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guia prático para todo pai/mãe entender o autismo

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SUMÁRIO 
Para Quem é este E-book ....................................... 4 
Quem Sou Eu ............................................................. 6 
O que é o Autismo? .................................................. 9 
Comunicação Social ........................................... 12 
Comportamento ................................................. 14 
Outras Dificuldades ........................................... 16 
Os Sinais do Autismo ......................................... 18 
Mitos sobre o Autismo ...................................... 21 
Níveis do Autismo .............................................. 24 
Tratamentos no Autismo ...................................... 31 
A Intervenção Precoce ...................................... 33 
Qual é a Melhor Abordagem? ......................... 35 
Como Escolher o Terapeuta? .......................... 37 
E a Medicação? ................................................... 40 
A Importância dos Pais ...................................... 42 
Rede de Apoio ..................................................... 45 
O que fazer em casa ............................................... 46 
Como Brincar com Respeito ............................ 48 
Dicas de Brincadeiras ........................................ 51 
Mensagem Final ...................................................... 54 
Referências ............................................................... 55 
 
 
 
PARA QUEM É ESTE E-BOOK 
Durante minha carreira trabalhando na 
avaliação e terapia de crianças, uma coisa sempre 
foi muito clara para mim: Quem mais precisa de 
ajuda são os pais. 
Não adianta querer que os pais cuidem de 
uma criança se eles não estão preparados para 
isso; e quanto mais eu trabalho com autismo, 
mais tenho certeza disso. Por esse motivo, 
comecei a escrever no meu blog, gravar vídeos 
para as redes sociais e dar cursos para pais de 
crianças autistas. 
Se o autismo faz parte da sua vida como pai 
ou mãe, este e-book foi especialmente escrito 
para você! 
Cada capítulo deste e-book responde às 
principais dúvidas das famílias de forma leve, 
clara e objetiva. 
O objetivo é tornar você, pai ou mãe, capaz 
de ajudar seu filho com autismo a se tornar uma 
pessoa mais independente. 
 
 
 
Se você suspeita que seu filho tem autismo, 
este e-book também te ajudará mostrando por 
onde começar. 
Se você é um familiar, professor, terapeuta 
ou até mesmo amigo querendo ajudar, este livro 
também vai te auxiliar bastante a compreender, 
desmistificar, ajudar e até orientar as famílias. 
Só observe que sempre vou me referir ao 
leitor como pai ou mãe, pois escrevi pensando 
neles. 
Fique à vontade para compartilhar este e-
book. Mas recomendo que o faça por este link 
aqui: 
http://autismo.me/ebook-primeiros-
passos 
 Assim a pessoa receberá gratuitamente a 
versão mais atualizada. 
 Espero que a leitura deste e-book e 
aplicação de suas dicas torne a sua vida mais leve 
depois do diagnóstico do autismo. 
 
 
 
 
QUEM SOU EU 
Se você ainda não conhece meu trabalho, é 
um prazer saber que você está me conhecendo 
através deste e-book. 
Me chamo Carla Ulliane e minha missão é 
permitir que os pais sintam que é possível ser 
feliz tendo um filho autista. 
Meu trabalho é ajudar as famílias a 
entender o autismo e tornar seus filhos mais 
independentes. 
Acredito que os pais são a principal peça no 
tratamento do autismo e, por isso, são os que 
mais precisam se capacitar para cumprir seu 
papel. 
Considero também que são eles os que 
mais precisam de atenção e cuidado, pois receber 
o diagnóstico de autismo não é fácil, se já é difícil 
ser pai ou mãe de uma criança típica, o autismo 
intensifica as dificuldades. 
 
 
 
Uma pessoa que não está bem emocional, 
psicológica e fisicamente, não pode cuidar e 
educar outra. 
Para ajudar as famílias, produzo conteúdo 
diariamente com dicas práticas através das 
minhas redes sociais e do meu blog. 
Mais de 600 mil pessoas assistiram aos 
meus vídeos no YouTube e mais de 150 mil 
acessaram meu site, em busca de dicas e 
orientações. 
Também idealizei o treinamento 
Parentalidade Autista na Prática, um curso com 
o passo a passo para os pais e mães que querem 
se aprofundar e estimular os filhos em casa 
diariamente, mesmo que não entendam nada 
sobre autismo e não tenham muito tempo. 
Sou graduada em Fonoaudiologia e Mestre 
em Educação pela Universidade Federal de 
Sergipe (UFS). Já avaliei mais de 1000 crianças 
em meu consultório e no serviço público. 
Também sou Coach de Pais e Mães, 
ajudando-os a retomar os sonhos após o 
 
 
 
diagnóstico, além de trabalhar como professora e 
consultora educacional. 
 
 
 
O QUE É O AUTISMO? 
Hoje em dia, devido ao aumento no número 
de diagnósticos e a grande exposição nas mídias, 
quase todo mundo já ouviu falar do autismo. 
Antes de suspeitar que seu filho tivesse 
autismo, você provavelmente já deve ter ouvido 
falar sobre ele. “O filho do Marcos Mion é 
autista!”, “Ah, na escola da minha filha tem uma 
criança com autismo.”, “Um primo distante do 
meu pai tem autismo.” 
O problema é que a maioria das pessoas 
não sabe muito mais do que isso. E, a partir dessa 
desinformação, surgem os preconceitos e 
generalizações: “Seu filho não é autista, meu 
vizinho tem autismo e passa o dia todo batendo 
a cabeça na parede.” ou “Os autistas são gênios, 
eu vi um no Encontro que fala 5 línguas!” 
Infelizmente isso não acontece só com os 
leigos. Alguns profissionais, como pediatras, 
psicólogos, fonoaudiólogos e, até mesmo, 
neuropediatras, também são mal ou pouco 
informados sobre o autismo. 
 
