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CONTRLE DE CONSTITUCIONALIDADE Prof. Me. Ivonaldo da Silva Mesquita 1 Aspectos Gerais do Controle de Constitucionalidade Constitucionalidade (higidez) – Inconstitucionalidade (doença) – constitucionalidade (remédio: preventivo ou repressivo) Constitucionalidade: “relação de conformidade hierárquica entre condutas públi1cas e privadas com a constituição do Estado. Revela o vínculo de correspondência, adequação ou idoneidade de um comportamento com o texto maior” (BULOS, 2012, p. 139). Inconstitucionalidade: “relação de desconformidade hierárquica entre as condutas públicas e privadas com a constituição do Estado. Evidencia a inadequação ou inidoneidade de um comportamento com o texto maior” (BULOS, 2012, p. 139). Controle de constitucionalidade: “é o instrumento de garantia da supremacia das constituições”. Serve para verificar se as leis ou atos normativos são compatíveis com a Carta Magna, mediante a análise dos requisitos formais e materiais. (BULOS, 2012, p. 186). 2 Orgiem Remota: graphé paranamom (Século IV a.C) em Atenas – uma espécie de arguição de inconstitucionalidade em que todos os cidadãos eram responsáveis pela defesa da lei e da Politeia. No sistema Common Law: 1610 – Dr. Bonham’s case,(flagrado exercendo irregularmente a medicina) em que Sir Edward Coke, em seu voto (vencido), ergueu-se contra a validade da lei aprovada pelo legislador que concedia super poderes ao London College of Physicians. Doutrina de vanguarda: 1803 – caso Marbury vs. Madison, onde Suprema Corte norte americana, pelo seu Presidente, John Marshall, no caso concreto, declarou a inconstitucionalidade da seção 13 da Lei do Judiciário, entendendo ser inconstitucional a competência daquela Corte soberana para aquele julgamento. Trata-se da ratificação da nomeação aprovada pelo Senado do ex Serectário de Estado (do Presidente John Adms) William Marbury pelo novo Secretário James Madson (do Preidente eleito Thomas Jefferson). Ao tomar esta decisão a Suprema corte assegurou sua posição de árbitro supremo da lei. 3. Evolução do controle de constitucionalidade no Brasil ◼ 1824 – Supremacia do parlamento – inexistência de controle de constitucionalidade; ◼ 1891 – Surgimento do Controle difuso; ◼ 1934 – Controle difuso com possibilidade de suspensão da eficácia da lei pelo Senado e introdução da Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva; ◼ 1937 – Retrocesso. 1891 com possibilidade de o Poder Executivo tornar sem efeito a declaração de inconstitucionalidade; ◼ 1946 – Avanço. Controle difuso com possibilidade de suspensão da eficácia da lei pelo Senado, Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva e surgimento do controle concentrado criado pela EC 16/1965; ◼ 1967 – Poucas novidades como a introdução das medidas cautelares; ◼ 1988: ◼ Ampliação dos legitimados para propor ação direta; ◼ Criação da ação direta de inconstitucionalidade por omissão e do mandado de injunção; ◼ EC 03/93 – Criação da ação declaratória de constitucionalidade com efeito vinculante; ◼ EC 45/2004 – Criação da súmula vinculante. 4. Conceito: “análise de conformação da norma infraconstitucional (objeto) à norma (parâmetro), em razão da relação imediata de conformidade vertical entre aquela e esta, com o fim de impor sanção de invalidade à norma que seja incompatível com o Bloco de constitucionalidade” Bloco de Constitucionalidade: o conjunto de regras, princípios, valores constitucionais, dispositivos do ADCT, Emendas Constitucionais e tratados internacionais com hierarquia constitucional (CF, art. 5º, §3º), que servem como parâmetro para o controle de constitucionalidade. Exemplo de aplicação do Bloco de Constitucionalidade pelo STF: ADI 2.649/DF, Rel. Min. Cármem Lúcia, que declarou constitucional a Lei n. 8.899/94, que concede passe livre aos deficientes físicos nos transportes interestaduais por estar de acordo com os valores emanados pelo preâmbulo constitucional (como o preâmbulo não tem força normativa, o STF aplicou o bloco uma vez que foi sobre o valor que o preâmbulo emana, e não sobre o preâmbulo propriamente dito) ◼ Entende-se por lei todas as espécies normativas do art. 59 da CF: ◼ Emendas à Constituição ◼ Leis complementares ◼ Leis ordinárias ◼ Leis delegadas ◼ Medidas provisórias ◼ Decretos legislativos ◼ Resoluções ◼ Ato normativo – qualquer ato editado por autoridade competente dotado de generalidade e abstração. PIRÂMIDE DE CONTROLE CONSTITUIÇÃO FEDERAL: Um parâmetro para o controle de constitucionalidade é o chamado bloco de constitucionalidade, que, por sua vez, é conjunto de regras, princípios, valores constitucionais, tratados internacionais (art. 5º, §3º) e dispositivos do ADCT e de emenda constitucional que servem de parâmetro para o controle de constitucionalidade. SUPRALEGAL: Parâmetro para controle de convencionalidade. Tratados internacionais de direitos humanos não votados ao mesmo quorum de emenda constitucional. ATO PRIMÁRIO: Parâmetro de legalidade. CF, art. 59, II ss ATO SECUNDÁRIO: Portaria, decreto regulamentador, instrução normativa etc. 5. Pressuposto A mecânica do controle de constitucionalidade exige o cumprimento de alguns pressupostos; alguns, inafastáveis, outros, admitem exceções, que serão analisados de imediato: 5.1 Rigidez constitucional – existência de uma Constituição rígida, aquela que exige um processo legislativo mais sole e dificultoso para sua alteração. 5.2 Supremacia da Constituição: seja pela própria rigidez, seja por ser a Constituição a Carta Política o fundamento de validade do ordenamento jurídico (superior em relação as demais normas). 5.3 Existência de um órgão de controle: um intérprete que assegure o controle, ou seja, Um órgão independente para verificar a compatibilidade ou incompatibilidade dos atos inferiores perante a Constituição. 5.4 Outros pressupostos: ◼ Proteção dos direitos fundamentais; ◼ Constituição Formal e escrita; ◼ Hierarquia do sistema normativo; 6 O Fenômeno da Inconstitucionalidade (BARROSO, 2013, p. 33) Um ato inconstitucional é inexistente, inválido ou ineficaz? A teoria da inconstitucionalidade foi desenvolvida levando-se em consideração, destacadamente, os atos emanados dos órgãos de poder e, portanto, públicos por natureza (BARROSO, 2012, p. 33). 6.1 Existência, validade e eficácia dos atos jurídicos e das leis Os atos jurídicos em geral (fatos da vida relevantes para o direito), comportam análise em três planos distintos e inconfundíveis: o plano da existência, o plano da validade e o plano da eficácia. Plano da existência: verifica-se quando no ato jurídico estão presentes os elementos constitutivos definidos pela lei como causa eficiente de sua incidência. Elementos constitutivos dividem-se em: - Comuns: agente, objeto e forma; - Específicos de determinadas categorias de atos. Ato inexistente é, portanto, aquele em que se verifica a ausência, deficiência ou insuficiência dos elementos comuns e/ou específicos, impedindo o ingresso do ato no mundo jurídico. Ex.: uma lei que não resultasse da aprovação da casa legislativa. Plano de validade: cuida-se de constatar se os elementos do ato preenchem os atributos, os requisitos que a lei lhes acostou pra que sejam recebidos como atos dotados de perfeição, desde que inicialmente o ato exista. Atributos: - competência do agente - forma adequada - licitude-possibilidade do objeto Ato inválido é, portanto, aquele em que se verifica a ausência de algum dos seus atributos (competência,forma adequada e licitude-possibilidade), a qual o ordenamento jurídico, considerando a maior ou menor gravidade da violação, comina as sanções de nulidade ou anulabilidade. Plano da eficácia: aptidão para a produção de efeitos, para a irradiação das consequências que lhe são próprias. Diz respeito à aplicabilidade, exigibilidade ou executoriedade da norma. Conclusão: A inconstitucionalidade se dá no plano da validade que se projeta no plano da eficácia, ou seja, constitui vício aferido no plano da validade, cujo reconhecimento da invalidade projeta-se para o plano seguinte, que é o da eficácia: norma inconstitucional não deve ser aplicada. Obs.: não há que se confundir com a revogação, pois esta ocorre no plano da existência, cujos efeitos são para o futuro – ex nunc. No Brasil: aplica-se, no plano da validade, a teoria da nulidade da norma inconstitucional (regra geral), desde a exortação de Ruy Barbosa: “toda medida legislativa, ou executiva, que desrespeitar precedentes constitucionais, é, de sua essência, nula” (apud BARROSO, 2012, p. 40). Detalhe: na Áustria, fiel a tradição kelseniana, o efeito é meramente anulável, prospectivo ex nunc. 6.2 Espécies de inconstitucionalidade Baseada em diferentes elementos ou critério, que incluem o momento em que ele se verifica, o tipo de atuação estatal que ocasionou o procedimento de elaboração e o conteúdo da norma, dentre outros. 