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INSTITUTO TECNICO DE EDUCAÇAO DE BRASILIA – ITEB
 CURSO TECNICO DE ENFERMAGEM
 CAROLINE RIBEIRO COELHO
 SAUDE COLETIVA II
BRASILIA - DF
2019
 
 O PAISI é um Programa de Atenção Integral à Saúde do Idoso
 Criado pelo Ministério da Saúde; cuja finalidade primordial é recuperar, manter e promover autonomia e a independência dos indivíduos idosos, direcionando medidas coletivas e individuais de saúde para esse fim, em consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde. É alvo dessa política todo cidadão e cidadã brasileiros com 60 ou mais anos de idade.
Em 2003, o Congresso Nacional aprova e o Presidente da República sanciona o Estatuto do Idoso, elaborado com intensa participação de entidades de defesa dos interesses dos idosos. O Estatuto do Idoso amplia a resposta do Estado e da sociedade às necessidades da população idosa, mas não traz consigo meios para financiar as ações propostas. O Capítulo IV do Estatuto reza especificamente sobre o papel do SUS na garantia da atenção à saúde da pessoa idosa de forma integral, em todos os níveis de atenção.
O envelhecimento populacional desafia a habilidade de produzir políticas de saúde que respondam às necessidades das pessoas idosas. A proporção de usuários idosos de todos os serviços prestados tende a ser cada vez maior, quer pelo maior acesso às informações do referido grupo etário, quer pelo seu expressivo aumento relativo e absoluto na população brasileira. (Lima-Costa & Veras, 2003).
Objetivo:
Seu objetivo principal é conseguir a manutenção de um estado de saúde com a finalidade de atingir um máximo de vida ativa na comunidade junto à família, com o maior grau possível de dependência funcional e autonomia.
Diretrizes:
Promoção do envelhecimento ativo e saudável;
Manutenção e reabilitação da capacidade funcional;
Apoio ao desenvolvimento de cuidados informais.
Ações:
O PAISI envolve um conjunto de ações voltadas para a promoção, prevenção e recuperação da saúde e/ou manutenção de uma qualidade de vida.
Veja algumas das principais ações:
Formação de centros de convivência, não exclusivos para idosos;
Promoção à saúde e prevenção de doenças, tais como palestras e orientações de Diabetes, Hipertensão;
Ações inter setoriais, parcerias com secretarias de educação, esporte e turismo.
Importância do PAISI:
O PAISI é de extrema importância, pois é necessário qualificar os serviços de Saúde para trabalhar com aspectos específicos da saúde da pessoa idosa, como por exemplo:
A identificação de situações de vulnerabilidade social;
A realização de diagnóstico precoce de processos de demências;
A avaliação da capacidade funcional e etc.
É necessário garantir acesso a instrumentos diagnósticos adequados, a medicação e a reabilitação funcional da população idosa, prevenir a perda de capacidade funcional ou reduzir os efeitos negativos de eventos que a ocasionem. 
Atribuições:
 Agente Comunitário de Saúde 
Cadastrar todas as pessoas idosas de sua micro-área e manter o cadastro atualizado. 
Preencher, entregar e atualizar a Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, conforme seu Manual de Preenchimento específico 
Identificar e encaminhar o idoso frágil à Unidade de Saúde. 
Realizar visitas domiciliares às pessoas idosas conforme planejamento assistencial, dando prioridade às frágeis ou em processo de fragilização.
Buscar a integração entre a equipe de saúde e a população adscrita à Unidade, mantendo a equipe informada, principalmente, a respeito dos idosos frágeis.
Estar em contato permanente com as famílias. 
Avaliar condições de risco de quedas observáveis no domicílio
Auxiliar de Enfermagem/Técnico de enfermagem
Realizar atenção integral às pessoas idosas. 
Orientar ao idoso, aos familiares e/ou cuidador sobre a correta utilização dos medicamentos. 
Participar das atividades de assistência básica, realizando procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão na UBS e quando indicado, ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários.
Enfermeiro
Realizar atenção integral às pessoas idosas. 
Realizar assistência domiciliar, quando necessário. 
Realizar consulta de enfermagem, incluindo a avaliação multidimensional rápida e instrumentos complementares, se necessário, solicitar exames complementares e prescrever medicações, conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal, observadas as disposições legais da profissão. 
Supervisionar e coordenar o trabalho dos ACS e da equipe de enfermagem.
Realizar atividades de educação permanente e interdisciplinar junto aos demais profissionais da equipe. 
Orientar ao idoso, aos familiares e/ou cuidador sobre a correta utilização dos medicamentos.
Médico
Realizar atenção integral às pessoas idosas. 
Realizar consulta, incluindo a avaliação multidimensional rápida e instrumentos complementares, se necessário, avaliar quadro clínico e emitir diagnóstico;
Prescrever tratamento medicamentoso, quando necessário. 
Solicitar exames complementares, quando necessário. 
Realizar assistência domiciliar, quando necessário. 
Encaminhar, quando necessário, a pessoa idosa à serviços de referências de média e alta complexidade, respeitando fluxos de referência e contra referência locais e mantendo sua responsabilização pelo acompanhamento. 
Orientar ao idoso, aos familiares e/ou cuidador sobre a correta utilização dos medicamentos. 
Orientar ao idoso, aos familiares e/ou cuidador a identificação de sinais e/ou sintomas que requeriam atendimento de saúde imediato. 
Realizar atividades de educação permanente e interdisciplinar referente à atenção à pessoa idosa.
O Programa de Atenção Integral à Saúde do Adulto – PAISA
tem como foco principal a atuação de agravos “específicos” ao adulto, entre os quais, citam-se: hipertensão arterial,diabetes mellitus,tuberculose e hanseníase.
PAISA
Constitui como uma das iniciativas de priorização de agravos específicos à saúde do adulto pelo Ministério da Saúde, pautadas no perfil epidemiológico da população, para articular ações de caráter individual e coletivo.
Promoção dos cuidados primários de saúde junto à comunidade adulta
 PAISA atua Promoção dos cuidados primários de saúde junto à comunidade adulta foca Previamente as complicações da HAS e DM, bem como as transformações pelas quais passam os indivíduos a partir da quinta década de vida.
  Promoção de programas educativos para:
 Doenças crônicas e degenerativas pode reduzir bastante o número de hospitalizações, melhorar significativamente as complicações agudas e crônicas, além de prevenir ou retardar o aparecimento de enfermidades.
 Seus objetivos principais são:
 Abordar o adulto enquanto indivíduo produtivo para a sociedade prevenir complicações agudas e crônicas do DM e da HAS;Minimizar fatores de risco para doenças degenerativas; Conscientizar sobre a importância da adesão e da assiduidade ao tratamento farmacológico.
ATRIBUIÇÕES:
Agente Comunitário de Saúde 
Esclarecer a comunidade sobre os fatores de risco para as doenças cardiovasculares, orientando-a sobre as medidas de prevenção. 
Encaminhar à consulta de enfermagem os indivíduos rastreados como suspeitos de serem portadores de hipertensão. 
Verificar o comparecimento dos pacientes diabéticos e hipertensos às consultas agendadas na unidade de saúde.
Verificar a presença de sintomas de elevação e ou queda do açúcar no sangue, e encaminhar para consulta extra. 
Perguntar, sempre, ao paciente hipertenso e ou diabético se o mesmo está tomando com regularidade os medicamentos e se está cumprindo as orientações de dieta, atividades físicas, controle de peso, cessação do hábito de fumar e da ingestão de bebidas alcoólicas. 
Registrar na sua ficha de acompanhamento o diagnóstico de hipertensão e diabetes de cada membro da família com idadesuperior a 20 anos.
Auxiliar de Enfermagem/Técnico de enfermagem
Verificar os níveis da pressão arterial, peso, altura e circunferência abdominal, em indivíduos da demanda espontânea da unidade de saúde. 
Orientar a comunidade sobre a importância das mudanças nos hábitos de vida, ligadas à alimentação e à prática de atividade física rotineira. 
Orientar as pessoas da comunidade sobre os fatores de risco cardiovascular, em especial aqueles ligados à hipertensão arterial e diabetes. 
Agendar consultas e reconsultas médicas e de enfermagem para os casos indicados. 
Proceder as anotações devidas em ficha clínica. 
Cuidar dos equipamentos (tensiômetros e glicosímetros) e solicitar sua manutenção, quando necessária. 
Encaminhar as solicitações de exames complementares para serviços de referência. 
Controlar o estoque de medicamentos e solicitar reposição, seguindo as orientações do enfermeiro da unidade, no caso de impossibilidade do farmacêutico. 
Orientar pacientes sobre automonitorização (glicosúria e glicemia capilar) e técnica de aplicação de insulina. 
Fornecer medicamentos para o paciente em tratamento, quando da impossibilidade do farmacêutico. 
