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Trabalho de História - Império Romano

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Império Romano
Império Romano (em latim: Imperium Romanum) foi um Estado que se desenvolveu a partir da península Itálica, durante o período pós-republicano da antiga civilização romana, caracterizado por uma forma de governo autocrática e por grandes propriedades territoriais na Europa e em torno da bacia do mar Mediterrâneo.
Os 500 anos de existência da República Romana, que precedeu o império, foram enfraquecidos e subvertidos por várias guerras civis. Muitas datas são habitualmente propostas para marcar a transição da república para o império, como a data da indicação de Júlio César como ditador perpétuo (44 a.C.); a vitória de seu herdeiro, Otaviano, na Batalha de Áccio (2 de setembro de 31 a.C.); ou a data em que o senado romano outorgou a Otaviano o título honorífico de Augusto (16 de janeiro de 27 a.C.).nota 3 Assim, o termo "Império" tornou-se a designação utilizada, por convenção, para se referir ao Estado romano nos séculos que se seguiram à reorganização política efetuada pelo primeiro imperador, Augusto. Embora Roma possuísse colônias e províncias antes desta data, o Estado pré-Augusto é conhecido como República.
A expansão territorial romana começou na época da república, mas o império alcançou sua maior extensão sob o governo do imperador Trajano: durante o seu reinado o Império Romano controlava aproximadamente 6,5 milhões de quilômetros quadrados da superfície terrestre. Por causa da vasta extensão do império e de seu longo tempo de existência, as instituições e a cultura de Roma tiveram uma profunda e duradoura influência sobre o desenvolvimento dos idiomas, da religião, da arquitetura, da filosofia, do direito e das formas de governo nos território governados pelo romanos, particularmente na Europa e, por meio do expansionismo europeu, em todo o mundo moderno.
No final do século III, Diocleciano estabeleceu a prática de dividir a autoridade entre quatro co-imperadores, a fim de melhor proteger o vasto território, pondo fim à crise do terceiro século. Durante as décadas seguintes o império era frequentemente dividido ao longo de um eixo Ocidente-Oriente. Após a morte de Teodósio I em 395, o império foi dividido pela última vez. O Império Romano do Ocidente acabou em 476, quando Rômulo Augusto foi forçado a se render ao chefe militar germânico Odoacro. O Império Romano do Oriente (conhecido como Império Bizantino) chegou ao fim em 1453, com a morte de Constantino XI Paleólogo e com a invasão da cidade de Constantinopla pelos turcos otomanos, liderados por Mehmed II.
História de Roma
A expansão de Roma começou com a anexação de províncias no século III a.C., quatro séculos antes de alcançar a sua maior extensão territorial e, nesse sentido, era um "império", mesmo enquanto ainda governado como uma república. As províncias republicanas eram administradas por ex-cônsules e pretores, que eram eleitos para um mandato de um ano, mantendo o imperium, o "direito de comando". A acumulação de riqueza e poder militar desproporcional por alguns homens através de seus comandos provinciais foi um fator importante na transição da república para a autocracia imperial. Mais tarde, a posição de poder mantida pelo imperador foi expressa como imperium. A palavra latina é a origem do termo em português império, um significado que ela começou a adquirir somente mais tarde na história de Roma.
Como o primeiro imperador, Augusto assumiu a posição oficial de que ele havia salvo a república e cuidadosamente elevou seu poder dentro dos princípios constitucionais republicanos. Ele rejeitou os títulos que os romanos associavam com a monarquia e em vez disso passou a referir a si mesmo como princeps, "cidadão de liderança". Cônsules continuaram a ser eleitos, tribunos continuaram a legislar e os senadores ainda debatiam na cúria. Foi Augusto, no entanto, que estabeleceu o precedente de que o imperador controlava as decisões finais, apoiado pela força militar.
O reinado de Augusto, que durou mais de 40 anos, foi retratado na literatura e na arte augustina como uma nova "Era Dourada". Augusto consolidou uma duradoura fundação ideológica para os três séculos do império conhecido como o Principado (27 a.C.-284 d.C.), os primeiros 200 anos do que é tradicionalmente considerado como a Pax Romana. Mas, mesmo durante esse período, várias revoltas foram controladas e sufocadas, como na Grã-Bretanha (revolta de Boadiceia) e na Judeia (Guerras judaico-romanas).
Os tetrarcas, escultura porfírica saqueada de um palácio bizantino em 1204, tesouro de São Marcos, Veneza.