6.2.1 Inconstitucionalidade Formal e Material: A) Inconstitucionalidade formal, nomodinâmica ou extrínseca: quando uma lei ou ato normativo tenha sido produzido em desconformidade com as normas de competência ou com o procedimento para seu ingresso no mundo jurídico (vício na competência e/ou procedimento). i) Inconstitucionalidade formal subjetiva ou orgânica: incide quando há vício na iniciativa ou inobservância da regra de competência para elaboração da proposta do ato. Obs.: Inadmissível convalidação (STF, ADI 1.070/MS, rel. Min, Celso de Mello, j. em 23-11-1994, DJU 15-9-1995). Ex1: Lei que cria cargos no âmbito da Administração direta e indireta Federal por proposta de um Deputado Federal (CF, at. 61, §1º, a); Ex2: Lei que dispõe sobre direito penal ou civil aprovado por uma Assembleia Legislativa (CF, art. 22, I – competência da União). ii) Inconstitucionalidade formal objetiva, propriamente dita, ritual ou processual: quando determinada espécie normativa for produzida sem a observância do processo legislativo próprio. Obs.: Procedimento legislativo compreende: iniciativa, deliberação (quorum), votação, sanção ou veto, promulgação e publicação. iii) Inconstitucionalidade formal temporal (BULOS, 2012, p. 145): ocorre quando o órgão competente para editar leis e atos normativos o faz em tempo proibido, fora dos períodos de normalidade institucional. Ex.: seria a aprovação de EC na vigência de intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio (violação do art. 60, §1º) B) Inconstitucionalidade material, nomoestática, de conteúdo, doutrinária, substancial ou intrínseca: expressa uma incompatibilidade de conteúdo, substantiva, entre a lei ou ato normativo com a Constituição (vício no conteúdo), seja uma regra ou um princípio. Ex1: Remuneração de uma categoria de servidores públicos acima do limite constitucional da regra contida no art. 37, XI, CF. Ex2: Lei que restrinja a participação de candidatos em concurso público, em razão do sexo ou idade, em desacordo com o princípio da isonomia insculpido na CF, art. 5º, caput, e 3º, IV. Observações: Obs. 1: Consequência jurídica do reconhecimento da inconstitucionalidade (formal ou material): invalidade da norma (plano da validade) – com a paralisação de sua eficácia (plano da eficácia). Obs. 2: Quando a incompatibilidade (formal e/ou material) se der entre norma infraconstitucional preexistente e uma nova Constituição? R= a solução é a aplicação da teoria da Revogação ou recepção de norma. Portanto não se trata de juízo de constitucionalidade, mas de fenômeno de revogação ou recepção de normas. Recepção: Estar em vigor no momento da promulgação da nova Constituição; Ter conteúdo compatível com a nova Constituição (compatibilidade material) Ter sido produzida de modo válido de acordo com a Constituição de sua época (compatibilidade material e formal) Ex.1: O CTN foi promulgado como lei ordinária (1966), sob o regime da CF/1946, uma EC 18/1965 passou prevê que o Sistema Tributário nacional seja regido por leis complementares, assim como a atual CF/88. Portanto, a lei ordinária foi recepcionada como lei complementar. Ex.2: Na maioria dos Estados da Federação o Código de Organização Judiciária era por Resolução do TJ, com a promulgação da CF/88 passou a exigir lei para tratar da matéria; os códigos continuaram em vigor, válidos e eficazes, mas qualquer modificação passou a depender de lei. 6.2.2 Inconstitucionalidade por ação e por omissão Essa classificação de inconstitucionalidade leva em consideração a conduta do Poder Legislativo, em torno do qual foi construída toda a teoria e jurisprudência do controle de constitucionalidade. A) Inconstitucionalidade por ação: violação da Constituição por via de ação, uma conduta positiva – abrangendo os atos legislativos incompatíveis com o texto constitucional, seja material ou formalmente. B) Inconstitucionalidade por omissão: violação da Constituição por via de uma omissão, uma inércia ilegítima na elaboração de atos normativos necessários à realização dos comandos constitucionais. Elas produzem a chamada “síndrome de inefetividade das constituições”, responsável pela erosão da consciência constitucional. Constituições pioneiras que incorporaram em seus textos: Iugoslávia (1974), Portugal (1976), Espanha (1978); Jurisprudência desde o final da década de 1950, mesmo sem previsão na Constituição: Alemanha e Itália; Brasil: CF/88 – mandado de injunção (art. 5º, LXXI) e a ADIO (art. 103, §2º). A inércia somente configurará inconstitucionalidade por omissão naquelas situações em que os comandos constitucionais impõe um agir do legislador, haja vista que em linha de princípio ele tem a faculdade, discricionariedade ou mais propriamente liberdade de conformação a decisão de criar ou não lei acerca de determinada matéria. Ex.1 (relação às normas constitucionais de organização) CF, art. 90,§2º - lei regulamentará a organização e o funcionamento do Conselho da República; art. 93; art. 134, §1º; art. 172; art. 178. Ex2 (normas definidoras de direito) CF, art. 5º XXVI – pequena propriedade definida em lei não será objeto de penhora; art. 7º, IX – participação nos lucros ou resultados, conforme definido em lei; art. 201, §4º - ganhos habituais definidos em lei serão incorporados ao salário para fins de benefícios. Obs.: Segundo BARROSO, 2012, p. 56, as normas programáticas, onde se prevê genericamente a atuação do poder público, mas sem especificar a conduta a ser adotada, não será possível, como regra, falar em omissão inconstitucional. Salvo, por certo, se a inércia inviabilizar providências ou prestações correspondentes ao mínimo existencial (norma implícita no art. 3º, III). Podemos definir o mínimo existencial nas palavras de Ricardo Lobo Torres, como “um direito às condições mínimas de existência humana digna que não pode ser objeto de intervenção do Estado e que ainda exige prestações estatais positivas”. A inércia do legislador pode ser total ou parcial: B.1) Da omissão total: ou absoluta, quando o legislador, tendo o dever jurídico de atual, abstenha-se inteiramente de fazê-lo, deixandoum vazio normativo na matéria. Abrem-se, em tese, três possibilidades: a) Reconhecer a autoaplicabilidade à norma constitucional e fazê-la incidir diretamente; b) Apenas declarar a existência da omissão, constituindo em mora o órgão competente para saná-la; c) Não sendo a norma autoaplicável, criar para o caso concreto a regra faltante. Obs.: No primeiro caso (a), possuindo a norma jurídica densidade para sua aplicação direta, o Tribunal estará em condições de resolver a controvérsia. É comum deferimento de prazo razoável ao órgão competente ao qual se imputa a mora legislativa, caso persista o Tribunal decide o caso concreto dando autoaplicabilidade a disposição normativa. Ex.: STF, MI 283-5, rel. Min. Sepúlveda Pertence – ADCT, art. 8º, § 3º, declarada a mora legislativa assinado prazo 60 dias, não adveio a lei e o STF facultou ao impetrante o recebimento da indenização com base no direito comum; No segundo caso (b), a norma não é autoaplicável, inexistindo meio de concretizá-la sem a edição de um comando integrador – frequentemente, o efeito mais comum no direito brasileiro é a declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade (não há como declarar a nulidade de uma lacuna), apenas declarando a mora legislativa (CF, art. 103, §2º). No terceiro caso (c), o menos comum, embora o mais eficiente para a tutela de direitos subjetivos envolvidos em que, reconhecida a omissão e a mora, o tribunal formula, no âmbito do caso concreto que lhe é dado conhecer, a norma faltante e necessária para a resolução da controvérsia. B.2) Da omissão parcial: comporta duas subespécies: i) Omissão parcial relativa: quando a lei exclui do seu âmbito de incidência determinada categoria que nele deveria estar abrigada, privando-se de um benefício, em violação ao princípio da isonomia. Há três possibilidades de atuação judicial: a) Declaração da inconstitucionalidade por ação da lei que criou a desequiparação; b) A declaração de inconstitucionalidade por omissão parcial de lei, com ciência ao órgão legislador para tomar as providencias necessárias; c) A extensão do benefício à categoria dele excluída. Obs.: No primeiro caso (a), a solução embora encontre amparo na ordem constitucional, traria o inconveniente de universalizar a situação desvantajosa em lugar de beneficiar os excluídos, somente razoável esta aplicação se a desequiparação fosse pela criação de um ônus para determinada categoria e não um benefício; No segundo caso (b), já acolhido no Brasil via ADI, mas sem fixação de prazo para o legislador (STF, ADI 529-DF, rel. Min. Sepúlveda Pertence – reconheceu-se que a concessão de revisão de remuneração ao militares, sem contemplar os civis, caracterizava inconstitucionalidade por omissão parcial, em face do art. 37, X, da CF) Na terceira (a), enfrenta dificuldades realtivas a princípios como a separação de Poderes, legalidade, orçamento, reserva do possível, sendo tradicional no Brasil a rejeição de pleitos dessa natureza com base na Súmula 339 do STF: “Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos, sob fundamento de isonomia”, vide também RMS 21.662-DF, Rel. Min. Celso de Melo – “a disciplina jurídica da remuneração devida aos agentes públicos em geral está sujeita ao princípio da reserva legal absoluta” ii) Omissão parcial propriamente dita: o legislador atua sem afetar o princípio da isonomia, mas de modo insuficiente ou deficiente relativamente à obrigação que lhe era imposta. Ex1.: fixação do salário mínimo que não satisfaz a exigência constitucional (vide STF, ADI 1.458-7 – rel. Min. Sepúlveda Pertence) – o melhor é declarar a mora legislativa, pois do contrário a declaração da inconstitucionalidade por ação da lei instituidora do reajuste traria consequências piores: ou o vácuo legislativo ou a repristinação da lei anterior, fixada no valor ainda mais baixo. 