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Pedologia: Gleissolos

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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO 
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO PROFESSOR EUGÊNIO CARLOS STIELER 
DISCIPLINA: PEDOLOGIA APLICADA À AGRONOMIA 
 
ANDRÉ LUIZ 
BIATRIZ MAGALHÃES 
INGRID MULLER 
KÁLISTON EDUARDO 
RAYSSA CAMPOS 
VANESSA PRADO 
 
 
 
 
GLEISSOLOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tangará da Serra, MT 
Junho, 2019
SUMÁRIO 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 2 
2 GLEISSOLOS .......................................................................................................... 4 
2.1 GLEISSOLOS MELÂNICOS ................................................................................. 6 
2.2 GLEISSOLOS TIOMÓRFICOS ............................................................................. 7 
2.3 GLEISSOLOS SÁLICOS ....................................................................................... 7 
2.4 GLEISSOLOS HÁPLICOS .................................................................................... 8 
3 LIMITAÇÕES ......................................................................................................... 10 
4 MANEJO ................................................................................................................ 10 
5 FATORES, MECANISMOS E PROCESSOS PEDOGENÉTICOS ........................ 11 
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 13 
7 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 14 
 
2 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Solo é um recurso natural renovável conceituado como o substrato terrestre 
capaz de sustentar plantas e vegetais sobre si em um ambiente aberto. É o material 
orgânico ou mineral inconsolidado na porção superior da crosta terrestre que serve de 
base para todas as atividades socioespaciais e naturais (PENA, 2019). 
De acordo com Santos, o solo é dividido em horizontes, sendo eles: 
Horizonte Hístico (H ou O) – é um horizonte de constituição orgânica, em que 
o teor de carbono orgânico deve ser ≥ 8%. O horizonte hístico (H) pode ser formado 
em ambientes com excesso de água (encharcados). Em ambientes sem 
encharcamento, recebe a denominação de horizonte O. 
Horizonte A – é um horizonte de constituição mineral, cujas características 
(cor, estrutura e consistência) são associadas à presença de matéria orgânica 
decomposta, húmus. 
Horizonte E – horizonte de constituição mineral, cujas características (como 
cor e textura, principalmente) indicam perda de argila ou húmus por transporte de 
material. A letra E está associada ao processo de eluviação (perda) que, quando é 
muito acentuada, deixa o horizonte E completamente branco (presença marcante de 
areia), recebendo a adjetivação de horizonte E álbico. 
Horizonte B – horizonte de constituição mineral que determina os fatores 
pedogenéticos predominante, pois é o horizonte que mais se expressa a pedogênese, 
assim não apresenta características do material de origem. 
Horizonte ou camada C – é de constituição mineral, sendo considerado 
horizonte que muitas vezes apresenta características do material de origem. 
Camada R – trata-se da rocha não alterada. 
O processo de formação dos solos é chamado de pedogênese e ocorre 
principalmente em razão da ação do intemperismo da rocha matriz (PENA, 2019). 
Diante aos fatores de formação (material de origem, relevo, clima, tempo e 
organismos) juntamente com os mecanismos de formação (translocação, perda, 
adição e transformação) formará tais processos pedogenéticos originando solos com 
determinadas características morfológicas, como: textura, cerosidade, cor, estrutura e 
consistência. 
No Brasil, o colo é classificado de acordo com o Sistema Brasileiro De 
Classificação De Solos (SiBCS), separados em ordens, sub-ordens, grande grupo, 
3 
 
subgrupo, família e série. Sendo atualmente no Brasil identificados 13 ordens: 
organossolos, chernossolos, cambissolos, espodossolos, gleissolos, luvissolos, 
nitossolos, vertissolos, nerossolos, argissolos, plintossolos, latossolos e planossolos. 
Considerando os fatores citados acima, será apresentado no decorrer deste 
trabalho características gerais da ordem Gleissolos, como as subordens do mesmo, 
as limitações, o manejo adequado para tal ordem, e também como se dá o processo 
pedogenético do mesmo. 
4 
 