O sucesso de Augusto em estabelecer princípios de sucessão dinástica foi limitado por uma série de talentosos herdeiros potenciais: a dinastia júlio-claudiana durou por mais quatro imperadores: Tibério, Calígula, Cláudio e Nero; antes produziu, em 69 d.C., o conflituoso ano dos quatro imperadores, a partir do qual Vespasiano emergiu como vencedor.
Vespasiano tornou-se o fundador da breve dinastia flaviana, seguida pela dinastia Nerva-Antonina, que produziu os "cinco bons imperadores": Nerva, Trajano, Adriano, Antonino Pio e Marco Aurélio. Na visão do historiador grego Dião Cássio, um observador da época, a adesão do imperador Cómodo em 180 d.C. marcou a queda "de um reino de ouro para um de ferrugem e ferro", um famoso comentário de que tem levado alguns historiadores, como Edward Gibbon, a considerar o reinado de Cómodo como o início da queda do Império Romano.
Em 212, durante o reinado de Caracala, a cidadania romana foi concedida a todos os habitantes nascidos livres no império. Mas, apesar deste gesto de universalidade, a dinastia severa foi tumultuada, o reinado do imperador foi encerrado rotineiramente por seu assassinato ou execução e após a sua queda, o Império Romano foi engolido pela crise do século terceiro, um período de invasões, guerra civil, depressão econômica e pestes.14 Na definição das épocas históricas, esta crise é por vezes vista como a marca da transição da Antiguidade Clássica para a Antiguidade Tardia.
A divisão do império após a morte de Teodósio I, 395 d.C. sobreposta às fronteiras atuais.
 Império Romano do Ocidente
 Império Romano do Oriente
A ilusão da antiga república foi sacrificada pela imposição da ordem: Diocleciano (reinou entre 284 e 305) trouxe o império de volta da crise, mas recusou o papel de princeps e se tornou o primeiro imperador a ser abordado regularmente como dominus, "mestre" ou "senhor". O estado de absolutismo autocrático que resultou no Dominato, que durou até a queda do Império Romano do Ocidente em 476. O reinado de Diocleciano trouxe também um maior esforço concentrado do Império contra a ameaça do cristianismo, o que foi chamado de a "Grande" Perseguição.
Foi a partir desse ponto que a unidade do Império Romano se tornou uma ilusão, como ficou graficamente revelado pela divisão de poder implementada por Diocleciano entre quatro "co-imperadores", a chamada Tetrarquia. A ordem foi novamente abalada logo depois, mas foi restaurada por Constantino, que se tornou o primeiro imperador a se converter ao cristianismo e que estabeleceu Constantinopla como a nova capital do Império Romano do Oriente. Durante as décadas das dinastias Constantina e Valentiniana, o império foi dividido ao longo de um eixo leste-oeste, com dois centros poder em Constantinopla e Roma. O reinado de Juliano, que tentou restaurar a religião helenística e romana clássica, apenas interrompeu brevemente a sucessão de imperadores cristãos. Teodósio I, o último imperador a governar Oriente e o Ocidente, morreu em 395 d.C., depois de tornar o cristianismo a religião oficial do Estado.
No final do século IV, o império começou a se desintegrar com bárbaros do norte desafiando o controle da Roma cristã. A maioria das cronologias colocam o fim do Império Ocidental em 476, quando Rômulo Augusto foi forçado a se render ao chefe militar germânico Odoacro. O Império do Oriente, hoje conhecido como o Império Bizantino, mas chamado no seu tempo como o "ImpérioRomano" ou por vários outros nomes, terminou em 1453 com a morte de Constantino XI Paleólogo e com a queda de Constantinopla para os turcos otomanos.
Geografia e território
O Império Romano foi um dos maiores da história e o único a ter alcançado territórios no norte da Europa, Oriente Médio e Norte da África. A expressão latina imperium sine fine ("império sem fim") expressa a ideologia que nem tempo e nem espaço limitavam o império. No poema épico Eneida de Virgílio, a vastidão do império é tratada como uma concessão aos romanos de sua divindade suprema, Júpiter. Esta reivindicação de domínio universal foi renovada e perpetuada quando o império caiu sob o domínio cristão no século IV.
Um segmento das ruínas da Muralha de Adriano.