Enfermeiro 
Capacitar os auxiliares de enfermagem e os agentes comunitários, e supervisionar de forma permanente suas atividades; 
Realizar consulta de enfermagem, abordando fatores de risco, tratamento não medicamentoso, adesão e possíveis intercorrências ao tratamento, encaminhando o indivíduo ao médico quando necessário; 
Desenvolver atividades educativas de promoção de saúde com todas as pessoas da comunidade. Desenvolver atividades educativas individuais ou em grupo com os pacientes hipertensos e diabéticos; 
Solicitar durante a consulta de enfermagem os exames mínimos estabelecidos nos consensos e definidos como possíveis e necessários pelo médico da equipe; 
Repetir a medicação de indivíduos controladas e sem intercorrências;
Encaminhar para consultas mensais, com o médico da equipe, os indivíduos não aderentes, de difícil controle e portadores de lesões em órgão salvo (cérebro, coração, rins, vasos etc.) ou com morbidades; 
Encaminhar para consultas trimestrais, com o médico da equipe, os indivíduos que mesmo apresentando controle dos níveis tensionais, sejam portadores de lesões em órgãos – alvo ou morbidades; 
Programa Assistência Integral a Saúde da Mulher
Historia do PAISM
As mulheres são a maioria da população brasileira (50,77%) e as principais usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). Frequentam os serviços de saúde para o seu próprio atendimento mas, sobretudo, acompanhando crianças e outros familiares, pessoas idosas, com deficiência, vizinhos, amigos. São também cuidadoras, não só das crianças ou outros membros da família, mas também de pessoas da vizinhança e da comunidade.
A saúde da mulher foi incorporada às políticas nacionais de saúde nas primeiras décadas do século XX, sendo limitada, nesse período, às questões relacionadas à gestação e ao parto. Os programas materno-infantis, elaborados nas décadas de 30, 50 e 70, traduziam uma visão restrita sobre a mulher, baseada em sua especificidade biológica e no seu papel social de mãe e doméstica, responsável pela criação, educação e pelo cuidado com a saúde dos filhos e demais familiares.
Na década de 50, as ações de saúde sofriam forte influência dos chamados ‘Estados de Bem Estar’ (Welfare States), oriundos da Europa, que se direcionavam a grupos vulneráveis. No Brasil, especialmente em relação à saúde da mulher, o objetivo seria fazer das mulheres “melhores mães”, assim, a maternidade era o papel mais importante da mulher na sociedade; a criação dos filhos era para a mulher o papel mais relevante em relação ao desenvolvimento econômico. Dessa forma, nesse período foram iniciadas medidas de combate à desnutrição e de planejamento familiar;
Na década de 70 há um enfoque maior às questões relacionadas à equidade, que foi tema na Conferência do Ano Internacional da Mulher (1975) e do Plano da Década da Mulher (1976 – 1985).
Os objetivos eram integrar as mulheres no processo de desenvolvimento, preocupando-se com sua autonomia política e econômica e com a redução da desigualdade com os homens. Na década de 70 há um enfoque maior nas questões relacionadas à equidade, que foi tema na Conferência do Ano Internacional da Mulher (1975) e do Plano da Década da Mulher (1976 – 1985).
Pensando nessas e em outras questões, é criado em 1975 o programa materno-infantil, que continha delineamentos gerais sobre proteção e assistência materno-infantil e buscava englobar cuidados ao período pré-concepcional, pré-natal, parto e puerpério. O programa tinha forte ação de organismos internacionais controlistas, como a Sociedade Civil de Bem Estar Familiar no Brasil (BEMFAM) e, assim como todo programa vertical, fragmentado, reducionista e desarticulado de outras ações e propostas mais amplas, apresentou baixo impacto nos indicadores de saúde da mulher.
 Na década de 80, por sua vez, no auge do movimento feminista brasileiro, os programas iniciais destinados à saúde mulher são fortemente criticados, uma vez que a mulher tinha acesso apenas a alguns cuidados de saúde no ciclo gravídico-puerperal, ficando sem assistência na maior parte de sua vida.
Nesse sentido, o Ministério da Saúde cria, em 1984, o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), marcando, especialmente, uma ruptura conceitual com os princípios norteadores da política de saúde das mulheres e os critérios para escolha de Com forte atuação no campo da saúde, o movimento de mulheres contribuiu para introduzir na agenda política nacional questões até então relegadas ao segundo plano, por serem consideradas restritas ao espaço e às relações privadas. prioridades neste campo. O PAISM incluía ações educativas, preventivas, de diagnóstico, tratamento e recuperação, englobando a assistência à mulher em clínica ginecológica, no pré-natal, parto e puerpério, no climatério, em planejamento familiar, DST, câncer de colo de útero e de mama, além de outras necessidades identificadas a partir do perfil l populacional das mulheres (BRASIL, 1984).
A partir de 1984, inicia-se a distribuição, junto às Secretarias Estaduais de Saúde, de documentos técnicos que iriam nortear as “Ações Básicas de Assistência Integral à Saúde da Mulher”. Em 2003, a Área Técnica de Saúde da Mulher identifica a necessidade de articular com outras áreas técnicas e de propor novas ações para a atenção das mulheres rurais, com deficiência, negras, indígenas, presidiárias, lésbicas, e a participação nas discussões e atividades sobre saúde da mulher e meio ambiente (BRASIL, 2011).
O PAISM incorporou como princípios e diretrizes as propostas de descentralização, hierarquização e regionalização dos serviços, bem como a integralidade e a equidade da atenção, num período em que, paralelamente, no âmbito do Movimento Sanitário, se concebia o ar- 17 cabouco conceitual que embasaria a formulação do Sistema Único de Saúde (SUS).
O novo programa para a saúde da mulher incluía ações educativas, preventivas, de diagnóstico, tratamento e recuperação, englobando a assistência à mulher em clínica ginecológica, no pré-natal, parto e puerpério, no climatério, em planejamento familiar, DST, câncer de colo de útero e de mama, além de outras necessidades identificadas a partir do perfil populacional das mulheres (BRASIL, 1984).
 O processo de construção do SUS tem grande influência sobre a implementação do PAISM. O SUS vem sendo implementado com base nos princípios e diretrizes contidos na legislação básica: Constituição de 1988, Lei n.º 8.080 e Lei n.º 8.142, Normas Operacionais Básicas (NOB) e Normas Operacionais de Assistência à Saúde (NOAS), editadas pelo Ministério da Saúde. Particularmente com a implementação da NOB 96, consolida-se o processo de municipalização das ações e serviços em todo o País. A municipalização da gestão do SUS vem se constituindo num espaço privilegiado de reorganização das ações e dos serviços básicos, entre osquais se colocam as ações e os serviços de atenção à saúde da mulher, integrados ao sistema e seguindo suas diretrizes. 
O processo de implantação e implementação do PAISM apresenta especificidades no período de 84 a 89 e na década de 90, sendo influenciado, a partir da proposição do SUS, pelas características da nova política de saúde, pelo processo de municipalização e principalmente pela reorganização da atenção básica, por meio da estratégia do Programa Saúde da Família. Estudos realizados para avaliar os estágios de implementação da política de saúde da mulher demonstram a existência de dificuldades na implantação dessas ações e, embora não se tenha um panorama abrangente da situação em todos os municípios, pode-se afirmar que a maioria enfrenta ainda dificuldades políticas, técnicas e administrativas.
Visando ao enfrentamento desses problemas, o Ministério da Saúde editou a Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS 2001), que “amplia as responsabilidades dos municípios na Atenção Básica, define 18 o processo de regionalização da assistência, cria mecanismos para fortalecimento da gestão do SUS e atualiza os critérios de habilitação para os estados e municípios” (BRASIL, 2001). Na área da saúde da mulher, a NOAS estabelece para os municípios a garantia das ações básicas mínimas de pré-natal e puerpério, planejamento familiar e prevenção do câncer de colo uterino e, para garantir o acesso às ações de maior complexidade, prevê a conformação de sistemas funcionais e resolutivos de assistência à saúde, por meio da organização dos territórios estaduais (COELHO, 2003).
O PAISM fez diferente. Preconizou a garantia de acesso de todas as mulheres, em qualquer ciclo de sua vida, a informações e serviços integrados de atendimento, do nível mais simples ao mais complexo, com cobertura para prevenção e atenção curativa e ações de planejamento reprodutivo. Pela primeira vez o Brasil formulava uma política pública de saúde que contemplasse este ponto, com ênfase no atendimento ginecológico de qualidade, oferta informada do leque de métodos anticonceptivos disponíveis e ações educativas para mulheres e também para profissionais de saúde, visando garantir livres escolhas e o direito das mulheres de decidir sobre o próprio corpo.
Diagnóstico da Situação da Saúde da Mulher no Brasil
No Brasil, as principais causas de morte da população feminina são as doenças cardiovasculares, destacando-se o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral; as neoplasias, principalmente o 26 câncer de mama, de pulmão e o de colo do útero; as doenças do aparelho respiratório, marcadamente as pneumonias (que podem estar encobrindo casos de aids não diagnosticados); doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas, com destaque para o diabetes; e as causas externas (BRASIL, 2000). 
Segundo Laurenti (2002), em pesquisa realizada nas capitais brasileiras e no Distrito Federal, analisando óbitos em mulheres de 10 a 49 anos (ou seja, mulheres em idade fértil), as dez primeiras causas de morte encontradas foram as seguintes, em ordem decrescente: acidente vascular cerebral, aids, homicídios, câncer de mama, acidente de transporte, neoplasia de órgãos digestivos, doença hipertensiva, doença isquêmica do coração, diabetes e câncer de colo do útero.
 A mortalidade associada ao ciclo gravídico-puerperal e ao aborto não aparece entre as dez primeiras causas de óbito nessa faixa etária. No entanto, a gravidade do problema é evidenciada quando se chama atenção para o fato de que a gravidez é um evento relacionado à vivência da sexualidade, portanto não é doença, e que, em 92% dos casos, as mortes maternas são evitáveis.