2 GLEISSOLOS 
 
Esta ordem de solos compreende solos hidromórficos, constituídos por 
material mineral, que apresentam horizonte glei dentro de 150 cm da superfície 
do solo, imediatamente abaixo de horizontes A ou E - com ou sem gleização, 
pois por vezes, o próprio horizonte A ou o E podem ser concomitantemente 
horizontes glei - ou de horizonte hístico com espessura insuficiente para definir 
a classe dos Organossolos; não apresentam textura exclusivamente areia ou 
areia franca em todos os horizontes dentro dos primeiros 150 cm da superfície 
do solo ou até um contato lítico, tampouco horizonte vértico, ou horizonte B 
textural com mudança textural abrupta acima ou coincidente com horizonte glei 
ou qualquer outro tipo de horizonte B diagnóstico acima do horizonte glei. 
Horizonte plíntico, se presente, deve estar à profundidade superior a 200 cm da 
superfície do solo. 
Os solos desta classe encontram-se permanente ou periodicamente 
saturados por água, salvo se artificialmente drenados. A água permanece 
estagnada internamente, ou a saturação é por fluxo lateral no solo. Em qualquer 
circunstância, a água do solo pode se elevar por ascensão capilar, atingindo a 
superfície. 
Caracterizam-se pela forte gleização, em decorrência do ambiente 
redutor, virtualmente livre de oxigênio dissolvido, em razão da saturação por 
água durante todo o ano, ou pelo menos por um longo período, associado à 
demanda de oxigênio pela atividade biológica. 
O processo de gleização implica na manifestação de cores acinzentadas, 
azuladas ou esverdeadas, devido à redução e solubilização do ferro, permitindo 
a expressão das cores neutras dos minerais de argila, ou ainda a precipitação 
de compostos ferrosos. 
São solos mal ou muito mal drenados, em condições naturais, que 
apresentam sequência de horizontes A-Cg, A-Big-Cg, A-Btg-Cg, A-E-Btg-Cg, A-
Eg-Bt-Cg, Ag-Cg, HCg, tendo o horizonte superficial cores desde cinzentas até 
pretas, espessura normalmente entre 10 e 50cm e teores médios a altos de 
carbono orgânico. 
5 
 
O horizonte glei, que pode ser um horizonte C, B, E ou A, possui cores 
dominantemente mais azuis que 10Y, de cromas bastante baixos, próximos do 
neutro. 
São solos que ocasionalmente podem ter textura arenosa (areia ou areia 
franca) somente nos horizontes superficiais, desde que seguidos de horizonte 
glei de textura franco arenosa ou mais fina. 
 Afora os horizontes A, H ou E que estejam presentes, no horizonte C, a 
estrutura é em geral maciça, podendo apresentar fendas e aspecto semelhante 
ao da estrutura prismática quando seco ou depois de exposta a parede da 
trincheira por alguns dias. No horizonte B, quando este ocorre, a estrutura é em 
blocos ou prismática composta ou não de blocos angulares e subangulares. 
Podem apresentar horizonte sulfúrico, cálcico, propriedade solódica, sódica, 
caráter sálico, ou plintita em quantidade ou posição não diagnóstica para 
enquadramento na classe dos Plintossolos. 
São solos formados principalmente a partir de sedimentos, estratificados 
ou não, e sujeitos a constante ou periódico excessod’água, o que pode ocorrer 
em diversas situações. Comumente, desenvolvem-se em sedimentos recentes 
nas proximidades dos cursos d’água e em materiais colúvio-aluviais sujeitos a 
condições de hidromorfia, podendo formar-se também em áreas de relevo plano 
de terraços fluviais, lacustres ou marinhos, como também em materiais residuais 
em áreas abaciadas e depressões. São eventualmente formados em áreas 
inclinadas sob influência do afloramento de água subterrânea. São solos que 
ocorrem sob vegetação hidrófila ou higrófila herbácea, arbustiva ou arbórea. 
 Os Gleissolos estão distribuídos em todo o estado de São Paulo 
principalmente nas planícies com influência de lençol d’água de subsuperfície, 
tanto em ambientes fluviais e lacustres do interior, como em planícies litorâneas. 
Extensas áreas de Gleissolos do tipo Melânicos e Háplicos, ocorrem nas 
planícies de grandes rios com vales abertos, como as do rio Paraíba do Sul. 
Nestas condições, parte da vegetação original de floresta paludosa e de campo 
higrófilo, que outrora foi substituída por agricultura, encontra-se em parte 
regenerando. Nas baixadas litorâneas, sob influência de lençol freático de 
origem marinha e teores significativos de enxofre e outros sais solúveis, 
desenvolveram-se Gleissolos Tiomórficos, restritivos ao uso agrícola 
(EMBRAPA, 2006).
6 
 