6.2.3 Outras Classificações: A) Inconstitucionalidade parcial e total Total: quando acolher a íntegra do diploma legal impugnado, p.ex. vício formal; Parcial: quando recair sobre um ou vários dispositivos, ou sobre fração de um deles, inclusive uma única palavra, p. ex. o vício material. B) Inconstitucionalidade direta e indireta Direta (expressa, imediata ou manifesta): quando há entre o ato impugnado e a Constituição uma antinomia frontal, imediata. Indireta (implícita, mediata ou não manifesta): quando o ato, antes de contrastar com a Constituição, conflita com uma lei – violação ao princípio da legalidade (art. 5º, II) – gera-se conflito de legalidade, inadmissível controle de constitucionalidade segundo jurisprudência pacífica do STF, inclusive para manejo do RE. C) Inconstitucionalidade Originária e Superveniente Originária: quando resulta de defeito congênito da lei: no momento de seu ingresso no mundo jurídico ela era incompatível com a Constituição em vigor, quer do ponto de vista formal ou material. Superveniente: quando resultar do conflito entre uma norma infraconstitucional e o texto constitucional, decorrente de uma nova Constitucional ou de uma emenda. Como já assinalado, não existe no direito brasileiro inconstitucional formal superveniente: a lei subsistirá validamente e passará a ter status da espécie normativa reservada pela nova norma constitucional para aquela matéria. Já a inconstitucionalidade material superveniente resolve-se em revogação da norma anterior, consoante posição firmada pelo STF (STF, Pleno, ADI 385-MC/DF, Rel. Min. Moreira Alves, 7-2-1992, DJ 11- 9-1992, p. 14712; STF, ADI 718/MA, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 5-11-1998, DJ 18-12-1998, p. 49). Obs.: Há inconstitucionalidade superveniente em sede de mutação constitucional? (BULOS, 2012, p. 163). Para Bulos, não; para Barroso e Mérlin Cléve, sim. D) Inconstitucionalidade antecedente e consequente (BULOS, 2012, p. 158-159): Classificação que leva em consideração o momento lógico de configuração da inconstitucionalidade: Antecedente (principal): é aquela que ocorre no exato momento da violação explícita do texto maior por uma lei ou ato normativo. É um desdobramento da inconstitucionalidade direta. Ex.: Lei Delegada, de 10-10-2000, fere princípio da autonomia universitária (CF, art. 207, caput) Consequente (acessória ou derivada): é aquela que provém do efeito reflexo ou oblíquo de uma violação direta a carta magna. Corolário da própria inconstitucionalidade antecedente. STF: aplica o princípio da inconstitucionalidade por arrastamento. Ex.: uma MP, já declarada inconstitucional, é convertida em lei – esta também o será em virtude da inconstitucionalidade por derivação. E) Inconstitucionalidade presente e pretérita (BULOS, 2012, p. 159-160): Presente ou atual: é aquela que atinge preceito constitucional em vigor. Tal categoria vigora no Brasil. Ex.: uma lei ordinária contém dispositivo contrário ao princípio da dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III). Pretérita ou póstuma: é aquela que viola norma constitucional que já não se encontra em vigor. Não se adotado no Brasil. Só servem de parâmetro normas constitucionais que estiverem em plena vigência e não as que sofreram revogação (STF, ADI 1.588/DF, rel. Min. Celso de Mello, j. 11-4-2002, DJ 17-4-2002). F) Inconstitucionalidade progressiva (BULOS, 2012, p. 163-165): a lei ainda constitucional e as situações constitucionais imperfeitas. Inconstitucionalidade progressiva: é a que decorre da falta de implementação das estruturas normativas previstas na Constituição. Relaciona-se à problemática da omissão legislativa e da lei ainda constitucional (situações constitucionais imperfeitas) Omissãolegislativa – vide supra 6.2.2 B Lei ainda constitucional ou situações constitucionais imperfeitas: é o estágio provisório de constitucionalidade, no qual o ato legislativo está passando por um progressivo processo de inconstitucionalização. Existência do “princípio da declaração de inconstitucionalidade da norma ainda constitucional, mas em trânsito para a inconstitucionalidade”. Ex.1: RE 600.885/RS, rel. Min. Cármen Lúcia, 10-11-2010, julgamento empatado: discussão do limite de idade para ingresso nas forças armadas, com base em lei incompatível com a CF/88 (regulamentos das Forças Armadas), o Min. Celso de Mello invocou o fenômeno das situações constitucionais imperfeitas, em que ficou decidido estipulação de prazo de 12 meses de modo a preservar os concursos públicos realizados pelas Forças Armadas. Ex.2: AgI 482.332/SP, Rel. Min. Celso de Mello, j. 30-4-2004): concluiu pela momentânea constitucionalidade do prazo em dobro para as Defensorias Públicas, cotejo do art. 134 da CF com o art. 68, do CPP – norma ainda constitucional. 7. Modalidades (ou sistemas) de Controle de Constitucionalidade Há três grandes modelos (ou matrizes) no constitucionalismo moderno: Modelo Americano (Judicial Review – controle difuso): Marbury v. medison (1803) Modelo Austríaco (Corte Constitucional – controle concentrado): Carta Austríaca de 1920 (Kelsen), mas disseminado na Europa, após a 2ª Guerra Mundial, sobretudo, pelo Tribunal Constitucional Federal alemão. Modelo Francês (caráter político – não jurisdicional e prévio): Conselho Constitucional Sistemas de controle de constitucionalidade: (BULOS, 2012, p. 190-192) Sistema Político – França, Polônia, Romênia, Tchecoslováquia Sistema Judicial (judiciário ou jurídico) – EUA Sistema Misto (eclético ou híbrido) – Brasil e Portugal Das matrizes acima, conforme o sistema constitucional adotado nos diferentes países é possível agrupá-los da seguinte forma (BARROSO, 2012, p. 63-64): i) Quanto à natureza do órgão de controle: Controle político Controle judicial ii) Quanto ao momento de exercício do controle: Controle preventivo Controle repressivo iii) Quanto ao órgão judicial que exerce o controle: Controle difuso Controle concentrado iv) Quanto à forma ou modo de controle judicial: Controle por via incidental Controle por via principal ou de ação Considerando a realidade brasileira sob os auspícios da CRFB/88, Uadi Lammêgo Bulos (2012, p. 190), sugere a seguinte tipologia no Sistema Brasileiro de Controle de Constitucionalidade: i) Quanto ao órgão fiscalizador Controle político Controle jurisdicional ii) Quanto ao momento da fiscalização Controle preventivo Controle repressivo Controle misto Observações.: 1) Medida Provisória não aprovada ou rejeitada: O Congresso Nacional exerce o controle repressivo de constitucionalidade. 2) É possível o controle preventivo pelo poder judiciário? Sim (de forma excepcional), o poder judiciário pode realizar tal controle quando presentes inconstitucionalidades formal objetiva ou subjetiva. 3) O poder público pode exercer controle de constitucionalidade de seus atos administrativos? Sim é possível uma vez que o administrador tem o dever de anular seus atos administrativos que possuam vício de legalidade, exercendo inclusive controle de constitucionalidade pelas súmulas 473 do STF. Súmula 473: A ADMINISTRAÇÃO PODE ANULAR SEUS PRÓPRIOS ATOS, QUANDO EIVADOS DE VÍCIOS QUE OS TORNAM ILEGAIS, PORQUE DELES NÃO SE ORIGINAM DIREITOS; OU REVOGÁ-LOS, POR MOTIVO DE CONVENIÊNCIA OU OPORTUNIDADE, RESPEITADOS OS DIREITOS ADQUIRIDOS, E RESSALVADA, EM TODOS OS CASOS, A APRECIAÇÃO JUDICIAL. Data de Aprovação Sessão Plenária de 03/12/1969 Fonte de Publicação DJ de 10/12/1969, p. 5929; DJ de 11/12/1969, p. 5945; DJ de 12/12/1969,p. 5993. Republicação: DJ de 11/6/1970, p. 2381; DJ de 12/6/1970, p. 2405;DJ de 15/6/1970, p. 2437 7.1 Controle Político de Constitucionalidade ou Fiscalização não jurisdicional: Ver BARROSO, 2012, p. 90-98 e PAULO & ALEXANDRINO, 2009, p. 719-726 7.1.1. Controle pelo Poder Executivo (Controle Político) ◼ Veto jurídico – Poder Executivo (CF, art. 66 e §1º e §4º) – controle preventivo. ◼ Possibilidade de que o chefe do executivo se negue a aplicar lei por entendê-la inconstitucional – controle repressivo (ADI 221-DF, rel. Min. Moreira Alves, 22-10- 1993). ◼ Processo de intervenção – nas hipóteses constitucionais admitidas, p. ex CRFB, art. 84, X, o chefe do executivo pode decretar a intervenção, como meio de restabelecer o cumprimento da Constituição – controle repressivo. ◼ Possibilidade de provocar o controle judicial – ADI, ADC, ADPF, ADIO 7.1.2. Controle pelos Tribunais de Contas ◼ Os Tribunais de Contas, segundo jurisprudência do STF, ao apreciarem processos de sua competência podem decidir pelo afastamento de uma lei ao caso concreto por entendê-la inconstitucional (controle difuso). STF Súmula nº 347 - 13/12/1963 - Súmula da Jurisprudência Predominante do Supremo Tribunal Federal - Anexo ao Regimento Interno. Edição: Imprensa Nacional, 1964, p. 151. Tribunal de Contas - Apreciação da Constitucionalidade das Leis e dos Atos do Poder Público. O TRIBUNAL DE CONTAS, NO EXERCÍCIO DE SUAS ATRIBUIÇÕES, PODE APRECIAR A CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS E DOS ATOS DO PODER PÚBLICO. ◼ Deve-se observar o princípio da reserva de plenário (CF, art. 97). 