Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Julhiany de Fátima da Silva
Toxicologia
© 2018 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro 
meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de infor-
mação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Presidente Rodrigo Galindo
Vice-Presidente de Pós-Graduação 
e Educação Continuada
Paulo de Tarso Pires de Moraes
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Danielle Leite de Lemos Oliveira
Juliana Caramigo Gennarini
Mariana Ricken Barbosa
Priscila Pereira Silva
Coordenador Camila Braga de Oliveira Higa
Revisor Camilla Gomes Colasso
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Daniella Fernandes Haruze Manta
Flávia Mello Magrini
Leonardo Ramos de Oliveira Campanini
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
 Silva,Julhiany de Fátima da 
S586t Toxicologia / Julhiany de Fátima da Silva. – Londrina :
 Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017.
 69 p.
 
 ISBN 978-85-522-0607-1
 
 1. Toxicologia. 2. Enfermagem do Trabalho. I. Silva,
 Julhiany de Fátima da. II. Título
 
CDD 610
2018
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Responsável pela ficha catalográfica: Thamiris Mantovani CRB: 8/9491
Sumário
Tema 1: As Bases da Toxicologia ................................................ 5
Tema 2: Parâmetros Cinéticos e Dinâmicos Aplicados 
à Toxicologia .................................................................................. 22
Tema 3: Casos Particulares de Toxicologia ............................... 39
Tema 4: Vigilância Biológica na Exposição a Agentes Químicos ...56
Data de 1538 a lendária citação de Paracelso (Phillippus Aureolus Theo-
phrastus Bombastus von Hohenheim, médico e alquimista suíço, 1493-
1541) de que “todas as substâncias são venenos; não existe uma que não 
seja veneno. A dose certa diferencia um veneno de um remédio”. Diante 
dessa tão importante afirmação, nesta disciplina, você, aluno, será apre-
sentado aos conceitos e princípios gerais da toxicologia.
A toxicologia é uma ciência multidisciplinar que abrange uma vasta área 
de conhecimento, relacionando-se estritamente com diversas outras ciên-
cias para que seja possível prevenir, diagnosticar e tratar adequadamente 
os casos de intoxicação que vierem a ser apresentados. Essa modalidade 
é desenvolvida por especialistas com diferentes formações profissionais, 
oferecendo cada um contribuições específicas em uma ou mais áreas de 
atividade, permitindo assim o aperfeiçoamento dos conhecimentos e o 
desenvolvimento das áreas de atuação.
Várias áreas são apresentadas nas abordagens toxicológicas, de acordo 
com a natureza do agente ou a maneira como esse alcança o organismo. 
Diante de tantos agentes tóxicos aos quais as pessoas estão expostas 
diariamente, por conta do trabalho, ou mesmo devido aos avanços da 
vida moderna, discutir-se-á nesta disciplina, entre outros assuntos, indi-
cadores de exposição, bem como medidas preventivas a serem aplicadas 
em práticas rotineiras. Além disso, neste módulo, você aprenderá sobre 
exposição a agentes químicos; avaliação de risco ocupacional; caracteri-
zação da cinética e dinâmica de alguns toxicantes de interesse ocupacional 
e ambiental; além de monitoramento ambiental e biológico.
ApresentAção dA disciplinA
1
As Bases da 
Toxicologia
6
Objetivos Específicos
• São frequentes as situações de intoxicação tanto no âmbito hospitalar quanto em situações 
corriqueiras do dia a dia. Ao longo deste módulo, serão discutidas as maneiras de identifi-
cá-las e as medidas que devem ser tomadas tanto para a solução do quadro apresentado 
quanto para evitar esses quadros de intoxicação. Hoje, você irá conhecer as bases da toxico-
logia e conceituar alguns termos importantes, que serão muito utilizados nos próximos tópi-
cos e que são de fundamental relevância para o entendimento e prevenção das intoxicações.
Introdução
Desde a antiguidade, a história vem sendo marcada por intoxicações. São muitos os casos que 
podem ser citados:
a. Rei Mitrídates (rei romano a partir de 112 a.C.): a lenda mais conhecida diz respeito à sua 
resistência aos venenos. Numa tentativa de proteger-se de possíveis envenenamentos, costu-
mava experimentar os efeitos dos tóxicos com presos e consigo mesmo, procurando um antí-
doto que o mantivesse a salvo de possíveis tentativas de assassinato (AZEVEDO, 2010).
b. Lucrécia Bórgia: filha ilegítima de Rodrigo Bórgia, importante personagem espanhol do 
Renascimento, que viria a se tornar o papa Alexandre VI. Acusada de assassinar o segundo 
marido por envenenamento.
c. Madame Brinvilliers: em 1672, envenenou o próprio pai, seus dois irmãos e sua irmã para 
apropriar-se da herança.
Tais casos passavam despercebidos porque não havia uma forma eficiente de detectar a causa 
da morte até o surgimento do aparelho de Marsh. A utilização do aparelho desenvolvido por Marsh 
permitia a detecção de quantidades mínimas de arsênico. Esse teste foi aplicado com sucesso na 
primeira vez em que provas resultantes de análises toxicológicas foram utilizadas em tribunal 
(LEONARDO; MARTINS; FIOLHAIS, 2009).
A partir da afirmação de Paracelso, “todas as substâncias são venenos; não existe uma que 
7
não seja veneno. A dose certa diferencia um 
veneno de um remédio”. Já para Emil Mark, 
“não existe substância inócua, mas sim 
maneiras inócuas de utilizá-la”. Assim, che-
ga-se a algumas definições:
• Toxicologia: é a ciência que estuda os 
efeitos adversos de uma substância 
química sobre o organismo vivo.
• Intoxicação: é o conjunto de sinais e 
sintomas que revelam desequilíbrio orgânico produzido pela interação entre um agente tóxico 
e um sistema biológico. Apresenta as seguintes fases: exposição, toxicocinética, toxicodinâ-
mica e clínica, que serão mais bem estudadas ao longo desse módulo. As intoxicações podem 
ser classificadas quanto à intensidade do efeito tóxico (leve, moderada, grave e letal) e quanto 
à rapidez no aparecimento dos sinais e sintomas (aguda, subaguda e crônica).
• Agente Tóxico: é toda e qualquer substância química definida que, interagindo com o sistema bioló-
gico, pode causar intoxicação. Pode ser classificado quanto ao local de ação (por exemplo: hepato-
tóxicos, nefrotóxicos ou neurotóxicos), quanto à utilização (praguicida, herbicida, aditivo alimentar) e 
quanto ao efeito apresentado (mutagênico, carcinogênico e/ou teratogênico).
• Objeto de Estudo: é o conhecimento das intoxicações sobre todos os aspectos, com a finali-
dade de reconhecer, tratar e prevenir futuras ocorrências.
• Metodologia: é a própria divisão em Toxicologia Analítica, Clínica, 
Experimental e Regulatória.
• Importância: são as áreas de atuação 
da Toxicologia, tais como ambiental, 
de alimentos, de medicamentos, ocu-
pacional social e forense.
 
Para saber mais
O aparelho de Marsh foi utilizado por Mathieu Jo-
seph Bonaventure Orfila (1787-1853) para estudar 
o caso da Madame Lafarge e permitiu identificar a 
substância e a quantidade que havia sido utilizada. 
Com a utilização desse aparelho, Orfila lançou as 
bases da toxicologia analítica e experimental, sendo 
por isso considerado o pai datoxicologia moderna.
 
 
Link
Conceitos básicos em Toxicologia. Disponível em: 
<http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/zoono-
ses_intoxicacoes/Conceitos_Basicos_de_Toxicolo-
gia.pdf>. Acesso em: 29 jan. 2018.
 
8
1.1 Avaliação Toxicológica
Antes de iniciar a conversa sobre a avaliação de risco das substâncias químicas no Brasil e no 
mundo, é preciso analisar a segurança e risco, toxicidade e avaliação toxicológica.
Para realizar a avaliação toxicológica de uma determinada substância de forma eficiente, é pre-
ciso seguir o seguinte esquema de avaliação:
1. Da utilidade da substância:
a. Tempo de Exposição
i. Em curto prazo: é a capacidade da substância de provocar efeitos adversos a um organismo 
vivo, dentro de um curto espaço de tempo, após administração de uma única dose ou admi-
nistração de múltiplas doses em 24h. Permite a avaliação da intoxicação aguda, a rápida ava-
liação da susceptibilidade das espécies, a identificação de órgãos alvos e a seleção de doses 
para estudos em médio prazo.
ii. Em médio prazo: é a capacidade da substância de provocar efeitos adversos em um organismo 
vivo, como resultado de repetidas doses (diárias) de uma substância, durante um tempo que 
não exceda 10% de sua vida média (geralmente acima de 30 dias). Permite informações sobre 
efeito cumulativo, identificação de órgão alvo (aspecto fisiopatológico), visualizar alterações 
bioquímicas, hematológicas e urinárias. Definir a dose que não provoca nenhum efeito (NOEL 
– No Observed Effect Level).
iii. Em longo prazo: é a capacidade da substância de provocar efeitos adversos a um organismo 
vivo, como resultado de repetidas doses durante um tempo maior que três meses ou 10% de 
sua vida média. Permite observar efeitos teratogênicos, carcinogênicos e na reprodução, além 
de estudos de gerontologia.
9
1.2 Fatores que Influenciam a Toxicidade
1. Relacionados ao agente tóxico: composição da substância (pureza, propriedades físico-químicas, 
tamanho da partícula, estado físico, solubilidade, aerodinâmica, entre outros), presença de excipientes.
2. Relacionados à exposição: dose, concentração, via de administração, duração e frequência.
3. Relacionados ao ambiente: temperatura, umidade, pressão atmosférica, alojamento, barulho.
4. Relacionados ao indivíduo: idade, sexo, linhagem, peso corpóreo, estado nutricional.
Diante desses fatores, é possível fazer um delineamento experimental (Figura 1) que considere 
todos os aspectos que podem interferir na avaliação toxicológica de uma substância.
FIGuRA 1: Fluxograma mostrando os possíveis efeitos de uma substância.
10
1.3 Interações 
Entre os Agentes 
Tóxicos
Além dos efeitos das substâncias isola-
damente, quando duas ou mais substâncias 
são associadas, outros efeitos podem ser 
observados. Alguns exemplos são:
• Efeito Aditivo: situação na qual o efeito combinado de duas substâncias é igual à soma do 
efeito de cada agente tóxico isoladamente. Exemplo: carbaril e proposeur na inibição da 
acetilcolinesterase.
• Efeito Sinérgico: situação na qual o efeito combinado de duas substâncias é muito maior que a 
soma do efeito de cada agente tóxico isoladamente. Exemplo: etanol e tetracloreto de carbono.
• Potenciação: situação na qual um dos agentes não possui efeito adverso sobre determinado 
órgão ou tecido, porém, quando combinado com outra substância que possui efeito tóxico, 
esSe efeito indesejável é maior. Exemplo: isopropanol e tetracloreto de carbono
• Antagonismo: situação na qual duas substâncias, quando administradas 
juntas, fazem com que o efeito do agente tóxico seja menor do que seria 
isoladamente. Exemplo: atropina e organofosforado.
Muitos efeitos podem ser observados de 
forma ativa (sob estímulo) ou passiva (ape-
nas administração de agente tóxico) e, a 
partir disso, são traçadas as curvas dose-e-
feito e dose-resposta para mensurar a toxi-
cidade desses agentes.
 
Link
Leia o artigo que aborda a temática “Intoxicações 
por Medicamentos”. Disponível em: <http://www.
saude.pr.gov.br/arquivos/File/zoonoses_intox-
icacoes/Intoxicacoes_por_Medicamentos.pdf>. 
Acesso em: 29 jan. 2018.
 
 
Para saber mais
Dentro dos efeitos adversos é possível caracterizar 
fenômenos, tais como reações idiossincromáticas 
(reatividade anormal ao xenobiótico, determina-
da geneticamente) e reações alérgicas (mediação 
imunológica a uma espécie química resultante da 
prévia sensibilização a esta ou a outra estrutural-
mente semelhante).
 
11
1.4 Relação Dose-Efeito e Dose-Resposta
Os estudos das alterações causadas pelas substâncias químicas têm por objetivo estabelecer 
as relações dose-efeito e dose-resposta, que fundamentam todas as considerações toxicológicas 
necessárias para avaliação do risco à saúde (LEITE; AMORIM, 2006). Para uma melhor compreensão 
da diferença entre os dois tipos de relações, é necessário conceituar dose, efeito e resposta:
• Dose: especifica a quantidade de uma substância química administrada, a qual pode não ser 
idêntica à dose absorvida. Nas exposições ambientais, pode-se estimar a dose com base na 
medição das concentrações ambientais em função do tempo. E a dose nos órgãos e teci-
dos que interessam pode-se estimar com base na quantidade administrada ou ingerida ou na 
medida da concentração em amostras biológicas. A informação para estimar a dose nos teci-
dos ou órgãos requer dimensionar os processos de absorção, distribuição, armazenamento, 
biotransformação e excreção da substância química ou seus metabólitos, em função do tempo 
(LEITE; AMORIM, 2006).
• Efeito e Resposta: podem ser usados como sinônimos para denominar uma alteração bioló-
gica, num indivíduo ou numa população em relação a uma exposição ou dose. Porém, utiliza-
se o termo “efeito” para denominar uma alteração biológica e o termo “resposta” para indicar a 
proporção de uma população que manifesta um efeito definido (LEITE; 
AMORIM, 2006).
As relações dose-efeito e dose-resposta 
são representadas pelas curvas corres-
pondentes (Figura 2). A curva dose-efeito 
demonstra a relação entre a dose e a mag-
nitude de um efeito graduado, em um indi-
víduo ou em uma população. Essas curvas 
podem adotar distintas formas, lineares ou 
não. Exemplo: relação entre a porcentagem 
 
Para saber mais
É importante mencionar que, para cada efeito, 
haverá, então, uma curva dose-resposta distinta. 
Além disso, a configuração de uma curva dose-re-
sposta de uma substância química em uma mes-
ma espécie animal pode variar com as mudanças 
das condições experimentais, por exemplo, as mu-
danças na forma de distribuição da dose no tempo 
(frequência).
 