No ano de 2004, mais precisamente em 28 de maio de 2004, o Ministério da Saúde propõe diretrizes para a humanização e a qualidade do atendimento. Toma como base os dados epidemiológicos e as reivindicações de diversos segmentos sociais para apresentar os princípios e diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher. No ano de 2011, o Ministério da Saúde, em parceria com diversos setores da sociedade, em especial com o movimento de mulheres, o movimento negro e o de trabalhadoras rurais, sociedades científicas, pesquisadores e estudiosos da área, organizações não governamentais, gestores do SUS e agências de cooperação internacionais, elabora o documento com a 2ª reimpressão desta política que traz uma série de diretrizes e objetivos gerais e específicos, tais como:
Politicas de Saúde
A politica de atenção a mulher deve atingir:
• As mulheres em todas as fases do ciclo de vida independente da faixa etária e do grupo populacional pertencente.
• A Atenção integral á saúde da mulher deverá estende-se a todo os diferentes níveis de atenção a saúde (da baixa a alta complexidade).
• O atendimento deverá respeitar todos os grupos sociais sem qualquer imposição de valores e crenças sociais.
• O atendimento deve ser feito de forma humanizada, que reforcem a atenção a saúde como direito.
• A execução no setor da saúde será realizada de acordo com as diferentes realidades regionais.
Não esquecer Fases que a mulher passa e assistência:
Menopausa , climatério e puerpério.
Consistem em objetivos e metas para o Controle do Câncer do Colo do Útero definidas no Pacto pela Vida (BRASIL, 2006):
	 OBJETIVOS E METAS
	• Cobertura de 80% para o exame preventivo do câncer do colo do útero, conforme protocolo, em 2006;
• Incentivo para a realização da cirurgia de alta frequência, técnica que utiliza um instrumental especial para a retirada de lesões ou parte do colo uterino comprometido (com lesões intraepiteliais de alto grau) com menor dano possível, que pode ser realizada em ambulatório, com pagamento diferenciado, em 2006.
Consistem em objetivos e metas para o Controle do Câncer de Mama definidas no Pacto pela Vida (BRASIL, 2006):
	 OBJETIVOS E METAS
	• Ampliar para 60% a cobertura de mamografia, conforme protocolo; 
• Realizar a punção em 100% dos casos necessários, conforme protocolo.
REDE CEGONHA
É uma Rede de cuidados que assegura às MULHERES o direito ao planejamento reprodutivo, à atenção humanizada à gravidez, parto e puerpério e as CRIANÇAS o direito ao nascimento seguro, crescimento e desenvolvimento saudável.
DIREITOS
 • Ampliação do acesso, acolhimento e melhoria da qualidade do pré-natal.
• Transporte tanto para o pré-natal quanto para o parto.
• Vinculação da gestante à unidade de referência para assistência ao parto – “Gestante não peregrina!” e “Vaga sempre para gestantes e bebês!”.
• Realização de parto e nascimento seguros, através de boas práticas de atenção.
• Acompanhante no parto, de livre escolha da gestante.
• Atenção à saúde da criança de 0 a 24 meses com qualidade e resolutividade.
• Acesso ao planejamento reprodutivo.
ATRIBUIÇÕES:
Auxiliar de Enfermagem/Técnico de enfermagem
Organizar e preparar a sala de coleta de material para Papanicolau; 
Coleta de dados de identificação da usuária Registrar em impresso próprio os exames coletados / livro de Papanicolau Organizar e acondicionar o material para envio ao laboratório de referência Quando solicitado,
Apoiar o profissional durante o procedimento de coleta Conferir,
Registrar e enviar o material coletado (lâmina) para laboratório de referência. 
Informar à usuária sobre a data da retirada do resultado do exame e marcação do retorno à consulta enfermagem /medica.
Agente Comunitário de Saúde 
Conhecer a importância da realização da coleta do exame citopatológico como estratégia segura e eficiente para detecção precoce do câncer do colo do útero na população feminina de sua microárea. 
Conhecer as recomendações para detecção precoce do câncer de mama na população feminina de sua microárea.
Realizar visita domiciliar às mulheres de sua microárea orientando sobre a importância da realização dos exames e facilitando o acesso a eles. 
Buscar a integração entre a equipe de saúde e a população adscrita à unidade, mantendo a equipe informada, principalmente a respeito de mulheresem situação de risco. 
Estar em contato permanente com as famílias, desenvolvendo ações educativas relativas ao controle dos cânceres do colo do útero e da mama, de acordo com o planejamento da equipe, visando à promoção da saúde, à prevenção, e ao acompanhamento das mulheres. 
Realizar visitas domiciliares às mulheres com resultados alterados, para estimular a adesão ao tratamento e fazer busca ativa das faltosas.
Enfermeiro
Atender as usuárias de maneira integral. 
Realizar consulta de enfermagem e a coleta do exame citopatológico, de acordo com a faixa etária e quadro clínico da usuária. 
Realizar consulta de enfermagem e o exame clínico das mamas, de acordo com a faixa etária e quadro clínico da usuária. 
Solicitar exames de acordo com os protocolos ou normas técnicas estabelecidas pelo gestor local. 
Examinar e avaliar pacientes com sinais e sintomas relacionados aos cânceres do colo do útero e de mama. 
Avaliar resultados dos exames solicitados e coletados, e, de acordo com os protocolos e diretrizes clínicas, realizar o encaminhamento para os serviços de referência em diagnóstico e/ou tratamento dos cânceres de mama e do colo do útero. 
Prescrever tratamento para outras doenças detectadas, como DST’s, na oportunidade do rastreamento, de acordo com os protocolos ou normas técnicas estabelecidas pelo gestor local. 
Realizar cuidado paliativo, na UBS ou no domicílio, de acordo com as necessidades da usuária. 
Avaliar periodicamente, e sempre que ocorrer alguma intercorrência, as pacientes acompanhadas em AD1, e, se necessário, realizar o encaminhamento para unidades de internação ou Emad. 
Contribuir, realizar e participar das atividades de educação permanente de todos os membros da equipe. 
Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da unidade básica de saúde.
Médico
Atender as usuárias de maneira integral. 
Realizar a consulta e a coleta do exame citopatológico, de acordo com a faixa etária e o quadro clínico da usuária. 
Realizar consulta e o exame clínico das mamas, de acordo com a faixa etária e o quadro clínico da usuária. 
Solicitar mamografia, de acordo com a faixa etária e o quadro clínico da usuária. e. Solicitar exame complementar à mamografia, como ultrassonografia, quando o laudo assim o indicar. 
Examinar e avaliar pacientes com sinais e sintomas relacionados aos cânceres do colo do útero e da mama, bem como solicitar os exames adicionais. 
Avaliar resultados dos exames solicitados e coletados, e, de acordo com os protocolos e diretrizes clínicas, realizar o encaminhamento para os serviços de referência em diagnóstico e/ou tratamento dos cânceres de mama e do colo do útero. 
Prescrever tratamento para outras doenças detectadas, como Doença Sexualmente Transmissível (DST), na oportunidade do rastreamento.
Realizar cuidado paliativo, na UBS ou no domicílio, de acordo com as necessidades da usuária. 
Avaliar periodicamente, e sempre que ocorrer alguma intercorrência, as pacientes acompanhadas em AD1, e, se necessário, realizar o encaminhamento para unidades de internação ou Emad. 
Contribuir, realizar e participar das atividades de educação permanente de todos os membros da equipe. 
Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da unidade básica de saúde
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem – PNAISH
A saúde do homem como tema de estudos no Brasil surgiu a partir da década de 1970, com os primeiros debates a respeito da relação entre o modelo de masculinidade hegemônico na sociedade e os agravos à saúde do homem (GOMES; NASCIMENTO, 2006). No entanto, do ponto de vista da história das políticas de saúde voltadas a “populações específicas” não se pode dizer que, no período anterior, médicos, sanitaristas e profissionais de saúde tenham esquecido de tratar da saúde do homem.
Embora não houvesse o recorte de gênero e tenha sido o foco de preocupações por parte das políticas de saúde, existiram campanhas contra o alcoolismo e contra as chamadas “doenças venéreas” que se destinavam a espaços de socialização masculinos, como bares e bordéis. Também no âmbito da luta contra as doenças sexualmente transmissíveis foi pioneiramente proposto no Brasil, nos anos 1930 e 1940, a criação de uma andrologia, mais tarde descartada, definida como a “ciência dos problemas sexuais masculinos” (CARRARA, 2004).
Na década de 1990, a saúde do homem torna-se pauta internacional em dois acordos de reconhecida importância: a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, realizada na cidade do Cairo, no Egito, em 1994, e a IV Conferência Mundial sobre a Mulher, realizada em Pequim, na China, em 1995, que apontam a necessidade de incluir os homens e suas especificidades nas políticas de saúde. Em ambos os documentos, discute-se a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos, em uma perspectiva de promoção da igualdade de gênero, reconhecendo-se que as relações de poder entre homens e mulheres são desiguais (LEAL; FIGUEIREDO; NOGUEIRA-DA-SILVA; 2012), sendo lançadas as bases para o consenso internacional de que melhores indicadores sociais e de saúde das mulheres e crianças podem ser alcançados se os homens estiverem envolvidos na esfera do cuidado, migrando da condição de sujeitos genéricos para a de sujeitos de cuidados e direitos.