7.1.3. Controle pelo Poder Legislativo (Controle Político) ◼ Parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) – CF, art. 58 – controle preventivo; ◼ Sustação de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem o poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa (lei delegada – art. 68) – CF, art. 49, V – controle repressivo (atípico); ◼ Rejeição de Medida Provisória (CF, art. 62, §§ 5º, 8º, 9º e 10) – controle repressivo (atípico). ◼ Rejeição de veto do Chefe do Executivo – CF art. 66,§4º, 5º e 7º. ◼ Aprovação de EC superadora da interpretação fixada pelo STF – ressalvada as matérias protegidas de cláusulas pétreas, o CN tem a última palavra acerca do direito constitucional positivo, no exercício do poder constituinte derivado (CF, art. 60 e §§). Exemplos de EC’s: 19/98 (inclusão de vantagens pessoais no limite máximo da remuneração de servidores); 29/2000 (admissibilidade de IPTU progressivo); 39/2002 (cobrança da CIP por Municípios e DF) ◼ Revogação da lei inconstitucional (mas nunca a declaração da inconstitucionalidade por ato legislativo): o Poder Legislativo revoga leis inconstitucionais pelo critério de conveniência e oportunidade (juízo discricionário), cujos efeitos serão sempre ex nunc (STF, ADI 221, Rel. Min Moreira Alves, 1993), distinto do Poder Judiciário, ex tunc. ◼ Possibilidade de Provocar o Controle judicial – legitimado para ADI, ADC, ADPF, ADIO. 8. Sistema de Controle Judicial de Constitucionalidade na Constituição de 1988 - Sistema eclético, híbrido ou misto (BARROSO, 2012, p.87): Controle por via incidental e difuso (sistema americano) – desde o início da República (Constituição de 1891) Controle por via principal e concentrado (sistema europeu/austríaco) – implantado com EC n. 16/65. Inovações com a Constituição de 1988: a) ampliação do rol dos legitimados para propositura da ADI (art. 103), decretando-se o fim do monopólio exercido pelo PGR; b) introdução de mecanismos de controle da inconstitucionalidade por omissão: ADIO (art. 103, § 2º) e o Mandado de Injunção (art. 5º, LXXI); c) recriação da ADI em Âmbito estadual, como representação de inconstitucionalidade (art. 125, §2º); d) previsão de um mecanismo de arguição ADPF (art. 102, §1º); e) limitação do recurso extraordinário às questões constitucionais (art. 102, III); f) criação da ADC pela EC nº 3, de 18-03-19931 (originariamente como legitimados: PR, Mesas do SF e CD e o PGR) que, pela EC nº 45/2004, os legitimados passaram a ser os mesmos da ADI; g) introdução da Súmula Vinculante (SV) pela EC nº 45/2004 (art. 103-A) para a observância compulsória da jurisprudência do STF à Administração Pública em geral e aos demais órgãos do Judiciário; h) Modulação dos efeitos temporais das decisões do STF, prevista no art. 27 da Lei nº 9.868/1999, extensível a todo controle judicial (?) Legislação disciplinadora do processo e julgamento no âmbito do STF: Lei nº 9.868, de 10-11-1999 – disciplina a ADI e ADC; Lei nº 9.882, de 3-12-1999 – disciplina a ADPF; Lei nº 11. 417, de 19-12-2006 – disciplina a SEV. Regimento Interno do STF 8.1 Controle de constitucionalidade Judicial incidental e difuso - incidenter tantum, por via de defesa, por via de exceção ou sistema americano. Características: - Pronúncia de invalidade em caso concreto - Questão Prejudicial - Controle difuso 1 Criação amplamente contestada por parte da doutrina, questionando sua constitucionalidade, que, no entanto, o STF considerou sua acolhida como legítima (STF, RTJ, 157:371, 1996, Questão de Ordem na ADC 1-1-DF, rel. Min. Moreira Alves). 8.1.1 Pronúncia de invalidade em caso concreto Exercício do desempenho normal da função judicial, que consiste na interpretação e aplicação do Direito para a solução de litígios, cuja presença de inconstitucionalidade deverá ser declarada, negando-lhe a aplicação no caso concreto (BARROSO, 2012, p. 113). i) Quem pode suscitar a inconstitucionalidade (Legitimados)? - As partes – autor ou réu; - O Ministério Público – como parte ou na qualidade de custos legis; - Terceiros legítimos (assistente, litisconsorte, opoente) - o juiz ou tribunal de ofício – quando tenham as partes silenciado a seu respeito. ii) Onde pode ser suscitada a questão constitucional? - em processo de qualquer natureza (conhecimento, execução ou cautelar), desde que haja caso concreto (lide) a ser solucionado (o objeto do pedido não é o ataque à lei, mas a proteção de um direito que seria por ela afetado). iii) Que normas podem ser objeto de controle incidental? - qualquer norma emanada dos três níveis de poderes: lei ou ato normativo (inclusive os secundários – resolução, portaria, regulamento) federal, estadual, municipal, inclusive aquelas anteriores à Constituição. 8.2 Questão prejudicial Esta característica implica dizer que o reconhecimento da inconstitucionalidade não é o objeto da causa (pedido ou providencia postulada), mas uma questão (prejudicial) que precisa ser decidida previamente, como pressuposto lógico e necessário da solução da lide, haja vista que o que a parte pede no processo pode ser afetado pela norma, cuja validade se questiona. 8.3 Controle difuso Qualquer juiz ou tribunal pode exercer o controle, como ato normal de suas atribuições (poder-dever). E o CNJ? i) maioria absoluta e reserva de plenário tratando-se de Tribunal, a CF impõe o princípio da reserva de plenário e a exigência de quorum qualificado. art. 97 CF/88: desnecessária a observância quando já existir decisão do plenário ou órgão especial do Tribunal ou ainda do plenário do STF (vide CPC, art. 481, p. único). CF, art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. CF, art. 93, XI – nos tribunais com número superior a 25 julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de 11 e o máximo de 25 membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno. (NR – EC 45/04) NCPC, art. 949, p. único – os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do STF sobre a questão. Exigência de Quorum qualificado para a declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo nos tribunais por maioria absoluta de votos do órgão especial ou do próprio tribunal. Súmula Vinculante 10 - Viola a cláusula de reserva de plenário (CF , art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte. Revogação ou recepção do direito pré-constitucional: inaplicável a reserva de plenário por ser circunscrita à declaração de inconstitucionalidade pelos tribunais (STF, RTJ, 95:955, 1981). Linding case: Lei da Ficha Limpa. Maioria absoluta. Existência de 10 ministros. 