 
 
Não sendo nada difícil ouvir relatos de pais 
dizendo que procuraram ajuda profissional e 
ouviram: “Está tudo bem, é normal a criança não 
falar até os 3 anos”, “ele não é autista, eu tenho 
um paciente autista que fica girando a consulta 
toda no canto da sala.” 
Em outros capítulos falarei sobre os 
preconceitos e os mitos que rodeiam o autismo. 
Mas agora, a primeira coisa que você 
precisa entender sobre o autismo é: Não é O 
autista, são OS autistas. 
Vou repetir isso algumas vezes durante este 
e-book porque é uma coisa que você não pode 
esquecer. Cada autista tem suas particularidades; 
primeiro, como indivíduo, pois as pessoas são 
diferentes entre si; segundo, o autismo se 
manifesta de forma diferente em cada um. 
Falarei sobre essas diferenças no capítulo 
Níveis do Autismo. 
Na definição dos dois principais manuais 
diagnósticos, o CID e o DSM, o Autismo, ou 
Transtorno do Espectro Autista, é caracterizado 
 
 
 
pela dificuldade na comunicação social e na 
presença de comportamentos restritos e 
repetitivos. 
Essas são as características que definem o 
Autismo, porém elas podem se manifestar de 
diferentes formas e intensidades. 
Esses déficits podem causar prejuízos nas 
áreas pessoais, familiares, sociais, educacionais, 
atividades de vida diária e profissionais. 
 
 
 
 
 
COMUNICAÇÃO SOCIAL 
A palavra-chave aqui é INTERAÇÃO. 
As pessoas com autismo tem uma grande 
dificuldade em iniciar ou responder a uma 
interação social, principalmente com pessoas 
fora do seu círculo mais próximo. 
É muito comum que os pais relatem a falta 
de interesse da criança em brincar com outras da 
mesma idade e até com os próprios pais. 
Essa
falta de interesse no outro é bem 
evidente quando a criança usa o outro como 
ferramenta para conseguir o que deseja e depois 
a ignora completamente. 
Um exemplo: A criança pega a mãe pela 
mão, leva até o armário e fica emitindo sons de 
raiva, até que a mãe dá o biscoito preferido dela 
e depois sai como se a mãe não estivesse mais lá. 
A dificuldade mais marcante aqui é o atraso 
na aquisição da linguagem. É a queixa número 1 
dos pais nesta área: “Carla, meu filho tem 2 anos 
e ainda não fala!”. 
 
 
 
E ainda que a criança apresente um 
desenvolvimento aparentemente dentro do 
esperado, é comum que hajam as ecolalias, que 
são as repetições de palavras ou frases, muitas 
vezes sem um contexto ou intenção 
comunicativa. 
A pessoa com autismo também pode ter 
muita dificuldade em reconhecer as emoções do 
outro e de ter empatia. Essas habilidades são 
muito abstratas e complexas, principalmente 
para as crianças. 
Um exemplo clássico disso: a pessoa com 
autismo começa a falar do que acha interessante. 
Pode falar por horas sobre aquilo, mas não 
consegue perceber a falta de interesse do seu 
parceiro pelo assunto. 
A maioria dos autistas, por ter o 
pensamento muito concreto, pode ter 
dificuldades em entender metáforas, ironias, 
piadas e outras figuras de linguagem, tornando-
os muito literais. Se você falar algo como “esse 
almoço está de matar”, ele não vai nem encostar 
na comida. 
 
 
 
COMPORTAMENTO 
Os déficits comportamentais são outra 
grande dificuldade das pessoas com autismo. 
Um das manifestações é a inflexibilidade 
comportamental. A criança é muito fixada em 
rotinas e rituais, ela se adapta a um padrão e não 
aceita que alguma mudança aconteça. Por 
exemplo, só quer vestir a mesma camisa ou fazer 
o mesmo caminho para a escola. 
O hiperfoco é outra característica 
marcante. A criança fica por muito tempo 
extremamente focada em uma única atividade e 
apresenta resistência quando necessita mudar 
para outra. Ela pode passar horas girando a 
rodinha de um carrinho, por exemplo. 
Ela também pode ter interesses bastante 
restritos e específicos. Ou a criança pode ser 
apaixonada por dinossauros e só falar sobre eles. 
Um paciente meu só assiste Patrulha Canina e 
fica repetindo o mesmo episódio várias e várias 
vezes. 
 
 
 
Esses interesses restritos, se bem 
trabalhados, tem seu lado bom. Eles podem se 
tornar uma profissão. A Temple Grandin adorava 
ficar olhando os animais na fazenda da sua tia, 
mais tarde se tornou pesquisadora na área de 
comportamento animal e revolucionou a criação 
de gado nos EUA. 
Também é comum haver uma hiper ou 
hipossensibilidade a estímulos sensoriais, como 
sons, luminosidade, texturas, por exemplo. 
E a presença de movimentos 
estereotipados ou STIMs. O balançar das mãos, 
do tronco, dos pés ou até bater no próprio corpo, 
de forma leve ou forte, são alguns exemplos de 
estereotipias. 
Elas são um recurso utilizado pelas pessoas 
com autismo para se autorregularem e, assim, 
evitarem crises. 
Portanto, desde que a estereotipia não 
esteja machucando seu filho ou outra pessoa, 
você não precisa bloqueá-la. Ela é uma forma que 
ele encontrou de evitar uma crise. 
 
