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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo Departamento de Arquitetura e Construção APOSTILA SISTEMA PREDIAL DE GÁS COMBUSTÍVEL Fonte/Autores: Marina S. de Oliveira Ilha Última atualização: março/2002 EC-712 - Instalações Prediais Hidráulicas e Sanitárias 1º semestre de 2006 Profa. Dra.: Marina S. de Oliveira Ilha BIPED: Marcus A. S. Campos Campinas, SP 2 SISTEMAS PREDIAIS DE GÁS COMBUSTÍVEL(*) 1)TIPOS DE GASES COMBUSTÍVEIS a) Gás liqüefeito de petróleo (GLP) Teoricamente, os GLP ou Gases Liqüefeitos de Petróleo são constituídos de propano ou butano ou de uma mistura destes. Na prática, o GLP é constituído por hidrocarbonetos que são produzidos durante os processamentos do Gás Natural ou durante os processamentos convencionais de refino de petróleo. Os hidrocarbonetos predominantes no GLP são gasosos à pressão atmosférica mas se liqüefazem facilmente, ao serem aplicadas pressões relativamente baixas. Ao ser liqüefeito, o gás tem reduzido o seu volume, o que facilita o seu transporte em vasilhames. Composição Típica do Gás Liqüefeito de Petróleo Componentes Fórmulas Comp.em Volume (%) ETANO C2H6 0,03 PROPENO C3H6 30,47 PROPANO C3H8 14,34 BUTENOS C4H8 31,76 BUTANOS C4H10 23,33 PENTANOS C5H12 0,07 TOTAL 100,00 b) Gás de Nafta A produção de gás combustível a partir de nafta foi a solução encontrada para o suprimento de regiões onde não existia gás natural. Os processos utilizados pela COMGÁS para obtenção de gás de nafta são dois: o processo CRG (Catalytic Rich Ga ), que produz gás a alta pressão (250 psi) em unidades contínuas e o processo HTR (Hare, Taylor e Robinson) que produz gás a baixa pressão em unidades cíclicas. Composição Típica do Gás de Nafta Componentes Fórmula Processo CRG COMPOSIÇÃO EM VOLUME % Processo HTR COMPOSIÇÃO EM VOLUME % METANO CH4 32,8 6,5 HIDROGÊNIO H2 43,2 59,3 MON. DE CARBONO CO 2,5 18,0 DIÓX. DE CARBONO CO2 20,9 6,3 NITROGÊNIO N2 ----- 1,0 OXIGÊNIO O2 ----- 0,5 HIDROCARBONETOS CH ----- 8,4 NAFTA LEVE 0,6 (*) Este texto foi adaptado a partir da seguinte publicação: ILHA, M. S. O; GRAÇA, M. A.; GONÇALVES, O. M. Sistemas prediais de gás combustível. Apostila da disciplina PCC463 – instalações na construção civil I, EPUSP, 1993. 3 c ) Gás Natural O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos leves, no estado gasoso, encontrados nas camadas superiores de poços petrolíferos (gás associado ao petróleo) ou em poços de gás (gás não associado ao petróleo). O transporte do Gás Natural, desde a região de sua produção até os pontos de consumo, é feito por meio de gasoduto. Para que o gás possa percorrer grandes distâncias, é necessário imprimir ao mesmo pressões elevadas, que se reduzem ao longo do caminho, em função das perdas de carga existentes. Por esta razão, além das estações de compressão instaladas nos pontos de produção, são colocadas, ao longo dos gasodutos, estações recompressoras de gás. Quando a distância entre o ponto de obtenção do gás e os pontos de consumo são tão elevadas que não compense economicamente ou, ainda, não seja possível a construção de gasodutos, o Gás Natural pode ser transportado na forma líquida (GNL - Gás Natural Liqüefeito), sendo resfriado à temperatura de 160oC negativos. Em geral este transporte é feito por via marítima utilizando-se navios metaneiros especialmente construídos para este fim, podendo ainda ser transportado por via terrestre utilizando-se caminhões tanques. Vale destacar que o Gás Natural nestas condições (liqüefeito), apresenta um volume que eqüivale à 600 vezes o volume gasoso. Quando o Gás Natural chega às regiões de consumo, passa por Estações Redutoras de Pressão, que promovem a redução da pressão do gás, das condições de transportes para as de distribuição. A tabela a seguir apresenta a composição típica do Gás Natural, extraído da Bacia de Campos - RJ, após o processamento nas UPGN. Composição Típica do Gás Natural Processado nas UPGN Componentes Fórmula Composição em Volume ( % ) METANO CH4 89,35 ETANO C2H6 8,03 PROPANO C3H8 0,78 I. BUTANO C4H10 0,04 N. BUTANO C4H10 0,03 N. PENTANO C5H12 0,01 DIÓX. DE CARBONO CO2 0,48 NITROGÊNIO N2 1,28 2 ) PROPRIEDADES DOS GASES(*) As propriedades dos gases que afetam o comportamento de sua queima em um equipamento são conhecidas pelo termo geral de "CARACTERÍSTICAS DE COMBUSTÃO". Assim, espera-se de um queimador a gás que, após sua instalação de forma correta, o mesmo proporcione resultados satisfatórios e seguros por um longo tempo. Para que isto possa ocorrer é necessário que o queimador tenha sido projetado de forma a satisfazer as propriedades e características de um gás que são relacionadas abaixo : - Densidade Relativa - Poder Calorífico - Número de Wobbe (*) Texto elaborado a partir da seguinte fonte: 4 - Temperatura de Chama - Velocidade de Chama • Densidade Absoluta e Relativa Densidade ou densidade absoluta de um gás é a relação entre a massa deste gás e a unidade de volume. Em unidades métricas, esta relação é expressa em Kg/m3 estando o gás à 15ºC de temperatura e à 1 atmosfera ( 1,013 bar ). Densidade relativa (do) de um gás é a relação existente entre a densidade deste gás e do ar nas mesmas condições de temperatura e pressão, ou a relação entre a massa deste gás e a massa de igual volume de ar nas mesmas condições de temperatura e pressão: É expressa sob a forma de um número adimensional. Os gases naturais e manufaturados são mais leves que o ar, enquanto que os gases liqüefeitos de petróleo são mais pesados que o ar. Mais especificamente, os gases naturais e manufaturados têm densidade relativa variando entre 0,4 e 0,8, enquanto que os gases liqüefeitos de petróleo têm densidade maior que 1. DENSIDADE ABSOLUTA E RELATIVA DE ALGUNS GASES Tipos Densidade Absoluta ( Kg / m3 ) * Densidade Relativa Metano ( CH4 ) 0,679 0,554 Propano ( C3H8 ) 1,865 1,522 Butano ( C4H10 ) 2,458 2,006 Dióx. de Carbono ( CO2 ) 1,861 1,519 Nitrogênio ( N2 ) 1,145 0,967 Gás Natural 1 0,750 0,613 Gás de Nafta (COMGÁS) 0,700 0,560 GLP 2 2,139 1,746 * - Considerando à 15 oC e 1 atm ( 1,013 bar ). 