2.1 GLEISSOLOS MELÂNICOS 
 
Estes solos apresentam horizonte A escuro relativamente espesso e, logo 
abaixo, uma camada de cor acinzentada com ou sem mosqueado ou variegado. 
Anteriormente, eram conhecidos como Gleis Húmicos. 
O teor de matéria orgânica é relativamente alto e, em consequência, a 
capacidade de troca de cátions é alta. Se for eutrófico, haverá condições 
bastante favoráveis para o desenvolvimento radicular em profundidade. Mas se 
for álico ou distrófico, haverá limitação em subsuperfície quanto ao 
desenvolvimento do sistema radicular. Apresentam baixo teor de fósforo natural. 
Ocorrem em relevo plano de várzea e devido ao nível elevado do lençol freático, 
há necessidade de se fazer a drenagem do solo. Os Gleissolos Melânicos podem 
ser classificados no terceiro nível (grande grupo) do Sistema Brasileiro De 
Classificação Do Solo (SiBCS) como demonstrado no quadro abaixo, onde são 
relacionadas suas características e as implicações para uso e manejo. 
 
Tabela 1: Grande grupo dos Gleissolos Melânicos. 
Carbonáticos Presença de carbonato de cálcio sem que este afete o 
desenvolvimento da maioria das plantas. 
Alíticos Solos de baixa fertilidade; Teores muito elevados de alumínio 
no solo afetando significativamente o desenvolvimento de 
raízes; atividade de argila igual ou maior do que 20 cmolc/kg 
de argila. 
Alumínios Teores muito elevados de alumínio no solo afetando 
significativamente o desenvolvimento de raízes; atividade de 
argila menor do que 20 cmolc/kg de argila. 
Ta 
Distróficos 
Solos com argila de alta atividade e de baixa fertilidade. 
Ta Eutróficos Solos com argila de alta atividade e de alta fertilidade. 
Tb 
Distróficos 
Solos com argila de baixa atividade e de baixa fertilidade. 
Tb Eutróficos Solos com argila de baixa atividade e de alta fertilidade. 
Fonte: EMBRAPA.
7 
 
2.2 GLEISSOLOS TIOMÓRFICOS 
 
Solo de baixadas litorâneas com pH muito baixo, sob influência de 
oscilações de maré. Seu manejo é dificultado, pois exige grandes investimentos, 
como calagem e drenagem. Se o risco de inundação for frequente ou muito 
frequente, o aproveitamento agrícola do solo será mais dificultado. 
Não se recomenda drenar quando os solos apresentam caráter tiomórfico. 
Isto porque em condições naturais a acidez de pH em água normalmente está 
próxima a 7,0 e, quando drenado, torna-se extremamente ácido (pH em água 
próximo de 3,5). Normalmente, as áreas em que estes solos ocorrem não são 
apropriadas para uso agrícola. Recomendando-se aproveitá-los para 
preservação. 
 
Tabela 2: Grande Grupo dos Gleissolos Tiomórficos. 
Húmicos Camada superficial rica em matéria orgânica. 
Órticos Não apresentam restrição ao uso e manejo. 
Fonte: EMBRAPA. 
 
2.3 GLEISSOLOS SÁLICOS 
 
Esta classe de solo anteriormente era conhecida como Solonchack ou 
Gleis Salino. 
Geralmente, ocorrem em relevo plano de várzea e esporadicamente em 
terraços, associados aos mangues e baixos cursos de rios nordestinos, por isso 
normalmente apresentam gleização. O solo fica descoberto nos locais onde a 
concentração de sais é elevada. 
Praticamente, não apresenta potencialidades agrícolas. A concentração 
de sais solúveis no solo é alta e a dessalinização é difícil e cara, sendo indicados 
para preservação ambiental.
8 
 
Tabela 3: Grande Grupo dos Gleissolos Sálicos. 
Sódicos O teor de sódio causa toxidez à maioria das plantas, afetando o seu 
crescimento, pois inibe a adsorção de cálcio e magnésio, elementos 
vitais ao seu desenvolvimento. Causa, também, a dispersão das 
argilas. 
Órticos Não apresentam restrição ao uso e manejo. 
Fonte: EMBRAPA. 
 