12
de carboxiemoglobina no sangue e a intensidade dos sinais e sintomas da intoxicação. Já a curva 
dose-resposta representa a relação entre a dose e a proporção da população que responde com um 
efeito quântico. Em geral, essas curvas são sigmoides.
Uma forma de explicar a configuração das curvas de dose-resposta é dizer que cada indivíduo de 
uma população tem uma “tolerância” própria e requer uma certa dose antes de responder com um 
efeito. A princípio, existe tanto uma dose baixa, a qual ninguém responderá, como uma dose alta, 
a qual todos responderão. A razão deve-se à variabilidade biológica, isto é, à diferente sensibilidade 
dos indivíduos (ou animais) à ação de determinada substância química.
FIGuRA 2: Exemplo de curva dose-resposta, indicando alguns índices para a avaliação toxicológica
Uma das maneiras de expressar a relação dose/resposta é através da curva de Gauss (curva seme-
lhante à apresentada na Figura 2), em que se observa a distribuição da frequência da resposta com a 
dose em uma escala logarítmica. Isto porque, observando-se um dado efeito em uma população, pode-
se notarque nem todos os membros dela responderão da mesma maneira a uma determinada dose.
13
Essa ausência de uniformidade é devida à variação biológica individual dentro de uma espécie 
animal. Os extremos dessa curva são representados pelos indivíduos hipersensíveis (ou hipersusce-
tíveis) e os indivíduos resistentes (hiposensíveis ou hiposucetível). Além disso, essa distribuição da 
resposta populacional em função da dose permite calcular alguns índices de extrema importância 
para a avaliação toxicológica, dentre os quais é possível citar:
Índice Terapêutico: O índice terapêutico (IT) é calculado pela relação:
Em que: DL50 é a dose letal para 50% da população analisada e DE50 é a dose efetiva para 50% 
da mesma população.
Quanto maior o IT, maior a segurança da substância. A desvantagem desse índice é que, para 
calculá-lo, utilizam-se as doses médias e elas não representam, significativamente, as relações 
dose-resposta.
Margem de Segurança (MS): é calculada pela relação:
Em que: DL1 é a dose letal para 1% da população estudada e DE99 é a dose efetiva para 99% da 
mesma população.
Ainda na figura 2, são apresentadas mais algumas informações a res-
peito dos índices de avaliação toxicológica: 
NOEL (No Observed Effect Level), que é o 
momento em que nenhum efeito é obser-
vado; NOAEL (No Observed Adversed Effect 
Level), sendo este, por sua vez, o momento 
em que nenhum efeito adverso é observado; 
 
Link
Acesse o link e leia o artigo que traz uma reflex-
ão sobre a temática dos agrotóxicos. Disponível 
em: <https://www.scielosp.org/article/csp/2017.
v33n7/e00181016/>. Acesso em: 29 jan. 2018.
 
14
LOAEL (Low Observed Adversed Effect Level), que é a dose em que os menores efeitos são observa-
dos. A partir desses índices, pode-se calcular a IDA (ingestão diária aceitável) ou a RfD (dose de refe-
rência), que é a quantidade máxima que pode ser ingerida de uma determinada substância para que 
nenhuma lesão seja observada. É calculada da seguinte maneira:
Sendo que o primeiro 10 permite extrapolar os resultados obtidos em animais para humanos e o 
segundo 10 representa a variação interindividual.
Esta foi uma aula introdutória, que teve por objetivo conceituar alguns termos importantes na 
toxicologia que serão muito utilizados nos próximos tópicos e que são de fundamental relevância 
para o entendimento e prevenção das intoxicações.
Vamos Pensar?
Você já presenciou algum caso de intoxicação? Se a resposta for afirmativa, elabore um texto 
descrevendo a causa (se conhecida) e os principais sintomas observados. Utilize os conceitos apre-
sentados nesta aula para uma melhor descrição do caso. Agora, se você nunca presenciou um caso 
de intoxicação, elabore um texto explicando como os indicadores de intoxicação apresentados nesta 
aula seriam importantes para o entendimento do caso.
Pontuando
• A história vem sendo marcada por casos de intoxicação, desde a antiguidade, dos quais é pos-
sível destacar, entre outros, o caso da Madame Lafarge, em que foi utilizado pela primeira vez 
o aparelho de Marsh.
• Conceituou-se Toxicologia como a ciência que estuda os efeitos adversos de uma substância 
química sobre um organismo vivo. Para o melhor entendimento dessa ciência, foram conceitu-
ados também intoxicação, agente tóxico, objeto de estudo, metodologia e importância.
15
• Para a avaliação toxicológica, primeiramente, conceituou-se segurança e risco, toxicidade e 
avaliação, pois, para realizar essa avaliação, deve-se seguir o seguinte roteiro:
1. Da utilidade da substância:
a. Tempo de exposição: curto, médio e longo prazo.
2. Fatores que influenciam a toxicidade, que podem ser relacionados ao (a) agente tóxico, (b) à 
exposição, (c) ao ambiente, (d) ao indivíduo e diante, desses fatores, elaborou-se um delinea-
mento experimental, esquematizado na Figura1.
• Além dos efeitos das substâncias isoladamente, quando duas ou mais substâncias são associa-
das, outros efeitos podem ser observados, tais como efeito aditivo, efeito sinérgico, potencia-
ção e antagonismo.
• A relação dose-resposta representa uma alteração biológica num indivíduo ou numa população em 
relação a uma exposição ou dose, e com a esquematização apresentada na Figura 2 pode-se cal-
cular o índice terapêutico e a margem de segurança para uma determinada substância.
Glossário
• Segurança e Risco: segurança define-se como a probabilidade de uma substância não cau-
sar dano algum a um sistema biológico, sob condições preestabelecidas. A definição de risco é 
contrária à de segurança.
• Toxicidade: é a capacidade de uma substância provocar efeito deletério a um organismo vivo, 
o que é característica intrínseca da substância; porém, a toxicidade depende essencialmente 
de padrões previamente estabelecidos (via de administração, quantidade e local de ação).
• Avaliação Toxicológica: é o estudo do espectro de efeitos tóxicos de uma substância, tendo 
como objetivo estimar o risco e estabelecer o limite de segurança segundo as condições de 
exposição.
16
Verificação de Leitura
QuESTÃO 1-Sabendo que toxicologia é a ciência que estuda os efeitos adversos de uma 
substância química sobre o organismo vivo, pode-se conceituar intoxicação da seguinte 
maneira:
a) É o conjunto de sinais e sintomas que revelam equilíbrio orgânico, produzido pela intera-
ção entre um agente tóxico e um sistema biológico.
b) É o conhecimento sobre todos os aspectos, com a finalidade de reconhecer, tratar e pre-
venir ocorrências.
c) É o conjunto de sinais e sintomas que revelam desequilíbrio orgânico produzido pela inte-
ração entre um agente tóxico e um sistema biológico.
d) É a capacidade de a substância provocar efeito deletério a um organismo vivo.
e) É o estudo do espectro dos efeitos tóxicos de uma substância.
QuESTÃO 2-Para realizar a avaliação toxicológica, um dos parâmetros a ser considerado 
é o tempo de exposição. Assinale a expressão que corresponde à correlação incorreta:
a) O tempo de exposição em médio prazo não permite verificar informações sobre efeito 
cumulativo, bem como não permite definir NOEL (dose em que nenhum efeito é observado).
b) O tempo de exposição em longo prazo permite observar efeitos teratogênicos, carcinogê-
nicos e na reprodução, além de estudos de gerontologia.
c) O tempo de exposição em longo prazo é a capacidade de a substância provocar efeitos 
adversos a um organismo vivo, como resultado de repetidas doses durante um período 
maior que 10% de sua vida média.
d) O tempo de exposição em médio prazo é a capacidade de a substância provocar efeitos 
adversos a um organismo vivo, como resultado de repetidas doses, durante um período que 
não exceda 10% de sua vida média.
e) O tempo de exposição em curto prazo permite a avaliação da intoxicação aguda, a rápida 
avaliação da susceptibilidade das espécies e a identificação de órgãos-alvo.
17
QuESTÃO 3-Além dos efeitos das substâncias isoladamente, quando duas ou mais subs-
tâncias são associadas, outros efeitos podem ser observados. Diante dessa afirmação, 
assinale a alternativa correta.
a) Observa-se efeito aditivo quando o efeito combinado de duas substâncias é menor do que 
o efeito de cada agente tóxico isoladamente.
b) Efeito sinérgico ocorre quando o efeito combinado de duas substâncias é muito maior que 
a soma do efeito de cada agente tóxico isoladamente.
c) Antagonismo ocorre quando o efeito combinado de duas substâncias é muito maior que a 
soma do efeito de cada agente tóxico isoladamente.
d) Quando um dos agentes não possui efeito adverso sobre determinado órgão ou tecido, 
mas, combinado com outra substância que possui efeito tóxico, apresenta um efeito inde-
sejável maior, chama-se isso de sinergismo.
e) Efeito sinérgico ocorre quando o efeito combinado de duas substânciasé menor do que o 
efeito de cada agente tóxico isoladamente.
QuESTÃO 4-A diferença entre a relação dose-efeito e a relação dose-resposta está no 
fato que:
a) dose especifica a quantidade de uma substância química administrada, a qual é idêntica 
à dose absorvida.
b) para estimar a dose nos órgãos ou tecidos, requer-se dimensionar os processos de absor-
ção e excreção, sem correlação com o tempo.
c) para estimar a dose nos órgãos ou tecidos, requer-se dimensionar os processos de distri-
buição e armazenamento, sem correlação com o tempo.
d) utiliza-se o termo efeito para denominar uma alteração biológica, e o termo resposta, 
para indicar a proporção de uma população que manifesta um efeito definido.
e) para estimar a dose nos órgãos ou tecidos, requer-se dimensionar apenas os processos de 
absorção e excreção em função do tempo
18
QuESTÃO 5-Outra maneira de representar a relação dose-resposta é através da curva de 
Gauss, em que se observa a distribuição da frequência de resposta com a dose em uma 
escala logarítmica. De acordo com essa curva (semelhante à apresentada na Figura 2), 
NÃO é possível afirmar que:
a) a uniformidade observada é devida à variação biológica individual dentro de uma espécie 
animal.
b) os extremos dessa curva são representados pelos indivíduos hipersensíveis (ou hipersus-
cetíveis) e pelos indivíduos resistentes (hiposensíveis ou hiposuscetível).
c) a distribuição da resposta populacional em função da dose permite calcular índice tera-
pêutico e margem de segurança.
d) quanto maior o índice terapêutico, menor a margem de segurança.
e) a desvantagem do cálculo do índice terapêutico é que utilizam-se doses médias para cal-
culá-lo, o que não representa significativamente a relação dose-resposta.
Referências Bibliográficas
AZEVEDO, F. A. D. A toxicologia e o futuro. Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e 
Sociedade. 3: 4-17 p. 2010.
LEITE, E. M. A.; AMORIM, L. C. A. Toxicologia Geral. Universidade Federal de Minas Gerais - 
Faculdade de Farmácia – Depto. de Análises Clínicas e Toxicológicas. Brasil 2006.
LEONARDO, A. J.; MARTINS, D. R.; FIOLHAIS, C. António da costa simões e a génese da química 
forense em Portugal. 2009. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10316/12322>. Acesso em: 20 
mar. 2018.
19
Gabarito
QuESTÃO 1-Alternativa C 
A definição apresentada no item C é a única que corresponde corretamente àquela apresentada no texto.
QuESTÃO 2-Alternativa A
O tempo de exposição em médio prazo é a capacidade de a substância provocar efeitos adver-
sos a um organismo vivo, como resultado de repetidas doses (diárias) de uma substância, durante 
um tempo que não exceda 10% de sua vida média (geralmente acima de 30 dias). Permite sim que 
sejam obtidas informações sobre efeito cumulativo, identificação de órgão-alvo (aspecto fisiopato-
lógico) bem como visualizar alterações bioquímicas, hematológicas e urinárias. Essa avaliação tam-
bém permite definir a dose que não provoca nenhum efeito (NOEL – No Observed Effect Level).
QuESTÃO 3-Alternativa B
Pode-se observar efeito sinérgico quando o efeito combinado de duas substâncias é muito maior 
que a soma do efeito de cada agente tóxico isoladamente. Exemplo: etanol e tetracloreto de carbono.
QuESTÃO 4-Alternativa D
Efeito e Resposta podem ser usados como sinônimos para denominar uma alteração biológica, 
num indivíduo ou numa população, em relação a uma exposição ou dose. Porém, utiliza-se o termo 
“efeito” para denominar uma alteração biológica e o termo “resposta” para indicar a proporção de 
uma população que manifesta um efeito definido (LEITE; AMORIM, 2006).
20
QuESTÃO 5-Alternativa D
Outra maneira de representar a relação dose-resposta é através da curva de Gauss, em que se 
observa a distribuição da frequência de resposta com a dose em uma escala logarítmica. A uniformi-
dade é devida à variação biológica individual dentro de uma espécie animal. Os extremos dessa curva 
são representados pelos indivíduos hipersensíveis (ou hipersuscetíveis) e pelos indivíduos resistentes 
(hiposensíveis ou hiposucetíveis). Além disso, essa distribuição da resposta populacional em função 
da dose permite calcular alguns índices de extrema importância para a avaliação toxicológica, tais 
como índice terapêutico e margem de segurança. Quanto maior o índice terapêutico, consequente-
mente, também é maior a margem de segurança.
2
Parâmetros 
Cinéticos 
e Dinâmicos 
Aplicados à 
Toxicologia
22
Objetivos Específicos
Nesta aula, você conhecerá os parâmetros toxicológicos cinéticos e dinâmicos para um melhor 
entendimento dos casos de intoxicação.
Introdução
Considera-se intoxicação o efeito resultante da ação de um tóxico ou veneno em vários órgãos 
ou tecidos. A intoxicação resulta da alteração de diversos órgãos ou tecidos, por modificação direta 
ou indireta do meio líquido que os contém, como sangue e o plasma, por exemplo. Se a substância 
for introduzida a partir do meio exterior, você estará diante de uma intoxicação exógena, mas, se o 
quadro clínico resultar de substância formada e acumulada no interior do organismo, então se evi-
denciam os casos de intoxicação endógena.
De uma maneira geral, os agentes tóxicos atuam pela sua natureza química. A principal porta de 
entrada da substância no organismo é a digestiva, mas também podem ser utilizadas as vias respi-
ratória e cutânea. Qualquer via possui os seus próprios mecanismos de defesa que se destinam, fun-
damentalmente, à eliminação do tóxico (ROCHA, 2008, 2009).
O período de tempo que decorre entre o desencadeamento da sintomatologia e o da introdu-
ção do tóxico é variável e permite que se faça a divisão das intoxicações em agudas e crônicas. As 
intoxicações agudas surgem pouco tempo após a absorção do tóxico, enquanto as crônicas surgem 
quando a absorção é lenta e progressiva. As manifestações são tardias devido a um lento e gradual 
processo cumulativo (ROCHA, 2008, 2009).
Desde o momento em que o agente químico entra em contato com o agente biológico até o 
momento em que a intoxicação é visualizada através dos sinais e sintomas clínicos (LEITE; AMORIM, 
2006), ocorrem uma série de etapas metabólicas. Essas etapas compõem as fases da intoxicação:
• Fase de Exposição.
• Fase Toxicocinética.
• Fase Toxicodinâmica.
• Fase Clínica.
23
2.1 Fase de 
Exposição
Exposição é o momento do contato entre 
o agente tóxico e o organismo. A intensi-
dade de exposição é dependente de diver-
sos fatores, tais como:
• Via ou Local de Exposição: por inges-
tão (trato gastrointestinal); por inala-
ção (via pulmonar) ou por contato (via cutânea e/ou mucosas). Essas vias ganham maior ou 
menor importância, de acordo com a área da Toxicologia em estudo. Assim, a via pulmonar e a 
cutânea são as mais importantes na Toxicologia Ambiental e Ocupacional, a via gastrointesti-
nal na Toxicologia de Alimentos, de Medicamentos, em casos de suicídios e homicídios (LEITE; 
AMORIM, 2006).
• Duração e Frequência da Exposição: a duração de uma exposição é importante para a deter-
minação do efeito tóxico, bem como a intensidade deste. Quanto à duração, pode ser classifi-
cada em: aguda, subaguda, subcrônica ou crônica .
2.2 Fase Toxicocinética
É o estudo da relação entre a quantidade 
de um xenobiótico que atua sobre o orga-
nismo e a concentração dele no sangue, 
englobando os processos de absorção, dis-
tribuição e eliminação em função do tempo. 
 