1 - Gás Natural recebido pela COMGAS e passando pela UPGN. 2 - GLP - considerando a composição apresentada no ítem 1a ). • PODER CALORÍFICO O poder calorífico de um gás combustível é “a quantidade de calor desenvolvida pela combustão completa da unidade de volume (ou massa) deste gás, estando ele e o comburente nas condições normais de temperatura e pressão, e sendo os produtos da combustão trazidos às mesmas condições". Assim, quando uma mistura de gases queima, uma quantidade de calor é gerada pela combustão de seus componentes. A quantidade de calor gerada pela queima de 1 Nm3 de gás é chamado de Poder Calorífico do Gás. Por exemplo, a queima do gás metano ( CH4 ) é expressa por: CH4 + 202 = C02 + 2 H20 O Poder Calorífico incluindo o calor de evaporação da água é denominado PODER CALORÍFICO SUPERIOR ( PCS ). Se esta quantidade de calor devido à evaporação da água for subtraída do atmosfera1eC15ºàar deVvolumeum de massa atmosfera 1 e C15º à gás de V volume um de massado = 5 Poder Calorífico Superior, temos o chamado PODER CALORÍFICO INFERIOR, expresso em Kcal/Nm3. A combustão completa de 1 Nm3 de CH4 gera 2 Nm3 de H20 ( vapor ). Assumindo-se o Poder Calorífico Inferior do CH4 igual à 8550 Kcal/Nm3 o calor total gerado será de aproximadamente: 8550 + 480x2 = 9510 Kcal/Nm3O poder calorífico normalmente é expresso nas seguintes unidades: a - kcal/Nm3 (quilocalorias por normal metro cúbico ) b - Kcal/Kg (quilocalorias por quilo de gás) PODER CALORÍFICO DOS GASES COMBUSTÍVEIS Tipo de Gás PCS PCI PCS PCI Kcal/Nm3 Kcal/Nm3 Kcal/Kg Kcal/Kg Gás Natural 9.675 8.710 13.100 11.800 Gás Nafta 4.750 4.220 6.410 5.700 Gás Carvão 4.715 4.195 6.500 5.800 GLP 27.725 25.282 12.075 11.025 • VELOCIDADE DE CHAMA Velocidade de chama é a velocidade na qual a chama atravessa uma mistura ar-gás. É também chamada de Velocidade de Queima ou Velocidade de Ignição. As velocidades de queima variam de acordo com o tipo de gás e a quantidade de ar na mistura. Assim, por exemplo, o hidrogênio queima muito rápido ( 9,3 pés/seg ) enquanto que o metano é um gás de baixa velocidade ( 0,9 pés/seg ). É importante salientar que a quantidade de ar na mistura ar-gás influi na velocidade de chama da mesma. A velocidade de chama pode ser expressa em cm/seg e alguns valores são dados na tabela abaixo. VELOCIDADE DE CHAMA DOS GASES COMBUSTÍVEIS Tipo de gás Velocidade de chama (cm/s) Gás Natural 34 Gás Nafta / Carvão 100 GLP 20 • TEMPERATURA DE CHAMA Teoricamente, entende-se por temperatura de chama, a temperatura à qual seriam levados os produtos de combustão, se toda a energia térmica desenvolvida pela reação fosse utilizada para aquecê-los. Trata-se, então da temperatura teórica máxima alcançada pelos produtos de combustão em Condições Adiabáticas. 6 TEMPERATURA DE CHAMA DOS GASES COMBUSTÍVEIS TIPO Temperatura COM AR (oC) de chama COM O2 (oC) GÁS NATURAL 1.920 2.700 GÁS NAFTA ( COMGAS ) 1.980 2.700 GÁS DE CARVÃO 1.950 2.660 GLP 1.930 2.720 • NÚMERO DE WOBBE ( W ) O poder calorífico de um gás não é, como muitas vezes se pensa, o único elemento que serve para medir a quantidade de calor a ser fornecida por um queimador. A densidade, também chamada por alguns de densidade específica ou densidade relativa ao ar, afeta também a quantidade de calor a ser fornecida por um queimador, já que a mesma tem influência sobre a vazão pelo orifício do queimador e portanto sobre a quantidade de gás liberada pelo mesmo na unidade de tempo. Sob pressão constante, um gás com baixa densidade flui em maior quantidade através de um orifício do que um gás com densidade mais elevada. Assim, para valores menores de densidade, o calor liberado pelo queimador aumenta. Estas variações são importantes e devem ser consideradas quando se estuda a intercambiabilidade de sistemas de queima. Na prática, a quantidade de calor fornecido é inversamente proporcional à raiz quadrada da densidade e diretamente proporcional ao poder calorífico de um gás combustível à pressão constante, ou seja: Esta expressão é conhecida como Número de Wobbe, índice de Wobbe ou índice de Wobbe da Quantidade de Calor Fornecido. Ela representa o calor fornecido quando um gás é queimado à uma pressão constante. O calor fornecido é então diretamente proporcional à área de orifício e ao número de Wobbe. 3) COMBUSTÃO Geralmente, o gás de rua é uma mistura de gases combustíveis e gases não combustíveis. Os gases combustíveis são : H2, CH4, CO, hidrocarbonetos pesados ( CmHn ), etc... e os não combustíveis são : N2, O2, CO2, etc... Para queimar este gás, é necessário o oxigênio presente no ar. Por exemplo, a combustão de um gás com a seguinte composição : H2 - 30%, CO - 10% e CH4 - 60% é mostrada através das seguintes equações : H2 + 1/2 O2 = H2O CO + 1/2 O2 = CO2 CH4 + 2 O2 = CO2 + 2H2O As equações acima mostram que o hidrogênio e o monóxido de carbono consomem, cada um, um volume igual a metade do seu próprio volume, de oxigênio, enquanto que o metano consome duas vezes. Se tivermos 1 m3 da mistura acima descrita, teremos então 0,3 m3 de H2, 0,1 m3 de CO e 0,6 m3 de CH4. A quantidade de oxigênio necessária para queimar 1 m3 desta mistura será então : relativa densidade caloríficoPoder W = 7 H2 : 0.3 x 1/2 = 0,15 m3 CO : 0,1 x 1/2 = 0,05 m3 CH4 : 0,6 x 2 = 1,2 m3 Portanto serão necessários 0,15 + 0,05 + 1,2 = 1,4 m3 de oxigênio. Assumindo-se que o ar tem 21% de oxigênio, serão necessários 1,4/0,21 = 6,7 m3 de ar para se queimar completamente 1 m3 da mistura gasosa. Esta quantidade de ar é chamada de Volume Teórico de Ar. Na realidade, para se queimar uma certa quantidade de gás são necessários de 20 à 40% de volume de ar extra para que o gás queime completamente. Então podemos definir o Volume Teórico de Ar como sendo "a menor quantidade de ar necessária para se queimar completamente 1 m3 de gás à 0oC e 760 mmHg". 