5x5. Impossibilidade do voto de qualidade (minierva) do presidente (art. 13, RISTF). Decisão pela aplicação provisória do entendimento do TSE ainda às eleições da época, pois na havia alcançado quorum do art. 97, da CF. Entrada do Ministro Luiz Fux, prevaleceu o entendimento que a lei não deveria ser aplicada no mesmo ano da sua edição (STF, RE 633.703-MG, rel. min. Gilmar Mendes, j. 24-3-2011). ii) Recurso Extraordinário (CF, art. 102, III) ◼ Compete ao STF julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida (quatro hipóteses): a) contrariar dispositivo da CF; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da CF; d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (novidade – EC 45/04) – ponto controverso. Somente em questões de invasão de competência? Não, em qualquer delas, , conforme BARROSO, 2012, p. 129. Sim, desde que haja conflito contestando a validade da lei federal (Teresa Arruda Alvim, Compos Fischer, Wambier et all., (STF, RE 117.809-PR, rel Min. Sepúlveda Pertence) Obs.: o RE também é meio idôneo para que o STF firme o entendimento da recepção ou revogação pela CF/88. ◼ Pressupostos processuais de admissibilidade dos recursos (juízo de prelibação): tanto o juízo a quo como o ad quem ◼ Pressuposto recursal especial (somente o juízo ad quem – STF): repercussão geral (CF, art. 102, §3º) – e Lei 11.418/06 que inseriu no CPC art. 1.035, caput e §§ 1º, 2º e 3º. No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. ◼ Regras Processuais do RE – arts. 480 e 482, 543-A do CPC, art. 5º, XXXV CF/88, arts. 176 a 178 do Regimento Interno do STF. ◼ Não admissão do RE: CPC, art. 1.042. I, II e II – Cabível Agravo de (prazo 15 dias). ◼ Súmula STF 279: “Para simples exame de prova não cabe recurso extraordinário.” ◼ As decisões proferidas pelo STF no âmbito do controle concreto (difuso) não são dotadas de força vinculante, salvo: ◼ Na hipótese de aprovação de súmula vinculante; ◼ Recurso extraordinário interposto contra decisão do TJ no âmbito do controle em abstrato quando o dispositivo da CE eleito como parâmetro para a declaração de inconstitucionalidade danorma – estadual ou municipal – constitui reprodução de texto da Constituição Federal. Obs.: É possível a modulação de tais efeitos, como o fez no caso do município paulista de Mira Estrela. STF, Recurso Extraordinário nº 197.917 - Diário da Justiça - 07/05/2004. Ao constatar-se a inconstitucionalidade da lei impugnada, a situação consolidada deve ser respeitada, em nome do princípio da segurança jurídica. A declaração de nulidade, com seus normais efeitos ex tunc, resultaria grave ameaça a todo o sistema legislativo vigente. Fazendo prevalecer o interesse público, conferiu–se, em caráter de exceção, efeitos pro futuro à declaração incidental de inconstitucionalidade. ◼ Papel do Senado Federal2 – art. 52, X CF/88 (somente no controle difuso): senado federal pode suspender a execução de lei declarada inconstitucional pelo STF, total 2 Reclamação n. 4.335-AC, o Min. Gilmar Mendes tem defendido a mutação constitucional de tal dispositivo no sentido que o papel do Senado somente seria de dar, por meio de Resolução, maior publicidade ao ato, pois a decisão do STF já teria em si eficácia geral e vinculante. Tudo em virtude do anacronismo de tal dispositivo, sobretudo com a criação da Ação genérica de Constitucionalidade que foi ainda introduzida pela EC 16/65, ampliada pela CF/88. ou parcialmente, tal regra não gera obrigatoriedade pelo Senado por falta de previsão legal. ◼ O Senado Federal não está obrigado a suspender a execução de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF. Trata-se de discricionariedade política (conveniência e oportunidade); ◼ Não há prazo certo para o Senado se manifestar; ◼ O ato do Senado Federal é irretratável; ◼ Ao suspender a execução da lei, o Senado não pode modificar, restringir ou ampliar a decisão proferida pelo STF; ◼ A competência do Senado para a suspensão de leis declarada inconstitucionais pelo STF alcança leis federais, estaduais, distritais ou municipais; ◼ A atuação do Senado Federal só ocorre no controle concreto, jamais no âmbito do controle abstrato; ◼ Os parlamentares têm legitimidade para impetrar mandado de segurança com o objetivo de impedir a tramitação de projeto de lei ou de emenda à constituição que ferir o processo legislativo. iii) Súmula Vinculante (CF, art. 103-A, §§ 1º, 2º e 3º; Lei 11.417/2006) É espécie de Controle de Constitucionalidade Difuso Competência – STF, de ofício ou por provocação; Quorum de aprovação: 2/3 (8 ministros) em sessão plenária. Efeitos – Vinculante, em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública. Eficácia imediata a partir da publicação na imprensa oficial, podendo ter eficácia “pro futuro”. Objetivo: validade, interpretação e eficácia de normas determinadas Objeto: matéria constitucional Pressupostos: a) matéria constitucional; b) existência de reiteradas decisões do STF sobre essa matéria constitucional (ripeness); c) existência de controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre estes e a administração pública; e d) que a controvérsia atual acarrete insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. Inobservância de súmula vinculante – Reclamação interposta diretamente junto ao STF. Julgada procedente: anulação do ato administrativo ou cassação da decisão judicial Manifestação de terceiros: possível por decisão irrecorrível do relator. CF, Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.” Regulamentação legal: lei 11.417/2006 Art. 3o São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa da Câmara dos Deputados; IV – o Procurador-Geral da República; V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VI - o Defensor Público-Geral da União; VII – partido político com representação no Congresso Nacional; VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; IX – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares. § 1o O Município poderá propor, incidentalmente ao curso de processo em que seja parte, a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante, o que não autoriza a suspensão do processo. § 2o No procedimento de edição, revisão ou cancelamento de enunciado da súmula vinculante, o relator poderá admitir, por decisão irrecorrível, a manifestação de terceiros na questão, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. Art. 4o A súmula com efeito vinculante tem eficácia imediata, mas o Supremo Tribunal Federal, por decisão de 2/3 (dois terços) dos seus membros, poderá restringir os efeitos vinculantes ou decidir que só tenha eficácia a partir de outro momento, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse público. iv) Mandado de Injunção (Remédio Constitucional): “o que foi sem nunca ter sido” Generalidades: CF, art. 5º, LXXI Mecanismo de controle concreto incidental de omissão: Falta de norma regulamentadora para o exercício das liberdades públicas e prerrogativas refrentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Competência: (é Ratione personae, do sujeito passivo) STF: CF, art. 102, I, “q” – a omissão oriunda de atribuição ao Presidente da República, Congresso Nacional, Câmara dos Deputados, Senado Federal, Mesas de uma dessas Casas Legislativas, Tribunal de Contas da União, Tribunais Superiores ou do próprio STF. STJ: CF, art. 105, I, “h” – a omissão atribuível a órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do STF e dos órgãos da Justiça Militar, Eleitoral e da Justiça Federal. TRE: CF, art. 121, §4º, V Obs.: as CE’s poderão instituir, como o fizeram a unanimidade, o instituto no âmbito estadual com competência aos TJ’s para omissões da legislação ou de regulamento estaduais, no que concerne aos direitos fundamentais indicados.Segundo alguns doutrinadores (BARROSO, LACERDA), não seria inconstitucional instituir competência aos juízes de 1º grau em caso de injunções relativas às lacunas municipais. No entanto, não serão hipóteses corriqueiras, pois a natureza dos direitos resguardáveis por mandado de injunção normalmente reclamará lei federal. Legitimidade: Ativa: o titular do direito obstado pela omissão, inclusive por substituto processual (entidades de classe, associações, sindicatos); sendo difusos ou coletivos os interesses – caberá ao MP. Passiva: (controvertido) a autoridade ou órgão público a quem se imputa a omissão (órgão omisso – posição majoritária do STF); ou a parte a quem incumbe a eventual satisfação da pretensão, podendo gerar litisconsórcio passivo. Obs.: No caso de omissão de lei, cuja a iniciativa é privativa do Presidente da Repúbica, não pode a omissão legislativa ser imputada ao Congresso, que será parte passiva ilegítima (STF, MI nº 142-1-SP, DJ 14-jun-1990). Objeto: (é a omissão de norma regulamentadora inviabilizadora do exercício dos direitos e liberdades constitucionais e prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania) questão tormentosa: medida que suprima a omissão faltante ou estimulante da produção da norma faltante? Firmou-se o entendimento tradicional da medida estimulante ; hoje, é de que a disposição constitucional seja aplicada em favor do impetrante, independentemente de regulamentação, e exatamente porque não foi regulamentada – o judiciário diante dessa questão concreta examina e supre a falta da norma regulamentadora. Obs.: 1) Não será cabível o pedido de injunção quando a norma constitucional for autoaplicável (nesse sentido STF, MI 74-3-SP, 1989: “MI para assegurar anistia da correção monetária de dívidas de microempresa Art. 47 do ADCT. O dispositivo transitório prevê meticulosamente as condições para a concessão do benefício, não havendo como cogitar de norma reguladora de sua aplicação aos casos concretos.”); 2) não será cabível também quando da recusa de autoridade em aplicar uma norma autoaplicável, o caso não é de injunção, mas de mandado de segurança (MI 15-DF, Rel. Moreira Alves, 4-set-1990); Não é mecanismo idôneo para fazer cumprir leis já existentes, a menos que se esteja diante de um vício de omissão parcial, que ocorre coma exclusão de determinado grupo que deveria necessariamente figurar entre seus destinatários (MI 31-SP, rel. Min. Celso de