Na realidade, a expansão romana foi principalmente realizada durante a república, apesar de partes do norte da Europa terem sido conquistadas no século I, quando o domínio romano na Europa, África e Ásia foi reforçado. Durante o reinado de Augusto, um "mapa global do mundo conhecido" foi exibido pela primeira vez em público, em Roma, coincidindo com a composição do trabalho mais abrangente sobre a geografia política que sobrevive desde a antiguidade, Geografia do escritor grego Estrabão. Quando Augusto morreu, a descrição comemorativa de suas realizações (Res Gestae) tomou lugar de destaque na catalogação geográfica dos povos e lugares sob o domínio romano. A geografia, o censo e a manutenção meticulosa de registros escritos eram preocupações centrais da administração imperial romana.
O império atingiu sua maior extensão sob o reinado de Trajano (98-117)27 e compreendia uma área de cinco milhões de quilômetros quadrados, que em 2009 estava dividida entre 40 países modernos diferentes. A estimativa populacional tradicional de 55-60 milhões de habitantes representava entre um sexto e um quarto da população total do mundo na época30 e fez de Roma a mais populosa entidade política unificada no Ocidente até meados do século XIX. Estudos demográficos recentes têm defendido um pico populacional que varia entre 70 e 100 milhões de pessoas. Cada uma das três maiores cidades do império (Roma, Alexandria e Antioquia) tinham quase duas vezes o tamanho de qualquer cidade europeia do início do século XVII.
Como o historiador clássico Christopher Kelly descreveu:
Então o império se estendia desde a Muralha de Adriano, na garoa encharcada do norte da Inglaterra, até para as tórridas margens do Eufrates, na Síria; do grande sistema pluvial Reno-Danúbio, que serpenteia pelas férteis terras planas da Europa a partir dos Países Baixos ao mar Negro, até as ricas planícies do litoral norte Africano e do luxuriante corte do vale do Nilo, no Egito. O império circulava o Mediterrâneo por completo ... era referido por seus conquistadores como mare nostrum—'nosso mar'.
O sucessor de Trajano, Adriano, adotou uma política de manutenção, em vez de expandir o império. Os limites (fines) foram definidos e as fronteiras (limes) patrulhadas. As fronteiras mais fortificadas eram as mais instáveis. A Muralha de Adriano, que separava o mundo romano daquilo que era visto como uma ameaça constante dos bárbaros, é o principal monumento sobrevivente deste esforço.
Sociedade
O Império Romano era consideravelmente multicultural, com uma surpreendente capacidade de coesão capaz de cirar uma noção de identidade comum, ao mesmo tempo que ao longo de vários séculos foi capaz de assimilar os mais diversos povos no seu sistema político. A preocupação romana em criar monumentos públicos e espaços comunitários abertos a todos, como os fóruns, anfiteatros, circos ou as termas, ajudou a estabelecer a sensação de romanidade.
A sociedade romana tinha múltiplas hierarquias sociais que se sobrepunham entre si, cujo conceito contemporâneo de classe não define de forma precisa. As duas décadas de guerra civil, a partir da qual Augusto ascendeu sozinho ao poder, deixaram a sociedade tradicional romana num estado de confusão e sobressalto, embora não se tenham manifestado de forma imediata na redistribuição de riqueza e nas relações sociais de poder. Na perspectiva das classes inferiores, foi apenas acrescentada mais uma hierarquia no topo da pirâmide social. As relações pessoais – clientelismo, amizade (amicitia), família, family, casamento – continuaram a influenciar o trabalho de políticos e governo, tal como o haviam feito na República. No governo de Nero, porém, não era invulgar encontrar um escravo que fosse mais rico do que um cidadão nascido livre, ou um eques mais influente do que um senador.
A diluição da hierarquia rígida da República levou a uma cada vez maior mobilidade social entre os romanos, tanto ascendente como descendente, e mais expressiva do que em qualquer outra sociedade da Antiguidade documentada. As mulheres, os libertos e os escravos tinham agora oportunidades econômicas e de exercício de influência através de meios que anteriormente lhes estavam vedados. A vida em sociedade do Império, particularmente para os que tinham recursos limitados, foi ainda impulsionada pela proliferação de associações voluntárias e confrarias (collegia e sodalitates) formadas com diversas finalidades: guildas profissionais e comerciais, grupos de veteranos, associações religiosas, clubes gastronômicos, e trupes artísticas.