4) TIPOS DE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE GÁS COMBUSTÍVEL Os sistemas prediais, independente do tipo de gás, objetivam levar o combustível do ponto de armazenamento ou da rede pública, até o aparelho de utilização na pressão e vazão requeridas ao seu funcionamento. Coexistem hoje, em determinadas cidades brasileiras, três tipos de gases: gás liqüefeito de petróleo, gás de nafta e gás natural para atender às mesmas necessidades dos usuários. Os sistema prediais para distribuição destes gases apresentam características diferenciadas, resultantes das condições de fornecimento destes combustíveis. A descrição dos sistemas prediais de gás, a seguir apresentada, foi efetuada para os gases natural de liqüefeito de petróleo, considerando-se as instalações mais comuns encontradas hoje, comentando-se os aspectos característicos de cada uma delas. a) Instalações Prediais para Distribuição de Gás Liqüefeito de Petróleo - GLP (NBR 13932/97) O GLP distribuído aos consumidores é entregue em vasilhas pressurizadas com o gás no estado líquido, sendo por esta razão denominado também de "gás engarrafado". Os recipientes ou vasilhas recebem denominações diferenciadas de acordo com a sua capacidade: Denominação Comercial Peso do Gás no Recipiente botijão 13 kg cilindro 45 kg carrapeta 90 kg Os recipientes são preenchidos até 80% do seu volume total para permitir a vaporização do gás e a sua saída do recipiente. A pressão interna média no interior do recipiente é de 446 kPa ( 65 psi ), podendo variar em função da temperatura do ar ambiente [ ULTRAGÁS, 1975 ]. A variação de pressão no interior do recipiente em função da temperatura para uma mistura de 50% de propano e 50% de butano é apresentada na tabela a seguir: Variação de Pressão no Interior do recipiente de GLP Temperatura oC Pressão kPa ( psi ) 0 192 ( 28 ) 10 316 ( 46 ) 20 446 ( 65 ) 30 617 ( 90 ) 8 Para cada dez graus de variação na temperatura do ar ambiente, ocorre uma variação de pressão no interior do cilindro da ordem de 30%. A redução de pressão é mais grave em regiões frias localizadas na região sul do Brasil, onde as temperaturas no inverno chegam a zero grau. Ao contrário do que ocorre com o gás canalizado, onde a pressão de fornecimento do gás é relativamente constante e é fornecido na forma gasosa, a pressão de fornecimento do GLP é variável em função da temperatura ambiente e do próprio esvaziamento do recipiente, além da necessidade da passagem do estado líquido para o gasoso no momento da sua utilização. Estes fatores acarretam certas limitações na utilização do GLP que são comentadas a seguir. A reposição do GLP para consumo é realizada ou através da troca de um recipiente cheio por um vazio, em geral para pequenos e médios consumidores, ou através da reposição direta do gás em centrais estacionárias, para grandes consumidores tais como indústrias, hospitais e outros. Essas centrais estacionárias têm capacidades acima de 2.000 l e são pressurizadas a 446 kPa ( 65 psi ). No setor residencial, a situação mais comum é a utilização de centrais de cilindros ou ainda a conexão de apenas um recipiente ao aparelhode utilização, como é o caso da ligação dos aparelhos de cocção ao botijão de 13 kg. A instalação predial de GLP para um edifício de apartamentos é apresentada esquematicamente na figura a seguir. A bateria de cilindros, que constituem a central de GLP, é ligada a um regulador de primeiro estágio através de tubulações flexíveis ( "pig-tail" ) e do tubo coletor. A quantidade de cilindros em uma central é calculada em função da demanda horária de GLP, levando-se em conta todos os aparelhos de consumo, a simultaneidade no seu uso e a capacidade horária de fornecimento de gás de cada vasilhame ou cilindro. Os recipientes de GLP na instalação estão à pressão média de 446 kPa ( 65 psi ), que é reduzida para um valor máximo de 150 kPa pelo regulador de primeiro estágio. A rede primária, trecho da tubulação de maior extensão na instalação, vai até o regulador de segundo estágio localizado no pavimento de utilização do gás, pouco antes do medidor volumétrico do gás. O regulador de segundo estágio reduz a pressão para um valor adequado ao funcionamento dos aparelhos de utilização, sempre abaixo de 5 kPa. O tipo e a capacidade do medidor de gás a ser instalado depende do número e consumo dos aparelhos de utilização ligados à rede interna. Na maioria dos casos utiliza-se o medidor de 2 m3/h [ LAO, 1985 ] para a medição individualizada em função da vazão requerida de GLP ser baixa, conseqüência do seu alto poder calorífico. 9 Então, o sistema de GLP compreende, basicamente, dois trechos distintos: • rede primária: situada entre o regulador de primeiro estágio e regulador de segundo estágio, onde o GLP é transferido à pressão de saída do regulador de primeiro estágio (150 kPa ou 1,5 kgf/cm2); • rede secundária: localizada entre o regulador de segundo estágio e os aparelhos de utilização, onde o GLP é transferido na pressão máxima de 5 kPa (0,05. kgf/cm2). A medição individual no andar é o mais comum de instalação projetada para a utilização do GLP. Entretanto, em cidades como o Rio de Janeiro e principalmente em São Paulo, onde há instalações prediais projetadas para utilização do gás de rua e que são adaptadas para utilização do GLP. Estas instalações, normalmente, têm os medidores individuais e os reguladores de primeiro e segundo estágios colocados no térreo, apresentando configuração semelhante à indicada na figura de instalação tradicional de distribuição de gás natural. Independentemente do tipo de gás combustível empregado, os aparelhos de utilização mais comuns nas instalações prediais são os fogões com forno, aquecedores de água de passagem ou de acumulação e as secadoras. Devido à diferença de poder calorífico dos gases, os aparelhos de 10 utilização apresentam diferenças quando destinados a utilizar um ou outro gás combustível. Os aparelhos de utilização devem se adaptar ao uso de um outro tipo de gás, sem a necessidade de desmembramento dos mesmos. b) Instalações Prediais para a Distribuição do Gás Natural (NBR 13933/97) A instalação predial de gás natural para um edifício de apartamentos é composta esquematicamente dos elementos apresentados na figura a seguir. OBS: ramal externo: trecho compreendido entre a rede geral e o registro de corte; ramal interno: trecho compreendido entre o ramal externo e os medidores ou derivações ou aos reguladores de segundo estágio 11 O abastecimento da edificação é realizado por derivação da rede geral da companhia