 
 
OUTRAS DIFICULDADES 
É muito importante destacar o seguinte: O 
autismo dificilmente vem sozinho. 
É comum que, além do autismo, a criança 
também possa ser diagnosticada com TDAH, 
TOD, Epilepsia, Deficiência Intelectual ou 
síndromes genéticas, como Down e X Frágil. 
Além disso, é muito importante cuidar da 
saúde emocional da pessoa com autismo, pois 
devido a sua tendência de isolamento e seus 
déficits comportamentais, ela pode desenvolver 
Ansiedade e Depressão à medida que vai se 
tornando adulto. 
Mas o caso mais comum é o Transtorno do 
Processamento Sensorial (TPS). Tanto que ele foi 
incluído como característica no diagnóstico do 
autismo. 
O TPS e a rigidez comportamental podem 
causar a Seletividade Alimentar. A criança pode 
evitar comer novos alimentos, só comer 
alimentos com determinadas texturas, cheiros ou 
 
 
 
cores, ou ser extremamente rígido ao ponto de 
só comer a mesma comida todos os dias. 
Também é bastante comum que crianças 
com autismo tenham dificuldades com sono. Em 
alguns casos podem demorar muito para pegar 
no sono ou dormir apenas algumas horas por 
noite. 
Por fim, uma quantidade considerável de 
crianças autistas desenvolvem alergias ou 
intolerâncias alimentares. Caso você suspeite 
que seu filho não esteja reagindo bem ao que 
come, solicite os exames alérgicos. 
 
 
 
 
OS SINAIS DO AUTISMO 
Até agora, já falei das principais 
características do autismo. Para ser um pouco 
mais objetiva para você que está suspeitando que 
seu filho tem autismo, vou listar alguns Sinais do 
Autismo. 
o Não interage com outras crianças; 
o Atraso de Linguagem: Aquisição das 
habilidades comunicativas abaixo do 
esperado para a idade. Por exemplo: Não 
fala nada com 1 ano e meio; 
o Age como se fosse surdo: Quando está em 
hiperfoco, os pais chamam várias vezes e ela 
não reage; 
o Ecolalia: Repete palavras ou frases que 
acabou de ouvir de uma pessoa ou que 
ouviu em vídeos, de forma imediata ou 
tardia, com ou sem intenção de se 
comunicar; 
o Resiste ao aprendizado: Não aceita 
aprender novas habilidades ou de forma 
diferente; 
 
 
 
o Não demonstra medo de perigos reais: Não 
tem medo de fogo, altura, carros ou animais; 
o Resiste a mudança de rotina: Grande rigidez 
comportamental, quer sempre fazer as 
coisas do mesmo jeito e na mesma ordem; 
o Usa as pessoas como ferramentas: Pega na 
mão do adulto, leva até o objeto de desejo, 
quando consegue ignora o adulto; 
o Apresentam risos e movimentos corporais 
não apropriados (estereotipias); 
o Resiste ao contato físico: Pode resistir ao 
abraço, o toque, o beijo; 
o Acentuada hiperatividade física; 
o Não mantém contato visual; 
o Apego não apropriado a objetos: Pode se 
apegar a uma pedra, por exemplo, e levar 
essa pedra para todos os lugares como um 
urso de pelúcia; 
o Gira objetos de maneira bizarra e peculiar, 
por exemplo gosta de brincar com as rodas 
da bicicleta; 
o Às vezes é agressivo e destrutivo; 
 
 
 
o Modo de comportamento indiferente e 
arredio. 
Caso você identifique pelo menos 5 dos 
sinais que foram mostrados acima, procure um 
neuropediatra ou psiquiatra infantil. 
Recomendo que você pegue um papel e 
caneta e anote todos os sinais que observar no 
seu filho, isso vai ajudar no diagnóstico. Grave 
alguns vídeos curtos também. Você pode não 
lembrar de tudo na hora da consulta. 
Se possível, leve os relatórios da escola e 
dos terapeutas. Quanto mais informações o 
médico tiver, mais fácil será para ele fechar ou 
descartar o diagnóstico. 
Não tenha vergonha de perguntar e exigir 
as terapias. Adiante vou falar sobre as elas. 
Eu também tenho um vídeo onde me 
aprofundo mais sobre, clique aqui para assistir! 
 