Para saber mais
Os fatores que influenciam o transporte por mem-
branas, discutidos quando se falou da absorção, 
serão importantes também na distribuição. Alguns 
agentes tóxicos não atravessam facilmente as mem-
branas celulares e, por isso, têm uma distribuição 
restrita, enquanto outros, por atravessá-lasrapid-
amente, se distribuem através de todo organismo.
 
 
Link
Para relembrar o processo de transporte via mem-
brana celular, acesse o material deste link. <https://
goo.gl/dkiYn1>. Acesso em: 12 fev. 2018.
 
24
FIGuRA 1 - Diagrama esquemático das etapas toxicocinéticas.
FOnTE: Elaborado pelo autor.
2.2.1 Absorção
Nesta fase, o agente tóxico irá se movimentar pelo organismo e, consequentemente, deverá 
transpor membranas biológicas. Assim, é muito importante o conhecimento dos fatores que influen-
ciam no transporte, os quais serão descritos a seguir.
25
Fatores Relacionados à Membrana:
• estrutura, espessura e área da membrana. Sabe-se que as membranas biológicas são forma-
das por uma camada bilipídica composta, principalmente, por ácidos graxos e proteínas. A per-
meabilidade das membranas biológicas é determinada principalmente pela estrutura e propor-
ção relativa dos lipídios presentes nessa região. Esse modelo, denominado de “mosaico fluido”, 
foi proposto por Singer e Nicolson em 1972 e é o mais aceito atualmente.
Fatores Relacionados às Substâncias Químicas:
• Liposolubilidade: devido à constituição lipoprotéica das membranas biológicas, as substâncias 
químicas lipossolúveis, ou seja, apolares, terão capacidade de atravessá-la mais facilmente 
pelo processo de difusão passiva. Já as substâncias hidrossolúveis apresentam maior dificul-
dade para atravessar as membranas biológicas.
Fatores Relacionados à Via de Absorção:
• Absorção pelo trato gastrointestinal (TGI) ou Oral: uma vez no TGI, uma determinada subs-
tância poderá ser absorvida desde a boca até o reto, geralmente pelo processo de difusão pas-
siva. Muitos fatores influenciam na absorção pelo TGI, entre os quais é possível citar a adminis-
tração de EDTA; conteúdo estomacal (a absorção será favorecida se o estômago estiver vazio 
devido ao maior contato da substância com a mucosa estomacal); a composição das secreções 
gastrintestinais (concentração enzimática, acidez, presença de microrganismos); mobilidade 
intestinal (o aumento da mobilidade intestinal diminuirá o tempo de contato do agente tóxico 
com a mucosa e, consequentemente, a absorção neste local); efeito de primeira passagem 
pelo fígado.
• Absorção cutânea: a pele íntegra é uma barreira efetiva contra a penetração de substâncias 
químicas exógenas. No entanto, alguns xenobióticos podem sofrer absorção cutânea, depen-
dendo de fatores como a anatomia e as propriedades fisiológicas da pele e propriedades físico-
químicas dos agentes.
26
• Absorção pelo trato pulmonar: é a via de maior importância para Toxicologia Ocupacional. 
A grande maioria das intoxicações ocupacionais é decorrente da aspiração de substâncias 
contidas no ar ambiental. Os agentes passíveis de sofrerem absorção pulmonar são os gases 
e vapores e os aerodispersoides. Essas substâncias poderão sofrer absorção tanto nas vias 
aéreas superiores quanto nos alvéolos.
2.2.2 Distribuição
Somente as substâncias livres estão disponíveis para chegar ao local de ação. Em geral, a distribui-
ção é desigual devido a diferenças de irrigação, à captação preferencial por alguns órgãos e tecidos e a 
barreiras especiais (placenta, barreira hematoencefálica [BHE], presença de carregadores como Multi 
Drug Resistent Protein [MDR]). Após a entrada da substância na corrente sanguínea, seja através da 
absorção, seja pela administração direta, ela estará disponível para ser distribuída pelo organismo.
Durante a distribuição, o agente alcançará o seu sítio alvo, que é o órgão ou tecido no qual exer-
cerá sua ação tóxica, mas poderá, também, se ligar a outros constituintes do organismo, concen-
trando-se em algumas partes do corpo (LEITE; AMORIM, 2006).
A importância do sangue no estudo da distribuição é grande, não só porque é o principal fluido de 
distribuição, mas também por ser o único tecido que pode ser colhido repetidamente sem distúrbios 
fisiológicos ou traumas orgânicos. Além disto, como o sangue circula por todos os tecidos, algum 
equilíbrio pode ser esperado entre a concentração da substância no sangue e nos tecidos, inclusive 
no sítio de ação.
Assim, a concentração plasmática fornece melhor avaliação da ação tóxica do que a dose (a não ser 
quando a concentração plasmática é muito baixa em relação à concentração nos tecidos). O papel da 
ligação às proteínas plasmáticas e do armazenamento na distribuição desigual dos xenobióticos são os 
mais estudados atualmente.
1. Ligação às proteínas plasmáticas (PP): Várias proteínas do plasma podem se ligar a constituin-
tes do corpo e também às substâncias passíveis de causar intoxicação, sendo a albumina a prote-
ína sérica de maior importância. Usualmente, a ligação das substâncias às proteínas plasmáticas é 
27
feita pela interação de grupos polares ou não polares dessas substâncias com o(s) grupamento(s) 
proteico(s). O elevado peso molecular das proteínas plasmáticas impede que o complexo formado 
atravesse pelas membranas dos capilares, restringindo-se ao espaço intravascular. No entanto, essa 
ligação é reversível e, à medida que o agente livre se difunde através da membrana capilar, a fração 
ligada se dissocia das proteínas, tornando-se apta para ser distribuída. Essa ligação atua, portanto, 
graduando a distribuição dos xenobióticos e, consequentemente, a chegada ao sítio de ação.
2. Ligação Celular: embora não tão estudada como a ligação às proteínas plasmáticas, a ligação a 
outros tecidos exerce um papel muito importante na distribuição desigual dos agentes pelo orga-
nismo. A ligação dos agentes tóxicos a componentes teciduais pode alterar significativamente a 
distribuição dos xenobióticos. Sob o aspecto de ligação a xenobióticos, o tecido hepático e o renal 
têm um papel especial. Eles possuem elevada capacidade de se ligarem aos agentes químicos 
e apresentam as maiores concentrações destes (e também de substâncias endógenas), quando 
comparados com outros órgãos. Os mecanismos através dos quais esses órgãos removem os 
agentes do sangue não estão bem estabelecidos, no entanto sabe-se que as proteínas intracelu-
lares são componentes fundamentais na ligação dos fármacos ao tecido hepático e renal.
3. Armazenamento: os agentes tóxicos podem ser armazenados no organismo, especialmente 
no tecido adiposo e no tecido ósseo.
• Tecido Adiposo: as substâncias são armazenadas nesse local através da simples dissolução 
física nas gorduras neutras do tecido. Assim, um agente tóxico com elevado coeficiente de par-
tição óleo/água pode ser armazenado no tecido adiposo em grande extensão, e isto diminuirá 
a sua concentração disponível para atingir o sítio-alvo.
• Tecido Ósseo: é relativamente inerte e, por isso, pode servir como local de armazenamento 
de agentes químicos inorgânicos, tais como flúor, chumbo e estrôncio. E esse armazenamento 
geralmente é irreversível.
4. Barreira Hematoencefálica: protege o cérebro da entrada de substâncias químicas. É um 
local menos permeável do que a maioria das áreas do corpo. A eficiência da barreira hema-
toencefálica varia de uma área do cérebro para outra. Os princípios que regem o transporte 
28
das substâncias através de membranas são também os que comandam a entrada de tóxi-
cos no cérebro. Assim, somente a forma livre estará apta para entrar no cérebro, desde que 
seja lipossolúvel. A barreira hematoencefálica não está totalmente desenvolvida por ocasião 
do nascimento e esta seria uma explicação para a maior toxicidade de alguns agentes nos 
recém-nascidos.
5. Barreira Placentária: uma das funções da placenta é proteger o feto contra a passagem 
de substâncias nocivas provenientes do organismo materno, além de promover a troca de 
nutrientes (O2, CO2 etc.). Anatomicamente, a placenta é o resultadode várias camadas celu-
lares interpostas entre a circulação fetal e materna.
2.2.3 Eliminação
O processo de eliminação inclui tanto a biotransformação quanto a excreção. A biotransformação 
marca o início da toxicodinâmica e apresenta como função tornar um xenobiótico mais hidrossolúvel, 
para facilitar a eliminação pelo sistema renal e inativar biologicamente o xenobiótico, embora algu-
mas vezes as etapas preliminares possam aumentar a toxicidade da substância em questão. Você 
verá, em seguida, esse processo com um pouco mais de detalhes.
• Biotransformação: o organismo vivo apresenta mecanismos de defesa, que buscam termi-
nar ou minimizar a ação farmacológica ou tóxica de um fármaco sobre ele, destacando-se 
o armazenamento, a biotransformação e a excreção. A intensidade e duração de uma ação 
tóxica são determinadas, principalmente, pela velocidade de biotransformação do agente 
no organismo, que é realizada basicamente por dois mecanismos: o mecanismo de ativação 
e o mecanismo de inativação. É importante ressaltar que nenhum fármaco deixará de ser, 
no mínimo, parcialmente biotransformado; nenhum fármaco sofrerá apenas um tipo de bio-
transformação; duas espécies animais não biotransformarão um fármaco de maneira idên-
tica; nenhuma biotransformação permanecerá inalterada com doses repetidas do fármaco.
A biotransformação pode ocorrer em qualquer órgão ou tecido orgânico como, por exemplo, 
no intestino, rins, pulmões, pele etc. No entanto, a grande maioria das substâncias, sejam elas 
29
endógenas ou exógenas, serão biotransformadas no fígado. O fígado apresenta diversas e 
vitais funções, destacando-se, entre elas, as transformações de xenobióticos e nutrientes. A 
biotransformação geralmente é executada por enzimas, principalmente aquelas existentes nos 
chamados microssomas hepáticos.
1. Mecanismo de ativação da biotransformação: produz metabólitos com atividade igual ou 
maior do que o precursor. Ex.: a piridina é biotransformada ao íon N-metil piridínico, que tem 
toxicidade cinco vezes maior que o precursor. O mesmo ocorre com o inseticida parathion, que é 
biotransformado a paraoxon, composto responsável pela ação tóxica do praguicida.
2. Mecanismo de inativação da biotransformação: o produto resultante é menos ativo (tóxico) que 
o precursor. É o mais comum de ocorrer com os xenobióticos.
A biotransformação é de suma importância para as análises toxicológicas, uma vez que a 
forma mais comum de se encontrar o agente tóxico em material bioló-
gico é como produto biotransformado. Assim, conhecendo a biotrans-
formação desse agente, sabe-se o 
que procurar na amostra enviada ao 
laboratório.
• Excreção: é o processo inverso ao 
da absorção, uma vez que os fatores 
que influem na entrada do xenobiótico 
no organismo podem dificultar a sua 
saída. Basicamente, existem três classes 
de excreção:
a. Eliminação através das secreções, tais 
como a biliar, sudorípara, lacrimal, gás-
trica, salivar, láctea.
b. Eliminação através das excreções, tais 
como urina, fezes e catarro.
 
Para saber mais
Conhecendo-se a biotransformação e os metabóli-
tos formados, fica mais fácil saber que tipo de 
amostra é a mais indicada para ser requisitada em 
análises toxicológicas.
 
 
Link
Leia o artigo que aborda o uso da análise toxicológi-
ca para avaliar o uso de drogas em adolescentes in-
fratores. <http://www.pucrs.br. Acesso em: 12 jan. 
2018.
 
30
c. Eliminação pelo ar expirado.
• Excreção urinária: a capacidade de um órgão em realizar uma determinada função está intima-
mente relacionada à sua anatomia, e os rins possuem um elevado desenvolvimento anatômico 
voltado para a excreção de substâncias químicas. Os glomérulos renais filtram cerca de 20% do 
fluxo cardíaco (os rins recebem 25% desse fluxo) e apresentam poros bastantes largos. A filtra-
ção glomerular é um dos principais processos de eliminação renal e está intimamente ligada a 
outro processo, que é a reabsorção tubular. As substâncias, após serem filtradas pelos gloméru-
los, podem permanecer no lúmem do túbulo e ser eliminadas, ou então podem sofrer reabsorção 
passiva através da membrana tubular. Isso vai depender de alguns fatores, tais como o coefi-
ciente de partição óleo/água; o pKa da substância e pH do meio. De modo geral, as substâncias 
de caráter alcalino são eliminadas na urina ácida, e as substâncias ácidas na urina alcalina. Isso 
porque, nessas condições, as substâncias se ionizarão, tornando-se hidrossolúveis, e a urina é, 
em sua maior parte, formada de água.
Outro processo de excreção renal é a difusão tubular passiva. Substâncias lipossolúveis, ácidas ou 
básicas, que estejam presentes nos capilares que circundam os túbulos renais, podem atravessar a 
membrana por difusão passiva e caírem no lúmem tubular. Dependendo do seu pKa e do pH do meio, 
elas podem ou não se ionizarem e, consequentemente, serem excretadas ou reabsorvidas.
O terceiro processo de excreção renal é a secreção tubular ativa. Existem dois 
processos de secreção tubular renal, um para substâncias ácidas e outro para as 
básicas, estando esses sistemas localizados, 
provavelmente, no túbulo proximal. A secre-
ção tubular tem as características do trans-
porte ativo, ou seja, exige um carregador quí-
mico, gasta energia, é um mecanismo com-
petitivo e pode ocorrer contra um gradiente 
de concentração. Algumas substâncias endó-
genas, tais como o ácido úrico, são excretadas 
 
Para saber mais
A Penicilina é um exemplo de xenobiótico secreta-
do ativamente pelos túbulos. O uso de Probenecid 
(fármaco excretado pelo mesmo sistema) evita que 
esse antibiótico seja secretado muito rapidamente 
do organismo. Geralmente, o que ocorre no organ-
ismo é uma combinação dos três processos de ex-
creção renal, para permitir uma maior eficácia na 
eliminação dos xenobióticos.
 