concessionária. Na rede de alimentação junto ao alinhamento do imóvel, é colocado o registro geral de corte, que é operado apenas por técnicos da companhia concessionária em casos de troca de equipamentos ( reguladores, medidores, etc... ) ou em caso de incêndio. Ainda, junto ao alinhamento, no interior do terreno é colocado o regulador de primeiro estágio, que reduz a pressão, antes da entrada do gás no ramal interno, para o um valor de, no máximo, 392 kPa (4kgf/cm2) O regulador de segundo estágio, colocado no final da rede primária, tem a função de reduzir a pressão de distribuição do gás para um valor adequado ao funcionamento dos aparelhos de utilização de gás, abaixo de 5 kPa (0,05 kgf/cm2) Os medidores de consumo de gás são geralmente instalados na parte térrea dos edifícios, em abrigos protegidos e com dimensões normalizadas [ PMSP, 1976 ]. O tipo e a capacidade do medidor a ser instalado, depende do número e consumo dos aparelhos de utilização ligados à rede interna. A maior parte dos edifícios residenciais tem sistema de medição individualizada, ou seja, cada consumidor dispõe de um medidor de consumo de gás instalado no andar térreo. Segundo estimativas de técnicos da companhia concessionária, a medição individual no térreo representa 80% dos tipos de medição em edifícios residenciais. Os restantes 20% correspondem à medição coletiva no andar térreo ( apenas um medidor para todos os consumidores ) e medições individuais nos andares. A medição individual no térreo implica na necessidade de um feixe de tubulações, cada um alimentando um consumidor como indicado na figura anterior. A rede interna é em geral embutida na alvenaria e vai alimentar os aparelhos de utilização. Antes da entrada da tubulação no apartamento, é instalado um registro de corte de fornecimento de gás. Em função do poder calorífico diferenciado do gás natural e do GLP, as vazões terão valores também distintos. No caso de uma instalação predial ser projetada para utilização de GLP, é provável que as tubulações sejam insuficientes para conduzir o gás natural requeridos pelos equipamentos de utilização. A situação inversa, a instalação ser projetada para o gás natural e utilizar o GLP, será possível, já que as tubulações estarão superdimensionadas para o GLP. 5) PROJETO DOS SISTEMAS PREDIAIS DE GÁS COMBUSTÍVEL CONSIDERAÇÕES GERAIS As tubulações do sistema de gás combustível não podem passar em : a) dutos de ar condicionado, água pluvial, esgoto, chaminé; b) reservatório de água; c) compartimentos destinados a dormitórios; d) poços de elevadores; As válvulas e reguladores de pressão devem ser instalados de modo a permanecer protegidos contra danos físicos, a permitirem fácil acesso, conservação e substituição a qualquer tempo. Na travessia de elementos estruturais, deverá ser utilizado um tubo-luva, vedando-se o espaço entre ele e o tubo de gás. É proibido o aterramento de instalação elétrica em tubulações de gás. Quando o cruzamento de tubulações de gás com condutores elétricos for inevitável, deve-se colocar entre elas um material isolante elétrico. 12 O afastamento das tubulação de gás das demais, destinadas a outros fins, deve ser igual a, no mínimo, um diâmetro da maior das tubulações contíguas; entretanto, recomenda-se que as tubulações de gás tenham a distância mínima de 0,20 m de outras. As distâncias mínimas entre a tubulação de gás e condutores de eletricidade é 0,30 m, se o condutor for protegido por conduíte, 0,50 nos casos contrários. As tubulações de gás devem passar afastadas dos pára-raios e seus respectivos terras de, no mínimo, 2,00 m. Recomenda-se que as tubulações não passem por forros falsos, compartimentos destinados exclusivamente a equipamentos e aparelhos elétricos, compartimentos inadequadamente ventilados e poços de ventilação. Nos casos em que alguma destas condições for inevitável, as tubulações envolvidas por dutos ou tubo-luva, os quais devem (NBR 13932/97): a) Ter no mínimo duas aberturas localizadas nas suas extremidades, sendo que as duas devem ter saída para for a da projeção horizontal da edificação, em local seguro e protegido contra a entrada de água, animais e outros objetos estranhos. Opcionalmente, pode ser previsto dispositivo ou sistema que garanta a exaustão do gás eventualmente vazado; b) Nos casos emque não for possível a extremidade inferior estar fora da projeção horizontal, possuir abertura captada de algum ambiente permanentemente ventilado; c) No caso de dutos, manter um afastamento mínimo de 25 mm entre a tubulação e as suas paredes internas; d) Ter resistência mec6anica adequada a possíveis esforços decorrentes das condições de uso; e) Estar convenientemente protegidos contra a corrosão; f) Não apresentar vazamentos em todo a sua extensão; g) Ser executado de material incombustível e resistente à água; h) Estar adequadamente suportado. Nota : recomenda-se o uso mínimo de conexões nas tubulações situadas no interior do tubo-luva. 13 14 ADEQUAÇÃO DE AMBIENTES/APARELHOS DE UTILIZAÇÃO Salas e dormitórios não podem receber aparelhos de utilização a gás em seu interior. Os ambientes que contém equipamentos a gás devem ter uma área útil total de ventilação permanente de no mínimo 800 cm2, constituídas de duas aberturas que devem ser executadas conforme descrição abaixo: a) uma superior situada a altura não inferior a 1,80m em relação ao piso do compartimento, comunicando-se obrigatoriamente para o exterior da edificação, poço de ventilação ou ambientes de permanência não prolongada ( áreas de serviço ), que tenham ventilação permanente com o exterior. b) outra inferior, situada até o máximo de 0,30 m de altura em relação ao piso do compartimento, devendo possuir uma área útil entre 25% e 50% da área útil total de ventilação. As aberturas de ventilação, quando providas de venezianas ou equivalentes não poderão sofrer redução de sua área útil e seus vãos devem ter uma largura mínima de 8 mm. O volume dos ambientes que contém equipamentos a gás deve estar de acordo com a tabela a seguir. Relação entre o volume do ambiente, potência total instalada e área de ventilação. Volume do ambiente Potência total instalada