Mello, 3-mai- 1990), como foi o caso da possível omissão parcial dos aposentados e pensionistas da previdência social em relação aos art. 201, V, §§ 5º e 6º, que, no entanto, foi julgada prejudicada por ter o Presidente enviado mensagem de lei ao Congresso (MI 215-1-RJ, rel. Min. Celso de Mello, 16-mar-1990). Procedimento: O mesmo do Mandado de segurança, sendo incabível medida cautelar, segundo STF (STF, RDA, 203:248, 1996, MC no MI 520-6-SP, rel. Min. Celso de Mello). Decisão e Efeitos: Decisão constitutiva com eficácia inter partes? (posição atual inovadora) Decisão mandamental dando ciência ao órgão omisso da mora regulamentar? (posição tradicional do STF) Mandado de Injunção ADI por omissão Destina-se a controle incidental da omissão, concebido para a tutela de direitos subjetivos constitucionais, frustrados pela inércia ilegítima do Poder Mecanismo institucional de fiscalização abstrata, de competência concentrada do STF e materializada em processo objetivo. Público. (CF, art. 5º, LXXI) 8.4 Controle Concentrado ou por via de ação direta (principal) É a possibilidade de discussão da inconstitucionalidade por um só órgão de cúpula do poder judiciário. Fica tudo nas mãos do STF, se o parâmetro for a CF/88 ou dos TJ’s, se o parâmetro for a CE’s - âmbito estadual. - Antecedentes históricos no Brasil: - Representação interventiva criado pela Constituição de 1934; - Ação genérica de inconstitucionalidade pela EC nº 16, de 26-11-1965, ainda na Constituição de 1945; - Plano de estudo: estudo conjunto da ADI, ADC e ADIO e em separado a ADI interventiva e a ADPF, por não compartilharem de todas as características. 8.4.1 Características gerais Características imediatas – discutir a lei em tese. Controle direto – porque é o pedido principal (ADI); Controle abstrato – porque não há lide (não há autor e réu, e sim interessados); Controle objetivo– porque se discute a densidade da norma. A) Pronunciamento em abstrato acerca da validade da norma: pontua-se os seguintes aspectos desta característica: - Exercício atípico de jurisdição: pois não há litígio ou situação concreta a ser solucionada; - Objeto: pronunciamento acerca da própria lei (em tese); - Finalidade: proteção do próprio ordenamento, evitando a presença de um elemento não harmônico, incompatível com a Constituição; - Processo objetivo: sem partes, que não se presta a tutela de direitos subjetivos, de situações jurídicas individuais. Obs.: na ADIO – a declaração é igualmente em tese, em pronunciamento no qual se reconhece a inércia ilegítima do órgão encarregado de editar a norma exigida pelo ordenamento. B) Questão principal Esta característica implica dizer que o reconhecimento da inconstitucionalidade é o próprio objeto da causa (pedido ou providencia postulada); trata-se da questão principal, e não uma questão prejudicial que precisa ser decidida previamente, cumprindo ao tribunal manifestar-se especificamente acerca da validade de uma lei e, consequentemente, sobre sua permanência ou não no sistema. Obs.: simetricamente, se for hipótese de omissão inconstitucional, o que se declara é a ilegitimidade da não edição da norma. Limites do pedido: o Tribunal está adstrito ao pedido, não podendo julgar “extra petita”, embora não esteja quanto aos argumentos invocados pelo autor, podendo declarar a inconstitucionalidade por fundamentos diversos dos expendidos na inicial (STF, DJU, 14-12- 2001, p. 23, ADI MC 2.396-MS, rel. Min. Ellen Gracie). Limites do papel do Tribunal: - tradicionalmente como legislador negativo (STF, DJU, 27-4-2001, p. 57, QO na ADIMC 1.060-8, rel. Min. Celso de Mello). - Modernamente o tribunal tem mitigado a tradição, utilizando de construções hermenêuticas a normas de textura aberta, efetuando escolhas e justificadas e submetendo-se a tese da crítica pública, atenuando as fronteiras entre criação e interpretação. Exemplos recentes do STF: 1) interpretando o princípio democrático, o STF reconheceu que a troca injustificada de partido, gera perda de mandato parlamentar; 2) atribuindo sentido a princípios como igualdade, liberdade e dignidade da pessoa humana, o STF reconheceu as uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo. C) Controle Concentrado O mecanismo de controle é entregue nas mãos de um único órgão ou a um número limitado. A CF prevê a possibilidade de controle concentrado, por via principal, a ser desempenhado: - Âmbito federal: paradigma a CF/88 – STF (CF, art. 102, I, “a”; art. 103, §2º); - Âmbito estadual: paradigma a CE’s – TJ’s (CF, art. 125, §2º). 8.4.2 ADI (ação direta de inconstitucionalidade): - também conhecida como ação genérica A) Conceituação: ação que visa impugnar lei ou ato normativo Federal ou Estadual perante o STF; lei ou ato normativo estadual ou municipal perante o TJ. B) Competência: • Âmbito Federal (ADI) x CF/88: STF • Âmbito Estadual (ADI Estadual) x CE’s – competência: TJ’s Obs. 1: o sistema concebido permite o ajuizamento simultâneo das duas ações com a mudança apenas do parâmetro. Obs. 2:DF (LODF e suas Leis distritais) STF – Súmula 642 – Não cabe Ação Direta de Inconstitucionalidade de lei do Distrito Federal derivada de sua competência legislativa municipal. C) Objeto: • Âmbito Federal: Leis/atos normativos Federais e Estaduais X CF/88. • Âmbito Estadual: Leis/atos normativos Municipais ou Estaduais X CE; D) Legitimados (Âmbito Federal): Art. 103 CF/88 (ADI Estadual com regra na Constituição Est Estadual). Esses legitimados dividem-se em duas categorias: 4 AUTORIDADES 4 MESAS 4 INSTITUIÇÕES Presidente da República Câmara dos Deputados Conselho Federal da OAB P.G.R Senado Federal Partido Político c/ Representação no CN Governador do Estado Assembleia Legislativa Entidade de Classe de Âmbito *Associação de Associação E) Pertinência temática: é a relação entre o legitimado que propõe a ADI e a norma impugnada. A construção é do STF em dois grupos de legitimados ativos: i) Legitimados neutros ou Universais – art. 103, I, II, III, VI, VII, VIII, da CF/88; ii) Legitimados interessados ou Especiais – art. 103, IV, V, IX, da CF/88 Observações importantes: 1. Presidente da República: sua legitimidade não se estende ao Vice, salvo estando este em exercício. Diante de lei que considera inconstitucional, pode editar decreto ordenando aos órgãos executivos que não apliquem a lei ou ajuíza ADI (legitimado universal); 2. Mesas do Senado, da Câmara e das Assembleias Legislativas dos Estados e DF: decisão da Mesa deve ser tomada por maioria simples, estando presente a maioria absoluta, e a ação será assinada pelo Presidente da mesa diretora (legitimados universais, salvo as meses das AL’s ou Câmara Distrital que são legitimados especiais); 3. Governador de Estado e do DF: Governador e Assembleias precisam comprovar que a lei atacada diz respeito a seu respectivo Estado ou DF (legitimados especiais); 4. Procurador-Geral da República: não se estende ao Subprocurador-Geral, salvo estado este em exercício. Cabe a ele pronunciar-se sobre todos os processos que correm no STF (CF, art. 103, §1º), principalmente nas ADI, mesmo que ele seja o autor; prazo de 15 dias (legitimado universal); 5. Conselho Federal da OAB (legitimado universal) 6. Partido político representado no Congresso Nacional: basta um único representante no CN (na Câmara dos Deputados ou Senado Federal); a ação é ajuizada pelo órgão diretivo nacional, a Executiva Nacional ou Diretório Nacional (legitimado universal); a aferição da legitimidade é realizada no momento da propositura da ação, não gerando a sua ilegitimidade a perda da representação do partido no CN após o seu ajuizamento (STF, ADI nº 2.618 AgR/PR, rel. min. Carlos Velloso, DJ 31-3-2006) 7. Confederação Sindical: CLT, art. 535 “As confederações organizar-se-ão com o mínimo de 3 (três) federações e terão sede na capital da República.” Tem que ter registro no Ministério do Trabalho; precisam congregar apenas federações em no mínimo 3 e sede no DF (legitimados especiais); 8. Entidade de Classe de âmbito nacional: “entidade de classe” = categoria econômica ou profissional (por isso a UNE não tem legitimidade, pois é estudantil); “âmbito nacional” = analogia ao art. 7, §1º, da Lei 9.096/1995 – entidade de classe homogênea (mesma categoria econômica ou profissional) e estão presente, no mínimo em um terço (nove) dos Estados. Assim, é a pessoa jurídica que, não sendo organização sindical, representa uma categoria econômica ou profissional; tem que ser de nível nacional, ou seja, precisam estar organizadas nacional Governador do DF Câmara Legislativa do DF Confederação Sindical em pelo menos 9 Estados e seus membros e associados devem estar ligados entre si pelo exercício da mesma atividade econômica ou profissional (STF, ADI nº 77, rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ 23-04-1993). Entidade de classe de nível nacional precisa reunir em si todos os representantes de determinada categoria no País. (legitimados