Com a instituição formal da PNAISH, o Brasil passaria a ser o primeiro país das Américas com uma política destinada à saúde do homem – e o segundo no mundo, após a Irlanda ter formulado a sua própria política, em 2008 –, que passam a serem sujeitos de foco de ações em saúde junto com grupos específicos mais antigos, a saber, adolescentes, mulheres, idosos, indivíduos institucionalizados, pessoas com deficiência, etc. (CARRARA; RUSSO; FARO, 2009).
Em 27 de Agosto de 2009, o Ministério da Saúde lançou a politica de atenção integral ao homem. A ação tem por objetivo facilitar e ampliar o acesso da população masculina aos serviços de saúde. 
A estratégia de elaboração escolhida pela PNAISH foi investigar os principais agravos de saúde que acometiam os homens, por meio do recorte de sexo, na faixa etária entre 20 a 59 anos, e que, em 2009, correspondia a 41% da população de homens no Brasil.
A partir das informações coletadas e da definição de um panorama situacional nacional – em que foi diagnosticado que os homens em geral acessam os serviços de saúde por meio da atenção especializada, quando o agravo já está muito avançado, com possibilidade de menor resolução, – foram delineadas estratégias e ações para incentivar medidas de prevenção e promoção à saúde e a melhoria do acesso com qualidade deste segmento populacional, preferencialmente pela AB.
PNAISH buscou traçar um cenário sobre a saúde da população masculina adulta, chegando à conclusão de que a procura dos homens pelos serviços de saúde é muito mais reduzida do que entre as mulheres, e que estes apresentam menor índice de adesão às propostas terapêuticas, à prevenção e à promoção da saúde. Este quadro evidencia que muitos agravos poderiam ser evitados caso os homens frequentassem com mais regularidade os serviços da AB.
A inclusão efetiva dos homens na lógica dos serviços ofertados na AB requer esforços permanentes de todos os envolvidos no SUS, sobretudo no combate à discriminação e ao preconceito contra a diversidade sexual e de gênero (população LGBTTI), a diversidade étnico-racial (homens negros, indígenas, ciganos, entre outros) e grupos em situação de vulnerabilidade pela segregação socioeconômica. São segmentos da população que convocam os profissionais de saúde a intervir e romper com práticas preconceituosas, seletivas, corporativistas, racistas e sexistas (GOMES, apud OGUNBIYI; JESUS, 2010).
Há diferenças importantes entre homens e mulheres quanto ao motivo da procura por serviços de saúde. As mulheres procuram mais atendimento para prevenção e realização de exames de rotina que os homens – 40,3% e 28,4%, respectivamente. Especialmente nos serviços orientadospela ESF, são poucos os estudos que indicam a presença dos homens nas atividades assistenciais. Eles costumam acessar os serviços motivados por acidentes ou lesões, patologias já instaladas, problemas odontológicos ou para uso da farmácia (COUTO et al., 2010). O serviço mais procurado por ambos os sexos é a unidade de saúde, seguido do consultório particular e do hospital. Apenas no hospital, a frequência é um pouco maior para os homens.
Ressalta-se que, nesta construção, houve o cuidado de alinhar a PNAISH às outras políticas de saúde de maneira transversal, como, por exemplo, a PNAB e a Política Nacional de Humanização (PNH), para que cada segmento, gestor ou executor, seja corresponsável pela correta implementação das ações, em benefício da população a ser assistida (BRASIL, 2009).
PNAISH afirma princípios consonantes aos do SUS relacionados, por exemplo, à “humanização, qualidade de vida e promoção da integralidade do cuidado na população masculina promovendo o reconhecimento e respeito à ética e aos direitos do homem, obedecendo às suas peculiaridades socioculturais” (BRASIL, 2009).
Objetivo
A PNAISH traz como objetivo principal:facilitar e ampliar o acesso com qualidade da população masculina às ações e aos serviços de assistência integral à saúde da Rede SUS, mediante a atuação nos aspectos socioculturais, sob a perspectiva de gênero, contribuindo de modo efetivo para a redução da morbidade, da mortalidade e a melhoria das condições de saúde (BRASIL, 2009, p. 53).
Três objetivos específicos para garantir a integralidade da atenção por meio da perspectiva de linhas de cuidado são eles objetivos específicos:
“Organizar, implantar, qualificar e humanizar, em todo território brasileiro, a atenção integral a saúde do homem, dentro dos princípios que regem o Sistema Único de Saúde” (BRASIL, 2009, p. 53).
Preocupam-se em garantir o acesso e a qualidade da atenção na perspectiva da integralidade e em qualificar os profissionais, bem como promover ações integradas com outras áreas governamentais.
“Estimular a implantação e implementação da assistência em saúde sexual e reprodutiva, no âmbito da atenção integral à saúde” (BRASIL, 2009, p. 53).
Destinado à saúde sexual e reprodutiva abordam, além de metas mais tradicionais relativas ao planejamento reprodutivo masculino, a prevenção às IST/AIDS, a atenção às disfunções sexuais masculinas e também a importante missão de desenvolver estratégias voltadas para a atenção à saúde e a promoção da equidade em grupos sociais como populações indígenas, negras, quilombolas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, trabalhadores rurais, portadores de deficiência, homens em situação de risco e privados de liberdade, entre outros.
c) “Ampliar, através da educação, o acesso dos homens às informações sobre as medidas preventivas contra os agravos e enfermidades que os atingem” (BRASIL, 2009, p.54).
Têm o intuito de promover a parceria com os movimentos sociais e populares e demais áreas do governo, a fim de somar esforços e recursos para estimular o autocuidado na população masculina, bem como incluir os enfoques étnico-racial, de gênero e orientação sexual nas ações educativas. 
Diretrizes da PNAISH
Em uma política de saúde, as diretrizes funcionam como orientações e/ou guias que devem reger a elaboração dos planos, programas, projetos e atividades. Diretrizes foram construídas destacando-se um conjunto de ações com foco em promoção, prevenção, assistência e recuperação.
	Integralidade
	A busca por assegurar acesso nos diferentes níveis de saúde, sendo organizado pela dinâmica de referência e contra referencia. A compreensão do indivíduo como um todo, nas suas dimensões biológica, cultural e social.
	Factibilidade
	A disponibilização de recursos, tecnologia, insumos e estrutura para que seja possível a implantação das ações planejadas.
	A coerência
	A coerência das diretrizes propostas com as demais politicas de saúde e os princípios do SUS. 
	Viabilidade
	A implementação da política está relacionada aos três níveis de gestão, ao controle social, a quem se condiciona o comprometimento e a possibilidade da execução das diretrizes.
 
Princípios da PNAISH
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem objetivo orientar as ações e serviços de saúde para a população masculina, com integralidade e equidade, primando pela humanização da atenção.
Para cumprir esses princípios de humanização e da qualidade da atenção integral devem-se considerar os seguintes elementos:
 1. Acesso da população masculina aos serviços de saúde hierarquizados nos diferentes níveis de atenção e organizados em rede, possibilitando melhoria do grau de resolutividade dos problemas e acompanhamento do usuário pela equipe de saúde; 
2. Articular-se com as diversas áreas do governo com o setor privado e a sociedade, compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto à saúde e a qualidade de vida da população masculina; 
3. Informações e orientação à população masculina, aos familiares e a comunidade sobre a promoção, prevenção e tratamento dos agravos e das enfermidades do homem;
 4. Captação precoce da população masculina nas atividades de prevenção primaria relativa às doenças cardiovasculares e cânceres, entre outros agravos recorrentes; 
 5. Capacitação técnica dos profissionais de saúde para o atendimento do homem;
 6. Disponibilidade de insumos, equipamentos e materiais educativos;
 7. Estabelecimento de mecanismos de monitoramento e avaliação continuada dos serviços e do desempenho dos profissionais de saúde, com participação dos usuários; 
8. Elaboração e análise dos indicadores que permitam aos gestores monitorar as ações e serviços e avaliar seu impacto, redefinindo as estratégias e/ou atividades que se fizerem necessárias.
9. RESPONSABILIDADES INSTITUCIONAIS 
As responsabilidades institucionais estão definidas de acordo com as diretrizes emanadas do Pacto pela Saúde 2006, respeitando-se a autonomia e as competências das três esferas de governo. 
ATRIBUIÇÕES:
Agente Comunitário de Saúde 
Esclarecer a comunidade sobre os fatores de risco para as doenças cardiovasculares, orientando-a sobre as medidas de prevenção. 
Encaminhar à consulta de enfermagem os indivíduos rastreados como suspeitos de serem portadores de hipertensão. 
Verificar o comparecimento dos pacientes diabéticos e hipertensos às consultas agendadas na unidade de saúde.
Verificar a presença de sintomas de elevação e ou queda do açúcar no sangue, e encaminhar para consulta extra. 
Perguntar, sempre, ao paciente hipertenso e ou diabético se o mesmo está tomando com regularidade os medicamentos e se está cumprindo as orientações de dieta, atividades físicas, controle de peso, cessação do hábito de fumar e da ingestão de bebidas alcoólicas. 
Registrar na sua ficha de acompanhamento o diagnóstico de hipertensão e diabetes de cada membro da família com idade superior a 20 anos.
Auxiliar de Enfermagem/Técnico de enfermagem
 Verificar os níveis da pressão arterial, peso, altura e circunferência abdominal, em indivíduos da demanda espontânea da unidade de saúde. 
