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Resenha Descritiva Licitação

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LICITAÇÃO
MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo Moderno. 21. ed. rev. e atual. Belo Horizonte: Forum, 2018, p. 175-211.
Ana Carolina de Faria dos Santos[1: Acadêmicas de Direito do 6º semestre. UNIDESC, 2019/2.]
Cleudineia P. Silva Pince
	A autora é professora titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e sua obra Direito Administrativo Moderno trata a respeito dos princípios, normas e institutos do direito administrativo brasileiro. O capítulo em questão aborda a temática da licitação, dividindo-se 23 (vinte e três) subtópicos.
Medauar inicia conceituando licitação, sendo um ato que antecede grande parte dos contratos celebrados por autoridades e órgãos administrativos. Afinal é vedada, via de regra, conforme previsto na Constituição Federal, a contração livre, em observância aos princípios da igualdade e moralidade administrativa. 
	Ademais, apresenta legislação básica, incluindo a Constituição Federal, na qual prevê em seus artigos 22 e 37, a competência da União para legislar normas gerais de licitação e contratação, todas as modalidades, para as Administrações Públicas diretas, autárquicas e fundacionais das esferas governamentais e para empresas públicas de economia mista no art. 173. Destarte, competindo aos Estados, Municípios e Distrito Federal legislarem sobre normas específicas para seus respectivos âmbitos de atuação. Para tanto, essas leis são editadas com fundamentos nas leis gerais, ou as contratações são feitas exclusivamente com base naquelas, conforme regulamentação da Lei nº 8.666/93. Soma-se a essa a Lei nº10.520, que institui a modalidade de licitação denominada pregão, a todos os entes da federação. Dentre outros dispositivos legais, incluindo a Lei complementar nº 123. Lei das Estatais nº 13.303/2016. Abrangendo as sociedades cooperativas, conforme Lei nº 11.488/2007. Inclusive, as que são antagônicas, como é o caso da Lei nº 13.303.
	Ademais, alterações posteriores foram legisladas – Lei nº 12.462/2011 – para Regime Diferenciado de Contrações Públicas.
	A licitação no ordenamento jurídico brasileiro é gênero que se subdivide em modalidades, e veda outras formas que não estejam previstas. Ademais, a Lei nº 10.520/2002 instituiu o pregão que se estende aos Estados, Distrito Federal e Municípios. São modalidades da licitação: Concorrência (prevista na Lei nº 8.666/93, art. 15 (registros de preços, possibilitando, neste caso, o pregão), art. 17 (alienação de bens públicos imóveis em geral, além de alienação de bens móveis de valor superior), art.19 (mediante leilão), art. 22 (requisitos de participação), art. 23(concessão de direito real de uso e nas licitações internacionais). Tomadas de preços (conforme previsão na Lei nº 8.666/93, art. 22 (para os já cadastrados), exigindo dos não cadastrados a documentação prevista nos art. 27 e 31). Convite (Lei nº 8.666/93, art. 22). Concurso (Participa qualquer interessado, conforme critérios constantes em edital publicado na imprensa oficial, de acordo com o art. 22, da Lei nº 8.666/93) O regulamento deve ser próprio, porém obedecendo aos preceitos do art. 52, caput e §§ 1º e 2º. Sendo o julgamento realizado, conforme diretrizes do art. 51 e a entrega do prêmio à luz do art. 111, caput). Leilão (modalidade de licitação entre quaisquer interessados, nas condições dos art. 19 e 22, da Lei nº 8.666/93). Pode ser cometido por leiloeiro oficial ou servidor designado, na forma da legislação pertinente (art. 53, caput) e a sua publicação e prazo, previamente avaliado, além de pagamento à vista nos leilões internacionais, conforme §§ 4º, 1º e 3º, art. 53). Pregão (A priori instituído por meio de Medida Provisória (4.5.2000), limitada ao Distrito Federal, ampliado, posteriormente, aos demais entes da federação, por meio da Lei nº 10.520/2002. 
Contudo, a concorrência, a tomada de preços e convite são as modalidades utilizadas com mais frequência pela Administração Pública. As três, com base no valor do futuro contrato, e previsão legal, art. 23 e art. 120 da Lei nº 8.666/93, com a redação dada pela Lei nº 9.648, de 27.5.1998). Sendo o valor dobrado, quando se tratar de consórcio com até três entes da federação e se tiver maior número de integrantes aplica-se o triplo (§8º do art. 23 da Lei nº 8.666/93, acrescentado pela Lei nº 11.107/2005 – consórcios públicos).