especiais); STF – mudança de jurisprudência – entidades de classe formadas por pessoas jurídicas (associações de associações) que atuam na defesa de uma categoria, ainda que se reúnam associações regionais correspondentes a cada unidade da Federação, a fim de perseguir em todo o País, o mesmo objetivo institucional de defesa dos interesses de uma determinada classe (ADI nº 3.153 AgR/DF, rel. p/ acórdão min. Sepúlveda Pertence, DJ 23-09-2004). F) Capacidade postulatória É o fato de se fazer representar em juízo por representante judicial. O partido político com representação no CN, Confederação sindical e entidade de classe de âmbito nacional necessitam obrigatoriamente de advogado para propor a ADI. Os demais legitimados possuem capacidade postulatória plena (podem praticar atos privativos de advogados), dispensando o representante judicial (ADI nº 127 MC/QO. rel. min. Celso de Mello, DJ 04-12-1992). Mas se o fizerem por representante judicial a petição deverá ser instruída com a respectiva procuração específica, na qual constem expressamente os dispositivos impugnados (arts. 3º, p. único; 12-B, p. único e 14, p. único da Lei nº 9.868/1999 e art. 3º, p. único, da Lei nº 9.882/1999). G) Intervenção de Terceiros e Amicus Curiae (amigo da corte): Não se admite intervenção de terceiros – assistência, oposição, denunciação à lide e chamamento ao processo (art. 7º, Lei nº 9.868/1999 e RISTF, art. 169, § 2º). Amicus Curiae: é o terceiro que se habilita no processo de forma especialíssima Art. 7º, §2º, da lei 9.868/99 “o relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo no parágrafo anterior, a manifestações de outros órgãos ou entidades” Natureza Jurídica – forma o litisconsórcio facultativo; - Para o prof. Nagib – é uma intervenção de terceiro especialíssimo; - STF – “a regra inovadora constante do artigo 7º, § 2º, da Lei nº 9.868/1999, que, em caráter excepcional, abrandou o sentido absoluto da vedação pertinente à intervenção assistencial (STF, ADI nº 2.130 MC/SC, rel. min. Celso de Mello, DJ 02- 02-2001). Finalidade: pluralizar o debate constitucional, ensejando a possibilidade de o STF decidir as causas com pleno conhecimento de todas as sua implicações ou repercussões (STF, ADI nº 2.130 MC/SC, rel. min. Celso de Mello, DJ 02-02-2001). Admissão: a admissão ou não é por decisão do relator, porém o Tribunal poderá recusar a intervenção, deixando de referendar a decisão do relator (ADI nº 2.238 MC/DF, rel. min. Ilmar Galvão, j. 09-05-2002). Prazo: o art. 7º, § 1º, da Lei nº 9.868/1999 que foi vetado concedia que dentro do prazo de 30 dias para as informações poderia haver o podido de habilitação. Com o amadurecimento da jurisprudência, o amicus curiae pode demandar sua intervenção até a data em que o relator liberar o processo para pauta (STF, ADI nº 4.071 AgR/DF. Rel. min. Menezes Direito, DJ 16-10-2009). Recorribilidade: por ser despacho de mero expediente a decisão sobre a admissão ou não é irrecorrível, ressalvada a hipótese do Tribunal não referendar a admissão levada a cabo pelo relator (STF, AD nº 3.504/SP, rel. min. Marco Aurélio, DJ 9-8-2005). Poderes: participa formalmente do pleito, podendo juntar documentos, pareceres, memoriais, auxiliando a Corte a encontrar soluções de acordo com os aspectos técnicos, passando a admitir inclusive, excepcionalmente, a sustentação oral pelo amicus curiae, pelo tempo de 15 min (aplicando a regra do art. 131, § 3º c/c art. 132, § 2º do RISTF). Não lhe foi facultado poderes para interpor recurso (STF, ADI nº 3.615 ED/PB, rel.min. Cármen Lúcia, j. 17-3-2008). Outras hipóteses: não é exclusividade de sua participação no controle concentrado podendo ser encontrado: i) controle difuso (CPC, art. 482, §3º); ii) análise de repercussão geral em RE (CPC, 543-A, § 6º); iii) processo de interesse da CVM (art. 31, da L. n. 6.385/1976); iiii) processos de interesse do CADE (art. 118 da L. n. 12.529/2011); iiiii) processo de competência dos JEF’s (art. 14, §7º, Lei 10.259/2001); processo de edição, revisão e cancelamento de SEV (art. 3º, §3º, L. nº 11.417/2006) entre outros. H) Procedimento • Petição inicial (art. 3º 9.868/1999) – apresentada em duas vias com cópias da lei ou do ato normativo impugnado; se subscrita por advogado deve conter a procuração com poderes específicos. • Causa de pedir e pedido Causa de pedir – em processo objetivo é aberta, ou seja, o STF pode declarar um dispositivo inconstitucional por ofensa a uma norma constitucional não suscitada pela parte. Pedido – é fechado, pois o STF está vinculado ao pedido, não podendo declarar a inconstitucionalidade de dispositivo não perseguido na ação (Princípio da adstrição ou congruência). Mas é possível a declaração da inconstitucionalidade por arrastamento. Cumulação de pedidos – possível, desde que guardem pertinência entre si. Por ex.: o STF já admitiu cumulação entre duas normas de espécies diferentes, editadas por entes federados distintos (lei estadual e medida provisória federal), porque a declaração de inconstitucionalidade de um (medida provisória federal) poderia tornar-se questão prejudicial da invalidade da outra (lei estadual) (STF, ADI nº 2.844 QO/PR, rel. min. Sepúlveda Petence, j. 24-4-2003). • Indeferimento liminar da petição inicial: por despacho monocrático do relator, se a mesma for inepta, não fundamentada ou manifestamente improcedente. → cabe agravo regimental no prazo de 5 dias • Liminar - Medida Cautelar (Decisão provisória): CF, art. 102, I, “p” É possível por maioria absoluta de votos, com efeito erga omnis, e efeito ex nunc (não retroage) e possibilidade do efeito Repristinatório (art. 11, § 2º lei nº 9868/99), de forma tácita. Art. 10, 11, 12, da lei nº 9868/99). Da Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade: Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal, observado o disposto no art. 22, após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias. § 1o O relator, julgando indispensável, ouvirá o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, no prazo de três dias. § 2o No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sustentação oral aos representantes judiciais do requerente e das autoridades ou órgãos responsáveis pela expedição do ato, na forma estabelecida no Regimento do Tribunal. § 3o Em caso de excepcional urgência, o Tribunal poderá deferir a medida cautelar sema audiência dos órgãos ou das autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado. Art. 11. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo solicitar as informações à autoridade da qual tiver emanado o ato, observando-se, no que couber, o procedimento estabelecido na Seção I deste Capítulo. § 1o A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa. § 2o A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário. Art. 12. Havendo pedido de medida cautelar, o relator, em face da relevância da matéria e de seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica,poderá, após a prestação das informações, no prazo de dez dias, e a manifestação do Advogado- Geral da União e do Procurador-Geral da República, sucessivamente, no prazo de cinco dias, submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação. Pressupostos para a liminar Fumus boni júris – caracterizado pela relevância da fundamentação jurídica Periculum in mora – caracterizado pela necessidade de concessão liminar para evitar dano irreparável ou de difícil reparação Efeitos da liminar – possui natureza jurídica de tutela antecipada, já que antecipa os efeitos da decisão final suspendendo a eficácia da norma impugnada - Pessoal – erga omnes (eficácia horizontal) e vinculante (eficácia vertical) - Temporal – ex nunc (não retroativa, pois a liminar não declara a inconstitucionalidade, apenas suspende a eficácia da norma) - modulação (art. 27, da Lei nº 9.868/1999) Requisito material – razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social + requisito formal – decisão de quórum de 2/3 (8 ministros) = aplicar efeitos retroativos (ex tunc) ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. - efeito repristinatório (art. 11, § 2º da Lei nº 9.868/1999) • Procedimento sumário Quando houver pedido liminar: art. 12, da Lei nº 9.868/1999 Relator → ao invés de conceder a medida precária pode imprimir prazos mais curtos para informações (10 dias), manifestação do AGU (5 dias) e PGR (5 dias). Plenário do STF → pode julgar definitivamente a ação, desde que presentes dois requisitos: I) relevância da matéria e II) especial significado para a ordem social e a segurança jurídica. • Informações aos órgãos ou às autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado. Feita a distribuição, o relator tem quatro opções: I) Indeferir liminarmente a inicial; II) submeter os autos ao pleno para análise da liminar, salvo período de recesso; III) instaurar o procedimento sumário; IV) instaurar o procedimento comum, solicitando as informações