Área de ventilação V≤ 3,5 m3 proibida a instalação ------------- 3,5 m3 < V≤ 6,0 m3 5,2 kW ( 4.500 kcal/h ) conforme ítens a) e b) 6,0 m3 < V≤ 8,0 m3 10,5 kW ( 9.000 kcal/h ) conforme itens a) e b) 8,0 m3 < V≤ 12,0 m3 14,0 kW ( 12.000 kcal/h ) conforme itens a) e b),* 12,0 m3 < V≤ 16,0 m3 21,6 kW ( 18.000 kcal/h ) conforme itens a) e b),* V > 16,0 m3 21,0 kW < P < 28,0 kW conforme itens a) e b) V > 16,0 m3 28,0 kW ( 24.000 kcal /h ) conforme itens a) e b),* V > 16,0 m3 P > 291 kW ( 250.000 kcal/h ) ** * Para potência total instalada superior à indicada, as ventilações superior e inferior deverão ser acrescidas em 6 cm2 e 3 cm2, respectivamente, para cada 1.000 kcal/h. ** Abertura inferior: 0,110 m2 para cada 290 kW ( 250.000 kcal/h ) ou fração. Abertura superior: 0,220 m2 para cada 290 kW. As cozinhas que contiverem somente fogão e forno devem possuir uma área útil total de ventilação permanente de, no mínimo, 200 cm2 constituídas de duas aberturas que devem ser executadas conforme descrito anteriormente. Os volumes da cozinha e da área de serviço podem ser somados para efeito de cálculo, somente se: a) existir ventilação permanente mínima de 800 cm2 em sua divisória; b) a área de ventilação total da área de serviço for, no mínimo, 800 cm2 e obedeçam às condições também citadas anteriormente. Quando a comunicação com o exterior da construção só for possível através de dutos de ventilação, devem ser obedecidas as seguintes condições: a) área útil total mínima requerida para dutos horizontais deve ser igual aos valores obtidos anteriormente ( itens a e b ) multiplicados por 1,5; 15 b) área útil total das aberturas de ventilação deve ser igual à área da seção transversal do duto. No interior de boxes dos banheiros e sobre banheiras, não poderão ser instalados aparelhos de utilização. Todo aparelho de utilização deverá estar conectado à instalação interna através de uma válvula de fechamento manual. Fogões com potência nominal acima de 25 kW ( 21.480 kcal/h ) devem ter suas instalações complementadas com coifa ou exaustor, para condução dos produtos de combustão para o ar livre exterior da edificação ou para o poço de ventilação. Os aquecedores de água devem estar providos de chaminé. CHAMINÉ • Chaminé individual com tiragem natural A exaustão de todo aquecedor de água a gás deve possuir um defletor que liga a chaminé primária com a individual. A chaminé individual deve ter o menor percurso possível, evitando-se extensões horizontais e curvas de 90o, respeitando-se a altura equivalente, cuja fórmula é apresentada na seqüência. O trecho vertical da chaminé individual que antecede o primeiro desvio deve ter altura mínima de 0,20 m a partir da parte superior do defletor do aquecedor até o início da primeira curva. O diâmetro mínimo da chaminé individual não pode ser menor que o diâmetro de saída do defletor do equipamento. Toda chaminé individual deve ter uma altura equivalente igual ou maior do que 0,60 m. Altura equivalente é a altura da chaminé, deduzidas todas as resistência dos seus componentes, obtida da seguinte forma: Altura equivalente H k k kn = × + + + + 2 2 1 2 ... Onde : H = altura total da chaminé K1 a Kn = fatores de resistência dos componentes dados a seguir Componentes Fator de resistência ( k ) Curva 90o 0,50 Curva 135o 0,25 Duto na vertical 0,00 Projeção hor. da chaminé 0,30/m Terminais 0,25 O dimensionamento da chaminé deve ser feito a partir da curva apresentada na figura a seguir. 16 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 10 20 30 40 50 60 70 100mm 3" diâm. 125mm 4" diâm. 150mm 5" diâm. POTÊNCIA ( kW ) EQUIVALENTE ( m ) ALTURA • Chaminé coletiva com tiragem natural A chaminé individual a ser conectada na chaminé coletiva deve ter uma altura mínima de 2 m, podendo haver, no máximo, 2 chaminés individuais por pavimentos. Cada chaminé coletiva deve servir no máximo a 9 pavimentos, sendo que a distância do defletor do último aparelho ligado na chaminé até o terminal da chaminé coletiva deve ter no mínimo 5,00 m. A ligação da chaminé individual na coletiva deve ter um ângulo maior ou igual a 135o. O trecho não vertical, quando existente, entre o aparelho e a chaminé coletiva deve ter uma inclinação mínima de 30o. Na parte inferior da chaminé coletiva deve existir uma abertura de no mínimo 100 cm2. O número máximo de aparelhos ligados numa chaminé coletiva deve atender à tabela a seguir: altura média efetiva m potência total instalada kW ( kcal/h ) número de aparelhos até 10 146 ( 126.000 ) máximo de 10 de 10 até 15 181 ( 156.000 ) máximo de 11 acima de 15 202 ( 174.000 ) máximo de 12 OBS.: a altura média efetiva é a média aritmética da altura de todas as chaminés, desde o defletor de cada aparelho até o terminal da chaminé coletiva. O dimensionamento da chaminé coletiva deve atender à tabela apresentada na seqüência. Potência Máxima em kW Potência Máxima em kcal/min Seção Circular Sec.Ret. h<10m 10m≤h≤20m h>20m h<10m 10m≤h≤2 0m h>20m diâm. int (cm) área (cm2 ) área (cm2 ) até 17,4 até 17,4 até 17,4 até 250 até 250 até 250 8,5 57 63 até 29,0 até 29,0 até 29,0 até 16 até 416 até 416 10,0 79 87 até 34,8 até 34,8 até 46,5 até 500 até 500 até 666 11,0 95 105 até 46,5 até 46,5 até 69,7 até 666 até 666 até 1000 12,5 123 135 até 58,1 até 69,7 até 93,0 até 33 até 1000 até 1333 14,0 154 169 até 69,7 até 93,0 até 22,1 até 1000 até 1333 até 1750 15,5 189 208 até 81,4 até 122,1 até 145,3 até 1166 até 1750 até 2083 17,0 226 249 até 93,0 até 145,3 até 180,2 até 1333 até 2083 até 2583 18,0 255 280 até 116,3 até 180,2 até 209,3 até 1666 até 2583 até 3000 20,0 314 345 até 139,5 até 209,3até 47,7 até 2000 até 3000 até 3550 22,0 380 418 até 162,8 até 143,0 até 301,2 até 2333 até 3403 até 316 24,0 452 497 até 189,5 até 280,2 até 348,9 até 2716 até 4016 até 5000 26,0 531 584 Nota: a altura ( h ) da chaminé coletiva deve ser tomada desde a entrada do aquecedor mais baixo até o topo do terminal da chaminé coletiva. Para potências maiores que as indicadas na tabela acima, deve-se aumentar a seção da chaminé, de acordo com a seguinte relação: h < 10 m ............ 3,5 cm2 por 1,1 kW ( 960 kcal/h ) 10 ≤ h ≤ 20 m .... 