 
 
MITOS SOBRE O AUTISMO 
Hoje em dia, se fala 100 vezes mais sobre o 
autismo do que há 10 anos. Infelizmente, nem 
tudo disso é verdade. Muitas coisas que são 
faladas sobre o autismo são baseadas em 
pesquisas antigas e refutadas, boatos ou 
pesquisas manipuladas. Infelizmente, isso faz 
com que muitos pais se culpem e percam tempo. 
Listei alguns dos mitos mais comuns para te 
ajudar a não acreditar neles: 
Todo autista é gênio! 
Sim, existe uma parcela de pessoas autistas 
com inteligência
acima da média, assim como 
com deficiência intelectual. 
“Todo” é uma palavra muito difícil de aplicar 
no autismo, como já falei: as características se 
manifestam de formas diferentes. 
O autismo é culpa da mãe! 
Esse é um mito tão velho quanto o próprio 
diagnóstico de autismo. Leo Kanner, primeiro a 
descrever o autismo, antes classificado como um 
 
 
 
tipo de esquizofrenia infantil, apontou a 
associação entre crianças autistas e mães pouco 
amorosas, sugerindo que isso desencadeasse o 
autismo. 
Nos anos 50 e 60, a ideia se popularizou 
com a obra do psicanalista Bruno Bettelheim. 
Porém na década de 70, os estudos mostraram 
que o Autismo era uma condição neurológica e 
hoje já sabemos que ele é uma combinação de 
fatores genéticos e ambientais durante a 
gravidez. 
Eu falo mais um pouco sobre culpa materna 
neste vídeo aqui. 
Vacina causa autismo! 
Em 1998, o médico Andrew Wakefield 
divulgou uma pesquisa na respeitada revista 
científica Lancet afirmando que 12 crianças 
haviam desenvolvido autismo depois de tomar a 
dose vacina tríplice-viral. 
Depois desse estudo, vários outros foram 
feitos mostrando que não havia relação entre 
autismo e vacinação. Também descobriu-se que 
 
 
 
Wakefield havia manipulado a pesquisa e forjado 
os resultados, além de cometer diversos desvios 
éticos. Em 2010, ele foi proibido de exercer a 
medicina. Porém o estrago foi feito. 
Todo ano milhões de pais deixam de vacinar 
os seus filhos com medo e isso os deixa cada vez 
mais expostos às doenças que já tinham até sido 
erradicadas. Basta lembrar do recente surto de 
Sarampo no Brasil. Sem dúvidas esse é o mito 
mais perigoso sobre o autismo. 
 
 
 
 
NÍVEIS DO AUTISMO 
Uma das coisas mais faladas dentro do 
autismo é a questão dos graus ou níveis. Você já 
deve ter ouvido alguma mãe falar: “Meu filho tem 
5 anos e é autista leve” ou “Minha filha é 
moderada.” 
Mas o que isso significa? 
A primeira coisa que todo pai e mãe tem 
que entender quando se fala disso é: Não existe 
O autista, mas sim OS autistas. 
Cada autista é diferente entre si nas 
potencialidades e dificuldades. As características 
do autismo vão se manifestar de formas e 
intensidades diferentes, podendo ou não 
apresentar algumas. 
Os graus ou níveis são formas que a 
Academia Americana de Psiquiatria, por meio do 
DSM V, o Manual de Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais encontrou para classificar 
as pessoas com autismo, de acordo com o nível 
de autonomia que elas tem. 
 
 
 
Funciona mais ou menos assim: uma pessoa 
com grau leve/nível 1 tem uma autonomia mais 
próxima do que uma pessoa com grau 
severo/nível 3. 
Uma pessoa de grau leve também precisará 
de apoio e terapias, mas em uma intensidade 
menor que uma de grau severo. 
E como essa classificação é feita? 
A resposta está relacionada à quantidade 
de apoio necessária para contemplar as 
necessidades de cada um, considerando as 
dificuldades na comunicação, nos interesses 
restritos e comportamentos repetitivos. 
Agora vou apresentar uma lista para ficar 
um pouco mais claro: 
Nível 1 – Necessidade de pouco apoio 
Comunicação Social 
 A criança necessita de apoio contínuo para 
que as dificuldades na comunicação social 
não causem maiores prejuízos; 
 
 
 
 Apresenta dificuldade em iniciar interações 
com outras pessoas, sejam adultos ou 
crianças, ocasionalmente oferecem respostas 
inconsistentes as tentativas de interação por 
parte do outro; 
 Aparentemente demonstram não ter 
interesse em se relacionar com outras 
pessoas. 
Comportamentos repetitivos e restritos 
 Esse padrão de comportamento repetitivo e 
restrito ocasiona uma inflexibilidade 
comportamental na criança, gerando assim, 
dificuldade em um ou mais ambientes; 
 A criança fica por muito tempo em uma 
atividade (hiperfoco) e apresenta resistência 
quando necessita mudar para outra; 
 Alterações na organização e planejamento 
podem atrapalhar o trabalho pela busca da 
independência e autonomia da pessoa. 
 
Nível 2 – Necessidade de apoio substancial 
 
 
 
Comunicação Social 
 A criança apresenta um déficit notável nas 
habilidades de comunicação tanto verbais 
quanto não-verbais; 
 Percebe-se acentuado prejuízo social devido 
às poucas tentativas de iniciar uma interação 
social com outras pessoas; 
 Quando o outro inicia o diálogo as respostas, 
geralmente, mostram-se reduzidas ou 
atípicas. 
Comportamentos repetitivos e restritos 
 Apresenta inflexibilidade comportamental e 
evita a mudança na rotina, pois tem 
dificuldade em lidar com ela; 
 Essas características podem ser notadas por 
um parente ou amigo que raramente visita a 
casa da família; 
 A criança se estressa com facilidade e tem 
dificuldade de modificar o foco e a atividade 
que realiza. 
 
