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Tese dos Exploradores de Caverna, rascunho

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Tese de Sustentação do Caso dos Exploradores de Caverna
Matheus Mota Taveira; Promotoria. 
Matheus, para a apresentação oral, faço as seguintes sugestões de organização do discurso. Se achar adequada, reorganiza e me encaminha.
Iniciar pelas saudações:
Excelentíssimo senhor Juiz presidente ...
Aos demais membros do Ministério Público, se houver ...
Diletos colegas de defesa ...
Primorosos servidores da Justiça ...
Ilustríssima Polícia Militar ...
Familiares da vítima ... 
Familiares do réu ...
Cumprimento ao réu ...
Aos professores ...
E, por último os jurados sorteados (pode citar nominalmente cada um ou apenas o conselho, de modo geral).
Daqui pode pegar o gancho, e seguir para o “dirijo-me especialmente a vocês que hoje adquirem o poder mais nobre no nosso ordenamento jurídico, julgar os crimes dolosos contra o bem mais precioso, a vida. Dentre uma rígida seleção, vocês, cidadãos de boa índole, selecionados pela idoneidade moral detém o poder de fazer valer a força do Direito, não o Direito da força. Começo com o lema internacional da Espeleologia que diz, - Em uma caverna, nada se tira a não ser fotos. Nada se deixa além de pegadas, nada se mata a não ser o tempo. Sob essa bandeira, falo a respeito do brutal, vil, covarde e pitoresco assassinato do senhor Whetmore”.
Em seguida, passar a narrar os fatos que constam na peça acusatória, com detalhes, como dia, hora e local dos fatos.
Você pode prosseguir narrando cronologicamente outros fatos relevantes, de maneira a trazer o auditório para vivenciá-los, como se lá estivessem, sem se afastar dos fundamentos, para não correr o risco de não passar de uma “narração apaixonada”.
Superada essa etapa, passaria a apresentar a tese principal da acusação, associada as provas, técnicas e outras, que, eventualmente, conste dos Autos, e que é suficiente para culminar na condenação.
Explicá-la bem, os termos técnicos e a relação da tese com os fatos, para que eles entendam porque é a principal linha da acusação.
Depois pode seguir para outras teses, importantes, mas subsidiárias, que levariam a reforçar a tese principal.
Aqui cabe a digressão que mencionei na aula. Uma historinha breve que tenha a ver com fatos e que possa gerar indignação aos ouvintes, já que o interesse é condenar o réu.
Partir para a conclusão, retomando a tese principal, relacionando novamente com fatos, com o intuito de reforçar a necessidade da condenação e arrematar.
Agradecimentos breve pela atenção.
RESUMO DOS FATOS
O fato se dá, quando cinco membros da Sociedade Espeleológica, (organização amadorística de exploração de cavernas) resolvem adentrar em uma caverna de rocha calcária a fim de explorá-la. Após percorrerem uma distância significativa, ocorre um desmoronamento e em sequência, a única entrada da caverna é bloqueada. 
Após a notada ausência de retorno por parte do exploradores no prazo previsto, os familiares por sua vez alertaram à Sociedade Espeleológica, que na prossecução dos fatos enviou uma equipe ao local a fim de averiguar o que poderia ter ocorrido. As tentativas de resgate foram descomunalmente desgastantes, dificultosas e por hora, ocorreram novos deslizamentos aglutinando ainda mais dramaticidade à situação. Dez membros da equipe vieram a óbito, soterrados.
Com os recursos financeiros drenados, a Sociedade viu-se obrigada a solicitar apoio do Estado para dar continuidade ao procedimento de salvamento que por questões orçamentárias foi moroso. 