2,5 cm2 por 1,1 kW ( 960 kcal/h ) h > 20 m ............ 2,0 cm2 por 1,1 kW ( 960 kcal/h ) Para seções retangulares, a relação entre o lado maior e o lado menor deve ser de 1,5. ABRIGOS Os abrigos localizados no interior das construções, distribuídos ao longo dos andares e agrupados nos locais de entrada e acesso, deverão ser providos de porta e ventilados permanentemente por dois tubos, comunicando-se diretamente com o exterior da construção, sendo um na parte superior e outro na inferior do abrigo e terão, cada um, seção com área correspondente no mínimo a 10 cm2 por medidor previsto, no respectivo abrigo, mas não inferior ao diâmetro de 50 mm. 18 Os abrigos situados na parte externa das construções, quando providos de portas, serão permanentemente ventilados através de furos de arejamento ou venezianas, colocados na parte superior e inferior dos abrigos. O local de medição do gás de uma economia deve estar em condições de fácil acesso, pertencente à própria economia, situada no alinhamento ou com tolerância máxima de 2 m do alinhamento. Para um conjunto de economias, o local de medição deve estar em área de servidão comum, podendo-se agrupar os medidores no térreo ou nos andares (corredor de distribuição ). O local de medição de gás para medidor individual com vazão até 20 Nm3/h poderá ficar acima do abrigo de água, desde que o ponto de instalação de gás esteja, no máximo, a 1,5 m acima do piso. É proibida a localização do abrigo do medidor ou regulador na antecâmara e/ou nas escadas de emergência. 19 SISTEMAS PREDIAIS DE GÁS LIQUEFEITO DE PETRÓLEO - GLP O projeto dos sistemas prediais de gás liqüefeito de petróleo deve seguir a NBR 13932/97(*) e as centrais devem ser executadas de acordo com a NBR13523/95(**). O GLP não poderá ser canalizado em fase líquida no interior das edificações. Os recipientes e os dispositivos de regulagem inicial da pressão do gás serão localizados na parte externa das edificações, exceção feita quando a instalação possui fins industriais (com uma série de condições a serem atendidas) e para recipientes com capacidade inferior a 13 kg, neste último caso desde que: − esteja ligado à instalação um único recipiente; − o recipiente não seja colocado em recessos, escaninhos ou armários fechados; − seja assegurada a ventilação do compartimento para a atmosfera no exterior da edificação, através de porta de comunicação direta; − os recipientes de reserva, não ligados à instalação, sejam guardados no exterior das edificações em área desimpedida e ventilada; − em se tratando de instalações em residências, o compartimento em que estiver o recipiente seja a cozinha; A descarga dos dispositivos de segurança dos recipientes deve situar-se fora das edificações em atmosfera ventilada e distar no mínimo 1,00 metro medido horizontalmente, de qualquer abertura nas edificações ou no terreno que se situem em nível inferior ao dos dispositivos de segurança, conforme esquema da figura que se segue. (*) Instalações prediais de gás liqüefeito de petróleo –GLP – Projeto e execução. (**) Central Predial de gás liqüefeito de petróleo. 20 • Dimensionamento das Tubulações (NBR 13932/97) O dimensionamento deve ser efetuado de forma a manter a pressão, nos pontos de utilização, tão próxima quanto possível da pressão nominal estabelecida pelas Normas Brasileiras para os respectivos aparelhos de utilização de gás, ou, na falta destes, a pressão nominal informada pelo fabricante. A pressão nominal para fogões, fornos, fogareiros e aquecedores de água à gás, todos de modelo doméstico, está normalizada em 2,80 kPa (0,027 kgf/cm2). As etapas para o dimensionamento são apresentadas nos itens que se seguem: • Calcular a potência computada a ser instalada no trecho considerado, através da somatória das pot6encias nominais dos aparelhos de utilização de gás por ele supridos, podendo ser utilizada a tabela apresentada na seqüência ou a informação do fabricante do aparelho a ser instalado; APARELHO DE UTILIZAÇÃO TIPO POTÊNCIA KW kcal/h fogão 4 bocas com forno 8,1 7.000 fogão 4 bocas sem forno 5,8 5.000 fogão 6 bocas com forno 12,8 11.000 fogão 6 bocas sem forno 9,3 8.000 forno de parede ------ 3,5 3.000 aquecedor de acumulação 50 - 75 l 8,7 7.500 aquecedor de acumulação 100 - 150 l 10,5 9.000 aquecedor de acumulação 200 - 300 l 17,4 15.000 aquecedor de passagem 6 l/min 10,5 9.000 aquecedor de passagem 8 l/min 14,0 12.000 aquecedor de passagem 10 l/min 17,1 14.700 aquecedor de passagem 15 l/min 26,5 22.000 secadora de roupa -------- 7,0 6.000 • Encontrar o valor do fator de simultaneidade (F) em função da potência computada, através das fórmulas : Onde: C – potência computada, em kcal/min; F – fator de simultaneidade, adimensional • Calcular a potência adotada, multiplicando-se o fator de simultaneidade pela potência computada, conforme segue: Onde: A – potência adotada, em kcal/h; C – potência computada, em kcal/h • Determinar a vazão de projeto de GLP, dividindo-se a potência adotada pelo poder calorífico inferior do gás, através da seguinte expressão: ( )[ ] ( )[ ] 23F20000C )1055C4705,01 100F20000C9612 )349C001,01 100F9612C350 100F350C 19931,0 8712,0 =⇒> −+=⇒<< −+=⇒<< =⇒< C*FA = PCI/AQ = 21 Onde: Q – vazão de gás, em m3/h A - potência adotada, em Kcal/h PCI - poder calorífico inferior do GLP = 24000 Kcal/Nm3 • No dimensionamento das redes são estabelecidas as seguintes condições limites: - Pressões máximas: rede primária-150 kPa; rede secundária: 5kPa. - Perda de carga máxima de 15 kPa nas redes primárias; - Pressão mínima final, no ponto de utilização, de 2,6 kPa; - O diâmetro nominal mínimo admitido nas redes primárias e secundárias é de 15 mm (1/2”) • Adotar um diâmetro nominal inicial para determinação do comprimento equivalente total da tubulação, considerando-se os trechos retos somados aos comprimentos equivalentes de conexões e válvulas de acordo com as informações dos fabricantes. • Incluir a perda de pressão devida ao peso da coluna de GLP nos trechos verticais, calculada conforme abaixo: Onde: ΔP – perda de pressão, em kPa; H – altura do trecho vertical, em m; Dg – densidade relativa do GLP (adotar 1,8) • Para o dimensionamento, são sugeridas as