2.4 GLEISSOLOS HÁPLICOS 
 
São solos minerais, hidromórficos, apresentam horizonte A (mineral) ou H 
(Orgânico), seguido de um horizonte de cor cinzento-olivácea, chamado de 
horizonte Glei, resultado de modificações sofridas pelos óxidos de ferro 
existentes no solo (redução) em condições de encharcamento durante o ano. O 
horizonte Glei pode começar a 40 cm da superfície. 
São solos mal drenados, podendo apresentar textura bastante variável ao 
longo do perfil. Podem apresentar tanto argila de atividade baixa quanto de 
atividade alta, são solos pobres ou ricos em bases ou com teores de alumínio 
elevado. Como estão localizados em baixadas, próximas às drenagens, suas 
características são influenciadas pela contribuição de partículas provenientes 
dos solos das posições mais altas e da água de drenagem, uma vez que são 
formados em áreas de recepção ou trânsito de produtos transportados. 
Além do Glei Húmico, encontra-se na mesma posição, porém em 
proporção bastante reduzida nas áreas de Cerrado, o Glei Húmico. A diferença 
básica está no horizonte A. No Glei Húmico, esse horizonte tem 20 cm ou mais 
de espessura, apresenta-se escuro, turfoso ou com grande quantidade de 
matéria orgânica em outra forma. No Glei Pouco Húmico o horizonte A é mais 
claro do que no Glei Húmico, sendo mais pobre em matéria orgânica. 
Na tabela a seguir, podemos ver algumas classificações do terceiro 
nível: 
9 
 
Tabela 4: Grande Grupo dos Gleissolos Háplicos. 
Terceiro nível: Características: 
 
Carbonáticos Presença de carbonato de cálcio sem 
que este afete o desenvolvimento da 
maioria das plantas. 
Alíticos Solos de baixa fertilidade; Teores 
muito elevados de alumínio no solo 
afetando significativamente o 
desenvolvimento de raízes; atividade 
de argila igual ou maior do que 20 
cmolc/kg de argila. 
Alumínicos Teores muito elevados de alumínio no 
solo afetando significativamente o 
desenvolvimento de raízes; atividade 
de argila menor do que 20 cmolc/kg 
de argila. 
Ta Distróficos Solos com argila de alta atividade e de 
baixa fertilidade. 
Ta Eutróficos Solos com argila de alta atividade e de 
alta fertilidade. 
Tb Distróficos Solos com argila de baixa atividade e 
de baixa fertilidade. 
Tb Eutróficos Solos com argila de baixa atividade e 
de alta fertilidade. 
Fonte: EMBRAPA
10 
 
3 LIMITAÇÕES 
 
Apresentam sérias limitações ao uso agrícola, principalmente, em relação 
à deficiência de oxigênio ocasionada pelo excesso de água, à baixa fertilidade e 
ao impedimento à mecanização. 
As limitações mais comuns dos Gleissolos são sua elevada frequência de 
inundação e o longoperíodo de solo saturado por água, consequência de cheias 
dos cursos d’água ou da elevação do lençol freático. 
Apresenta baixa (distróficos) fertilidade natural, podendo também 
apresentar problemas com acidez pois o pH nestes solos é muito baixo e teores 
elevados de alumínio, de sódio (salinos) e de enxofre (tiomórficos). Com relação 
às características físicas, são solos mal ou muito mal drenados, em condições 
naturais. 
A proximidade com os rios limita o uso agrícola desta classe de solos, 
sendo, também, área indicada para preservação das matas ciliares. No entanto, 
áreas fora da proteção ambiental apresentam potencial ao uso agrícola, desde 
que não apresentem teores elevados de alumínio, sódio e de enxofre. 
 
4 MANEJO 
 
O manejo de um gleissolo é dificultado, pois exigem grandes 
investimentos, como calagem e drenagem, porém, a drenagem é uma prática 
que não se recomenda quando o solo apresenta caráter tiomórfico. 
Segundo a EMBRAPA, os solos tiomórficos são aqueles que se formaram 
em condições de abundância de enxofre e devem apresentar nos primeiros 100 
cm do perfil do solo materiais sulfídricos/ sulfúrico ou ainda sulfato solúvel em 
água. 
O horizonte sulfúrico é um horizonte subsuperficial com espessura mínima 
de 15 cm, com pH em água igual ou inferior a 3,5, formado por material mineral 
ou orgânico. Além destas características possui uma concentração de jasorita e 
o cheiro de enxofre (CARVALHO, 2008). 
Conforme Carvalho, tais solos se forem drenados passa a apresentar 
condições aeróbicas alterando sua alcalinidade a excessivamente ácidos, com 
pH em água inferior a 3,5. Esse fator ocorre devido à oxidação dos sulfetos 
11 
 