31
por esse mecanismo, e a presença de xeno-
bióticos excretados ativamente pode interferir 
na eliminação de substratos endógenos.
• Secreção Biliar: dentre as secreções 
orgânicas, a mais significativa para a 
excreção de xenobióticos é a biliar. O 
fígado tem uma posição vantajosa na 
remoção de substâncias exógenas do 
sangue, principalmente daquelas absorvidas pelo trato gastrintestinal. Isso porque o sangue 
proveniente do TGI, através da circulação porta, passa inicialmente pelo fígado, e somente 
depois entra na circulação sistêmica. No fígado, parte do xenobiótico pode ser biotransformado, 
e os metabólitos, ou mesmo o produto inalterado, podem ser secretados pela bile no intestino.
• Excreção pelo Ar Expirado: gases e vapores inalados ou produzidos no organismo são par-
cialmente eliminados pelo ar expirado. O processo envolvido é a difusão pelas membranas 
que, para substâncias que não se ligam quimicamente ao sangue, dependerá da solubilidade 
no sangue e da pressão de vapor. A frequência cardíaca e respiratória influenciam também na 
excreção desses agentes.
2.3 Toxicodinâmica
Esta é a terceira fase da intoxicação e envolve a ação do agente tóxico sobre o organismo. É o 
estudo da natureza da ação tóxica exercida por substâncias químicas sobre o sistema biológico, sob 
os pontos de vista bioquímico e molecular (OGA, 2003). O agente tóxico interage com os recepto-
res biológicos no sítio de ação e dessa interação resulta o efeito tóxico. O órgão no qual se efetua a 
interação agente tóxico-receptor (sítio de ação) não é, necessariamente, o órgão em que se mani-
festará o efeito. Além disso, se um agente tóxico apresentar elevadas concentrações em um órgão, 
não significa, obrigatoriamente, que ocorrerá aí uma ação tóxica. Geralmente, os agentes tóxicos se 
 
Link
Leia o artigo que trata de conceitos de farmacologia 
clínica no âmbito da interaçãoentre fármaco e nu-
triente. <http://repositorio.unicamp.br/bitstream/
REPOSIP/44274/1/S1415-52732002000200011.
pdf>. Acesso em: 12 fev. 2018.
 
32
concentram no fígado e rins (locais de eliminação) e no tecido adiposo (local de armazenamento), 
sem que haja uma ação ou efeito tóxico detectável.
Todos os efeitos tóxicos são consequentes das alterações fisiológicas e bioquímicas normais 
dos órgãos. A morte celular induzida num órgão por injúria química, dependendo de sua exten-
são, pode conduzir à falência desse órgão, mas pode também não causar nenhuma repercussão 
clínica significativa.
De regra, a extensão da lesão é diretamente proporcional à concentração do agente tóxico, exceto 
para algumas reações do tipo de sensibilização em que a concentração do agente é pouco relevante. 
Portanto, a toxicocinética, a depender da potência de cada agente, constitui um dos fatores decisi-
vos no desencadeamento dos fenômenos de intoxicação.
A gravidade do efeito tóxico varia muito conforme o órgão afetado. Naturalmente, o efeito é 
grave quando o órgão afetado desempenha uma função vital no organismo. Além disso, alguns 
órgãos possuem capacidade regeneradora após sofrerem agressão e perda da massa tecidual.
A elucidação dos mecanismos básicos da toxicidade, assim como estudos sobre os fatores que 
modificam a intensidade dos efeitos tóxicos dos xenobióticos, são essenciais à Toxicologia. A utiliza-
ção desses conhecimentos para o desenvolvimento de antídotos e das medidas preventivas racio-
nais, para evitar a intoxicação, constitui a principal meta dos profissionais envolvidos em investiga-
ções toxicológicas.
Vamos Pensar?
Com base no caso de intoxicação da aula passada, descreva possíveis diferenças se o agente 
tóxico pudesse ter atingido o organismo por outra via de absorção que não a relatada. Seja minu-
cioso e descreva todas as etapas posteriores (distribuição, eliminação, biotransformação). Se você 
não tiver nenhum caso de intoxicação para relatar, escolha um agente tóxico na literatura e descreva 
todo o seu processo toxicocinético.
33
Pontuando
• Quando se considera a complexidade dos sistemas biológicos (do ponto de vista químico e bio-
lógico), pode-se imaginar o elevado número de mecanismos de ação existentes para os agen-
tes tóxicos. Esses mecanismos serão baseados na toxicocinética e toxicodinâmica de cada um 
desses agentes. Para um melhor entendimento dessa complexidade, nesta aula, foram discuti-
das algumas etapas e seus pontos cruciais, desde a entrada deste agente no organismo até sua 
eliminação. Dessa forma, as fases da intoxicação foram divididas da seguinte maneira: fase de 
exposição, fase toxicocinética, fase toxicodinâmica e fase clínica.
• Na fase de exposição, há o contato do agente tóxico e do organismo. A intensidade de exposi-
ção depende da via ou local de exposição, da duração e frequência da exposição.
• A fase toxicocinética é o estudo da relação entre a quantidade de um xenobiótico que atua 
sobre o organismo e a concentração dele no sangue, englobando os processos de absorção, 
distribuição e eliminação em função do tempo (Figura 1).
• Na fase de absorção, o agente tóxico irá se movimentar pelo organismo, e é preciso considerar 
os fatores relacionados às membranas, às substâncias químicas e à via de absorção (gástrica, 
cutânea e pulmonar).
• Na etapa da distribuição, o agente alcançará o seu sítio alvo, via sistema sanguíneo. Por isso, 
além da ação desejada, esse agente pode ligar-se a proteínas plasmáticas, bem como ser 
armazenado, preferencialmente nos tecidos adiposo ou ósseo.
• A etapa de eliminação consiste das etapas de biotransformação e excreção. A biotransforma-
ção pode ocorrer em qualquer tecido, porém, o fígado é o principal órgão metabolizador, e esse 
processo pode levar tanto à ativação quanto à inativação do agente. O processo de excreção 
é o inverso da absorção e pode ocorrer pelas secreções, pelas excreções e pelo ar expirado, 
sendo que a excreção renal é a majoritária.
• Toxicodinâmica é a terceira fase da intoxicação e é o estudo da natureza da ação tóxica exer-
cida pelas substâncias químicas sobre o sistema biológico, sob os pontos de vista bioquímico 
e molecular.
34
Glossário
Aguda: exposição única ou múltipla, que ocorra em um período máximo de 24 horas.
Subaguda: aquela que ocorre durante algumas semanas - um mês ou mais.
Subcrônica: aquela que ocorre durante alguns meses.
Crônica: ocorre durante toda a vida.
Verificação de Leitura
QuESTÃO 1-Sabendo que exposição é o momento do contato entre o agente tóxico e o 
organismo e que a intensidade de exposição é dependente de diversos fatores, assinale a 
alternativa INCORRETA:
a) A exposição pode ocorrer por ingestão, inalação ou por contato, de acordo com as vias 
associadas, estas ganham maior ou menor importância de acordo com a área da Toxicologia.
b) A via gastrointestinal é a mais importante na toxicologia de alimentos, de medicamentos 
e em casos de suicídios e homicídios.
c) A duração de uma exposição é importante para a determinação do efeito tóxico, bem 
como a intensidade deste.
d) A exposição pode ser classificada em aguda, subaguda, subcrônica e crônica.
e) Não há diferenças entre a via ou local de exposição para os casos de intoxicação.
QuESTÃO 2-Nos processos toxicocinéticos, a substância em questão irá se movimentar 
pelo organismo, dessa forma, deverá transpor membranas biológicas. Lembrando do mo-
delo do mosaico fluido proposto para as membranas, qual é a principal característica para 
que ocorra o transporte dessa substância?
a) Espessura da membrana.
b) Área da membrana.
c) Lipossolubilidade.
d) Rigidez.
e) Presença de proteínas associadas à membrana.
35
QuESTÃO 3- O sistema sanguíneo é de fundamental importância para o processo de dis-
tribuição. Qual das características abaixo NÃO se aplica à justificada importância desse 
tecido?
a) Várias proteínas do plasma podem se ligar a constituintes do corpo e também às substân-
cias passíveis de causar intoxicação, sendo a globulina a proteína sérica de maior importân-
cia.
b) Pode ser colhido repetidamente sem distúrbios fisiológicos ou traumas orgânicos.
c) A concentração plasmática fornece melhor avaliação da ação tóxica do que a dose.
d) O sangue é o principal fluido de distribuição do organismo.
e) O sangue circula por todos os tecidos, algum equilíbrio pode ser esperado entre a concen-
tração da substância no sangue e nos tecidos, inclusive no sítio de ação.
QuESTÃO 4-O processo de e[liminação inclui tanto a biotransformação quanto a excre-
ção. Diante desses dois processos tão importantes, NÃO se pode afirmar que:
a) a biotransformação marca o início da toxicodinâmica e apresenta como função tornar um 
xenobiótico mais hidrossolúvel, para facilitar a eliminação.
b) a biotransformação pode ocorrer em qualquer tecido, porém, o fígado é o principal órgão 
metabolizador.
c) o processo de biotransformação pode levar tanto à ativação quanto à inativação do agen-
te.
d) a biotransformação ocorre preferencialmente por via renal, enquanto o fígado está envol-
vido no processo de excreção.
e) o processo de excreção é o inverso da absorção e pode ocorrer pelas secreções, pelas ex-
creções e pelo ar expirado, sendo que a excreção renal é a majoritária.
36
QuESTÃO 5-Sobre toxicodinâmica, pode-se afirmar que:
a) não possui nenhuma intersecção com a toxicocinética.
b) o órgão no qual se efetua a interação agente tóxico-receptor é, necessariamente, o órgão 
em que se manifesta o efeito.
c) o agente tóxico interage com os receptores biológicos no sítio de ação e dessa interação 
resulta o efeito tóxico, não necessariamente nesse sítio de ação.
d) os efeitos tóxicos não são consequentes das alterações fisiológicase bioquímicas normais 
dos órgãos.
e) toxicodinâmica é o estudo da natureza da ação tóxica exercida por substâncias químicas 
sobre o sistema biológico, sob os pontos de vista hematológico e cinético.
Referências Bibliográficas
LEITE, E. M. A.; AMORIM, L. C. A. Toxicologia Geral. Universidade Federal de Minas Gerais - 
Faculdade de Farmácia - Depto de Análises Clínicas e Toxicológicas, 2006.
OGA, Z. Fundamentos de Toxicologia. 2. ed. São Paulo: 2003. 
ROCHA, A. F. D. Cádmio, Chumbo, Mercúrio: A problemática destes metais pesados na Saúde 
Pública, 2008/2009. Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação, Universidade do Porto.
37
Gabarito
QuESTÃO 1-Alternativa E
A via ou local de exposição pode ser por ingestão (trato gastrointestinal); por inalação (via pulmo-
nar) ou por contato (via cutânea e/ou mucosas). Essas vias ganham maior ou menor importância, de 
acordo com a área da Toxicologia em estudo. Assim, a via pulmonar e a cutânea são as mais impor-
tantes na Toxicologia Ambiental e Ocupacional, a via gastrointestinal na Toxicologia de Alimentos, de 
Medicamentos, em casos de suicídios e homicídios.
QuESTÃO 2-Alternativa C
As membranas biológicas são formadas por uma camada bilipídica, composta principalmente por 
ácidos graxos e proteínas. A permeabilidade das membranas biológicas é determinada principal-
mente pela estrutura e proporção relativa dos lipídios presentes nessa região. Devido à constituição 
lipoproteica das membranas biológicas, as substâncias químicas lipossolúveis, ou seja, apolares, 
terão capacidade de atravessá-la mais facilmente, pelo processo de difusão passiva. Já as substân-
cias hidrossolúveis apresentam maior dificuldade para atravessar as membranas biológicas.
QuESTÃO 3-Alternativa A
A importância do sangue no estudo da distribuição é grande, não só porque é o principal fluido de distri-
buição, mas também por ser o único tecido que pode ser colhido repetidamente sem distúrbios fisiológicos 
ou traumas orgânicos. Além disso, como o sangue circula por todos os tecidos, algum equilíbrio pode ser 
esperado entre a concentração da substância no sangue e nos tecidos, inclusive no sítio de ação. Assim, 
a concentração plasmática fornece melhor avaliação da ação tóxica do que a dose (a não ser quando a 
concentração plasmática é muito baixa em relação à concentração nos tecidos). O papel da ligação às pro-
teínas plasmáticas e do armazenamento na distribuição desigual dos xenobióticos são os mais estudados 
atualmente. Várias proteínas do plasma podem se ligar a constituintes do corpo e também às substâncias 
passíveis de causar intoxicação, sendo a ALBUMINA a proteína sérica de maior importância.
38
QuESTÃO 4-Alternativa D
O processo de eliminação inclui tanto a biotransformação quanto a excreção. A biotransformação 
marca o início da toxicodinâmica e apresenta como função tornar um xenobiótico mais hidrossolúvel, 
para facilitar a eliminação pelo sistema renal e inativar biologicamente o xenobiótico. A biotransfor-
mação pode ocorrer em qualquer tecido, porém, o fígado é o principal órgão metabolizador e este 
processo pode levar tanto à ativação quanto à inativação do agente. O processo de excreção é o 
inverso da absorção e pode ocorrer pelas secreções, pelas excreções e pelo ar expirado, sendo que 
a excreção renal é a majoritária.
QuESTÃO 5-Alternativa C
Toxicodinâmica é a terceira fase da intoxicação e envolve a ação do agente tóxico sobre o orga-
nismo. É o estudo da natureza da ação tóxica exercida por substâncias químicas sobre o sistema bio-
lógico, sob os pontos de vista bioquímico e molecular (OGA, 2003). O agente tóxico interage com 
os receptores biológicos no sítio de ação e dessa interação resulta o efeito tóxico. O órgão no qual 
se efetua a interação agente tóxico-receptor (sítio de ação) não é, necessariamente, o órgão em 
que se manifestará o efeito. Além disso, se um agente tóxico apresentar elevadas concentrações em 
um órgão, não significa obrigatoriamente que ocorrerá aí uma ação tóxica. Geralmente os agentes 
tóxicos se concentram no fígado e rins (locais de eliminação) e no tecido adiposo (local de armaze-
namento), sem que haja uma ação ou efeito tóxico detectável. Todos os efeitos tóxicos são conse-
quentes das alterações fisiológicas e bioquímicas normais dos órgãos. A morte celular induzida num 
órgão por injúria química, dependendo de sua extensão, pode conduzir à falência desse órgão, mas 
pode também não causar nenhuma repercussão clínica significativa.
3
Casos 
Particulares 
de Toxicologia
40
Objetivos Específicos
Nesta aula, serão apresentados alguns casos particulares de toxicologia, tais como toxicidade 
reprodutiva, genotoxicidade, carcinogenicidade, toxicologia ocupacional, social, dopagem e toxico-
logia de alimentos.
3.1. Toxicologia Reprodutiva e 
Carcinogenicidade
Mutação é uma alteração súbita do material genético que pode ser transmitida à descendência. 
As mutações são eventos raros, mas que ocorrem espontaneamente nas células e alteram o genó-
tipo, que é a carga genética do indivíduo. Os agentes que causam mutações são denominados muta-
gênicos e podem ser classificados em físicos e químicos.
Dentre os agentes químicos, estão muitas das substâncias sobre as quais se discute neste módulo. 
Então, agora, você verá conceitos e discussões sobre mutagênese e carcinogênese.
• Mutagênese: certas substâncias químicas têm a capacidade de alterar o código genético, ou 
seja, de produzir um erro nesse código. Se essa alteração ocorrer nos genes de células germi-
nativas, ou seja, que serão enviadas à próxima geração (células hereditárias), pode ocorrer um 
efeito mutagênico. Esse efeito possui um período de latência relativamente grande, manifes-
tando-se apenas algumas gerações após a ação. Isso porque, geralmente, a mutação ocorre em 
genes recessivos e só será manifestada se houver o cruzamento com outro gene recessivo que 
tenha a mesma mutação. Logicamente, os estudos que comprovam esse efeito (e não a ação, 
que é relativamente frequente) são bastante difíceis de ser realizados e avaliados, o que faz 
com que, atualmente, poucas substâncias provoquem, comprovadamente, o efeito mutagênico.
• Carcinogênese: é o processo de conversão das células normais em neoplásicas, com a posterior 
conversão em tumor. A ação carcinogênica vem sendo mais intensamente estudada nos últimos 
anos. Nessa ação, os xenobióticos provocam alterações cromossômicas que fazem com que as 
41
células se reproduzam de maneira acelerada (LEITE; AMORIM, 2006). Essa reprodução incon-
trolável não produz células harmônicas e perfeitas. Embora o mecanismo exato de desenvol-
vimento do câncer não seja totalmente conhecido, acredita-se que essa ação ocorra em duas 
fases distintas: a conversão neoclássica ou fase de iniciação e o desenvolvimento neoclássico 
ou promoção. Na fase de iniciação, um xenobiótico ou produto de biotransformação promove 
a alteração ao nível do DNA. Essa lesão origina a chamada célula neoplástica, que, através da 
interferência de outras substâncias químicas e/ou fatores, muitas vezes desconhecidos, sofre 
processo de crescimento, originando o neoplasma e o câncer instalado. Entre as duas fases do 
processo carcinogênico existe, geralmente, um período de latência que pode variar de meses 
a anos. Os carcinógenos genotóxicos interagem com o DNA e produzem mutação dos genes 
que controlam o processo de divisão e diferenciação celular. Pode ser induzida por agentes físi-
cos (UV), biológicos (vírus) e químicos (OGA, 2003). Os agentes químicos podem ser primá-
rios (não requerem bioativação) ou secundários (requerem ativação para formar eletrófilo, que 
reage com as bases nitrogenadas do DNA). O mecanismo de carcinogênese pode ser genotóxico(age diretamente no DNA) ou epigenético (não age diretamente no DNA, mas sim alterando a 
expressão gênica, seja no sistema imunossupressor, seja no balanço hormonal). A carcinogê-
nese é avaliada segundo os critérios da IARC (Internacional Agency for Research on Cancer), e 
o desenvolvimento do câncer segue os seguintes estágios:
• Iniciação: alteração na estrutura do DNA de forma irreversível.
• Promoção: crescimento do tumor. Pode diminuir o tempo de formação do tumor ou aumen-
tar a sua incidência.
• Progressão: rápido crescimento celular e emissão de metástases. Pode envolver fatores genéticos.
As características de um tumor são:
• Benigno: encapsulado, não invasivo, alta diferenciação celular, rara divisão celular, cresci-
mento lento, pouco ou sem anaplasias e metástases.
• Maligno: não encapsulado, invasivo, indiferenciação celular, divisão celular rápida, rápido 
crescimento, anaplasia em vários graus e metástases. As causas para a observação dessas 
42
características incluem a diminuição 
de agentes nucleofílicos detoxifica-
dores do organismo e o aumento da 
inibição do sistema de reparo do DNA.
• Teratogênese: é uma alteração iniciada 
por um efeito adverso na estrutura ou 
função de um órgão, durante a organo-
gênese, acarretando em má formação 
(anencefalia, espinha bífida, encefalocele, má formação do palato, lábio 
leporino, Síndrome de Down, entre outros) para esse indivíduo. Pode ter 
como causas radiações, toxoplasmose, 
desbalanço metabólico materno ou 
agentes químicos (hormônios, poluentes 
ambientais, fumaça de cigarro, cocaína, 
antibióticos, warfarina, metais pesados 
como chumbo e mercúrio, etanol e glico-
corticoides). As leis da teratogênese são:
1. A resposta do xenobiótico teratogênico é amplamente dependente do genótipo do embrião.
2. Varia dependendo do estágio de desenvolvimento do concepto.
3. Os efeitos finais dos agentes teratogênicos podem aparecer na forma 
de más formações, deficit funcional, retardo de desenvolvimento 
geral ou específico (parcial ou total), 
dependendo do estágio do concepto 
no momento da exposição.
• neurotoxicidade: vários agentes 
tóxicos atuam alterando a trans-
missão neurológica através da 
 