 
 
Nível 3 – Necessidade de apoio muito 
substancial 
Comunicação social 
 Há severos prejuízos na comunicação verbal 
e não- verbal; 
 Apresenta grande limitação em iniciar uma 
interação com novas pessoas e quase 
nenhuma resposta as tentativas dos outros. 
Comportamentos repetitivos e restritos 
 Há presença de inflexibilidade no 
comportamento; 
 Extrema dificuldade em lidar com mudanças 
na rotina e apresentam comportamentos 
restritos/repetitivos que interferem 
diretamente em vários contextos; 
 Alto nível de estresse e resistência para 
mudar de foco ou atividade. 
Agora você precisa saber duas coisas 
importantes sobre os níveis do autismo: 
1º Ele não é fixo 
 
 
 
O principal objetivo das terapias é ensinar 
habilidades para que a pessoa com autismo possa 
ter uma maior independência, ou seja, à medida 
que seu filho fizer as terapias e elas começarem 
a dar resultado, a tendência é que ele tenha uma 
vida mais funcional. 
Também vale ressaltar que existem 
momentos em que ele pode regredir, perder 
algumas habilidades e se tornar menos 
independente. 
Nesses casos, converse com o terapeuta do 
seu filho e, se necessário, reforce as terapias. 
2º Ele não está no laudo 
Como falei anteriormente, os níveis são 
uma forma de classificação descrita no DSM V, 
porém o Brasil segue outro documento, o CID 
(Classificação Estatística Internacional de 
Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) 
da Organização Mundial de Saúde. 
As classificações do CID (que está na sua 
11ª versão) são diferentes das do DSM. Por isso, 
 
 
 
nenhum médico irá te dar o diagnóstico 
especificando o grau. 
E porque se fala tanto em graus? 
Os principais centros de pesquisa sobre 
autismo no mundo estão nos Estados Unidos e, 
por consequência, as pessoas que estudam 
autismo em outros países acabam se adequando 
à literatura americana. 
O mais importante é compreender que não 
importa o nível que seu filho esteja, lembre-se 
sempre de proporcionar os cuidados de acordo 
com suas necessidades específicas, busque 
sempre o melhor para ele e não desista no 
caminho apenas porque seus sintomas são 
moderados e/ou severos. A caminhada é longa, 
mas foque sempre nos avanços e potencialize 
cada um deles. 
Se você quer aprender mais um pouco, dê 
uma olhadinha neste vídeo aqui. 
 
 
 
 
TRATAMENTOS NO AUTISMO 
A terapia do autismo é uma das maiores 
fontes de dúvidas dos pais. “Qual a melhor 
abordagem?”, “Esse método funciona?”, “Precisa 
mesmo desse medicamento?”, “Será que esse 
terapeuta é bom?”; são algumas das dúvidas que 
você
já deve ter se questionado. 
Uma coisa importante que você precisa 
saber sobre o tratamento do autismo é que ele é 
baseado no tripé Família, Escola e Terapia. Cada 
um tem o seu papel e quanto mais alinhados e 
empenhados eles estão, maiores os resultados. 
No próximo capítulo, vou falar sobre a 
importância dos pais. Agora vou focar nos 
terapeutas e o que você deve fazer para ter 
melhores resultados nas terapias. 
E quais são esses resultados? 
O objetivo da terapia não é fazer a criança 
deixar de ser autista. Se alguém está te 
prometendo isso, corra, é mentira! 
 
 
 
O objetivo da terapia é ensinar habilidades 
para que a pessoa com autismo possa aprender a 
lidar com as suas dificuldades e, assim, ter uma 
vida mais independente possível, e, para que isso 
aconteça, alguns fatores devem ser levados em 
consideração. 
 
 
 
 
 
A INTERVENÇÃO PRECOCE 
No autismo, tempo vale ouro. A regra é: 
Quanto mais cedo você começar, maiores os 
resultados. E por que a intervenção precoce é tão 
importante? 
Isso acontece porque dos 0 aos 3 anos a 
criança tem uma maior neuroplasticidade, ou 
seja, esse é o período onde o cérebro dela está 
mais “maleável” e ela vai aprender mais 
rapidamente o que é ensinado nas terapias. 
É por isso que me dói tanto quando ouço 
uma mãe me escrever: “Carla, levei meu filho em 
um especialista e ele disse que é para esperar até 
os 3 anos.” Se alguém já te disse isso, troque de 
profissional, mas não perca tempo. 
“Carla, mas meu filho já tem 5 anos e 
agora?” 
Intensifique as terapias! Os resultados vão 
vir de forma mais lenta, mas vão vir. Eu tenho 
pacientes que começaram depois dos 4 anos e 
tiveram ótimos resultados. 
Você não pode desanimar! 
 
 
 
Eu fiz uma entrevista com a Psiquiatra da 
Infância e Adolescência sobre a intervenção 
precoce, clique aqui para assistir. 
 