seguintes fórmulas: a) Para média pressão: b) Para baixa pressão: Onde: PAabs – pressão absoluta inicial na saída do regulador de primeiro estágio, em média pressão, em kPa; PBabs – pressão absoluta na entrada do regulador de segundo estágio no ponto mais crítico do trecho, em kPa; ( )1d*H*10*318,1P g2 −=Δ − 82,4 82,1 g 5 2 abs 2 abs D Q*l*d*10*67,4 PBPA =− 82,4 82,1 g D Q*l*d*2273 PBPA =− 22 PA – pressão inicial na saída do regulador de segundo estágio ou estágio único em baixa pressão, em kPa; PB – pressão na entrada do aparelho de utilização, ponto mais crítico do trecho, em kPa; dg – densidade do gás – considerar 1,8; L – comprimento equivalente total, em m;Q – vazão de gás, em m3/h; D – diâmetro interno, em mm. O dimensionamento deverá considerar perdas de carga distribuídas e localizadas (ver tabela a seguir). Comprimento equivalente ( Leq ) de Conexões e Registros Tipo de Conexão Comprimento equivalente ( Leq ) curva 45o 16 D curva 90o Std 30 D cotovelo 90o 50 D "T" 60 D válvula esfera 4 D Nota: D = diâmetro interno da tubulação em metros CÁLCULO DA CENTRAL O número de cilindros pode ser determinado pela seguinte expressão: Q NC = ---------------- [a] Q* onde: Q - vazão de gás (adotada), em Kg/h, Q* - vazão máxima proporcionada por tipo de recipiente de GLP, em Kg/h A vazão máxima de gás ou a capacidade de vaporização de cada cilindro depende das seguintes variáveis [ ULTRAGAS, 1975 ], [ TURNER, 1949 ]: - pressão de saída requerida ( pressão de saída no regulador de primeiro estágio ); - área de contato do GLP líquido com a superfície do recipiente ( área molhada ); - temperatura ambiente. Para efeito dos projetos de instalação de gás combustível, os valores adotados de vaporização ou de capacidade de suprimento dos recipientes são os apresentados na tabela a seguir. 23 Vazão máxima de gás por tipo de recipiente[ LANDI, 1982 ] Tipo de Recipiente Vazão Máxima ( kg/h ) botijão ( 13 kg ) 0,6 cilindro ( 45 kg ) 1,0 carrapeta ( 90 kg ) 2,0 A vazão máxima horária dos recipientes é calculada para a pressão de saída do regulador de103 kPa ( 15 psi ), temperatura do ar ambiente de 15oC e para o recipiente com GLP líquido até a metade de sua capacidade. Costuma-se prever, como reserva, um número de cilindros igual ao determinado pela expressão acima. Então, o número total de cilindros (consumo + reserva) será dado por: NTC = 2 * NC SELEÇÃO DOS REGULADORES Conforme apresentado anteriormente, os reguladores são classificados, em função da pressão de saída, em: • regulador de 1º estágio: geralmente instalado junto à central de GLP, • regulador de 2º estágio: normalmente instalado o mais próximo possível dos aparelhos de utilização, tem a pressão de saída ajustada para a pressão de funcionamento dos aparelhos de utilização e a de entrada igual à pressão de saída do regulador de 1º estágio menos as perdas de carga ocorridas na rede primária. • regulador de estágio único: recebe o GLP à pressão do recipiente e o transmite à pressão de consumo. É utilizado quando a central está localizada próximo aos aparelhos de consumo. Para a seleção dos reguladores de primeiro e segundo estágio, podem ser utilizadas as tabelas apresentadas na seqüência: REGULADORES DE 1º ESTÁGIO -PRESSÃO DE ENTRADA: PRESSÃO DO RECIPIENTE DE GLP Pressão de Saída (psi) Vazão (Kg/h) Marca e Modelo 0 a 30 10 RECORD-RP-15 15 (ajuste 5 a 20) 12 FISHER-67/683 0 a 30 15 RECORD-SATURNO 14 25 OTTONELLO-926-H verde 10 26 FISHER-R-300/21 5 30 OTTONELLO-926-H vermelho 20 (ajuste 5 a 35) 76 FISHER-64-SR/23 24 REGULADORES DE 2º ESTÁGIO -PRESSÃO DE SAÍDA: 280 mmca Pressão de Entrada (psi) Vazão (Kg/h) Marca e Modelo 10 3 ARMETANO-FH2 10 a 25 10 OTTONELLO-EU 10 a 15 15 OTTONELLO-SE 10 a 15 16 FISHER-922/461 10 20 ALIANÇA-76510 10 a 15 26 FISHER-932/26 SISTEMAS PREDIAIS DE GÁS NATURAL O projeto e execução dos sistemas prediais de gás combustível – gás natural devem atender às especificações da NBR13933/97(*) RAMAL INTERNO As canaletas utilizadas para confinar tubulações de gás devem ser utilizadas exclusivamente para este fim, bem como: a) apresentar dimensões compatíveis com a figura; b) devem ter ventilação apropriada para evitar o possível acúmulo de gás no seu interior; c) ter caimento longitudinal e transversal mínimo de 0,5% e dreno para o escoamento; d) ter a espessura das paredes e do tampo, de modo a suportar tráfego local; (*) Instalações internas de gás natural (GN) – projeto e execução. 25 A extremidade do ramal interno deverá ultrapassar o alinhamento do imóvel e estar assentada em local livre de obstáculos que dificultem a inspeção e ligação ( ex. colunas, postes, árvores, etc... ). O ramal interno deve sair perpendicularmente ao alinhamento e sua extremidade externa será provida de uma união de igual diâmetro. A união deverá ser colocada de modo que a parte sextavada, a ser apertada, esteja no ramal interno ( vide figura ). O ramal interno deve ter caimento de no mínimo 1% para a rede geral. Além disso, a extremidade externa da tubulação deve ficar assentada a 0,35m abaixo do nível do passeio e localizar-se a 0,35m além do alinhamento do imóvel. DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES A pressão nominal para fogões, fornos, fogareiros e aquecedores de água à gás, todos de modelo doméstico, está estabelecida em 2kPa (0,02 kf/cm2). São sugeridas as seguintes fórmulas para o dimensionamento da rede interna: Onde: Q – vazão de gás, em m3/h; D – diâmetro interno do tubo, em mm; H – perda de carga máxima admitida, em kPa; L – comprimento do trecho da tubulação, em m; S – densidade relativa do gás em relação ao ar, adimensional O consumo de cada equipamento será adotado a partir de dados do fabricante. Na falta destes dados pode ser utilizada a tabela fornecida no item referente ao dimensionamento dos sistemas com GLP. O dimensionamento deve considerar a perda de carga distribuída e localizada conforme os valores fornecidos pelos fabricantes das conexões e registros. Novamente, na falta destes podem ser ( ) 82,482,152 abs 2 abs 5,08,08,429,0 DQ*L*S*10*67,4PBPA L*SD*H*10*22,2Q =− = − 26 empregados os dados apresentados quando da formulação do dimensionamento dos