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UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC CURSO: PEDAGOGIA – EAD Disciplina: Alfabetização e Letramento Definições Concepções de Alfabetização e Letramento Dizemos que um indivíduo é alfabetizado e letrado quando conhece o código, consegue usá-lo para decodificar e codificar e vai além, sabe fazer frente às demandas sociais da leitura e da escrita, porque ultrapassa os limites, pois é capaz de manejar a língua em seu contexto social, organizando discursos próprios, a fim de ser entendido e entender seu interlocutor. Em virtude dessa complexidade no processo de alfabetização contemporâneo e suas consequências nos âmbitos sociais, culturais, cognitivos e na inserção social letrada, surgiu à necessidade de utilizar um termo diferente, inovador: A educação precisa ter uma finalidade concreta, para que também motive o desejo de aprender, ao cumprir seu propósito na comunicação. Na própria escola é construído o espaço da ação dos sujeitos para abrir possibilidades e ampliar os conhecimentos. Alfabetizar, também é um processo político, que promove a cidadania, a autonomia, quando for praticada com lucidez, pois oferece condições aos educandos de construírem sua bagagem de conhecimentos num contexto mais amplo, sendo esse refletido e apreendido pela complexidade das interações múltiplas que os ambientes, as pessoas e os objetos implicam. Alfabetização e letramento têm definições concepções diferentes no processo de aprendizagem e desenvolvimento deste aprendizado alguns termos são importantes para a nossa compreensão. Alfabetização: A alfabetização é aquele processo inicial onde crianças são submetidas nos primeiros passos e contato com as letras. Elas aprendem a utilizar o alfabeto e compreender seu significado e interpretação. Mas a alfabetização também poderá ser de pessoas adultas. Afirma-se ainda que seja com a alfabetização que a população foi e continua sendo capaz de criar e compreender a gramática e as transformações pelas quais ela sofre, um individuo alfabetizado é capaz de realizar diversas atividades, por exemplo, ele conseguirá ler, compreender, criticar, interpretar entre outras funções que a alfabetização lhes permite realizar. Habilita o individuo a desenvolver diferentes métodos de aprendizagem da sua língua podendo então compreender com mais facilidade e também se comunicar e expressar com maior clareza, proporcionando uma maior interação social em que ocorrerá uma transmissão de diferentes conhecimentos e culturas de acordo com cada individuo. Ser alfabetizado significa ser um cidadão ativo no crescimento social em todos os aspectos. Letramento: Já o letramento parece ter uma função mais ampla e embora possível seja quase evidente que o letramento depende sim da alfabetização. Entende-se por letramento o processo em que o individuo é visto em atividade desenvolvendo suas habilidades de escrita e leitura com perfeição ou ao menos com bastante facilidade, um indivíduo letrado é capaz de associar diversos assuntos distintos, por exemplo, sobre cultura, sociedade, política, economia, tecnologia e outros inúmeros assuntos que estão em contato diário. Letramento aparece sempre ligado à compreensão de leitura e escrita como práticas sociais, que privilegia a visão de língua que usamos a todo instante quando nos comunicamos. Alfabetização está ligada à concepção de escrita como sistema ordenado pelas regras gramaticais, ou mesmo de escrita como código. Segundo Soares, 2003, letramento é o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita, ou seja, o individuo que após algum tempo de aquisição da escrita e da leitura (alfabetização) obteve maior experiência para desenvolver as práticas de uso das letras. No entanto, existem muitos indivíduos que mesmo sem terem tido a aquisição da leitura e escrita conseguiram desenvolver as práticas das mesmas por meio do contato direto diariamente, em que proporcionou uma compreensão e aquisição das práticas da leitura e da escrita. Um exemplo bem claro para designar um indivíduo letrado, o tenha sido alfabetizado ou não, é capaz de atender as necessidades e requisitos de leitura e escrita que lhe é solicitado diariamente pela sociedade em que convive, um individuo letrado é capaz, por exemplo, de preencher um recibo ou escrever uma declaração mesmo que não o tenha sido alfabetizado. A escola deve trabalhar com os dois processos simultaneamente para evitar o fracasso escolar. Não basta apenas alfabetizar, isto é, ensinar os aspectos da língua como código, que tem como base a relação entre o sistema fonológico e o gráfico, ou seja, entre os sons que pronunciamos e as letras que usamos para registrar esses sons; também é preciso trabalhar a língua em seus usos sociais. Antigamente, acreditava-se que a criança era iniciada no mundo da leitura somente ao ser alfabetizada, pensamento este ultrapassado pela concepção de letramento, que leva em conta toda a experiência que a criança tem com leitura, antes mesmo de ser capaz de ler os signos escritos. Atualmente, não se considera mais como alfabetizado quem apenas consegue ler e escrever seu nome, mas quem sabe escrever um bilhete simples. Portanto, letramento decorre das práticas sociais que leituras e escritas exigem-nos diferentes contextos que envolvem a compreensão e expressão lógica e verbal. É a função social da escrita. Enquanto que a alfabetização se refere ao desenvolvimento de habilidade de leitura e escrita. A educação é um processo amplo e complexo que abrange diversos sujeitos em diferentes modalidades de aprendizagem, que distingue e personaliza esse jeito de aprender. A aprendizagem é um processo contínuo de construção e superação do não aprender temporário. É fundamental ao pedagogo conhecer a bagagem que cada sujeito cognitivo construiu, para compreender suas estruturas mentais e seu modo de reflexão, tentando evoluir de um quadro mais simples e menos consistente para elaborações superiores. Esta construção de conhecimento implica numa inter-relação entre sujeitos, para que, num espaço de confiança, juntos possam recriar o conhecimento. A atuação do educador no processo educativo deve estar centrada em princípios de humildade e reconhecimento do conhecimento cultural e histórico do educando. Ao ler podemos interagir e desfrutar com criticidade do pensamento dos outros, enquanto que, ao escrever, podemos comunicar com autonomia e criatividade o próprio conhecimento, exercendo a habilidade do letramento e sua função social. Por tudo isso, é indispensável que se alfabetize letrado, ou seja, reconstruir a leitura e a escrita a partir do mundo vivenciado, criando um agradável vínculo através de práticas reais, contextualizadas e significativas. Acreditando que todos têm possibilidades de aprimoramento e dependemos uns dos outros para nos constituirmos em uma sociedade melhor. REFERÊNCIAS: ANTUNES, Celso. Alfabetização emocional. São Paulo: Terra, 1996. BECKER, Fernando. A origem do conhecimento e a aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artmed, 2003. BETTELHEIM, Bruno. Psicanálise da alfabetização: um estudo psicanalítico do ler e do aprender. Porto Alegre: Artes Médicas, 1984. CRAMER, Eugene. Incentivando o amor pela leitura. Porto Alegre: Artmed, 2001. FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985. FREIRE, Paulo. Alfabetização: leitura da palavra leitura do mundo. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. ___. Novos olhares sobre a alfabetização. 2ed. São Paulo: Cortez, 2004. GROSSI, Esther Pilar. Alfabetização em novas bases. Porto Alegre: Kuarup,1993. KATO, Mary Aizawa. A concepção da escrita pela criança. Campinas, SP: Pontes, 1994. KLEIMAN, Ângela. Leitura ensino e pesquisa. Campinas, SP: Pontes, 1989.