 
 
 
QUAL É A MELHOR ABORDAGEM? 
ABA, Denver, TEACCH, DIR/Floortime, 
PECS, PRT... Enfim, são muitos modelos, 
métodos e abordagens. Se eu fosse falar de todos 
aqui de forma aprofundada, este e-book se 
tornaria uma enciclopédia. 
Vou te ajudar em como escolher as terapias 
para seu filho, mas eu não vou levantar bandeiras 
aqui de qual é a melhor abordagem. Não é meu 
papel. 
A escolha de uma abordagem ou método é 
uma escolha de como você e o terapeuta 
compreendem o desenvolvimento infantil. E é 
importante que você pesquise um pouco sobre 
as abordagens disponíveis em sua cidade e veja 
quais se encaixam na sua visão de mundo. 
Outra coisa muito importante é saber se há 
comprovação cientifica da sua eficiência no 
tratamento do autismo. 
Sugiro que pesquise se a abordagem é 
recomendada para o autismo, se há 
 
 
 
comprovação. Recomendo que dê uma olhada no 
Autism Speaks, eles ajudam bastante. 
Para ajudar, todas que citei no começo tem 
comprovação científica. 
Eu considero que as principais terapias são 
realizadas por Psicólogos, Terapeutas 
Ocupacionais e Fonoaudiólogos. Essas terapias 
vão englobar as principais dificuldades da pessoa 
com autismo: comportamental, comunicação e 
atividades de vida diária. 
Existem também outras que você pode 
fazer para complementar como Psicopedagogia, 
Musicoterapia, Psicomotricidade, Esportes, entre 
outros. 
Você vai escolher de acordo com a 
orientação do médico, as necessidades do seu 
filho e sua disponibilidade de tempo e dinheiro. 
E uma coisa que eu sempre repito: a melhor 
abordagem é aquela que dá resultado para o seu 
filho. 
 
 
 
 
COMO ESCOLHER O TERAPEUTA? 
A terapia é feita por um ser humano para 
outro ser humano. Então, não adianta escolher a 
melhor abordagem se o profissional não está 
capacitado para aplicá-la. Um exemplo clássico: 
os pais escolhem a ABA, mas procuram um 
psicólogo que utiliza outra abordagem. 
Primeiro, o principal papel do terapeuta é 
treinar os pais. Os terapeutas ficam apenas 
algumas horas por semana com seu filho, você 
vive com ele todos os dias. 
Por isso, eles precisam sempre conversar 
contigo. Dizer o que estão fazendo, como você 
pode ajudá-los em casa e tirar suas dúvidas. 
Se o terapeuta do seu filho não faz isso, 
chame-o para conversar e explique que quer 
mais orientações. Se ele não mudar de atitude, 
procure outro. 
“Carla, eu estou procurando um novo 
terapeuta, como faço para escolher?” 
Primeiro, converse com outros pais e mães 
da sua cidade. Pergunte se eles estão gostando, 
 
 
 
se ele dá feedback, se a terapia está dando 
resultado, se há um bom relacionamento família-
terapeuta-paciente e se eles te recomendariam. 
Depois ligue, marque a primeira consulta, 
aproveite e faça as seguintes perguntas: 
o Posso assistir ou participar das terapias total 
ou parcialmente? (Gravei um vídeo sobre 
isso, assista aqui) 
o Como posso medir os resultados da terapia? 
o O que posso fazer em casa? 
o Quantas sessões você recomenda por 
semana? 
o Há quanto tempo você trabalha com 
autismo? 
o Qual abordagem você utiliza? Poderia me 
explicar como ela funciona? 
A partir disso, você pode tomar a decisão se 
quer ou não continuar com o terapeuta. 
Claro que ainda tem questões práticas 
como: valor da sessão, planos de saúde, 
localização, transporte e o seu orçamento. 
 
 
 
Mas tenho duas boas notícias. Primeiro, o 
plano é obrigado a disponibilizar a quantidade de 
sessões que o médico prescrever. 
Segundo, se você pagar particular, pode 
pedir o reembolso integral e sem limites no 
imposto de renda, converse com seu contador. 
 
 
 
E A MEDICAÇÃO? 
A pergunta que mais vejo nos grupos de 
mães no Facebook: “Meu filho vai tomar tal 
remédio, o filho de vocês já tomou? Como foi?” 
É normal que as mães queiram saber se o 
remédio vai fazer bem ou mal para o filho, porém 
não existe nenhum medicamento para o autismo 
e, sim, para seus sintomas. Por isso, se seu 
médico receitar algum medicamento, você deve 
lhe fazer as seguintes perguntas: 
o Por que você está receitando esse 
medicamento? 
o Quais os efeitos colaterais? 
o Como saber se o efeito colateral é apenas 
temporário ou se devo suspender o remédio 
imediatamente? 
o Quanto tempo devo esperar para saber se 
ele está dando resultado? 
o Existe outra alternativa a esse 
medicamento? 
 
 
 
Se você não se sentir segura das respostas, 
fale isso para o médico. Você também pode 
procurar outra opinião. 
Mas já te adianto, é normal nas duas 
primeiras semanas a criança ficar um pouco 
sonolenta. 
Você pode até não dar o medicamento e 
procurar uma nova opinião, mas nunca comece, 
suspenda ou mude a dosagem do medicamento 
por conta própria. NUNCA! Sempre que você 
pensar em fazer isso, fale com seu médico. 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DOS PAIS 
Vou te contar uma coisa: Só levar seu filho 
para as terapias não funciona! 
Durante anos atendendo e avaliando 
centenas de crianças no meu consultório e no 
serviço público, eu aprendi o seguinte: o 
tratamento do autismo é um tripé. 
Um tripé formado por terapia, escola e 
família; os 3 tem que estar alinhados e 
trabalharem juntos; quanto mais eles estão 
alinhados, maiores são os resultados das terapias. 
Essa é uma das principais diferenças dos 
tratamentos que avançam e dos que estagnam. 
Se você está aqui lendo este e-book, eu sei 
que você quer ajudar seu filho a avançar no 
tratamento, mas tem um detalhe muito 
importante que muita gente não olha: a família é 
quem mais sofre
mudanças com o diagnóstico e 
é a que menos recebe suporte e preparação para 
isso. 
Você sabe do que eu estou falando. Você 
passou por isso, sabe da dificuldade, do choque 
 