Orientar a comunidade sobre a importância das mudanças nos hábitos de vida, ligadas à alimentação e à prática de atividade física rotineira. 
Orientar as pessoas da comunidade sobre os fatores de risco cardiovascular, em especial aqueles ligados à hipertensão arterial e diabetes. 
Agendar consultas e reconsultas médicas e de enfermagem para os casos indicados. 
Proceder as anotações devidas em ficha clínica. 
Encaminhar as solicitações de exames complementares para serviços de referência. 
Controlar o estoque de medicamentos e solicitar reposição, seguindo as orientações do enfermeiro da unidade, no caso de impossibilidade do farmacêutico. 
Fornecer medicamentos para o paciente em tratamento, quando da impossibilidade do farmacêutico. 
Enfermeiro 
Capacitar os auxiliares de enfermagem e os agentes comunitários, e supervisionar de forma permanente suas atividades;Realizar consulta de enfermagem, abordando fatores de risco, tratamento não medicamentoso, adesão e possíveis intercorrências ao tratamento, encaminhando o indivíduo ao médico quando necessário; 
Desenvolver atividades educativas de promoção de saúde com todas as pessoas da comunidade. 
Solicitar durante a consulta de enfermagem os exames mínimos estabelecidos nos consensos e definidos como possíveis e necessários pelo médico da equipe; 
Repetir a medicação de indivíduos controladas e sem intercorrências;
Encaminhar para consultas mensais, com o médico da equipe, os indivíduos não aderentes, de difícil controle e portadores de lesões em órgão salvo (cérebro, coração, rins, vasos etc.) ou com morbidades; 
Encaminhar para consultas trimestrais, com o médico da equipe, os indivíduos que mesmo apresentando controle dos níveis tensionais, sejam portadores de lesões em órgãos – alvo ou morbidades; 
Encaminhar para consultas semestrais, com o médico da equipe, os indivíduos controlados e sem sinais de lesões em órgãos alvo e sem morbidades; 
Acrescentar na consulta de enfermagem o exame dos membros inferiores para identificação do pé em risco. 
Médico 
Realizar consulta para confirmação diagnóstica, avaliação dos fatores de risco, identificação de possíveis lesões em órgãos 
Solicitar exames complementares quando necessário; 
Tomar a decisão terapêutica, definindo o início do tratamento com drogas; 
Prescrever tratamento não medicamentoso e medicamentoso; 
Programar junto com a equipe estratégias para educação do paciente; 
Encaminhar para unidades de referência secundária e terciária, às pessoas que apresentam IST.
Encaminhar para unidades de referência secundária os pacientes diabéticos com dificuldade de controle metabólico; 
Encaminhar para unidades de referência secundária os casos de tabagismo, alcoolismo, etc.
 
PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA
O Brasil assumiu, na Constituição Federal de 1988, a garantia do direito universal à saúde, com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e, em 1990, a proteção integral da criança, com o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Além disso, ratificou os mais importantes pactos, tratados e convenções internacionais sobre os direitos humanos da criança.
No Brasil, nestas duas décadas que antecederam a Constituição Federal de 1988, foram adotadas importantes iniciativas para a melhoria da saúde e redução da mortalidade infantil e na infância, entre as quais se destaca o Programa Nacional de Imunizações (PNI), instituído em 1973, com a ampliação da cobertura vacinal média da população, em especial das crianças. Em 1981 o Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno (Pniam), para induzir um conjunto de ações relacionadas à promoção, à proteção e ao apoio ao aleitamento materno. 14 MINISTÉRIO DA SAÚDE Na sequência, em 1984, foi criado o Programa de Assistência Integral à Saúde da Criança (Paisc), que priorizava as crianças pertencentes a grupos de risco, ao mesmo tempo em que buscava qualificar a assistência, aumentar a cobertura dos serviços de saúde e incentivar as ações de promoção da saúde de forma integral. Foi, sem dúvida, um grande marco para o desenvolvimento da saúde da criança em muitos aspectos. 
A promoção e recuperação da saúde infantil já são prioridades assumidas por este governo. Agora, o Ministério da Saúde quer reforçar esse compromisso com estados e municípios para juntos construirmos um pacto em prol da redução da mortalidade infantil e pela garantia de uma rede de assistência pública integral, qualificada e humanizada em benefício da criança brasileira.
Objetivo 
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança
 tem por objetivo: Promover e proteger a saúde da criança e o aleitamento materno, mediante a atenção e cuidados integrais e integrados, da gestação aos 9 (nove) anos de vida, com especial atenção à primeira infância e às populações de maior vulnerabilidade, visando à redução da morbimortalidade e um ambiente facilitador à vida com condições dignas de existência e pleno desenvolvimento (BRASIL, 2015b, art. 2º).
Objetivos específicos:
Acompanhamento do CD como metodologia de assistência;
Promover o aleitamento materno e orientar a alimentação no 1º ano de vida;
Aumentar os níveis da cobertura vacinal;
Identificar precocemente as patologias;
Promover a educação para a saúde, destacando a importância da participação da família.
As diretrizes da saúde integral da criança:
Incentivo e Qualificação do Acompanhamento do Crescimento e Desenvolvimento
Atenção à Saúde do Recém-Nascido
Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno.
Prevenção de Violências e Promoção da Cultura de Paz
Vigilância à Mortalidade Infantil e Fetal
PAISC – PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA • 
SEIS AÇÕES BÁSICAS:
 - Promoção do aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de vida e introdução dos novos alimentos após.
 - Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento 
- Imunizações
- Prevenção e controle das doenças diarreicas. 
- Prevenção e controle das doenças respiratórias.
 - Prevenção de acidentes.
Agente Comunitário de Saúde 
Orientar as mulheres e suas famílias sobre a importância do pré-natal, da amamentação e da vacinação; 
Realizar visitas domiciliares para a identificação das gestantes e para desenvolver atividades de educação em saúde tanto para as gestantes como para seus familiares, orientando-os sobre os cuidados básicos de saúde e nutrição, cuidados de higiene e sanitários; 
Encaminhar toda gestante ao serviço de saúde, buscando promover sua captação precoce para a primeira consulta, e monitorar as consultas subsequentes; 
Conferir o cadastramento das gestantes no SisPreNatal, assim como as informações preenchidas no Cartão da Gestante; 
Acompanhar as gestantes que não estão realizando o pré-natal na unidade básica de saúde local, mantendo a equipe informada sobre o andamento do pré-natal realizado em outro serviço; 
Orientar as gestantes sobre a periodicidade das consultas e realizar a busca ativa das gestantes faltosas; 
Informar o (a) enfermeiro (a) ou o (a) médico (a) de sua equipe, caso a gestante apresente algum dos sinais de alarme: febre, calafrios, corrimento com mau cheiro, perda de sangue, palidez, contrações uterinas frequentes, ausência de movimentos fetais, mamas endurecidas, vermelhas e quentes e dor ao urinar.
Identificar situações de risco e vulnerabilidade e encaminhar a gestante para consulta de enfermagem ou médica, quando necessário; 
Realizar visitas domiciliares durante o período gestacional e puerperal, acompanhar o processo de aleitamento, orientar a mulher e seu companheiro sobre o planejamento familiar.
Auxiliar de Enfermagem/Técnico de enfermagem
Orientar as mulheres e suas famílias sobre a importância do pré-natal, da amamentação e da vacinação; 
Verificar/realizar o cadastramento das gestantes no SisPreNatal; 
Conferir as informações preenchidas no Cartão da Gestante; 
Verificar o peso e a pressão arterial e anotar os dados no Cartão da Gestante;
Fornecer medicação mediante receita, assim como os medicamentos padronizados para o programa de pré-natal (sulfato ferroso e ácido fólico);
Aplicar vacinas antitetânica e contra hepatite B; 
Realizar atividades educativas, individuais e em grupos (deve-se utilizar a sala de espera);
Informar o (a) enfermeiro (a) ou o(a) médico(a) de sua equipe, caso a gestante apresente algum sinal de alarme, como os citados anteriormente; 
Identificar situações de risco e vulnerabilidade e encaminhar a gestante para consulta de enfermagem ou médica, quando necessário; 
Orientar a gestante sobre a periodicidade das consultas e realizar busca ativa das gestantes faltosas; 
Realizar visitas domiciliares durante o período gestacional e puerperal, acompanhar o processo de aleitamento, orientar a mulher e seu companheiro sobre o planejamento familiar.
Enfermeiro
Orientar as mulheres e suas famílias sobre a importância do pré-natal, da amamentação e davacinação; 
Realizar o cadastramento da gestante no SisPreNatal e fornecer o Cartão da Gestante devidamente preenchido (o cartão deve ser verificado e atualizado a cada consulta); 
Realizar a consulta de pré-natal de gestação de baixo risco intercalada com a presença do (a) médico (a); 
Solicitar exames complementares de acordo com o protocolo local de pré-natal;
Realizar testes rápidos; 
Prescrever medicamentos padronizados para o programa de pré-natal (sulfato ferroso e ácido fólico, além de medicamentos padronizados para tratamento das DST, conforme protocolo da abordagem sindrômica); 
Orientar a vacinação das gestantes (contra tétano e hepatite B); 
Identificar as gestantes com algum sinal de alarme e/ou identificadas como de alto risco e encaminhá-las para consulta médica. Caso seja classificada como de alto risco e houver dificuldade para agendar a consulta médica (ou demora significativa para este atendimento), a gestante deve ser encaminhada diretamente ao serviço de referência; 
Realizar exame clínico das mamas e coleta para exame citopatológico do colo do útero; 
Desenvolver atividades educativas, individuais e em grupos (grupos ou atividades de sala de espera); 
Orientar as gestantes e a equipe quanto aos fatores de risco e à vulnerabilidade; 
Orientar as gestantes sobre a periodicidade das consultas e realizar busca ativa das gestantes faltosas; 
Realizar visitas domiciliares durante o período gestacional e puerperal, acompanhar o processo de aleitamento e orientar a mulher e seu companheiro sobre o planejamento familiar.