Para saber mais
Estudos experimentais em animais fornecem a base 
de triagem para a verificação do potencial tera-
togênico de um determinado agente. Tais investi-
gações têm o papel fundamental de esclarecer os 
princípios e mecanismos da teratogênese.
 
 
Para saber mais
A neurotoxicidade pode provocar diversos sinais e 
sintomas no indivíduo, tais como: comportamen-
to anormal, agitação, alteração do estado mental, 
confusão, delirium, alucinações, mania, psicose, 
convulsões e alteração do sono.
 
 
Link
Para mais informações a respeito de agentes tera-
togênicos, acesse o link: < http://gravidez-segura.
org/PDFs/Teratogenos.pdf >. Acesso em: 12 fev. 
2018.
 
43
interferência com os neurotransmis-
sores envolvidos. Essa interferência 
pode ocorrer em nível pré-sináptico, 
sináptico e/ou pós-sináptico (LEITE; 
AMORIM, 2006). Exemplos:
• Bloqueio dos receptores de diferen-
tes sinapses (curare).
• Inibição do metabolismo dos neuro-
transmissores (praguicidas organofosforados).
• Bloqueio na síntese ou metabolismo de neurotransmissores (mercúrio).
• Inibição da liberação pré-sináptica dos neurotransmissores (toxina botulínica – Clostridium botulinum).
• Estimulação da liberação de neurotransmissores (anfetamina).
• Bloqueio da recaptura dos neurotransmissores para as células pré-sinápticas (imipramina, 
anfetamina).
• Reações de Irritabilidade: os xenobióticos que têm ação irritante direta sobre os tecidos agem qui-
micamente, no local de contato, com componentes desses tecidos. Dependendo da intensidade da 
ação, pode ocorrer irritação, efeitos cáusticos ou necrosantes. Os sistemas mais afetados são pele 
e mucosas do nariz, boca, olhos, garganta e trato pulmonar. Destacam-se nesse grupo a ação dos 
gases irritantes (fosgênio, gás mostarda, NO2, Cl) e lacrimogêneos (acroleína, Br, Cl). Outra ação irri-
tante de tecidos é a dermatite química. Os xenobióticos que apresentam essa ação tóxica (substân-
cias vesicantes como as mostardas nitrogenadas, ou agentes queratolíticos como o fenol) lesam a 
pele e facilitam a penetração subsequente de outras substâncias químicas.
• Reações de Hipersuscetibilidade: corresponde ao aumento na suscetibilidade do organismo. 
Aparece após exposição única ou após meses/anos de exposição; os efeitos desta ação dife-
rem essencialmente daqueles provocados pelo xenobiótico originalmente. Os principais tipos 
de reações de hipersuscetibilidade são:
 
Link
Leia o artigo que aborda questões de neurotoxici-
dade associada ao uso de lítio. <https://www.act-
amedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/
article/view/7907/4943>. Acesso em: 12 fev. 2018.
 
44
• Alergia química (sulfonamidas): este tipo de ação tóxica só é desenvolvida após absorção do 
xenobiótico pelo organismo e ligação com a proteína, formando o antígeno (o agente tóxico 
funciona como hapteno). Com a formação do antígeno ocorre, consequentemente, o desen-
volvimento de anticorpos e do complexo antígeno/anticorpo. Esse complexo se liga às células 
teciduais ou basófilos circulantes, sensibilizando-as, ou seja, desenvolvendo grânulos internos, 
contendo histamina, bradicinina etc. Quando ocorre uma segunda exposição do organismo ao 
mesmo xenobiótico, os anticorpos previamente desenvolvidos promovem a alteração da super-
fície celular com consequente desgranulização celular. Esses grânulos secretam, na corrente 
sanguínea, histamina e bradicinina, responsáveis pela sintomatologia alérgica. Essa sintomato-
logia é bastante semelhante, independentemente do tipo de xenobiótico que a desencadeou. Os 
órgãos mais afetados são pulmões e pele.
• Fotoalergia (prometazina, sabões, desodorante, hexaclorofeno): as características desse tipo 
de ação tóxica são bastante semelhantes às da alergia química. A diferença primordial entre os 
dois é que, na fotoalergia, o xenobiótico necessita reagir com a luz solar (reação fotoquímica) 
para formar um produto que funcione como hapteno. Após a sensibilização, sempre que houver 
exposição ao sol, na presença do xenobiótico, haverá o aparecimento dos sintomas alérgicos. É 
importante ressaltar que a fotoalergia só aparece após repetidas exposições.
3.2. Toxicologia Ocupacional
Quando os trabalhadores exercem suas atividades, as substâncias químicas contaminantes desse 
ambiente específico de trabalho são em número limitado; assim, torna-se menos complicado clas-
sificá-las, principalmente quanto às suas ações tóxicas. Recomenda-se que seja elaborada uma 
ficha técnica de orientação para cada substância contaminante, incluindo valores normais e limites 
de tolerância biológicos, quando adotados ou mesmo propostos por entidades oficiais ou por gru-
pos de pesquisadores. Esse material deverá ser acessível a todos os profissionais que compõem as 
equipes de segurança e medicina do trabalho e deverá também ser utilizado de forma adequada, 
45
juntamente com outros materiais, num processo contínuo de esclarecimento e educação do traba-
lhador (SALGADO; FERNICOLA, 1989).
Índice Biológico de Exposição
O índice biológico de exposição (IBE) pode ser avaliado tanto em função dos teores do agente 
químico ou de seus produtos de biotransformação em constituintes diversos do organismo, espe-
cialmente os níveis plasmáticos e urinários, como pela medida de um efeito bioquímico considerado 
como específico. No caso dos inseticidas organofosforados, por exemplo, a medida do grau de inibi-
ção da acetilcolinesterase é largamente utilizada para o controle da exposiçãoocupacional. O grau 
de exposição ao chumbo pode ser determinado em função da medida do efeito bioquímico, pela 
determinação da atividade da ALA-desidratase (ALA-D).
Os índices biológicos de exposição permitem o estabelecimento dos chamados Limites de 
Tolerância Biológicos (LTB), que exprimem os valores limites para a presença do agente tóxico ou de 
seus produtos de biotransformação nos fluidos biológicos, ou os níveis máximos de alteração na ati-
vidade de enzimas ou de outros parâmetros, que podem ser aceitos sem que haja efeitos injuriosos 
à saúde do indivíduo ocupacionalmente exposto.
No Brasil, os Limites de Tolerância Biológicos são determinados pela Portaria n° 12/1983 (Norma 
Regulamentadora n° 7 – anexo II) do Ministério do Trabalho.
3.3. Toxicologia Social
Estuda os efeitos nocivos decorrentes do uso não médico de fármacos ou drogas. As substâncias psi-
coativas de abuso atuam em mecanismos de gratificação cerebrais (sensação de prazer, alívio de sen-
sações desagradáveis, alterações de humor e da percepção sensorial) e podem ser classificadas em:
• Depressoras (atuam em receptor GABA e de glutamato): álcool, ansiolíticos, opioides, solventes.
• Estimulantes (aumento de dopamina na fenda sináptica): cocaína e anfetaminas.
• Perturbadoras: psilocibina (presente em cogumelos), mescalina, LSD, MDMA e anticolinérgicos.
• Outras: Cannabis, nicotina (atua em receptores colinérgicos e serotonérgicos).
46
Dependência é definida como o conjunto de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos 
que indicam que o indivíduo perdeu o controle do uso da droga e continua a usar a substância ape-
sar das consequências adversas desse uso. Teorias:
a. Teoria do Reforço negativo: manutenção do uso da droga para evitar Síndrome de Abstinência.
• Tolerância: diminuição da resposta a uma dose de determinada substância, que ocorre com 
o uso continuado desta.
• Síndrome de Abstinência: conjunto de sinais e sintomas que ocorrem quando da retirada 
absoluta ou relativa de substância psicoativa consumida de modo prolongado.
FIGuRA 1 - Esquema representando a teoria do reforço negativo.
FOnTE: Elaborado pelo autor.
47
• Limitações da Teoria: o início do uso ocorre na ausência da Síndrome 
de Abstinência. A Síndrome de Abstinência é limitada (tempo), o tra-
tamento da Síndrome é pouco eficaz 
como tratamento da dependência. A 
Síndrome de Abstinência é diferente 
para cada droga.
b. Teoria do Reforço Positivo: todas 
as drogas que produzem dependên-
cia têm em comum a propriedade 
de produzir efeito prazeroso (devido 
ao aumento de dopamina na via 
mesocorticolimbica).
c. Teoria da Sensibilização: hipersensibilidade à droga causada pela sua administração repetida, 
responsável por aumentar a relevância motivacional; a sensibilização levaria a um estado pato-
lógico de “deseja a droga”, que poderia ser dissociado do “prazer”; tornaria os dependentes 
mais susceptíveis a recaídas, mesmo após períodos longos de descontinuação.
O desenvolvimento da Dependência depende de muitos fatores, incluindo a busca ativa, a auto-
administração e a perda de controle do uso da droga. O tratamento é dependente do tipo da droga, 
com abstinência completa ou redução de danos em alguns casos, etapa de desintoxicação, adminis-
tração de ansiolítico e antidepressivo, quando necessário, terapia ocupacional e psicoterapia.
3.4. Dopagem
É o ato de utilizar meios artificiais ou substâncias químicas para alterar o desempenho físico e/ou 
intelectual em uma competição. Doping é a substância utilizada na dopagem. A dopagem transgride 
a ética da ciência médica e esportiva através do uso de substâncias pertencentes às classes farmaco-
lógicas e/ou utilização de métodos proibidos, ou ainda através do uso de substância, agente ou meio 
 
Para saber mais
A Teoria do Reforço Positivo explica o início do uso 
devido à sensação prazerosa; a Teoria do Reforço 
Negativo explica a manutenção do uso para evitar 
a Síndrome de Abstinência; e a Teoria da Sensibili-
zação explica o descontrole e as recaídas devido ao 
aumento do número de receptores e manutenção 
de níveis elevados de dopamina.
 