 
 
que é receber o diagnóstico de autismo. É muito 
forte! 
Durante a gravidez, você planeja todo o 
futuro da criança e quando recebe o diagnóstico, 
tudo aquilo que você planejou cai por terra, é 
preciso mudar todas as expectativas, os sonhos 
morrem, é como se o filho morresse. É o luto! 
Deste momento em diante, a mãe ou o pai 
vai ficar sempre comparando e sofrendo 
comparações. Não só entre seu filho e crianças 
típicas ("Ele nunca vai acompanhar"), mas com 
outros autistas, principalmente mais leves. 
Ainda tem a falta de apoio de quem não 
entende nada de autismo. Muitas vezes, a própria 
família fala: "Ah, você que não sabe educar o seu 
filho." "Ele não tem nada, isso é coisa da sua 
cabeça". Você junta toda a pressão psicológica do 
diagnóstico com a falta de preparação e apoio. 
Pense comigo: nós, terapeutas, e os 
professores estudamos muito para fazer nossa 
parte. Nós fazemos graduação, pós, mestrado, 
dezenas de cursos para poder atender o seu filho, 
mas vocês, pais, não. 
 
 
 
Não existe uma graduação em paternidade 
e uma pós em ser pai de uma criança autista. E 
você é a peça mais importante do tratamento. 
Afinal, cada terapeuta passa 1, 2 horas por 
semana com seu filho. O professor fica mais 
tempo, porém divide a atenção com outras 20, 30 
crianças. Por isso, você precisa se preparar, 
aprender, se capacitar para ajudar seu filho em 
casa também. 
 
 
 
 
REDE DE APOIO 
Você não precisa passar por tudo isso 
sozinho. O autismo é difícil, mas não precisa 
acabar com você! 
Você precisa ter um suporte, uma rede de 
apoio em quem possa confiar, desabafar e pedir 
ajuda. E você não é fraco por isso, pelo contrário, 
se torna ainda mais forte. 
E quem pode fazer parte dessa rede? 
Ela deve ser compostas por pessoas da sua 
confiança. Podem ser sua família ou amigos mais 
próximos. O importante é que você possa contar 
com eles nos momentos de dificuldade, que te 
levem para cima ou que possam cuidar do seu 
filho uma noite quando você quiser sair para um 
programa de casal ou com amigos. 
Se forem pais de crianças autistas, melhor 
ainda. Eles passam por dificuldades bem 
parecidas com as suas e você ainda vai poder 
ajudá-los da mesma forma. 
 
 
 
O QUE FAZER EM CASA 
“Carla, já entendi que eu tenho que fazer 
minha parte, mas como eu posso fazer isso?” 
A resposta é: brincando! 
A brincadeira é a melhor forma de 
aprendizado para a criança, pois ela aprende na 
prática, vivenciando as experiências e se 
divertindo. Além de ser extremamente eficaz, a 
brincadeira é facilmente aprendida pelos pais 
“Ah, Carla, mas eu não sei brincar com meu 
filho, eu não sou criativo...” 
Lembre-se que todo adulto já foi criança um 
dia, apesar de alguns esquecerem disso. 
No próximo capítulo, eu vou te contar 
algumas brincadeiras que eu utilizo no 
consultório e que você pode fazer em casa. 
Construir um quadro de rotina vai te ajudar 
bastante a organizar a brincadeira com seu filho. 
Recomendo que você separe um ou mais 
momentos todos os dias para que você brinque 
 
 
 
com seu filho. Pode ser 20, 30 minutos por dia. O 
mais importante é que seja com qualidade. 
 
 
 
 
 
COMO BRINCAR COM RESPEITO 
E como fazer uma brincadeira com 
qualidade? 
Separei alguns pontos que você pode 
observar para ter uma brincadeira de forma mais 
efetiva possível. 
Primeiro, esteja por inteiro. Não adianta 
nada você brincar 3 horas por dia com seu filho 
se você fica pegando no celular, olhando a TV ou 
preocupado com outras coisas. 
Aposto que, se eu te perguntar qual a coisa 
mais importante da sua vida, você irá me dizer 
que é seu filho. Então dê tal importância. Separe 
um momento e fique 100% com ele. 
Segundo, siga os interesses do seu filho. 
Você não precisa impor uma brincadeira, deixe 
que a criança mostre o que ela quer. “Ah, Carla, 
mas meu filho não gosta de nada!” Gosta sim, 
acredite. Se você não souber o que ele gosta, 
pare e observe. 
Alguns pacientes meus não gostam de 
brinquedo nenhum. Eu paro, observo e vejo que 
 
 
 
eles gostam de pular, por exemplo. Eu posso 
trabalhar várias habilidades por meio disso. Posso 
colocar músicas e criar um jogo onde a criança 
tem que parar quando pausar a música, assim 
trabalho o contato visual e compreensão de 
comandos. 
E lembre-se, o brinquedo é apenas um 
meio, o verdadeiro objetivo é interagir com seu 
filho. Você tem que ser mais interessante do que 
qualquer brinquedo. 
E, por fim, não teste a criança. Ninguém 
gosta de ser testado, principalmente em um 
momento de diversão. E quando a criança 
percebe que está sendo testada, ela não vai 
responder como você queria. 
Uma cena clássica: A mãe brinca com a 
criança e de repente ela fala “azul”. A mãe toda 
feliz começa a perguntar para a criança várias 
vezes: “Que cor é essa?” A criança pode até saber 
que é azul, mas ela vai achar chato e não vai falar. 
Faça de forma natural, sem parecer um 
teste. Deixe que a criança guie a brincadeira. Eu 
sei que pode parecer muito difícil, eu mesma me 
 
 
 
pego testando meus pacientes às vezes. Mas se 
observe e quando cometer esse erro, corrija-se. 
Aos poucos você vai pegando o jeito. 
 