Estatuto social
De acordo com o jurista Gaio, a principal distinção entre pessoas no direito romano dava-se entre cidadãos livres (liberi) e escravos (servi). O estatuto jurídico dos cidadãos livres podia ainda ser precisado de acordo com a sua cidadania. Durante o início do Império, só um número limitado de homens é que tinha pleno direito à cidadania romana, o que lhes permitia votar, candidatar-se a eleições e serem ordenados sacerdotes. A maior parte dos cidadãos tinha apenas direitos limitados, tendo, no entanto, direito a proteção jurídica e outros privilégios que eram vedados àqueles que não tinham cidadania. Os homens livres que viviam no interior do império, mas que não eram considerados cidadãos, tinham o estatuto de peregrini, ou não-romanos. Em 212 a.C., através do Édito de Caracala, o imperador Carcala alarga o direito de cidadania a todos os habitantes do império, revogando e revendo todas as leis que distinguiam cidadãos de não-cidadãos.
Escravos
Na época de Augusto, cerca de 35% dos habitantes da província de Itália eram escravos. A escravatura era uma instituição complexa e de utilidade econômica que sustentava a estrutura social romana. Nas cidades, os escravos podiam exercer diversas profissões, entre as quais professores, médicos, cozinheiros e contabilistas, embora a maioria realizasse apenas tarefas pouco qualificadas. A indústria e a agricultura dependiam da mão de obra escrava. Fora de Itália, os escravos constituíam em média entre 10 a 20% da população. Embora a escravatura tenha diminuído nos séculos III e IV, permaneceu parte integrante da sociedade romana até ao século V até desaparecer gradualmente ao longo dos séculos VI e VII, a par do declínio dos centros urbanos a da desintegração do complexo sistema econômico que criava a procura.
A legislação sobre escravatura era bastante complexa. Perante a lei romana, os escravos eram considerados propriedade e não tinham personalidade jurídica. Um escravo podia ser sujeito a formas de castigo corporal vedadas a cidadãos, serem explorados sexualmente, torturados e executados sumariamente. Em termos jurídicos, um escravo não podia ser violado, uma vez que a violação só podia ser exercida sobre pessoas livres; um violador de um escravo teria de ser acusado pelo dono por danos materiais. Os escravos não tinham direito a contrair matrimonio, embora por vezes fossem reconhecidas uniões e pudessem casar no caso de ambos serem libertados.
No seguimento das Guerras Servis, a legislação tentou limitar a ameaça de rebeliões de escravos através da limitação da dimensão dos grupos de trabalho e da perseguição a escravos fugitivos.
Tecnicamente, um escravonão podia possuir propriedade, embora um escravo que realizasse negócios pudesse ter acesso a um fundo ou conta individual (peculium), da qual podia dispor livremente. Os termos desta conta variavam em função da relação de confiança entre o proprietário e o escravo. Um escravo com aptidão para os negócios podia ter autonomia considerável para realizar lucros e gerir outros escravos. Dentro de uma residência ou de uma oficina, era comum a existência de uma hierarquia entre escravos, em que um deles administrava os restantes.
Com o decorrer dos séculos, os escravos foram ganhando cada vez maior proteção jurídica, incluindo o direito de apresentar queixa em relação aos amos. Um contrato de compra podia ter uma cláusula que determinasse que o escravo não podia ser destinado a prostituição, já que grande parte dos prostitutos e prostitutas eram escravos. O crescimento do comércio de escravos eunucos durante o fim do século I promoveu legislação que proibia a castração de um escravo contra a sua vontade.
A escravatura romana não tinha por base discriminação racial. Durante a expansão republicana, período em que se dá a generalização da escravatura, a principal fonte de escravos eram prisioneiros de guerra das mais diversas etnias. A conquista da Grécia levou para Roma um grande número de escravos extremamente qualificados e instruídos. Os escravos eram também trocados em mercados e por vezes vendidos por piratas. Entre outras fontes de escravos estão o abandono infantil e a auto-escravização entre os mais pobres. Os vernae, pelo contrário, eram escravos filhos de uma mãe escrava que nascessem e crescessem nessa propriedade. Embora não tivessem qualquer proteção jurídica em particular, o dono que maltratasse ou não cuidasse dos seus vernae era mal visto pela sociedade, já que estes eram considerados parte da sua família, podendo até ser filhos dos homens livres da família.
Os escravos bem sucedidos podiam ser capazes de acumular dinheiro suficiente para comprar a sua liberdade ou serem libertados pelos serviços prestados. A manumissão tornou-se tão frequente que, no século II a.C., uma lei limitou o número de escravos que um proprietário podia libertar.