Médico
Orientar as mulheres e suas famílias sobre a importância do pré-natal, da amamentação e da vacinação;
Realizar o cadastramento da gestante no SisPreNatal e fornecer o Cartão da Gestante devidamente preenchido (o cartão deve ser verificado e atualizado a cada consulta); 
 Realizar a consulta de pré-natal de gestação de baixo risco intercalada com a presença do (a) enfermeiro (a); 
Solicitar exames complementares e orientar o tratamento, caso necessário; 
Prescrever medicamentos padronizados para o programa de pré-natal (sulfato ferroso e ácido fólico); 
Orientar a vacinação das gestantes (contra tétano e hepatite B); 
Avaliar e tratar as gestantes que apresentam sinais de alarme; 
Atender as intercorrências e encaminhar as gestantes para os serviços de urgência/ emergência obstétrica, quando necessário; 
Orientar as gestantes e a equipe quanto aos fatores de risco e à vulnerabilidade; 
Identificar as gestantes de alto risco e encaminhá-las ao serviço de referência;
Realizar exame clínico das mamas e coleta para exame citopatológico do colo do útero; 
Realizar testes rápidos; 
Desenvolver atividades educativas, individuais e em grupos (grupos ou atividades de sala de espera); 
Orientar as gestantes sobre a periodicidade das consultas e realizar busca ativa das gestantes faltosas; 
Realizar visitas domiciliares durante o período gestacional e puerperal, acompanhar o processo de aleitamento e orientar a mulher e seu companheiro sobre o planejamento familiar.
A Estratégia Saúde da Família (ESF)
 Busca promover a qualidade de vida da população brasileira e intervir nos fatores que colocam a saúde em risco, como falta de atividade física, má alimentação e o uso de tabaco. Com atenção integral, equânime e contínua, a ESF se fortalece como uma porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). 
Criado em 1994, o Programa Saúde da Família gradualmente tornou-se a principal estratégia para a mudança do modelo assistencial e a ampliação do acesso de primeiro contato aos serviços de saúde no SUS. Pouco mais de dez anos depois foi enunciada como Estratégia de Saúde da Família (ESF) na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), em 2006
A Estratégia Saúde da Família (ESF) visa à reorganização da Atenção Básica no país, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde, e é tida pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica. Por meio da Estratégia, é possível reorientar o processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica, de ampliar a resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade. 
É a porta de entrada preferencial dos serviços de saúde, tendo resolutividade maior que 85% com a Atenção Primária.
Atenção Básica
Atenção Básica constitui-se em um conjunto de ações que dão consistência prática ao conceito de Vigilância em Saúde, referencial que articula conhecimentos e técnicas provindos da epidemiologia, do planejamento e das ciências sociais em saúde, redefinindo as práticas em saúde, articulando as bases de promoção, proteção e assistência, a fim de garantir a integralidade do cuidado (SANTANA; CARMAGNANI, 2001)
O governo federal, no decorrer dos anos, tem feito tentativas de adequar as normas nacionais da Atenção Básica, definindo parâmetros que estejam adaptados à atual realidade vivida pelo SUS. Com essa finalidade, o Ministério da Saúde, respeitando diversas leis, portarias e decretos presidenciais anteriormente deliberados – bem como o processo de integração das ações de vigilância em saúde e Atenção Básica, e a ESF como forma prioritária para reorganização da Atenção Básica no Brasil –, pactuou na reunião da Comissão Inter gestores Tripartite, realizada em setembro de 2011, o lançamento da Portaria MS/GM no . 2.488, de 21 de outubro de 2011, que revisava as diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica para a ESF e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) (BRASIL, 2011). 
As normas e resoluções das portarias anteriores permanecem em vigor desde que não conflitem com a atual. Além disso, a ESF e outras estratégias organizativas da Atenção Básica devem seguir as diretrizes da Atenção Básica e do SUS, considerando e incluindo as especificidades loco regionais. 
Vale lembrar que a Política Nacional de Atenção Básica, ora proposta, considera equivalentes os termos Atenção Básica e Atenção Primária a Saúde (BRASIL, 2011).
A Atenção Básica – e de maneira especial, a ESF, para sua consecução – necessitam de diretrizes que apoiem as diferentes atividades a elas relacionadas. A definição de território adstrito, tão cara à sua organização, coloca-se como estratégia central, procurando reorganizar o processo de trabalho em saúde mediante operações Inter setoriais e ações de promoção, prevenção e atenção à saúde (MONKEN; BARCELLOS, 2005), permitindo a gestores, profissionais e usuários do SUS compreender a dinâmica dos lugares e dos sujeitos (individual e coletivo), desvelando as desigualdades sociais e as iniquidades em saúde (GONDIM, 2012). O território define em si a adstrição dos usuários, propiciando relações de vínculo, afetividade e confiança entre pessoas e/ou famílias e grupos a profissionais/equipes, sendo que estes passam a ser referência para o cuidado, garantindo a continuidade e a resolutividade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado (BRASIL, 2011).
A ideia de que os cuidados dispensados na Atenção Básica são simples há muito deixou de ser realidade, se é que algum dia o foi. Estes são complexos e precisam dar conta das necessidades de saúde da população, em nível individual e/ou coletivo, de forma que as ações influam na saúde e na autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde da comunidade.
Unidades de Conteúdo A Estratégia Saúde da Família A Atenção Básica – e de maneira especial, a ESF, para sua consecução – necessitam de diretrizes que apoiem as diferentes atividades a elas relacionadas. A definição de território adstrito, tão cara à sua organização, coloca-se como estratégia central, procurando reorganizar o processo de trabalho em saúde mediante operações Inter setoriais e ações de promoção, prevenção e atenção à saúde (MONKEN; BARCELLOS, 2005), permitindo a gestores, profissionais e usuários do SUS compreender a dinâmica dos lugarese dos sujeitos (individual e coletivo), desvelando as desigualdades sociais e as iniquidades em saúde (GONDIM, 2012). O território define em si a adstrição dos usuários, propiciando relações de vínculo, afetividade e confiança entre pessoas e/ou famílias e grupos a profissionais/equipes, sendo que estes passam a ser referência para o cuidado, garantindo a continuidade e a resolutividade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado (BRASIL, 2011).
. Entretanto, fica o alerta de Schimith e Lima (2004) de que apenas a menção da sigla ESF não significa necessariamente mudança de paradigma, em que o modelo de vigilância à saúde, base desta estratégia, esteja apenas no território delimitado e na população adstrita. Como você pode observar, a ação na Atenção Básica, principal porta de entrada do sistema de saúde, inicia-se com o ato de acolher, escutar e oferecer resposta resolutiva para a maioria dos problemas de saúde da população, minorando danos e sofrimentos e responsabilizando-se pela efetividade do cuidado, ainda que este seja ofertado em outros pontos de atenção da rede, garantindo sua integralidade (BRASIL, 2011). Para isso, é necessário que o trabalho seja realizado em equipe, de forma que os saberes se somem e possam se concretizar em cuidados efetivos dirigidos a populações de territórios definidos, pelos quais essa equipe assume a responsabilidade sanitária. 
A Estratégia Saúde da Família na Atenção Básica do SUS Como você pode observar, o processo pedagógico proposto é dinâmico e contínuo, não se esgotando com a aquisição de informação ou habilidade, uma vez que leva em conta a construção do conhecimento, da consciência crítica-reflexiva e de compromisso pessoal e profissional, exigindo dos trabalhadores, gestores e usuários tomadas de decisão que criem condições para o estabelecimento de mudanças que superem os nós críticos existentes, por meio de experiências inovadoras na gestão do cuidado e dos serviços de saúde com o objetivo de transformar a realidade (BRASIL, 2011).
 Essas transformações só virão a ocorrer com a responsabilização de cada um pela organização e pela consecução de atividades de educação permanente que capacitem cada membro da equipe de forma que se apropriem dos conhecimentos necessários para exercer suas atividades de forma resolutiva (CECCIM, 2005). Outro ponto fundamental é desenvolver a cultura de avaliação, na qual todo processo de gestão e cuidado desenvolvido pela equipe multiprofissional, de forma compartilhada, possa ser avaliado com o objetivo de aprimoramento e adequação de rumo.
 Com esse intuito, o Ministério da Saúde lançou em 2011 o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ), que agora apresento uma síntese (Portaria no . 1.654, de 19 de julho de 2011) Seu objetivo é ampliar o acesso e a qualidade do cuidado na Atenção Básica. É organizado em quatro fases que se complementam e que conformam um ciclo contínuo de melhoria do acesso e da qualidade da Atenção Básica: Adesão e Contratualização; Desenvolvimento; Avaliação Externa; e Recontratualização. 