	O Registro Cadastral (art. 34, Lei nº 8.666/93), cuja validade de manutenção para efeito de habilitação é de um ano, contém documentos de interessados em participar de licitações, sendo, portanto, necessário Certificado de Registro Cadastral (CRC). O mesmo possibilita participação nas tomadas de preço, substituir documentação, conforme previsto no edital, controle do inscrito na execução dos contratos, o registro, para tal, deverá estar amplamente divulgado para interessados e os responsáveis realizarem ao menos anualmente o chamamento público de atualização e novas adesões. Para a inscrição a documentação necessária deve obedecer, dentre outras normativas, o disposto no inc. XXXIII do art. 7º da CF. A ordem de classificação dos inscritos seguirá as indicações dos arts. 30 e 31. A inscrição no registro cadastral, alteração ou cancelamento ocorrem mediante comissão especial ou permanente, com número mínimo previsto (art. 51, caput e §2º), e os recursos ao indeferimento do que foi solicitado (art. 109, I, d).
 	Para tal, a comissão é constituída em competência e quantidade, conforme art. 51, caput e presenciará, obrigatoriamente, a habilitação preliminar dos licitantes, a classificação das propostas e o julgamento. Além disso, ela ordena publicações de atos, presta informações aos licitantes e interessados, efetua diligências, recebe documentos, dentre outras atribuições. Podendo essa, a critério da Administração, ser permanente ou especial, obedecendo o período previsto no art. 51, §4º, os quais respondem solidariamente pelos atos em comissão, ressalvados os casos de posição individual divergente. 
	As etapas do processo licitatório são conforme a lei determina, incluindo art. 43 da Lei no 8.666/93, a partir da habilitação até a adjudicação. Sendo elas: Instauração ou abertura: o edital. É, portanto, esse, a lei que normatiza a licitação, não devendo, portanto, ser descumprida (art. 41, caput). Destarte, é estruturado em preâmbulo, arrolando dados obrigatórios (art. 40). A sua divulgação deve obedecer aos prazos previstos, além de os veículos intitulados para tal (art. 21). O cidadão, para impugná-lo, tem que ter legitimidade e obedecer aos prazos, ademais, a comissão também obedecerá a previsão legal para oferecer resposta ao que foi apontado.
	Posterior a essa fase, inicia-se a da habilitação que preconiza a verificação dos licitantes com o intuito de observar se os mesmos têm condições para celebrar e executar o futuro contrato; comprovada mediante apresentação de documentação, arrolada em lei, salvo a exigência, inserida pela Lei no 9.854/99 e Decreto nº 4.358, de 5/9/2002. Disposto no inc. XXXIII do art. 7º da CF (esta última exigência foi inserida no art. 27 da Lei no 8.666/93 pela Lei nº 9.854, de 27.10.1999, para vigorar a partir de cento e oitenta dias de sua publicação). A regularidade trabalhista foi acrescentada ao inc. IV do art. 27 da Lei no 8.666/93 pela Lei nº 12.440, de 7.7.2011. Além das especificidades acima mencionadas, há de se considerar também a habilitação jurídica (art. 28). Dentre elas a qualificação técnica (art. 30); qualificação econômico-financeira (art. 31); regularidade fiscal (art. 29) e também o §3o do art. 195 da CF; ademais, que o licitante demonstre não empregar menores de 18, XXXIII do art. 7o da CF, menores de 16 ou 14, excetuada a condição de aprendiz. São abertas exceções nos casos de convite, concurso, leilão, fornecimento de bens para pronta entrega (§1º do art. 32 da Lei no 8.666/93) e art. 23, inc. II, alínea a (§7º do art. 32 da Lei nº 8.666/1993, incluído ante a Lei no 13.243/2016. Devendo ser observados alguns preceitos quando a licitação permitir que participe empresas em consórcio (arts.28, 31 e 33). Devendo ainda a abertura dos envelopes de documentos ocorrer em sessão pública, e se todos os documentos obedecerem às exigências legais o licitante será considerado habilitado. Caso contrário, será considerado inapto, perdendo o direito de participar de outras etapas subsequentes (§4o do art. 41). Sendo todos considerados inaptos, abre-se prazo para apresentação de nova documentação.
	A fase de classificação e julgamento é o momento de verificar se os documentos constantes nos envelopes estão de acordo com os requisitos do edital ou do instrumento convocatório. Os preços precisam estar de acordo com o que prevê o art. 43, III e IV, pois não serão admitidos preços simbólicos, irrisórios ou de valor zero incompatíveis com o mercado. Havendo previsão no edital, de apresentação de proposta técnica e proposta financeira, nessa ordem serão analisados. Inexistindo recursos e efeitos suspensivos, realiza o julgamento. Os critérios adotados, para tal são: de menor preço (art. 45, §1º, I); de melhor técnica (art. 45, §1º, II); de técnica e preço (art. 45, §1o, III); de maior lance ou oferta (art. 45, §1o, IV). Devendo a comissão levar em conta os critérios objetivos indicados do edital ou carta-convite (arts. 44 e 45, caput, art. 3º, §1º, I, parte final, §§5º a 12 do mesmo artigo, art. 3º da Lei no 8.248, de 23/10/1991; Lei Complementar no 123/2006, mas também o inc. IV do art. 27 da Lei no 10.973, de 2.12.2004, na redação dada pela Lei no 12.349/2010. Obedecendo as proibições do §§1º e 2º do art. 44).