sistemas com GLP. Para o cálculo do consumo da rede interna comum à várias unidades residenciais, deve ser considerado o fator de simultaneidade, cuja determinação pode ser feita através das equações apresentadas anteriormente. A perda de carga máxima admitida para toda a rede interna é de 0,19kPa (20mmca). A cada regulador de pressão inserido na rede interna, o trecho da tubulação a jusante pode perder 10% da pressão, em perda de carga, da saída do regulador, e seu dimensionamento deve ser feito como uma nova instalação. Para o dimensionamento da rede: a) cada trecho de tubulação deve ser dimensionado computando-se a soma das vazões dos aparelhos de utilização por ele servido; b) o comprimento total deve ser calculado somando-se o trecho horizontal, o trecho vertical e as referidas perdas de carga localizadas; c) nos trechos verticais ascendentes, deve-se considerar um ganho de pressão de 0,005kPa para cada 1,00 m do referido trecho; nos trechos verticais descendentes deve-se considerar uma perda de pressão de 0,005 Pa para cada 1,00m do referido trecho. MATERIAIS EMPREGADOS NOS SISTEMAS PREDIAIS DE GÁS COMBUSTÍVEL Os materiais mais empregados para tubulações de gás são : aço, cobre e ligas de cobre. São todos tubos sem costura. As tubulações de aço são as mais comuns, podendo ser pretos ou galvanizados. Estes são preferíveis para instalações prediais. Tubulações de grandes diâmetros entretanto, em linhas de transmissão podem se tornar mais econômicas quando construídas em aço preto, apesar do custo adicional da proteção contra corrosão. Tubos de cobre podem se tornar econômicos para pequenos diâmetros. TUBOS DE AÇO No Brasil, são as seguintes as exigências para tubos de aço sem costura a serem empregados em instalações de gás: DIN 2440 - Galvanizado ou preto, com rosca Witworth nas extremidades ( conforme DIN 2999 ), ensaiados à pressão de 32 Kgf/cm2. São fabricados em varas de 4 a 7 m . São também denominados classe média porcomparação com a norma DIN 2441 que especifica tubos de maior espessura. ASTM-A-120 - Que especifica dois conjuntos de tubos sob as denominações : Schedule 40 e Schedule 80, estes últimos com maior espessura. Os tubos Schedule 40 são tubos de aço sem costura ensaiados à pressão de : - 49 Kgf/cm2 - tubos de 15mm ( 1/2" ) até 25mm ( 1" ) - 70 Kgf/cm2 - tubos de 30mm (1 1/4 " ) até 75mm ( 3" ) - 84 Kgf/cm2 - tubos de 80mm ( 3 1/2" ) até 250mm ( 10" ) 27 Obs. : Normalmente emprega-se os tubos de menor espessura ( DIN 2440 e SCH 40 ) por questões econômicas. Em locais externos, ou onde haja qualquer tipo de agressividade ( corrosão, vibração, compactação do terreno, etc... ), recomenda-se o uso de tubos rígidos pelas normas DIN 2441 ou Schedule 80. Diâmetros de Tubos de Aço sem Costura, Galvanizados ou Pretos DIN 2440 DIN 2441 referência (pol) externo ( mm ) interno ( mm ) externo ( mm ) interno ( mm ) 1/2 21,3 16,0 21,3 14,8 3/4 26,9 21,6 26,9 20,4 1 33,7 27,2 33,7 25,6 1 1/4 42,4 35,9 42,4 34,3 1 1/2 48,3 41,8 48,3 40,2 2 60,3 53,0 60,3 51,3 2 1/2 76,1 68,8 76,1 67,1 3 88,9 80,8 88,9 79,2 4 114,3 105,3 114,3 103,5 Schedule 40 Schedule 80 referência (pol) externo ( mm ) interno ( mm ) externo ( mm ) interno ( mm ) 1/2 21,8 15,8 21,8 13,8 3/4 26,7 21,0 26,7 18,9 1 33,4 26,6 33,4 24,3 1 1/4 42,2 35,1 42,2 32,5 1 1/2 48,3 40,1 48,3 38,1 2 60,3 52,5 60,3 49,2 2 1/2 73,0 62,7 73,0 59,0 3 88,9 77,9 88,9 73,7 4 114,3 102,2 114,3 97,2 TUBOS DE COBRE Os tubos de cobre são os mesmos tubos empregados para instalações de água quente. No Brasil estão normalizados segundo duas classes : classe A, de menor espessura e classe I, de maior espessura, para maiores pressões internas, conforme se indica abaixo: Tubos de Cobre Diâmetro Referência (pol) Diâmetro externo (mm) Diâmetro interno (mm) Diâmetro externo (mm) Diâmetro interno (mm) 1/2 15 13,5 15 13,0 3/4 22 20,2 22 19,6 1 28 26,2 28 25,6 1 1/4 35 32,8 35 32,2 1 1/2 42 39,8 42 38,8 28 2 54 51,6 54 50,4 2 1/2 ------ ------ 66,5 62,5 3 ------ ------ 79,2 75,2 4 ------ ------ 104,5 99,5 SUPORTES As tubulações de gás devem ser suportados pelos procedimentos convencionais a intervalos adequados para que não possam ser acidentalmente removidos. O espaçamento adequado dos suportes não pode ser superior ao indicado na tabela. Espaçamento de Suportes para Tubo Rígido Diâmetro de referência (pol) Distância ( m ) 15 ( 1/2" ) 1,8 20 ( 3/4" ) ou 25 ( 1" ) 2,4 ≥ 30 ( 1 1/4" ) ( horz. ) 3,0 ≥ 30 ( 1 1/4" ) ( vert. ) a cada andar 29 Simbologia APARELHOS DE UTILIZAÇÃO : indica-se no espaço superior a sigla designativa e no espaço inferior o consumo em m3/h Fogão ( indicar o número de bocas ) F4 F 4 Forno FO FO Incinerador I Aparelhos diversos D Previsão P Aquecedor com chaminé A MEDIDOR : indica-se no espaço superior a sigla designativa e no espaço inferior a capacidade do medidor em m3/h. Medidor individual MI Medidor coletivo MC Regulador de pressão RP Registro ( da instalação interna ) Tomada para teste de pressão CHAMINÉS: Sempre que possível, o desenho deverá aproximar-se da situação real da chaminé. Nas chaminés coletivas o número indica o total de inserções das chaminés secundárias. C 14 Chaminé secundária de percurso essencialmente vertical. A 30 Chaminé secundária dirigida para a chaminé coletiva. C A PEÇAS DE BANHEIRO Banheira BH Box BX CANALIZAÇÕES : Os traços devem ter a espessura necessária e suficiente para que realcem nas plantas. Sua representação gráfica deve aproximar-se, o quanto possível, da situação real. O diâmetro dos tubos deve ser registrado e repetido em locais adequados, de modo a facilitar a compreensão e interpretação da planta. Tubulação horizontal embutida em laje ou aterrada. φ 25 Tubulação horizontal à vista. φ 100 Tubulação horizontal embutida em parede. φ 50 Tubulação horizontal guarnecida com tubo luva. φ 75 TUBULAÇÀO VERTICAL Encostada na parede. φ 25 embutida na parede. φ 25 Encostada na parede com revestimento. φ 30 FEIXE DE TUBULAÇÕES HORIZONTAIS : Indicar na espaço entre as duas linhas o número de tubos e o seu diâmetro. 253 x 2 x 4 x φφφ 3050 FEIXE DE TUBULAÇÕES VERTICAIS : ( prumada ) indicar em baixo o número de tubos e o seu diâmetro. 4 x φ φ 50 506 x