Religião
A religião na Roma Antiga engloba as práticas e crenças que os romanos viam como suas, assim como os diversos cultos importados para Roma ou praticados pelo povo ao longo das províncias. Os romanos viam-se a si próprios como profundamente religiosos, atribuindo o seu bem-sucedido domínio regional à sua boa relação com os deuses (pax deorum). A religião arcaica que se acredita ter sido herdada dos primeiros reis de Roma constituiu a fundação do mos maiorum, ou "tradição", vista como central na identidade romana. Não existia qualquer princípio análogo à separação Igreja-Estado. Os lugares de sacerdote na religião do estado eram preenchidos pelas mesmas pessoas que ocupavam lugares na administração pública e, durante o período imperial, o pontifex maximus era o próprio imperador.
A religião romana era prática e contratual, baseada no princípio do do ut es ("dou-te aquilo que possas oferecer"). A religião dependia do conhecimento e da prática correta da oração, dos rituais e do sacrifício, e não da fé ou de dogmas, embora a literatura latina conserve alguma especulação em relação ao divino e à sua relação com a vida humana. Para o cidadão comum, a religião era parte do quotidiano. Cada residência tinha um altar doméstico, no qual se faziam as orações e eram oferecidas libações. As cidades eram pontuadas por altares de bairro e locais sagrados, como nascentes de água e cavernas. Apuleio descreveu a influência quotidiana da religião, através da observação da forma como as pessoas que passavam por um local de culto faziam um voto ou ofereciam alguns frutos, ou então sentando-se apenas. O calendário romano era organizado em função das comemorações religiosas. Durante o período imperial, havia 135 dias do ano dedicados a festividades religiosas e jogos (ludi).
Durante a crise republicana, a religião do estado adaptou-se de forma a apoiar o novo regime de imperadores. Enquanto primeiro imperador romano, Augusto justificou a novidade da governação por parte de uma única pessoa com um vasto programa de revivalismo e reformas religiosas. Os votos públicos, anteriormente feitos para a segurança da república, foram então direcionados para o bem-estar do imperador. O culto da personalidade alargou significativamente as práticas de veneração dos ancestrais e do gênio, a divindade tutelar de cada indivíduo. Antes de morrer, um imperador podia-se tornar uma divindade de estado mediante votação no senado. O culto imperial, influenciado pela religião helenística, tornou-se uma das principais formas de Roma anunciar a sua presença nas províncias, cultivando em toda a extensão do império a lealdade e partilha da mesma identidade cultural. O precedente cultural nas províncias orientais facilitou a rápida disseminação do culto imperial, alargando-se a regiões tão longínquas como a atual Arábia Saudita. A rejeição da religião do Estado tornou-se sinônimo de traição ao imperador, facto que esteve na origem do conflito de Roma com os primeiros cristãos, já que os romanos viam o cristianismo enquanto uma nova forma de ateísmo e um novo superstitio.
Estatuetas que representam divindades romanas e gaulesas, destinadas a devoção pessoal em altares privados.
Uma das características da religião romana é o grande número de divindades a que prestavam culto. À medida que os romanos alargavam o seu domínio no Mediterrâneo, a sua política consistia na assimilação de divindades e cultos dos povos conquistados, e não na sua erradicação. Uma das formas de Roma promover a estabilidade entre os seus diversos povos foi através do apoio das suas diferentes heranças religiosas, construindo templos destinados a divindades locais e que enquadravam estas diferentes práticas religiosas na hierarquia da religião romana. As várias inscrições por todo o império registram a reverência em paralelo de divindades romanas com divindades locais. No apogeu do Império, eram adoradas em Roma divindades internacionais, cujo culto tinha sido difundido para as mais remotas províncias, entre elas Cibele, Ísis, Epona e os deuses do monismo solar, como Mitra e Sol divino. Uma vez que os romanos nunca foram obrigados a adorar apenas um único deus ou culto, a tolerância religiosa nunca representou um problema, da forma em que o é para sistemas monoteístas.