Após 20 dias em claustro, foi descoberto que os exploradores, possuíam um rádio transmissor o que possibilitou [DEPOIS CONTINUO]
TESE
Excelentísimo Juiz, Professores, colegas do Ministério Público, membros de Defesa, demais presentes e nobres jurados; dirijo-me especialmente a vocês que hoje adquirem o poder mais nobre no nosso ordenamento jurídico, julgar os crimes dolosos contra o bem mais precioso, a vida. Dentre uma rígida seleção, vocês, cidadãos de boa índole, selecionados pela idoneidade moral detém o poder de fazer valer a força do Direito, não o Direito da força. Começo com o lema internacional da Espeleologia que diz, - Em uma caverna, nada se tira a não ser fotos. Nada se deixa além de pegadas, nada se mata a não ser o tempo. Sob essa bandeira, falo a respeito do brutal, vil, covarde e pitoresco assassinato do senhor Whetmore.
Para adentrar nas minúcias do caso, é importante que entendam que no ordenamento jurídico brasileiro, o conjunto de valores é tutelado pelo dispositivo legal, ou seja, o nosso conjunto de leis. No caso supracitado, a lei guarda o valor a vida e sua defesa acima de tudo! Qualquer violação do dispositivo legal é singular ultraje ao Direito, a lei, a sociedade, a dignidade humana e chancela a atividade criminosa.
Quando passamos analisar o caso sob a luz desta visão, existe uma venda que defrauda esses fenômenos. Inicialmente, pode parecer simplesmente um caso de necessidade, encontrado nos artigos 23 e 24 do Código Penal, e todos os argumentos apresentados aos caros jurados pela defesa tentarão dispersar os senhores do que de fato aconteceu naquela caverna, utilizarão de artifícios na tentativa de dissimular o fato. Fiquem atentos à verdade. 
Não há dúvidas de que o homicídio ocorreu, e nos baseamos em argumentos científicos e técnicos, que se sustentam, isso até mesmo legalmente; antes do estado de necessidade outros fatos aconteceram, os indivíduos não estavam em estado natural e não! Não há problemas na interpretação do conceito de territorialidade.
	Imaginem senhores, por um momento; o estado de perigo após o desmoronamento, a poeira no espaço claustrofóbico, a ansiedade e medo logo após a euforia e alegria. O tempo passa, o silêncio é ensurdecedor, os indícios de estresse pós-traumático começam tomar forma. Mas não imaginem que esse grupo tenha tentado manter a calma incorporando monges budistas, se assim tivessem o feito provavelmente não teriam cometido o crime. Eles não buscaram outras soluções. 
	Os autos evidenciam que desde o inicio do soterramento, o senhor Whetmore, assumiu capacidades de liderança. Suas características profissionais fizeram com que ele tentasse acalmar os ânimos mas, após alguns dias na caverna toda forma de diálogo e civilidade começaram ruir, o estresse se instaura, os ânimos se alteram, e aquele que hora havia sido exaltado pelos companheiros passa a ser vitima de ira, raiva. Ao vigésimo dia, quando Whetmore consegue comunicar-se com o meio exterior e obteve a noticia que o resgate iria demorar dez dias, conforme os autos nos informam; do estado de medo, a necessidade de punir se tornou a bola da vez, afinal, alguém tinha que pagar pela situação em que estavam. 
	Com a licença dos senhores, quero apresentar um fato acontecido alguns anos atrás, são relatos reais de um dos acidentes aéreos mais famosos da história da aviação. O acidente aéreo dos Andes aconteceu no dia 13/10, o ano era 1972. Quando o choque foi superado, os sobreviventes se reorganizaram, e um líder apareceu. Por quê? Assim eles puderam conviver de forma ordenada, criando uma convivência de cooperação dentro dos limites possíveis naquela situação, aliando a diversidade de pensamento e conhecimentos específicos para se manterem vivos. 
	Os estudantes de Medicina, que estavam presentes, selecionavam as partes mais nutritivas de corpos humanos que haviam sido mortos após a queda, ainda assim, escolhiam os cadáveres em pior estado e preferiram preservar familiares e pessoas de circulo intimo. A falta do que comer, os levou a beira da inanição, alguns perdendo mais de 40 kg; mas, isso não os fez perder a força de vontade e o espírito de unidade, pelo contrário, a espera não matou a esperança, e foi determinante para a sobrevivência de todo o grupo.
