoa e onde está localizado. É a forma como o médico determina o avanço do câncer de uma pessoa. precisam saber a extensão da doença e sua localização para poder escolher as melhores opções de tratamento.
Apesar das variedades dos tipos de canceres, ele segue mais ou menos pelo mesmo curso biológico. O estadiamento foi criado pelo UICC (união internacional contra o câncer) e desenvolveram um sistema de classificação dos tumores malignos que são analisados as diversas variações, sendo eles dimensão do tumor primário (T) que vão de T1 a T4, a extensão da disseminação em linfonodos regionais (N) vão de N0 a N3, e a presença ou não de metástases a distância (M) M0 a M1. As combinações definem os estádios clínicos do câncer de I a IV.
Em relação ao enfermeiro, é importante entender do assunto para definir qual será a melhor plano de assistência prestada. 
LESÕES PROLIFERATIVAS CONTROLADAS E LESÕES PRÉ NEOPLÁSICAS
Os limites entre os dois ainda não estão definidos. É difícil deter minar quando uma lesão pré neoplásica pode desenvolver características de neoplasia, o que pode se afirmar, e que, lesões proliferativas não neoplásicos evoluirão para o crescimento neoplásico bem definido, de controlado se torna não controlado.
Lesões proliferativas controladas, encontra- se:
Hiperplasia: é um aumento localizado e autolimitado do número de células de um órgão ou tecido. Essas células são normais na forma e na função. A hiperplasia pode ser fisiológica ou patológica. 
 -Na forma fisiológica, os tecidos são estimulados à proliferação para atender às necessidades normais do organismo, como ocorre com a glândula mamária durante a gestação. 
 -Na forma patológica, geralmente um estímulo excessivo determina a proliferação, como, por exemplo, a hiperplasia endometrial estimulada por excesso de estrogênios.
Metaplasia: É um processo proliferativo de reparo em que o tecido formado é de tipo diferente daquele original. Os desvios morfológicos que ocorrem nas metaplasias geralmente conferem melhor proteção aos tecidos. Esses desvios mantêm a filiação embrionária dos tecidos original e metaplásico; e as características celulares e arquiteturais do tecido formado são normais. 
Exemplos dessas alterações são vistos frequentemente em epitélios de revestimento nos brônquios dos fumantes. 
 A metaplasia também é reversível quando cessam os estímulos que a provocam.
Displasia: forma de proliferação celular, que ocorre nas células epiteliais, há perda de de polaridade e alterações na sua forma e tamanho, além da presença frequente de mitoses. É um processo reversível, desde que cesse os estímulos que a provocam. 
FISIOPATOLOGIA DO CANCÊR
Bruna Cunha Lopes D7882B0
Harlen Souza silva D47BGD0
Karine dos Santos Pereira D830740Thaís Oliveira de Sousa D82AIA4
	ESTADO DE SÃO PAULO

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