A partir de então, dependendo do desempenho alcançado e dos critérios estabelecidos, ocorrerá a classificação das equipes contratualizadas por meio do processo de certificação, que definirá os valores a serem transferidos aos municípios, com base nos resultados verificados nas fases 2, 3 e 4 do PMAQ-AB.
 A partir da segunda certificação, o desempenho de cada equipe será comparado em relação às outras equipes do seu estado, bem como quanto à evolução do seu próprio desempenho ao longo da implantação do PMAQ-AB.
 Após a classificação alcançada no processo de certificação, respeitando-se as categorias de desempenho, os municípios receberão por equipe de saúde contratualizada, os percentuais do valor integral do Componente de Qualidade do Piso de Atenção Básica Variável e contratualização novas metas e compromissos.
Profissionais da ESF
Enfermeiro (BRASIL, 2011), profissional que exerce privativamente a direção dos órgãos de enfermagem e integra a estrutura básica de instituições de saúde, pública ou privada, e a chefia de serviço de enfermagem, coordenando a atuação do auxiliar e do técnico. Ao enfermeiro cabe atender a saúde dos indivíduos e famílias cadastradas, realizando consulta de enfermagem, procedimentos, atividades em grupo e, conforme protocolos, solicitar exames complementares, prescrever medicações e gerenciar insumos e encaminhar usuários a outros serviços. Cabem a ele também as atividades de educação permanente da equipe de enfermagem, bem como o gerenciamento e a avaliação das atividades da equipe, de maneira particular do agente comunitário de saúde (ACS), que ocupa na ESF papel fundamental para a manutenção do vínculo entre os usuários e a Unidade de Saúde. 
O médico (BRASIL, 2011) é um profissional que se ocupa da saúde humana, promovendo saúde, prevenindo, diagnosticando e tratando doenças, com competência e resolutividade, responsabilizando-se pelo acompanhamento do plano terapêutico do usuário. Para que possa atender à demanda dos indivíduos sob sua responsabilidade, deve realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea, de forma compartilhada, consultas clínicas e pequenos procedimentos cirúrgicos, quando indicado na Unidade de Saúde, no domicílio ou em espaços comunitários, responsabilizando-se pela internação hospitalar ou domiciliar e pelo acompanhamento do usuário. Além disso, o médico deve, em um trabalho conjunto com o enfermeiro, realizar e fazer parte das atividades de educação permanente dos membros da equipe e participar do gerenciamento dos insumos. 
O agente comunitário de saúde (ACS) exerce o papel de “elo” entre a equipe e a comunidade, devendo residir na área de atuação da equipe, vivenciando o cotidiano das famílias/individuo/comunidade com mais intensidade em relação aos outros profissionais (FORTES; SPINETTI, 2004). É capacitado para reunir informações de saúde sobre a comunidade e deve ter condição de dedicar oito horas por dia ao seu trabalho. Realiza visitas domiciliares na área adscrita, produzindo dados capazes de dimensionar os principais problemas de saúde de sua comunidade. Estudos identificam que o ACS, no seu dia a dia, apresenta dificuldade de lidar com o tempo, o excesso de trabalho, a preservação do espaço familiar, o tempo de descanso, a desqualificação do seu trabalho e o cansaço físico (MARTINES; CHAVES, 2007). A esses profissionais cabe cadastrar todas as pessoas do território, mantendo esses cadastros sempre atualizados, orientando as famílias quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis. Devem acompanhá-las, por meio de visitas domiciliarias e ações educativas individuais e coletivas, buscando sempre a integração entre a equipe de saúde e a população adscrita à UBS. Devem desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção das doenças e agravos e de vigilância à saúde, mantendo como referência a média de uma visita/família/mês ou, considerando os critérios de risco e vulnerabilidade, em número maior. A eles cabe “o acompanhamento das condicionalidades do Programa Bolsa Família ou de qualquer outro programa similar de transferência de renda e enfrentamento de vulnerabilidades implantado pelo Governo Federal, estadual e municipal de acordo com o planejamento da equipe” (BRASIL, 2011). 
O ACS também é responsável por cobrir toda a população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família (BRASIL, 2011). 
Ao técnico e auxiliar de enfermagem cabe, sob a supervisão do enfermeiro, realizar procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão tanto na Unidade de Saúde quanto em domicílio e outros espaços da comunidade, educação em saúde e educação permanente (BRASIL, 2011). 
O cirurgião-dentista é o profissional de saúde capacitado na área de odontologia, devendo desenvolver com os demais membros da equipe atividades referentes à saúde bucal, integrando ações de saúde de forma multidisciplinar. A ele cabe, em ação conjunta com otécnico em saúde bucal (TSB), definir o perfil epidemiológico da população para o planejamento e a programação em saúde bucal, a fim de oferecer atenção individual e atenção coletiva voltadas à promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais, de forma integral e resolutiva. Sempre que necessário, deve realizar os procedimentos clínicos, incluindo atendimento das urgências, pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos relacionados com a fase clínica da instalação de próteses dentárias elementares, além de realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea e ao controle de insumos (BRASIL, 2011). É responsável ainda pela supervisão técnica do Técnico (TSB) e do Auxiliar (ASB) em Saúde Bucal e por participar com os demais profissionais da Unidade de Saúde do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS (BRASIL, 2011). Ao técnico em saúde bucal (TSB) cabe, sob a supervisão do cirurgião-dentista, o acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal, a manutenção e a conservação dos equipamentos odontológicos, a remoção do biofilme e as fotografias e tomadas de uso odontológicos a limpeza e a antissepsia do campo operatório, antes e após atos cirúrgicos, e as medidas de biossegurança de produtos e resíduos odontológicos. É importante que esse profissional integre ações de saúde de forma multidisciplinar, oferecendo apoio e educação permanente aos ASB, ACS e agentes multiplicadores das ações de promoção à saúde nas ações de prevenção e promoção da saúde bucal. 
O auxiliar em saúde bucal (ASB) realiza procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão, como limpeza, assepsia, desinfecção e esterilização do instrumental, dos equipamentos odontológicos e do ambiente de trabalho, processa filme radiográfico, seleciona moldeiras, prepara modelos em gesso, além das demais atividades atribuídas ao TSB (BRASIL, 2011).
O papel de cada membro da equipe
Considerado o elo com a comunidade, não há dúvidas quanto às suas atribuições; entretanto, nem sempre é considerado “membro efetivo” da Equipe de Saúde da Família, por não participar das reuniões com demais profissionais (salvo com o enfermeiro), ou por não ter acesso ao prontuário e às informações (questiona-se a possibilidade de manutenção do sigilo) (JUNGES et al., 2009). Cabe ao ACS:
 I - Desenvolver ações que busquem a integração entre a equipe de saúde e a população adscrita à UBS, considerando as características e as finalidades do trabalho de acompanhamento de indivíduos e grupos sociais ou coletividade; 
II - Trabalhar com adscrição de famílias em base geográfica definida, a micro área; 
III - Estar em contato permanente com as famílias desenvolvendo ações educativas, visando à promoção da saúde e à prevenção das doenças, de acordo com o planejamento da equipe; 
IV - Cadastrar todas as pessoas de sua micro área e manter os cadastros atualizados;
 V - Orientar famílias quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis;
 VI - Desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção das doenças e de agravos, e de vigilância à saúde, por meio de visitas domiciliares e de ações educativas individuais e coletivas nos domicílios e na comunidade, mantendo a equipe informada, principalmente a respeito daquelas em situação de risco;
 VII - Acompanhar, por meio de visita domiciliar, todas as famílias e indivíduos sob sua responsabilidade, de acordo com as necessidades definidas pela equipe; 
VIII - Cumprir com as atribuições atualmente definidas para os ACS em relação à prevenção e ao controle da malária e da dengue, conforme a Portaria nº 44/GM, de 3 de janeiro de 2002.
ATRIBUIÇÕES:
 AUXILIAR/TÉCNICO DE ENFERMAGEM
Este profissional da equipe acompanha as visitas domiciliares com maior frequência e, entre as atribuições listadas abaixo, é o principal responsável pelas ações educativas na unidade. É de sua competência:
 I - Participar das atividades de assistência básica, realizando procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão na Unidade de Saúde Familiar (USF) e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc.); 
II - Realizar ações de educação em saúde a grupos específicos e a famílias em situação de risco, conforme planejamento da equipe; 
III - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF. 
Enfermeiro Segundo o Anexo I da Portaria,compete ao enfermeiro:
 I - Realizar assistência integral (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde) aos indivíduos e famílias na USF e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc.), em todas as fases do desenvolvimento humano: infância, adolescência, idade adulta e terceira idade; 
II - Conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão, realizar consulta de enfermagem, solicitar exames complementares e prescrever medicações;
 III - Planejar, gerenciar, coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS;
 IV - Supervisionar, coordenar e realizar atividades de educação permanente dos ACS e da equipe de enfermagem;
V - Contribuir e participar das atividades de Educação Permanente do Auxiliar de Enfermagem, Auxiliar de Consultório Dentário (ACD) e Técnico em Higiene Dental (THD)
VI - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF.