aos órgãos ou às autoridades das quais emanou a lei ou ato normativo impugnado Prazo das informações: 30 dias • Atuação do Advogado- Geral da União: CF, art. 103, § 3º Presença indispensável para defesa da lei em tese – curador do princípio da presunção de constitucionalidade da lei (art. 8º lei 9.868/99). ◼ Atua como defensor da norma impugnada, assegurando o contraditório no controle abstrato; ◼ Atuação vinculada: só poderá opinar pela constitucionalidade da norma e de forma obrigatória, salvo duas hipóteses (STF, ADI nº 1.616/PE, rel. min. Maurício Corrêa, DJ 24-8-2001 e ADI nº 3.916/DF, rel. min. Eros Grau, j. 7-10-2009): I) Quando o STF já fixou o entendimento pela inconstitucionalidade da norma impugnada; II) Quando a norma impugnada ofender os interesses da União, pois nesse caso haverá conflito com suas funções de AGU = defensor da norma (CF, art. 103, §3º) x defensor dos interesses da União (CF, art. 131), prevalecendo este último. ◼ Não atua em ADI por omissão e ADC, ressalvado o caso de constitucionalidade parcial; ◼ Não é legitimado ativo; ◼ Sua atuação alcança leis federais e estaduais. Obs.: Declaração Progressiva de Inconstitucionalidade – art. 27, Lei nº 9.868/99. • Atuação do Procurador Geral da República (PGR) – CF, art. 103, §1º Atua como fiscal da lei mesmo sendo autor e Advogado Geral, defende os interesses da União. ◼ Atua na defesa da Constituição, da harmonia do ordenamento jurídico-constitucional; ◼ Atuação independente: pode opinar pela constitucionalidade ou inconstitucionalidade da norma;◼ Atua em todas as ações; ◼ É legitimado ativo: pode propor todas as ações do controle concentrado; ◼ Pode opinar nas ações por ele propostas (inclusive pela improcedência da ação). Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: § 1º - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal. • Dilação Probatória e Audiência Relator → após informações (30 dias) oitiva do AGU (15 dias) e PGR (15 dias), duas opções para o relator: I) lançar cópia do seu relatório a todos os ministros, solicitando dia para julgamento; II) ou realizar dilação probatória. Art. 9º, § 1º, da Lei nº 9.868/99 – na dilação probatória o relator poderá solicitar informações adicionais (como o caso de informações aos Tribunais Superiores, Federais e estaduais acerca da aplicação da norma impugnada no Âmbito de sua jurisdição no prazo de 30 dias), designar perito ou comissão de peritos para emissão de parecer ou fixar data para audiência pública. Audiências públicas – ouvir depoimentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria. Exs.: Lei de Biossegurança (pesquisas com células tronco) (ADI nº 5.310/DF, audiência ocorrida em 20-04-2007, rel. min. Ayres Britto); importação de carcaças pneus para a fabricação de pneus usados (ADPF nº 101/DF, aud. 27-06-2008, rel min. Cármen Lúcia); possibilidade de aborto de feto anencéfalo (ADPF nº 54/DF, rel. min. Marco Aurélio, aud. 26 e 28-08 e 04 e 16-09-2008) ; sobre direito à saúde (Presidente Min. Gilmar Mendes, aud. 27, 28 e 29-04 e 4, 6 e 7-05- 2009); ação afirmativa para reserva de vagas no ensino superior por critérios raciais (aud. 03 e 05-03-2010, em que foram ouvidos 38 especialistas de diversas instituições da sociedade civil). Prazo para realização (informações, perícias e audiências): 30 dias contados da data da solicitação do relator. • Decisão Definitiva: • Quórum de instalação da sessão: 2/3 (8 ministros) (art. 22 da Lei 9.868/1999) • Quórum de aprovação: maioria absoluta (6 ministros) ◼ Em regra os efeitos são: Pessoais: Erga omnes (eficácia horizontal); Vinculante (eficácia vertical) em relação aos órgãos do Poder Judiciário e da Administração Pública federal, estadual, municipal e distrital (CF, art. 102, §2º) – não vincula o poder legislativo na sua função típica de legislar (vide Rcl. Nº 2.617/MG, rel. min. Cezar Peluso, DJ, 20.05.2005), nem o próprio STF, haja vista que poderá a qualquer momento, analisar novamente e mudar o entendimento (mutação constitucional). - transcendência dos motivos determinantes da decisão – o efeito vinculante pode alcançar para além da parte dispositiva do julgado, alcançando os próprios fundamentos subjacentes à decisão emanada do STF, sobretudo quando se analisa a inconstitucionalidade de leis/atos normativos estaduais, fazendo que se tenha efeitos otimizados para atingir todos os Estados-membros (Rcl. nº 2.986/SE, rel. min. Celso de Mello, 18-03-2005; Rcl. nº 5.442 MC/PE rel. min. Celso de Mello, DJ 06-09-2007). - descumprimento do efeito vinculante – cabível Reclamação por qualquer pessoa física ou jurídica direito no STF. Cuidado! Se a decisão que se alega contrária a decisão do STF, já transitou em julgado não cabe a Reclamação (vide Súmula 734, STF) Temporais: Ex tunc;(art. 27, da Lei 9.868/1999 ◼ Excepcionalmente, desde que atendidos os requisitos formal (quorum qualificado de 2/3) e material (razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social), serão: ◼ Erga omnes; ◼ Ex nunc ou outro momento a ser fixado pelos Ministros do STF; ◼ Vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e da Administração Pública federal, estadual, municipal e distrital. ◼ A decisão passa a valer a partir da publicação da ata de julgamento no Diário da Justiça da União, independentemente do trânsito em julgado da ação. ◼ Transcendência dos motivos determinantes da decisão Cabe embargo de declaração (art. 26 lei 9868/99); Não cabe ação Rescisória (art. 26 lei 9868/99); Caráter dúplice ou ambivalente da decisão: procedente (inconstitucionalidade da lei), improcedente (constitucionalidade da lei). • Coisa Julgada Inconstitucional Teoria da Modulação dos efeitos da decisão: O STF pode em razão da segurança jurídica ou de excepcional público ou social determinar que os efeitos de tal declaração sejam geradas após transitarem em julgado ou outro momento a ser fixado. Segundo o prof. Nagib – Declaração de inconstitucionalidade sem pronuncia de nulidade. Obs.: Em relação a ADI por Omissão art. 2º CF/88 todas as regras anteriores são válidas não se admitindo medidas cautelares por que não há norma jurídica a ser impugnada contra a própria constituição e a figura do AGU é dispensável, pois não há defesa de lei em tese. Obs.: Com base no art. 30 e 31 da lei 9868/99 é possível a mesma interpretação da ADI Estadual para a ADI Distrital, onde se impugna lei ou ato normativo local ou regional contra a lei orgânica do distrito federal. Inclusive, com a Emenda 45 é possível que o governador distrital bem como sua assembléia legislativa seja legitimado da ADI Federal, pelo art. 103 da CF/88. Entendemos assim que a lei orgânica distrital possui STATUS de constituição regional. Teoria da inconstitucionalidade por arrastamento ou atração ou inconstitucionalidade conseqüente de preceitos não impugnados – julgada a inconstitucionalidade da norma principal, no mesmo processo ou em futuro processo pode ser determinada a inconstitucionalidade por arrastamento da norma dela dependente tendo em vista a relação de instrumentalidade. OBSERVAÇÕES IMPORTANTES DA ADI ◼ Controle de constitucionalidade de ato normativo em tese, abstrato, marcado pela generalidade, impessoalidade e abstração. ◼ Finalidade: busca-se a retirada do sistema jurídico de lei ou ato normativo com incompatibilidade formal ou material com a Constituição. ◼ Entende-se por lei todas as espécies normativas do art. 59 da CF: ◼ Emendas à Constituição ◼ Leis complementares ◼ Leis ordinárias ◼ Leis delegadas ◼ Medidas provisórias ◼ Decretos legislativos ◼ Resoluções ◼ Ato normativo – qualquer ato dotado de generalidade e abstração; ◼ Súmulas – não podem ser objeto de ADI; ◼ Emendas constitucionais podem ser objeto de controle de constitucionalidade ◼ Medidas provisórias podem ser objeto de ADI; ◼ Somente decretos autônomos podem ser objeto de ADI; ◼ Tratados e convenções internacionais – após a incorporação ao ordenamento jurídico pode ser objeto de ADI – Decreto legislativo ◼ Sobre direitos humanos e aprovados por 3/5 dos membros em cada Casa do Congresso Nacional e em dois turnos de votação – equivalem a emendas constitucionais ◼ Demais casos, equivalem à lei ordinária. ◼ Não podem ser objeto de ADI: ◼ Normas constitucionais originárias ◼ Lei anterior à constituição – direito pré-constitucional ◼ Obs. Pode ser objeto de ADPF ◼ Atos estatais de efeitos concretos ◼ O veto do Presidente da República (competência discricionária) ◼ Ato normativo já revogado ou de eficácia exaurida ◼ Lei revogada ou que tenha perdido a vigência após a propositura da ADI ◼ Alteração do parâmetro constitucional invocado ◼ Divergência entre a ementa da lei e seu conteúdo ◼ Respostas emitidas pelo TSE ◼ Atos normativos que não ofendam diretamente a CF ◼ A decisão do STF não tem efeito vinculante com relação ao Poder Legislativo. ◼ O ajuizamento da ação direta de inconstitucionalidade não está
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