As religiões de mistério, que ofereciam aos iniciados salvação após a morte, eram uma questão de escolha pessoal, praticada de forma complementar aos rituais familiares e à participação na religião pública. No entanto, os mistérios envolviam secretismo e juramentos exclusivos, o que os conservadores romanos viam com suspeição e características de magia, conspiração e atividade subversiva. Foram feitas tentativas esporádicas de suprimir seitas que aparentavam ameaçar a unidade e moral tradicionais, algumas delas de forma brutal. Na Gália, foram feitas tentativas de controlar o poder dos druidas, inicialmente através da proibição dos cidadãos romanos em pertencer à ordem e depois através da proibição do druidismo por completo. No entanto, ao mesmo tempo as tradições celtas foram reinterpretadas no contexto da teologia imperial, dando origem a uma nova religião galo-romana e estabelecendo o precedente para o culto Ocidental enquanto forma de identidade regional romana.
Relevo no Arco de Tito em Roma, representando o transporte triunfal de despojos do Templo de Jerusalém.
O rigor monoteísta do judaísmo colocava dificuldades à política de tolerância religiosa romana, obtida através de compromisso e de isenções excepcionais. A religião judaica, ao contrário da cristã, era considerada legítima (religio licita). No entanto, quando os conflitos políticos e religiosos se tornaram irreconciliáveis despoletaram-se várias revoltas entre judeus e romanos. O cerco de Jerusalém em 70 d.C. esteve na origem do saque ao temploda cidade e da dispersão do poder político judaico.
O cristianismo surgiu na província da Judéia no primeiro século d.C. enquanto seita religiosa judaica. A religião espalhou-se gradualmente até Jerusalém, estabelecendo inicialmente centros importantes em Antioquia e Alexandria, e a partir daí por todo o império. As perseguições oficiais foram muito poucas e esporádicas, e a maior parte dos martírios ocorreu por iniciativa de autoridades locais.
Esta estela funerária do século III está entre as mais antigas inscrições cristãs, escrita simultaneamente em grego e latim. A abreviatura "D.M." no topo refere-se a Di Manes, os espíritos tradicionais romanos da morte, mas é acompanhada pelo símbolo cristão.
Durante o início do século IV, Constantino tornou-se o primeiro imperador a se converter ao Cristianismo, dando assim início à era de hegemonia cristã. O imperador Juliano realizou uma breve tentativa de reavivar as religiões tradicionais e helenística e de afirmar o estatuto especial do Judaísmo. No entanto, em 391 e durante o governo de Teodósio I, o Cirstianismo torna-se a religião estatal de Roma, excluindo todas as outras. A partir do século II, os Padres da Igreja começam a condenar todas as diferentes práticas religiosas praticadas no império, denominando-as coletivamente por "pagãs". Ao mesmo tempo, são rejeitados apelos à tolerância religiosa por parte de tradicionalistas e o monoteísmo cristão torna-se uma das características do domínio imperial. Todos os hereges e não cristãos estavam sujeitos a ser perseguidos ou a ser excluídos da vida pública. No entanto, as práticas cristãs foram influenciadas por grande parte da hierarquia religiosa romana e por muitos aspetos dos rituais romanos, tendo ainda muitas destas práticas sobrevivido através de festivais e tradições locais cristãs.
Idiomas
A língua de Roma antes de sua expansão foi o latim e essa se tornou a língua oficial do império. Até o momento do período imperial o latim tinha desenvolvido dois registros: o "alto", escrito em latim clássico, e o "baixo", o latim vulgar.
Enquanto latim clássico permaneceu relativamente estável, mesmo durante a Idade Média, o latim vulgar como em qualquer língua falada era fluido e em constante evolução. O latim vulgar se tornou a língua franca nas províncias ocidentais, mais tarde evoluindo para as línguas românicas modernas: italiano, francês, português, espanhol, romeno, etc. Regiões anteriormente pertencentes ao império onde as línguas neolatinas extinguiram-se (África Proconsular, Britânia, Dalmácia, etc.) são denominadas Romania submersa. O grego e o latim clássico eram as línguas da literatura e da educação.
Um papiro do século V com texto em latim e em grego de um discurso de Cícero.
Embora o latim tenha continuado a ser a língua mais falada no Ocidente até a queda de Roma e por alguns séculos depois, no Oriente a língua grega era a língua literária e a língua franca. Os romanos geralmente não tentaram suplantar as línguas locais. Eles geralmente deixaram costumes estabelecidos intactos e só gradualmente introduziam elementos culturais tipicamente romanos, incluindo a língua latina (ver: Romanização). Juntamente com o grego, muitas outras línguas de tribos diferentes foram usadas, mas quase sem expressão na escrita.