	Havendo empate, em igualdade de condição, obedecer §2º do art. 3º da Lei nº 8.666/93, além do art. 44 da Lei Complementar no 123/2006, com alterações posteriores, podendo ainda fazer uso do sorteio, em ato público.
	Após perpassar por todas as etapas classificatórias encaminha-se para autoridade superior competente, para que examine os elementos dos autos e se manifeste, podendo ser: anuência e homologação, determinação de retorno dos autos à comissão, anulação ou revogação.
	A adjudicação é fase em que o objeto do futuro contrato é atribuído ao vencedor da licitação, após obedecida a ordem das classificações das propostas (art. 43, VI). Não sendo permitido celebrar o contrato com terceiros não envolvidos no processo, sob pena de nulidade (art. 50) dentre outras sanções para a Administração.
	Há previsão legal, em alguns casos, para inversão das fases da licitação, indicados na Lei nº 8.666/93. A saber, no pregão – Lei no 10.520/2002, art. 4º; como faculdade, nas parcerias público-privadas – Lei nº 11.079/2004, art. 13; e nas concessões e permissões de serviço público – Lei nº 8.987/95, art. 18-A, acrescentado pela Lei nº 11.196/2005.
	É sabido que a Lei 8.666/93 prevê situações em que dispensa a licitação, são os chamados contratação direta. No entanto, em todos os casos de dispensa de licitação, se ficar comprovado irregularidades, respondem solidariamente o contratado e o agente público pelo prejuízo causado à Fazenda Pública. Ademais, o art. 24 enumera alguns casos de dispensa de licitação. Outra hipótese de dispensa é prevista no art. 20 da Lei nº 10.973, de 2/12/2004, na redação da Lei nº 13.243/2016, somada a hipótese que advém da Lei nº 13.334/2016. Além disso, são considerados também como elementos de inexigibilidade: exclusividade, notória especificação, contração de profissional de setor artístico, ou empresário exclusivo consagrado pela mídia.
	O processo licitatório pode ser anulado ou revogado por autoridade administrativa, desde que seja motivado e assegurado o contraditório e a ampla defesa aos interessados. Podendo a anulação ser resultado da ilegalidade, podendo decorrer também de sentença ou acórdão do Poder Judiciário. O que poderá levar a anulação do contrato, produzindo efeitos retroativos. Enquanto a revogação desfaz o processo por razões de interesse público, destarte, o vencedor da licitação não terá direito ao contrato.
	A licitação pode sofrer controles internos, pela própria administração (por meio de ofício ou provocação) ou externos (entes alheios a administração). A lei 8.666/93 elenca que sua execução enseja: recurso hierárquico, representação, pedido de reconsideração.
	Os efeitos suspensivos são referentes à inabilitação, habilitação e julgamento das propostas, enquanto a impugnação do edital por irregularidade na aplicação da lei. Além do dispositivo legal supracitado, a Lei nº 8.429, de 2.6.1992, relativa a sanções por improbidade, e oportuniza a qualquer pessoa que seja instaurada investigação destinada a apurar prática de ato ou conduta que frustre o processo licitatório ou a dispensa deste.
	Enquanto os controles externos são: Controle do Tribunal de Contas, como prevê a Constituição Federal e o art. 113, caput e §2o, da Lei no 8.666/93; e controle jurisdicional (Lei nº 8.429/92).
A Lei nº 8.666/1993 tratam hipóteses que ensejam sanções administrativas, arts. 81, 86 a 89.
	A condutas passíveis de punição penal estão elencadas na Lei nº 8.666/93, nos arts. 89 a 98, ademais, os arts. 100 a 108 trazem normas sobre o processo penal referente a tais crimes.
A Lei no 12.462, de 5.8.2011, com alterações posteriores, instituiu o Regime Diferenciado de Contratações Públicas – RDC. A Lei no 12.462/2011 – RDC foi regulamentada pelo Decreto no 7.581, de 11.10.2011, alterado pelo Dec. no 8.251, de 23.5.2014, que traz pormenores e regras de ordem operacional, para propiciar a execução do RDC. Contudo, à luz dos princípios que norteiam a Administração pública: legalidade, impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, eficiência probidade administrativa, desenvolvimento nacional sustentável, vinculação ao instrumento convocatório, julgamento objetivo e economicidade, com exceção da eficiência que está inserido na CF, art. 37, caput, pela EC no 19/98, todos os demais listados na lei 8.666/93. Obedecidas as normativas específicas.
	Destarte, são procedimentos auxiliares das licitações o que preconiza os arts. 29 e 30. Contudo, não sendo considerados os mecanismos legais para a RDC, as sanções são mais severas do que as previstas na Lei nº 8.666/93.

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