48
capaz de alterar o desempenho do atleta por ocasião de uma competição esportiva. As substâncias 
mais utilizadas estão apresentadas a seguir e levam ao aumento da resistência, força, massa muscular, 
concentração ou diminuem a tensão, o peso corpóreo, tremores e dor.
3.4.1 Estimulantes
• Exemplos: cocaína, anfetamina, efedrina e fenilefrina.
• Efeitos procurados: aumento do estado de alerta, diminuição da fadiga, aumento da compe-
titividade, aumento da euforia, aumento da atividade mental.
• Efeitos Adversos: hipertensão, taquicardia, arritmias, dependência, ansiedade.
• Casos Especiais: a efedrina é utilizada em descongestionantes nasais (dose permitida até de 
5mg/mL na urina) e salbutamol (agonista beta-2), permitida quando previamente notificado.
3.4.2 narcóticos
• Exemplos: morfina e análogos.
• Efeitos procurados: utilizados para alívio da dor. Outros efeitos: sensação de euforia, falso 
sentimento de invencibilidade, aumento do limiar da dor, dependência. Sobredosagem: depres-
são do centro respiratório.
3.4.3 Agentes Anabolizantes
3.4.3.1 Esteroides Anabólicos
• Exemplos: testosterona, metiltestosterona, nandrolona, fenilpropionato de nandrolona.
• Efeitos procurados: aumento da síntese proteica, aumento de eritrócitos, aumento das fibras 
musculares.
• Efeitos Adversos: virilização, feminilização, ginecomastia, infertilidade, aumento do coles-
terol, diminuição dos testículos, retenção de água e eletrólitos, formação de cálculos e danos 
hepáticos.
49
• Avaliação: normal: relação epi/testoterona: 1:1 (urina); valor limite 
COI: 200ng/mL de epitestosterona, 
relação epi/texto: 1:6.
3.4.3.1 Outros Hormônios
1. Gonadotrofina Coriônica: aumento 
da síntese testosterona/epitestoste-
rona, estímulo da eritropoeise. Efeito 
adverso: ginecomastia.
2. Hormônio do Crescimento: aumento do tamanho corporal, diminuição da retenção de gordu-
ras. Efeito adverso: acromegalia, distúrbios cardíacos, cefaleia e dores nas articulações.
3. Corticotrofina: aumento dos corticosteroides endógenos, euforizante, diminuição da inflama-
ção. Efeitos adversos: osteoporose, aumento da pressão intracraniana, fraqueza muscular, 
amenorreia.
4. Eritropoeitina: aumento do número de eritrócitos. Efeitos adversos: aumento do hematócrito 
(encefalopatia, distensão vascular), diminuição do fluxo sanguíneo (hipóxia).
3.4.4 Bloqueadores Beta Adrenérgicos
• Exemplos: propanolol, atenolol, metoprolol.
• Efeitos procurados: diminuição do tremor e estresse.
• Efeitos Adversos: hipotensão, bradicardia, fadiga.
3.4.5 Diuréticos
• Efeitos procurados: aumento do fluxo urinário para diminuir a concentração de outras subs-
tâncias (agente mascarador), perda rápida de peso.
• Efeitos Adversos: desidratação severa, distúrbios eletrolíticos, mobilização rápida de edema 
(hipovolemia).
 
Link
Acesse o link para saber mais a respeito de toxinas 
naturalmente presentes nos alimentos: <http://
annq.org/congresso2007/trabalhos_apresentados/
T95.pdf>. Acesso em: 12 fev. 2018.
 
50
3.5 Toxicologia de Alimentos
Estuda possíveis efeitos nocivos causados pela ingestão de alimentos e as condições em que 
podem ser ingeridos sem que ocorram esses efeitos. As características da exposição incluem a via 
de introdução, duração e frequência além da população atingida. Os agentes tóxicos presentes em 
alimentos podem ser classificados em:
• Naturalmente presentes: glicosídeos cianogênios, tetradotoxina, alcaloides.
• Contaminantes: micotoxinas (aflatoxina), praguicidas, metais, promotores de crescimento 
(podem provocar efeitos hormonais secundáriosno consumidor e também são promotores de 
carcinogecidade, exemplos de anabolizantes exógenos são o acetato de trembolona, zeranol e 
dietilestibeno) e antibióticos.
• Aditivos: conservantes, edulcorantes, aromatizantes, corantes. São substâncias adicionadas aos 
alimentos com o intuito de modificar suas propriedades organolépticas ou conservação. Devem 
ser submetidos a uma avaliação toxicológica adequada e permanente, devem ser utilizados na 
concentração mínima necessária para obter o efeito desejado, não devem substituir técnicas de 
higiene ou etapa de processamento, e têm seu uso justificado desde que a ingestão não ultrapasse 
os valores recomendados e sua pureza atenda ao grau estabelecido.
Vamos Pensar?
Procure em bases de dados científicos um trabalho que descreva a carcinogênese causada por um 
agente tóxico propriamente dito e, de acordo com o texto, identifique suas principais características 
de intoxicação. Guarde esse texto, pois ele será utilizado na aula seguinte para a identificação dos 
índices biológicos de exposição e métodos para a detecção.
51
Pontuando
• Nesta aula, foram discutidos casos particulares da toxicologia, tais como a toxicologia reprodu-
tiva e do câncer, a toxicologia ocupacional, social e de alimentos, além de casos de dopagem.
• Na toxicologia reprodutiva e do câncer, conceituou-se mutação e definiu-se como ocorrem 
os processos de mutagênese e carcinogênese. Na carcinogênese, três fases são fundamentais 
(iniciação, promoção e progressão), e o desenvolvimento do câncer é avaliado segundo os cri-
térios da IARC. Além disso, foram demonstrados os critérios para diferenciar um tumor benigno 
de um maligno. Outros pontos importantes a serem avaliados na toxicologia reprodutiva são o 
potencial teratogênico dos agentes, a neurotoxicidade, as reações de irritabilidade e de hiper-
suscetibilidade (alergia química e fotoalergia).
• Toxicologia ocupacional ocorre no ambiente específico de trabalho, envolvendo os trabalhado-
res e as substâncias específicas a que estão expostos. Há diferentes índices biológicos de expo-
sição, para cada situação, regulamentados por legislação específica (portaria 12/1983, norma 
regulamentadora n° 7 – anexo II do Ministério do Trabalho).
• Toxicologia social estuda os feitos nocivos do uso não médico de fármacos ou drogas. As subs-
tâncias psicoativas atuam em mecanismos de gratificação cerebral e podem ser classificadas 
em depressoras, estimulantes e perturbadoras. Nesse contexto, conceituou-se dependência 
e as teorias que explicam o uso e dependência de algumas substâncias. Em resumo, a Teoria 
do Reforço Positivo explica o início do uso devido à sensação prazerosa; a Teoria do Reforço 
Negativo explica a manutenção do uso para evitar a Síndrome de Abstinência; e a Teoria da 
Sensibilização explica o descontrole e as recaídas devido ao aumento do número de receptores 
e manutenção de níveis elevados de dopamina.
• Toxicologia de alimentos estuda possíveis efeitos nocivos causados pela ingestão de alimentos 
e as condições em que podem ser ingeridos sem que ocorram esses efeitos. Os agentes tóxicos 
presentes nos alimentos podem ser classificados em naturalmente presentes, contaminantes 
e aditivos.
52
• Dopagem é o ato de utilizar meios artificiais ou substâncias químicas para alterar o desempe-
nho físico e/ou intelectual em uma competição. As principais classes farmacológicas utilizadas 
para essa prática que transgride a ética são os estimulantes, narcóticos, agentes anabolizan-
tes, bloqueadores beta adrenérgicos e diuréticos.
Verificação de Leitura
QuESTÃO 1- Sobre toxicologia reprodutiva e do câncer, NÃO é possível afirmar que:
a) as mutações alteram o genótipo, que é a carga genética do indivíduo. Os agentes que cau-
sam mutações são denominados mutagênicos e podem ser classificados em físicos e químicos.
b) os estudos que comprovam o efeito mutagênico são simples de realizar e avaliar, o que 
faz com que, atualmente, muitas substâncias sejam consideradas mutagênicas.
c) os carcinógenos genotóxicos interagem com o DNA e produzem mutação dos genes que 
controlam o processo de divisão e diferenciação celular.
d) teratogênese é uma alteração iniciada por um efeito adverso na estrutura ou função de 
um órgão, durante a organogênese, acarretando má formação congênita.
e) vários agentes tóxicos atuam alterando a transmissão neurológica, têm ação irritante 
direta sobre os tecidos, agem quimicamente no local de contato com componentes desses 
tecidos ou provocam várias reações de hipersuscetibilidade.
QuESTÃO 2-O índice biológico de exposição (IBE) pode ser avaliado tanto em função dos 
teores do agente químico ou de seus produtos de biotransformação. Dessa forma:
a) não é possível medir o agente químico direta ou indiretamente nos fluidos biológicos.
b) o índice biológico de exposição (IBE) não possui nenhuma correspondência com Limite de 
Tolerância Biológico (LTB).
c) os índices biológicos de exposição permitem o estabelecimento dos chamados Limites 
de Tolerância Biológicos (LTB), que exprimem os valores limites para a presença do agente 
tóxico ou de seus produtos de biotransformação nos fluidos biológicos.
53
d) não é possível determinar níveis máximos de alteração na atividade de enzimas ou de 
outros parâmetros, que podem ser aceitos para a determinação do LTB.
e) um exemplo de determinação do grau de exposição ao chumbo pode ser determinado em 
função da medida do efeito bioquímico, pela determinação da atividade da acetilcolinesterase.
QuESTÃO 3-Dependência é definida como o conjunto de sintomas cognitivos, comporta-
mentais e fisiológicos que indicam que o indivíduo perdeu o controle do uso da droga e 
continua a usar a substância apesar das consequências adversas desse uso. A respeito das 
teorias sobre esse assunto, pode-se afirmar que:
a) a Teoria do Reforço Negativo propõe que a manutenção do uso da droga serve para evitar 
a hipersensibilidade a ela.
b) a Teoria do Reforço Positivo propõe que a manutenção do uso da droga seria para evitar 
a Síndrome de Abstinência.
c) a Teoria do Reforço Negativo diz que todas as drogas que produzem dependência têm em 
comum a propriedade de produzir efeito prazeroso.
d) o desenvolvimento da dependência é fator exclusivo do indivíduo e o tratamento é inde-
pendente do tipo da droga.
e) em resumo, a Teoria do Reforço Positivo explica o início do uso devido à sensação pra-
zerosa; a Teoria do Reforço Negativo explica a manutenção do uso para evitar a Síndrome 
de Abstinência, e a Teoria da Sensibilização explica o descontrole e as recaídas devido ao 
aumento do número de receptores e manutenção de níveis elevados de dopamina
QuESTÃO 4-Dopagem é o ato de utilizar meios artificiais ou substâncias químicas para 
alterar o desempenho físico e/ou intelectual em uma competição. Diante dessa afirmação, 
assinale a alternativa INCORRETA.
a) As substâncias mais utilizadas são os estimulantes, narcóticos, agentes anabolizantes, 
bloqueadores beta adrenérgicos e diuréticos
b) As substâncias promovem aumento da resistência, força, massa muscular, concentração 
ou diminuem a tensão, o peso corpóreo, tremores e dor.
54
c) É uma prática permitida para alterar o desempenho do atleta por ocasião de uma competição 
esportiva.
d) Os narcóticos são utilizados para alívio da dor.
e) Os diuréticos podem ser utilizados também como agentes mascaradores.
QuESTÃO 5-Sobre Toxicologia de Alimentos, podemos afirmar que:
a) estuda possíveis efeitos nocivos causados pela ingestão de alimentos e as condições em 
que podem ser ingeridos sem que ocorram esses efeitos.
b) todos os alimentos são inócuos, ou seja, não apresentam nenhuma substância que seja 
passível de causar intoxicação.
c) todos os alimentos são inócuos, a não ser que sejam adicionadasa eles substâncias como 
corantes e conservantes.
d) todos os alimentos são inócuos, a não ser que estejam contaminados por fungos produ-
tores de aflatoxinas.
e) a principal via de contaminação por alimentos é a cutânea.
Referências Bibliográficas
LEITE, E. M. A.; AMORIM, L. C. A. Toxicologia Geral. Universidade Federal de Minas Gerais 
- Faculdade de Farmácia - Depto de Análises Clínicas e Toxicológicas. Brasil 2006.
OGA, Z. Fundamentos de Toxicologia. 2. ed. São Paulo: 2003. 516.
SALGADO, P. E. D. T.; FERNICOLA, N. A. D. noções Gerais de Toxicologia Ocupacional. 
São Paulo 1989.
55
Gabarito
QuESTÃO 1-Alternativa B
Os estudos que comprovam o efeito mutagênico (e não a ação, que é relativamente frequente) 
são bastante difíceis de realizar e avaliar, o que faz com que, atualmente, poucas substâncias provo-
quem, comprovadamente, o efeito mutagênico.
QuESTÃO 2-Alternativa C
Os índices biológicos de exposição permitem o estabelecimento dos chamados Limites de Tolerância 
Biológicos (LTB), que exprimem os valores limites para a presença do agente tóxico ou de seus pro-
dutos de biotransformação nos fluidos biológicos, ou os níveis máximos de alteração na atividade de 
enzimas ou de outros parâmetros, que podem ser aceitos sem que haja efeitos injuriosos à saúde do 
indivíduo ocupacionalmente exposto.
QuESTÃO 3-Alternativa E
Exatamente o que está nesse tópico descreve corretamente as três teorias, correlacionando-as
QuESTÃO 4-Alternativa C
Nessa alternativa, há uma afirmação contrária ao que foi apresentado, nas demais, há afirmações 
corretas.
QuESTÃO 5-Alternativa A
Nessa alternativa, há o objeto de estudo da toxicologia de alimentos apresentado de forma cor-
reta, nas outras alternativas, existem frases contraditórias ao que foi apresentado.
4
Vigilância 
Biológica na 
Exposição a 
Agentes Químicos
57
Objetivos Específicos
Nesta aula, para finalizar o módulo, serão apresentados os indicadores biológicos de exposição, 
discutindo sobre o valor e as limitações de cada um deles. Ainda, para contextualizar, trataremos de 
alguns programas de prevenção na exposição profissional a agentes químicos, de ações orientadas 
para componentes materiais de trabalho e ações orientadas para os trabalhadores.
Introdução
A avaliação toxicológica compreende a análise dos dados toxicológicos de uma substância ou 
composto químico, com o objetivo de classificá-lo toxicologicamente e, ao mesmo tempo, forne-
cer informações a respeito da forma concreta de seu emprego, bem como as medidas preventivas e 
curativas quando do uso inadequado (LARINI, 2000).
Os dados toxicológicos são informações obtidas através da experimentação em animais de labo-
ratório ou através do registro de casos de intoxicações ocorridas em seres humanos. Compreendem, 
entre outros, a avaliação da toxicidade aguda e crônica. Como os efeitos em longo prazo já foram dis-
cutidos neste módulo (carcinogenicidade, mutagenicidade, entre outros), agora será discutida a toxi-
cidade aguda, pois, através dela, determinam-se alguns índices biológicos de grande importância.
A toxicidade aguda de um composto químico é expressa pela quantidade necessária, em mg/Kg de 
peso corpóreo para provocar a morte de 50% de um lote de animais submetidos à experiência. É repre-
sentada pela sigla DL 50. O animal de eleição para esse teste é o rato albino (macho ou fêmea), utili-
zado em número não inferior a 12 (doze) para cada dose experimental. Para o bioensaio da DL50, pelo 
menos, quatro doses crescentes do composto químico são selecionadas, de tal maneira que a menor 
dose não provoque mortalidade dos animais do grupo e a dose maior provoque 100% de mortes. Com 
efeito, o teste da DL50 tem recebido toda a espécie de críticas, especialmente pelo grande número de 
animais sacrificados, pela imprecisão dos valores obtidos e pelas informações que deixa de fornecer. 
Muitas são as variáveis que influenciam os resultados da DL50, destacando-se entre as principais:
58
• Animais: espécie, linhagem, idade e sexo.
• Substância: via de administração, veículo empregado e velocidade de administração.
• Ambiente: tipo de gaiola empregada, temperatura ambiente, umidade relativa do ar, duração 
do período de adaptação e ciclo dia/noite.
No caso da toxicidade aguda pela via respiratória (contaminantes do ambiente), esta é avaliada atra-
vés da concentração letal média (CL50), que representa a concentração de uma substância química na 
atmosfera, capaz de provocar a morte em 50% dos animais após uma exposição mínima de 60 minutos.
Em função dos valores de DL50, é possível classificar os agentes tóxicos em vários grupos. Assim, 
por exemplo, os praguicidas podem ser classificados toxicologicamente em quatro classes distintas, 
conforme critérios apresentados na Tabela 1.
TABELA 1 - Classificação dos contaminantes ambientais em função do CL50. Fonte: Adaptado de Larini (2000).
Classificação CL50 ppm (4horas)
Extremamente tóxicos 50 ou menos
Altamente tóxicos 50-100
Moderadamente tóxicos 100-1000
Pouco tóxicos 1000 - 10000
Praticamente atóxicos Acima de 10000
A legislação de vários países designou, para proteger os consumidores 
de envenenamentos acidentais, prescrever 
um número de indicações padrões de testes 
de toxicidade nas etiquetas dos produtos. As 
indicações frequentemente mais emprega-
das são as seguintes:
• Dose letal 50 aguda oral.
• Toxicidade dérmica aguda: esse teste 
indica os efeitos da absorção pela pele 
seguida de simples aplicação.
 