 
 
DICAS DE BRINCADEIRAS 
Agora vou te ensinar algumas brincadeiras 
que eu utilizo no consultório e ensino para meus 
alunos e pais dos meus pacientes. Elas vão te 
ajudar a interagir melhor com seu filho. 
Bolhas de Sabão 
Essa é uma brincadeira muito simples e 
barata. Ela é ótima para trabalhar o contato 
visual. Mas não é simplesmente fazer as 
bolhinhas. Você precisa trabalhar a expectativa. 
Conte de 1 até 3 alterando a entonação e 
fazendo caras e bocas. “É 1, é 2, é 3 e...”, aí você 
para e espera a reação da criança, depois 
continua “e jaaaaá!!” e solta as bolhinhas. 
Cócegas 
Outra brincadeira para trabalhar o contato 
visual, principalmente para crianças com poucos 
interesses. Novamente trabalhe com a 
expectativa contando de um até 3 e partindo 
para as cócegas. 
É muito importante que você olhe nos olhos 
e incentive essa troca de olhares. De vez em 
 
 
 
quando, faça uma quebra de expectativas não 
fazendo as cócegas, para que a criança pare e te 
peça para fazer. 
Fazendinha 
Essa é uma ótima brincadeira para trabalhar 
a atenção compartilhada e o vocabulário. 
Comece com animais que a criança já tem 
contato, como cachorro, gato, vaca e cavalo. Aos 
poucos, você pode introduzir novos animais que 
ela ainda não conhece. 
Se seu filho ainda não fala, comece pelas 
onomatopeias. Por exemplo: “Como é que a vaca 
faz?” Deixe um espaço para ele responder e 
depois você faz: “Muuuuuuu!” 
Caixa Mágica 
Você também pode trabalhar a expectativa 
e surpresa, colocando os brinquedos dentro de 
uma caixa e pegando-os um por um. 
“O que será que vem agora?” 
Se você quiser fazer com os animais fica 
ótimo, porque você já pode fazer os sonzinhos 
 
 
 
deles quando tirá-los da caixa: “É o cachorro! 
Como ele faz? Auau Auau!”. E também pode 
combinar com as cócegas tornando a brincadeira 
ainda mais divertida e interessante para a criança. 
Músicas 
A maioria das crianças ama música e ela é 
ótima para trabalhar várias habilidades, como a 
troca de turnos, por exemplo. 
Você pode
pegar as músicas preferidas do 
seu filho junto com ele revezando quem fala. 
Você canta um trecho e deixa para ele completar 
a última palavra ou sílaba, a depender do nível de 
linguagem que ele tenha. “Iam navegando pelo 
rio abaixo quando o jacaré se aproxi...” “...mou!” 
Fique à vontade para teatralizar, usar 
fantoches ou instrumentos, isso vai enriquecer 
ainda mais a brincadeira. 
Você pode ver mais brincadeiras como 
essas em meu canal. Clique aqui para assistir! 
 
 
 
 
MENSAGEM FINAL 
Gostaria de te agradecer por ler este e-
book até o final. Ele foi escrito com muito carinho 
para você e espero que ele tenha te ajudado a 
entender melhor o autismo. Espero também que 
você coloque em prática as dicas que dei aqui, 
pois, não adianta nada ler livros, assistir aulas e 
fazer cursos, se você não aplicar o que aprendeu. 
Se você quiser aprender mais sobre o 
autismo e como você pode ajudar seu filho, 
conheça meu Blog e meu canal no YouTube. 
Se este e-book gratuito já te ajudou, te 
convido a participar da próxima turma do meu 
curso Parentalidade Autista na Prática. Nele, eu 
me aprofundo muito mais e dou ainda mais dicas 
práticas de como treinar os pais. 
Não é um simples curso sobre autismo, é 
uma nova forma dos pais enxergarem e 
interagirem com seus filhos. 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual 
diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: 
DSM-5. Porto Alegre: Editora Artmed, 2014 
 
AUTISM SPEAKS. Disponível em: 
<www.autismspeaks.org>. Acesso em: 10 nov. 
2018 
 
GRANDIN, Temple; PANEK, Richard. O Cérebro 
Autista: 5. ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 
2016 
 
OMS. ICD 11 - 6A02 Autism spectrum disorder. 
Disponível em: < https://icd.who.int/browse11/l-
m/en#/http%3a%2f%2fid.who.int%2ficd%2fentity
%2f437815624>. Acesso em: 10 dez. 2018 
 
WERNER, Andréa. Lagarta Vira Pupa: 2. ed. São 
Paulo: Viva Books Editora, 2018

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