produzindo o ácido sulfúrico, aumentando o valor da condutividade elétrica, e 
ocasionando toxidez de alguns micronutrientes como o ferro e o manganês. 
O horizonte sulfúrico apresenta uma barreira química para o enraizamento 
de plantas de interesse econômico, exceto as adaptadas naturalmente como o 
“piri-piri” (CARVALHO, 2008). 
Desta maneira, antes de realizar a drenagem de um gleissolo deve-se 
recorrer ao levamento pedológico e identificar o nível tiomórfico para que não se 
torna uma situação irreversível de acidez no solo (CARVALHO, 2008). 
Portanto, é aconselhável que esse tipo de solo seja destinado a área de 
preservação. 
 
5 FATORES, MECANISMOS E PROCESSOS PEDOGENÉTICOS 
 
O processo de formação do solo envolve muitos fatores ambientais que 
geram solos diversos. Cada local, cada paisagem é composta por solos 
diferentes, cada qual com suas características específicas e maneiras de 
influenciar os processos ecológicos. Segundo Brady e Weil (2013), para cada 
ação em relação ao solo, como explorar, modificar, preservar, dentro outros, é 
necessário ter-se conhecimento das características deste solo e como o mesmo 
se relaciona com o ambiente. 
A formação do solo provém de cinco fatores principais, cuja interação de 
tais fatores a longo prazo, com mecanismos de formação, condicionam 
características pedogenéticas específicas para cada solo. 
Os fatores de formação são: material de origem - precursores geológicos 
ou orgânicos do solo; clima - destaca-se a precipitação pluvial e a temperatura; 
biota - vegetação nativa, organismos vivos (principalmente microrganismos); 
relevo - inclinação, aspecto e posição do terreno; e tempo - período desde que 
os materiais de origem começaram a se transformar em solo. 
Quanto aos mecanismos de formação, eles são divididos em quatro 
processos: as transformações é referente à modificação química ou física do 
solo ou destruição dos constituintes do solo; as translocações: implicam no 
movimento de materiais orgânicos e inorgânicos no solo, sejam eles lateral ou 
vertical, de um horizonte para outro, cuja translocação pode ser para um 
horizonte superior (por ação capilar) ou para um horizonte inferior (por força da 
12 
 
gravidade), sendo que para tais a água é o agente translocante mais comum; as 
adições são entradas de materiais de fontes externas para o perfil do solo já 
desenvolvidos; e por fim as perdas: que é referente as remoções que ocorrem 
no perfil do solo, sejam elas por lixiviação ou erosão de materiais superficiais. 
Estes citados acima, determinarão o processo pedogenético que 
caracterizará o solo de cada paisagem. 
No caso da ordem de solo estudada, os Gleissolos, estes se encontram 
em áreas cujo relevo implica uma proximidade com o lençol freático, são solos 
constantemente saturados ou por um período de tempo suficiente para que haja 
redução de Fe³+ a Fe2+, apresentando colorações acinzentadas, azuladas, 
esverdeadas ou neutras, com ou sem mosqueados. 
De acordo com o Portal da EMBRAPA, essa ordem de solo é formada a 
partir de um processo pedogenético denominado de gleização, cujos 
mecanismos de formação atuantes são perdas, transformação e translocação. 
Por se tratar de um ambiente basicamente anaeróbio, com ausência de 
oxigênio, os microrganismos presentes nesta ordem de solo utilizam metais 
como aceptores finais dos elétrons, numa reação de oxi-redução. Desta maneira, 
Fe3+, Mn3+ e Mn4+ são reduzidos e liberados dos respectivos óxidos. 
 A característica principal deste solo, é tal redução do Fe3+ para Fe2+, no 
entanto, o Fe nesta forma reduzida se torna móvel no solo, sofrendo influência 
do mecanismo de perda, pois a sua mobilidade implicará em perca por lixiviação, 
e consequentemente determinará a cor do solo, já que o mesmo não apresenta 
coloração. 
De acordo com Caraminan e Gasparetto (2017), o ferro e o manganês são 
aqueles que quando reduzidos, se transformam em substâncias solúveis e 
móveis, dando origem a mosqueados, concreções ou petroplintitas. Alves (S.D) 
aponta que em locais com presença de oxigênio pode haver concreções 
localizadas de óxidos, sendo estes formados a partir da descida e subida do 
lençol freático. 
13 
 