Para saber mais
O toxicologista frequentemente está envolvido com 
questões médico-legais, já que causas reais ou sus-
peitas de doenças ocupacionais quase sempre resul-
tam em indenizações para os trabalhadores ou rec-
lamações por negligência. Uma ação legal de sucesso 
por parte do reclamante ou do defendente depend-
erá sobremaneira de sua habilidade em demonstrar, 
comumente através de testemunho médico ou de 
outro profissional, que a exposição ocupacional prej-
udicou sua saúde (LEITE; AMORIM, 2006).
 
59
• Irritação aguda ou primária: está rela-
cionada aos efeitos imediatos do pro-
duto químico na pele, olhos ou mem-
branas mucosas.
• Inalação aguda.
• Ingestão ou alimentação subaguda e 
crônica.
• Absorção pela pele subaguda e crônica.
• Inalação subaguda e crônica.
• Sensibilização da pele.
Os detalhes bem como a ação dos produ-
tos químicos para esses testes são encontrados em bibliografia específica. Nessa mesma bibliogra-
fia se encontram as informações necessárias sobre como colocar tais informações nas etiquetas dos 
produtos. Alguns métodos que podem ser realizados estão descritos a seguir.
4.1 Métodos de Expressão de 
Dosagem Efetiva
4.1.2 – Threshold Limit Values (TLV – Valor do Limite de 
Tolerância)
Formalmente, é a concentração máxima permitida. Nos Estados Unidos, o Valor Limite de Tolerância 
(TL ou TLV), definido pela Conferência Americana de Higienistas Industriais Governamentais, tem rece-
bido uma aceitação muito grande. Muitos dos Valores Limite de Tolerância se referem a concentrações 
de média ponderada no tempo para um dia normal de trabalho, mas alguns são níveis que não devem 
ser excedidos em nenhum momento. Próximo aos valores relatados para os TLVs estão os chamados 
“padrões de concentrações aceitáveis” promulgados pela Associação de Padrões Americanos (ASA). De 
acordo com a ASA, esses padrões são designados para prevenir:
 
Link
Há muitos documentos para a determinação de cada 
um dos testes, com parâmetros específicos a serem 
adotados. Neste documento (<http://www.usp.br/
bioterio/Artigos/Procedimentos%20experimentais/
Alternativa.pdf>), há uma discussão sobre a mel-
hor maneira de determinar a DL50. Outras infor-
mações também podem serobtidas no estudo so-
bre avaliação de segurança de fármacos neste link: 
<http://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/4505/1/
PPG_21439.pdf>. Acesso em: 29 jan. 2018.
 
60
• mudanças indesejáveis na estrutura 
ou bioquímica do corpo;
• reações funcionais indesejáveis, que 
podem não ter efeitos perceptíveis na 
saúde;
• irritações ou outros efeitos sensores 
adversos.
Para algumas poeiras, particularmente 
aquelas contendo sílica, o Valor Limite é 
comumente expresso em milhões de partículas por metro cúbico de ar. A aplicação literal do Valor 
Limite de Tolerância é perigosa pelas seguintes razões:
• A grande maioria de Valores Limites publicados são baseados em especulação, opinião ou 
experiências limitadas em ratos, camundongos, porcos da índia ou outros animais de labora-
tório. Em poucos casos, os valores foram estabelecidos firmemente com base na exposição de 
seres humanos e correlacionados com observações ambientais adequadas.
• Concentrações de materiais tóxicos ou perigosos, em qualquer ambiente de trabalho, raramente 
permanecem constantes durante um dia de trabalho. A ocorrência de “ondas” é bem conhecida.
• Exposições industriais frequentemente envolvem misturas em vez de apenas um composto. 
Muito pouco se sabe sobre os efeitos de misturas.
• Indivíduos variam tremendamente em sua sensibilidade ou susceptibilidade para substâncias tóxicas. 
Os fatores que controlam essa variação não são bem entendidos. Não deve ser considerado que con-
dições seguras para uma pessoa serão condições seguras para todos os indivíduos.
• Existe, talvez, uma tendência em considerar uma substância meio tóxica em relação a outra se 
o Valor Limite for duas vezes maior.
• Um simples valor do Valor Limite de Tolerância é comumente mencionado para substâncias 
que ocorrem na forma de sais ou compostos de diferentes solubilidades ou de diferentes esta-
dos físicos (por exemplo: chumbo, mercúrio).
 
Para saber mais
Para gases e vapores, o Valor Limite de Tolerância é 
comumente expresso em partes por milhão (ppm), 
que é a proporção de partes de gás ou vapor por 
milhão de partes de ar no ambiente. Para partículas 
aerodispersoides, fumos e névoas, bem como para al-
gumas poeiras, o Valor Limite é comumente expresso 
em miligramas por metro cúbico de ar (mg/m3).
 
61
• O Valor Limite pode ser escrito em instrumentos legais (leis e códigos) e, dessa maneira, ser 
utilizado para diversos propósitos.
Se as limitações acima forem entendidas e aceitas, o Valor Limite publicado pode ser empregado 
com grandes vantagens práticas. A principal utilização é em conexão com projetos de sistemas de 
ventilação. Os profissionais de ventilação devem ter uma figura concreta (valor limite de contami-
nante permitido) para servir como base de desenvolvimento do sistema de ventilação.
Não deve ser considerado, entretanto, que o atendimento da concentração abaixo do Valor 
Limite publicado necessariamente irá prevenir todos os casos de envenenamento ocupacional, 
nem que concentrações que excedem os limites terão, necessariamente, como resultados casos de 
envenenamento.
O conceito conhecido como Lei de Haber, que envolve o produto da concentração pelo tempo (C 
x T = K), expressa um índice do grau do efeito tóxico. Este também pode ser mal-entendido, desde 
que o relativo efeito de grandes doses em curtos períodos de tempo possa guardar pequena relação 
com o efeito de pequenas doses durante um longo período de tempo.
4.1.3 – Dose Letal Mínima e Teste LD50
Em toxicologia experimental, é comum a prática de determinar a quantidade de veneno por uni-
dade de peso do corpo de um animal experimental que terá um efeito fatal (uma escala comumente 
usada é de miligrama de veneno por quilograma de peso do corpo).
A quantidade por peso do corpo que irá causar uma única morte em um grupo de animais é conhecida 
como a dose letal mínima (MLD). A expressão mais comumente utilizada em experiências de toxicologia 
industrial é a quantidade que irá matar metade de um grupo de animais. Esta é conhecida como o Teste 
LD50 (Dose Letal de 50%), que representa 50% de fatalidade (MUNHOZ, 2011).
62
4.1.4 – Range Finding Test (Teste de Descobrimento de Escala)
Esse método para determinar e expressar o grau de toxicidade de produtos químicos utilizados 
na indústria foi desenvolvido primeiramente por H.F. Smyth Jr. e seus colaboradores. Sua maior uti-
lidade é no teste de novos produtos, para os quais não existem dados toxicológicos. A base desse 
teste é a comparação da potência de um composto desconhecido com a do material mais familiar. 
Isso é possível desde que haja um número de produtos químicos com dados toxicológicos extensivos 
razoavelmente já disponíveis. Por essa técnica, certa quantidade de valiosas informações pode ser 
obtida num espaço de cerca de três semanas (MUNHOZ, 2011).
4.1.5 – Hazard Rating (Razão de Perigo)
Esse termo é mencionado em livros para indicar quando um material é levemente, moderada-
mente ou severamente tóxico, ou até mesmo se não é tóxico (U). É obviamente um método simples 
e grosseiro, mas servirá como um guia direto para o risco envolvendo exposição a vários produtos, 
até que informações mais recentes e completas estejam à disposição.
A Razão do Perigo de produtos químicos industriais é baseada na interpretação de todas as infor-
mações disponíveis, particularmente Valor Limite de Tolerância, LD50, Teste de Descobrimento de 
Escala, bem como na experiência humana.
4.2 Princípios 
de Prevenção
Qualquer programa efetivo para a preven-
ção de envenenamento ocupacional depende 
da equipe de trabalho. As pessoas chaves da 
equipe de prevenção são o médico do traba-
lho, com seu conhecimento em toxicologia; o 
 
Para saber mais
O enfermeiro do trabalho, devido ao seu contato 
mais constante com os trabalhadores, sempre for-
necerá os primeiros indícios da existência de uma 
situação potencialmente perigosa. Os supervisores 
também participam com uma parte importante, 
enquanto uma força de trabalho bem informada, 
instruída para reconhecer sinais perigosos, consti-
tui uma linha de defesa adicional.
 
63
engenheiro e o técnico de segurança do trabalho, com seu conhecimento e entendimento dos procedi-
mentos de medição; e o químico, que fornece os dados analíticos principais.
Já foi dito que o entendimento dos princípios básicos da toxicologia industrial é fundamental 
em qualquer programa de prevenção. Um ponto muito importante é conhecer quais materiais cau-
sam envenenamentos e a toxicidade relativa dos vários compostos ou grupos de compostos. Outra 
necessidade básica é o entendimento de como as substâncias tóxicas são absorvidas, e a importân-
cia relativa das várias rotas de absorção.
A percepção de que a inalação é o principal modo de entrada significa que a principal medida de 
prevenção é a redução de contaminação atmosférica. Para proteção contra produtos químicos que 
podem ser absorvidos através da pele, luvas impermeáveis adequadas bem como roupas e botas 
devem ser fornecidas.
Mesmo que pouco se conheça sobre suscetibilidade individual, os poucos fatos que estão disponíveis 
podem ser de grande ajuda para selecionar locais de trabalho para certas pessoas, em que a idade, sexo, 
estado de nutrição ou doenças prévias não irão constituir nenhuma ameaça extra à saúde.
A completa familiaridade com os limites de tolerância bem como sua interpretação e aplicações 
são essenciais para o técnico que é chamado para designar os sistemas de ventilação. Todas as pes-
soas que estão relacionadas com o programa preventivo devem saber que meses ou anos de expo-
sição podem decorrer antes de aparecerem manifestações tóxicas, e o médico, em particular, deve 
estar preparado para detectar e reconheceras primeiras evidências do envenenamento. A falha em 
aplicar esses poucos fundamentos pode custar caro, não apenas em termos de perda de produção e 
perda de receita, mas também em termos de saúde, ou até vidas.
Procedimentos preventivos são comumente divididos em duas grandes categorias: controle 
médico e controle de engenharia.
64
4.2.1 Controle Médico
Esse termo é utilizado para descrever 
aqueles procedimentos que são aplicados 
para os empregados. Eles incluem:
• Exame médico pré-admissional: um 
dos propósitos desses exames é prote-
ger trabalhadores com suscetibilidade 
conhecida contra qualquer exposição 
potencialmente perigosa. Um indivíduo 
que no seu exame pré-admissional apresentou problemas pulmonares, como tuberculose, não 
deve ser colocado em trabalhos nos quais possa estar exposto a pó de sílica; e um indivíduo que 
apresenta uma doença no fígado não deve ser exposto a hidrocarbonetos halogenados.
• Exames periódicos: seu maior propósito é detectar qualquer existên-
cia de evidências de envenenamento nos primeiros estágios, quando 
medidas corretivas podem ser espe-
radas, com completa recuperação. A 
correção pode necessitar da implan-
tação de práticas de higiene industrial 
por períodos temporários ou mudan-
ças permanentes do trabalho reali-
zado, ou até mesmo, em alguns casos, 
uma mistura dos dois.
• Educação: o propósito desta é informar trabalhadores e supervisores da natureza de qualquer 
material de perigo potencial com que eles possam entrar em contato. É esperado de uma força de 
trabalho bem informada que aceite e observe as medidas de precaução recomendadas.
 