	Na caverna a coisa não aconteceu assim; não houve Estado de Necessidade. Damasio de Jesus descreveu o Estado de Necessidade como “Estado de Necessidade é uma situação atual de perigo atual de interesses protegidos pelo Direito, em que o a agente para salvar o bem próprio ou de terceiro, não tem outro meioa não ser lesar o interesse de outrem.” Observe que o Estado de Necessidade só pode ser aplicado em uma situação de perigo atual, ou para outros doutrinadores, em situação eminente, mas, jamais em um tempo vindouro.
 Whetmore, foi assassinado no 23° dia. Se nos 20 dias anteriores ainda havia a disposição comida, informações confirmadas pelo próprio Whetmore no rádio e os réus confirmam, não seria possível aguardar mais 7 dias? Sabendo que a comida poderia acabar em 3, 4 dias, ainda não se obteve relatos de que seres humanos saudáveis pereceram por inanição nesse espaço de tempo. Suponhamos que eles ficassem ainda mais tempo sob reclusão; é natural que haja homens mais fortes e mais fracos; não seria prudente fazer como os sobreviventes dos Andes? Alguém iria tombar devido a inanição; Seria mais justo, se eles procurassem justiça, aguardar o fluxo da vida e se alimentar da carne daquele que veio a óbito?
A Defesa poderá alegar que os indivíduos não estavam sob o poder do Estado, cilada, não caiam nessa meus pares, De acordo com o art. 5º, caput, do Código Penal, “aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional” Além disso o Art. 20 da Constituição Federal diz - São bens da União: IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; Além disso compreende território todo o espaço em que o Brasil exerce sua soberania:
Os limites compreendidos pelas fronteiras nacionais;
O mar territorial brasileiro (faixa que compreende o espaço de 12 milhas contadas da faixa litorânea média — art. 1º da Lei n. 8.617/93);
Todo o espaço aéreo subjacente ao nosso território físico e ao mar territorial nacional (princípio da absoluta soberania do país subjacente — Código Brasileiro de Aeronáutica, art. 11, e Lei n. 8.617/93, art. 2º);
As aeronaves e embarcações: a) brasileiras privadas, em qualquer lugar que se encontrem, salvo em mar territorial estrangeiro ou sobrevoando território estrangeiro; b) brasileiras públicas, onde quer que se encontrem; c) estrangeiras privadas, no mar territorial brasileiro.
Pelo principio da territorialidade, a lei brasileira faz valer sua soberania na caverna, independente do bem lesado e da nacionalidade da vitima e do agente. Portanto, o dolo, o assassinato vil e covarde, foi cometido sob território nacional, cabendo sim a aplicação da Lei brasileira nesse caso. Por esse motivo peço aos jurados, que ao setenciar, lembrem-se dos fatos, lembrem que o senhor Whetmore foi covardemente assassinado por homens que brincavam de serem Deus ou o Diabo, decidindo o destino da vida, bem precioso, em uma simples jogatina e por esse motivo não está no seio da sua família, desceu a mansão dos mortos pelas mãos destes homens que privaram a família da despedida final, pois o corpo pode ser velado. Por esse motivo peço que os senhores sem sombra de dúvidas, ao condenarem estes homens atenham-se a verdade. Ao excelentíssimo juiz, conhecido pela sua firmeza de caráter na promoção da justiça e de fazer valer o juízo de forma justa, em nome de Whetmore e seus familiares, a pena máxima a estes homens que praticaram sem pudor homicídio tipificado artigo 12, parágrafo segundo, inciso IV do Código Penal. Considere que a única motivação não era o bem do grupo, mas havia a clara motivação subalterna do crime, que era a ira. Havia o claro desejo de matar.

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