6 CONCLUSÃO 
 
O processo de formação de solo envolve muitos fatores e mecanismos 
que contribuem para a diversidade de ordens de solo existentes, considerando 
que a superfície apresenta diferentes formas de relevo, o clima varia para cada 
região no globo terrestre, a biota presente varia, os mecanismos de formação do 
solo também variam de acordo com os fatores de formação e fatores externos, 
todos estes definem um processo pedogenético diferente, cujas características 
geradas devem ser avaliadas para o melhor uso de tal solo. 
Como pode ser visto no decorrer do trabalho, os Gleissolos apresentam 
fortes limitações em relação ao seu uso. A sua característica geral por exemplo, 
como a má drenagem, ou total, dificulta o seu uso para fins agrícolas, como 
mecanização, ou limitação quanto ao tipo de cultura, sendo necessário se for o 
caso, a adoção de culturas adaptadas para condições de cultivo como esta, 
como o arroz alagado que apresenta estruturas adaptadas. Por se tratar ainda 
de uma área saturada, medidas como a drenagem, devem ser evitadas devido 
a acidez que solos com caráter tiomórfico podem desenvolver, caso sejam 
drenados. 
Nesse sentido, ter conhecimento sobre determinada ordem de solo, se 
mostra de extrema importância tanto para a área agronômica como ambiental, 
onde o conhecimento para dadas características específicas de cada solo, 
podem evitar que certas ações possam ocasionar situações ambientais 
irreversíveis, ou até mesmo para garantir o sucesso da atividade desenvolvida 
sobre o solo.
14 
 
7 REFERÊNCIAS 
 
ALVES, Mauricio Vicente. Processo de Formação do Solo. Ebah, (S.D). 
Disponível em: <https://www.ebah.com.br/content/ABAAAAv9IAG/processo-
formacao-solo?part=2#> Acesso 16/ 06/ 19. 
 
BRADY, Nyle C.; WEIL, RayR. Elementos da Natureza e Propriedades do 
Solo. 3º Edição - Porto Alegre, 2013. ISBN 978-85-65837-74-3. 
 
CARAMINAN, Laine Milene; GASPARETTO, Nelson Vicente Lovatto. 
Caracterização De Concreções Ferruginosas Do Norte E Noroeste Do 
Estado Do Paraná – Br. 26º Encontro De Iniciação Científica, 2017. 
 
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro De 
Classificação De Solos. 2. ed. – Rio de Janeiro, 2006. ISBN 85-85864-19-2. 
 
EMBRAPA. Formação do Solo. Disponível em: 
<https://www.embrapa.br/solos/sibcs/formacao-do-solo> Acesso 16/ 06/ 18. 
 
SANTOS, Humberto Gonçalves dos Santos; ZARONI, Maria José; ALMEIDA, 
Eliane de Paula Clemente. Gleissolos Tiomórficos. EMBRAPA. Disponível 
em: 
<http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/solos_tropicais/arvore/CONT000
gn230xhn02wx5ok0liq1mqzb2w2h2.html> Acesso 12/ 06/ 19. 
 
SANTOS, Humberto Gonçalves dos Santos; ZARONI, Maria José; ALMEIDA, 
Eliane de Paula Clemente. Gleissolos Sálicos. EMBRAPA. Disponível em: 
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gn230xhn02wx5ok0liq1mqz1bvqa3.html> Acesso 12/ 06/ 19. 
 
SANTOS, Humberto Gonçalves dos Santos; ZARONI, Maria José; ALMEIDA, 
Eliane de Paula Clemente. Gleissolos Melânicos. EMBRAPA. Disponível em: 
<http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/solos_tropicais/arvore/CONT000
gn230xhn02wx5ok0liq1mquiiihi4.html> Acesso 12/ 06/ 19. 
 
SANTOS, Humberto Gonçalves dos Santos; ZARONI, Maria José. Gleissolos. 
EMBRAPA. Disponível em: 
<http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/solos_tropicais/arvore/CONTAG
01_10_2212200611540.html> Acesso 12/ 06/ 19. 
 
PENA, Rodolfo F. Alves. Fatores de formação dos Solos. Brasil Escola. 
Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/geografia/fatores-formacao-dos-
solos.htm> Acesso 17/ 06/ 19.

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