Link
NR 07 PCMSO: <http://trabalho.gov.br/se-
guranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/
normas-regulamentadoras/norma-regulam-
entadora-n-07-programas-de-controle-medi-
co-de-saude-ocupacional-pcmso>. Acesso em: 29 
jan. 2018.
 
 
Link
Para saber mais a respeito da NR 6, acesse o link: 
http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/
NR/NR6.pdf. Acesso em 29 jan. 2018.
 
65
• Equipamentos de proteção individual: com poucas exceções, os equipamentos de proteção 
individual devem ser utilizados quando somente a aplicação de sistemas de engenharia não 
oferecer uma saída mais adequada.
Uma vez que a maior probabilidade de contaminação é através da respiração, o uso de respirado-
res é cada vez maior, e estes têm sido amplamente empregados para proteção contra a presença de 
gases, vapores, névoas, pós e fumos de substâncias potencialmente perigosas.
Obviamente, o respirador deve ser devidamente selecionado para ser empregado nas situações 
apropriadas. Para ser efetivo, o respirador deve ser individualmente testado com o usuário (teste 
de vedação). Os filtros devem ser trocados regularmente e com a frequência adequada. Um pro-
grama de limpeza regular, troca de peças gastas e manutenção preventiva são altamente desejá-
veis. Aqueles que são obrigados a usar respiradores devem ser completamente instruídos sobre sua 
correta utilização e manutenção. A não ser que essas regras sejam seguidas, não se pode dizer que 
os respiradores estão realmente evitando a contaminação e, em alguns casos extremos da falta de 
controle, pode ser preferível não utilizá-los.
4.2.2. Controle de Engenharia
 Nessa categoria estão incluídos aqueles procedimentos que são aplicados para o ambiente de tra-
balho, mais do que para o indivíduo. Os controles de engenharia mais importantes são os seguintes:
• Substituição de uma substância mais tóxica.
• Confinamento do processo e a segregação.
Em algumas situações, a segregação pode ser estabelecida colocando o processo em áreas semia-
bertas e isoladas ou, até mesmo, em ambientes completamente abertos.
• Ventilação: esta é, talvez, a medida mais importante em engenharia de controle. A venti-
lação pode ser local ou geral. Ventilação geral consiste na rápida diluição do contaminante 
em ar fresco, comumente por ventiladores localizados em janelas ou sobre as cabeças nos 
locais de trabalho. Ventiladores ou sopradores podem operar trazendo ar não contaminado a 
um ambiente, forçando dessa maneira o contaminante a sair do ambiente através das saídas 
66
naturais, tais como portas e janelas, ou através da sucção do ar ambiente, gerando um vácuo 
parcial, que é preenchido pela entrada de ar fresco. Correntes de ar não agradáveis, particu-
larmente próximas a portas e janelas, podem ser geradas quando a ventilação é produzida em 
grandes quantidades. Ventilação local consiste em promover sucção de ar próxima à área onde 
poeiras, névoas, fumos, gases e vapores perigosos são gerados. Isto permite a remoção de 
contaminantes com quantidades relativamente pequenas de ar e previne a contaminação de 
áreas de trabalho adjacentes. A coleta e disposição de contaminantes removidos por exaustão 
local, algumas vezes, apresentam um grande problema de engenharia. Em alguns processos, 
especialmente aqueles envolvendo o uso de produtos químicos voláteis, é uma prática comum 
instalar um sistema de recobrimento como parte do sistema de ventilação. Isto pode resultar 
em economia de dinheiro uma vez que o sistema terá uma vida útil maior, tornando-se viável.
• Absorção por água: o uso da água para limitar a dispersão de contaminantes na atmosfera 
encontra sua maior aplicação na retenção de poeiras. Esse procedimento é largamente utili-
zado em sistemas de corte de pedras, pinturas ou atividades similares.
• neutralização ou inativação de compostos químicos: algumas vezes, em conexão com a 
exaustão local, é um meio muito útil na limpeza de áreas contaminadas. Procedimentos gerais 
de limpeza talvez sejam o mais simples de todos os controles de medição, e o mais importante 
e valoroso. A adoção de padrões de limpeza regulares, particularmente onde o problema é rela-
cionado à poeira, é essencial em qualquer programa de controle.
Em adição aos procedimentos específicos enumerados, é sempre importante conduzir estimativas 
regulares do ambiente de trabalho através de medições dos contaminantes e de verificação da efe-
tividade das ações preventivas.
67
Vamos Pensar?
Com o texto da aula passada, identifique os índices biológicos de exposição e métodos para a 
detecção. Faça uma resenha discutindo os testes aplicados, comparando com aqueles que foram 
discutidos nesta aula. Além disso, faça uma reflexão sobre a disciplina completa e escreva o que 
foi útil para a sua prática rotineira, o que é passível de aplicação e também as críticas e sugestões 
ao módulo.
Pontuando
• Para finalizar este módulo, foram apresentados os indicadores biológicos de exposição. 
Discutiu-se sobre toxicidade aguda e a forma de determiná-la. Uma dessas formas é através 
da determinação da dose letal, capaz de provocar a morte em 50% (DL50) de um lote de ani-
mais submetidos à experiência. Há muitas críticas a esse método de determinação, porém, 
com os valores encontrados, é possível classificar os agentes tóxicos de acordo com a Tabela 1.
• Há uma série de testes determinados pela legislação para evitar envenenamentos acidentais, 
e esses testes, bem como a maneira de realizá-los, podem ser encontrados na bibliografia 
especializada.
• Dentre os métodos de expressão de dosagem efetiva, existem:
• TLV (Valor do Limite de Tolerância): formalmente, é a concentração máxima permitida. Próximo 
a esses valores estão os padrões de concentrações aceitáveis.
• Dose letal mínima e teste DL50.
• Teste de Descobrimento de Escala, sendo que a base desse teste é a comparação da potência 
de um composto desconhecido com a do material mais familiar.
• Razão de Perigo é um teste simples e grosseiro, que indica quando um material é levemente, 
moderadamente ou severamente tóxico, ou até mesmo se não é tóxico(U).
• Os profissionais diretamente envolvidos nos programas de prevenção são o médico do traba-
lho, com seu conhecimento em toxicologia; o engenheiro e o técnico de segurança do trabalho, 
68
com seu conhecimento e entendimento dos procedimentos de medição; e o químico, que for-
nece os dados analíticos principais. O enfermeiro do trabalho, devido ao seu contato mais 
constante com os trabalhadores, sempre fornecerá os primeiros indícios da existência de uma 
situação potencialmente perigosa.
• Os procedimentos preventivos geralmente incluem o controle médico (exame pré-admissional, 
periódicos e campanhas de educação) e o controle de engenharia.
Glossário
• Limite de Tolerância: de acordo com a Conferência (ACGIH), esses valores representam con-
dições sob as quais se acredita que aproximadamente todos os trabalhadores podem estar 
expostos, dia após dia, sem efeitos adversos (MUNHOZ, 2011).
• Substituição de uma substância mais tóxica por uma substância menos tóxica, quando pos-
sível tecnologicamente. Exemplos comuns desse procedimento são o uso de certas cetonas no 
lugar de Benzeno e o uso de granalha metálica em vez de sílica em operações de jateamento.
• Confinamento do processo: esta é a aplicação mais comum em indústrias químicas, nas quais 
frequentemente é possível e prático projetar sistemas totalmente fechados para sistemas de 
descarga de produção ou de processo de produtos químicos.
• Segregação: este pode ser acompanhado pelo confinamento de processo potencialmente 
perigoso para uma segregação ou enclausuramento de área, para prevenir contaminação de 
áreas de trabalho adjacentes. Em algumas situações, a segregação pode ser estabelecida colo-
cando o processo em áreas semiabertas e isoladas ou, até mesmo, em ambientes completa-
mente abertos.
69
Verificação de Leitura
QuESTÃO 1-1. Sobre o teste DL50, assinale a alternativa correta.
a) O animal de eleição para esse teste é o rato albino (macho ou fêmea), utilizado em núme-
ro inferior a 12 (doze) para cada dose experimental.
b) Para o bioensaio da DL50, apenas quatro doses crescentes do composto químico são sele-
cionadas, de tal maneira que a menor dose pode provocar mortalidade dos animais do grupo 
e a dose maior provoque 100% de mortes.
c) É um teste comum em toxicologia experimental, no qual se determina a quantidade ne-
cessária, em mg/kg de peso corpóreo, para provocar a morte de 50% de um lote de animais 
submetidos à experiência.
d) Espécie, linhagem, idade e sexo dos animais, bem como via de administração, veículo 
empregado e velocidade de administração não influenciam nos resultados de DL50.
e) Concentração letal média (CL50) é um teste semelhante à DL50, só que para via de ad-
ministração cutânea, que representa a concentração de uma substância química, capaz de 
provocar a morte em 50% dos animais após uma exposição mínima de 60 minutos.
QuESTÃO 2-Em função dos valores da DL50, é possível classificar os agentes tóxicos em 
vários grupos. De acordo com a Tabela 1, assinale a alternativa ERRADA:
a) Altamente tóxicos – CL50 ppm (4h) 50 -100.
b) Moderadamente tóxicos – CL50 ppm (4h) 100-1000.
c) Pouco tóxicos – CL50 ppm (4h)1000 -10000.
d) Praticamente atóxicos – CL50 ppm (4h) acima de 10000.
e) Extremamente tóxicos – CL50 ppm (4h) acima de 10000.
70
QuESTÃO 3-Sobre os métodos de expressão de dosagem efetiva, é correto afirmar que:
a) Teste de Descobrimento de Escala não é realizado pela comparação da potência de um 
composto desconhecido com a do material mais familiar, por nem sempre ser possível rea-
lizar essa transferência de conhecimentos de uma substância para outra.
b) TLV (Valor do Limite de Tolerância) formalmente é a concentração máxima permitida. 
Próximos a esses valores estão os padrões de concentrações aceitáveis pela Associação de 
Padrões Americanos (ASA).
c) Razão de Perigo é um teste refinado que indica quando um material é levemente, mode-
radamente ou severamente tóxico ou, até mesmo, se não é tóxico (U).
d) TLV (Valor do Limite de Tolerância) é a quantidade necessária, em mg/kg de peso corpó-
reo, para provocar a morte de 50% de um lote de animais submetidos à experiência.
e) Para qualquer material, TLV é expresso em ppm.
QuESTÃO 4-Sobre o controle médico aplicado nos programas de prevenção, pode-se afir-
mar que:
a) são procedimentos aplicados aos funcionários que incluem o exame médico pré-admissio-
nal, os exames periódicos e as campanhas de educação.
b) o exame pré-admissional tem por objetivo identificar doenças prévias para evitar a con-
tratação de profissionais susceptíveis à intoxicação.
c) os exames periódicos são realizados para detecção tardia de intoxicação aos agentes tó-
xicos no ambiente de trabalho.
d) o médico do trabalho é o único profissional responsável pelas equipes de prevenção à ex-
posição ocupacional.
e) todas as pessoas que estão relacionadas com o programa preventivo devem saber que as 
manifestações tóxicas aparecem quase que imediatamente após o contato com o agente 
tóxico e que, por isso, são importantes os exames periódicos.
71
QuESTÃO 5-Sobre o controle de engenharia aplicado nos programas de prevenção, NÃO 
é possível afirmar que:
a) a completa familiaridade com os limites de tolerância bem como sua interpretação e apli-
cações são essenciais para o técnico que é chamado para designar os sistemas de ventila-
ção.
b) todas as pessoas que estão relacionadas com o programa preventivo devem saber que 
meses ou anos de exposição podem passar antes de aparecerem manifestações tóxicas.
c) ventilação não é a medida mais importante em engenharia de controle.
d) uma vez que a maior probabilidade de contaminação é através da respiração, o uso de res-
piradores é cada vez maior, estes têm sido amplamente empregados para proteção contra a 
presença de gases, vapores, névoas, pós e fumos de substâncias potencialmente perigosas.
e) o uso de respiradores é cada vez maior, estes têm sido amplamente empregados para 
proteção contra a presença de gases, vapores, névoas, pós e fumos de substâncias poten-
cialmente perigosas.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Normas Regulamentadoras. Disponível em: <http://
trabalho.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras>. 
Acesso em: 16 jan. 2018. 
LARINI, L. Toxicologia Ocupacional. Revinter. 2000. 
LEITE, E. M. A.; AMORIM, L. C. A. Toxicologia Geral. Universidade Federal de Minas Gerais - 
Faculdade de Farmácia - Depto de Análises Clínicas e Toxicológicas. Brasil 2006.
MUNHOZ, J. A. Apostila Básica de Toxicologia. 2011.
72
Gabarito
QuESTÃO 1-Alternativa C
Nessa alternativa, há a descrição do procedimento para a realização do teste DL50, apresentada 
de forma correta; nas outras alternativas, há frases contraditórias ao que foi apresentado.
QuESTÃO 2-Alternativa E
Nessa alternativa, há uma afirmação contrária ao que foi apresentado; nas demais, existem afir-
mações corretas, de acordo com a Tabela 1.
QuESTÃO 3-Alternativa B
Nessa alternativa, há a descrição do índice TLV (Valor do Limite de Tolerância) de forma correta; 
nas outras alternativas, existem frases contraditórias ao que foi apresentado.
QuESTÃO 4-Alternativa A
A afirmativa apresentada nessa alternativa está correta, enquanto, nas outras alternativas, há 
frases contraditórias ao que foi apresentado.
QuESTÃO 5-Alternativa C
Nessa alternativa, há uma afirmação contrária ao que foi apresentado; nas demais, existem afir-
mações corretas.
	As Bases da Toxicologia
	Parâmetros Cinéticos e Dinâmicos Aplicados à Toxicologia
	Casos Particulares de Toxicologia
	Vigilância Biológica na Exposição a Agentes Químicos

Mais conteúdos dessa disciplina