O grego já era falado em muitas cidades no Oriente, e, como tal, os romanos mantiveram-na como a língua administrativa oriental em vez de impedir a sua eficiência burocrática. Assim, dois secretários oficiais serviam no tribunal do Império Romano, um responsável pela correspondência em latim e outro pela correspondência em grego para o Oriente. Assim, na Província Oriental, como aconteceu com todas as províncias, as línguas originais foram mantidas.
Além disso, o processo de helenização alargou o âmbito do idioma grego durante o período romano, sendo que os romanos perpetuaram a cultura helênica, mas com toda a pompa de melhorias romanas. A propagação da cultura helênica (e, portanto, da linguagem) aconteceu em grande parte devido à extensa infra-estrutura romana (na forma de entretenimento, saúde, educação e extensas redes de transporte) e pela tolerância dos romanos em incluir outras culturas, uma característica que os diferenciava da natureza xenófoba dos gregos antigos.
Governo e política
Os três principais elementos do estado imperial romano foram o governo central, as forças armadas e os governos provinciais. As forças militares impunham o domínio sobre um território através de campanhas militares. No entanto, depois de uma cidade ou povo assinarem tratados de cooperação, as missões militares convertiam-se em missões de policiamento, protegendo cidadãos romanos e, a partir de 212 d.C, todos os homens livres do Império, os campos de cultivo e locais religiosos. Sem recursos modernos de comunicação ou destruição em massa, os romanos não dispunham de capital humano suficiente para impor o seu domínio apenas através da força. Era necessária a cooperação com as elites locais para manter a ordem, recolher informações e coletar os impostos. Os romanos muitas vezes exploravam divisões políticas internas entre os povos assimilados, apoiando uma facção contra outra. As comunidades que demonstrassem a sua lealdade perante Roma podiam manter as suas próprias leis, coletar os seus próprios impostos e, em casos excecionais, estavam isentas dos impostos centrais. Os privilégios jurídicos e a relativa independência constituíam um incentivo a que fosse do interesse da população manter a sua reputação perante Roma. Assim, o poder do governo central romano era limitado, embora eficiente no uso dos recursos disponíveis.
Forças armadas
Durante e depois da Segunda Guerra Civil da República de Roma, Otaviano reduziu o enorme número de legiões (acima de 60) a um tamanho muito mais gerenciável e acessível. Várias legiões, particularmente aquelas de lealdade duvidosa, foram simplesmente dissolvidas. Outras legiões foram amalgamadas, um fato sugerido pelo título Gemina (gêmeo).
Em 9 d.C., tribos germânicas eliminaram três legiões na Batalha da Floresta de Teutoburgo. Este evento desastroso reduziu o número das legiões a 25. O total de legiões voltaria a aumentar posteriormente e nos próximos trezentos anos manteve-se por volta de trinta.
Augusto também criou a guarda pretoriana: nove coortes ostensivas para manter a paz pública, que foram guarnecidas na Itália. Melhor remunerados do que os legionários, a pretorianos também serviam menos tempo: em vez de servir o padrão de 25 anos dos legionários, eles se aposentavam após 16 anos de serviço.
Mesmo as auxilia (em português: apoio) não sendo tão famosas quanto as legiões, foram de grande importância para o império. Ao contrário dos legionários, os auxilia foram recrutados entre os não-cidadãos. Organizados em unidades menores com a força bruta dos coortes, recebiam pagamentos piores do que os dos legionários e depois de 25 anos de serviço eram recompensados ​​com a cidadania romana, que também se estendia a seus filhos. De acordo com Tácito, havia tantos auxilias quanto legionários. Enquanto que neste momento havia 25 legiões de cerca de 5.000 homens cada uma, os auxilia tinham cerca de 125.000 homens, o que implica cerca de 250 regimentos auxiliares.
A marinha romana (em latim: classis, lit. "frota".), não só ajudava no fornecimento e no transporte das legiões, mas também ajudaram na proteção das fronteiras nos rios Reno e Danúbio. Outra das suas funções era a proteção das rotas marítimas de comércio mais importantes contra a ameaça dos piratas. Por isso, patrulhava todo o Mediterrâneo, partes do Atlântico Norte (costa da Hispânia, Gália e Britânia) e teve também uma presença naval no mar Negro. No entanto, o exército foi considerado o ramo mais antigo e mais prestigiado das forças militares romanas.
Bibliografia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Imp%C3%A9rio_Romano

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