 ENFERMEIRO 
Segundo o Anexo I da Portaria, compete ao enfermeiro: 
I - Realizar assistência integral (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde) aos indivíduos e famílias na USF e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc.), em todas as fases do desenvolvimento humano: infância, adolescência, idade adulta e terceira idade;
 II - Conforme protocolos ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão, realizar consulta de enfermagem, solicitar exames complementares e prescrever medicações;
 III - Planejar, gerenciar, coordenar e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS;
 IV - Supervisionar, coordenar e realizar atividades de educação permanente dos ACS e da equipe de enfermagem;
V - Contribuir e participar das atividades de Educação Permanente do Auxiliar de Enfermagem, Auxiliar de Consultório Dentário (ACD) e Técnico em Higiene Dental (THD); e VI - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF.
Médico
 As competências inerentes à prática clínica não são simplificadas para que atendam aos pressupostos da atenção básica, mas devem se articular com a determinação social da saúde. São atribuições do médico, segundo o Anexo I da Portaria nº 648/GM: 
I - Realizar assistência integral (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos,diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde) aos indivíduos e famílias em todas as fases do desenvolvimento humano: infância, adolescência, idade adulta e terceira idade;
 II - Realizar consultas clínicas e procedimentos na USF e, quando indicado ou necessário, no domicílio e/ou nos demais espaços comunitários (escolas, associações etc.);
 III - Realizar atividades de demanda espontânea e programada em clínica médica, pediatria, gineco-obstetrícia, cirurgias ambulatoriais, pequenas urgências clínico cirúrgicas e procedimentos para fins de diagnósticos;
 IV - Encaminhar, quando necessário, usuários a serviços de média e alta complexidade, respeitando fluxos de referência e contra referência locais, mantendo sua responsabilidade pelo acompanhamento do plano terapêutico do usuário, proposto pela referência; 
V - Indicar a necessidade de internação hospitalar ou domiciliar, mantendo a responsabilização pelo acompanhamentodo usuário; 
VI - Contribuir e participar das atividades de Educação Permanente dos ACS, Auxiliares de Enfermagem, ACD e THD; 
VII - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da USF.
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) 
Foram criados pelo Ministério da Saúde, em 2008, com o objetivo de apoiar a consolidação da Atenção Básica no Brasil, ampliando as ofertas de saúde na rede de serviços, assim como a resolutividade, a abrangência e o alvo das ações.
Atualmente, regulamentados pela Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011, os núcleos são compostos por equipes multiprofissionais que atuam de forma integrada com as equipes de Saúde da Família (eSF), as equipes de atenção básica para populações específicas (consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais) e com o Programa Academia da Saúde.
Esta atuação integrada permite realizar discussões de casos clínicos, possibilita o atendimento compartilhado entre profissionais, tanto na Unidade de Saúde, como nas visitas domiciliares; permite a construção conjunta de projetos terapêuticos de forma que amplia e qualifica as intervenções no território e na saúde de grupos populacionais. Essas ações de saúde também podem ser Inter setoriais, com foco prioritário nas ações de prevenção e promoção da saúde.
O Nasf deve atuar dentro de algumas diretrizes relativas à APS, a saber: ação interdisciplinar e Inter setorial; educação permanente em saúde dos profissionais e da população; desenvolvimento da noção de território; integralidade, participação social, educação popular; promoção da saúde e humanização.
A constituição de uma rede de cuidados é uma das estratégias essenciais dentro da lógica de trabalho de um Nasf. Para tanto, sua equipe e as equipes de SF deverão criar espaços de discussões internos e externos, visando o aprendizado coletivo. Dentro de tal perspectiva, o Nasf deve buscar superar a lógica fragmentada da saúde para a construção de redes de atenção e cuidado, de forma corresponsabilidade com a ESF. É a situação desejável, mas que não acontecerá de forma espontânea e natural. Sendo assim, é necessário que os profissionais do Nasf assumam suas responsabilidades em regime de cogestão com as equipes de SF e sob a coordenação do gestor local, em processos de constante construção.
 O Nasf é composto de nove áreas estratégicas, que representam os diversos capítulos da presente publicação. São elas: saúde da criança/do adolescente e do jovem; saúde mental; reabilitação/saúde integral da pessoa idosa; alimentação e nutrição; serviço social; saúde da mulher; assistência farmacêutica; atividade física/ práticas corporais; práticas integrativas e complementares.
O Ministério da Saúde criou os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (Nasf), mediante a Portaria GM nº 154, de 24 de janeiro de 2008, republicada em 4 de março de 2008. O principal objetivo foi o de apoiar a inserção da Estratégia de Saúde da Família na rede de serviços, além de ampliar a abrangência e o escopo das ações da Atenção Básica, e aumentar a resolutividade dela, reforçando os processos de territorialização e regionalização em saúde. A referida Portaria traz como pressupostos políticas nacionais diversas, tais como: de Atenção Básica; de Promoção da Saúde; de Integração da Pessoa com Deficiência; de Alimentação e Nutrição; de Saúde da Criança e do Adolescente; de Atenção Integral à Saúde da Mulher; de Práticas Integrativas e Complementares; de Assistência Farmacêutica; da Pessoa Idosa; de Saúde Mental; de Humanização em Saúde, além da Política Nacional de Assistência Social.
O Nasf é uma estratégia inovadora que tem por objetivo apoiar, ampliar, aperfeiçoar a atenção e a gestão da saúde na Atenção Básica/Saúde da Família. Seus requisitos são, além do conhecimento técnico, a responsabilidade por determinado número de equipes de SF e o desenvolvimento de habilidades relacionadas ao paradigma da Saúde da Família. Deve estar comprometido, também, com a promoção de mudanças na atitude e na atuação dos profissionais da SF e entre sua própria equipe (Nasf), incluindo na atuação ações Inter setoriais e interdisciplinares, promoção, prevenção, reabilitação CAB 27 Diretrizes do NASF.indd 10 3/8/2010 00:01:08 CADERNOS DE ATENÇÃO BÁSICA 11 DIRETRIZES DO NASF: Núcleo de Apoio a Saúde da Família da saúde e cura, além de humanização de serviços, educação permanente, promoção da integralidade e da organização territorial dos serviços de saúde.
O Nasf deve ser constituído por equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, para atuarem no apoio e em parceria com os profissionais das equipes de Saúde da Família, com foco nas práticas em saúde nos territórios sob responsabilidade da equipe de SF.
*Nenhum profissional poderá ter carga horária semanal menor que 20 horas. eCR - Equipe Consultório na Rua; eSFR - Equipe Saúde da Família Ribeirinha; eSFF - Equipe Saúde da Família Fluvial
Poderão compor os NASF as seguintes ocupações do Código Brasileiro de Ocupações (CBO):
Médico acupunturista; assistente social; profissional/professor de educação física; farmacêutico; fisioterapeuta; fonoaudiólogo; médico ginecologista/obstetra; médico homeopata; nutricionista; médico pediatra; psicólogo; médico psiquiatra; terapeuta ocupacional; médico geriatra; médico internista (clínica médica), médico do trabalho, médico veterinário, profissional com formação em arte e educação (arte educador) e profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado na área de saúde com pós-graduação em saúde pública ou coletiva ou graduado diretamente em uma dessas áreas.
A composição de cada um dos NASF será definida pelos gestores municipais, seguindo os critérios de prioridade identificados a partir dos dados epidemiológicos e das necessidades locais e das equipes de saúde que serão apoiadas.
A definição dos profissionais que irão compor cada tipo de Nasf é de responsabilidade do gestor municipal, seguindo, entretanto, critérios de prioridade identificados a partir das necessidades locais e da disponibilidade de profissionais de cada uma das diferentes ocupações. O Nasf organizará o seu processo de trabalho com foco nos territórios de sua responsabilidade, conjuntamente com as equipes de SF que a ele se vinculam de forma a priorizar: 
(a) Atendimento compartilhado, para uma intervenção interdisciplinar, com troca de saberes, capacitação e responsabilidades mútuas, gerando experiência para ambos os profissionais envolvidos. Com ênfase em estudo e discussão de casos e situações, realização de projeto terapêutico singular, orientações, espaços de reuniões, bem como consultas e intervenções conjuntas, apoio por telefone, e-mail etc.
 (b) Intervenções específicas do profissional do Nasf com os usuários e/ou famílias, com discussão e negociação a priori com os profissionais da equipe de SF responsáveis pelo caso, de forma que o atendimento individualizado pelo Nasf se dê apenas em situações extremamente necessárias e, quando ocorrer, continuar mantendo contato com a equipe de SF, que não se descomprometeria com o caso, ao contrário, procuraria redefinir um padrão de seguimento complementar e compatível ao cuidado oferecido pelo Nasf diretamente ao usuário, ou à família ou à comunidade. CAB 27 Diretrizes do NASF.indd 20 3/8/2010 00:01:09 CADERNOS DE ATENÇÃO BÁSICA 21 DIRETRIZES DO NASF: Núcleo de Apoio a Saúde da Família
 (c) Ações comuns nos territórios de sua responsabilidade desenvolvidas de forma articulada com as equipes de SF. Como o desenvolvimento do projeto de saúde no território, planejamentos, apoio aos grupos, trabalhos educativos, de inclusão social, enfrentamento da violência, ações junto aos equipamentos públicos, como escolas, creches, igrejas, pastorais etc. Do ponto de vista das responsabilidades individuais e coletivas dos profissionais do Nasf, algumas considerações devem ser feitas, como já colocado anteriormente, as metas a serem estipuladas para os profissionais do Nasf dependem da capacidade do profissional

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